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Catálogo das Regiões

Published by selectmoment, 2015-05-20 05:13:47

Description: Catálogo das Regiões da empresa Selectmoment

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DOURO TRÁS-OS-MONTES BAIRRADADÃO VINHOS VERDES BEIRA INTERIOR, TÁVORA- VAROSA E LAFÕESLISBOA RIBATEJO PENÍNSULA DE SETÚBALALENTEJO ALGARVE MADEIRA E AÇORES 2 2

Região onde predominamas tonalidades verdes davegetação exuberante típicade uma região com bastantehumidade. Contudo, o nomeVinhos Verdes não sedeve apenas ao meioenvolvente onde crescemas vinhas: é nesta região que se produz um vinho tipicamenteacidulado, leve, medianamente alcoólico e de ótimas propriedadesdigestivas.A região dos Vinhos Verdes/Minho é a maior zona vitícolaportuguesa e situa-se no noroeste do país, coincidindo com a regiãonão vitícola designada por Entre Douro e Minho. A região é rica emrecursos hidrográficos, sendo limitada a norte pelo Rio Minho e peloOceano Atlântico a oeste.No interior da região predominam as serras, sendo a mais elevada aSerra da Peneda com 1373 m.Na região os solos são maioritariamente graníticos e poucoprofundos. Apresentam uma acidez elevada e baixo nível de fósforo,possuindo uma fertilidade relativamente baixa. Contudo, devidoação do homem durante séculos (construção de socalcos eutilização de adubos naturais), tornaram-se mais férteis. 2 3

O clima da região é influenciado pelas brisas marítimas do Oceano Atlântico,por isso as temperaturas são amenas durante todo o ano. Os níveis deprecipitação são elevados e mesmo no Verão é possível que haja vários diasde chuva seguidos, por isso o nível de humidade atmosférica érelativamente alta. Nesta região ainda subsistem residualmente as maisantigas formas de condução da vinha, sendo uma delas, a vinha deenforcado ou uveira: as videiras são plantadas junto a uma árvore e crescemapoiadas nos ramos da árvore de suporte. No entanto, a maioria das novasexplorações vitícolas optam por métodos modernos de condução da vinha.Embora os sistemas de condução da vinha tradicionalmente usados nestaregião não estimulassem a qualidade dos vinhos, dificultando oamadurecimento das uvas e proporcionando níveis elevados de acidez, nãose deverá concluir que a tradição mandava colher as uvas antes deamadurecerem. Prova disso é que nesta região, as vindimas eramprolongadas até finais de Outubro ou inícios de Novembro. As castasbrancas mais utilizadas na produção do vinho desta região são: a castaAlvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Arinto (designada por Pedernã nestaregião) e Azal. A região foi delimitada no início do século XX e,actualmente, a Denominação de Origem divide-se em nove sub-regiões:Monção, Lima, Basto, Cávado, Ave, Amarante, Baião, Sousa e Paiva. Cadauma produz formas distintas de Vinho Verde, sendo notórias as diferençasentre os vinhos produzidos no norte ou no sul da região. Por exemplo, oAlvarinho de Monção é um vinho branco seco e bastante encorpado,enquanto o Loureiro do vale do Lima é mais suave e perfumado. O vinhotinto produzido na região dos Verdes, outrora o vinho que dominava aprodução da região, é actualmente consumido quase exclusivamente pelaspopulações locais.Este vinho é muito ácido e tem uma cor vermelha bastante carregada. Éelaborado a partir de castas como Vinhão, Borraçal, Brancelho, entre outras,sendo apreciado para acompanhar a gastronomia típica da região. 2 4

