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Vale Mais Abril & Maio'19

Published by info, 2019-04-05 04:48:23

Description: Vale Mais n.º66

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Reportagem #Monção Texto :: Manuel S. TEATRO, DESENHO, Mo nção tem PINTURA uuAmmrt easeePrlCva iutçalotfuomrram u(naPiAciCp )a, l qu e aca ba E E SCCUOLTMUERSAPAÇO NA PAC de ganhar um espaço físico no último andar do Cine Teatro João Verde (CTJV). Numa ampla sala, funciona uma O novo espaço foi inaugurado no feriado municipal (12 “incubadora artística”, dirigida sobre de março) e está aberto diariamente. Quem para ele se para exposições, workshops e ateliês deslocar, depara-se, ao longo da subida para o mesmo, nos degraus e nas paredes, com frases de apologia à cultura. A criação de novos públicos no âmbito da fruição e criativida- no âmbito do teatro, desenho, pintura e de artística é um dos seus desideratos. escultura. 52 www.valemais.pt

INCUBADORA ARTÍSTICA Na inauguração do espaço, António Barbosa, chefe do Mu- nicípio vianense, destacou a aposta na Cultura. Esta “não Nas palavras do vereador da Cultura, João Oliveira, trata-se pode ser vista como uma despesa, mas sim como um inves- de uma “incubadora artística”. Nela, os munícipes podem timento, cujos frutos serão recolhidos mais tarde”, assinalou efetuar inscrições para sessões livres, a pensar na sua apre- na ocasião. Já o vereador da Cultura enfatizou a importân- sentação ao público, designadamente ao infantojuvenil, de cia “para a criação de novos públicos vocacionados para a “boas ideias para a promoção cultural do território”. criação e fruição de atividades culturais”. A abertura visa, pois, incentivar a imaginação e a criativida- de de todas as pessoas que se interessem pelas atividades culturais ou pretendam valorizar-se no aspeto artístico. Trata-se de um serviço municipal em que foram envolvidos artistas monçanenses já conhecidos, como a escultora e performer Patrícia Oliveira, o artista plástico e músico Ricar- do Campos e os atores e encenadores Paulo Lobato e Ilídio Castro. Além de poder servir para receber espetáculos em pequeno formato, ações de formação e oficinas de traba- lho, também se destina ao desenvolvimento de iniciativas a ser apresentadas noutros espaços, bem como aqueles artis- tas e colaboradores do município se deslocam para outros locais, a fim de preparem eventos de ordem cultural. CULTURA NÃO É DESPESA Nesse âmbito já se desenrolaram ações como a pintura de murais nas escolas, a encenação teatral do “Cordeiro à Moda de Monção”, o presépio e ateliê da “Vila Mágica” e, ainda no passado mês de março, numa colaboração entre a autarquia e comerciantes, a “Vila Florida”. Entretanto, tem estado a ser preparada pela PAC, no agrupamento de es- colas, a Mostra de Teatro Escolar “Represent’Art”, iniciativa que vai ter, neste mês de abril, a sua 3ª edição. www.valemais.pt 53

