Vale Mais aniversário JOANA MOSCOSO VIVEMOS UMA ÉPOCA CONTURBADA, MERGULHADOS NUM EXCESSO DE INFORMAÇÃO CONTINUAMENTE Investigadora no I3S RENOVADA NA INTERNET, EM QUE, POR VEZES, É DIFÍCIL DISTINGUIR A INFORMAÇÃO ISENTA, DAS A PRIMEIRA VEZ QUE LI A REVISTA VALE NOTÍCIAS FABRICADAS E PARCIAIS. TEMPOS EM QUE MAIS FOI NUM DIA DE SOL, QUANDO OS VALORES DEMOCRÁTICOS SÃO CONSTANTEMENTEPASSEAVA COM O MEU PAI PELAS RUAS DE POSTOS À PROVA E EM QUE OS JORNALISTAS, SOBRE VALENÇA. TINHA O PROFESSOR ANTÓNIO PRESSÃO, VEEM A SUA AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA MOLDADAS PELO PODER ECONÓMICO E POLÍTICO, E A NÓVOA, REITOR DA UNIVERSIDADE DE SUA AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA CONSTANTEMENTE LISBOA, NA CAPA E FOI UM PRAZER LER A SUA ENTREVISTA. LEMBRO-ME AMEAÇADAS PELA PRECARIEDADE DA PROFISSÃO. A PRÓPRIA IMPRENSA REGIONAL NÃO ESTÁ IMUNE DE TER FICADO IMPRESSIONADA COM A ESTE ESTADO DE COISAS E TODOS CONHECEMOS A QUALIDADE DA REVISTA, CHEGANDO ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO QUE, MUITAS VEZES, POR MESMO A ENVIAR UM E-MAIL PARA A UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA, SE SUBORDINAM A EQUIPA DE PRODUÇÃO, EXPRESSANDO LÓGICAS QUE DEIXAM A ÉTICA À PORTA DAS REDAÇÕES E O MEU AGRADO. DESDE ENTÃO CRUZEI- EM QUE DEONTOLOGIA E JORNALISMO NÃO CONVIVEM. ME VÁRIAS VEZES COM A VALE MAIS, CADA VEZ PRECISAMOS MAIS DE UMA IMPRENSA ACOMPANHANDO A SUA EVOLUÇÃO E PRÓXIMA DOS CIDADÃOS, COM UMA INFORMAÇÃO TRANSFORMAÇÃO AO LONGO DO TEMPO. OS PRIMEIROS ANOS DE UM PROJETO OBJETIVA E RIGOROSA AO SERVIÇO DO SÃO, TALVEZ, OS MAIS DIFÍCEIS. HÁ QUE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E DOS VALORES DEFINIR A MISSÃO, MARCAR O RITMO, DEMOCRÁTICOS, E COM MECANISMOS DE DEFESA QUE A CONSOLIDAR E DESENVOLVER AS LINHAS ISENTE DE PRESSÕES POLÍTICAS E ECONÓMICAS. DE AÇÃO PRINCIPAIS, E GARANTIR A SUA A REVISTA VALE MAIS, PELOS OBJETIVOS QUESUSTENTABILIDADE. POR ISSO, FICO MUITO PERSEGUE, PELA ABRANGÊNCIA REGIONAL QUE CONTENTE EM SABER QUE ESTE ANO SE OCUPA E PELO TRABALHO JÁ DESENVOLVIDO, TEM UM CELEBRA O 6.º ANIVERSÁRIO DA VALE PAPEL RELEVANTE NO ALTO MINHO NO CONTRIBUTO MAIS. QUANDO HOJE VIRO AS PÁGINAS DA PARA A EXISTÊNCIA DE COMUNIDADES INFORMADAS,REVISTA, SINTO A FORÇA E O CARÁCTER DO SOCIALMENTE ATENTAS E ATUANTES. MINHO. CARLOS EDUARDO VIANA Presidente do associação cineclubista AO NORTE valemais.pt 51
Vale Mais aniversário JOÃO CARLOS COSTA QUERO, EM PRIMEIRO LUGAR, FELICITAR A DIREÇÃO E A REDAÇÃO DA VALE MAIS UMA Treinador Adjunto da Seleção Nacional de Futebol REVISTA EXTRAORDINÁRIA, QUE VEIO COMPLETAR UMA LACUNA QUE HAVIA NO ALTO A VALE MAIS É HOJE UM PROJECTO CONSOLIDADO NO RESPEITO PELAS MINHO, NOMEADAMENTE EM MONÇÃO, ONDECARACTERÍSTICAS DA REGIÃO E NA DIVULGAÇÃO NASCI E RESIDO. TEM FEITO UM TRABALHO DAS INICIATIVAS DOS MINHOTOS; NÃO APENAS EXTRAORDINÁRIO, COM AS MAIS DIVERSAS NA REGIÃO MAS PELO MUNDO FORA. ABORDAGENS, NA DIVULGAÇÃO DE ARTISTAS E PESSOAS QUE, DE CERTO MODO, SE TÊM ESTÃO DE PARABÉNS OS RESPONSÁVEIS DO PROJETO, OS SEUS EDITORES E AUTORES, MAS DISTINGUIDO NO ÂMBITO CULTURAL E MUSICAL, SOBRETUDO A POPULAÇÃO, OS LEITORES QUE TAMBÉM NO GASTRONÓMICO… FAZIA FALTA UMASOUBERAM DE FORMA INTELIGENTE ABRAÇAR REVISTA QUE É OBSERVADA E VISTA EM TODO ESTA IDEIA, SENDO PARTE DELA. O ALTO MINHO, DESDE MELGAÇO A VIANA DO CASTELO, E QUE TEM TIDO, AO LONGO DESTES NUM TEMPO EM QUE A IMPRENSA ESCRITA ANOS, UMA INTERPRETAÇÃO MUITO CORRETA EM SOFRE DIARIAMENTE O ESCRUTÍNIO DAS DIVERSAS VERTENTES – NÃO SÓ NO CULTURAL, MAS TAMBÉM NA RESTAURAÇÃO, IMOBILIÁRIO, ETC.. VENDAS E TIRAGENS, A SUSTENTABILIDADE – COM UM TRABALHO DEVERAS IMPORTANTE.. SÃO DA REVISTA SÓ É, E SERÁ POSSÍVEL, COM O SEIS ANOS A BATER PARA BATER PALMAS A UMA ENGENHO E ASTÚCIA DE UMA EQUIPA JOVEM, REVISTA QUE TEM PERNAS PARA CONTINUAR CADA VEZ MELHOR. FELIZMENTE, NÃO HÁ SÓ NOTÍCIAS MAS COMPETENTE, COMO A VOSSA. MÁS E A VALE MAIS VALORIZA MAIS AS BOAS. ISSO TAMBÉM É MUITO IMPORTANTE. JOSÉ PUSKAS Artista/Pintor52 valemais.pt
Vale Mais aniversário É TÃO DIFÍCIL, EM MEIOS PEQUENOS, TER UMA NUNO POUSADA REVISTA COMO A VALE MAIS, POIS O MERCADO PUBLICITÁRIO É CADA VEZ MENOR. A REVISTA Diretor das Portas do Lindoso do PNPG TEM BONS CONTEÚDOS, ACOMPANHA A CAROS JORNALISTAS, ATUALIDADE DA REGIÃO, TEM UM GRAFISMO COLABORADORES E LEITORES MARAVILHOSO E, QUANDO AS COISAS SÃO DA REVISTA VALE MAIS:DIFÍCEIS DE PAGAR… IMAGINO AS DIFICULDADES QUE ENFRENTA TODA A IMPRENSA REGIONAL; QUERO PARABENIZAR A TODOS EU PRÓPRIO TENHO RÁDIOS AQUI NO DISTRITO POR TER TORNADO A REVISTA UMA REFERÊNCIA NA LEITURA E SEI MUITO BEM DAS DIFICULDADES… E,PORTANTO, A REVISTA AFIRMAR-SE, CONTINUAR DE TANTOS QUE VIVEM E RESPIRAM O ALTO MINHO. SÃO NAS BANCAS, SEM PERDER QUALIDADE, SEJADE GRAFISMO OU DE CONTEÚDO, É REALMENTE OS MEUS VOTOS PESSOAIS QUE ESTES SEIS ANOS DE UMA COISA MARAVILHOSA. TIRO O CHAPÉU A EXISTÊNCIA SE PERPETUEM QUEM ESTÁ À FRENTE DA VALE MAIS PORQUE POR MUITOS VINDOUROS COMREALMENTE, SEI, NÃO É FÁCIL. AINDA POR CIMA, A MESMA EXCELÊNCIA A QUEHOJE EM DIA, EM QUE TUDO ESTÁ VIRADO PARA NOS TEM HABITUADO. A INTERNET E A INFORMAÇÃO ONLINE, É DE LOUVAR E UM ORGULHO TER UMA REVISTA OS MELHORES CUMPRIMENTOS E NUNCA SE ESQUEÇAM: COMO A VALE MAIS NO DISTRITO. UMA PALAVRA VALE MAIS JOÃO CARVALHO Diretor do Festival de Paredes de Coura valemais.pt 53
Vale Mais aniversário PAULO TORRES BENTO PESSOALMENTE, QUERO FELICITAR A REVISTA Professor e Historiador VALE MAIS PELO SEU A REVISTA “VALE MAIS”, BENEFICIANDO ANIVERSÁRIO, SOBRETUDO DE UM ATRATIVO GRAFISMO E DE UMA PELO CONTRIBUTO DUMA DISTRIBUIÇÃO MUITO ALARGADA — QUE PUBLICAÇÃO COM ENORME INCLUI OS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES —, QUALIDADE, COM TEMAS LOGROU UMA CRESCENTE VISIBILIDADE NO MUITO BEM SELECIONADOS EALTO MINHO. PARA TAL, TAMBÉM CONTRIBUEM QUE RELEVAM O TERRITÓRIO OS SEUS COLUNISTAS REGULARES, NA EM QUE ESTÁ INSERIDO. GENERALIDADE DE BOA VALIA, E ALGUMAS OCASIONAIS REPORTAGENS E ESTUDOS UMA BOA EQUIPA VERSANDO TEMAS DE ORDEM CULTURAL E DE GRANDEHISTÓRICA. VALERIA AINDA MAIS SE ALARGASSE O SEU CORPO REDATORIAL PRÓPRIO COM PROFISSIONALISMO E QUE JOVENS JORNALISTAS ORIUNDOS DA REGIÃO, DÁ A CONHECER O QUE DE PERMITINDO-LHE AFASTAR-SE DE UM REGISTO MELHOR SE FAZ NO ALTO PORVENTURA DEPENDENTE EM DEMASIA DOS PROLIXOS AGENTES DE COMUNICAÇÃO DOS MINHO.MUNICÍPIOS E ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS, QUE LHE IMPRIMEM UM AR INSTITUCIONAL. CONDE DE CALHEIROS Presidente da TURIHAB – Associação de Turismo de Habitação e diretor do Festival dos Jardins de Ponte de Lima54 valemais.pt
Vale Mais aniversárioPublicidade NUNO SOARES Opel Corsa Enjoy 1.3 CDTI 2011 Corsa Dynamic 1.2 5p 2016 Diretor da Casa das Artes de Arcos deValdevez BMW m1 de 2012 340 cv Opel Insígnia 2.0 CDTI executive 2012 NUM DISTRITO ONDE NÃO IMPERAM OS Peugeot 108 Allure 5p Opel Astra Dynamic 1,6 tdci 2016 PROJETOS JORNALÍSTICOS DE ASSUMIDA CRIATIVIDADE, OUSADIA E ATITUDE, APESAR Opel Astra 5p Inovation 105cv 2016 Focus Titanium 1.5TDCI 120cv 2015DE UM PASSADO HISTÓRICO DA REGIÃO, NESTA ÁREA, VERDADEIRAMENTE REFERENCIAL, sentido monção N 101 sentido valença A LUFADA DE AR FRESCO PROTAGONIZADAPELA REVISTA VALE MAIS FOI, E É, UM MOTOR Lugar da Gandra Mazedo Monção DE ATENÇÃO E DE ESPERANÇA PARA UMA NOVA GERAÇÃO DE COMUNICADORES E DE www.irmaospereira.pt CONSUMIDORES QUE ESPERAM AINDA, E COM TODA A JUSTIÇA, QUE A IMPRENSA LOCAL ASSUMA O SEU PAPEL DIFERENCIADOR E DE INTERVENÇÃO NA VIDA E NA SOCIEDADE DA NOSSA REGIÃO. POR OUTRO LADO, E COMO “ENTE CULTURAL”, RECONHEÇO IGUALMENTE O PAPEL QUE A VM TEM TIDO COMO DIFUSOR DAS DINÂMICAS CULTURAIS DO NOSSO ALTO-MINHO E DA SUA FORTE IDENTIDADE, ELEMENTOSFUNDAMENTAIS PARA A POTENCIAÇÃO DE UMTERRITÓRIO QUE TANTAS VEZES É SUBTRAÍDONAS “ARITMÉTICAS NACIONAIS”, E QUE, AFINAL, É BERÇO E MOTOR HISTÓRICO DA FORMAÇÃODE PORTUGAL E DA CONSTRUÇÃO, AINDA HOJE, DESTE FANTÁSTICO PAÍS ONDE VIVEMOS. PARABÉNS E BEM HAJAM VALE MAIS! valemais.pt 55
Entrevista #Ponte de Lima Manuel S. Direitos ReservadosFestival de jardins já vai no 13.º ano MAIS DE UM MILHÃO DE VISITAS AO LONGO DOS ANOSO Festival de Jardins de Ponte de Lima Nele estão representados 12 jardins de oito países: A Globalização das já vai na 13ª edição e, cada vez mais, Plantas - Casa Comum (Instituto S. João de Deus – Casa de Saúde S. continuam a ser uma referência José e Aroma do Vale – Portugal); A Viagem das Descobertas (Carinafundamental na vila “capital do sarrabulho”. A Esteves e Maria José Cachaço – Portugal); Um Jardim para Descobrirdecorrer na margem direita do Lima, mesmo (Pablo Torralba e Maria Rosa Pina Burón – Espanha); Novaterra (Joséem frente à vila, abriu a 26 de maio e está de Souto – Espanha); El Secreto (Melisa Duque Fernández e Agustinaportas abertas até 31 de outubro. “Jardim das Bazán – Espanha/Argentina); Inventionem Arcus –The Discovery ofDescobertas” é o tema deste ano. the Rainbow (Lea Rutz e Xenia Hofmann – Alemanha); A Descoberta dos Sentidos – DRIADES Paisagismo (Daniele Costa e Regiane FreitasAo longo das suas edições, calcula-se que já tenha registado – Brasil); Jardim dos Sete Continentes (Mara David Lalic, Michalcerca de um milhão de visitas. Só na edição de 2016, o Gajkowski, Petra Muller, Roland Wuck – Boku University – Áustria);número de visitantes andou pelos 105 mil. Descobre a Descoberta (LoStudioQ – Ilaria Tabarani, Lollo Decembrini e Carlo Giannone – Itália); Intersezione Ponte de Lima (Aris de BakkerEste evento é o único do género em Portugal distinguido e Karola Pezarro – Holanda) e El Jardin del Circulo (Masayuki Tanaka –com o título Garden Tourism Awar. Em abril último, Japão) são os nomes dos jardins em exposição permanente. A par derecebeu mais um galardão internacional – o EFFE Label “96 Por Cento”, o jardim mais votado pelos visitantes na edição de 2016.2017-2018 – depois da respetiva candidatura ter obtido oreconhecimento, da parte do júri, que o incluiu no Festivalna lista Europe for Festivals, Festivals for Europe (EFFE)para o biénio 2017-2018.56 valemais.pt
Este ano decorre também o Festival de Jardins Escolinhas, ESTA É JÁ A 13ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DOS JARDINS. QUAL Aenvolvendo alunos e professores, pais e pessoal não EVOLUÇÃO REGISTADA NESTE ESPAÇO DE TEMPO?docente. Já vai na 3ª edição. Em 2016, o jardim mais votadofoi o “Galo Pedrês vale por três”, da autoria dos alunos do O Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima tem, cadaJardim de Infância do Centro Educativo da Facha. ano que passa, evoluído muito positivamente, quer na qualidade dos trabalhos apresentados, quer na diversificação dos paísesDurante este mês e o próximo, o Festival pode ser visitado oriundos dos projetos, quer no profissionalismo da equipa dedas 10h00 às 20h00; em setembro, das 10h00 às 12h00 e jardinagem da Câmara Municipal na construção e execuçãodas 13h00 às 19h00; e, em outubro, encerra às 18 horas. dos projetos, quer ainda na afluência que todos os anos vemNo período da manhã de segunda-feira, encontra-se aumentando progressivamente.encerrado para se efetuar a manutenção do mesmo. MAIS ESTRANGEIROS A VISITARA edição de 2018 já tem tema, “O Clima nos Jardins”,e as candidaturas já estão abertas e prolongam-se até COMO ESTÁ A DECORRER ESTA EDIÇÃO RELATIVAMENTE À DO ÚLTIMO15 de novembro. ANO? MAIS OU MENOS CONCORRENTES? MAIS OU MENOS PÚBLICO?Francisco de Calheiros (Conde de Calheiros), uma figura Nota-se que este ano o Festival está a ser visitado por mais estrangeiros e,limiana prestigiada aquém e além fronteiras, é o diretor sobretudo, visitas orientadas por especialistas e associações de amantesdo Festival de Jardins de Ponte de Lima. De bom grado, de jardins. O número de concorrentes superou o do ano passado e,aceitou o desafio da VALE MAIS para uma breve conversa. espera-se, que, com a qualidade dos projetos apresentados, também o número de visitantes irá aumentar. valemais.pt 57
