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Livro de contos 9A

Published by evandrosilva, 2017-10-09 13:29:19

Description: Livro de contos 9A

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Um passo de cada vez 02 Morador de rua 05 Perguntas 07 Julgamento errado 09Falta de tempo ou má adaptação? 13 A mulher na rua 15 Justiça seja feita 16 A história de André 18 A menina e o velhinho 20 Viagem Sem Fim 21 Olhe para o invisível 24 Invisível 25 Carta de T... 27 Dias ruins 30 Invisível 32 O arrependimento 35 As drogas 38 Empregada 40 Qual a diferença? 43

Um passo de cada vez Eu ainda me lembro daquela sexta-feira à noite. Quando tiveque tomar a difícil escolha de largar meus amigos e meupequeno barraco. De quando percebi que teria que deixarPernambuco, o lugar em que nós dois nascemos. A nossa maior dificuldade era a gravidez de Joana, com doismeses. Estávamos a quase um mês pensando em ir para SãoPaulo, porque durante um tempo, trabalhava numa obra pertode casa, como pedreiro. Minha esposa sempre me falava:“Vagner, querido, não pode viver de bicos, tu tens que arrumarum emprego”. Mas sem ter feito uma faculdade, era mais difícil. Nossas economias estavam acabando, e como Joana nãoestava mais trabalhando, precisávamos ir para um lugar commais oportunidades:- Temos que tentar, querida.- E se não conseguirmos? Tu tens que arrumar um emprego.- Daremos um jeito.- Tenho medo de ter que voltar.- Vai dar certo. Qualquer coisa é melhor que isso.- Sim. Qualquer coisa. Arrumamos nossas coisas e fomos rumo à capital. Chegandolá, fomos para a pensão que do tio da Joana. Apesar da nossaviagem de ônibus ter sido apertada e difícil, chegamos bem. No dia seguinte do que chegamos e depois termos ficado emum quarto limpinho, fui tentar arrumar um trabalho, semsucesso, isso durante um mês. 2

Passei a procurar trabalhos por conta, e apesar de querertrabalhar em uma lanchonete ou restaurante, fui catar papelãoe outros materiais recicláveis, e apesar de não ter um saláriofixo, consigo revendê-los. Após alguns meses no Brasil, nosso filho nasceu. Temposdepois, Pedro foi para uma creche, e Joana conseguiu continuarcuidando da nossa pequena casa e, realmente, depois quechegamosem São Paulo, há quase 3 anos, temos o dinheiro queganho com os materiais revendidos e consigo pagar algumascontas. Não estamos nas melhores condições, mas apesar de tudo, eue minha família estamos indo como o ditado de Joana: “Umpasso de cada vez”. Elena Eduarda - 9°Ano A 3

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Morador de rua João é um morador de rua que perdeu sua família. Muitasvezes não tinham o que comer, nem beber. Ele dorme na ruasobre papelão e, muitas vezes sente frio, pois seu cobertor nãoo esquentabastante. João não tem um lugar fixo para dormir,pois quando chove tem que mudar de local ou as pessoasexpulsam-no da frente de seu estabelecimento. Certa tarde, João foi procurar um lugar para passar a noite,quando achou um bom “cantinho”, percebeu que tinha outromendigo ali, mas ele não desistiu e foi falar com o mendigo paraver se podia dormir ali também... -Oi, eu sou João e gostaria de ficar aqui esta noite, será queeu posso? O mendigo respondeu: -Claro que pode. - Ahh... Muito obrigado. Você é muito gentil, poderia medizer o seu nome? - Meu nome é Wilson. Há quanto tempo você está morandona rua, João? -Estou morando há uns 2 anos, e você? -Faz tanto tempo que nem me lembro mais. Mas... por qualmotivo você começou a morar na rua? -É que eu me envolvi com droga e perdi tudo. -É, eu também. Essa noite João achou um lugar seguro para dormir, mas seráque ele encontrará um lugar para dormir amanhã ou será queaté amanhã ele estará vivo?! 5

