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Vale Mais Agosto & Setembro'19

Published by info, 2019-08-01 06:11:00

Description: Vale Mais n.º68

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AORLGTOUL-HMOISNAHMEONTTOE S JÁ LÁ VÃO OITO ANOS. Oito anos de trabalho diário na procura de divulgar e dar a conhecer, aos nossos leitores e à população do Alto Minho, o melhor que esta região tem. Sem subterfúgios, observando a verdade e objetividade das situações com a marca própria que nos diferencia, afirma e credibiliza. Sempre com um jornalismo independente, sem sensacionalismos e juízos de valor. Informação credível e confiável. TEMOS FEITO UM JORNALISMO DE REFERÊNCIA AO DIVULGAR VÁRIAS SITUAÇÕES NUMA AGENDA PRÓPRIA QUE MUITO NOS PRESTIGIA. Ao longo destes anos, entrevistamos várias personalidades do Alto Minho, reconhecidas nas mais diversas áreas, desde a cultura e património, da arte e espetáculo, ao desporto e a investigação. Também tentamos, muitas vezes, através dos nossos trabalhos, alertar para situações que cairam no esquecimento e que, ao serem divulgadas, podem ganhar um novo interesse e preocupação. É, também esse, o papel da comunicação social. NESTE TRABALHO QUE AGORA LHE APRESENTAMOS, RECORDAMOS ALGUMAS DAS PEÇAS JORNALÍSTICAS QUE REALIZAMOS AO LONGO DESTES OITO ANOS. Muitas outras caberiam nestas páginas, escolhemos estas, por terem sido, para nós, das mais emblemáticas no percurso já efetuado. Além destes, não podemos esquecer as centenas de artigos com que os nossos prestigiados colaboradores nos brindam a cada edição. Artigos informativos, técnicos e assim de tudo de interesse público. www.valemais.pt 53

RCuoimNeanbdeaidroor Para o Comendador Rui Nabeiro todos eles fazem parte de uma grande família, assim como todos os seus colaboradores. Em junho de 2012 realizamos uma das primeiras grandes entrevistas no nosso projeto. Fomos até Viana do Castelo, onde Na altura, o empresário relevou que tinha muita admiração Manuel Rui Azinhais Nabeiro, um dos maiores empresário do pelas pessoas do Minho. “E não digo isto por estar perante um país nos recebeu nas instalações da Delta, nesta cidade. meio de comunicação”. Comendador Nabeiro foi criado numa família humilde “São pessoas que eu sempre cataloguei como pessoas de começou a trabalhar aos 13 anos com o pai e os tios na ação, e portanto tenho muita fé e muita esperança nesta torra do café. Aos 19 anos assumiu a direção da Torrefação região. Esta zona sempre teve pessoas audazes, trabalhadoras Camelo Lda, e aos 30 anos constituiu a sua própria empresa, e dedicadas a entidade patronal. É preciso fazermos mais, e a DELTA CAFÉS, hoje, líder em Portugal, no setor do café. fazer mexer as coisas”. Homem simples, dedicou toda a sua vida ao trabalho e à sua empresa, o que fez com que esta cresce-se no mercado Recorde-se que em 2012 Portugal atravessava nacional e internacional. uma enorme crise económica, daí as palavras encorajadoras deste De uma empresa familiar que se iniciou com três mega empresário trabalhadores, alberga, hoje, mais de 3000. nacional. 54 www.valemais.pt

HdeosPpairteadl ePssidqeuiCátoruicroa No monte da Pena, em Moselos, eleva-se majestoso e Estas imponente, o antigo hospital psiquiátrico de Paredes de Coura. palavras Inicialmente denominado Sanatório Marechal Carmona, foram escritas era conhecido por ser dos melhores hospitais do país, no nesta revista em tratamento de doenças pulmonares. junho de 2012, e até bem pouco tempo, Os ares frescos e puros do Minho eram sobejamente continuavam a fazer todo requisitados por pessoas de todo o país que vinham à procura o sentido. Aliás, na altura da cura para os seus males. uma das incertezas deste local prendia-se sobre o seu proprietário: A 16 de setembro de 1934, as portas do Sanatório abriram- “ainda hoje não se definiu o verdadeiro se, para receber, por entre aplausos das pessoas sempre proprietário daquele espaço. Não sabemos se pertence ao hospitaleiras e acolhedoras desta terra, os ferroviários do Ministério da Saúde, unidade local de Viana do Castelo, ou estado, primeiros doentes a movimentarem-se neste local. ao Ministério das Finanças. Apesar de contactos persistentes com o Estado. O facto de não haver proprietário objetivo, Com o passar do tempo foi crescendo e melhorando as suas dificulta a viabilização de eventuais projetos de investimento, instalações. Dos 40 doentes iniciais, passaram a 200. Tinha uma vez que indicia um caminho burocrático que muitos ainda 60 funcionários, muitos deles naturais do concelho. investidores não estão dispostos a percorrer” dizia-nos Mais tarde passou a alojar doentes psiquiátricos e adquiriu a um membro da Câmara Municipal da altura. Também o designação de hospital psiquiátrico. presidente da junta de Moselos, não acredita num desfecho favorável para o edifício. ‘’Não gostamos de ver o edifício Hoje é um local fantasma para uns, assombroso para alguns, assim, mas não vejo solução nenhuma. As pessoas daqui mas também espantoso, por exemplo, para fotógrafos que desejam uma solução, mas parece-me que não vai haver. aqui vem, de todo o país, à procura da magníficas fotografias. O edifício está abandonado, vandalizado, e vai ser difícil mundo. Hoje em dia, quem visita o local descobre uma encontrar soluções”. perturbadora realidade onde é possível observar; macas, No entanto, e passados sete anos o antigo sanatório foi armários, material hospitalar, roupa, ficheiros clínicos, vendido a um “investidor local, que pediu anonimato, por máquinas, entre outros. A despreocupação e o desleixo dão 582.490 euros” e terá como destino a exploração turística. força ao tempo, que vai destruindo o edifico, enquanto a Para Vítor Paulo Pereira, esse foi um “dia histórico” para Paredes de Coura, não apenas pela venda de um imóvel, população assiste ao desmoronar de um mas também pela possibilidade de ser transformado numa edifício ímpar desta terra. “infraestrutura turística capaz de suportar uma estratégia mais ambiciosa” para o concelho. www.valemais.pt 55

FaObRaTnEdDoAnINadSUoA A “única ilha abandonada de Portugal “ foi objeto de capuchinhos. Há também um pequeno farol, alimentado a reportagem da VALE MAIS em novembro de 2012. A Ínsua energia solar e, segundo nos dizem, com raios laser”. e o seu forte, situado na foz do rio Minho, estão a pouco mais de 200 metros da costa e é um local a que a curiosidade leva Já em 2016, o forte integrou o programa ‘Revive’, projeto do muitos a ir até lá, em “pequenas embarcações” e num acesso Estado português que previa a abertura do património ao que se apresenta “perigoso”. investimento privado para o desenvolvimento de projetos turísticos. A área a afetar ao uso turístico seria a totalidade do Como então referimos “foi, nos finais do séc. XIV, que alguns imóvel. Até agora, sem resultados visíveis! monges da Galiza e das Astúrias, zangados por Castela apoiar o Papa de Avignon durante a Grande Cisma do Ocidente, fugiram para o Minho”. Escrevíamos, também, que “desde 1834 que a ínsua e o forte Entretanto, em finais de julho, foi anunciado o lançamento do se encontram abandonados, quando os liberais extinguiram as concurso público internacional para a concessão deste Forte ordens religiosas. O Ministério da Defesa entregou-o, em 1949, no âmbito do programa Revive, criado pelo Governo. ao das Finanças, estando, atualmente, na competência deste e da Secretaria de Estado da Cultura”. A Câmara Municipal de Caminha assegurou os estudos preparatórios e o Turismo de Portugal a divulgação do imóvel De igual modo, continua atual a informação que então junto de investidores. dávamos de que “apesar de algumas obras de conservação, o cenário é de abandono. No perímetro do forte estão as dependências, aquartelamentos, locais de depósitos para armas e munições, bem como dos canhões virados para a foz. Vizinho, está o arruinado convento de frades 56 www.valemais.pt

RTIAOGDORBRIGANUDEÃOS Apesar de já ser uma referência colossal da nossa região (basta para isso, referir que Tiago Quando entrevistamos Tiago Brandão Rodrigues, em fevereiro de 2013 Brandão Rodrigues se licenciou em Bioquímica na estávamos longe de imaginar o que se seguiria na sua vida. Universidade de Coimbra, doutorou-se em Biofísica Molecular entre a Universidade de Coimbra e de Na altura, perguntamos-lhe como é o Vale do Minho aos olhos de um Madrid, e trabalhava, aquando da entrevista, no emigrante sem sabermos (nós e ele) que viria a ser,meses mais tarde,Ministro Departamento de Bioquímica da Universidade da Educação no governo de António Costa, posição que ainda hoje ocupa. de Cambridge e numa Fundação de Investigação na área do cancro (Oncologia), Tiago recordou- Há seis anos dizia-nos que: \"Coura significa reencontrar-me a mim mesmo nos ainda que “ter nascido em Paredes de Coura e às pessoas que mais me são queridas. Além de ter saído há mais de 20 foi, certamente, o fator mais importante na forma anos, continuo a manter uma ligação muito forte a muitos amigos que aqui como se moldou como pessoa”. conservo e à realidade e à atualidade do concelho\". No final da entrevista referiu-nos que “Daqui a \"Noto essa forte ligação na maneira, quase \"abusiva\", que reiteradamente uns poucos anos terei que equacionar qual será o incluo nas conversas o tema \"Coura\", atitude esta que certamente me vai próximo passo. Talvez voltar para Portugal possa fazendo sentir mais próximo\". entrar nesses planos. Voltar para o seu país é quase sempre um sonho para quem está emigrado, e eu Mas além de ter as suas raízes em Paredes de Coura, Tiago B. Rodrigues não sou uma exceção”. passou muito do meu tempo de infância e juventude noutros locais do Vale do Minho, em especial, muitos fins de semana e períodos de férias Voltou, e para ser ministro. entre Moledo e Caminha\". www.valemais.pt 57

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MAGAJLÚHLÃIEOS QUEIJO DE CABRA QUEIJO DE CABRAO Leite dos Nossos Animais Em agosto de 2014 fomos até às instalações do FeFleizliezse,sS, SaauuddáávOveeisLiseeeiotcechqhedueiooeiosssfNdadoezeseEsmEonnsoeeAsrrg.gniiaiam,,ééaiaas base de tudo Porto Canal, onde estivemos à conversa com o base de tudo A sua excecional quaolidqaudeefaézeomreossu. ltado do cuidado e diretor geral deste canal. amtaAaettneséuçnrãaçiaãoe-oxpqcqrueiumeceiadodnapaameml roqfoseusaitalaaiodospasadNNreoaoéssossosoosmrseAaAsinunsilitmmdaeadalioiisscidoeeosccocoosunnQidssutatiietdtuuiojiioaeas. QUEIJO DE CABRAmatériCaO-pMriPmRaOpVeErfNeiUtaMpAarLaOoJsAmPaEisRdTeOlicDioEsoSsI!Queijos. Jornalista incontornável do panorama televisivo nacional Júlio de Serpa Pinto Magalhães nasceu no QUEIJO DE CABRACOMPROOVLeEitNeUdoMsANoLsOsoJsAAnPiEmRaTisO DE SI! Porto, a sete de fevereiro de 1963, foi para Angola PRADFOeSlizDeEsM,ESLGaAuCdOáve| isWeWcWhe.PiRoAsDdOeSDEEnMeErLgGiaAC, éO.aPTba|seTLdFe. 2t5u1d4o14 093 com sete meses, tendo vivido um ano em Luanda e QUEIJO DE CABRAPRADOSDEMELGACO | WoWWqu.PeRAfDaOzeSDmEMoEsL. GACO.PT | TLF. 251 414 093 doze em Sá da Bandeira. AFFaAmteeaesslliiuutzznéeeaaçrssãieea,,oSSxx-ccpaaqeeuurucciddmeiiooááadOOnnvvaaaeepLLmiillesseeqqroeeiiuufttseoeeaaccihhlltaddiiqddaeeooouaaiispoosseddssaNNNeefrddaoooaééeezssseosssooEEmoosonnssrrsmoeeeAAsrrAssagg.nnuuiniisiiaallmmittmdaa,, ééaaeddaiilooaaissiscbbiddoeaaoossscocceeosuunddQiiddseeutaaietttdduuuioojddioaeeoos. atençãoCOquMePdRaOmVoEsoNaqUouMseANfaoLzsOesJmoAsosAP.nEiRmTaOisDeEcSoI!nstitui a Em 1975 regressou para Portugal, onde aos dezasseis Amasutéarieax-cpercimioanapleqrufeailtidaapdaeraéoosrmesauisltdaedloicidoosocsuQiduaediojoes. anos, iniciou a sua carreira como colaborador de O amtaPeRtnAéçDrãOiaSoCD-EpOqMruMEimeLGPAadRCaOpOmeVr|oEfWseNiWtaUaWoM.spPRaANArDoLaOsOSosDJsoEMAsmELAPaGinEAsCiRmdOT.ePaOTliiscDio|eEsTcoLSFosI. !n2Q5s1ut4ie1t4uij0io9as3 . Comércio do Porto na área do desporto onde acabou por integrar os quadros do jornal. Trabalhou ainda no jornal Europeu, no semanário O Liberal, na Rádio Nova e, em 1990 estreou-se na RTP onde, para além de jornalista e repórter, apresentou o programa da manhã e o Jornal da Tarde. Decidiu, também, editar alguns livros. No entanto afirma, “não sou um escritor sou apenas um jornalista que gosta de escrever histórias”. Em 2014 afirmou que “O futuro está nos jornais regionais” e que o Alto Minho é a região com maior potencial de Portugal. “O que tem faltado e deve ser feito é potencial o crescimento enorme de turistas, aproveitando o crescimento que o Porto tem tido nesse sentido. E não há região como o Alto Minho, que tem tudo. Tem litoral e interior, serra e planície e tem uma variedade de natureza e oferta que mais nenhuma região no país tem. É preciso aproveitar e dinamizar mas falta, uma estratégia de expansão para o mundo, de divulgação, de dar a conhecer a região”. PRADOSCDEOMMELGPARCOOV| EWNWUWM.PRAADLOOSDJEMAELPGEACROT.POT D| ETLSFI. !251 414 093 PRADOSDEMELGACO | WWW.PRADOSDEMELGACO.PT | TLF. 251 414 093 www.valemais.pt 59