Porquê, este ano, o tema “Jardim das Descobertas”? E, no próximo, “O Clima dos Jardins”? O tema é sempre escolhido pelo Júri e tem em linha de conta aspetos ou eventos que consideram acontecimentos ou preocupações atuais; naturalmente que as “descobertas” é um tema que tem uma larga interpretação, quer relacionado com os descobrimentos, quer com a ciência, tendo dado abertura para trabalhos com muita criatividade e inovação. O clima nos jardins não pode estar mais na ordem do dia e esperamos que venha a suscitar grande adesão e, até, soluções interessantes relacionadas com as alterações climáticas. JARDINS VÃO PARA LISBOA, PORTO E VIGO A organização considera existirem trabalhos que mereciam a escolha do público para serem apresentados mais um ano ou uma seleção menos efémera para ficarem por tempo indeterminado a embelezar um qualquer recanto, seja em Portugal, seja em qualquer país que os quisessem acolher. Sendo assim, há ideias para quando poderá ser concretizada? De certa forma, já está em funcionamento, uma vez que os visitantes têm a oportunidade de votar nos jardins, no que mais lhes agrada, ficando para o ano seguinte o Jardim mais votado pelo público, o que representa como que um prenúncio para o considerado o melhor Jardim. Tem sido prática oferecermos jardins para as cidades que mostram interesse em destacá-los. É o caso de Lisboa, Porto, Braga, Beja, Guimarães e Vigo, que já exibem Jardins no nosso Festival. Fale-me um pouco do Festival de Jardins Escolinhas,envolvendo alunos e professores, pais e pessoal não docente. Já vai na 3ª edição. Em 2016, o jardim mais votado foi o “Galo Pedrês vale por três”, da autoria dos alunos do Jardim de Infância do Centro Educativo da Facha. Quantos concorrem e como decorre? Porquê esta iniciativa para os mais novos? Nas últimas edições, foi criado um espaço para envolver as Escolas de Ponte de Lima; o que tem vindo a verificar-se um sucesso com a envolvência das crianças e suas famílias, desenvolvendo-se o gosto pelo ambiente e os Jardins; o que para além de didático e pedagógico vai contribuir para uma maior sensibilidade para este temas.58 valemais.pt
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Reportagem #CaminhaJosé C. Sousa Direitos Reservados FORTE DA LAGARTEIRA'Devolvido' à população e ao turismoO Forte da Lagarteira — conhecido também O forte teve obras de conservação em 1955, a cargo da Direção dos por Forte de Âncora, por se erguer na Serviços de Construção e Conservação do Estado. Sob proteção margem direita do rio com o mesmo patrimonial desde 1967, foi classificado como Forte da Lagarteira pornome — é uma construção da época das Guerras da despacho oficial em 1973. No início da década de oitenta do século XX,Restauração (1640-1668) e integra-se no conjunto e novamente em 1997, beneficiou de novas obras de consolidação ede quatro fortes do litoral atlântico alto-minhoto, beneficiação, nem sempre felizes nos materiais utilizados.todos levantados já depois de concluída a contendacom Espanha — Forte da Lagarteira, Forte do Cão, O seu propósito maior seria o de prevenir os ataques de piratas, corsáriosForte de Montedor e Forte da Vinha (Areosa). e de potências inimigas ao longo da faixa litoral que se estende de Viana a Caminha.Depois de muitos anos encerrado, abriu ao público nopassado dia 1 de junho. Por conseguinte, a sua construção data do último quartel de seiscentos, no reinado de D. Pedro II, mas o historiador regionalista Luís FigueiredoAVALE MAIS inquiriu o professor e historiador caminhense da Guerra situa o fim da obra cerca de 1702, portanto, já em inícios doPaulo Torres Bento que nos deu conta de algumas século XVIII. O risco deste Forte terá certamente nascido na famosaparticularidades deste local. Aula de Fortificação de Viana, sob orientação do engenheiro militar e arquiteto Manuel Pinto de Villa Lobos, discípulo do engenheiro francêsO FORTE E O SEU PROPÓSITO Miguel de L´École, os dois responsáveis por tantas outras obras de raiz ou de remodelação das fortificações militares do Alto Minho.O forte é de planta em estrela, de dimensões relativamentepequenas, com quatro baluartes e uma bateria comcanhoneiras, o que faz com que alguns o consideremuma fortaleza. No interior, alberga uma pequena praçade armas com quartéis abobados retangulares, incluindoo que teria servido de habitação para o governador dapraça. Em 1758, aquando do levantamento topográfico daProvíncia de Entre-Douro-e-Minho efetuado por GonçaloLuís da Silva Brandão, sargento de infantaria na Provínciado Minho, este militar escreveu na legenda relativa aoForte da Lagarteira que o mesmo tinha “governador e cabode artilharia, com dois soldados e um cabo, que de dois emdois meses lhe vêm da Praça de Caminha”.60 valemais.pt
O ENCERRAMENTO MARCO CULTURALNão conhecemos uma data exata para o encerramento do Forte da Na sequência da requalificação em 2013 do Campo doLagarteira mas, tendo em conta que a sua guarnição dependia da Castelo e do Portinho, na envolvente do Forte da Lagarteira,Praça de Caminha, é provável que tal tenha sucedido quando esta da responsabilidade do Estado central, abriram-se novasúltima também deixou de ter uma presença militar permanente, nos perspetivas sobre o aproveitamento deste importanteinícios do século XIX. Tal não obsta a que forças militares de passagem, monumento classificado do litoral ancorense, quenomeadamente na época das Guerras Liberais e da agitação política têm demorado em concretizar-se. Porém, um recentesequente (até à Regeneração, em 1851), não tenham sido aboletadas no protocolo, celebrado já em 2017, entre a Marinha eforte por períodos irregulares, mais ou menos longos. Por 1874, quando a Câmara Municipal de Caminha, permitindo a suaAugusto Pinho Leal, o autor do conhecido dicionário corográfico, fez abertura ao público, veio abrir novas esperanças de umaum sugestivo desenho do primitivo Portinho e do Forte, este já estaria, mais continuada utilização deste equipamento para finsprovavelmente, encerrado desde há muito. turísticos e culturais ao serviço de Vila Praia de Âncora e da região, desde que salvaguardadas as suas característicasEPISÓDIOS DA HISTÓRIA arquitetónicas.O aristocrata inglês Henry John George Herbert, 3.º Conde de Carnarvon VALORIZAÇÃO DO(1800-1849), viajante incansável com uma predileção especial pelos PATRIMÓNIO E REALIZAÇÃOpaíses do sul da Europa, cavalgou na sua juventude pela Península DE EVENTOSIbérica. No final do ano de 1827, andou pelo Alto Minho e deixou-nosum relato dessa sua jornada a cavalo, que inclui uma passagem noturna Quem, também, nos concedeu umas considerações sobrepelo Forte da Lagarteira. este espaço foi o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, que recentemente protagonizou a abertura destePartindo de Viana, onde passou semse deter, o Conde de Carnarvon espaço ao público. A ideia passa, segundo o presidente,tomou arota de Caminha ao crepúsculo do dia16 de novembro. De pela valorização e divulgação deste património.acordo com o espírito do tempo, a atmosfera da narrativa éromântica,neste trecho favorecida pelaescuridão da noite, que amplificava “O Forte da Lagarteira situa-se em pleno Portinho de Vilaos ruídos do mar e ajudou a despertar a imaginação fértil do jovem Praia de Âncora. Abriu ao público no passado dia 1 dearistocrata, fazendo-o entrever a “moradia de um mago” no que seria junho e, no primeiro momento, o que fizemos, foi contarpossivelmente o forte localizado no litoral de Gontinhães, pouco a sua história e as circunstâncias em que foi construído.antes de percorrer o Camarido: “Deixando Viana, tomei a estrada de Foi, por assim dizer, começar do princípio. Permitir queCaminha. O sol tinha-se posto atrás de um banco de nuvens e uma as pessoas soubessem onde estavam e qual o significadochuva miudinha começara a cair. À medida que a noite se fechava, o deste imóvel, pelo qual temos muito carinho.cenário transformava-se: cavalgávamos por um trilho baldio, comgrandes penhascos dispersos por todo o lado, e passámos debaixo das Agora, vamos deixar correr estes primeiros meses,torres altas e muralhas maciças de um grande forte, o qual, erguido analisar o impacto dos eventos que ali serão realizados e,isolado em tão bravia região, e visto ao escurecer, parecia a gigantesca posteriormente, decidir por que caminho avançar. Creiomoradia de um mago dos tempos antigos. O mar batia furiosamente nas que há no Forte da Lagarteira um potencial que semprerochas; em baixo, por entre as trevas, via-se a espuma das ondas e o seu terá de ser aportado”.grande rugido parecia mais terrível ainda na ausência de qualquer outrosom. Pouco depois entrámos numa floresta real e conseguimos um guia “Esta fortaleza tem um grande significado para a populaçãoque nos indicou a direção de Caminha”. e para o nosso concelho, como sinal de afirmação do que somos enquanto território e país, mas também como algo que faz parte da cultura e das gentes de Vila Praia de Âncora. Prova disso mesmo foi o momento da abertura, em que a adesão da população e dos responsáveis de várias instituições da Vila foi notória, com a presença, entre outros, da Associação Humanitária de Bombeiros, Voluntários, Academia de Música Fernandes Fão e Orfeão de Vila Praia de Âncora. O imóvel esteve, até agora, fechado e sem qualquer utilização. O que fizemos foi valorizar o seu enorme potencial e devolvê-lo à população e ao turismo. Devo realçar o empenho da Marinha e do Secretário de Estado, Marcos Perestrello, que tudo fizeram para que o protocolo fosse possível”. valemais.pt 61
“O documento firmado com a Autoridade Marítima a iniciativa Fado Forte, evento integrado nas Viagens à Terra Nova, umaNacional prevê um período de cinco anos, renovável. exposição que homenageou os mais de 700 pescadores do concelho queDe acordo com o protocolo que assinei, o Município se dedicaram à pesca do bacalhau nos mares da Terra Nova.compromete-se a garantir a SE NOS CONCENTRARMOS NA HISTÓRIA No passado dia 1 de junho, noconservação, manutenção RECENTE, A ABERTURA AO PÚBLICO Forte, também apresentámose custos de funcionamento o programa ‘Vila Praia –do imóvel, podendo, em MARCARÁ O PRESENTE E O FUTURO DE Âncora de Emoções’, comcontrapartida, utilizar o UMA FORMA MUITO ESPECIAL dezenas de iniciativas eespaço para a realização de eventos que prestigiam a Vilaeventos”. e o concelho e potenciam a economia local e o turismo”.ATIVIDADES CULTURAIS NO FORTE “Além disso, a primeira exposição que promovemos no Forte da Lagarteira foi uma homenagem a Francisco Sampaio, uma personalidade“Vamos transformar o Forte numa sala de espetáculo de Vila Praia de Âncora ligada ao turismo, à cultura, ao associativismoextraordinária, trazendo os fadistas Bruno Alves e Maria em geral e à política. Foi uma exposição simples, mas que comemorouEmília, no primeiro dia, e Maria Amastor e Camané no os 80 anos desta personalidade. A exposição era composta por 14 painéissegundo”. “Sempre vimos naquele imóvel um elevado que ilustravam os 80 anos de vida, evidenciando, a carreira académica epotencial, que não estava a ser devidamente aproveitado. pedagógica, científica e profissional, as condecorações, obras publicadas,Este executivo já tinha utilizado o Forte da Lagarteira intervenção no associativismo, papel no desenvolvimento de produtospontualmente, com autorização da Marinha, para turísticos na região do Alto Minho e na remodelação do património”.realização de eventos de grande sucesso. Foram os casos,em 2014, de um concerto com Teresa Salgueiro, e em 2015,62 valemais.pt
