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Published by yananovaes, 2017-04-13 18:20:16

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Aceito! FOTOS: KK Gontijo E que fique bem claro. Isso não é apenas uma impres- são causada pela quantidade crescente de convites de casamentos que chegam. Para os céticos, há os núme- ros, esses que não mentem jamais, neste caso baliza- dos pela confiabilidade do IBGE. Segundo dados do Instituto, em curva descendente desde os anos 70, a partir de 2002, o número de casamentos no Brasil tem um crescimento gradativo, chegando a 5% nos últimos três anos. Um número à primeira vista não muito expressivo, mas que ganha outra dimensão se levarmos em conta o crescimento populacional do país no mesmo período, em torno de 2,5%. Ou seja, tem mais gente casando, do que nascendo no Brasil. O perfil desses noivos e noivas também mudou. Neste novo boom de casamentos, a faixa dos 20 a 24 anos continua sendo a campeã, seguida de muito perto pela dos 25 aos 29. Na média geral, brasileiros e brasileiras estão casando mais velhos: as mulheres com 26, os homens com 29. Uma forte sinalização de que, antes de casar, eles e elas procuram se estabilizar profissional e financeiramente, para então reunir suas melhores fichas e apostar no amor. Pompa & CircunstânciaFOTO: Benício Reis E não basta apenas casar “de papel círculo representa a eternidade do passado”. Junto com a quantidade amor. Os anéis eram colocados no de casamento, cresce a opção de fazê- quarto dedo da mão esquerda, porque los em grande estilo, tanto nas festas acreditava-se que por esse dedo passa – cada vez mais sofisticadas – quan- uma veia que vai direto ao coração. to nas cerimônias, carregadas de Até a posição dos noivos no altar, com simbolismos que foram incorporados a noiva à esquerda do noivo, tem sua às tradicionais cerimônias ocidentais tradição. Na Idade Média, os anglo- há tanto tempo, que em sua maioria saxões assim o faziam para manter o muita gente nem sabe mais de onde braço direito livre para uma luta, no vieram, mas têm raízes até mesmo caso de terem que defender suas noi- milenares. vas de tentativas de rapto. O vestido branco, uma “moda” lan- Mas nada mais bonito e romântico çada pela Rainha Vitória, da Inglater- do que uma chuva de arroz na saída ra, no século XIX, virou símbolo de da igreja. Os noivos recebem as bên- pureza e acabou por transformar-se çãos e dão os primeiros passos como na cor oficial das noivas. Já o véu é marido e mulher sob esta milenar tra- um costume que vem da antiga Gré- dição chinesa, na qual os grãos sim- cia.Osgregosacreditavamqueanoiva, bolizam frutificação, prosperidade, ao cobrir o rosto, ficava protegida do fertilidade, saúde, riqueza e felicidade. mau-olhado das mulheres e da cobi- Para os hindus, pétalas de flores tam- ça dos homens. E ainda significava a bém podem ser usadas nessa bela separação da vida da mulher, de jovem homenagem, que coroa um momento solteira em esposa e futura mãe. especial. Não um fim, como nos con- tos de fadas, mas o começo da reali- O hábito de trocar alianças, repre- zação do sonho de viver o seu próprio sentação da perfeita ligação entre o “E foram felizes para sempre”. casal, tem raízes no Egito, onde o 51 DEZEMBRO / 2011

Mais Mais Entrevista por Wilma Trindade os 7 anos, as roupinhas de suas bonecas já eram feitas por ela. Aos 9 costurava para ela própria e aos 13, 14 fez seu primeiro curso de corte e costura. Durante essas últimas 3 décadas, Fátima Lage é griffe que ostenta muitas mulheres elegantes de nossa sociedade. Do tipo minghon em que transparecem a força e o amor pelo trabalho que faz, Fátima recebeu-me para essa entrevista, em seu atalier da Rua Rio Grande do Norte, com a simplicidade que lhe é peculiar sofisticada por uma de suas criações. Chemise de renda gripeur branca, top das tendências. Com simpatia e inteligência ela se expressa diante dos tecidos e do respeito profundo ao estilo de cada um. Mas ousar e criar combinações inusitadas com acabamentos perfeitos são o seu prazer. Por isso e mais, Fátima Lage está em nossas páginas. O que levou você à costura? O dom. Já nasci com ele. Aos 7 anos, as roupinhas de minhas bone- cas eram feitas por mim. Aos 9 fazia para mim. Aos 13/14 fiz curso de corte costura e com isso fui desen- volvendo o meu dom. Depois fui costurar com a Emília, costureira famosa no bairro. Com ela, a quem agradeço, incorporei a base para os primeiros passos. A griffe Fátima Lage é conhecida e respeitada. Você estudou para ser estilista? Não. Tenho licenciatura em ciência e matemática pela Universidade Santos Dumont, hoje, Univale. Um tempo de conhecimento e ótimos rela- cionamentos como as professoras Marli Elias, Tatiana Castelo Branco, Jane Pinheiro, Rosa Ferraz, Sílvia Perim, minhas clientes até hoje. A costura, então, venceu a matemática? Formada, tive que escolher: especializar-me para dar aula ou costurar. Não pude abandonar o meu dom. E fazer as duas coisas, impossível para mim. Mas não deixei de estudar. Fiz cursos técnicos de estilismo na Ubirajara Fidalgo (Rio) renomado figurinista,e tam- bém no CEARTE-GV, e tive oportunidades de estar nos Estados Unidos, ampliando minha visão do mundo fashion. Hoje, com a internet, a consultoria é mais prática. 52 DEZEMBRO / 2011