Cinema Texto :: AO Norte Os XIX Encontros de Cinema de Viana, organizados pela Associação AO NORTE e pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, decorrem de 7 a 12 de maio e afirmam-se como uma experiência única no meio cultural da região e do país, ao proporcionar um espaço comum de partilha, formação e debate em que confluem estudantes de cinema e das escolas de região, cineclubistas de Portugal e da Galiza e público em geral, enriquecido com a participação ativa de profissionais deste meio artístico. Este espaço de exibição, divulgação e reflexão aposta numa forte Ação05! Festival de Vídeo Escolar ligação aos mais jovens, à convocação de um espectro amplo e plural de públicos e ao estímulo do trabalho criativo sobre a imagem e do seu À semelhança das edições anteriores, o Festival procura filmes realizados poder para representar o que nos rodeia. por alunos dos ensinos básico e secundário, com a duração máxima de 10 DA PROGRAMAÇÃO, DESTACAMOS: minutos, nas categorias de ficção e de animação, realizados em contexto escolar e em que os alunos tenham desempenhado um papel ativo na 8.ª Conferência Internacional de Viana, realizada em parceria com a sua produção. Ação05! pretende promover a produção audiovisual nas Escola Superior de Educação de Viana do Castelo, situa a sua temática nas intersecções entre o cinema, a escola e a educação, para além de escolas, sensibilizar as escolas para a utilização do vídeo como ferramenta acolher reflexões e debates em torno do cinema nas suas múltiplas criativa e fomentar a educação para as imagens. O concurso vai atribuir dimensões culturais, artísticas e tecnológicas. Na edição de 2019, a Con- seis prémios com o valor de 500 euros cada em material audiovisual, ferência pretende também dar visibilidade a projetos de interseção entre distribuídos por tipo de narrativa e por nível de ensino, como forma de cinema e ensino, e fomentar o intercâmbio dessas práticas no mundo da lusofonia. destacar os trabalhos com maior qualidade técnica, criatividade e nível de envolvimento dos alunos. Olhares Frontais Os filmes selecionados para o Festival serão projetados no dia 7 de Coordenados pelo realizador maio no Teatro Municipal Sá de Mi- Pedro Sena Nunes, são um espaço privilegiado de partilha e conheci- randa, em Viana do Castelo, altura em mento entre alunos e professores que serão anunciados os vencedores. das escolas de cinema, audiovisual e multimédia, mediadores, cine- Histórias na Praça clubistas, investigadores, artistas e profissionais do meio cinemato- Uma ação formativa que sensibiliza gráfico. os participantes para o processo da criação cinematográfica com Prémio PrimeirOlhar destaque para as fases da preparação Secção competitiva com o objetivo e rodagem de um filme, destinadas de promover o documentarismo a compreender o processo criativo e premiar o melhor documentário e técnico, através de análise das realizado por alunos de escolas de cinema, de audiovisuais ou estratégias e métodos escolhidos na comunicação, e por participantes adaptação do imaginário da história. em cursos de documentarismo promovidos por outras entidades De realçar ainda o Encontro Luso- de Portugal, da Galiza, do Brasil -Galaico de Cineclubes, que vai dar a e dos outros países de língua conhecer projetos e debater questões portuguesa. relacionadas com políticas culturais centradas no cinema, o ciclo Escola no Cinema, este ano também com filmes para o pré-escolar projetados num cinema insuflável que ocupará a Praça da República, e oficinas de formação destinadas a iniciar os mais novos na linguagem do cinema. 54 www.valemais.pt