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Fotorreportagem #Vitor Ferreira :: Centro de Estágios de Melgaço :: S.C. Braga VS \"Os Belenenses\" Jogo de Pré-época 64 valemais.pt
Reportagem #CaminhaJosé C. Sousa Direitos Reservados Festival EDP Vilar de Mouros regressaF estival EDP Vilar de Mouros regressa este ano, nos próximos dias 24, 25 e 26, e prepara-se para ser, Para aqueles que procuram sabores menos tradicionais, ao longo uma vez mais, um epicentro da música em Portugal. do espaço do evento, será possível degustar mais de 20 conceitos de street food onde será possível degustar desde carnes e peixes No conhecido cenário natural junto ao rio Coura, a edição de grelhados, pizzas e massas italianas até comida vegetariana, saladas 2017 procura focar-se no ecletismo musical, tendo em mente vegan, crepes e bolacha americana. o objetivo de oferecer performances de artistas nacionais e internacionais e de descobrir novos talentos. CONTOS PARA OS MAIS NOVOS ECLETISMO MUSICAL Com a ajuda da Biblioteca de Caminha, foi desenvolvida uma zona lounge para leitura e descanso, onde os festivaleiros poderão O cartaz do Festival EDP Vilar de Mouros 2017 reflete a aposta da recuperar as suas energias para os concertos. Esse festival incluiu organização em reafirmar o evento através da transversalidade ainda horas de leituras de histórias para os mais novos. de estilos musicais e de gerações. Estão confirmadas as atuações de Primal Scream, 2ManyDjs, The Jesus and Mary Chain, The CAMPISMO Mission, The Dandy Warhols, The Psychedelic Furs, Morcheeba, The Young Gods, The Boomtown Rats, The Veils, George Ezra, O camping vai estar aberto desde dia 20 de agosto e terá uma zona PeterBjorn and John, Avec, Capitão Fausto, Salvador Sobral, de pequenos almoços para a maior comodidade dos campistas. Golden Slumbers e Zanibar Aliens. Sumos naturais, cafés, pão fresco e bolos todas as manhãs.OFERTA MUSICAL…E A Snoozy Dreams volta a ocupar parte do camping do festival,GASTRONÓMICA proporcionando descanso cómodo aos festivaleiros. O conceito permite descansar no epicentro do festival numa estrutura com cama e mesa de cabeceira, eletricidade e sitio para pendurar roupa.Para além da música, a gastronomia é uma das apostas desta O Festival EDP Vilar de Mouros 2017 tem como promotores aedição do EDP Vilar de Mouros. Esta aposta pretende oferecer Câmara Municipal de Caminha, a Junta de Freguesia de Vilar deuma experiência gastronómica singular, com a oferta de pratos Mouros e a Surprise & Expectation, com produção conjunta daregionais típicos e outros. Dot Global e Metronomo. O Festival EDP Vilar de Mouros disponibilizará continuamente transferes gratuitos entre a estação de comboios de Caminha e o festival. valemais.pt 65
Reportagem #Ponte da BarcaManuel S. Direitos ReservadosPONTE DA BARCA É A CAPITALRusgas canddidaaHtausmaaPnaitdriamdóenio ImaterialH á dois anos que Ponte da Barca tem marca Em Ponte da Barca, as rusgas são centenárias. “Temos registos e vamos registada como Capital das Rusgas. Agora, fazer a publicação de um livro neste mês de agosto (dia 19) - ‘Ó Meu São está a preparar-se para as candidatar a Bartolomeu’. Há referências, até jornalísticas, que falam da romaria de S.Património da Humanidade. Entretanto, este mês, Bartolomeu. Em 1915, 1916 e 1917, o jornal Povo da Barca fazia-as. Peloserá publicado um estudo sobre as mesmas. Já no menos, centenárias são. Agora, sempre existiram. As pessoas semprepróximo dia 23, milhares de pessoas vão viver o seu foram à romaria e à festa dessa forma. A pé. Não de carro ou autocarro.expoente durante a Romaria de S. Bartolomeu. Juntavam-se e cantavam pelo caminho. Como estavam habituados a fazê-lo pelo meio dos campos, iam pelo caminho fora, levavam, às Adolfo Ferreira é o barquense que, há já 12 anos, preside à vezes, um instrumento ou dois e cantavam.” Associação Concelhia Festas de S. Bartolomeu – iniciativa da Câmara Municipal e da Associação Comercial e MAIS NOVOS PREDOMINAM Industrial e que integra, na sua programação, um dia dedicada às Rusgas Vive e estuda o fenómeno há muitos Adolfo Ferreira avança mesmo. “É um trabalho muito exaustivo e anos. A VALE MAIS foi falar com ele. fundamentado feito por especialistas e catedráticos da área para a candidatura das Rusgas Populares a Património Imaterial. Estamos nesse Desde logo, explica-nos como nasceram as rusgas. Que trabalho aturado. Com gente de várias áreas – sociólogos, antropólogos, não têm nada a ver com briga ou contenda. “Era, no fundo, etc.. Impressionados com a qualidade das rugas. O barquense é bairrista, um agrupamento de pessoas que se dirigiam da romaria gosta muito daquilo que lhe pertence, que é seu, e, por isso, preserva. e que levavam instrumentos, cantavam e dançavam pelo Depois ficamos admirados com dezenas de concertinas que andam pela caminho. Das aldeias envolventes, juntavam-se todas e era vila e com gente muito nova.” uma festa. Depois, aqui continuavam a cantar e a dançar. Ainda hoje é assim. Claro que, muitas vezes, associamos a Tocar concertina, acentua, era, em tempos, considerado algo para rusga a ações policiais… mas estas não!” velhos e, até, com uma conotação negativa, pelos mais jovens. Hoje são estes que a consideram algo atual e moderno.”Hoje há mais gente nova66 valemais.pt a tocar concertina que gente de mais idade. Isto é que nos alegra. No fundo, as nossas tradições não são a forma de viver no dia a dia, mas é uma coisa que nos orgulha e queremos revisitar todos os anos.”
MAIS DE 90 RUSGAS RUSGAS DE TODO O NORTESão muitas as pessoas que veem as rusgas, mas, até agora, não foi Além do concelho barquense, às rusgas vem gente de todoefetuada qualquer contabilização. o norte do país. “A nossa festa é de data fixa; às vezes, a noite das rusgas calha durante a semana. Enquanto para“São todas espontâneas ou organizadas pelos próprios. Não vamos pedir os daqui, no outro dia é feriado e não há problema, paraa ninguém, não contactamos ninguém, não falamos com ninguém. O quem vem de Fafe, Guimarães e Porto, do norte do país,que fazemos? Criamos condições, um palco para elas atuarem; passam têm de trabalhar. Daí que chegam aí às três ou quatro dasempre por este e por outros pontos da vila. Sobem a ele, cantam a sua manhã e vão embora para trabalhar na terra deles. Sómúsica para toda a gente, durante três ou quatro minutos, saem e damos- vieram para as rusgas… há muita gente que marca fériaslhe um prémio/brinde por terem aparecido e atuado: uma cesta com um só por causa das nossas festas… porque quer participarpresunto, uma broa, um garrafão de vinho de Ponte da Barca, um saca- nas rusgas. Sabe que isto aqui tem uma coisa diferente dasrolhas e uma tigela das festas . E porquê? Porque isso leva-nos a outra outras. As pessoas aqui são muito intervenientes, ativos,coisa. Antigamente, as pessoas vinham à festa, traziam os balaios com vêm para cantar e dançar.”comida e depois iam para a beira do rio fazer os piqueniques. Ainda hoje,damos a comida e a bebida. Pegam naquilo e vão comer para os jardins. Já O nosso interlocutor sustenta que a peculiaridade destaschegamos a ter aqui à volta de 90 rusgas. Cada uma atua, em média, três a rusgas está no sentimento popular.quatro minutos. Agora, veja 90!... Com as perdas de tempo, entre entradase saídas, isto dá horas e horas sem fio sempre com rusgas a atuar.” “É o povo que faz isso, que lhe confere alma a estas coisas. Nós só damos condições. Ninguém vai daqui às festas deO regulamento implica a inscrição no próprio dia. De acordo com este, Vila Verde para as rusgas. Mas podiam. Vêm para aquios componentes das rusgas têm de usar uma peça de roupa tradicional – porque isto é o sítio certo para elas se fazerem. Tambémfranjeiros, uma camisa do rancho ou outra coisa. Sempre com concertinas, podemos ir a Viana comer um leitão… mas nunca saberáferrinhos, bombos, cavaquinhos, quatro ou cinco instrumentos tão bem como comido na Bairrada. Isto também é mística.”populares. Escolhem a música e fazem a atuação. “Tentamos que não sejauma mera Queima das Fitas com músicas alusiva à situação atual do país, Ponte da Barca vai candidatar as Rusgas a Patrimóniomas música popular no sentido de ser tradicional.” Imaterial da Humanidade. Todavia, em 2015 registou a marca Capital das Rusgas Populares, sendo inaugurado,Não há limites para o número de integrantes de cada grupo de rusgas. no ano seguinte, um monumento alusivo com a presença“Já as tivemos com mais de 100 pessoas. Estou-me a lembrar de uma em do primeiro-ministro, António Costa.que se lembraram de jantar e organizar-se no restaurante, para depoisvirem. Encheram o restaurante, que levava à volta de uma centena…mas, mesmo assim, não havia lugar para eles todos.” valemais.pt 67
“É a preservação. Quisemos preservar esta memória! UMA QUESTÃO DE ALMARegistamos, em tempos, o logotipo das Festas de S.Bartolomeu que é o Rusgas – em nome da Câmara Já a apresentação da candidatura das Rusgas a Património Imaterial daMunicipal, não pode ser reproduzido em mais nenhum Humanidade poderá demorar algum tempo.lado e está em toda a nossa publicidade da Associação deFestas. No fundo, é um dançarino, um folião, uma pessoa “É um projeto muito amplo. Não é só a questão da candidatura. Éque vem às rusgas. O Rusgas, no fundo, representa uma também de registo. Também de salvaguarda. Estamos a fazer pesquisaparte da alma destas festas. Por isso o registamos também jornalística, a recolher testemunhos orais, um projeto muito grande quepara valorizar as festas. A todos os níveis. Temos o Rusgas, gostaríamos de ter pronto este ano. A Câmara vai mudar. Depois temosagora a Capital das Rusgas, ou seja, o local onde o Rusgas o interesse público a poder ter outras opções e alternativas, legitimas,atua. Que é Ponte da Barca.” Mas, agora, apenas vai ser possível terminar uma parte. E essa vai ser apresentada no dia 19 de agosto. Depois irá continuar.”QUALQUER UM PARTICIPA A terminar, Adolfo Ferreira faz questão de sublinhar.As rusgas assumem, pois, um caráter inter-geracional.Em Ponte de Barca, é um mar de gente que enche as suas “Aquilo que tenho a referir sobre as Rusgas é que isto não é só umaruas e praças no dia 23 de agosto. “Isto começou como questão cultural, mas também de alma. Aliás, se vier cá, no diarusgas do concelho. As pessoas vinham das aldeias para 23, e se participar numa das rusgas, acho que nunca vai deixar dea vila a tocar e cantar…. Isso ‘institucionalizou-se’, foi vir. É mesmo uma questão de espírito. E é aqui que as pessoas secrescendo, passou para as terras vizinhas, até concelhos. sentem livres. Que são parte integrante da festa. E, aí, valorizam-Em Ponte da Barca também há sarrabulho, mas, como se e sentem-se bem. Estão em casa.”se diz, o sarrabulho é de Ponte de Lima. As rusgas sãode Ponte da Barca. Assumidas por todas as gerações eclasses sociais. É um orgulho para qualquer pessoa daquiparticipar nelas. Grandes, pequenas, gordos, magros,ricos e pobres. Toda a gente participa. De resto, veste-se a indumentária tradicional e vai-se cantar. Dança-seo vira, a cana verde, a chula. As pessoas vêm de váriospontos do país para dançar. Várias concertinas no meioe as pessoas à volta a dançar.”Pese, embora, o respeito pela tradição, nas Rusgas, este ano,vai acontecer algo diferente relativamente ao ano anterior.“Temos um regulamento. A rusga é constituída, inscreve-se e parte para um percurso determinado. Onde recebeuns carimbos para depois poder voltar a receber o prémiofinal. Tem que demonstrar que passou naqueles sítios. Esteano, estamos a pensar fazer pequenas alterações, mas,nestas coisas, não se pode alterar muito. Alterar, muitasvezes, é destruir. E nunca se deve destruir nada que tenhasucesso. Deve-se refazer aquilo que se está a perder. Aqui,felizmente, isso não acontece. Por isso, não vale a penafazer muitas alterações. Mas, algumas, fazem-se, sempre.”Por isso, este ano, “em termos de passagem pelo palco,estamos a ver se metemos o palco mais alto ou semantemos um estrado. Se melhoramos o palco, umazona mais baixa e comprido, com rampas de acessodisfarçados.”68 valemais.pt