Alice – 9ºAno A 6

Perguntas Nessa entrevista eu falarei com um morador de rua. A reportagem mostrará a vida de um morador de rua. A repórter fala: -Vamos começar? O morador fala: -Sim. Logo a repórter faz a primeira pergunta: -Qual seu nome? -O meu nome é kleber. -De onde você vem? -Eu sou do Acre. -Você tem família? -Sim, eu tenho 3 filhos e estou com saudades deles. -A quanto tempo você está em São Paulo? -Eu estou há 10 anos. -Como você faz para comer? - As pessoas me dão ou eu peço no farol, masinfelizmente, eu não como todos os dias. Na metade da reportagem, kleber começa a chorar e arepórter pergunta: - Por que você está chorando? Kleber responde: -Eu sofro muito na rua, as pessoas me desprezam, passomuito frio, na rua entre outras coisas. -Você pretende voltar para o Acre? -Sim, eu estou economizando dinheiro para ir ao Acre. -Quanto custa a passagem? 7

-A passagem custa 500 reais, mas eu já tenho 263 reais. -Como você consegue as suas roupas? - Eu pego uma vez por mês na igreja. -Ok,Kleber!Muito obrigado de participar dessareportagem. -Obrigado eu. Arthur – 9ºAno A 8

Julgamento Errado “Eu estava cansada, meu dia havia sido agitado e péssimo”,Maki pensou. Havia três lições de casa, sua irmã pequena nãoparava de atormentar e ela ainda tinha que arrumar a casa.Odiava sua vida! Entrou em seu quarto, jogando a mochila de qualquer jeitona cama e sentou na escrivaninha, ligando o computador.Colocou no Youtube “NotToday” do BTS e entrou nas redessociais que tinha. O tédio a dominava no momento. Passava o olho nos tweets,quando algo chamou sua atenção: “Antes de jogarem hate e piadinhas maldosas para cima dealguém, tenham certeza de que esse alguém é mesmo culpado.” Franziu o cenho, clicando na tag e lendo os outros tweetsdela. “Vai fazer vídeo atrás de macho no omagle que vc’ ganhamais flor.” Arregalou os olhos, buscando saber mais do que aconteceu.Após ler outros tweets, chegou à conclusão que,aparentemente, Hina, dona de um canal no Youtube, criou umanotícia falsa e as pessoas descobriram isso, ficando chocadascom tal comportamento. Não procurou saber de mais detalhes, só que uma coisa quelera a deixou bastante incomodada. “Se mata.” 9

E o pior é que isso ocorreu contínuas vezes. Ela tinha errado,tudo bem, todo mundo erra, por esse motivo isso não dá odireito a eles de falarem um absurdo desse! Queria não se intrometer, queria mesmo, porém suaconsciência gritava, praticamente, para que conversasse comHina. Era por simples impulso. Clicou no perfil dela, ajeitava suafranja, e mandou: “Oi” Ouviu sua mãe lhe chamar para comer e com um suspiro,levantou-se, indo até a cozinha. Sentou à mesa, amarrou seucabelo, razoavelmente grande e castanho, num rabo de cavalo,deixando a franja solta. Odiava ter que almoçar em família, erauma droga. Terminou rapidamente sua comida, trancando-seno quarto. Viu que tinha uma DM nova para ela e leu amensagem: “Olá...” – Era a resposta da mensagem que enviou antes. “Você está bem?” – A vida de Hina não lhe interessava enunca haviam se falado, contudo algo em si lhe dizia que era ocerto a se fazer. “E isso é da sua conta?” – Não podia nem reclamar dagrosseria, a seu ver, ela estava certa. “Claro que não, mas vi o que aconteceu e... Sei lá, se quiserdesabafar, tô aqui” – Mandou aquilo sem pensar muito, comose estivesse no modo automático, e a resposta que recebeu asurpreendeu bastante. “Sinceramente, eu quero morrer. Minha vida é ridícula de tãopéssima. Meus pais se separaram, moro com minha mãe, masmeu pai me visita às vezes e, eles não param de brigar. A mãeparece me odiar, na verdade, ela me odeia mesmo.Xingamentos são rotineiros na nossa relação. Não tenho 10