CONVENTO DE S. “Aparenta ter sido alvo da cobiça dos MFROANNTCEISCO DO amigos do alheio, vândalos ocasionais, praticantes de cultos esotéricos, quiçá Seis séculos de um satânicos, e, eventualmente, por toxicodependentes, local “fantástico” vendo-se lajes levantadas e uma peça de metal, ao abandono relativamente recente, a suportar um dos arcos”, escrevia-se, então, na VALE MAIS. Anda pelo top 10 dos “lugares abandonados mais fantásticos de Portugal”. O Convento de S. Francisco do Monte, em Viana Ao longo dos tempos, várias soluções têm sido do Castelo, está em avançado estado de degradação, mas as aventadas para o local, no sentido da sua utilização com suas ruínas, a vegetação que as envolve e o que dele resta objetivos culturais, sociais ou desportivos, eventualmente continuam a ser mágicos para muita gente. turísticos, mas nada se concretizou, provavelmente devido aos milhões que seriam necessários para tais fins. Um dos três primeiros conventos da Ordem dos Frades Menores constituiu motivo para uma reportagem que Desde 2001 que é propriedade do Instituto Politécnico publicamos em maio de 2015. Está implantado a meia de Viana do Castelo (IPVC), mas, na altura em que encosta, na vertente leste da serra de Santa Luzia, é de efetuamos a reportagem, o seu presidente, após contacto construção medieval, de finais do séc. XIV, e foi remodelado por email, argumentou “que não percebia a importância nos séculos XVI e XVIII, do assunto”. 60 www.valemais.pt Alguns meses após a nossa reportagem (outubro), surgiu nas redes sociais um movimento cívico que tinha como objetivo chamar a atenção para a necessidade da recuperação do Convento, e que tem, atualmente, mais de 4 mil membros. Seguiram-se entrevistas e reportagens com as mais variadas sugestões, o presidente do IPVC recebeu em audiência os seus responsáveis, mas o espaço continua ao abandono, mais parecendo “terra de ninguém”.

JOSFÉERGROEMIREAS “Um Sociedade sem dívida estagna” Um dos mais destacados jornalistas portugueses, livre pensador e voz desassombrada, especialista em economia e dotado de uma impressionante cultura geral, esteve com a VALE MAIS numa deslocação a Arcos de Valdevez, no verão de 2015. Voz incómoda para muita mente “quadrada”, José Gomes Ferreira nasceu há pouco mais de meio século numa aldeia recôndita de Tomar, numa casa sem luz e água canalizada, e caminhava, durante oito quilómetros, até chegar à escola. Ainda ajudava os pais nos trabalhos agrícolas e já tinha 14 anos quando, pela primeira vez, viu televisão, um meio em que agora é uma das figuras mais brilhantes no domínio da Informação. “Uma sociedade sem dívida estagna. Obriga a investir só quem tem o dinheiro”. Este foi uma das linhas de pensamento que mais enfatizou, assim como a necessidade de literacia financeira por parte da sociedade, nomeadamente dos mais jovens e, também, da classe política. Mas Gomes Ferreira também se revelou um estudioso da História, apresentando até elementos indiciadores do Canadá ter sido descoberto por portugueses ou de estes já conhecerem a Austrália no séc. XVI. Nota, ainda, para a sustentabilidade de uma região periférica com o Alto Minho. “Em países e regiões periféricas, por esse mundo fora, têm aparecido dinamismos que quase não se percebe de onde. Mas existem. Depois vamos estudar os fenómenos e encontramos justificações, algumas até prosaicas e muito simples para isso”. MANTENHA-SE INFORMADO JORNALISMO DE REFERÊNCIA www.valemais.pt Diariamente, notícias, reportagens, entrevistas, opiniões e secções especializadas www.valemais.pt 61

PFeIMrnaEnNdoTA Fernando Pimenta, então com 25 anos de idade, falava ainda das dificuldades de treinar em Ponte de Lima, por O mais medalhado causa do assoreamento do rio, e das exigências, como da canoagem profissional, na canoagem. pdeorPtuognuteesdaeéL im a “Temos de fazer entre dois a três treinos por dia, que Coleciona medalhas e títulos nacionais, europeus e mundiais. nos ocupam muito tempo, nos desgastam, em termos Na canoagem, é, de longe, o mais medalhado de sempre. físicos e, mesmo psicológicos. Por isso tive de abdicar, Fernando Pimenta é de Ponte de Lima e foi objeto de uma neste momento, dos estudos. Quero ter o meu curso, longa entrevista na edição de outubro de 2015 na VALE MAIS, mas agora não tenho condições para estar a fazer as quando o, agora, canoísta do Benfica ainda servia o Clube duas coisas”, confessou à nossa reportagem, adiantando Náutico da sua terra natal. que gostava de ter uma formação académica ligada ao desporto ou reabilitação física. “A medalha nos Jogos Olímpicos é o ponto alto de qualquer atleta, visto que é a maior prova que O atleta limiano garantia, também, que nunca ia para os existe no planeta, só se realiza de quatro em “copos”. “Vida noturna num atleta de alta competição quatro anos, de extrema qualidade e muita nem pensar. Vamos estar a desgastar mais o nosso competitividade, em que só estão os corpo e, no final, pagamos a fatura”, observava. melhores dos melhores, porque já foi feita uma seleção muito apertada para lá ir” – contou- nos há cerca de quatro anos, numa tarde soalheira de verão. 62 www.valemais.pt

CABALLAEBREOL “Porto Seco” de Salvaterra viável e importante No início do verão de 2016 fomos a Vigo entrevistar Abel Caballero, o carismático alcalde que, neste momento, já está no 12º ano de mandato, sempre eleito pelo PSOE. Antes foi ministro espanhol dos Transportes e Comunicações, deputado no parlamento galego e nas Cortes, em Madrid. Além disso, preside à Federação Espanhola de Municípios e Províncias, entidade que integra os 8 200 ayuntamientos de Espanha. Da Xunta da Galiza (PP) diz não esperar muito, acusando-a de não querer “admitir” que “Vigo é a cidade que dinamiza toda a Galiza”. Lidera a Área Metropolitana de Vigo, uma área com 600 mil habitantes, dos quais metade são vigueses. Abel Caballero, natural de Ponteares e com família em Salvaterra, falou também do hábito que tinha de ir tomar café a Valença e das relações de Vigo com a região minhota. Defende, “absolutamente, o “porto seco” em Salvaterra. “Vigo tem um porto de condições naturais únicas, a meio da ria Também para o Norte de Portugal porque, aí, podemos ter há 50 metros para calado e temos ‘atraques’ para 18 metros uma área de confluência muito importante entre os dois de calado. Isto só existe nos grandes portos do mundo. Vigo países”, aferiu Caballero. também, mas não tem espaço. Este proporciona-o o ‘porto seco’. Portanto, situado a caminho de Madrid é magnífico. www.valemais.pt 63

SNAOLAALTZOAMRINHO Também em Ponte de Lima, há memórias. A mais notória é em Vitorino das Donas, junto à estrada que, pela margem Figura controversa, mas de incontestável importância esquerda da Lima, liga Viana do Castelo àquela vila. “O histórica, Salazar foi eleito, num programa da televisão traçado edifício-sede da Junta de Freguesia é uma réplica pública portuguesa, o “maior português de sempre”. Idênticas da residência familiar de Salazar em Vimieiro, Santa Comba iniciativas decorreram noutros países, como França, que Dão”, referimos na altura, explicando que tal se deve a Russel elegeu De Gaulle, Inglaterra, com Churchill, e Estados Unidos, de Sousa, admirador do estadista e que teve a iniciativa de com Ronaldo Reagan. custear a aquisição do terreno e edificar o imóvel, registados Em 2016, a VALE MAIS fez uma investigação sobre a ligações em 1958. desta figura ao Alto Minho. E descobriu factos interessantes. Na verdade, Ponte de Lima e Monção são dois concelhos, em particular, pelas quais passam as memórias do ditador. Desde logo, o Palácio da Brejoeira que, em 1950, foi cenário de uma cimeira entre Salazar e Franco, o chefe do Estado espanhol. Ainda em Monção, na Quinta da Portelinha, há memórias. A proprietária revelou-nos terem sido “familiares seus – designadamente a avó do seu marido, madrinha de Salazar – que custearam os estudos deles na Universidade de Coimbra.”. O pai de Salazar era “feitor da quinta que possuíam em Santa Comba Dão” e foi ele que salvou o avô do que foi o seu marido, contou-nos Ivone Perestrello. “A mãe daquele teve, na altura do parto, complicações de saúde e, por isso, foi levada , de urgência, para o hospital. Na atrapalhação com o socorro, o bebé ficou ‘debaixo das mantas’ e foi, ao ouvir o choro, que o progenitor de Salazar o salvou. Um ato que não foi ignorado pela família”, escrevemos, na altura, na VALE MAIS. 64 www.valemais.pt

QBAUIRMREIROS “Dei outra roupagem. Não há quem faça Recriei. Fui tantos espetáculos buscar. Isso é nosso. como eu… E consegui chegar. Até a própria concertina deu Na realidade, já não há quem faça tantos espetáculos como um grande arranque comigo. ele. Há 61 anos [agora 62] , com apenas nove anos de idade, E o acordeão. Estavam mortos em recebeu o seu primeiro caché. Aos 24 anos gravou o primeiro Portugal e dei o primeiro grande arranque. disco. O primeiro de mais de oito dezenas registados ao longo Outros se seguiram” – refere, com orgulho. da carreira. E confessa: “Tive de colocar a vida profissional à frente da familiar. Se a minha vida profissional Quim Barreiros, minhoto da cabeça aos pés, é de Vila Praia estiver bem, a familiar também está. Se, numa casa, de Âncora e foi lá que o fomos encontrar. Na oportunidade, não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. E recorda que começou como baterista no conjunto de seu não há dúvida que sou o homem mais solicitado pai, acordeonista no conjunto Alegria, que animava festas deste país, de há muitos anos a esta parte. Não há e bailaricos. Também andou pelo folclore, onde obteve a artista que faça tantos espetáculos como eu… Já fiz “internacionalização” e, quando foi para a vida militar, começou 287 espetáculos num ano”. a andar, em Lisboa, pelas casas típicas onde havia fado e Amigo do convívio à volta da mesa, de um cozido à folclore. Foi aí que começou a conseguir um pecúlio. Depois portuguesa, pica-no-chão, robalo ou a foda à moda é o que se conhece, com discos, primeiros só instrumental, de Monção, Quim Barreiros termina dizendo que depois com o cantar brejeiro, em “duplo sentido”, na velha gostava “que Deus me deixe gravar até 2021 para tradição minhota, que se tornou a sua imagem de marca. fazer 50 anos de música gravada”. www.valemais.pt 65