TRÁS-OS-MONTESNo extremo Nordeste de Portugal,a norte da região do Douro, existea região vitivinícola deTrás-os-Montes que se divide emtrês sub-regiões: Chaves, Valpaçose Planalto Mirandês.O nome Trás-os-Montes refere-se à localização da região: situa-se para lá das serras do Marão e Alvão, a norte do rio Douro. Éuma zona montanhosa e de solos essencialmente graníticos. Oclima é seco e muito quente no Verão e no Inverno, pelocontrário, as temperaturas atingem muitas vezes valoresnegativos.Na sub-região de Chaves a vinha é plantada nasencostas de pequenos vales, onde correm os afluentes do rioTâmega. A sub-região de Valpaços é rica em recursos hídricos esitua-se numa zona de planalto. No Planalto Mirandês é o rioDouro que influencia a viticultura. As castas plantadas sãopraticamente comuns nas três sub-regiões. As castas tintas maisplantadas são a Trincadeira, Bastardo, Marufo, Tinta Roriz,Touriga Nacional e Touriga Franca. As castas brancas de maiorexpressão na região são a Síria, Fernão Pires, Gouveio,Malvasia Fina, Rabigato e Viosinho.Os vinhos tintos desta região são geralmente frutados elevemente adstringentes. Os vinhos brancos são suaves e comaroma floral. 2 5

BAIRRADAA região da Bairrada é rica na produção devinhos brancos e tintos, elaborados a partirde castas tradicionais, como a abundanteBaga, e outras importadas para solosportugueses, como a internacionalCabernet Sauvignon.É na Beira Litoral, entre Águeda e Coimbra,que se situa a região da Bairrada. A maior partedas explorações vinícolas são de pequenadimensão. A área ocupada pelas vinhas (maioritariamente em solos argilo-calcáricos ou arenosos) não ultrapassa os 10000 hectares. Foi no século XIXque a Bairrada se transformou numa região produtora de vinhos de qualidade,apesar da produção de vinho existir desde o século X. A casta Baga é avariedade tinta dominante na região e normalmente é plantada em solosargilosos. Os vinhos feitos a partir da casta Baga são carregados de cor ericos em ácidos, contudo são bem equilibrados e têm elevada longevidade.Recentemente, foi permitido na região DOC da Bairrada plantar castasinternacionais, como a Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot e Pinot Noir quepartilham os terrenos com outras castas nacionais como a Touriga Nacional oua Tinta Roriz.As castas brancas são plantadas nos solos arenosos da região, sendo a castaFernão Pires (na região denominada por Maria Gomes) a mais plantada. Emquantidades mais reduzidas existem as castas Arinto, Rabo de Ovelha, Cerciale Chardonnay. Os brancos da região são delicados e aromáticos. 2 6

LISBOANa região de Lisboa, região com longa históriana viticultura nacional, a área de vinha éconstituída pelas tradicionais castasportuguesas e pelas mais famosas castasinternacionais. A Estremadura produz uma enorme variedade de vinhos,possível pela diversidade de relevos e microclimas concentrados empequenas zonas da região.A região de Lisboa, anteriormente conhecida por Estremadura, situa-se a noroestede Lisboa numa área de cerca de 40 km. O clima é temperado em virtude dainfluência atlântica. Os Verões são frescos e os Invernos suaves, apesar das zonasmais afastadas do mar serem um pouco mais frias. Esta região possui boascondições para produzir vinhos de qualidade, todavia há cerca de quinze anos atrása região de Lisboa era essencialmente conhecida por produzir vinho em elevadaquantidade e de pouca qualidade. Assim, iniciou-se um processo de reestruturaçãonas vinhas e adegas. Provavelmente a reestruturação mais importante realizou-senas vinhas, uma vez que as novas castas plantadas foram escolhidas em função dasua produção em qualidade e não em quantidade. Hoje, os vinhos da região deLisboa são conhecidos pela sua boa relação qualidade/preço. A região concentrou-se na plantação das mais nobres castas portuguesas e estrangeiras e em 1993 foicriada a categoria “Vinho Regional da Estremadura”, hoje \"Vinho Regional Lisboa\".A nova categoria incentivou os produtores a estudar as potencialidades dediferentes castas e, neste momento, a maior parte dos vinhos produzidos na regiãode Lisboa são regionais (a lei de vinhos DOC é muito restritiva na utilização decastas). 2 7