amigos, sou antissocial demais para ter um. Minha válvula deescape foi o canal. Com os vídeos eu fazia as pessoas rirem e mesentia bem em ler seus comentários. Mas isso aconteceu. Mejulgaram por coisas que não fiz! Estão me atacando por algo quenão tenho culpa! Eu... pensei em cometer suicídio. Porém, nãoconsigo... No momento em que a lâmina tocou em meu pulso,vacilei. Me odeio!” Maki estava pasma. Parecia ter congelado com as mãos noteclado. Sua franja nem incomodava naquele momento, mesmoestando nos olhos. Sua mente estava em colapso, nãoimaginava aquilo. Hina estava sofrendo e ninguém via! Todos ajulgavam e nem se preocupavam com o estado dela. Não sabiao que fazer, o que dizer. Reclamava tanto da sua vida, enquantohavia gente passando coisa pior. Sentiu-se culpada, não feznada, mas o sentimento de culpa a consumia. Olhou novamentea mensagem e escreveu: “Não sei bem o que dizer, digo, estou chocada. Só não tiresua vida, por favor... só lhe peço isso” “Por que não? Me diz um motivo.” “Há pessoas que se preocupam com você, eu vi muitos lhedefendendo e pedindo para você não desistir do canal.” “Não se trata só do canal, estou cansada de tudo, sabe?” Maki estava entrandoem desespero, sentia que devia fazeralgo por ela. “Desabafe comigo, vamos marcar de sair para trocar ideias,tente! Se mesmo depois de tudo você não largar essespensamentos suicidas, te deixo em paz” “... Okay” A partir desse dia, aos poucos, Maki foi se aproximando maisde Hina até virarem amigas. Marcavam de se encontrar em 11

vários lugares, iam à casa uma da outra... Hina sentia-se viva. Aopermitir sabia que tinha alguém em quem confiar, que lheconsolaria, a faria rir. Mal podia acreditar que há algum tempoatrás pensou em se matar. Ter alguém como suporte mudoudrasticamente sua vida. Maki sentia-se realizado a aliviada, como se tivesse cumpridouma missão. Hina a fazia bem também, aprendeu a valorizarmais sua vida e ela deixava tudo mais divertido. Só que nãodeixava de pensar: Hina era uma. Quantas pessoas passavampelo mesmo problema e não eram ouvidas, como se fosseminvisíveis? Agradecia por pelo menos ter salvado e conhecidouma, a Hina, que virou sua melhor amiga no final. Caroline – 9ºAno A 12

Falta de tempo ou má adaptação? Em uma terça feira qualquer...6:50 – Um velho andando de manhã. Ele estava na padaria, naqual vai todos os dias para tomar café da manhã.7:20 –O velho aposentado termina de comer e vai em direção àsua casa, como em um dia qualquer. Atravessando a última avenida, até a sua casa, já um poucocansado, começa a andar um pouco mais lento, comdificuldade. Quando de repente...7:30 – O semáforo fecha rapidamente, o pobre velhinho éatropelado por um carro. A ambulância é chamada.O velho havia batido muito fortecom a cabeça.Seguem em direção ao hospital. Após vários exames, chega o diagnóstico. – Senhor, você está no hospital, bateu muito forte com acabeça. – diz a enfermeira O velho não responde. – Após os exames, fizemos o diagnóstico: TraumatismoCraniano.O senhor tem alguém para quem podemos ligar? O velho continuou em silêncio. Gabriel Approbato – 9º Ano A 13

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A mulher na rua Neide, uma mulher que precisa de ajuda para manterseus quatro filhos pequenos, pois está com problemas de saúde,precisa comprar seus remédios e não tem condições financeiraspara comprá-los. Então, ela sempre fica sentada na calçadapedindo ajuda, com a receita que o médico prescreveu. Percebe-se que, pelo o seu sotaque, ela veio do nordestepara São Paulo, em busca de uma melhor condição de vida eprovavelmente um hospital melhor, com melhores condiçõespara tratamento. Neide fala que apesar de suas dores no corpo e de todasas suas dificuldades, por conta do seu problema de saúde, elafaz de tudo para arranjar um emprego, mas não consegue porcausa de sua aparência. Esta é uma realidade triste, mas que está presente emnossa sociedade infelizmente. Vamos ver o ser humano, além de suas características físicas. Giovanna - 9ºAno A 15

Justiça seja feita Roberto é um gari, que passa por inúmeros julgamentos devárias pessoas que transitam nas ruas todos os dias.Julgamentos que nenhuma pessoa merece ouvir, discriminaçãopor conta de seu trabalho. Ele trabalha de segunda a sábado.Quando sai para otrabalho, ainda está escuro, por volta das 4:30 da manhã e sóvolta em tornodas 21:00h. Roberto trabalha para sustentar suamulher e seus dois filhos e conta que seu trabalho, infelizmente,não é muito reconhecido pelas pessoas. Diante disso, ele sempre comenta a respeito de um episódiovivido, onde estava trabalhando normalmente, quando precisoude uma informação: as horas.E, perguntou, educadamente,auma senhora que estava caminhando pelo local, já que seucelular não estava com ele naquele momento, e sua resposta foitotalmente inesperada: - Com licença, será que você poderia me informar as horas,por favor? A senhora olhou com cara de espanto e lhe perguntou: - O senhor quer saber as horas? - Sim, por favor. – Disse Roberto 16