Consultório Jurídico Texto :: VS Advogados Paula Viana & Janine Soares Largo 5 de outubro nº 22, 4940-521 Paredes de Coura Av. 31 de Janeiro nº 262, 4715-052 Braga PROTECÇÃO DE DADOS O QUE É? Em Maio de 2018 terminou o período transitório para aplicação do novo Regulamento Geral de Proteção de Dados, sendo agora directamente aplicado em Portugal e nos restantes Estados Membros da União Europeia. ORegulamento define “dados pessoais” como informação biométricos para identificar uma pessoa de forma inequívoca, relativa a uma pessoa singular identificada ou identificável dados relativos à saúde ou dados relativos à vida sexual ou (titular dos dados), e considerada identificável uma pessoa orientação sexual de uma pessoa. singular que possa ser identificada, directa ou indirectamente, em O titular tem o direito de obter do responsável pelo tratamento especial por referência a um identificador, como por exemplo um o apagamento dos seus dados pessoais, sem demora injusti- nome, um número de identificação, dados de localização, identi- ficada, e este tem a obrigação de apagar os dados pessoais, ficadores por via electrónica ou a um ou mais elementos específi- sem demora injustificada, quando se aplique um dos seguintes cos da identidade física, fisiológica, genética, mental, económica, motivos: os dados pessoais deixaram de ser necessários para a cultural ou social dessa pessoa singular. finalidade que motivou a sua recolha ou tratamento; o titular retira Este novo quadro legal implica mudanças significativas na vida das o consentimento em que se baseia o tratamento dos dados nos organizações, trazendo diferentes impactos conforme a área de termos da lei; o titular opõe-se ao tratamento nos termos da lei actividade, dimensão, natureza e tipo de tratamentos de dados e não existem interesses legítimos prevalecentes que justifiquem pessoais que realizem, defendendo os direitos e as liberdades o tratamento; os dados pessoais foram tratados ilicitamente; os fundamentais das pessoas singulares. Aplica-se ao tratamento dados pessoais têm de ser apagados para o cumprimento de uma de dados pessoais efectuado no contexto das actividades de um obrigação jurídica decorrente do direito da União ou de um Esta- estabelecimento de um responsável pelo tratamento ou de um do-Membro a que o responsável pelo tratamento esteja sujeito. subcontratante situado no território da União, independemente do O Regulamento também introduz novidades importantes a nível tratamento ocorrer dentro ou fora da União Europeia. Pode apli- organizacional, com a introdução do Encarregado de Protecção de car-se também a casos em que estes não estejam estabelecidos Dados (Data Protection Officer), que terá um papel de controlador na União Europeia quando as actividades de tratamento estejam dos processos de segurança para garantir a protecção de dados no relacionadas com o controlo do seu comportamento, desde que dia-a-dia da empresa. Além das situações previstas no regulamento tenha lugar na União Europeia ou com a oferta de bens ou servi- em que a organização está obrigada a designar um encarregado ços a esses titulares de dados na União Europeia. de protecção de dados, como é o caso das entidades públicas, o A empresa ou organização que individualmente ou em conjunto responsável pelo tratamento e o subcontratante podem sempre, com outra determine as finalidades e os meios dos tratamentos mesmo não se encontrando no momento em nenhuma das cir- dos dados é “responsável pelo tratamento” e deve, nessa me- cunstâncias exigíveis, decidir ter um encarregado de protecção de dida, entre outros aspectos, assegurar que: apenas são recolhi- dados na sua organização pelas evidentes vantagens que tal pode dos os dados pessoais adequados, pertinentes e não excessivos significar para o nível de cumprimento das obrigações. relativamente às finalidades da recolha; os dados pessoais são As novas regras impõem às organizações novas obrigações, cujo recolhidos para finalidades determinadas, explícitas e legítimas; incumprimento é punido por elevadas coimas que podem ascen- são conservados durante o período necessário para a pros- der a 4% da facturação anual global ou a € 20.000.000,00, exis- secução das finalidades da recolha/tratamento; são exactos tindo ainda a possibilidade de aplicação, pela Comissão Nacional e actualizados; é obtido o consentimento do titular para o de Protecção de Dados, de sanções acessórias, como a proibição, tratamento dos dados, nos casos em que tal é exigível. Note-se temporária ou definitiva, do tratamento de dados pessoais, ou a que é proibido (a não ser que haja o consentimento explícito publicidade da sentença condenatória. do titular ou seja estritamente necessário para o cumprimento de obrigações ou direitos específicos) o tratamento de dados pessoais que revelem a origem racial ou étnica, as opiniões políticas, as convicções religiosas ou filosóficas, ou a filiação sindical, bem como o tratamento de dados genéticos, dados www.valemais.pt 55