LISBOAA região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares,Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, TorresVedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, juntoà região das Beiras). As regiões de Colares, Carcavelos e Bucelas outrora muitoimportantes, hoje têm praticamente um interesse histórico. A Denominação deOrigem de Bucelas apenas produz vinhos brancos e foi demarcada em 1911. Osvinhos brancos de Bucelas apresentam acidez equilibrada, aromas florais e sãocapazes de conservar as suas qualidades durante anos. Colares é umaDenominação de Origem que se situa na zona sul da região de Lisboa. Osvinhos são essencialmente elaborados a partir da casta Ramisco, todavia aprodução desta região raramente atinge as 10 mil garrafas. A zona central daregião de Lisboa (Óbidos, Arruda, Torres Vedras e Alenquer) recebeu a maioriados investimentos na região: procedeu-se à modernização das vinhas e apostou-se na plantação de novas castas. Hoje em dia, os melhores vinhos DOC destazona provêm de castas tintas como por exemplo, a casta Castelão, a Aragonez(Tinta Roriz), a Touriga Nacional, a Tinta Miúda e a Trincadeira que por vezes sãolotadas com a Alicante Bouschet, a Touriga Franca, a Cabernet Sauvignon e aSyrah, entre outras. Os vinhos brancos são normalmente elaborados com ascastas Arinto, Fernão Pires, Seara-Nova e Vital, apesar da Chardonnay tambémser cultivada em algumas zonas. A região de Alenquer produz alguns dos maisprestigiados vinhos DOC da região de Lisboa (tintos e brancos). Noutras zonasda região de Lisboa, os vinhos tintos são aromáticos, elegantes, ricos em taninose capazes de envelhecer alguns anos em garrafa. Os vinhos brancoscaracterizam-se pela sua frescura e carácter citrino. A maior Denominação deOrigem da região, Encostas d’Aire, foi a última a sofrer as consequências damodernização. Apostou-se na plantação de novas castas como a Baga ouCastelão e castas brancas como Arinto, Malvasia, Fernão Pires. 2 8

ALENTEJOO Alentejo é uma das maiores regiõesvitivinícolas de Portugal, onde a vista se perdeem extensas planícies que apenas sãointerrompidas por pequenos montes. Estaregião quente e seca beneficiou de inúmerosinvestimentos no sector vitivinícola que setraduziu na produção de alguns dos melhores vinhos portugueses econsequentemente, no reconhecimento internacional dos vinhos alentejanos.O Alentejo situa-se no sul de Portugal. É uma zona muito soalheira permitindo a perfeitamaturação das uvas e onde as temperaturas são muito elevadas no Verão, tornando-seindispensável regar a vinha. O tipo de relevo predominante na região é a planície, apesarda região de Portalegre sofrer a influência da serra de São Mamede. As vinhas sãoplantadas nas encostas íngremes da serra ou em grandes planícies e em solos muitoheterogéneos de argila, granito, calcário ou xisto. Apesar disso, a pouca fertilidade dossolos é um elemento comum a todos os solos. Grande parte dos 22000 hectares de vinhaalentejana concentram-se nas oito sub-regiões da Denominação de Origem alentejana:Reguengos, Borba, Redondo, Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja, Portalegre e Moura. Nasub-região de Portalegre as vinhas são plantadas nas encostas graníticas da Serra de SãoMamede, sofrendo a influência de um microclima (temperaturas são mais baixas devidoà altitude). No centro do Alentejo situam-se as sub-regiões de Borba, Reguengos,Redondo e Évora que produzem vinhos bastantes similares. No sul alentejano (maisquente e seco) localizam-se as sub-regiões de Moura, Vidigueira e Granja-Amareleja. 2 9

ALENTEJONo Alentejo há inúmeras castas plantadas, contudo umas são mais relevantes queoutras (seja pela qualidade ou pela área plantada). As castas brancas maisimportantes na região são a Roupeiro, a Antão Vaz e a Arinto. Em relação às castastintas, salienta-se a importância da casta Trincadeira, Aragonez, Castelão e AlicanteBouschet (uma variedade francesa que se adaptou ao clima alentejano). Os vinhosbrancos DOC alentejanos são geralmente suaves, ligeiramente ácidos e apresentamaromas a frutos tropicais. Os tintos são encorpados, ricos em taninos e com aromasa frutos silvestres e vermelhos. Além da produção nas sub-regiões DOC, o Alentejoapresenta uma elevada produção e variedade de vinho regional. Os produtoresoptam, muitas vezes, por esta designação oficial que permite a inclusão de outrascastas para além das previstas na legislação de vinhos DOC. Assim, é possívelencontrar vinhos regionais produzidos com Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon,Syrah ou Chardonnay. Hoje, o Alentejo tem um enorme potencial na produçãovitivinícola, todavia a região nem sempre contou com o apoio das políticas agrícolasnacionais. Devido às especificidades do clima, solos pobres e estrutura agrária(grandes propriedades) as principais produções do Alentejo sempre foram oscereais, a oliveira, o carvalho e o gado. Durante as primeiras décadas do século XX,o governo tencionava fazer do Alentejo o “celeiro” de Portugal, por isso a cultura domilho foi amplamente divulgada. O vinho tinha uma importância diminuta edestinava-se essencialmente ao consumo local. A vinificação era realizada segundoos processos tradicionais herdados dos Romanos e a fermentação realizava-se emgrandes ânforas de barro. 2 10