- Então por que você não vai arrumar um emprego deverdade e comprar um relógio? – Disse a senhora, que saiuandando como se nada tivesse acontecido. Roberto também conta que não foi a primeira vez que umapessoa diz que ser gari não é um emprego de verdade, como sefosse um emprego para se ter vergonha. Muitas vezes tambémcomenta que as pessoas jogam lixo no chão de propósito e quenão é só com ele que isso ocorre. Ele não quer realizar nenhuma denuncia contra os ocorridose nem criar algum tipo de confusão, Roberto gostaria apenasque as pessoas parassem um pouco de ficar julgando tudo etodos e, que respeitassem o próximo, não importa qual seja seutrabalho. Isadora Garcia – 9ºAno A 17

A HISTÓRIA DE ANDRÉ Você imaginou ter uma vida e no dia seguinte não ter maisnada? André morava em Angola e veio para o Brasil com esperançade uma vida melhor. Ele trouxe todo seu dinheiro (não eramuito) para se sustentar na cidade, mas não conseguiu umemprego, pois as pessoas o julgavam por não falar a mesmalíngua, por não ter as mesmas roupas e por não seguir o modeloda sociedade. Seu dinheiro fora acabando, logo não conseguiuse sustentar e acabou morando na rua. As pessoas passavam por ele e o ignoravam. Um dia umhomem bem sucedido, chamado Marcelo, viu a situação etentou ajudar, dando-lhe dinheiro, Marcelo pensou que Andrégastaria o dinheiro com bebida ou drogas, mas não. Andrécomprou comida e dividiu com outros moradores de rua queestavam em volta dele. Com o passar dos dias, Marcelo sempre ia até lá ajudarAndré. Num certo dia, Marcelo ofereceu um emprego paraAndré. Depois de anos, André estava bem sucedido e trabalhavajunto com Marcelo. Assim os dois seguiram as suas vidas econtinuaram sendo amigos, ajudando um ao outro quandoprecisavam. Isadora Manfré – 9º Ano A 18

A menina e o velhinho Cabelos longos, encaracolados e escuros, olhos pretos,estava com um vestido de florzinha feito pela mãe. Myra erauma menina encantadora, ficava sempre pulando ecantarolando pelo clube. Em um dia de sol, Myra estavaalmoçando no clube em que era sócia quando viu um homemvelho, com cabelos brancos. Myra olhou o relógio, pagou a conta e saiu correndo. Já eranoite e a menina ainda estava no clube, ela era solitária por issoficava cantando, sozinha. Distraída,Myra, sem querer tromboucom alguém, ela olhou para cima e era o mesmo homem queela tinha visto no almoço, mas ela percebeu uma coisa a mais :ele era triste, ela viu a tristeza em seu olhar. - Desculpa – falou a menina depois de alguns segundos. - Tudo bem... Que menina bonita! - Obrigada- ele tinha uma voz rouca...era fofo – Você é fofo! - Hahahahaha, que menina inteligente! A risada dele parecia com a do Papai Noel, então Myra logogostou dele. - Por que você está sozinha aqui? – perguntou o moço. - Porque... porque eu não tenho amigas. – respondeu - Ué, uma menina tão legal, sem amigas. Porquê? - Também não sei. E o Senhor, porque está sozinho? Ele fez uma cara triste: - Porque eu vivo sozinho! – respondeu. - Qual é o seu nome? – perguntou a menina, tentando mudarde assunto. 19

- Eduardo. E o seu, mocinha? - Myra.Quer ser meu amigo? - Acho que você não quer ser amigo de um velho como eu! - Eu quero! – disse a menina sorrindo. - Então somos amigos agora! Myra e Eduardo se encontravam todos os dias no clube,Dudu ensinava coisas para Myra e ela ensinava coisas paraDudu. Jacqueline – 9ºA 20

