UDICULT, ANO 1, VOL.1, NÚMERO 3, JULHO DE 2022

ANO 1/ VOL. 1/ NUMERO 3/ JULHO DE 2022 AUTOS A CULTURA DO O PASSEIO QUE UMA RÉPLICA AUTOMÓVEL VIROU CLUBE PERFEITA PÁGINA 3 PÁGINA 4 PÁGINA 6 DPAAOBSOSRADDOO SST CLUBE REÚNE EM UBERLÂNDIA OS APAIXONADOS POR CARROS ANTIGOS

udicult.com.br udicult 2 @udicult +55 (034) 99969 9232 A FORÇA DO ANTIGOMOBILISMO O mercado de carros antigos e A fundação que preserva raridades EXPEDIENTE colecionáveis é movido pela paixão é a base para a difusão da cultura de homens e mulheres em do automóvel que envolve UDICULT no formato revista preservar um patrimônio familiar diferentes profissões para as quais digital é um produto semanal ou mesmo as suas memórias são ofertados cursos. O chamado desfrutadas em quatro rodas. antigomobilismo ganhou corpo em da Editora Olympia. Foi essa paixão que levou o todo o Brasil nos últimos anos. empresário fluminense Og Pozzoli Em Uberlândia, o SST Clube reuniu a figurar entre os 10 maiores no último dia 16 de julho, no Edição: Carlos Franco e colecionadores do mundo. Centro Municipal de Cultura Francisco Jr. Hoje, a coleção de mais de 200 (antigo Fórum Abelardo Penna), modelos de Og Pozzoli deu origem, colecionadores e apaixonados por Imagens: Pixabay, Flickr, Banco após a sua morte em 2017, ao carros como você irá conferir nesta de Imagens Mar Adentro e fotos Museu do Automóvel da Fundação edição especial de UDICULT. Lia Maria Aguiar, em Campos do de divulgação. Jordão, São Paulo (FOTO ACIMA). Boa leitura. EDITORA OLYMPIA Avenida Rondon Pacheco, 2300/SALA 65 Uberlândia/MG CEP 38408-404

LCAIUUALTETOUMARÓAVDELO 3 Quem vai a Campos do Jordão, a cidade FOTOS: DIVULGAÇÃO serrana paulista, encontrará no Museu do Automóvel da Fundação Lia Maria Aguiar uma das mais importantes e reluzentes coleções de carros antigos do país, que figura entre as dez mais importantes do mundo. Entre os destaques está o americano Moon 1918, tipo 6-45 Piton, que pertenceu a Washington Luiz, ex-presidente brasileiro entre 1926 e 1930. O modelo é raro no mundo. Além dele, jardineiras que deram início ao transporte público e carrões conversíveis de tirar o fôlego além de exemplares dos primeiros fuscas da Volkswagen, paixão de Amador Aguiar, o criador do Bradesco, do qual Lia é uma das herdeiras. A empresária nascida em 2 de junho de 1938 foi adotada, ainda criança, por Amador Aguiar bem como suas irmãs. Ao decidir morar em Campos do Jordão em 2005, Lia achou que poderia e deveria fazer diferença na vida das pessoas, sobretudo para a população mais carente. Decidiu, assim, criar em 2008 a fundação que leva seu nome e que herdará a sua fortuna para seguir tocando projetos, o principal deles relacionado à cultura do automóvel. Apaixonada por carros antigos, como o pai, Lia comprou em 2018 a famosa coleção de Og Pozzoli. É esta instituição hoje uma das responsáveis pela difusão da cultura do automóvel no Brasil, oferecendo cursos de formação para jovens relacionados à recuperação e mecânica de autos e tudo que envolve essa cadeia de produção, da lanternagem à pintura, estofamento, tapetes e retifica. A fundação criada em 2008 é uma referência no Brasil e no mundo de antigomobilismo, essa paixão pelo passado dos carros que os projeta para o futuro por meio desta relevante contribuição de Lia.