RODRIGO Rodrigo também contrariou a imagem do “escritor boémio que escreve à noite com uma garrafa de uísque” e falou das cinco GUEDES DE CARVALHO horas matinais que costuma dedicar à escrita. Falou também das fake news, objeto do seu último livro, das redes sociais e de “[No Norte] um “um espalhar de mediocridade que me assusta e pode ser há um cheiro perigoso no médio e, sobretudo, no longo prazo”- e uma lua a dizer-me que estou em casa” Rodrigo lembrou a função de mediador, entre o acontecimento e o recetor, que cabe ao jornalista. “O Rodrigo Guedes de Carvalho é, desde há muitos anos, pivô problema é que se está a assistir a um jornalismo que se está do “Jornal da Noite” da SIC, aquele que é, atualmente, o jornal a demitir dessa função. Não pode ser, por exemplo, um órgão televisivo mais visto. Em maio de 2018 veio a Monção. Foi, de comunicação que transmite um vídeo só porque apareceu como se escreveu na VALE MAIS, numa iniciativa inserida no no youtube. Sem qualquer tipo de mediação, contextualização. âmbito da apresentação dos seus dois últimos livros. Isso vai fazer com que qualquer dia, para o recetor, não haja qualquer diferença entre um trabalho jornalístico e o de um Aproveitamos a ocasião para uma conversa. “Foi num final miúdo (ou um manipulador) qualquer que põe uma coisa no de tarde soalheiro, algures numa varanda debruçada sobre a youtube com o qual pretendia algum efeito. Esse é o meu estância termal e o rio Minho que nos separa e enamora da medo” – confessava. Galiza”, observamos na altura. A terminar, após lembrar que, embora natural do Porto, Premiado pela sua escrita, não se deslumbra. “É um orgulho, vive em Lisboa há mais de 30 anos, confessava: um reconhecimento do trabalho que fiz, mas tenho pleno “Tenho com o Norte uma relação muito boa e consciência de que ele não me aquece, nem me arrefece, em estranha. Cada vez que chego cá, sinto que há muitos outros setores. Não me torno melhor escritor, não me qualquer coisa, um cheiro e uma lua, a dizer- sinto mais responsabilizado nas próximas obras só porque o me que estou em casa. Vá para onde eu ganhei. Quer-me parecer que, em termos de reconhecimento for, o Norte de Portugal estará sempre do público e da crítica, é um pouco irrelevante”, argumentava. comigo.” 66 www.valemais.pt

ROOLRGIZA A 8 de agosto de 1955, Viana do Castelo viu nascer uma bailarina. Sim, Olga Roriz nasceu bailarina e ao longo de 42 anos criou uma ampla obra com um perfil e um estilo incomparáveis. Bailarina e coreógrafa, as suas obras surgem carregadas de metáforas e imagens que fazem conviver mundano e inédito, amor e ausência, vida e morte, tragédia e humor e onde a fealdade não se mascara mas surge aos olhos com uma crua beleza e simplicidade. O seu método de trabalho questiona o papel da dança contemporânea no panorama cultural, conduzindo à reflexão sobre os seus limites. A Vale Mais entrevistou esta admirável vianense em dezembro de 2017 que nos referiu que o palco é a sua casa. A sua primeira casa. É o sitio da vida, da luta do dizer do falar do gritar do cantar do ser forte e do poder. Depois disso, Olga Roriz recebeu um doutoramento Honoris causa como distinção nas artes da Universidade de Aveiro. Importata, ainda, referir que desde 1982 Olga Roriz é distinguida com relevantes prémios nacionais e estrangeiros. Entre eles destacam-se o 1º Prémio do Concurso de Dança de Osaka, Japão (1988), Prémio da melhor coreografia da Revista Londrina Time-Out (1993), Prémio Almada (2004), Condecoração com a insígnia da Ordem do Infante D. Henrique – Grande Oficial pelo Presidente da República (2004), Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores e Milleniumbcp (2008), Prémio da Latinidade (2012) entre outros, igualmente relevantes. Trabalhou com coreógrafos de renome como: Alvin Nokolais, Jiri Kylián, Louis Falco, HansVan Manen, Vasco Wellemkamp, Karine Saporta, Lar Lubovitch, Peter Sparling, Elisa Monte e Christopher Bruce. O seu reportório na área da dança, teatro e vídeo é constituído por mais de 90 obras, onde se destacam as peças Treze Gestos de um Corpo, Isolda, Casta Diva, Pedro e Inês, Propriedade Privada, Electra, Pets, A Cidade, A Sagração da Primavera. Criou e remontou peças para um vasto número de companhias nacionais e estrangeiras entre elas o Ballet Gulbenkian e Companhia Nacional de Bailado (Portugal), Ballet Teatro Guaira (Brasil), Ballets de Monte Carlo (Mónaco), Ballet Nacional de Espanha, English National Ballet (Inglaterra), American Reportory Ballet (E.U.A.), Maggio Danza e Alla Scala (Itália). www.valemais.pt 67

Reportagem #Valença Texto :: José C. Sousa VFAALMEINLYÇPAARTY Parque de diversões fez as delícias de miúdos e graúdos O Estádio Dr. Lourenço Raimundo promover o saudável convívio (estádio do S.C.Valenciano) tornou- entre crianças, pais e avós. se, durante três (largos) fins-de- Anunciado como “o maior semana, de junho e julho, num parque de diversões do Alto gigante parque de diversões. Minho”, o Valença Family Party, Foram mais de 7.000m2 de que compreendia cerca de 30 diversões, para crianças, jovens e atividades para toda a família, não adultos numa iniciativa que como desiludiu, quem por lá passou. o próprio nome indica, procurou 68 www.valemais.pt

Este enorme parque de diversões possuía várias piscinas, escorregas, carrosséis, um comboio elétrico que percorre o recinto, trampolins, pista de Karts, vários tipos de insufláveis, festas da espuma, cam- pos golfe), entre outras atrações. O primeiro fim-de-semana abrangeu os dias 20, 21, 22 e 23 de junho; o segundo os dias 26, 27, 28, 29 e 30 de junho e o terceiro os dias 03, 04, 05, 06 e 07 de julho. NO TOTAL FORAM 14 DIAS DE PURA DIVERSÃO ONDE PASSARAM MAIS DE 10.000 PESSOAS Filipe Lima, presidente do S.C. Valenciano, em decla- rações à Vale Mais, referiu que em quando viu esta iniciativa ficou, desde logo, interessado em realizá-la. Visto que a autarquia de Valença também já tinha informações sobre o mesmo, decidiram avançar para a realização do mesmo. \"Tal só foi possível com o apoio da Câmara Municipal, pela pessoa do vereador do desporto, José Tempo- rão Montes\" asseverou. Apesar do tempo não ter ajudado muito nos pri- meiros fins-de-semana, a afluência de pessoas foi sempre muito alta, mas o último fim-de-semana, ul- trapassou todas as expectativas. Nessa altura, mais de 1000 pessoas, por dia, passaram pelo recinto, no entanto, como este era bastante espaçoso, a circulação das pessoas, e dos miúdos foi sempre tranquila. “As pessoas entravam, estendiam as suas toalhas e circulavam pelas diferentes diversões, durante todo o dia”, explicou o presidente do Valenciano. Pessoas de todos os concelhos do Alto Minho passa- ram pelo Family Party mas a maior afluência veio por parte dos vizinhos da Galiza. Filipe Lima asseverou-nos, também, que esta foi uma forma de dinamizar Valença, o clube e o estádio. www.valemais.pt 69

“Foi uma forma de dinamizar o campo, to- davia, tomamos todas as precauções para não danificar o sintético, e retiramos mesmo algumas diversões que poderiam, de alguma forma, prejudicar o piso”. O FEEDBACK DAS PESSOAS FOI EXTREMAMENTE POSITIVO “Todas as pessoas que foram ao Family Party adoraram e as opiniões foram unâni- mes. O evento é espetacular e é para repe- tir. E portanto, em princípio, nos próximos anos, vamos manter esta iniciativa, que pode vir a abranger mais fins-de-semana, e em datas mais avançadas, de forma a al- cançar, também, os nossos emigrantes que nos visitam, no verão”. “E as atividades podem alterar, porque a empresa responsável está sempre a inovar e, certamente, que no próximo ano teremos atrações diferentes”, concluíu o presidente. Esta foi uma parceira Perfect Eventos, Câmara Municipal de Valença e Sport Clube Valenciano. 70 www.valemais.pt

Opinião Texto :: M.ª Fátima Cabodeira Nesotriteelasdas O nevoeiro desce lentamente sobre a pintura a céu aberto que é a praia de Moledo. E não obstante a ligeira brisa, a tarde de veraneio parece perfeita na nesga de areia e mar serpenteada pelo colorido dos toldos. Em agosto ainda podemos fruir os entardeceres pre- A fotografia postada nas redes sociais é a marca distintiva guiçosos na companhia de familiares ou amigos. dos que alimentam as páginas publicadas na web em busca Com sorte, o mar de estrelas cintilantes anunciar- de uma recompensa, que se mede no número de comentá- -nos-á dias de bom tempo, assim nos ensinaram os rios, de likes ou de partilhas. antigos que liam o estado do tempo no livro do mundo. Outra coisa bem diferente é a atividade jornalística, que, Já em setembro, entra-se na azáfama das colheitas. A natu- como aqui referi noutras ocasiões, tem na curiosidade um reza apresenta-se madura e perfumada. dos seus motores. Fazer perguntas, espreitar perante as frinchas da realidade; não dar o óbvio por adquirido pode Por muito que os desígnios da ciência avancem nos mais ajudar a construir um mundo mais plural e esclarecido. variados domínios do saber, em particular no âmbito do sis- tema planetário, quero crer que os mistérios do universo Saber ouvir os que nos rodeiam, sentir o pulsar da socieda- continuam (in)sondáveis. de nos cafés, nos supermercados, nas ruas; ler muito, para lá da wikipédia, contribuirão, certamente, para um jornalis- Num tempo de hiperbolização da personalidade, em que o estar mo mais qualificado. se tornou mais importante do que o admirar, é bom sentir que há ainda muito para descobrir, observar, sentir ou compreender. A mediação entre os que produzem discursos e os que os recebem faz falta. Conseguir vislumbrar temáticas que te- As férias em locais submetidos a forte pressão turística – nham interesse para os leitores é uma tarefa de suma im- como Veneza e Florença, em Itália, por exemplo -, relevam- portância, e que está na matriz do jornalismo de referência. -nos uma sociedade global e superficial, que glorifica a per- Um jornalismo que se assume como contra-poder. Que tem sonalidade através da obsessão das selfies. Já não se vai a a coragem de denunciar as desigualdades sociais. um museu para observar uma determinada obra de arte de um génio, mas antes para se fotografar em frente dela, como Cabe-me aqui felicitar a “Vale Mais”, que tem a particulari- acontece com a famigerada estátua “David”, de Miguel Ân- dade de ser uma revista de âmbito regional, pelo intenso e gelo, que impressiona pela beleza, harmonia e pormenores profícuo trabalho jornalístico produzido ao longo dos seus do corpo humano, qualquer que seja o ângulo de visão. oito anos de existência. Há filas para aceder aos templos, palácios, galerias de arte e Deambular pelo Alto Minho, se possível deixando-se tocar há filas para ver uma pintura, uma escultura ou uma tapeçaria. pelo “espírito dos lugares”, é a melhor proposta de férias que aqui deixo aos meus leitores. www.valemais.pt 71