Viagem Sem Fim Aqui estou mais um dia, que por sinal andam terríveis depoisdessa crise. Torna-se inútil pegar ônibus lotado para conseguirum emprego. Quando estava indo ao ponto de ônibus; logo perguntei paramim mesmo: “Por que é tão difícil?” -O senhor precisa de alguma ajuda? Disse um idoso que estavasentado ao meu lado. - Não, obrigado. Só estava pensando alto. Após isso, o velhinho falou algo no meu ouvido, coisa queestranhei muito. -Olha, meu “filho”, muitas vezes na vida, sejam em momentostristes ou alegres, devemos encarar as coisas comoconsequências. Depois disso, vi que meu ônibus estava chegando e medespedi do idoso. Ao entrar no ônibus, passei pela catraca, sentei-me perto docobrador e refleti sobre aquilo que o velhinho tinha dito àminha pessoa e me perguntei: “que tipo de causa fez com queeu enfrentasse o desemprego”. Cheguei a uma conclusão. Tive uma infância sofrida. Era morador da Rocinha,comunidade podre, onde não ter estudo era destino, meu paimorreu em uma troca de tiros. Desde então, eu tive quearranjar ‘uns bico’ na região e assim levava a vida, eram temposdifíceis... -Sem estudo, sem emprego de qualidade. Então é isso... 21

Chegando perto do meu ponto, já pensei em uma maneira dereverter isso. -Talvez não seja difícil voltar a estudar, mas ainda acho queum emprego conseguirei. Não lembro quantas vezes fuirejeitado, mas ainda tenho esperanças. Talvez eu só precisassede uma oportunidade... João Pedro – 9ºA 22

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Olhe para o invisível Tudo começou quando Robesvaldo era o empresário maisrico do Brasil, estava sempre aparecendo na mídia como umbem feitor e um homem generoso, mas na verdade eraextremamente ganancioso, desumano e não fazia questão deajudar pessoas necessitadas. A fama de bom homem de Robesvaldo estavacompletamente acabada, um vídeo onde supostamente oempresário cuspia em um morador de rua viralizou e denegriusua imagem, até que testemunhas se pronunciaram, afirmandoque o acontecimento retratado no vídeo era realmenteverdade. Robesvaldo teve que pagar uma multa,perdeupatrocinadores, estava prestes a falir por causa de suaarrogância e falta de humildade. Ainda não arrependido peloseu ato, percebeu que ainda valia apena se passar de“bonzinho”, resolveu então fazer uma ação social emcomunidades carentes, mandou seus representantesdistribuírem cestas básicas, ele estava errado essa ação social sóserviu para recuperar dois patrocinadores. Robesvaldo fez de tudo para recuperar pelo menos metadede seus patrocinadores, mas não conseguiu. Por problemasfinanceiros sua empresa faliu, Robesvaldo finalmente searrependeu pelos seus atos,porém já era tarde demais... Eleaprendeu uma lição: sempre olhe para as pessoas que sãoesquecidas pela sociedade, principalmente se você temcondições de ajudar. Júlia – 9ºA 24

InvisívelEra uma tarde de verão, o asfalto estava tão quente que José sesentia no inferno, mesmo estando sentado perto de umaárvore. O calor era cruel para seu corpo que já não era tãojovem.Estava com sede, com calor, mas principalmente, com fome,então para tentar se alimentar, José foi para o outro lado darua, onde havia um restaurante e dois barzinhos. Pensou quetalvez conseguisse pedir dinheiro para comprar algo ou quealguém daqueles estabelecimentos o ajudasse, então sentou-seperto desses lugares e esperou ver se alguém o ajudava.Muitas pessoas passavam por lá, porém sempre que Josétentava pedir dinheiro as pessoas o ignoravam, como se ele nãoexistisse. Tinha se esquecido que agora ele não é mais nadapara a sociedade, mesmo já tendo sido um bom e honestotrabalhador para ela.Sim, José já teve um trabalho, uma casa e uma vida até que bemtranquila, porém um dia ficou desempregado e quando tentouarranjar um novo trabalho disseram a ele que por causa de suaidade “ avançada” era bem provável que ele não arrumassenenhum e isso realmente ocorreu.Com o tempo, não tinha dinheiro para pagar as contas e nemmesmo para comprar algo para comer, por isso José foidespejado de sua casa e começou a morar na rua. 25