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Reportagem #MelgaçoManuel S. Direitos reservados FILMES DO HOMEMEm agosto, o mundo em Melgaço Filmes do Homem – Festival Internacional de Documentário de Melgaço teve o seu início em 2014. O prestígio e aatratividade que já alcançou fazem dele um dos momentos mais marcantes, a nível cultural e social, no Alto Minho.A edição de 2017 desenrola-se nestes seis primeiros dias QUAL VAI SER A TEMÁTICA EM QUE APOSTARÁ ESTAde agosto, organizada, como é habitual, pela Câmara EDIÇÃO, AQUILO EM QUE A DIFERENCIARÁ EM RELAÇÃOMunicipal de Melgaço e pela associação cineclubista AO ÀS ANTERIORES? QUE ESPAÇOS DE MELGAÇO (E VIZINHANORTE. O objetivo continua a ser a promoção e divulgação GALIZA) PERCORRERÁ?do cinema etnográfico e social, refletir com os filmes sobreidentidade, memória e fronteira, e contribuir para um Identidade, Memória e Fronteira são os temas fundadores do FILMESarquivo audiovisual sobre a região. DO HOMEM e é, a partir deles, que foram selecionados os filmes candidatos ao Prémio Jean Loup Passek e que toda a programação doTrês eixos principais marcam o certame. Uma programação festival se desenha. Os filmes selecionados vão poder ser vistos, ema partir de uma mostra competitiva de documentários sessões gratuitas, na Casa da Cultura de Melgaço. Como a intenção é acandidatos ao prémio Jean Loup Passek. Este ano foram de que os filmes possam ser vistos e debatidos por um número alargadoselecionadas 15 longas-metragens e nove curtas e médias de pessoas, serão projetados documentários nas freguesias de Alvaredo,metragens candidatas. Previsto, também, a realização Lamas de Mouro, Cristóval, Castro Laboreiro e nas localidades de Arbo ede um seminário, Fora de Campo, e a produção de Padrenda, na vizinha Galiza.documentários sobre a região.Carlos Eduardo Viana é, desde o início, o coordenador dofestival e aceitou o desafio de responder às nossas questões.70 valemais.pt
13 PAÍSES A COMPETIR VAI HAVER UM CURSO DE VERÃO. COMO É QUE DECORRE, QUANTAS PESSOAS E QUE RESULTADOS VISA?NA MOSTRA COMPETITIVA, QUAIS SÃO ASVERTENTES MAIS ENFATIZADAS? DE QUE PAÍ- O Curso de Verão, a que chamamos Fora de Campo, realiza-seSES E ESCOLAS VÊM OS REALIZADORES? durante o Festival, e é coordenado pelo professor e antropólogo José da Silva Ribeiro. Será um encontro de reflexão, debate eTodos os temas chave do Festival serão visíveis. Só, como desenvolvimento de pesquisa e práticas criativas no âmbito dasexemplo, vamos poder ver documentários e refletir Ciências Sociais, das Artes e das Ciências da Comunicação, em tornosobre questões relacionadas com a identidade em Os do tema Cinema, narrativas, lugares de memória. O curso resulta deDias Afogados, de César Souto Vilanova, ou em Vergot, uma parceria entre a Câmara Municipal de Melgaço e a AO NORTE,de Cecilia Bozza Wolf; a memória, em Hidden Photos, de em colaboração com Universidades e Grupos de Investigação/Davide Grotta, ou Rosas de Ermera, de Luís Filpe Rocha; Pesquisa de Portugal, Galiza e Brasil.a fronteira, em A Ilha dos Ausentes, de José Vieira, ouTides-A History of Lives, de Alessandro Negrini. Teremos O calendário será dividido entre conferências e seminários, workshops,filmes da Alemanha, Espanha, Estados Unidos da América, apresentação de projetos, trabalho de campo e visionamento dos filmesFinlândia, Reino Unido, Irlanda, França, Bélgica, Itália, exibidos no âmbito do festival FILMES DO HOMEM.Iraque, Suíça, Grécia e Portugal. A participação no Curso deVerão é aberta a todas as pessoas, adaptando-HISTÓRIA DA REGIÃO se os trabalhos a realizar durante o curso aos conhecimentos teóricos e práticos do participante. Todos os participantes são convidados aDE QUE ESCOLAS SÃO ORIUNDOS OS 12 ESCO- produzir conteúdos audiovisuais digitais resultantes da aplicação dosLHIDOS PARA AS RESIDÊNCIAS CINEMATO- princípios teóricos e práticos trabalhados durante o curso. Os queGRÁFICAS E OS TRÊS PARA AS RESIDÊNCIAS desejarem envolver-se ativamente poderão também requerer a suaFOTOGRÁFICAS? ONDE É QUE ESTAS SE VÃO creditação para efeitos curriculares. Neste caso, o trabalho realizadoSITUAR? será sujeito a uma avaliação por parte da Coordenação do Curso.O Plano Frontal, designação da residência cinematográficae da residência fotográfica, tem como objetivos contribuirpara um arquivo audiovisual sobre o património imaterialde Melgaço, dotar o Espaço Memória e Fronteira de obrasaudiovisuais e fotográficas que abordem a história daregião e promover o filme documentário e o aparecimentode novas equipas técnicas e artísticas.Quatro equipas formadas por quatro jovens realizadores,quatro operadores de som e quatro operadores de câmararealizarão quatro documentários sobre temas locais quelhes serão propostos; e três fotógrafos vão poder realizarprojetos fotográficos.Plano Frontal tem como destinatários os alunos, em finalde curso, que frequentam escolas do Ensino Superior deCinema, de Audiovisuais e de Fotografia, ou que tenhamconcluído recentemente a sua formação. Decorrerá naPousada da Juventude de Melgaço. Este ano, o festival vaiacolher alunos da Escola Superior de Media Artes e Design –ESMAD, ETIC, Lisboa, IPT – Instituto Politécnico de Tomar –Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, Escola SuperiorArtística do Porto, da Met Film School (Londres, UK), daUniversity of Edinburgh e da Universidade de Aveiro.Pedra Sena Nunes será o realizador/tutor, com largaexperiência profissional e pedagógica. Será apoiado poruma equipa técnica e operacional da AO NORTE. valemais.pt 71
NOVAS ALTERNATIVAS Rui Ramos, diretor de produção, com Carlos Eduardo VianaQue balanço faz das edições já realizadas, a nível e o contrabando, produzir duas exposições fotográficas, uma sobre ocinematográfico, num território de “baixa densidade” comércio local e outra sobre as festas tradicionais de Castro Laboreiro, ecomo Melgaço, bem como na animação que provoca no realizar o levantamento, em todas as freguesias, de cerca de 700 fotografiasmeio, designadamente, a nível comercial e turístico? dos álbuns familiares relacionadas com a emigração e que constituem um espólio que ajuda a contar a história da emigração no concelho.Quando analisamos a indústria turística verificamos que aoferta cultural começa a ser procurada por um segmento QUANTAS PESSOAS ENVOLVE A ORGANIZAÇÃO?de público que procura novas alternativas e experiênciasdiferentes. Enquanto oferta cultural, um festival de cinema FILMES DO HOMEM envolve na sua produção cerca de 25 pessoas, quepode atrair visitantes e ajudar a promover os recursos se distribuem pelo visionamento e programação de filmes, organizaçãoturísticos do local onde se realiza. Nessa perspectiva, e orientação do curso de verão e da residência cinematográfica eFILMES DO HOMEM também tem essa preocupação e, fotográfica, realização do Kino Meeting e do Encontro Arraiano deno âmbito da sua programação, promove iniciativas com Cinema, projeção de filmes, apoio técnico e logístico.o objetivo de captar visitantes que juntam às projeções dofestival, atividades formativas, visitas guiadas e alojamento. ALGO MAIS QUE ACHE PERTINENTE REFERIR?Uma das atividades é o Salto a Melgaço que propõe aosinteressados, não uma viagem acidentada como as que se Uma das novidades será o Kino Meeting, que parte da existência dofaziam nos anos 60, quando os melgacenses emigravam Museu de Cinema Jean Loup Passek, com um acervo que conta a históriapara França “a salto”, mas que participem na programação do cinema, e poderá ser o ponto de partida para a criação de um serviçoque inclui a projeção de filmes, o lançamento de livros, educativo que terá a população escolar como principal destinatária.a visita a exposições, ao Museu do Cinema e ao EspaçoMemória e Fronteira. A afluência de participantes nas Neste contexto, FILMES DO HOMEM vai organizar um encontro com ovárias atividades traduz-se num acréscimo de mais-valias objetivo de favorecer a troca de experiências e ideias entre instituiçõespara a restauração e o alojamento de Melgaço. com serviço educativo de cinema e dar a conhecer diferentes objetivos pedagógicos e destinatários das ações educativas realizadas em váriosÉ um acontecimento que empresta, durante o festival, um países europeus. É aberto aos interessados nas questões da literaciagrande dinamismo a Melgaço e é um cartão de visita para para o cinema e vai reunir instituições como a Filmoteca da Catalunha,uma vila que se pretende promover e dar a conhecer. Todas o Museu de Cinema de Itália, a Cinemateca Alemã, a Cinematecaestas atividades ajudam a construir uma marca cultural, Portuguesa, o Cinanima, a Casa Museu de Vilar, o Cine Clube de Viseu, opromovem a internacionalização e contribuem para a Cineclube de Faro e a AO NORTE.melhoria da qualidade de vida da sua população. Outra iniciativa será o Encontro Arraiano de Cinema, que pretendeOs conteúdos produzidos em cada festival sobre o concelho fomentar a criação de redes de colaboração entre Cineclubes e Festivaisde Melgaço e o seu património imaterial vão enriquecer de Cinema da raia Portugal/Espanha, promover e divulgar o cinemao arquivo do Espaço Memória e Fronteira. Nas três raiano e estimular o diálogo cultural e institucional entre fronteiras.edições anteriores de FILMES DO HOMEM foi possível Contará com a realização de dois eventos: o Encontro Arraiano derealizar 12 documentários relacionados com a emigração Cinema na Casa da Cultura de Melgaço, no dia 4 de agosto, que vai reunir os representantes de cineclubes, festivais de cinema e universidades72 valemais.pt presentes para o fomento de redes de colaboração, e a apresentação do livro “Arraiano entre os Arraianos”, de Xosé Luís Méndez Ferrín.