MADEIRANa ilha apelidada “pérola do Atlântico”, produz-se o vinhogeneroso “Madeira”. Este vinho possui uma longevidade forado comum, aromas complexos e um sabor distintivo queganhou notoriedade mundial.A ilha da Madeira tem um clima tipicamente mediterrânico:temperaturas amenas durante todo o ano e baixas amplitudestérmicas, embora a humidade atmosférica seja sempre elevada.Os solos são de origem vulcânica e pouco férteis. O relevo da ilhaé muito irregular, por isso as vinhas são plantadas nas encostas deorigem vulcânica. A Denominação de Origem Madeira é constituídapor cerca de 450 hectares de vinha, onde são plantadas castastintas e brancas. A casta Tinta Mole é a mais plantada na região,contudo também existem castas mais raras como a Sercial, a Boal,a Malvasia e Verdelho. Os melhores vinhos da Madeira sãoaqueles que provêm das vinhas plantadas nas zonas de menoraltitude. A casta Malvasia foi aquela que desde tempos secularesse destacou na produção do vinho generoso da Madeira. Além dacasta Malvasia utilizam-se, na produção do Madeira, as castasSercial, Boal e Verdelho que conferem quatro níveis de doçura aovinho (doce, meio doce, meio seco e seco). O vinho da Madeiracomeçou a ser exportado para todo o mundo a partir do séculoXVIII. Os barris de vinho eram transportados em barcos, por issoficavam sujeitos a inúmeras variações de temperatura atéchegarem ao destino. Uma vez no destino, havia vinho que nãosendo vendido, voltava para o destino de origem. Uma vez naMadeira, verificava-se que o vinho apresentava-se muito maisaromático e com novo sabor. Deste modo, a partir de 1730, osbarris de Madeira começaram a ser enviados em longas viagenscom o objectivo de apurar as qualidades do vinho. 2 11

DOUROHá um vinho que caracteriza imediatamente a região do Douro, ovinho do Porto. Este, embaixador dos vinhos portugueses,nasce em terras pobres e encostas escarpadas banhadas pelorio Douro. Além do Porto, esta região é cada vez maisreconhecia pelos excelentes vinhos tintos e brancos. A região doDouro localiza-se no Nordeste de Portugal, rodeada pelas serras doMarão e Montemuro. A área vitícola ocupa cerca de 40000 hectares,apesar da região se prolongar por cerca de 250000 hectares. O rioDouro e os seus afluentes, como por exemplo o Tua e o Corgo,correm em vales profundos e a maior parte das plantações sãoencaixadas nas bacias hidrográficas dos rios. Os solos durienses sãoessencialmente compostos por xisto grauváquico embora, emalgumas zonas, existam solos graníticos. Estes solos sãoparticularmente difíceis de trabalhar e no Douro a dificuldade éagravada pela forte inclinação do terreno. Por outro lado, estes solossão benéficos para a longevidade das vinhas e permitem mostosmais concentrados de açúcar e cor. O esforço do homem naconversão dos solos inóspitos em vinhas resultou na aplicação detrês formas distintas de plantação: em socalcos, em patamares e aoalto. Os socalcos são frequentes em zonas cuja inclinação é elevadae assemelham-se a varandas separadas por muros de xistograuváquico. Os patamares são constituídos por terraços construídosmecanicamente sem muros de suporte às terras, enquanto aplantação ao alto tem em conta a drenagem dos terrenos e o espaçonecessário para a mecanização e movimentação das máquinas navinha. 2 12