Depois de se lembrar do seu passado mais uma vez, Josécontinuou a pedir esmola ou esperar alguma ajuda, apesar deela ter demorado, um garçom de um dos estabelecimentos deuuma marmita para ele. Mesmo satisfeito por ter conseguido sealimentar, sabia que a fome iria voltar e que teria que fazertudo aquilo novamente.Começou a pensar e a questionar o por quê de sua vida ter tidoum rumo assim. Larissa – 9ºA 26

Carta de T... Prim!Prim! - Ah! Já são 6:00h da manhã. Este é Augusto, um homem humilde, que trabalha parasustentar o filho e cuidar da empresa. Ele acorda, coça osolhos e ainda com sono, sai da cama quentinha e bagunçada,se prepara e vai trabalhar, até pensa em ver seu filho,Toninho, que ainda está dormindo, porém se atrasaria para oserviço. Augusto sai de casa, cansado para mais um longo dia detrabalho. Ele é bem sucedido, pois é dono de sua própriaempresa, que não faliu nessa época de crise, como as outrasda região, justamente porque ele faz tudo por ela. Seu sonhoé de que seu filho, um dia, comande a empresa, por isso,Toninho estáem umas das melhores escolas que seu paiconseguiu bancar, particular e ainda por cima muito puxada. O alarme de Augusto toca, são duas da tarde, hora doalmoço. Ele ignora, apesar de estar morrendo de fome, poisprecisa ainda terminar os relatórios gigantes da empresa. Aoterminá-los, vai para casa.Pega um caminho superengarrafado, nem tem tempo de comer direito, mas pensaem ver seu filho, mas se esquece de que agora ele tem queficar o dia inteiro na escola.Então Augusto volta para o trabalho, pois se esqueceu deentregar os relatórios. Então ele tem um problema:estespapeis precisam ser entregues até às 4:15 p.m., mas jásão quatro da tarde! Ele sai correndo de casa, entra no carroe liga para secretária: 27

-Elaine, entre no meu computador e envie os relatóriospara o Mr.Kunishek. - Sim senhor, só um instante... - Rápido Elaine! - Ué?! Mas chefe... aqui está pedindo sua digital. - Então tente acessar pela porta do IP, a senha éIMPPIKMLK. - Apareceu o erro 00000089x, o que eu faço? - Nada Elaine, obrigado, vou tentar chegar aí a tempo. - Boa sorte! Enquanto isso, na sala de Toninho, a professora estáentregando as provas, ele acha que foi muito bem na prova,pois estava fácil. Quando ela chama seu nome e ele olhapara a nota, seu coração aperta, sente um frio na barriga, etudo começa a ficar preto, Toninho se debruça sobre a mesa,seus olhos começam a fechar e ele pensa: - “Meus pais vão me matar, já é a terceira notavermelha que tiro, eu preciso muito da ajuda de meu pai,minha mãe não consegue me ensinar, ela se irrita! Enquanto eu voltava para a casa andando, passou pelaminha cabeça a ideia de ter um pai mais presente, que meajudasse nos estudos e que me desse atenção, não precisavaser o melhor pai do mundo, só alguém que conversassecomigo.” Toninho Achei está carta na noite do dia em que meu filhomorreu, estava em seu bolso esquerdo, com sua assinatura.Devia ter dado mais atenção a ele, ter pensado menos no futuroe ter vivido mais o presente. Lucas – 9ºA 28

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Dias Ruins Em uma tarde quente, segunda-feira às 12:00am, muitamovimentação na rua, pois era horário do almoço.O simpleshomem, morador de rua com muito calor, pedia dinheiro pelosasfaltos quentes, ele passava por diversos carros, desde carrospopulares até carros de classe alta, de 50 carros, 49 afirmavamnão ter nada, nem 1 real, centavo, nem sobra de comida.Apenasum carro conseguiu dar 1 real, era o que ele tinha até o final dodia.O Homem em pleno final de tarde, deita no chão mais próximo,e começa a chorar, ao lembrar de sua vida de antigamente, emsua simples casa, mas era uma casa, com sua pequena família,mas era uma família, enfim. Ele teve lembranças de sua antigavida, ele chora ao lembrar que sua mulher lhe expulsou de casapor falta de dinheiro e por estar desempregado Ele para de chorar e, a noite fria acaba com a tarde quente,ele já preparado para o frio com suas roupas de inverno, andapara o próximo bar para afogar as magoas.Chegando lá, pedevários copinhos de pinga bem forte.Após dias com fome ao beber, ele desmaia e cai na rua. No meioda madrugada, ainda desmaiado, recebe diversas lâmpadas nacabeça, de um louco que passa.Quando ele acorda de ressaca, com fome e machucado, ohomem não tem forças para continuar e morre com dor e fome. Lucca – 9ºA 30