4 CQOLUPUEABVSEISREOIOU Ao completar 19 anos, o uberlandense Fábio Marques, hoje com 37 anos, comprou seu primeiro carro: um Opala 1973, o famoso STT. Como um primo e outro amigo também realizaram o sonho de terem um carro do mesmo tipo, eles decidiram passear juntos. Logo, outros se juntaram ao grupo e o que era uma forma de passar o fim de semana virou compromisso. Assim, do nada, conta Fábio, orgulhoso do feito, esses passeios deram origem ao clube, reunindo apaixonados por carros e atraindo outros modelos usados PAIXÃO PELO PASSADO e, por fim, colecionadores de A memória afetiva é uma das molas propulsoras do cérebro. Por isso, procuramos preservar aquilo que nos remete a momentos que fizeram e relíquias automotivas. ainda fazem a diferença em nossas vidas. Muitas vezes essas memórias trazem para o presente o ausente, como, \"Hoje, o clube é bem organizado, por exemplo, numa conversa ou quando olhamos uma foto, sentimos um aroma no ar ou vemos algo relacionado a quem partiu e deixou temos associados e prestamos saudades, constituindo nosso acervo de memórias, algumas coletivas, inclusive de um estilo de vida. assistência para aqueles que É isso o que move em todo o mundo os colecionadores para além dos museus. sonham exibir placas pretas, as Em todas as cidades existem clubes de colecionadores de automóveis que, hoje, estão conectados por plataformas digitais. Recuperam autos que identificam carros originais e trocam ideias e sugestões. Em conjunto, descobrem os mais escondidos lugares onde possam encontrar peças originais como numa do passado\", diz. busca ao tesouro. Garimpeiros de memórias, dão dicas de oficinas mecânicas e ferro-velhos, onde o passado é resgatado para o presente e Além disso, o STT Clube organiza direcionado ao futuro. Trata-se de uma cultura intergeracional, de geração para a geração, de passeios automotivos pela cidade sonhos de crianças ou adolescente, alguns realizados na vida adulta como o de ter na garagem aquele carrão em que passeava com os avós e exposições que fazem a alegria ou que fizeram sucesso nas telas como aquele fusquinha que só faltava falar. É a vida que segue...em quatro rodas com idosos, jovens e dos proprietários, como a última, crianças. realizada no Centro Municipal de Cultura de Uberlândia no dia 16 de julho de 2022. Unidos, associados e associadas atraem fornecedores e prestadores de serviço, mais do que isso, contribuem para a difusão do antigomobilismo e mantém contato com outros clubes espalhados pelo país. O STT Clube promove encontros semanais para a troca de ideias e projetos em torno desta paixão que os move.

5 O PRIMEIRO CERVEJA COM CAFÉ CARRO DE GIOVANNA Os encontros promovidos pelo STT Clube como o Giovanna Gonçalves sempre realizado no último dia 16 de admirou os pais e os avós, todos julho atraem público e apaixonados por automóveis. Em empresas. 2018, ela comprou seu primeiro Todos têm o desejo de carro ao conquistar a carteira de estarem presentes na vida habilitação automotiva: um dos consumidores, como as Opala De Luxo 1978. A cor? Vinho. cervejarias artesanais Guará e E como os bons vinhos são os Malte e até a tradicional mais velhos, o carro de Giovanna marca uberlandense Café é um caso típico de quanto mais Cajubá da Icatril (Indústria de velho, melhor. Ele é conservado Café do Triângulo Ltda). nos mínimos detalhes e ela não A empresa que iniciou suas pretende trocar o modelo por atividades em fevereiro de outro mesmo com o preço do 1972, aproveitou para combustível nas alturas. “Ele é apresentar sua mais nova confortável e nem acho que criação: a cerveja com sabor consuma tanto, pois faço de 7 a 8 de café. Uma festa de sabores km por litro”, diz, mesmo no encontro dos apaixonados sabendo que os novos modelos por carros. são bem mais econômicos, inclusive os da própria Chevrolet de última geração. Mas isso para ela não faz diferença. O que importa é o conforto que o seu Opala oferece. Ela não esconde a paixão por este carrão e o exibe com orgulho, do ronco do motor, que brilha quando ela levanta o capô, ao estofamento original. Associada do STT Clube, Giovanna curte esse universo de carros antigos e os encontros onde faz amigos e distribui sorrisos. O Opala também foi um aprendizado mecânico e ela, que atua no comércio, hoje entende perfeitamente da mecânica do carro que pilota com orgulho pelas ruas de Uberlândia e que exibe nos encontros do STT Clube.

6 O FORD 100 DO ELIO E O SHELBY COBRA Elio Girardello é um apaixonado por carros, sobretudo os utilitários, as famosas picapes. Dono da Gira Transportes, esse paranaense há 18 anos escolheu Uberlândia, Minas Gerais, para empreender e realizar seus sonhos. Um deles o de ter na garagem uma picape Ford 100 1951, originalíssima. O modelo integra a série F da Ford que começou a produzir suas famosas picapes no pós-guerra, a partir de 1948. O ronco de um motor potente, a cor verde petróleo e a cabine que, na propaganda de época a Ford anunciou ter investido em pesquisa mais de 1 milhão de dólares, de fato, impressionam. Cuidadoso, Elio pilota esse carrão com extremo cuidado pelas ruas. Já o comerciante Daniel Amâncio comprou em Brasília uma réplica do esportivo Shelby Cobra, que a Ford apresentou no North American International Auto Show 2004 em Detroit, Michigan (EUA). O carro tornou-se, desde o lançamento, objeto do desejo de muitos. O modelo teve presença marcante no automobilismo. Lançado originalmente em 1960 pela britânica AC Cars, esse carrão cruzou fronteiras e ao atrair a atenção do lendário Carroll Shelby, cruzou oceanos e ganhou terreno. Tudo porque Shelby queria equipá-lo com um motor V8 nos Estados Unidos, onde a pista de Indianápolis atraia os olhares do mundo da velocidade. Ele encontrou as portas da Chevrolet (General Motors, GM) fechadas, pois a montadora apostava no Corvette. Então, a Ford assumiu a empreitada e nasceu, assim, o veloz e desejado Chelby Cobra, cujo modelo original do próprio Chelby foi a leilão há dois anos arrematado por impressionantes 4.9 milhões de euros. Não é à toa que a replica atrai olhares curiosos e sonhos de velocidade como os de Chelby.



EM BREVE, A EDIÇÃO Especial dicas automotivas.