DOUROO melhor vinho do Porto é feito nas encostas mais áridas e próximas do rio,enquanto os vinhos de mesa são produzidos nas encostas mais frescas. Aregião do Baixo Corgo, outrora considerada a melhor região para aprodução do vinho do Porto, revela melhores condições para a produção devinho de mesa. Na zona do Pinhão (Cima Corgo) os bagos de uva atingemmaior concentração de açúcar, sendo uma área considerada perfeita para aprodução de vintages. Os vinhos brancos, espumantes e o generosoMoscatel provêm das regiões mais altas de Cima Corgo e Douro Superior.As castas cultivadas na região não são célebres pela sua elevada produção,contudo têm uma história secular, já que algumas castas provêm da épocada Ordem de Cister (Idade Média). Na segunda metade do século XX,iniciou-se o estudo e análise das castas plantadas e chegou-se à conclusãoque as melhores castas para a produção de vinho do Douro e Porto são: aTouriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Aragonês (na regiãodenominada de Tinta Roriz) e Tinto Cão. As novas quintas da regiãocultivam essencialmente estas castas, mas também outras muitoimportantes e com bastante expressão na região, como por exemplo, ascastas Trincadeira e Sousão. A produção de vinhos brancos éessencialmente sustentada pela plantação de castas como a Malvasia Fina,Gouveio, Rabigato e Viosinho. Para a produção de Moscatel, planta-se acasta Moscatel Galego. 2 13

DOUROAs vinhas dispõem-se do cimo dos vales profundos até à margemdo rio e criam uma paisagem magnífica reconhecida pela UNESCOcomo Património da Humanidade em 2001. Ao admirável cenário,alia-se a excelência dos vinhos produzidos nas três sub-regiões doDouro: Baixo Corgo a oeste, Cima Corgo no centro e Douro Superiora leste.A distribuição da área das vinhas não é uniforme. No Baixo Corgo aárea de vinha ocupa cerca de 14000 hectares e o número deprodutores é de quase 16000, isto é, em média cada produtor detémmenos de um hectare de vinha. O Douro Superior é uma regiãomais desértica e o número de produtores é inferior ao número dehectares de vinha (quase 9000 hectares para pouco mais de 7900produtores).Em cada sub-região há ligeiras alterações climáticas, devido àaltitude e à exposição solar nos vales profundos. De um modo geral,o clima é bastante seco e os conjuntos montanhosos oferecem àsvinhas proteção contra os ventos. No Baixo Corgo o ar é maishúmido e fresco, pois recebe ainda alguma influência atlântica. Alémdisso, a pluviosidade é mais elevada, ajudando a fertilizar os solos ea aumentar a produção. No Cima Corgo, o clima é mediterrâneo eno Douro Superior chega mesmo a ser desértico (as temperaturaschegam aos 50ºC no Verão). 2 14

As regiões da Beira Interior, Távora-Varosa e Lafões situam-se no interior do país e dispersam-se entre a zona da BeiraBaixa e da Beira Alta, junto à fronteira com Espanha. Assuas denominações, uma mais históricas que outras,produzem vinhos muito distintos fruto dos diversos climasexistentes em cada sub-região.Os solos da região são deorigem granítica e xistosa, fruto do relevo acidentado emontanhoso da região. As adegas cooperativas produzem quasetodo o vinho da região, apesar de, cada vez mais, surgirem nomercado vinhos de pequenos e médios produtores. As castastintas mais cultivadas na Denominação de Origem da BeiraInterior são a Tinta Roriz, Bastardo, Marufo, Rufete e TourigaNacional. As castas brancas com maior expressão na região sãoa Síria, Malvasia Fina, Arinto e Rabo de Ovelha. A região reúneboas condições para a produção de brancos frescos earomáticos e tintos frutados e encorpados.Denominação deOrigem de Lafões é uma pequena região no norte do Dão compoucos produtores. Apesar disso, os vinhos tintos da região sãoespecialmente reconhecidos pela sua luminosidade enquanto osbrancos são caracterizados por elevada acidez. As castasAmaral e Jaen são as mais utilizadas na produção de vinho tinto,enquanto as castas Arinto, Cercial e Rabo de Ovelha são aspreferidas na produção de vinho branco. A norte da região dasBeiras e fazendo fronteira com a região do Douro, situa-se aDenominação de Origem Távora-Varosa. É uma região depequena dimensão, todavia muito relevante na produção deespumantes. As castas brancas são as predominantes na região(Malvasia Fina, Cerceal, Gouveio, Chardonnay). As castas tintasmais plantadas são a Touriga Francesa, Tinta Barroca, TourigaNacional, Tinta Roriz e Pinot Noir. 2 15