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Invisível Raquel seguia varrendo as ruas de São Paulo. Toda aquelasujeira já havia virado rotina, e apesar de ser cansativo e malremunerado, ela tinha orgulho do que fazia. Claro que poderiater cursado uma faculdade, ter um emprego bem visto pelasociedade, mas era o que tinha para se sustentar no momento. Em um dia nublado, chegou à sua casa exausta, segurandosacolas cheias de alimentos, foi direto para seu pequeno quartoonde deu um beijo em seu filho de cinco anos, que a esperavacom paciência. Logo depois, foi preparar o jantar e percebeuque havia se esquecido de comprar sal e açúcar, assim voltoupara o supermercado, onde foi vestida com sua roupa detrabalho. Logo que chegou lá começou a analisar, mesmo fora dasua área de trabalho, as pessoas não lhe davam atenção e nema tratavam com educação. Comprou o que precisava e seguiu em seu caminho paracasa, onde um homem dentro de um grupo de amigos jogou umpapel no chão, o que gerou uma polêmica. Isso coincidiu napassagem de Raquel pelo grupo e ela ouviu um comentário. -É bom que dá emprego para eles.- disse o homemapontando para Raquel. 32

Esta frase lhe deixou muito desanimada, como se nadaque ela fizesse tivesse importância, como se ela fosseindiferente para a sociedade, e mesmo que se orgulhasse doseu trabalho honesto e necessário num mundo como este, suainvisibilidade continuaria a mesma de sempre. Luiza – 9ºA 33

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O ArrependimentoLucas,um empresário não muito sucedido, era a decepção dafamília, porém mesmo assim era amado por ela. Era separadode seu esposo gay, por não ter muito dinheiro para sustentar-se.José, um morador de rua, abandonado pelos pais, porque eragay, começou trabalhando como gari, depois se casou com umhomem que o amava muito. Adotaram uma criança, porém nãosabiam as consequências, e a situação da família entrou emcrise. Depois de um tempo ele brigou com seu esposo e seseparou.Arrependido, após 5 meses voltou para casa, porém o seumarido e seu filho haviam se mudado. Não sabendo para ondeir, morou na rua durante dois anos.Ele dormia perto do metro, com roupas velhas e algunscobertores que achou no lixo, algumas pessoas lhe davamdinheiro, porém era pouco.Um dia Lucas parado na estação de metro, reconheceu José,que na hora estava dormindo. Lucas o acordou e lhe deu umcobertor e água e começou a falar:- José?-Lucas?- Por onde você andou? Eu esperei por você durante 2 anos e 5meses e você estava aqui esse tempo todo?José começou a chorar, mas prosseguiu sua fala:-Um dia comecei a refletir e voltei para casa, porém você nãoestava lá, esperei durante três horas, porém você não chegou. 35

Então pensei que você havia se mudado e me esquecido já queeu fui um covarde em deixar vocês num momento de crise. Medesculpa?- É claro José, você não sabe o quanto que senti sua falta enosso filho também.No fim durou um tempo para eles se reconciliarem, porém elesvoltaram a se falar e morar juntos. Maria Fernanda – 9ºA 36

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As drogas Zuleide tinha uma vida alegre, pois ela sempre pensava nolado bom das coisas e quase nunca no negativo e sempreandava sorridente, e o mais importante ela tinha uma famíliaunida com seus dois filhos, o mais velho Kleber de 18 anos e ocaçula, Gustavo de 14 anos e o seu marido Claudio de 40 anos. A família tinha uma vida normal, Zuleide trabalhava numbanco e Claudio numa gráfica e as crianças iam à escola.Toda anoite jantavam juntos, até que um dia algumas amigas deZuleide a convidaram para ir em uma balada, porém comoficaram bêbadas, acabaram provando crack. Zuleide foi a pessoaque ficou viciada fazendo com que se juntassea um grupo deoutras mulheres. No dia seguinte, Zuleide não apareceu em casa, então seumarido Claudio foi a delegacia falar que ela estavadesaparecida, depois de vários dias uma mulher reconheceu afoto de Zuleide na delegacia.Disse que tinha visto aquelasenhora na Vila Prudente. Assim, a família conseguiu encontrá-la, mas ela já estava viciada, colocaram-nanuma psiquiatra,praticamente só ela e a médica conversavam. Depois de três meses, Zuleide conseguiu fugir, alguns dizemque ela morreu, outros que ela saiu do país, porém acho quenunca iremos descobrir. Matheus – 9ºA 38