Turismo Texto :: Nelson Azevedo ECSATREAHGOOM! EM É DU NUORTE, Por certo, muitos de nós ainda Oorganismo coordenador das políticas públicas de promoção dos nos lembraremos dos sketch destinos turísticos para o Porte e Norte (TPNP) do país passou do Herman José em que uma por tempos difíceis. As acusações de burla que envolvem vários trupe de 4 revolucionários responsáveis, incluindo o antigo presidente Melchior Moreira, co- e ferrenhos tripeiros que, locaram ainda mais em evidência as dificuldades -sentidas e expressas por furiosos com a Expo 98 ir ter muitos presidentes de Câmara da região norte- de verdadeira representação lugar em Lisboa, preparam dos diversos Territórios. secretamente a “Expo Nobenta e Seite” para fazer Era por demais evidente que havia diferentes níveis de promoção dentro ver os “mouros” que no Norte do destino: Porto-Gaia e Douro estavam claramente numa primeira divisão, é que se sabia fazer bem. seguidos de Guimarães e Braga, e só depois o Minho num grande conjunto Estas personagens míticas, indiferenciado, em que se privilegiava Turismo de Natureza (activo) e Touring lideradas pelo Eng. Passos Cultural e Paisagístico. É certo que a promoção do Porto e do Douro conhe- de Ferreira (Herman José) e ceu patamares nunca antes atingidos, com o reconhecimento internacional brilhantemente interpretadas que chegou com os Prémios de Best European Destination em 2012, 2014 por Maria Rueff, José Pedro e 2017. As próprias Lojas Interativas de Turismo (LIT) vieram preconizar um Gomes e Miguel Guilherme look fresco, moderno e integrado dos cerca de 90 municípios que adoptaram demonstravam, de forma estes espaços como modo de comunicação com os visitantes. ácida, o desejo de um justo protagonismo do Norte face Mas este terá sido o canto da sereia do marketing da região Norte. Dificulda- ao centralismo de Lisboa. des de colocação de conteúdos próprios dos municípios aderentes pautaram Hoje, de forma tranquila, um pouco as LIT. Mas mais importante, muitos dos municípios não se sentiam poderemos estar na presença propriamente salientes no marketing dirigido aos públicos internacionais. de uma reedição deste espírito pela eleição do Presidente Os barcos que sobem o Douro entram nas quintas de vinhos e não conhecem do Turismo do Porto e Norte as ruas. A APHORT (Associação Portuguesa Hotelaria, Restauração e Turismo) (TPNP) Luís Pedro Martins. tinha levantado dúvidas sobre estratégias e contas do TPNP. Vários autarcas queixaram-se da falta de resultados (leia-se atractividade traduzida em dor- 72 www.valemais.pt midas e proveitos) nos seus Territórios. Eu próprio nas páginas desta revista alertava para os pecadilhos do Plano Estratégico do TPNP para 2015-2020. (que pode (re)ler em https://bit.ly/2Y9tFgs).

E eis que, na sequência do impasse gerado pelos problemas ESCOLA legais que envolvem Melchior Moreira, surge um novo Presiden- SUPERIOR te, Luís Pedro Martins, um ex-Deputado, formado em Marke- GALLAECIA ting e até então responsável pela gestão da Torre dos Clérigos. Ensino Universitário Pelas indicações já dadas nos primeiros meses de mandato (foi eleito em Janeiro de 2019) bem como pelos seus “com- Vila Nova de Cerveira panheiros de luta” - que incluem dois alto-minhotos como são os Presidentes de Câmara dos Arcos de Valdevez e de MESTRADO INTEGRADO Paredes de Coura - estaremos em presença de um “Homem EM ARQUITETURA E du nuorte, carago!” URBANISMO (5 anos) LICENCIATURA EM Apresenta um cartão de visita interessante por estar no ter- MULTIMÉDIA E ARTES (3 anos) reno em contacto com os turistas que nos visitam dos qua- tro cantos do mundo. Conhece a necessidade de conceber 2º fase de candidaturas e mostrar os produtos (turísticos) da forma mais apelativa - Acesso ao Ensino Superior possível por via da sua formação académica – licenciatura até 19 de agosto em Design de Equipamento pela ESAD e pós-graduação em 3º fase de candidaturas Marketing Management pela Porto Business School. - Maiores de 23 anos até de 07 Setembro Apreciei o seu discurso na recente Feira do Alvarinho de Monção, onde abordou a necessidade de conferir ao visi- www.esg.pt tante sensações – que se conseguem quando se concebem produtos turísticos que suscitam experiências, com relevo Parceiros por exemplo para o eno-turismo, sendo este (Monção-Mel- gaço) um Território vínico por excelência; por outro lado, www.valemais.pt 73 alertou para a necessidade de lidar com um novo perfil de turista que se avizinha- o sector de luxo, que tem origem em pontos tão remotos como o Dubai, a China, o Brasil, os Estados Unidos ou mesmo a Austrália. Deixou a porta aberta ao Alto Minho para poder receber es- tes turistas que são conhecidos pelo seu alto poder aquisitivo bem como o seu nível cultural. E este é um caminho que se tri- lha de duas formas: por um lado, concertar estratégias comuns com os parceiros implica reunir com eles e explicar o caminho. E nisso, Luís Pedro Martins tem demonstrado que isso se faz não só em dias de festa, mas precisamente antes, escutando as Comunidades Intermunicipais, as Câmaras Municipais, as associações do sector, etc. Por outro lado, a promoção tem que ser feita em vários mercados e para diferentes tipos de públicos em diferentes mercados emissores. Só assim se poderá garantir que a onda de turistas que chega principalmente pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro se faz sentir por todo o Norte, combatendo a sazonalidade. E sem colocar de parte o próprio turista nacional, para quem o Alto Minho tem um elan especial por diversos motivos. Tenhamos sempre presente de que o país se começou a construir pelo Norte, por isso o novo Presidente do TPNP tem uma responsabilidade enorme de sendo do Norte, se torne num “berdadeiro homem do Nuorte, carago!” Fica lan- çado o repto para a própria Vale Mais entrevistar este novo protagonista no cenário turístico numa próxima ocasião.

Sexo & Amor Texto :: Laura Couto Autoestima e sexo Uma mulher com uma autoestima elevada é segura e desinibida no quarto. A sua visão da vida é positiva e sente-se motivada para atingir uma vida sexual feliz e gratificante. E porquê? Porque quando nos sentimos bem connosco, arriscamos e experimentamos mais. Apreciamo-nos como mulheres e fazemos das nossas necessidades sexuais uma prioridade. E se nos sentirmos fantásticas e, sexualmente realizadas de corpo e mente, então vamos andar pela rua de sorriso aberto e cabeça erguida. 74 www.valemais.pt

IDENTIFIQUE OS OBSTÁCULOS À EXIBA A SUA SEXUALIDADE SUA AUTOESTIMA Leve o seu companheiro a um local novo, como o res- Sentir-se pouco atraente ou apreciada, stressada e ansiosa, taurante da moda ou uma aula de dança. A mudança vai pode levar a uma baixa autoestima. Problemas de saúde, ajudar-vos a quebrar a rotina e a criar excitação e energias o envelhecimento, problemas de fertilidade e até desaven- positivas. ças familiares podem deixá-la insegura e infeliz. Por outro lado, se estiver feliz, realizada e descontraída, terá uma Isso alarga-se ao quarto. Experimente uma posição nova, vida sexual mais satisfatória. compre um perfume diferente, ou use uma lingerie redu- zida. Verá que ao fazer coisas que lhe agradam sentirá um PENSAR E AGIR PARA A aumento imediato da sua autoestima. FELICIDADE Enfrente os seus medos relativamente ao seu corpo entu- A autoestima e a felicidade dependem da autoaceitação. siasme o seu parceiro com uma sessão de sexo com a luz Olhe-se no espelho todos os dias e repita este mantra até acesa. Ele acha-a atraente, caso contrário não teria sexo que faça parte de si: “Eu sou responsável pelos meus atos. consigo. Deixe-o ver o seu corpo na sua perfeição. Ele Eu controlo a minha própria felicidade. Eu aceito-me e gostará de ver todos os seus pormenores e o prazer na sua gosto de mim”. cara quando atingir o orgasmo. A aprovação dele vai fazer a sua autoestima disparar e irá encorajá-la a ser ainda mais Dizer estas palavras regularmente aumentará a sua autoes- ousada da próxima vez. tima e vai direcioná-la para o caminho do amor próprio e do respeito por si mesma. O CAMINHO PARA O PRAZER Combata sentimentos negativos acerca de si própria ele- A autoestima e uma vida sexual ótima não são o resultado vando o seu potencial ao máximo. de uma grande aparência física. Se pretender montar um negócio, ser mãe ou ser promovida no emprego, trabalhar Comece a praticar desporto. Teste os seus limites e ficará para concretizar as suas ambições cria uma autoestima espantada com os níveis que consegue atingir. E faça isso positiva. Essa confiança vai repercutir-se em todas as áreas com o seu parceiro. Vão sentir uma libertação de endorfi- da sua vida, o sexo incluído. nas do exercício físico feito em conjunto, que, mais tarde, se transformarão em estimulação sexual. Na sua viagem de autoconhecimento, pode ser-lhe útil ter um mentor ou uma heroína – uma parente, uma mulher CRIE O SEU ESPAÇO que admira ou uma personagem ficcional. Passe tempo sozinha. Vasculhe livros numa livraria, vá Pense nela sempre que se sentir enfraquecida nesse tomar um café ou sente-se a ver os outros passar. Isto percurso. E lembre-se: realizar os seus sonhos é o maior permite-lhe libertar a sua mente e pensar na sua vida. O afrodisíaco que há. descanso e a descontração são fundamentais na melhoria do estado de espírito e dão-lhe oportunidades de repensar EXCEDA-SE A SI MESMA a sua relação em termos sexuais. Lance um desafio a si mesma e proponha-se Há muitas formas de criar felicidade: passe tempo com fazer algo a que não está habituada: ter aulas atividades que lhe preencham o espírito, como falar com de dança, correr uma maratona, aderir a um amigos, jantar, com os seus filhos ou ter um passatempo. grup de teatro. Pode ser qualquer coisa, até Ou dedique-se a uma boa causa, pois ajudar os necessita- fazer uma sessão mais sexy para o seu parceiro, dos faz-nos sentir bem connosco próprios. desde que descubra ou revele algo novo a seu respeito. Isto vai levantar a sua autoestima e inspirá- la para próximos gestos ousados. Também a ajudará a descobrir a mulher sensual que há em si e que sabe agradar a si mesma e ao seu companheiro. www.valemais.pt 75

Opinião Texto :: Armando Fontainhas proNdaudtoefdeeseaxdceeluêmncia O caminho que temos vindo a traçar na Adega de Monção, com uma cada vez maior apetência pela exportação e nomeadamente pelo mercado americano, leva-nos a acompanhar não só a evolução dos hábitos de consumo dos nossos consumidores e potenciais consumidores, mas também todas as variáveis económicas e legislativas do país. Recentemente estivemos em Nova seja percetível o sucesso dos nossos qualidade que, no seu todo, os vinhos Iorque numa ação promocional organi- vinhos, numa garrafeira em Manhattan portugueses têm conquistado, mas tam- zada pela Comissão de Viticultura da foram vendidas, num mês, mais de bém pela adequação do nosso produto Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) 3000 garrafas de vinho verde. ao palato e perfil do consumidor america- - “Vinho Verde Wine Experience” – de- O mercado americano representa hoje no - jovem e aberto a vinhos mais frescos. dicada exclusivamente à sub-região de 20% das exportações de vinho verde e Monção e Melgaço, com o intuito de no caso concreto da Adega de Mon- A aposta no mercado americano é, fomentar e aumentar a nossa presença ção é já o segundo mercado com um por isso mesmo, estratégica para os neste importante mercado! elevado potencial de crescimento. nossos produtos. De realçar que os EUA são, atualmen- Esta apetência pelos nossos vinhos é A decisão de entrada num determinado te, o mercado número 1 de vendas do fomentada sobretudo pela imagem de mercado e qual o preço a praticar é o vinho verde para o exterior. Para que resultado de um conjunto de condicio- nantes - a estabilidade fiscal, legislativa e claro a estabilidade económica e gover- namental do mercado, ao que se soma inevitavelmente a concorrência. A recente guerra comercial que o pre- sidente americano desencadeou inicial- mente com a China e mais recentemente, com os produtos europeus, é merecedo- ra da nossa atenção e preocupação. Ao ameaçar aumentar as taxas, por exemplo, sobre os vinhos franceses em virtude da “zanga” com Macron que tem publicamente manifestado através de sucessivos tweet, entre 317 outros produtos europeus, é quase inevitável que o mesmo venha a acontecer aos nossos vinhos, o que fará aumentar os preços finais ao consumidor que, por sua vez, terá seguramente consequên- cias negativas no seu comportamento. De momento não nos resta nada mais do que continuar a produzir e promover um produto de altíssima qualidade, de nos mantermos firmes no nosso propósi- to de aumentar as exportações, esperar que a turbulência provocada por estas notícias não passe de uma ameaça! 76 www.valemais.pt Foto:vinhoverdewineexperience.com