O que é moda para você? 53Para mim, moda é o estilo próprio de cada pessoa. Por issotrabalho sob medida. DEZEMBRO / 2011O que é fashion?Pode ser uma cor, uma peça de vestuário, acessórios e adornos.Não usar tudo, mas incorporar algo no tradicional é fashion.Diria, atualizar o estilo pessoal é fashion.A moda vai e volta, vai e volta. Devemos guardar tudo, com essa certeza? O passado é sempre inspiração para o pre- sente, por isso gosto de trabalhar com o contemporâneo, que é o passado reciclado. E isso não significa pegar roupas velhas e refazê-las ou simplesmente usá-las como sem- pre foram. Significa inspirar-se na qualidade. A atualização é imprescindível. A você, o que lhe inspira? A fé, a esperança, o aprendizado, o respeito às diferenças, ao estilo de cada pessoa, a consciên- cia de poder evoluir material e espiritualmente. O que você entende por haut couture: A alta costura é principalmente criatividade e ousadia; E o acabamento, não é sinônimo de alta cos- tura? Naturalmente, o corte, o acabamento e a qualidade da matéria-prima. Mas a base da alta costura é a ousadia. A utilização do elemento inusitado que vai se sobressair ao comum. Quanto ao acabamento, para mim, tem que estar em todas as peças. Souperfeccionista. Mesmo trabalhando em uma peça simples cuidopara que a pessoa, vendo-a pelo avesso, tenha o mesmo prazerde quando a viu pelo direito.Uma recente ousadia sua:Tornar o Jeans tão nobre quanto a seda e outros. Usá-lo só emroupas esportivas é uma convenção. O jeans recebe bem qual-quer modelagem, bordados e aplicações. É um tecido aberto amixagens, o que desperta a criatividade e a ousadia.Uma pessoa elegante.Para mim, Sílvia Perim é a personalização da mais completaelegância. Sílvia é 100% elegante. Ela é minha cliente há anos,e jamais vi um mínimo deslize.Fátima Lage por Fátima LageMinha palavra chave é mudança. Estou sempre desejandomudanças. No sentido geral, Justiça, bem-estar e educaçãoformal para os menos favorecidos. Sempre estou fazendo paramelhorar alguma coisa para alguém. E, acredite, a lei do retor-no funciona.Neste fim de Ano...Vejo mudanças. A esperança é o que me move. Esperança depolíticos, governos e administradores do bem público, conscien-tes do ser humano.