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Estudo #Alto MinhoJosé Cunha Machado Direitos ReservadosDEMOGRAFIA DO ALTO MINHO A situação recente no Alto MinhoHá precisamente um ano atrás, na sequência da divulgação das estimativas da população residente pelo Instituto Nacional de Estatística, analisamos a situação recente da demografia alto minhota. Um ano volvido, parece- nos relevante reavaliar a situação, comparando as estimativas mais recentes com o ano anterior e apresentar a respetiva evolução ao longo da última década (desde 2007 até 2016).Assim, de acordo com as estimativas divulgadas no Embora esta redução se tenha manifestado mais intensamente napassado dia 16 de Junho, a população residente nos população masculina durante os últimos anos, foi a população femininaconcelhos do Alto Minho em 31 de Dezembro de 2016 foi que registou uma maior taxa de perdas no ano de 2016.estimada em 233 813 pessoas, precisamente menos 2 457pessoas quando comparado com a população estimada O decréscimo populacional tem como explicação principal o persistenteno mesmo dia do ano anterior. Ademais, observando registo de saldos naturais negativos, facto incontornável da realidadeos últimos cinco anos, correspondendo aqueles em que demográfica alto minhota nas últimas décadas (Fig. 2). Embora noas perdas populacionais foram mais acentuadas, o Alto início da última década, entre 2007 e 2009, a diferença entre o númeroMinho reduziu o número de residentes em 10 336. de óbitos e o número de nascimentos estivesse estabilizado abaixo do milhar, esta diferença aumentou nos anos mais recentes de modo queDa população residente estimada para o Alto Minho, no em 2013 passou a ser superior a 1 300. De ressaltar que o ano de 2016final de 2016, 108 517 eram do sexo masculino e 125 296 registou o saldo natural mais negativo de sempre, exatamente -1 350,eram do sexo feminino, registando-se uma relação da o que significa que o número de óbitos continuou a ser largamentemasculinidade de 86,6, isto é, cerca de 87 homens por cada superior ao número de nascimentos.100 mulheres, a qual depois de ter vindo progressivamentea descer até 2014, tem permanecido inalterada.Voltando ao último ano, esta perda populacional traduziu-se numa taxa de crescimento negativa de -1,05%, umreflexo da conjugação de saldos natural e migratórionegativos, correspondendo a taxas de crescimento naturale migratório de -0,57% e -0,47%, respetivamente.Depois de uma ligeira recuperação durante o ano de2015, em que a taxa de crescimento efetiva passou devalores inferiores a -0,80% (registados entre 2012 e 2014)para um valor de -0,73%, eis que no ano de 2016 a taxa decrescimento efetiva baixou pela primeira vez o nível do -1%,correspondendo à maior perda de população registada.Como está bem patente na Figura 1, a população altominhota tem vindo progressivamente a diminuir, depois deter baixado os 250 mil residentes durante o ano de 2005.74 valemais.pt
Em contrapartida, no decurso da última década, o saldo migratório Esta variação na composição da população por grandestem contribuído de forma diversa para o crescimento populacional grupos etários está bem patente no persistente crescimentono Alto Minho. O saldo migratório positivo que se registou no ano do índice de envelhecimento, o qual passou no decursode 2007, correspondendo a uma tendência que já vinha desde 1995 desta década de um valor de 153,6 para 207,1. Ou seja,(tendo mesmo registado um valor de 1 745 no ano 2000), foi o principal no espaço temporal de uma década o número de idososresponsável pela atenuação do decréscimo populacional. Contudo, passou a ser mais do dobro do número de jovens, quandonomeadamente nos anos de 2012 a 2014, os saldos migratórios ao dez anos antes era apenas 1,5 vezes superior.registarem valores muito negativos (entre as sete e as oito centenas),avolumaram a força com que a população alto minhota diminuiu neste Avaliando este mesmo índice de envelhecimento, tomandoperíodo. Depois da recuperação registada em 2015, o saldo migratório em consideração a distribuição da população por sexo evoltou a cair para valores negativos superiores a um milhar, ou seja, as idade, verifica-se uma diferença muita significativa entresaídas de residentes ultrapassaram em 1 107 as entradas. os homens e as mulheres do Alto Minho. Enquanto no sexo masculino, a relação entre o número de idosos e o número deEmbora o decréscimo populacional afete particularmente a dimensão jovens passou de 117 para 159 idosos por cada 100 jovens, jáda população, esta também se vem progressivamente alterando na em relação ao grupo feminino, o índice de envelhecimentosua composição por sexo e idade, com uma redução significativa passou de 192 para 257 idosas por cada 100 jovens.da população jovem (com menos de 15 anos) e um aumento dapopulação idosa (com 65 ou mais anos), favorecendo o envelhecimento A pirâmide etária para o Alto Minho no final de 2016, comdemográfico (Fig. 3). Na década em análise, a população jovem reduziu a distribuição da população por sexo e grupos etárioscerca de 20%, correspondendo a uma redução de 7 125 jovens (passou quinquenais, permite visualizar o duplo envelhecimentode 34 833 para 27 708), enquanto a população idosa aumentou mais de que esta população continua a atravessar (Fig. 4). O7%, correspondendo neste caso a mais 3 857 pessoas com 65 ou mais estreitamento da pirâmide na base, em resultado da forteanos (passou de 53 513 para 57 370). diminuição da natalidade nos últimos anos, tem conduzido ao envelhecimento na base. Por outro lado, o alargamento da pirâmide no topo, resultante da melhoria das condições de saúde e consequentemente do aumento da esperança de vida e da longevidade, conduziu ao envelhecimento no topo. É também bem visível nesta pirâmide etária a maior presença de mulheres com idades mais avançadas, o que pode ser facilmente medido pela relação de masculinidade. Assim, enquanto a relação de masculinidade está conforme os ditames demográficos entre os jovens com menos de 15 anos, ou seja, cerca de 105 jovens do sexo masculino por cada 100 jovens do sexo feminino, já no grupo etário dos idosos a presença de mulheres é inequivocamente maioritária. Entre a população com 65 ou mais anos, a relação de masculinidade reduz-se para 64,7, ou seja, na população alto minhota idosa estão presentes cerca de 65 homens por cada 100 mulheres. valemais.pt 75
Nutrição & Bem-Estar #Sara Covas da Costa Mitos e Realidades da Alimentação Saudável Mais do que nunca, as atenções parecem Também é verdade que existe uma grande percentagem da população estar voltadas para a alimentação saudável. adulta com intolerância à lactose, o que não significa que o leite não Isto poderia ser muito bom, não resultasse este deva fazer parte de uma alimentação completa. Os intolerantes à lactose interesse crescente em inúmeros mitos que as pessoas podem optar por iogurtes ou queijo e quem não gostar ou não tolerar aceitam como certezas absolutas. Em boa verdade, o leite pode apostar numa alimentação mais rica em legumes verdes,assistimos à propagação desmedida de falsas informações leguminosas, sementes e frutos gordos. Aquilo que não podemos dizerque mais não fazem do que comprometer o estado é que quem reúne condições para beber leite devia deixar de o fazer.nutricional e saúde de quem as lê e aplica. Seja em blogs, Falarei acerca deste assunto num próximo texto.sites ou revistas, os mitos estão um pouco por todo o ladoe são geralmente mais apelativos do que as instruções para 2. A MELHOR FORMA DE EMAGRECER É CORTAR NOSum vida saudável que um nutricionista poderá transmitir, HIDRATOS DE CARBONOo que não facilita a vida ao profissional da nutrição. Mudaros comportamentos que se apoiam em pesquisas made in Esta é uma das ideias mais difíceis de desmistificar nas consultas degoogle é uma tarefa cada vez mais complicada, até porque nutrição. Na verdade, será especialmente importante, numa perspectivaquem é que não quer acreditar que uma taça de açai, de emagrecimento, moderar o consumo de gorduras, álcool e açúcar.granola e mel não é saudável, quando sabe tão bem? Mantenha os hidratos de carbono complexos (arroz, massa, batata, pão e tostas integrais, cereais não açucarados) no seu plano alimentar,Deixo-vos, neste artigo, alguns dos mitos mais comuns ingerindo-os em quantidades pequenas ao longo dia.da alimentação equilibrada. É uma lista muito curta, dasmuitas inverdades que circulam por aí. 3. QUANTO MAIS ÁGUA BEBER, MELHOR1. O LEITE É PREJUDICIAL À SAÚDE A água é essencial ao bom funcionamento do organismo e deve fazer parte do nosso dia-a-dia, simples ou sob a forma de infusões e águas“Os humanos são os únicos mamíferos que bebem leite aromatizadas para aqueles que têm dificuldade em bebê-la na sua formade vaca enquanto adultos”. Costumo perguntar às pessoas natural. A quantidade de água que devemos beber varia de pessoa paraque usam este argumento qual é o mamífero adulto que pessoa e depende de muitos factores. Não é fácil fazer recomendaçõesbebe bebida de soja. É verdade que o leite não é essencial generalistas sobre a quantidade de água a ingerir, mas um indicadore que existem outras fontes de cálcio de origem vegetal. simples é a cor da urina. Se for transparente, significa que a quantidade ingerida é suficiente.76 valemais.pt
A grosso modo, será correcto recomendar 1,5L de água por 7.PESSOAS QUE TÊM O COLESTEROL ELEVADO NÃO DE-dia, podendo esta quantidade ser aumentada em caso de VEM COMER OVOSesforço físico, quando a pessoa está sujeita a temperaturasmuito elevadas, quando a própria alimentação não São inúmeras as vantagens do consumo de ovos, do ponto de vistacontempla, de forma adequada, alimentos ricos em água nutricional: são ricos em vitamina A, vitaminas do complexo B, fósforo,ou simplesmente se a pessoa receber o estímulo (sede) de zinco e proteína de alto valor biológico, podendo substituir a carne ouque o deve fazer. Beber mais do que esta quantidade de o peixe, numa refeição principal. Apesar de possuir uma significativaforma forçada, só vai resultar em mal-estar. quantidade de colesterol na gema, o ovo não se relaciona diretamente com o aumento do colesterol LDL (vulgo colesterol mau) no organismo.4. COMER FRUTA ÀS REFEIÇÕES PRINCIPAIS Se tem colesterol elevado será mais importante restringir o consumo deENGORDA gorduras saturadas como a manteiga, as carnes vermelhas, os enchidos, fumados e lacticíneos gordos.As frutas são alimentos nutricionalmente muito ricos,constituindo boas fontes de vitaminas, minerais, fibra 8. A GRANOLA É UM BOM SUBSTITUTO DO PÃOe água. No entanto, cada peça de fruta de 100g contémaproximadamente 15g de açúcar, pelo que, também Consumida ao pequenos almoços e merendas, a granola é um dosaqui, não vinga a premissa “quanto mais, melhor”. O produtos mais sobrevalorizados do mercado. A receita pode variarrecomendável será que coma 3 a 4 peças, distribuídas entre a mistura de cereais e mel ou açúcar mascavado, indo até àsem várias refeições do seu dia, podendo ser ao pequeno- variantes com frutos secos e gordos, sementes, chocolate, etc. Não nosalmoço, às refeições principais ou intermédias. A fruta deixemos enganar! O pão, as tostas integrais e os flocos de aveia simplesengorda, quando consumida em exagero, não em função são alternativas mais saudáveis. Podem não saber tão bem, mas seda refeição do dia. pensarmos que em cada 100g de granola comercial, ingerimos cerca de 20g de açúcar (equivalente a 4 pacotes individuais) e que, em muitos5. O AZEITE ENGORDA MENOS DO QUE AS OU- casos, ainda é combinada com açaí e mel, talvez sejamos capazes deTRAS GORDURAS fazer um esforço e optar pelo que é menos atrativo. Um iogurte natural com fruta e aveia ou 1 pão integral com queijo e uma fruta ou um iogurteAs vantagens do azeite têm a ver com a sua composição serão, definitivamente, opções menos modernas mas mais equilibradas.e não com o seu valor calórico, pois este engorda tantoou mais do que outras gorduras. O azeite é uma gorduramais estável a altas temperaturas do que os óleos vegetaiscomuns e, quando consumido cru, é aproveitada toda a suariqueza em gorduras monoinsaturadas (protectoras para ocoração) e vitamina E. É na minha opinião a gordura maissaudável que existe (mais saudável até do que o famosoóleo de coco), mas deve ser usada com muita moderação,já que cada grama de azeite fornece 9 kcal.6. OS PRODUTOS LIGHT SÃO SEMPRE MELHO-RES PARA QUEM QUER PERDER PESOUm produto light é um produto ao qual foi reduzido em30% ou mais o teor de determinado nutriente, sendoaplicado geralmente à redução de gorduras ou açúcares.Um alimento light pode não ser necessariamente umaajuda eficaz para quem quer perder peso, pois o facto deum produto ter menos açúcar, não significa que não tenhaquantidades grandes de gordura ou vice-versa. Por outrolado, verifica-se que, quando se opta por um alimento light,muitas vezes ocorre uma desculpabilização associada, istoé, a pessoa inconscientemente acha que pode comer umaquantidade maior do alimento, simplesmente porque élight. Já numa perspectiva de escolhas mais naturais, aredução de açúcar ou gordura num alimento pressupõeque sejam acrescentados outros ingredientes para manterum sabor apelativo, não sendo sempre estas substituiçõesas mais saudáveis ou naturais. Há uns meses atrás, li umacitação de um autor chamado Michael Pollan que diziaque não devemos consumir nada que a nossa bisavó nãoreconhecesse como comida. Eu acho que tem razão. valemais.pt 77