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Reportagem #Viana do Castelo Texto :: José C. Sousa ROMARIA D’AGONIA Nasce a Romaria (...) de uma Via Sacra que Em 1861 a Romaria extravasa já a Festa partindo do Convento Franciscano de Sto. Religiosa. É o arraial com todas as suas António, rematava no antigo morro da forca. motivações lúdicas - os descantes ao som das Foi aí que se construiu a Capela do Bom Jesus violas, as estúrdias e as danças. Em 1862, o do Santo Sepulcro (1674), o Bom Jesus da Via concurso do povo era tal que se calculava já Sacra. A devoção à Senhora d’Agonia ocorre em mais de 50.000 pessoas que contemplam a partir de 1751 com a entrada da imagem, o fogo-de-artifício da dupla José Castro e na Capela do Bom Jesus. E logo em 1783 a Manuel Silva. Em 1871 anexa-se ao programa Sagrada Congregação dos Ritos concedeu das Festas a tourada. Em 1906 nasce a Festa faculdade e licença para todos os anos se do Traje e em 1908 a 1.ª Parada Agrícola celebrar nesta Capela, no dia 20 de Agosto, (cortejo etnográfico). A Romaria sai do âmbito uma Missa Solene. Data que a Cidade de Viana acanhado do Campo d’Agonia. Invade a Cidade. elegeu como Feriado Municipal. Francisco Sampaio Sao as festas de agosto, Romaria das Romarias de Portugal 78 www.valemais.pt

assim que esta festa é denominada. A Romaria das Este ano, a componente histórica assinala o sexagésimo (60.º) aniversário da inauguração do Templo/monumento ERomarias de Portugal. A D’Agonia reclama, para si, de Santa Luzia. a maior festividade deste tipo, no país. E não é para menos. Todos os anos, milhares e milhares de pes- A parte etnográfica vai recriar uma ‘Parada Agrícola’. É, soas enchem as ruas de Viana do Castelo para celebrar os essencialmente, produto da atuação das freguesias na la- diversos momentos que esta festividade contém. buta diária, os trabalhos agrícolas, as idas ao monte e ao rio, etc. A Vale Mais quis saber mais sobre estas comemorações e este à conversa com Parente da Cruz, o diretor executivo da Todos os anos, os temas são sobre Viana\" asseverou-nos Viana Festas, entidade promotora destas festividades que o diretor. nos começou por explicar o porquê desta ser a Romaria das Romarias. Os foguetes assinalam, de forma pontual, a saída para as ruas do tradicional Cortejo histórico-etnográfico, às 16:00, en- “É uma romaria centenária, que mantem o seu padrão ao quanto milhares de pessoas, em pé e sentadas, preenchem longo dos anos, é feita com as gentes da terra e portanto cada espaço disponível da cidade para assistirem a tudo. tem tudo o que é mais genuíno. E como não podia deixar de ser, os vianenses, vivem intensamente esta romaria\". É o momento em que as freguesias do concelho mostram o seu melhor à cidade e aos forasteiros. É uma festa que é da cidade e do concelho. O cortejo é um verdadeiro museu vivo, envolvendo sempre \"Toda as pessoas de Viana têm uma alegria imensa e uma mais de 3.000 figurantes, que através de uma centena de vivência extraordinária nesses dias. Toda a gente, desde quadros e mais de três dezenas de carros alegóricos for- os mais jovens até aos mais velhos, têm as suas camisas mam um espetáculo único, aliando a história à etnografia regionais, as suas vestes e os seus trajes. Desde avós até para mostrar o melhor de Viana do Castelo e manter vivos aos netos, todos se empolgam e se preparam de uma os usos e costumes. forma única, para celebrar a romaria. Durante as mais de três horas de desfile, vários números Depois, as romarias que vemos pelo país fora, têm um motivam a participação de quem assiste, como a já ‘tradi- dia ou dois fortes. Aqui são todos dias fortes e cheios cional’ disputa pelo copo de vinho servido em pleno anda- de atividades. Por vezes, pensamos em programar mais mento, pelo pedaço de broa típica ou os sempre habituais alguma coisa, mas torna-se impossível, porque iriamos pedidos do público para o “beijinho” dos noivos. atrapalhar o resto do programa daquele dia. O cortejo desfila num percurso de 2.300 metros ao longo Não é nada fácil organizar esta festa. Ela ocorre em Agosto, das ruas da cidade. Só na década de 60 do século passado mas em Outubro do ano anterior já começamos a trabalhar. é que os carros alegóricos começaram a utilizar os tratores. Até então eram puxados por juntas de bois. Começamos por definir o tema do cortejo, criamos o guião, e temos de ver como vamos dar corpo aquele guião\" disse-nos. \"O cortejo tem, todos os anos, um tema e um guião, onde \"Este desfile é só de mulheres tanto do concelho de Via- é distribuído o trabalho pelas freguesias. Ou seja, tem de na do Castelo, como de fora. Qualquer mulher pode-se seguir aquele guião. inscrever, através de uma plataforma online, mas há re- gras bem restritas para a participação. Além de todas essas regras, é necessário apresentar uma fotografia do www.valemais.pt 79

traje, que é avaliada por uma equipa técnica que analisa A Festa do Traje é uma lição de história e cultura, mas na for- e inscrição. ma de divertimento, por entre muita dança e música. Esta celebração é muito simbólica para as famílias via- Um quadro de homenagem à etnografia e ao folclore do nenses. A tradição passa de mãe para filha, e até de avô Alto Minho, em que os curiosos e amantes da tradição são para neta. desafiados a perceberem a origem e história dos usos e costumes associados ao traje e, a arte de bem trajar e ‘ou- As mordomas são as raparigas que têm proporcionar os rar’ pela genuína moça de Viana. meios para que a festa se realize. Ou seja, compete às mordomas fazer o peditório na freguesia, arranjar os alta- O traje em linho, com várias cores características e formas, é res, a limpeza da igreja, os ofertas para os leilões. Isto é a um símbolo da região que a mulher de Viana envergou até aos tradição da mordoma. Neste caso, este desfile simboliza finais do século XIX consoante a ocasião, momento da vida e o a vinda das mordomas à cidade para cumprimentar as au- seu estatuto. O uso do ouro manifestava a riqueza da família, toridades e convidá-las para a festa\" contou. mas sobretudo o orgulho da mulher. Reunindo sempre mais de 400 mulheres pelas ruas de Via- Começou por se realizar no jardim público da cidade de na do Castelo, o Desfile da Mordomia simboliza atualmente Viana do Castelo, no ano de 1931. um “cumprimento” da organização da Romaria d’Agonia às entidades oficiais e acontece sempre na sexta-feira da festa. Mudou-se para o novo Centro Cultural do Alto Minho em 2014, nessa ocasião inspirada no cenário do “Coração Ver- As mordomas desfilam pelas principais artérias da cida- melho”, da artista Joana Vasconcelos. de, por entre a beleza e o orgulho, enchendo-se da típica “chieira” para mostrarem os mais belos trajes das fregue- Os trajes de mordoma, geralmente pretos ou azuis-escuros, sias de Viana do Castelo, que ganham maior brilho pelo usados pelas moças da cidade, serviam mais tarde como vesti- ouro que carregam. do da noiva, e ainda para com eles serem enterradas. É também neste dia que as mordomas envergam diferentes Já os de lavradeira são coloridos e devem os seus tons às trajes e peças de ouro seculares. Chegam a carregar deze- freguesias do concelho, entre o mar e as montanhas. nas de quilos de ouro, reunindo as peças de família e ami- gos num único peito. O Desfile da Mordomia é o momento em que os diferentes trajes das freguesias se encontram e mostrando-se em todo o seu esplendor, e na mesma ocasião, à festa. Desde 2013 que as mulheres da Ribeira de Viana do Caste- lo, com os seus trajes de varina, participam igualmente no Desfile da Mordomia. Há mordomas que desfilam continuamente neste quadro da Romaria d’Agonia há mais de 50 anos. Este ano, o desfile terá uma alteração. \"Normalmente, o desfile começa às 16h00, junto ao edifício do Governo Civil e decorre até ao Largo de São Domingos. Mas tínhamos de parar na Câmara Municipal para cumpri- mentar o Presidente. E essa situação é uma quebra e depois, voltar a arrancar com o desfile é complicado. Então, este ano, a ida à Câmara será as 11h00, com um grupo representativo de mordomas para que o desfile à tarde possa fluir pelas ruas da cidade\", expliocu-nos Parente da Cruz. SABIA QUE No desfile de 2013 estimou- se em cerca de 14 milhões de euros o valor das centenas de quilos de peças de ouro usadas pelas mordomas. 80 www.valemais.pt

A festa faz-se sempre ao som dos bombos e das tarolas, A toda a esta azáfama assistem milhares de pessoas que no seu habitual ritmo ensurdecedor que ecoa por toda a se perdem pelas tasquinhas da ribeira, animadas durante cidade. toda noite com concertinas e cantares ao desafio. Sempre ao meio-dia, doze morteiros misturam-se com este Centenas de mãos de moradores, familiares e até curio- ribombar característico, dando início a um dos quadros da sos, trabalham mais de 30 toneladas de sal colorido para Romaria d’Agonia que atrai cada vez mais admiradores. decorar as seis ruas da ribeira de Viana do Castelo que re- cebem no maior esplendor, o andor da Senhora d’Agonia, No coração da cidade, numa Praça da República cada vez depois da Procissão ao Mar. mais apertada para receber forasteiros curiosos e filhos da terra orgulhosos, grupos de bombos e Zés Pereiras São cerca de mil metros de ruas atapetadas na Ribeira de mostram a sua arte e uma imponente força de braços, em Viana. redor do secular chafariz. Para embelezar as ruas são necessárias mais de 30 tonela- O despique termina “obrigatoriamente” em êxtase entre das de sal e o afinco de centenas de braços, de todas as tocadores de bombos e gaiteiros, perante o vibrar de um idades. público entusiasmado. SABIA QUE No momento de despique entre todos os grupos de bom- bos, o som é ouvido em praticamente toda a cidade. As ruas da Ribeira começaram a ser enfeitadas em 1968, A revista de Gigantones e Cabeçudos chega a juntar mais de 200 tocadores de bombos e duas dezenas de figuras inicialmente com adereços do mar e na Praça da República. colchas penduradas nas varandas. SABIA QUE Durante vários anos, as ruas foram enfeitadas com flores e serrim, Um bombo grande pode pesar cerca de 12 quilogramas e um mas devido ao vento optou-se por gigantone três vezes mais. No auge um material mais pesado: o sal. do despique, um tocador de bombo pode perder entre 800 a 1.000 calorias, tal é o esforço exigido. A já chamada popularmente “Noite dos Tapetes” aconte- É um dos momentos mais emblemáticos da romaria. Além ce sempre de 19 para 20 de agosto, antecedendo o dia de Nossa Senhora da Agonia, são transportadas, em pro- da padroeira da festa, e transforma as ruas da ribeira de cissão, as imagens de Senhora de Monserrate, de São Viana do Castelo numa verdadeira mostra de arte popular Pedro e da Senhora dos Mares. Desde 1968 que, sempre e de uma beleza incomparável. a 20 de agosto, feriado municipal, a procissão se repete, numa demonstração de religiosidade e fé. Em Viana do As gentes da ribeira, com os corações carregados de fé à Castelo, o culto à padroeira dos pescadores conta com padroeira dos pescadores, a Senhora d’Agonia, trabalham uma primeira referência escrita de 1744. durante toda a noite, até a manhã seguinte, para enfeita- rem as suas ruas com tapetes de sal e centenas de motivos Se, no mar e no rio, participam mais de uma centena de alusivos à cidade e, claro está, à pesca. embarcações de pesca e de recreio, nas margens reúnem- -se milhares de pessoas. De volta a terra, os pescadores carregam os andores pelas cinco ruas e uma alameda da ribeira de Viana que foram engalanadas com os típicos ta- petes de sal e de flores durante a noite anterior. www.valemais.pt 81

Também a romaria terá uma novidade. Ae RGOOSSATINRAHOBEMCEALRO A Charanga a Cavalo da GNR estará presente no cortejo, dCPeroemHsioidsnesrnãatoes devido às comemorações dos 100 anos da GNR vianense. Esta charanga é única no mundo, por conseguir tocar nos três andamentos do cavalo: a passo, a trote e a galope. Por fim, Parente da Cruz asseverou-nos que, em relação ao futuro, a romaria está no bom caminho. \"Estamos a criar diretrizes que nos dão garantias que esta romaria não será adulterada. Tanto em relação aos trajes, como as danças, grupos, ou outras situações\", concluíu. REVELAÇÃO A romaria de 2005 ficará para sempre na memória de Parente da Cruz. \"Foi quando aconteceram os incêndios em Viana e sobretudo, em Santa Luzia. A cidade ficou completamente cheia de fumo. Foi terrível, o ar era irrespirável. O cortejo ainda começou mas rapidamente foi cancelado. Rosa Rabeca Parente da Cruz - Diretor executivo da Viana Festas Agostinho Melro e Rosa Rabeca são as duas figuras que constam do cartaz da romaria de 82 www.valemais.pt 1959, e que marca a mudança dos cartazes ilustrados, para os que recorrem à fotografia e a modelos reais. Os dois, eram, na altura, elementos do Grupo Folclórico de Santa Marta de Portuzelo e foram escolhidos pelo fotógrafo Alberto Sousa. A Vale Mais também esteve à conversa com os dois que recordaram esse momento. Rosa de Jesus Dias da Silva, apelidada na sua freguesia por “Rosa Rabeca”, nasceu a 17 de março de 1935 e, desde cedo, demonstrou o gosto pelo folclore, pertencendo ao G.F. de Santa Marta de Portuzelo entre os 7 e os 22 anos. Alegremente, recorda-nos que foi ela quem ensinou o Agostinho a dançar, porque ele não sabia dar um passo. No entanto, no ano em que a sua fotografia foi cartaz da Roma- ria de Nossa Senhora d’Agonia, já não fazia parte do grupo folclórico, uma vez que, ao casar, saiu deste. Da fotografia utilizada para o cartaz da romaria de 1959, recorda que o lo- cal escolhido foi a eira e espigueiro da casa, que atualmente alberga o centro paroquial desta freguesia.