Mais Mais Ponto de VistaNova Globalização, Diego Trindade D’Ávila MagalhãesNovos Globalizadores Na nova paisagem do século XXI, as maio- contraste com os meses que tardavam as Como “banco do mundo”, a Grã-res fábricas do mundo e o maior edifício são caravelas quinhentistas. Assim, o fluxo inter- Bretanha respondia por 45% dechineses. A maior indústria cinematográfica nacional de bens e de serviços tornou-se mais todos os investimentos realiza-é indiana. O homem mais rico é mexicano. veloz. Com a internet, o fluxo financeiro dosnomundoentre1875e1913.No novo mundo, China, Índia, Rús- tornou-se instantâneo. As duas grandes guerras entresia e Brasil estão entre as sete 1914 e 1945 fizeram recuar os flu-maiores economias do mundo. Tecnologias de comunicação e de transpor-Nesse contexto, é preciso discutir te facilitaram a constituição de redes globais. xos globais, que se recuperaram rapi-as implicações da emergência de paí- Entende-se por Redes, conjuntos de atores damente no contexto do pós-Segundases em desenvolvimento em grandes (indivíduos, empresas e Estados) que têmfenômenos, tal como o da globalização. interações internacionais regulares e padroni- Guerra Mundial. O comércio e os inves- zadas (comércio, investimentos, etc). O volu- timentos foram impulsionados por A globalização consiste basicamente no me e a direção dos fluxos resultam da atuação empresasmultinacionais,que,nosanosaumento inédito do volume e da velocidade de redes. Somente após o contato inicial entre 1950, eram quase todas estaduniden-de fluxos de comércio, de investimentos e de atores de países diferentes, decide-se o que ses. A partir dos anos 1970, empresas alemãspessoas em escala global, não meramente será transacionado, para onde e em que quan- e japonesas conquistaram seu espaço. Esta-entre países vizinhos. Tecnologia, redes e tidade: a exportação de um automóvel, a dunidenses, europeus e japoneses, que cons-fluxos são palavras-chave do conceito. O importação de um software, a transferência tituíam o G-7 – grupo das sete maiores eco-avanço das tecnologias de transportes e de de uma tecnologia... Redes e fluxos permitem nomias do mundo –, estavam por trás docomunicações viabilizou a globalização. a interconexão entre o meio doméstico de um avanço da globalização. Em 1990, países Estado e o meio internacional. desenvolvidos respondiam por 72% das Até o século XIX, a velocidade e o alcance exportações e por 92% dos investimentos. Adas comunicações dependiam da velocidade No século XIX o estatuto do exclusivo colo- globalização do século XX foi claramentee do alcance dos veículos de transporte. Cer- nial foi gradualmente substituído pelo livre- marcada pela ação desses países.tas montanhas eram intransponíveis, certas comércio.Emergiuumadivisãointernacional No século XXI, a China ultrapassou o Japão,distâncias, muito longas, dificultando ou do trabalho, em que os países centrais do tornando-se a segunda maior economia domesmo inviabilizando a comunicação. A ima- capitalismo exportavam produtos industria- mundo. O PIB da Índia superou o da Alema-gem clássica é da Grécia Antiga, quando um lizados, importavam primários da periferia nha. Brasil e Rússia ultrapassaram o Reinosoldado ateniense partiu da batalha de Mara- esediavamgrandesempresasmultinacionais. Unido e a França. Os países em desenvolvi-thon, correndo dezenas de quilômetros, até mento exercem cada vez mais o papel deAtenas, para levar a mensagem da vitória. A imagem clássica da globalização do fim novos globalizadores. Em 2010, esses paísesOfegante, o soldado faleceu, e desse antece- do século XIX é a do Império Britânico pro- já representavam 42% das exportações e 25%dente surgiu o costume ocidental de realizar movendo a criação de redes e de fluxos no dos investimentos. Em 1988, 26 das 500as chamadas “maratonas”. mundo. Os britânicos atuaram como um país maiores empresas do mundo eram sediadas “globalizador”, liderando a integração dos em países em desenvolvimento. Em 2005, Sem transporte, informações não chega- países menos globalizados, globalizando-os esse número saltou para 61.vam muito longe. A comunicação dependia com crédito, ferrovias, telégrafos, navios a Nesse contexto, a globalização contempo-de pessoas, de cavalos, de navios ou, após a vapor e serviços de eletrificação, por exemplo. rânea continua com as mesmas característi-primeira revolução industrial, de trens. Fruto cas? Não! Espera-se um aprofundamentoda segunda revolução industrial (segunda dessas tendências, que implicam o aumentometade do século XIX), a invenção do telé- do papel dos emergentes no avanço dos flu-grafo foi revolucionária: a transmissão de xos globais. A nova globalização do séculomensagens começou a desatrelar-se dos XXI alicerça-se na atuação dos novos globa-transportes. Rádio, televisão, telefones vie- lizadores.ram aprofundar esse processo. A terceirarevolução industrial inaugurou a Era da Diego Trindade D’Ávila MagalhãesInformação e implicou níveis inéditos dedesenvolvimento e de acesso aos meios de Coordenador do curso de Relações Internacionais daPUC-Goiás.comunicação, sobretudo após o surgimento Doutorando em Relações Internacionais pela UnB.da internet. Navios cargueiros do século XXI E-mail: [email protected] cruzar o Atlântico em dias, em 54DEZEMBRO / 2011

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