Nesta região as vinhas situam-se entre os 400 e os 700 metros dealtitude e em solos onde predominam os pinheiros e as culturas demilho. A região do Dão, rodeada de serras que a protegem dos ventos,produz vinhos com elevada capacidade de envelhecimento em garrafa.A zona do Dão situa-se na região da Beira Alta, no centro Norte de Portugal.As condições geográficas são excelentes para produção de vinhos: asserras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela protegem as vinhas dainfluência de ventos. A região é extremamente montanhosa, contudo aaltitude na zona sul é menos elevada. Os 20000 hectares de vinhas situam-se maioritariamente entre os 400 e 700 metros de altitude e desenvolvem-se em solos xistosos (na zona sul da região) ou graníticos de poucaprofundidade. O clima no Dão sofre simultaneamente a influência doAtlântico e do Interior, por isso os Invernos são frios e chuvosos enquantoos Verões são quentes e secos. O Dão é uma região com muitosprodutores, onde cada um detém pequenas propriedades. Durantedécadas, as uvas foram entregues às adegas cooperativas encarregadasda produção do vinho. O vinho era, posteriormente, vendido a retalho agrandes e médias empresas, que o engarrafavam e vendiam com as suasmarcas.As vinhas são constituídas por uma grande diversidade de castas,entre as quais a Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz (nasvariedades tintas) e Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho(nas variedades brancas). Os vinhos brancos são bastantes aromáticos,frutados e bastante equilibrados. Os tintos são bem encorpados, aromáticose podem ganhar bastante complexidade após envelhecimento em garrafa. 2 16

A Península de Setúbal é rodeada pelo oceano Atlântico epelos rios Tejo e Sado. A região, situada a sul de Lisboa, éessencialmente marcada pelo turismo e pelas grandesexplorações vitícolas. Desde as grandes exploraçõesdominadas pela casta Castelão até ao Moscatel, um dosvinhos generosos nacionais, esta região sempre teve umlugar cimeiro na história dos vinhos portugueses.Estes terrenos são compostos por solos de areia, tornando-osbastante pobres e perfeitamente adaptados à produção de uvas degrande qualidade. O clima da região é mediterrânico temperadocom Verões quentes e secos e Invernos amenos e chuvosos. Ahumidade relativa média anual situa-se entre os 75% a 80%, o quereflecte a proximidade do mar. A Península de Setúbalcompreende duas Denominações de Origem (Palmela e Setúbal) ea designação de vinhos regionais Península de Setúbal. A maiorparte dos vinhos da região utilizam a casta Castelão na suacomposição. Esta é a casta tradicional da zona e a legislação paraa produção de vinhos DO obriga à utilização de uma percentagemelevada de Castelão, por exemplo o DO de Palmela tem de serconstituído por 66,7% desta casta. As castas brancas dominantesna região são a Fernão Pires, a Arinto e naturalmente, a Moscatelde Setúbal, que é utilizada em vinhos brancos e também nosvinhos generosos da Denominação de Origem de Setúbal. O vinhogeneroso de Setúbal elaborado a partir das castas Moscatel eMoscatel Roxo é um dos mais antigos e famosos vinhos mundiais. 2 17