Agostinho Melro Opinião Já Agostinho Mendes Pereira, mais conhecido por “Agosti- Texto :: Luís Ceia nho Melro”, entrou para o referido grupo no ano de 1955. Recorda que no trabalho ganhava 18 escudos ao dia, en- Falar das Festas de Nossa Senhora da quanto que nas sessões recebia 80 escudos ao dia. Agonia é percorrer um imaginário que invade a alma de quem já as já saboreou, “Nos éramos bastante fotogénicos e portanto fomos logo um sentimento único que é partilhado escolhidos”, afirma. pelos vianenses e rapidamente se No entanto, no que se refere ao folclore, era completamen- contagia aos novos visitantes. te descoordenado e portanto, acabou a tocar ferrinhos. An- dou, então, três anos aprender a dançar e graças ao folclore Éa amálgama contagiante de cores, sons, trajes, luz viajou por todo o mundo. e pessoas que só as festas conseguem juntar, que faz das festas, um momento único, e que em cada Além disso, virou professor, tanto em escolas primárias como ano, mesmo parecendo os programas serem muito na entretanto criada, Escola de Folclore de Santa Marta de semelhantes, torna cada cartaz diferente dos anteriores. É Portuzelo, fundada oficialmente em 20 de Maio de 2001. sobretudo o convívio popular que as torna singulares ano após ano. Podemo-nos juntar todos novamente no mesmo A escola tem como principal objetivo preservar e estender o local, à mesma hora, no mesmo dia, que o sentir das festas conhecimento da cultura popular do Folclore Alto-Minhoto e nunca será igual. O espaço, o momento, as pessoas, são as Agostinho Pereira é com todo o orgulho que demonstra, uma mesmas, mas, a atmosfera nunca mais será a mesma. das figuras ativas desta escola. Como ele próprio afirma, já viajou, juntamente com os seus alunos, a cidades e países tais As festas são inequivocamente, a expressão maior de uma como: Barcelona, Madrid, Burgos, Paris, Kiel, Hamburgo, China, matriz identitária. É nela, Romaria, onde profano e sagrado Taiwan, Bélgica, Polónia, Malásia, Suíça, entre outras. se confundem, que se misturam os ingredientes que permi- tem a “miscigenação” entre o património, a memória coleti- Quanto à romaria e ao convite que lhes foi endereçado, fi- va e o presente das nossas gentes. caram extremamente contentes e honrados e não têm dú- vidas que vão viver, estas festas, com uma imensa alegria e As festas da cidade que já extravasam Portugal, trazem-nos uma tremenda vaidade. um mar de emoções personificadas pelas nossas gentes; pelo sentimento de pertença a Viana; pela identidade da cidade; pelos bordados; pelo traje; pela gastronomia; pelo ouro, no fundo são uma montra das nossas tradições culturais. O co- ração de Viana é hoje um ícone mundial que tem sido divul- gado pelas mais diversas personalidades e líderes de opinião. A cidade torna-se vibrante, os seus restaurantes e pastelarias apelam à gula dos mais incautos: das famosas bolas do Zê Natário, aos Sidónios, passando pela torta de Viana, tudo são motivos para esquecer por aqueles dias o rigor das dietas. Se dermos como bons, que as festas recebem mais de 1 milhão de pessoas (jornal Observador), e que segundo a Pordata um visitante gasta em lazer e entretenimento 33€/ dia (dados de 2017), poderemos afirmar que ficam na cida- de entre restauração, hotelaria, cafés, pastelarias e compras em lojas, cerca de 33 milhões de euros. A este valor, acresce aquele que provém do retorno das publicações e reportagens na imprensa falada, escrita e re- des sociais, chamado valor de retorno de ações equivalen- tes a publicidade, e que se cifra, segundo dados da cision, em 4,6 milhões de euros. É por tudo isto que a Senhora da Agonia é a romaria das romarias de Portugal. www.valemais.pt 83

Opinião Texto :: José M. Carpinteira FpuaturaroodAeltcoonMfiinanhçoa Estamos a entrar no período oficial da campanha eleitoral para as eleições legislativas do próximo dia 6 de outubro. Quero, nestas circunstâncias, fazer um balanço muito resumido do mandato que agora termina. Foi um mandato muito exigente, é certo, mas esta legislatura chega O balanço destes quatro anos no Alto Minho também é positivo. C ao fim marcada pela estabilidade, confiança e credibilidade interna e O PS do Alto Minho apresentou, nas eleições legislativas M externa. Temos, por isso, muitas e boas razões para nos orgulharmos de 2015, uma alternativa de confiança e um programa de Y do caminho percorrido. Mas este balanço deve ser apreendido com desenvolvimento. Quatro anos depois podemos dizer que CM muita humildade, porque ainda há muito caminho para andar. o Governo cumpriu com o Alto Minho. Recordemos apenas MY alguns investimentos realizados ou em curso: Requalificação CY Contra a maioria das expectativas o Partido Socialista garantiu, da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM); Abertura CMY durante estes quatro anos, a estabilidade política através do da Unidade de Cuidados Continuados de Melgaço e da Gelfa; K diálogo que promoveu, com os partidos à sua esquerda, para a Protocolos de Residências para idosos, Centros de Dia e Creches; aprovação dos quatro Orçamentos de Estado, que permitiram ao Requalificação das Escolas públicas, em todos os municípios; Governo melhorar a vida dos portugueses e da nossa economia. Emparcelamento agrícola em Monção; Reabertura do Tribunal Para além da redução do défice que está em mínimos históricos, de Paredes de Coura; Acesso rodoviário ao porto de mar de o desemprego atingiu a taxa mais baixa dos últimos 17 anos e a Viana; Ligação da A3 a Paredes de Coura; Incentivos financeiros economia cresce acima da média europeia. à localização de empresas, em todo o distrito; Modernização e eletrificação da Linha do Minho Nine/Viana/Valença; e É de recordar que com este Governo do PS foi possível eliminar outros importantes investimentos que não descrevo aqui por a contribuição de solidariedade que pesava sobre as pensões e a falta de espaço. Mas gostaria de destacar o investimento na sobretaxa que pesava sobre o IRS. Foi possível, ainda, recuperar eletrificação da Linha do Minho, por ser uma reivindicação salários, aumentar 3,6 milhões de pensões, o abono de família e o muito antiga. A primeira fase foi inaugurada no passado mês complemento solidário de idosos. E, ao mesmo tempo, foi possível de julho e já permite uma ligação direta em serviço Intercidades baixar o IVA da restauração, da cultura e da imprensa e aumentar o entre Lisboa e Viana do Castelo. A segunda fase até Valença salário mínimo nacional, contra a vontade dos partidos da direita. será inaugurada dentro de um ano. Resumindo, valeu a pena o percurso de quatro anos percorridos pelo Obviamente que no Alto Minho ainda há muito para fazer, PS e que se caracterizaram por ter sido uma experiência inovadora que basta consultar os projetos estratégicos inseridos no Programa permitiu uma política de recuperação de direitos e rendimentos. Mas Nacional de Investimentos (PNI 2030), mas no final desta também naquilo que se refere à promoção da qualidade de vida das legislatura podemos afirmar que Portugal e o Alto Minho estão pessoas e também na maior sustentabilidade do desenvolvimento do hoje melhor do que há quatro anos e voltou a fazer sentido falar país. Portugal tem agora condições de perspetivar o futuro de forma de esperança e de confiança. mais confiante e otimista, permitindo a breve prazo também investir mais nos serviços públicos, seja na saúde, educação ou transportes. 84 www.valemais.pt

FESTIVAL INFANTIL ORGANIZAÇÃO: COLABORAÇÃO: Consulte o programa próprio www.valemais.pt 85Mais informação disponível em www.cm-vncerveira.pt

Opinião Texto :: Manuel Cunha_Pólen LAMAS 2.ª EDIÇÃO AGORA DO OUTRO LADO DO RIO Opiquete dos Sonhos uma semana antes Feita a apresentação oficial do Lamas, Sons & Ventos surgiu a primeira C rondou o cenário. De tanto espaço que por ali sobra, optou-se por uma clareira Banda; os A Jigsaw. Subiram de Coimbra a Lamas e já queriam ficar cá. que era um género de plateia de mão dadas M com uma espécie de palco. No fim da ponte de madeira que se esconde, de vaidade, entre Quando o som deles começa a bailar no recinto o filme avança. E cada Y duas árvores. Ali todo o espaço transpira sonolência e conspira som… acorde e cada frase é um olhar perdido na beleza daquele lugar. Vai ser aqui. E foi ali mesmo que se viveu um dia totalmente para CM esquecer. Para esquecer a cidade, o trabalho, a política, etc. Aquele farrapinho sagrado da Natureza bem mereceu um encontro assim. No Ali ao lado uma jovem pintava, do outro lado outra jovem dançava, MY dia anterior havia que preparar a marcação dos sítios a expor a diver- perto da outra ponte uma vaca pastava e mais que uma vez, o esquilo sidade das mostras; artesanatos, gastronomias, rendas, desenhos e do mais que apareceu. Havia que começar a cozinhar a petisqueira do dia CY seguinte. Havia que testar e atestar o forno existente no local. matreiro que ali vivia, trepava à arvore mais alta e observava. Uma No dia da festa, por volta das 7 da manhã, a romaria dos crentes entrou ao serviço. Ao embalar dos trabalhos, um cheirinho a pão de centeio atmosfera bucólica impunha uma melancolia aos sentidos. CMY já embalava o olfacto. Das mãos mágicas da Marta. Do outro lado, no local dos churrascos, duas enormes panelas de ferro adormeciam a K quente a famigerada sopa Castreja. O palco foi sendo montado e o cenário foi sendo alterado. Mesmo ainda sem som, a magia do local já Por vezes, alguém chapinava a água a contrariar quietudes. E rápido, convidava a danças tropeçadas no silêncio. como um sonho bom, a música tinha terminado. As bandas foram chegando e testando o som. Os músicos não se co- A Banda seguinte, dois Jovens de Vizela; West Coast Man a continuar a nhecendo, ali, logo fizeram Tertúlia e grande planeamento de amizades cozedura do Som. E no mesmo modo, calmo, poético e cósmico, a 2.ª par- futuras. Três bandas, três gerações diferentes. E no final um equilíbrio te do filme continuou. A jovem continuou a pintar, a outra jovem continuou perfeito no alinhamento estético de cada som produzido. a dançar, ao esquilo já não o vi mas vieram muitas mais vacas pastar. Depois chegaram as cantadeiras de Espanha; Pandereteiras Cellavella. E Dada uma volta assim de largo para testar até onde a poalha mágica o apetite começou a roncar. E entre danças e cantares, alegrias e olhares, do som abrangia, via-se assim de longe um estado pacífico de pura veio a marcação da mesa aos seus lugares. E a fome aos poucos foi a levitação. Quem viveu um bocadinho assim, tão cedo não irá esquecer. banhos ali ao lado. Depois, a 3ª banda, do Porto, que eu conhecia desde os meus vinte anos; Minnemann Blues Band. 86 www.valemais.pt Bem, ver e ouvir aquele quarteto ali, a soltar um Blues com adrenalinas vadias pelas almas adentro, aí, não resisti e fui mesmo pintar. Durante três músicas, o rolo e a espátula dançaram doidos na tela despida. Acabei ainda a tempo de ver o Sérgio Castro a subir ao palco para uma prestação dos bons velhos rocks, dos bons velhos Blues. Finda a colheita musical toda a gente foi convidada a ver uma belíssima exposição de fotografia; “Mulheres” de Mercedes Vazquez Saavedra, exposta na Porta de Informação. Sonhar Lamas de Mouro é viver uma experiência que depois de sentida nunca se descola do sonhar a seguir. E um local assim afugenta o pesadelo. Um enorme e reconhecido obrigado a quem nos apoia nestes caprichos culturais.