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Empregada Em mais um dia normal, como sempre, Josefa trabalhava nobelo casarão de seu patrão, um homem rico e de primeiraclasse. Seu nome é Danilo, um homem bastante renomado nocenário brasileiro, mas por outro lado, era totalmentearrogante, sem humildade, e principalmente, um homem “semcoração”. Diferentemente de Danilo, a sorridente e trabalhadora,Josefa, era uma profissional, pois com uma enorme paixão, elafazia seu trabalho. Talvez por ela ser uma mulher, ela era muitodesrespeitada no casarão pela família de Danilo. As crianças nãoobedeciam o que ela falava, nem sequer davam um bom dia.Juliana, a mulher de Danilo, sempre buscava atrapalhar otrabalho de Josefa, como por exemplo, sujar algo que Josefaacabou de limpar. E Danilo, não tem nem o que falar, atrasava osalário de Josefa, maltratava-a oralmente e a humilhava dianteao público. Mesmo com todos esses maus-tratos, Josefa permaneciafeliz. Continha 4 filhos que sempre a ajudavam nas tarefas decasa, pois sabiam que sua mãe chegava a casa cansada, eprecisando de ajuda no lar. No fim das contas, Josefa acabou pedindo demissão paraDanilo, justificando que não se sentia a vontade trabalhandocom ele e sua família. Acabou encontrando uma nova famíliapara trabalhar, que a respeitava e admirava seu trabalho. 40

A partir de agora, Josefa percebeu o quanto estava sendohumilhada, e que hoje, se encontra mais feliz ainda e sabendoque trabalha para uma família que a ajuda e a respeita. Victor Hugo – 9ºA 41

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Qual a diferença? Como você acha que é chegar num lugar novo, ondeninguém te conhece e os pensamentos das pessoas ao seuredor são diferentes? Como é chegar num lugar onde todos sãodiferentes? Mas uma característica, escolhida pela sociedade,pode mudar tudo? A pobreza, religião, moda... Clara era uma menina feliz que morava no Nordeste e eracheia de amigos. Ela era ela mesma. Mas seu pai teve umaoportunidade, que veio com consequências, uma delas foideixar tudo para trás. Clara deixou seus amigos e foi para umasociedade onde as pessoas têm um modelo, onde existemvárias classes e por isso ela seria diferenciada. Ela percebeu issoem seu primeiro dia de aula, onde seus colegas a isolavam porconta de sua aparência mais escura, pelas suas roupas, pela suaface cansada e seus amigos a julgavam sem saber pelo que Clarapassava: a pobreza, a fome,... Seus colegas não queriam saber: ela era diferente, fora dopadrão, e era isso que importava. Eles não percebiam que todoseram diferentes: o que importava era ela. Clara ainda era amesma, porém agora não era feliz, não tinha amigos, ela erainvisível. Ela chegava todos os dias no quarto pensando no que elatinha feito para ser tratada daquela forma, já que, todosnaquela sala eram diferentes um dos outros. Ela não entendia o 43

porquê de uma pessoa com costumes diferentes ser tratadadaquela forma. Ela pensava no Nordeste: de como ela era feliz,podia ser ela mesma e acolhiam a todos que chegavam. Poisagora era o contrário e, além disso, era tratada como se ser elamesma fosse errado, como se ela fosse obrigada a ser alguémque ela não queria. Clara começou a pensar no que ela no que ela ouvia sobre aexclusão e que agora ela sabia como essas pessoas retratadassofriam, sozinhas e sem apoio. Agora ela sabia como era ruim. Mas mesmo com tudo isso, em seu quarto, ela se sentiasegura. Era onde ela se sentia amparada e amada pela suafamília. Lá, ela era compreendida; No final, a sua família eraquem sempre estava ao seu lado, e a entendia. Bárbara da Silva Alexandre 44

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