Muitas vezes considerado o paraíso turístico de Portugal, oAlgarve é uma região onde a área de vinha decresceu nosúltimos anos. A indústria turística ocupou grande parte da áreados terrenos agrícolas e o vinho algarvio esteve próximo daextinção. Hoje, há de novo interesse vitivinícola na região einveste-se no desenvolvimento deste sector.O Algarve situa-se no sul de Portugal. É uma região com um climamuito específico: está próximo do mar, contudo também sofre ainfluência da montanha (serras Espinhaço de Cão, Caldeirão eMonchique). As serras são muito importantes na agricultura algarvia,pois protegem as explorações de ventos provenientes do norte. Destemodo, o clima é quente, seco, com reduzidas amplitudes térmicas ecom uma média de 3000 horas de sol por ano.últimos anos, a regiãoestá a receber investimentos para revitalizar o sector vitivinícola.Iniciou-se a replantação de castas, a modernização das adegas epraticaram-se novos métodos de produção de vinhos.A região do Algarve é constituída por quatro Denominações deOrigem: Lagos, Lagoa, Portimão e Tavira. Contudo, a maior parte dovinho produzido insere-se na designação “vinho regional do Algarve”.As castas tradicionais da região são a Castelão e a Negra Mole (nasvariedades tintas) e a Arinto e a Síria (nas variedades brancas). Acasta Syrah foi umas das castas utilizadas na replantação das vinhase demonstrou total adaptabilidade ao clima da região, por isso temsido muito plantada pelos viticultores. 2 18

As nove ilhas do arquipélago dos Açores apresentamcondições climáticas pouco favoráveis à plantação devinha. Contudo, a vinha tem uma longa tradição na região,pois é cultivada desde o século XV. Os Açores destacam-sena produção de vinho generoso da região do Pico eGraciosa. Na ilha Terceira produz-se um vinho branco levee seco. O arquipélago dos Açores, em pleno oceano Atlântico,é constituído por solos vulcânicos e tem um climaprofundamente marítimo. As temperaturas são amenas durantetodo o ano, apesar do elevado nível de precipitação ehumidade atmosférica. Deste modo, as vinhas têm de serplantadas em locais onde fiquem naturalmente abrigadas ousão protegidas por acção do Homem. Os currais, são muros depedras onde se plantam as vinhas que desta forma ficamprotegidas do vento e do ar salgado do mar.As Denominaçõesde Origem Graciosa, Biscoitos (na ilha Terceira) e Pico foramcriadas em 1994. Na Graciosa produz-se vinho branco a partirdas castas Verdelho, Arinto, Terrantez, Boal e Fernão Pires. Nailha Terceira, na região de Biscoitos, as castas Verdelho, Arintoe Terrantez são utilizadas para elaborar vinho generoso. Asmesmas castas são plantadas no Pico onde se produz ogeneroso da ilha do Pico, considerado o melhor vinhoproduzido na região. 2 19

Diversidade de solos e climas aliados a exploraçõesvitivinícolas de grande dimensão com baixos custos deprodução são as principais características do Ribatejo. Estaregião fértil, outrora com elevadas produções que abasteciamo mercado interno e as colónias em África, produz vinhosbrancos e tintos de qualidade a um preço extremamentecompetitivo.No Ribatejo pratica-se uma agricultura extensiva: produtoshortícolas e frutícolas, arroz, oliveiras e vinha preenchem as vastasplanícies ribatejanas. A Denominação de Origem do Ribatejoapresenta seis sub-regiões (Almeirim, Cartaxo, Chamusca,Coruche, Santarém e Tomar). Na margem direita do Tejo, depoisdos solos junto ao rio, situa-se a zona do bairro. É constituída porsolos mais pobres e de origem calcária e argilosa, dispostos emterrenos mais irregulares entre montes e planícies. As principaisplantações na zona do bairro são as oliveiras e as vinhas. Damargem esquerda do Tejo às regiões do sul próximas do Alentejolocaliza-se a zona designada charneca. Aí, os solos são poucoprodutivos e explora-se culturas que necessitam de pouca água,como por exemplo vinhas e sobreiros. O Ribatejo era uma regiãoonde as grandes casas agrícolas pretendiam obter o máximorendimento das vinhas e posteriormente produzir um vinho depouca qualidade que seria vendido a granel. A legislação para aregião é pouco restrita e permitiu a introdução de castasportuguesas e estrangeiras. Os vinhos tintos DOC do Ribatejoprovêm de castas tradicionais da região (Trincadeira ou Castelão)e de outras castas nobres, como a Touriga Nacional. A castabranca mais plantada na região é a Fernão Pires, sendopraticamente indispensável na produção dos brancos ribatejanos. 2 20