O objetivo é incentivar e gratificar a EFETIVAR NOVOS PÚBLICOS criatividade dos museólogos portu- ESPAÇO gueses, reconhecendo o seu contribu- PRÓPRIO A nível de públicos, poderão também to e dando visibilidade ao que de me- existir alterações. lhor se faz, neste âmbito, no país. A INICIATIVA DE CONCORRER PARTIU DA PRÓPRIA FUNDAÇÃO “A esse nível, acho que sim. Para além Entre as 190 candidaturas, coube ao E, DE IMEDIATO, ISSO TRADUZ- de se falar, a nível nacional, do museu Museu da Bienal recebeu o prémio de SE, SEGUNDO CABRAL PINTO, da bienal, é evidente que isso tem re- melhor museu. Este compreende um NA EFETIVAÇÃO DE UM ESPAÇO percussões quanto a públicos, da cria- espólio de perto de 670 peças, de meio PRÓPRIO PARA O MUSEU ção de novas pessoas que vêm aqui milhar de artistas, relativas às diversas visitar a fundação e o museu. É muito edições da Bienal Internacional de Cer- “FUNCIONAMOS MUITO importante este prémio para a Funda- veira. Esta realiza-se desde 1978 e é já COM AS EXPOSIÇÕES DO ção Bienal de Cerveira.” a mais antiga da Península Ibérica. ACERVO, INCLUINDO, TAMBÉM, NO ESTRANGEIRO, MAS, Cabral Pinto enfatiza também o traba- VITÓRIA DE ARTISTAS FUNDAMENTALMENTE, EM lho com as escolas na preparação de PORTUGAL. TEMOS, AINDA, O novos públicos. “É um trabalho cons- Cabral Pinto é o diretor artístico da MUSEU VIRTUAL ONDE ESTÃO tante nesse aspeto. Há muitas visitas Bienal, sucedendo, na história desta, GRANDE PARTE DAS OBRAS do público escolar”, anota. a Jaime Isidoro, José Rodrigues, Hen- DO ACERVO. AINDA NÃO rique Silva e Augusto Canedo. Acom- HOUVE A POSSIBILIDADE DE AS A atividade da Bienal faz-se notar. panhou a reportagem da VALE MAIS METER TODAS. É POSSÍVEL SER numa visita ao espaço. CONSULTADO PELA POPULAÇÃO “Trabalhamos todo o o ano.... Temos E VER, TAMBÉM, AS OBRAS QUE o serviço educativo e um conjunto de “O espólio é vasto e contém um con- FAZEM PARTE DA COLEÇÃO” – atividades, incluindo as exposições junto de obras muito importantes. Tudo EXPLICA. em vários sítios. Eu posso-lhe só men- começou com os Encontros de Arte cionar que, no ano passado (memória promovidos pelo Jaime Isidoro e, neste “ACHO QUE ESTE PRÉMIO mais recente), fizemos um conjunto de momento, mais de 600 obras das várias VEM-NOS DAR ESSA exposições fora do concelho, incluindo tendências artístiscas, que durante este RESPONSABILIDADE DE, AGORA, o estrangeiro. Ainda recentemente fo- tempo todo se foram desenvolvendo, ASSUMIRMOS, POR INTEIRO, O mos à Sardenha (Itália), num trabalho merecem este reconhecimento por par- MUSEU” – NOTA. que foi reconhecido e em que está lá a te da APOM - Associação Portuguesa nossa marca.”. de Museologia - como melhor museu A EQUIPA DA FUNDAÇÃO DA do ano. É também uma vitória dos artis- BIENAL NÃO ULTRAPASSA UMA O diretor vinca memo que “não esta- tas que fazem parte da própria coleção DÚZIA DE PESSOAS. “FAZEMOS mos parados, estamos aqui a trabalhar da Fundação” – começa por nos referir. TUDO AQUI. TEMOS O SERVIÇO constantemente e há sempre expo- EDUCATIVO, EQUIPA DE sições. Para lhe dar um exemplo, re- O responsável enfatiza, mesmo, a im- MONTAGEM, TRANSPORTES, centemente tivemos a exposição do portância do prémio para a Fundação UM PEQUENO CONJUNTO DE Jaime Isidoro mas, ao mesmo tempo, Bienal de Cerveira, mas também para PESSOAS, NÃO PASSA DISSO”, temos dos artista e sócios-fundado- os artistas representados na coleção ACRESCENTA. res, temos de um projeto que foi de- do museu. As modalidades representa- senvolvido pelo Serviço Educativo, um das são a pintura, a escultura, gravura, O PRÉMIO AGORA OBTIDO conjunto de atividades dentro da pró- serigrafia, o video, perfomances (há vi- LANÇA NOVAS PERSPETIVAS. pria fundação que nos obriga a estar deos com estas) e a tapeçaria, “Todas sempre em movimento. Conseguimos as áreas das artes plásticas estão aqui “É SEMPRE UM DESAFIO. TEMOS fazer com que chegue às pessoas todo envolvidas”, nota. SEMPRE DE NOS ATUALIZAR este nosso trabalho.” EM FUNÇÃO DO QUE VAI “A maioria é a pintura, mas também te- ACONTECENDO NA EUROPA E Quanto ao público da Bienal, “normal- mos muita escultura. Ainda agora esta- NO MUNDO; PORTANTO, O QUE mente vem com a ideia... nós, na Bie- mos no Mosteiro da Batalha com um con- NOS IRÁ TRAZER SERÁ SEMPRE nal, temos sempre uma ou duas home- junto de 16 obras de escultura e que é NOVIDADE PORQUE SÃO COISAS nagens de grandes pintores ou artistas representativa do nosso acervo”, explica. QUE VÃO SURGINDO COM OS plásticos e, muitas vezes, vem focados TEMPOS E TEMOS DE ESTAR nestes artistas. Depois, outros porme- Os artistas representam cerca 30 na- ATUALIZADOS.” nores que a própria Bienal vai desen- cionalidades.”Fazendo um cálculo, na volvendo no decorrer do evento. Mas, última bienal concorreram 43 naciona- fundamentalmente, há sempre uma lidades, alguma dos artistas destas não peça ou outra, um artista ou outro que foram selecionadas, como é evidente, sobressai e é sobre esses que, habi- mas andará à volta disso....” tualmente, o público vem visitar.” www.valemais.pt 91

UMA BIENAL DE VENEZA Por outro lado, não é descurada a vertente de descoberta de novos artistas. “Estamos a fazer isso ao longo do ano. Temos um projeto que se chama mesmo Novos Artistas e em que aqueles que agora estão a surgir (emergentes, temos feito também esse papel). Na Bienal, também isso acontece, embora não se note tanto, está diluido no meio dos outros. Temos os artistas que convidamos, os novos que concorrem, os homenageados. Também são muitas as universidades e escolas de artes que participam na nossa Bienal. Inclusivamente, no ano passado, tivemos quatro universidades estrangeiras a participar. Vieram do Perú, da Colômbia e da Rússia.” Quer-se, efetivamente, ir-se mais longe. “Queremos que se torne não uma Bienal de Veneza, mas por aí”, entusiasma-se Ca- bral Pinto. Já têm alguma coisa pensada com vista à próxima edição da Bienal? – quiesemos saber. “Sim. Já estamos a trabalhar na próxima Bienal, temos algumas ideias de quem será o/a artista homeageado/a e também aqueles dois ou três artistas que vamos convidar para terem espaços pró- prios, divulgarem a sua obra ou já divulga- ram e são artistas conceituados.” Levanta, também, o véu sob a temática. “Diria que anda à volta da Comunicação em Arte. Ainda estamos a aferir. Já tive- mos uma sobre comunicação, só que nós queremos fazer sobre a comunicação numa outra perspetiva. Como é que o ar- tista comunica a sua obra? E quais são os métodos utilizados? É isso que vai estar em discussão. Como é que a obra chega ao público e isso é importante perceber.” Todos os anos têm vindo a aumentar o nú- mero de visitantes do museu, embora, nos anos em que decorre a bienal, se encontre inflacionado, como sucedeu com 120 mil registados em 2018. Até 1 de setembro, pode ser visitado diariamente entre as 11h e as 13h e das 15h às 19h. Depois, estará aberto nos horários 15h/19h (terça a sexta), 10h/13h e 15h/19h (sábados e feriados). 92 www.valemais.pt

RECONHECIMENTO DE MAIS E avisa: “sempre nessa perspetiva de MUDAR O LOCAL DE 40 ANOS DE TRABALHO valorização, de aprofundamento e va- MUSEOLÓGICO lorização de quem teve a ousadia de Nogueira observa, também, que começar um trabalho desta natureza, o atual espaço das bienais (Forum Fernando Nogueira, presidente da Câ- de descentralização das artes, de dig- Cultural) e onde está instalado tam- mara Municipal e da Fundação Bienal de nificação do património cultural em Cerveira, observa à VALE MAIS que a V.N. Cerveira.” bém o espaço museológico, não atribuição do Prémio de Melhor Museu tem “propriamente a vertente de do Ano não é tanto o reconhecimento Sobre o que isto pode trazer, no futu- museu tradicional ou que se adapte de um museu “fisicamente”, mas o tra- ro, para o Museu, Fernando Nogueira às necessidades de exposição per- balho museológico dos 40 e tal anos das é perentório. manente ou temporárias das obras bienais e de quem trabalha a arte con- de arte da Fundação, bem como de temporânea em V.N. Cerveira. “Uma maior responsabildidade ainda, outras obras que, pontualmente, uma vontade, da nossa parte, em tra- “É evidente que o prémio nos dá um balhar em prol das artes, do desen- possam vir a V. N. Cerveira”. enorme orgulho por ver este trabalho re- volvimento da Fundação da Bienal, de conhecido, de todos os atores que passa- consolidar ainda mais a marca, de pro- “Defendemos - digo isto em ter- ram pelas bienais, dos fundadores à parte mover as artes e responsabilidade em mos mais populares - que as obras artística, políticos, de todos aqueles que, caminharmos num sentido de construir- ao longo dos anos, souberam preservar mos um verdadeiro Museu da Bienal.” de arte, como os livros, devem e, na nossa perspetiva, melhorar o traba- arejar para dignificarem e valoriza- lho da Fundação e valorizar o dos funda- dores”, considera. rem, para terem uma verdadeira utilidade” – argumentou. “Este prémio aconteceu agora, mas é fruto, efetivamente, de um trabalho Mas já está pensado algum novo es- museológico ao longo dos anos. O es- paço para arejarem? – questionámos. pólio da bienal corresponde a mais de 670 obras de arte. É esse conjunto vas- “Estamos a constituir algumas tíssimo que aqui está premiado. Não é ideias” – respondeu, lacónico. um facto pontual”, acentua. Levante-nos um pouco o véu - pedimos “Será em V.N. Cerveira, na zona histórica, num espaço já existente.” www.valemais.pt 93

“É um momento excelente para as pessoas VJOAASNCOANCELOS nos visitarem. É uma forma de trazer pessoas. São os grandes nomes da Pop Arte, gravuras E OS GRANDES NOMES DA POP ART e serigrafias, mas também uma peça da Joana Vasconcelos”. Fotorreportagem #Vítor Ferreira É assim que Cabral Pinto se refere à mostra patente no Museu Bienal de Cerveira que decorre até 19 de outubro, integrando cerca de 140 peças daquele movimento artísitico, iconoclasta, surgido na década de 1950 em Londres (Inglaterra) e que alcançou a sua maturidade em Nova York (Estados Unidos) nos anos 60. Promovendo uma aproximação ao universo deste movimento, um dos mais importantes da história da Arte, a Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC) promove a iniciativa, em colaboração com a Fundación Cum Laude. Além de Joana Vasconcelos e Andy Warhol, nele também estão representados outros nomes importantes da história da Pop Art e que surpreendem quem por lá passa. “Trata-se de uma coleção privada de arte gráfica da empresa MBA Grupo Incorporado que será apresentada pela primeira vez em Portugal, sendo para nós uma honra apresentar, no Museu Bienal de Cerveira, estes grandes nomes intemporais da POP ART e esta que é uma das artistas mais conceituadas do país, a Joana Vasconcelos”, garante, por sua vez, o presidente da FBAC, Fernando Nogueira. 94 www.valemais.pt