Imobiliário #Noemi Calvo Arrendamento jovemO Parlamento aprovou no passado dia 19 de julho, por unanimidade, o alargamento do programa de arrendamento jovem Porta 65 até 35 anos, bem como, o reforço da dotação orçamental do mesmo.O Porta 65 trata-se de um sistema de apoio financeiro ao a mobilidade e preferem arrendar, ao contrário dos seus pais e avós. Oarrendamento jovem criado pelo Estado que consiste na que resulta num problema de oferta de casas para arrendamento. Esteatribuição de uma percentagem do valor da renda como fenómeno iniciou-se sobretudo a partir de 2014, devido à dificuldade,subvenção mensal, tendo como beneficiários jovens que que já vinha sentindo desde 2008, em conseguir crédito à habitação.se podem candidatar individualmente ou como casais. Consequentemente, a falta de oferta tem levado a que os preços seEste programa garante que os jovens possam desfrutar de mantenham em trajetória ascendente nos últimos dois anos, de facto,estilos de vida mais autónomos e promove a reabilitação no primeiro trimestre de 2016, estes valores cresceram 12,1%, segundode zonas urbanas degradas. dados do Confidencial Imobiliário.Neste sentido, ficou estipulado que a idade máxima dos Porta 65: Quem pode candidatar-se?beneficiários do programa Porta 65 vai aumentar de 30 para35 anos, podendo estender-se até aos 37 anos quando se trate A atribuição do apoio obedece a alguns critérios, hierarquizadosde um casal e um dos elementos tenha a idade regulamentar, de acordo com a dimensão e composição do agregadoou seja, igual ou superior a 18 anos e inferior a 35 anos. familiar, taxa de esforço, rendimento mensal, proporcionalidadeOutra questão tratada, foi o acréscimo da dotação da renda e situação financeira dos ascendentes.orçamental. A possibilidade de conseguir um subsídio dearrendamento junto do Estado leva todos os anos milhares É dada prioridade aos candidatos ou agregados com rendimentosde jovens a concorrer ao Porta 65. No ano passado, a mais baixos. O rendimento mensal do agregado não pode excederdotação orçamental foi de €12,5 milhões - valor idêntico quatro vezes o salário mínimo, nem ultrapassar quatro vezes oao previsto para este ano - no entanto, cerca de 53% doscandidatos foram excluídos por falta de verba, apesar de valor da renda máxima admitida para a zona de residência.reunirem todos os requisitos exigidos na candidatura. Também é dada prioridade aos agregados com menores ouDesta forma, nas propostas debatidas no parlamento todos pessoas com deficiência e só depois às famílias com ascendentesos partidos defenderam um valor mais elevado para o a cargo, desde que os rendimentos destes sejam inferiores a trêspróximo ano. O aumento desta dotação orçamental implicaque as alterações ao Porta 65 só poderão entrar em vigor em remunerações mínimas mensais garantidas.2018 com o Orçamento de Estado do próximo ano. Não poderão candidatar-se donos ou arrendatários de outrasOlhando para trás, Portugal tem, histórica e culturalmente, habitações e candidatos que beneficiem ou tenham beneficiadouma forte propensão para a aquisição de habitação de quaisquer outros apoios à habitação, nem familiares doprópria, o que nos torna, num dos países do mundo com a senhorio. Também ficam de fora contratos não celebrados aomaior taxa de proprietários de imóveis, aproximadamente abrigo do Regime de Arrendamento Urbano (novo ou antigo)75%, segundo dados da consultora CBRE divulgados noano passado. e rendas superiores à admitida para a zona.No entanto, esta tendência tem vindo a ser contrariada nos Renda máxima admitida para o ano de 2017 nos Municípios do Alto Minhoúltimos anos. As novas gerações têm mais propensão para Tipologia T0 e T1 T2 e T3 T4 e T578 valemais.pt 472,00 € 594,00 € Renda máxima 337,00 €
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Desporto #Paulo Gomes Futebol e a “ÉPOCA TONTA”O defeso do futebol, nomeadamente, o português, costuma ser fértil em surpresas, Ainda temos uma “catrufada” de comentadores especialistas em futebol confirmações, reviravoltas e muitas (gostava de saber onde se tira esta especialização para advogados,peripécias. É também a oportunidade que as figuras cantores, cineastas, médicos etc. etc., e quem são os formadores que amenos importantes ligadas, de alguma forma, a este ministram), a falar de banalidades e boatos como verdades absolutasdesporto, têm para mostrar aquilo que valem (ou e aquilo que eu mais gosto de os ouvir, aspectos tácticos e técnicos,não valem), aquilo que são e o que pretendem ser. sistemas de jogo e modelos de jogo, etc., realmente, não sei como estes “especialistas” não saem da televisão e vão para o relvado desvendarÉ nesta “silly season” que quase compreendo alguns tanto conhecimento acumulado.intelectuais, os quais culpabilizam o futebol pelaalienação que este provoca no comum adepto, Que acabe rapidamente esta fase e que os meiosdesesperando com o tempo de antena que os meios de de comunicação realcem quem na realidade nãocomunicação lhe dedicam diariamente em detrimento depende de ninguém para ser protagonista, ode eventos culturais mais sofisticados e não tão JOGADOR DA BOLA.comummente designados do povo, da populaça ou atémesmo da ralé, como já ouvi alguns dizer. Nota: Modelos de gestão baseados no desespero, no ressabiamento e na vingança não costumam funcionar, seja no desporto ou em qualquerDesde o presidente, ao diretor, empresário, amigo outro negocio. O que se está a ver atualmente, seja nas ligas profissionais,intimo do jogador, até ao pai do jogador “vestindo distritais ou regionais é o aparecimento de maiores orçamentos com asa pele” de empresário, todos aparecem em grande mesmas ou menores receitas. A ver vamos. Infelizmente, a coerência dedestaque como figuras proeminentes, com um grau de alguns “gestores de clubes” rapidamente passa a incoerência quando oimportância, que os verdadeiros intérpretes do jogo desespero em busca de resultados fala mais alto.passam para 2º e 3º plano. Razão tinha o outro maluquinho “no futebol o que hoje é verdade amanha é mentira”. Carpe diem80 valemais.pt
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Ambiente #Brito Ribeiro (1ª PARTE) Ordenamento do Território, Paisagem e Ecologia HumanaO “Ordenamento do Território” envolve uma rizontes no médio e longo prazo; composição formal e funcional, com o objetivo de organizar a distribuição de usos e funções • Não reduzir a complexidade da paisagem a modelos demasiado sim- plistas, que se limitam a juntar componentes como se tratassem de par-no espaço e no tempo, contribuindo para o desenvolvi- tes independentes;mento integrado e sustentado das comunidades huma- • Uma utilização racional dos recursos naturais e culturais, tirando partido de- les no sentido de assegurar um progresso conjunto e harmonioso das váriasnas. atividades úteis às comunidades humanas, sem sujeição excessiva às regras voláteis e frequentemente perversas do “mercado”.Como nota prévia, reconheço um generalizado desordena-mento do território e uma progressiva degradação das pai- • A atenção à qualidade de vida, que passa não só pelas questões de sobre-sagens, apesar das orientações e declarações políticas nesta vivência e segurança, de crescimento e bem-estar material mas, também,área, do aumento significativo das normas aplicáveis, bem por outras aspirações e inquietações dos indivíduos e das comunidadescomo do acréscimo substancial do número de profissionais humanas, com expressão na paisagem, nomeadamente as de natureza éti-e de entidades implicados no processo de ordenamento. ca, estética, antropológica ou religiosa. São estas dimensões da paisagem que frequentemente lhe conferem identidade, característica que terá umaEsta situação decorre parcialmente do facto de frequente- crescente valorização num mundo globalizado e cada vez mais uniforme.mente se encarar o território como um simples somatóriode espaços independentes (regiões, concelhos, freguesias, A falta de uma “cultura de ordenamento” também explica uma parte impor-bairros, quarteirões, propriedades, etc.), em que se pode tante do desordenamento do país, a que se junta o desconhecimento dasintervir riscando linhas, manchas e pontos, a partir de consequências de opções erradas quanto à transformação do território.análises superficiais e apressadas, correspondendo a in-teresses particulares, a objetivos sectoriais, funcionalistas, O que se tem verificado em extensas áreas do país, nomeadamente naseconomicistas e/ou de curto prazo. periferias metropolitanas de Lisboa e Porto, ao longo de quase toda a cos- ta atlântica, nas regiões interiores abandonadas e periodicamente varridasContradizendo o que vamos assistindo em termos de transfor- por incêndios florestais, nos centros históricos das cidades e vilas, nas terrasmação do país, considero que ainda faz sentido apontar como férteis do Minho ou das lezírias ribatejanas, merece uma profunda reflexão.objetivo global do ordenamento, o desenvolvimento integradoe sustentado das comunidades humanas, que vivem ou que Sendo o Globo cada vez mais dominado por questões económicas, édependem de um determinado território e das suas paisagens. com alguma perplexidade que se assiste a deseconomias gritantes, pro- vocadas por opções (ou pela falta delas) no âmbito do ordenamento.TAL OBJETIVO DEVE CONTINUAR A REPRE- São disso exemplo, entre muitos outros, a dispersão do edificado e osSENTAR UM IMPERATIVO DO ORDENAMENTO custos consequentes em termos de infraestruturas e serviços, o estadoE GESTÃO DAS PAISAGENS, EXIGINDO: deplorável em que se encontram os nossos recursos hídricos, apesar dos pesados investimentos enterrados em ETAR’s que funcionam mal,• Uma visão alargada em termos espaciais e temporais, jus- a opção pelo transporte rodoviário e a desvalorização dos transportestificando-se a integração das áreas objeto de ordenamento públicos com destaque para o ferroviário, a concentração de indústriaem contextos territoriais alargados e a consideração de ho- no litoral ou a desvalorização do sector primário. (continua)82 valemais.pt
Fontes: “Paisagem e ordenamento do território” Alexandre Abreu ESTA RELATIVA INCON-GRUÊNCIA ESTÁ RELACIONADA COM: • O domínio da visão de curto prazo, não só por par- te da população em geral mas, sobretudo, por par- te dos decisores com maior responsabilidade neste âmbito (deste ponto de vista são trágicos os ciclos eleitorais de quatro anos); • A falta de sensibilidade dos muitos agentes do or- denamento (a população em geral, a administração pública, os políticos, os técnicos com as mais di- versas formações, os representantes das activida- des económicas e mesmo de outros sectores como os ambientais ou culturais) para o que deveria ser o “denominador comum” do ordenamento, o inte- resse público. De facto, é comum aqueles actores encararem e entenderem o território e a paisagem através de perspectivas demasiado sectoriais (não integradas em termos espaciais e sócio-culturais) ou de acordo com os seus interesses particulares. Neste contexto, de pouco serve promulgarem-se renovadas leis ou aprovarem-se novos planos por- que, apesar de conterem princípios e objectivos louváveis, não são esses que orientam as opções de ordenamento, actuando na prática essencialmente através de condicionamentos negativos. Por isso, grande parte dos esforços dos agentes que actuam no território são dirigidos no sentido de contornar e ultrapassar aqueles condicionantes, o que, aliás, têm conseguido com muito razoável su- cesso, como se pode observar por todo o país. Julga- -se, por isso, que avanços significativos no processo de ordenamento também têm que passar por uma alteração de atitudes cívicas/culturais de todos nós, por uma mudança de comportamentos que, por não ser fácil nem rápida, mais responsabiliza os de- cisores actuais e os técnicos que os apoiam. TERRITÓRIO DO ALTO MINHO TIPO 2 Com o 6º ano concluído Inscreve-te TIPO 3 Com o 8º ano concluído em eprami.pt valemais.pt 83
Agricultura #Eusébio Baptista Quem fica a arder?E de repente, toda a gente deita as mãos à cabeça O país está a arder. Mais uma vez. Mas agora, temos quatro canais de televisão sedentos de imagens chocantes. Hipocritamente perguntam o que se passou. E se não se tivessepassado nada, será que o repórter fazia disso uma notícia? “tome lá a chavinha” de casa. diz ele à senhora, enquanto a “ajuda” a fugir das chamas. Nojento. Os montes todos por limpar…M as vamos lá ver se nos entendemos. A culpa É completamente impossível sequer identificar as suas próprias não é dos proprietários florestais que não parcelas. Estamos a falar de parcelas com reduzidas dimensões, muitas limpam as suas parcelas. Vemos muita gente vezes, com áreas menores que 100m2, que na maior parte das vezes estão completamente inacessíveis. E perguntam vocês: então, quefalar em todo o lado, nas rádios, nas televisões, na internet, fazemos? A reposta é simples. Emparcelamento florestal.culpando os malandros dos proprietários porque não Juntar as parcelas de cada um dos proprietários, aumentando assim a sua área e fazendo com que toda a gente tenha acesso as suas parcelas.cortam os codeços dos seus montes, porque não passam Para depois podermos exigir que limpem as suas propriedades. E voltam a perguntar: mas isso nunca foi feito? Foi. Pelo menos em Pinheiros,uma capinadeira nas suas parcelas. Ouvimos e queremos Pias, Barroças e Taias e Moreira esse levantamento foi feito. Foi gasto dinheiro do estado, foi feito um estudo, foi até feita uma proposta paraencontrar culpados. aquela área, o Vale do Gadanha. Mas…. Ficou tudo na gaveta. À nossa boa maneira, deixou-se “cair”.Morreu muita gente, há que encontrar alguém para culpar.Ah, e tal, as arvores até faziam um túnel na estrada… E a culpa Pode haver razões que me ultrapassam, posso estar a ser injusto para quemé deste governo porque é quem está no poder, ou a culpa é do se bateu para que este emparcelamento se concretizasse, mas é difícil degoverno anterior porque cortou as verbas em vez de cortar o aceitar que tudo ficasse no papel. E, é bom que se diga, o objectivo principaltojo, ou ainda do governo anterior àquele porque apostou no desse emparcelamento era juntar as parcelas de vocação agrícola. Maseucalipto. Vivemos numa fase de completa necessidade de estava também previsto um emparcelamento da parte florestal.arranjar o culpado principal. O Pais continua a arder e nóscontinuamos a tentar queimar-nos uns aos outros. Isto que aqui trago hoje é apenas uma demonstração da realidade, pelo menos para o norte do país, onde as parcelas são realmente pequenas.Pois bem, na minha humilde opinião, este problema tem Antes de acusarmos os proprietários é bom que saibamos de que realidademuitas causas. Cada uma delas com o seu respectivo peso. estamos a falar. Antes de discutir os eucaliptos, antes de discutir as leisMas se há responsabilidade que não podemos assacar, essa para limpeza de montes, antes de mais, emparcelamento florestal JÁ!!é aos proprietários florestais que na maior parte das vezesestão impossibilitados de fazer aquilo que a vox populi lheexige, que é limpar os montes, limpar as respectivas parcelas.Pois bem, como herdeiro de parcelas florestais, devodizer que é completamente impossível a um proprietárioflorestal aqui na nossa zona no Alto Minho, limpar a suaparcela, mesmo que o queira fazer.84 valemais.pt