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PROTEÇÃO CIVIL CAUSAS Uma parceria Vale Mais | ANPC As causas dos incêndios rurais são das mais variadas. Têm, na sua grande maioria, origem RINUCRÊANISDIOS humana, quer por negligência e acidente Os incêndios rurais são das catástrofes (queimadas, queima de lixos, lançamento naturais mais graves em Portugal, não só de foguetes, cigarros mal apagados, linhas pela elevada frequência com que ocorrem e extensão que alcançam, como pelos efeitos elétricas, etc), quer intencionalmente. destrutivos que causam. Para além dos Os incêndios de causas naturais (ex: trovoadas) prejuízos económicos e ambientais, podem constituir uma fonte de perigo para as correspondem a uma pequena percentagem populações e bens. do número total de ocorrências. Os incêndios rurais são considerados catástrofes NÚMERO DE OCORRÊNCIAS INVESTIDAS: naturais, mais pelo facto de se desenvolverem Valor absoluto e % total na natureza e por a sua possibilidade de ocor- rência e caraterísticas de propagação depen- Fig. 1 - Causas dos incêndios rurais investigados em 2009. derem fortemente de fatores naturais, do que por serem (Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas). causados por fenómenos naturais. A intervenção humana pode desempenhar um papel decisi- vo na sua origem e na limitação do seu desenvolvimento. A importância da ação humana nestes fenómenos distingue os incêndios rurais das restantes catástrofes naturais. A propagação de um incêndio depende das condições meteorológicas (direção e intensidade do vento, humidade relativa do ar, temperatura), do grau de secura e do tipo do coberto vegetal, orografia do terreno, acessibilidades ao local do incêndio, tempo de intervenção (tempo entre o alerta e a primeira intervenção no ataque ao fogo, vulgar- mente designada como ataque inicial), etc. Um incêndio pode propagar-se pela superfície do terreno, pelas copas das árvores e através da manta morta. Os incên- dios de grandes proporções são normalmente avistados a vários quilómetros, devido aos seus fumos negros e densos. 96 www.valemais.pt

MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO EM CASO Em caso de evacuação preventiva, efetuada com DE INCÊNDIOS RURAIS antecedência para o exterior do aglomerado: Se estiver próximo de um incêndio: • Manter a calma; • Ligue de imediato para o 112; • Cumprir as indicações de evacuação dadas pelas autoridades. Não voltar atrás; • Se não correr perigo e possuir vestuário adequado (tipicamente roupa de manga comprida, botas e luvas), tente extingui-lo com pás, enxadas • Auxiliar as crianças, idosos ou familiares com limitações de mobilidade; ou ramos; • Levar o kit de evacuação. Não perder tempo a recolher objetos desne- • Não prejudique a ação dos Bombeiros, Sapadores Florestais e outras cessários; forças de socorro e siga as suas instruções;  • Levar consigo os animais de companhia; • Retire a sua viatura dos caminhos de acesso ao incêndio;  • Fechar as portas e janelas à medida que sai para fora da habitação, • Se notar a presença de pessoas com comportamentos de risco, informe bem como outras aberturas (ex.: grelhas de ventilação) que possibilitem a as autoridades;  entrada de faúlhas para o interior; • Se o incêndio estiver perto da sua casa, avise os vizinhos, corte o gás e • Deixar acesas as luzes exteriores da habitação; molhe abundantemente as paredes e os arbustos que rodeiam a casa. Caso tenha tempo e condições de segurança: Se um incêndio se aproximar de sua casa: * Afastar as cortinas e sofás que estejam junto às janelas e retirar o mobiliário • Avise os vizinhos; de jardim, lonas e lenhas que estejam nos alpendres ou junto à habitação; • Regue paredes, telhado e 10 metros à volta de casa; * Desligar e retirar as botijas de gás para um local seguro, por exemplo mergulhando-as dentro de tanques para minimizar o risco de explosão;  • Feche portas, janelas e outras aberturas, corra as persianas ou portadas;  * Regar a envolvente à habitação (em especial o lado virado para a frente • Retire mobiliário, lonas ou lenhas próximas da habitação; do incêndio) e o respetivo telhado; • Caso tenha condições de segurança, desligue e retire as botijas de gás • Utilizar o telemóvel apenas quando imprescindível; para um local seguro; • Acompanhar as instruções difundidas pelas autoridades através dos • Afaste o que possa arder junto às janelas e coloque toalhas molhadas órgãos de comunicação social ou outros canais de aviso. nas frestas;  Em caso de evacuação repentina para um abrigo • Se não correr perigo, apague pequenos focos de incêndio com água, ou refúgio coletivo no interior do aglomerado: terra ou ramos verdes. • Proteger o corpo das chamas e do calor com vestuário adequado (pre- Se ficar cercado por um incêndio: ferencialmente, calças e camisola de manga comprida, luvas e lenço para proteger a cara do calor e dos fumos); • Dirija-se para um abrigo ou refúgio coletivo. Se não estiver próximo, procure uma zona preferencialmente plana, com água ou com pouca • Manter a roupa seca (a água é uma substância muito condutora pelo que vegetação; a roupa molhada aquece rapidamente, podendo aumentar a gravidade das queimaduras); • Respire junto ao chão, se possível através de um pano molhado, para evitar inalar o fumo;  • Escolher sempre o caminho de saída da habitação mais seguro (isto é, o que tiver menos fumo e calor). Se estritamente necessário, atravessar os • Cubra a cabeça e o resto do corpo. espaços com fumo da forma mais próxima do chão possível; • Utilize um lenço húmido para proteger a cara do calor e dos fumos. • Dirigir-se rapidamente aos locais de abrigo ou refúgio coletivo mais próximos definidos no interior do aglomerado. Não voltar atrás, até ordem em contrário.​ Preparação para a evacuação:​​ Em caso de confinamento na habitação, caso não • Manter os documentos mais importantes do agregado familiar, bem seja possível a fuga para abrigo ou refúgio coletivo: como o boletim sanitário dos animais de estimação, em local seguro e de fácil acesso (mala ou saco, por exemplo), de modo a que possam rapida- ​• Manter a calma; mente ser transportados em caso de retirada do aglomerado. Considerar a possibilidade de guardar cópia dos documentos na casa de um familiar • Proteger o corpo das chamas e do calor com vestuário seco (de prefe- ou digitalizados num cartão de memória; rência não sintético) e adequado (preferencialmente, calças e camisola de manga comprida, luvas e lenço para proteger a cara do calor e dos fumos); •​ Ter preparado um kit de evacuação onde constem artigos essenciais a utilizar em caso de emergência: • Afastar as cortinas e sofás que estejam junto às janelas e retirar o mobiliário de jardim, lonas e lenhas que estejam nos alpendres ou junto à habitação; * Um estojo de primeiros socorros; • Caso tenha condições de segurança, desligar e retirar as botijas de gás * A sua medicação habitual; para um local seguro, por exemplo, mergulhando-as dentro de tanques para minimizar o risco de explosão;  * Água e comida não perecível; • Caso tenha condições de segurança, regar a envolvente à habitação (em * Produtos de higiene pessoal; especial o lado virado para a frente do incêndio) e o respetivo telhado; * Uma muda de roupa; • Fechar portas, janelas e outras aberturas (ex.: grelhas de ventilação) que possibilitem a entrada de faúlhas para o interior; * Rádio, lanterna e apito; • Colocar toalhas molhadas nas frestas das portas e janelas; * Dinheiro; • Ficar longe das paredes; * Lista de contactos de familiares/amigos. • Procurar abrigo nas divisões do extremo oposto da habitação em rela- Preparar a habitação para uma saída rápida:  ção ao lado por onde o incêndio se está a aproximar; * Manter livres as saídas de cada divisão e do edifício, sem objetos a • Colocar os animais de companhia numa única divisão da habitação e bloquear a passagem;  preferencialmente acompanhados. Nunca soltar os animais para a rua;  * Assegurar que todas as saídas podem abrir-se facilmente; • Utilizar o telemóvel apenas quando imprescindível; * Ter os caminhos de saída escolhidos e identificados (normalmente uma porta e uma janela) para sair de cada divisão;  * Definir pontos de encontro comuns que sejam do conhecimento de toda a família. • Esperar que o fogo passe e, posteriormente, verificar a existência de focos de incêndio na envolvente da habitação we nwowse.uvatellehamdoa.is.pt 97

Lendas do Alto Minho PROPRIETÁRIA / EDITORA Calvolima, Lda Empresa das Mulheres NPC 506 676 668 No tempo em que os portugueses disputavam Capital Social com os castelhanos as terras do Alto-Minho, 50.000.00€ um exército lusitano, composto por quinze mil Sede homens, batalha os galegos nas margens do Avenida das Portas do Sol, n.º1047 Minho. De tal forma era bem sucedido o seu empenho, 4950-500 Monção que chegam a provar o delicioso sabor da vitória. DIRETOR Ébrios deste prazer, julgam-se senhores do mundo. José C. Sousa Com entusiasmo desmesurado, aventuram-se por terras DIRETOR ADJUNTO da Galiza, alucinados de bravura, dispostos a bater o Manuel S. inimigo em sua própria casa Mas tal esforço não lhes REDAÇÃO corre de feição, já que, depois de curtíssimas vitorias, José C. Sousa os lusos são obrigados a retroceder, ante o vigor do Manuel S. adversário, espicaçado pela vaidade nacional ferida, e DESIGN GRÁFICO supridos de tropas frescas. José C. Sousa Vindo os galegos no encalço, os portugueses, COLABORADORES desorientados, recuam lá para os lados de Castro Adelino da Silva (opinião) Laboreiro. Acossados pelo enfurecido inimigo, pronto ANPC (proteção civil) a corrigir a desfeita sofrida, as tropas portuguesas Ao Norte (cinema) não encontram forma de o enfrentar, temendo-se uma Brito Ribeiro (ambiente) ultrajante derrota e o risco de perda da soberania pelos Emília Cerqueira (opinião) próprios territórios! Fátima Silva (opinião) José Emílio Moreira (opinião) É então que as mulheres daquele lugar, ao verem os José M. Carpinteira (opinião) seus desnorteados, e perante a afronta desmesurada Laura Couto (sexo&amor) dos galegos, corajosas e determinadas, resolvem Lígia Rio (saúde) intervir. E se os homens fogem desorganizados e Luís Ceia (opinião) abandonando as armas, elas, depois de se armarem Nelson Azevedo (turismo) como os guerreiros, fileiras e avançam sem medo, Venâncio Fernandes (imobiliário) prontas a salvar o país da ignomínia de uma humilhante Manuel Pinto Neves (opinião) derrota. Manuel Cunha (opinião) Perante tal atitude e coragem ficam extasiados e Paulo Gomes (desporto) confusos, por sua parte, os castelhanos. É então que os Ana Rita Lebreiro (nutrição) homens lusitanos, provocados pelo exemplo de suas VS Advogados (consultório jurídico) mulheres, resolvem voltar para a luta, envergonhados DEPARTAMENTO COMERCIAL das suas momentâneas pusilanimidade e defecção. Marta Tomé Recuperada a energia e a fé indispensáveis, organizam- Contactos se e batem os espanhóis, ainda perplexos pela coragem [email protected] e força das mulheres de Castro Laboreiro. Esta batalha T. +351 925 987 617 ficou conhecida por “Empresa das Mulheres”. IMPRESSÃO Lidergraf Sustainable Printing fonte: CIM Alto Minho DISTRIBUIÇÃO Vale mais 98 www.valemais.pt PERIODICIDADE Bimestral TIRAGEM 5.000 exemplares DEPÓSITO LEGAL 338438/12 REGISTO na ERC 126166 CONTACTOS T. +351 251 654 927 M. +351 925 987 617 EMAIL [email protected] SITE www.valemais.pt REDES SOCIAIS Pode consultar o Estatuto Editorial em www.valemais.pt O Acordo Ortográfico utilizado pelos colaboradores é da sua exclusiva responsabilidade. Os textos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, não obedecendo, necessariamente, à linha editorial desta publicação. Toda e qualquer informação publicitária apresentada pode conter, eventualmente, erros alheios ao Vale mais, pelo que requer, indubitavelmente, confirmação posterior.

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