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Consultório Jurídico #VS AdvogadosLargo 5 de outubro nº 22, 4940-521 Paredes de Coura :: Av. 31 de Janeiro nº 262, 4715-052 Braga Paula Viana & Janine Soares EXTRAVIO DE BAGAGEMRegressei de umas férias com a minha família, tendo-me deslocado de avião. Sucede que, no regresso, a minha bagagem extraviou-se, sendo o prejuízo enorme. A quem poderei pedir responsabilidades por tal facto?O Regulamento 889/2002 de 13 de Maio de 2012 dispõe A reclamação deverá ser feita através de formulários próprios,que as questões referentes a passageiros, bagagens e disponíveis na Secção de Bagagem Perdida dos aeroportos e deverámercadorias nas viagens aéreas são da responsabilidade ser acompanhada de documentos que comprovem o valor dadas companhias aéreas. bagagem e das despesas relacionadas com o extravio da mesma. Posteriormente, a companhia aérea analisará a reclamação eNo que respeita às bagagens, a responsabilidade das decidirá pelo seu deferimento ou não.transportadoras aéreas tem como limite máximo 1100 DSE(Direitos de Saque Especial, moeda com cotação no banco Qualquer que seja a decisão da transportadora, o passageiro lesadode Portugal), isto é, cerca de 1220 € por bagagem registada. poderá intentar acção judicial respeitante a indemnização por danosAssim, se o valor dos danos provocados pela perda ou no prazo de dois anos a contados a partir da data de chegada do aviãoextravio da bagagem for superior ao limite estabelecido por ou da data em que o avião deveria ter chegado. Para tal, o lesadolei, o passageiro lesado não será ressarcido na totalidade. deverá fazer-se representar por Advogado que, como profissional forense com conhecimento técnico-jurídico, será quem melhor podeNão obstante, a companhia aérea não poderá ser acautelar os seus interesses.responsável pelos estragos se puder provar que adoptoutodas as medidas necessárias para os evitar. No que diz respeito ao caso em apreço, o leitor deverá efectuar reclamação contra a transportadora aérea, nos termos expostosPara ser ressarcido dos danos causados pelo extravio ou supra, e, não vendo a sua situação resolvida, poderá intentar aperda de bagagem, o passageiro lesado deve apresentar respectiva acção judicial.uma reclamação por escrito à transportadora aéreaem causa, no prazo de 21dias a contar da data em quedeveria ter recebido a bagagem. No caso de bagagemdanificada, o prazo para apresentar reclamação diminuiconsideravelmente, sendo de 7 dias contados a partir dadata que recebeu a bagagem.86 valemais.pt
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Turismo #Nelson Azevedo Desde “a galinha da vizinha é mais gorda do que a minha”ao “vizinhos, vizinhos, negócios à parte”L onge vão os tempos em que olhávamos para “o estrangeiro” como o modelo para as nossas Ainda assim, convém ter em atenção três factores muito importantes férias! Benidorm, Barcelona, Londres, Paris, para fazer deste um vôo sem grande turbulência: em primeiro lugar, exis-Cairo, Tunísia, Punta Cana, Seychelles, … Estes eram tem grandes concorrentes na Europa (Turquia, Alemanha, Reino Unido epara muitos os lugares de sonho para férias mais ou Rússia) que sempre tiveram asas maiores do que as nossas); depois, nãomenos exóticos, mais ou menos exibicionistas, mais ou esquecer que a Ásia será o maior mercado emissor e receptor do turismomenos cool. Sob muitos aspectos, Portugal aprendeu a nos próximos 10 a 15 anos (os turistas chineses são já os que mais gastamvalorizar-se e a olhar-se ao espelho de maneira muito em termos absolutos); e finalmente, deveremos ir deitando o olho a por-mais lisonjeadora, até porque desta vez eram “os tos de abrigo que nos possam servir de refúgio em caso de uma aterragemestrangeiros”a dizer que não podíamos ser o patinho forçada por algum evento desagradável que altere a percepção de que so-feio e sim um belo cisne, viçoso e vaidoso! Deixámos de mos um destino absolutamente seguro.achar que o galináceo da vizinha dava melhores ovosque a nossa própria ave de capoeira! E é precisamente esta volatilidade do fenómeno turístico que nos deve também fazer ter os pés na terra, por estranho que pareça nesta me- Os índices de crescimento no sector do Turismo em Portugal táfora voadora! Benjamin Franklin (o Presidente americano) e o poeta são verdadeiramente estonteantes: até Maio de 2017 mos- Robert Frost deram voz a um sentimento que continua a grassar no país trávamos mais de 10% de crescimento no número de hós- (turístico): “good fences make good neighbours”, ou, em tradução livre, pedes e dormidas, cerca de 20% nos proveitos e nos fluxos “Amigos, amigos, negócios à parte!”. Continuamos a ver cercas erigidas de passageiros nos aeroportos e quase 25% de crescimento alto a dividir regiões, concelhos, freguesias e mesmo lugares! no saldo da balança turística! São números inebriantes, que quase nos fazem ficar com um grão na asa! Poder-se-á dizer, com bastante segurança, que o nosso sector turístico saiu da casca, cresceu, ganhou asas e é capaz de fazer frente aos maiores passarões do reino turístico (entenda-se França, Estados Unidos, Espanha, Itália, China, os Top 5 em 2016).88 valemais.pt
Para alguém que visita um determinado destino, é, sob Decoração eclética e comidamuitos pontos de vista indiferente se um evento é orga- inspirada, num ambiente em quenizado pelo município A ou B, se um restaurante está si- os aromas da terra se conjugam àtuado no concelho A ou B. Faça o leitor um exercício dememória e relembre as vezes em que, durante as férias, frescura das paredes de pedra.foi participar numa festa da cerveja artesanal ou assistira um concerto ou foi almoçar/jantar num determinado Atmosfera descontraída erestaurante. Lembra-se do concelho ou do evento e da elegância informal, onde aexperiência? Voltou ao concelho por outros motivos de simplicidade da madeira se alia àcariz turístico (ver monumentos, fazer um roteiro, ficar frescura do ambiente rústico.num hotel)? Pense lá bem e agora ponha-se na pele deum visitante estrangeiro, que representa já uma quota de Momentos de convívio e partilha àmais de 60% do mercado turístico em Portugal! sombra de um secular castanheiro.O que normalmente se faz um pouco por todo o país é Na entrega deste destacável aproveite aenaltecer as virtudes próprias, conceber eventos para oferta de uma sobremesa em qualqueratrair pessoas, marcar o território (com cercas ou de formamais primitiva!) e tentar fazer com que o visitante/ turista refeição com valor superior a 15€.não nos fuja do concelho. Por isso, temos uma sobrepo-sição maçuda de eventos, todos nos mesmos fins-de-se- valemais.pt 89mana, às mesmas horas. Quase como a concorrência aque se assiste as programações dos canais de televisão...Isto de promover o destino sem que se perceba as vanta-gens de fidelizar os visitantes por uma região (e não só umconcelho) não se coaduna com a falta de experiência e devisão de muitos dos decisores, na maior parte das vezespolíticos, que actuam sem perceberem como funcionamos fluxos de turistas. Por vezes as organizações de eventosfalham porque não prevêm a sobreposição de motivos deinteresse, não fazem o que se chama de promoção cruzada(quando se promove vários destinos em rede, como acon-tece com as Lojas Interactivas de Turismo ou com eventosque envolvem vários municípios, como o FolkMonção oualguns dos Fins-de-semana Gastronómicos) ou promo-ção conjunta (quando se promove vinho de uma região,aldeias com características idênticas (como por exemploas Aldeias do Xisto) ou características naturais (como porexemplo o Parque Nacional Peneda-Gerês).Falta, entre nós no Alto Minho, fazer um “desemparce-lamento”: passar das leiras e cotos - e coutos privados!-para uma maior partilha daquilo que nos torna únicos nopanorama turístico nacional- o vinho verde, a cultura po-pular e as novas formas de cultura, a natureza exuberante,os eventos variados e de múltiplos contornos. Promovereventos comuns que celebrem a cultura vinho, mostremo património edificado e a origem da matriz cultural dePortugal ou que permitam desfrutar da natureza deveráunir propósitos, esforços e práticas. Comece-se com asépocas mais baixas (Outubro a Março) como balão deensaio para os dias de sol de verão. Isso faz-se com coor-denação, cooperação e comunicação, sem naturalmenteesquecer o bairrismo ou os investimentos locais. Porqueamigos, amigos, negócios duplicados!
Crianças #Carla Silva Brincadeiras na praiaChegam os dias de praia e, quem tem crianças pequenas, bem sabe o que significa satisfazer-lhes a vontade de levaras “tralhas” todas atrás! Longe vão os tempos em que brincar na praia era fazer castelinhos na areia, apenas usando as mãos, conchas e água, ou fazer bolinhos com areia molhada revestida de areia seca….recordações!Aproveitando o local em si, recordemos que tanto a água como Uma outra vantagem destas brincadeiras é que , além de educar, a brincadeira coma areia são elementos que estimulam os sentidos, ajudam no água e areia é benéfica para as crianças muito agitadas. Este tipo de brincadeiracrescimento e desenvolvimento, e ajudam na coordenação motora geralmente pode ter um efeito tranquilizador sobre a criança. Isso a ajudará adas crianças. É um jogo que as ajuda a interagir com outras crianças concentrar-se, a partilhar, a acalmar-se. Claro que é necessário tomar cuidado paraatravés da linguagem e da aprendizagem do vocabulário, além que os mais pequenos não tentem colocar areia na boca. Principalmente tratando-sedo que os tornam mais criativos na medida em que planeiam a de crianças menores de 3 anos, essa brincadeira deve estar sob vigilância constanteforma que querem dar à areia, e logo criadores das suas próprias de um adulto. Até porque, para além da areia em si, muitos são os pequenos lixos que,brincadeiras. Brincar com a água e areia permite que as crianças infelizmente, se vão encontrando disfarçados nos areais. Aos poucos nota-se maiorexpressem a sua criatividade e se sintam motivadas a planear.Na consciência por parte das pessoas em terem comportamentos cívicos responsáveis nopraia, assim como em locais de convívio como os parques por entanto, ainda há um longo caminho a percorrer.exemplo, as brincadeiras com a água e a areia podem interessar atéa uma criança tímida ou que tenha dificuldades para relacionar-se Também aqui deve haver uma vertente social : os pais têm oportunidade decom as demais. ensinar às crianças a importância de saber estar com os outros, com a sociedade : brincar sim, mas sem incomodar os demais. Quantas vezes crianças atiram bolasBrincar com a água e a areia é uma boa oportunidade para que as para cima dos outros, ou areia, ou água, perante o olhar indiferente dos pais quecrianças estejam em contato com a natureza. É uma boa ocasião acham que o “ser criança” dá direito a tudo ? O saber estar começa em pequenopara que os pais reforcem a importância do uso da água para e qualquer local serve para o interiorizar….até durante as brincadeiras de praia.trabalhar com a areia e dar-lhes formas, para regar plantas, limparas mãos depois das brincadeiras.90 valemais.pt
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Saúde #Lígia RioAtenção às altas temperaturas!C om a chegada do verão e do calor são SABIA QUE… necessários alguns cuidados. De que forma o calor afeta o nosso organismo Em situações de humidade relativa elevada, ou seja, quandoe como podemos contornar isso? há grande quantidade de vapor de água no ar, o processo de evaporação do suor é prejudicado, assim como o de perdaEste Verão já chegamos a sentir temperaturas na de calor. Nesta situação, a temperatura corporal sobe que seordem dos 40 graus. O calor extremo afeta toda a chegar a 41 graus pode provocar a morte.gente, em especial os desportistas de ar livre que porvezes insistem em correr nas horas de maior calor. SINAL DE ALERTANesse sentido, importa esclarecer que suar em Quando a temperatura do corpo sobe, os termoreceptoresdemasia não emagrece, desidrata! espalhados pelo corpo enviam um sinal ao hipotálamo, área do cérebro responsável por acionar reações noApesar da estação promover mais disposição para o controlo da temperatura corporal.exercício, o calor extremo pode afetar negativamenteo desempenho do atleta e provocar lesões graves. QUEBRA DA ENERGIAO aumento da temperatura corporal, para alémda desidratação, pode provocar falta de energia, Com o aumento da temperatura, os vasoshipotensão arterial, vertigens e dores de cabeça, sanguíneos dilatam e a pressão arterialHiponatremia por perda de sais minerais através do desce. Para além de dificultar a absorçãosuor, entre outras. de oxigénio pelos músculos, causa sensação de moleza e quebra de energia.O QUE ACONTECE… PRODUÇÃO DE CALOR Para conseguir energia, o nosso organismo produz uma molécula chamada adenosina trifosfato (ATP). Nesse processo ocorre libertação de calor que o nosso organismo tenta eliminar para manter o equilíbrio térmico nos 36,5 graus. HIDRATAÇÃO Não é só de água que o nosso suor é composto, existem sais minerais como o sódio e potássio que em baixas concentrações levam a cãimbras, náuseas e fadiga muscular. Daí a importância de bebidas isotónicas para exercícios prolongados. TRANSFERÊNCIA DE CALOR Um dos mecanismos utilizados pelo organismo para libertar o calor é por meio da condução. O calor é transferido pela corrente sanguínea até à superfície da pele onde ocorre a troca de calor com o exterior. Por isso focamos com as bochechas vermelhas durante o exercício e em dias muito quentes. TRANSPIRAÇÃO Quando a temperatura interna do corpo aumenta as glândulas sudoríparas ativam e transpiramos. A transpiração é a forma do corpo refrescar através da sua evaporação à superfície da pele. Por isso, não se deve limpar com tanta regularidade o suor pois transpiramos ainda mais e ão refrescamos o corpo, desidratamo-lo.92 valemais.pt
Se foi treinar a uma hora impropria e sentiu-se mal, deveprocurar uma sombra para sentar ou deitar (diminuir afrequência cardíaca – nestes casos o coração tem grandesdificuldade de bombear a quantidade de sangue necessáriapara todo o corpo), ingerir lentamente água ou bebidasisotónicas, esperar que normalize e chamar ajuda.Existem algumas bebidas isotónicas no mercado, umasmelhores que outras, mas uma delas mais barata esaudável, a caseira. Basta misturar 1 ou duas colheres deaçúcar ou mel, uma pitada de sal, 2 colheres de sopa desumo de limão ou laranja e 250mL de água. Atenção queas bebidas isotónicas só devem ser ingeridas em casosde exercícios de intensidade elevada ou quando se perdecerca de 2% do peso corporal durante a atividade física.Dito isto, são necessários alguns cuidados. Evitar a práticade exercício físico entre as 10h e as 17h, ingerir bastanteslíquidos, usar óculos de sol, chapéu, protetor solar e bomcalçado para evitar zonas de fricção e bolhas e fazer umaalimentação leve antes dos treinos. valemais.pt 93
Sexo & Amor #Laura CoutoPartilhar fantasias Experimente algumas das ideias aqui presentes: “estrelas de Uma das formas mais saudáveis de trazer algo novo e excitante cinema” inspira fantasias de filmes caseiros, ao passo que para a sua vida amorosa é partilhar as suas fantasias com o seu “estranhos na noite” e a “preferida do professor” trazemcompanheiro. Mesmo que já tenham uma vida sexual satisfatória para a realidade fantasias comuns que talvez já tenha tido. e rica, irão expandir os vossos conhecimentos e a vossa ESTRELAS DE CINEMA intimidade ao partilharem os vossos segredos mais escondidos. Pode parecer desleal fantasiar acerca de cenários sexuais, mas Se quiser ver-se na tela ou se o seu parceiro gosta da ideia de a ver actuar, poderá então ser ele o realizador de um partilhá-los com o seu parceiro irá criar maior confiança e filme porno, consigo, como estrela principal. Crie uma reforçar os laços que vos unem. cena com uma luz romântica e cubra a cama com uma manta de seda ou de pele. Entre em cena com umas meiasZONA DE SEGURANÇA de ligas e sapatos de tacão alto. Acaricie o seu corpo, gema alto e use um brinquedo sexual ou um vibrador para sePartilhar as suas fantasias poderá ser assustador. De modo a afastar excitar. Depois, da actuação vejam o filme juntos e deixemquaisquer preocupação, estabeleça uma área de fantasias como uma a excitação apoderar-se de vocês.zona segura onde poderão partilhar os vossos sonhos sexuais livres dequalquer julgamento. Estes acordos ajudarão a constituir a confiança e ESTRANHOS NA NOITEo respeito para uma vida sadia em conjunto. Recrie as recordações do tempo em que se conheceramDENTRO DA SUA ÁREA DE FANTASIA ao reencontrarem-se de novo pela primeira vez. Reencontrem-se num bar ou no hotel com roupasAvise-o antes de começarem que qualquer fantasia secreta envolvendo diferentes, nova aparência e talvez mesmo uma peruca.a sua melhor amiga, ou a sua mãe ou irmã será melhor se for narrada Sejam criativos e mantenham a sensualidade inventandosob disfarce – tais como as suas fantasias acerca do melhor amigo dele uma carreira, nomes falsos e histórias ficcionais. Será umaou irmão. Ser atraído por gente atraente é inevitável, mas mantenha a boa oportunidade para a hospedeira loura que está mortadistância de fantasias que podem ferir sentimentos. Poderá ser tentador por perder a virgindade ou aquela ruiva executiva que nãotentar explorar as fantasias dele acerca de pessoas que lhe são próximas consegue esperar por dominar um homem na cama.mas isso não acabará bem. A PREFERIDA DO PROFESSOREvite mencionar nomes – ele não precisa de saber quais as estrelasde cinema de que você gosta -, apenas partilhe os acontecimentos da Se ainda tem a fantasia de ser seduzida por um dos seusfantasia, tais como sexo em público, na praia ou na secretaria. antigos professores da faculdade, recrie a cena com o seu companheiro. Vista um belo vestido para “tirar dúvidas”TORNAR AS VOSSAS FANTASIAS REAIS com ele. Ele convida-a a entrar no gabinete e diz-lhe estar impressionado com o seu trabalho mais recente. VocêSeja honesta acerca dos seus sentimentos. Se ser espancada ou espancá- esboça um sorriso e acidentalmente expões parte daslo nunca poderá ser uma opção, diga-lho. Se ele recusar vestir um fato de coxas. Ele oferece-lhe uma bebida e começa a seduzi-la.super-herói, aceite a decisão dele. Contudo, se o seu parceiro lhe sugerir uma É a sua primeira vez, por isso está um pouco nervosa efantasia que apenas aceitará com algumas reservas, estabeleça as regras para ambos têm de ser muitos cuidadosos devido às aulas quea concretizar. Por exemplo, se não estiver disposta a entrar em sexo a três, decorrem na sala ao lado.poderá preferir vestir-se como outra mulher apenas para esta noite.As representar fantasias irá enriquecer muitas áreas da sua vida. É algodesafiante e erótico ver a sua imaginação dominar o seu quarto.Estabeleça uma área de fantasias como uma zona segura onde poderãopartilhar os vossos sonhos sexuais livres de qualquer julgamento.CAIXA DE FANTASIASPartilhe as suas fantasias escrevendo-as em pedacinhos de papel quedepois guarda numa caixa. Depois escolha um dos papelinhos e divirta-se a concretizá-la.94 valemais.pt
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Espaço Juvenil #Marta Silva S. _ 12 anos Numa manhã, como tantas outras, ao abrir o correio electrónico, deparamo-nos com um email da Marta. Apresentou-se como uma menina do Alto Minho, de 12 anos, que gosta muito de escrever. A Marta encheu-se de coragem e enviou um texto, que tinha escrito na noite anterior, para a revista Vale Mais, 'aquela que o pai compra lá para casa'.Pela sua autentacidade, pela sua ousadia e valentia, mas sobretudo pela incrível singularidade que a sua escrita apresenta, não hesitamos em publicar o seu texto estreando, assim, uma nova secção destinada aos mais novos... Ficamos à espera de mais talentos como o da Marta.O BEM ESSENCIAL!Era uma vez… (PAROU TUDO) Quantas histórias começam por “Era uma vez…”?! Pois esta aqui é diferente, é especial,é…realista! E, realista, porquê? Porque fala um pouco sobre a realidade de certas mentes que habitam neste mundo.Meninas ricas e preconceituosas, que se acham, e que lá por terem dinheiro…(FEZ-SE PAUSA) Olha que já ía contandoa história toda…mas se continuarem a ler vão entender o resto. Já agora, esta história é destinada especialmente àspessoas que pensam de uma maneira difícil de entender, que chega a ser difícil de compreender a razão pela qualpensam assim (meninas e meninos, não tenho preconceito). Num dia quente de verão, Lena viajava com os pais para Miami, uma cidade cara (só para começarem a ter uma ideiado que estou a falar). Lena era uma menina de cabelos loiros, olhos cor avelã e pele clara e macia. A coisa que toda agente queria ver era um sorriso verdadeiro na cara dela, porque sorriso ela tinha, mas era um sorriso falso, ganancioso,se é que vocês me entendem…Ela não tinha amigos…nenhuns…literalmente, nem a sua gata gostava dela.Bem… quando chegou a Miami, instalou-se num hotel, obviamente. Chegou à sua suíte privada, abriu a janela e olhoulá para fora. Os seus cabelos brilhavam como raios de sol à sua luz natural. O hotel tinha um grande jardim, umapiscina e um pequeno pátio com uma fonte. Passado algum tempo, ela já tinha desfeito as malas e ia dar um mergulho.E, adivinhem, as coisas dela nem couberam no armário! Na piscina, conheceu Kayla, uma rapariga portuguesa tal como ela. Kayla também tinha dinheiro, mas, ao contráriode Lena, tinha coração. Kayla deu-lhe uma oportunidade, pois, ao contrário das outras pessoas, não fugiu quandocomeçou a conversar com ela. Kayla contou-lhe que o seu pai, com o dinheiro que tinha, ajudava aqueles que maisprecisam e doava aos orfanatos. E que a sua irmã mais velha trabalha, voluntariamente, na sopa dos pobres.Kayla explicou melhor: - Não importa o bem material que tens, mas, sim, o bem essencial, e isto é: a família, se não passas fome, uma casapara viver, ter amigos.E acrescentou:- Isto é tudo o que precisas para ser feliz. Aquilo realmente tocou a Lena. Nunca tinha pensado nisso. Sempre pensara que era um privilégio ser rica e poder tertudo o que queria. Refletiu naquilo o resto do dia e, na hora do jantar, lançou um sorriso VERDADEIRO. Toda a genteficou impressionada. Aquilo era um milagre! Lena foi mudando a pouco e pouco a sua personalidade para melhor e, um dia, quando foi jantar fora com os pais,viu um menino de rua a tirar comida do lixo. Lena, como não lhe apetecia mais nada, deu o resto ao menino e a suasemanada inteira para ajudar a criança e a sua família.O rapaz agradeceu na sua língua: - Thank you. Este texto, que nos foi remetido, pretende ser - You´re welcome and good luck for you and your family! - respondeu Lena, amigavelmente. o embrião de um espaço para os mais novos com Passados alguns dias, Lena voltou para casa e na escola as pessoas começaram a notar a sua especial potencial a nívelmudança e a simpatizar com ela. da expressão escrita. Um desafio que também Fim deixamos às escolas!96 valemais.pt
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Ensino #Maria Rosa GondimJornada Escola em mobilidade ERASMUS+O Erasmus+ é um Programa da Comissão Europeia, no domínio da Educação, Formação, Juventude e Desporto.O Agrupamento de Escolas de Muralhas do Minho, em colabo- Nas sessões sobre a disciplina de Matemática, os participantes tomaramração com o Centro de Formação Vale do Minho e com o apoio conhecimento da estrutura e funcionamento de outros sistemas de en-da Agência Nacional Erasmus+ e do IPVC, realizaram no passa- sino, de metodologias diferenciadas e atividades inovadoras que privile-do dia 14 de julho, a jornada Escola em Mobilidade, nas instala- giam o movimento e a oralidade na sala de aula.ções da Escola Superior de Ciências Empresariais, emValença. Em Inglês, as sessões consistiram na apresentação de novos recursos eA Ação 1 – KA1 – do Erasmus+ promove a mobilidade indivi- metodologias, com o objetivo de valorizar a vertente comunicativa. Nodual para fins de aprendizagem, oferecendo oportunidades âmbito do ensino secundário, fez-se uma abordagem de questões trans-aos docentes para melhorarem as suas capacidades profis- versais à metodologia do ensino das línguas estrangeiras.sionais e ampliar a sua consciência cultural. Os projetos demobilidade permitem viajar para outro país europeu parti- No respeitante ao uso das TIC na sala de aula, com aplicações comocipante, a fim de estudar, trabalhar, ensinar, fazer formação Mentimenter e Kahoot, deve apelar-se à criatividade e inovação, com oe desenvolver competências pessoais, sociais e profissio- acompanhamento do professor.nais. Deste modo, pretende-se que as atividades apoiadasao abrigo da Ação 1 produzam, a nível das escolas, um am- Quanto à avaliação, esta deve ser orientadora da aprendizagem e pro-biente mais dinâmico, empenhado e profissional. motora do sucesso. As metodologias de aprendizagem ativa em grupos heterogéneos devem propiciar a implementação da avaliação formati-Foi com este intuito que 26 professores do agrupamento, os va. Também na aprendizagem cooperativa são de extrema importânciadinamizadores da Jornada Escola em Mobilidade, frequen- a autoavaliação e a heteroavaliação, os métodos de ensino, as atividadestaram cursos estruturados no estrangeiro e atividades de job a desenvolver e as tarefas definidas para cada aluno.shadowing, o que permitiu uma formação contextualizada epassível de reflexão conjunta, assegurando a transmissibili- A formação em literacia visual permitiu aos participantes na sessão adade da informação e consequente disseminação. oportunidade de manuseamento de aplicação Comic-Life, adaptando conteúdos curriculares à especificidade da sua atividade pedagógica.Relativamente ao job shadowing, efetuado na escola Fran-z-von-Lenbach-Schule, situada na cidade de Schrobe- No que concerne à motivação e comportamento, a sessão centrou-se nanhausen, na Baviera, Alemanha, um elemento da direção partilha de experiências, recursos e estratégias que proporcionam ume dois coordenadores observaram aulas e acompanharam ambiente harmonioso, conducente ao sucesso de todos.o trabalho realizado por pessoas com as mesmas fun-ções. Numa segunda fase, dois professores de matemática A convite da Agência Nacional Erasmus+, os responsáveis pelo projetoacompanharam a rotina de um professor tutor. deslocaram-se a Lisboa, no dia 18 de julho, para apresentar “Escola em Mobilidade – uma aposta pelo futuro”, como exemplo de boas práticas,Durante a Jornada de dia 14 de julho, foi feito o enquadra- numa Reunião Geral de Monitorização de projetos ERASMUS+ 2017.mento da escola visitada durante as atividades de job sha-dowing e realizou-se uma tarefa prática de aprendizagem,tendo em consideração a metodologia usada na sala deaula da escola de acolhimento.98 valemais.pt
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