Opinião Texto :: Emílio Moreira EMPARCELAMENTO RURAL MOREIRA E BARROÇAS E TAIAS Finalmente, na reunião ordinária do Os 0bjetivos deste projeto verdadeiramente revolucionário Executivo da Câmara Municipal realizada eram os seguintes: em Moreira, no dia 21 de fevereiro, foi aprovada, por unanimidade, a abertura do 1 racionalizar a atividade agrícola; concurso para a execução do PROJETO DE EMPARCELAMENTO RURAL das freguesias de Moreira e Barroças e Taias: Orçamento base: 4.103.000 E; Prazo de execução: 730 dias. Parece mentira, mas este sonho e este processo 2 Promover o ordenamento deste espaço rural tão repartido já dura há cerca de 25 anos! em minúsculas propriedades; Os estudos prévios dos projetos de emparcelamento rural das freguesias de Pias-Pinheiros e Moreira –Barroças e Taias 3 Criar condições para melhor aproveitamento das poten- foram elaborados em 1994, sob a responsabilidade da Direção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho, tendo como cialidades dos terrenos, com destaque para a reconversão ponto de partida um pedido formal subscrito por agricultores da vinha, reconversão florestal e produção de outras culturas destas freguesias, apoiados pelas respetivas Juntas, Adega agrícolas de maior interesse económico; cooperativa de Monção ( Eu era, na altura, Presidente da Dire- ção e participei em várias reuniões ara o efeito) e pela Câmara 4 Reduzir custos de produção; Municipal, sendo Presidente o Professor Armindo Guedes da Ponte. Foram aprovados por despacho da então designada 5 Permitir um maior uso tecnológico na respetiva exploração Direção Geral de Hidráulica, Engenharia e Ambiente. agrícola; Mas, depois, infelizmente, foram deixados adormecer no Mi- nistério da Agricultura. Tomei posse, como Presidente da Câ- 6 garantir a preservação e uma adequada gestão dos valores mara, em três de janeiro de 1998. Pouco tempo depois, alerta- do para esta situação por um técnico superior do Ministério da ambientais. Agricultura, apresentou a Câmara Municipal uma candidatura para o financiamento da elaboração dos respetivos projetos A primeira versão do projeto, foi entregue em de ordenamento fundiário, sendo aprovados em um de junho março de 2010 de 1998 e traduzidos nos Contratos de Atribuição de Ajuda, celebrados com o IFADAP. A área total de intervenção é de 529ha, com destaque de 127ha para reconversão de vinha; 8ha de ordenamento florestal; 145 Foram abertos concursos públicos internacionais para a exe- há de cultivo e 248 de intervenção complementar. A ária de cução dos dois projetos de emparcelamento. Hoje falaremos regadio a instalar cobrirá 234ha, com 15km de regadios. apenas do projeto para Moreira –Barroças e Tais, cuja elabo- ração foi adjudicado à empresa EUROTEAM, tendo iniciado o Os acessos a abrir e pavimentar terão uma extensão de 27km. processo de elaboração em 22 de fevereiro de 2001. (Possi- Os proprietários iniciais são 647. Mas os proprietários finais, velmente, noutro artigo, abordaremos o que se passou com a dada a cedência (mediante pagamento) de alguns terrenos, história do projeto para Pias- Pinheiros). Essa tarefa não seria serão apenas 616. Os prédios iniciais são 2018. Os lotes finais fácil dada a pequenez e o n.ºde prédios rústicos, numa região serão reduzidos a 892. Não foi fácil chegar a estes números. de mini-mini fúndio e dum apego afetivo muito forte às suas Foram feitas várias reuniões com os proprietários, para avalia- pequenas courelas por parte dos proprietários, bem como á ção dos terrenos a emparcelar, a trocar, a identificar, a registar, falta de registo predial atualizada de muitas parcelas. e respeitar condicionantes relacionadas com a morfologia do solo ,com linhas de água, linhas elétricas instaladas, etc, etc. 56 www.valemais.pt

No entanto, a concordância dos proprietários com o projeto INFORMAÇÃO CREDÍVEL, CONFIÁVEL ultrapassou os 99%, tendo sido considerado o melhor projeto E DE INTERESSE PÚBLICO dos que foram apresentados, então, em Portugal. Na Vale mais realizamos um opinião No entanto, por exigência dos organismos tutelares, houve jornalismo independente, necessidade de fazer algumas alterações, que foram entregues sem sensacionalismos e secções em março de 2012, à Direção Geral de Agricultura e Desen- juízos de valor. Procuramos cultura volvimento Rural que deu a sua aprovação técnica em 22 de trazer o melhor conteúdo novembro de 2012. Mas, apesar de várias diligências junto do informativo sobre a região. novo governo PSD-CDS, só em 5 de fevereiro de 2016, houve Diariamente, destacamos confirmação do interesse do projeto pela Secretaria de Estado o que de mais importante das Florestas e Desenvolvimento Rural, tendo sido, finalmente acontece nos nossos aprovado, em Conselho de Ministros pelo Governo do PS, com municípios e na região. a respetiva publicação em 24 de novembro de 2016, um passo fundamental para o seu posterior financiamento. INFORMAÇÃO DIÁRIA Mas, por falta de regulamentação de candidaturas ao novo Informação credível, confiável e de interesse quadro comunitário 20-20, até fins de 2016, só em 17 de feve- público. Arriscamos no jornalismo mais sério, que reiro de 2017 é que a Câmara Municipal de Monção, presidida pelo Eng. Augusto Domingues, pode apresentar a candidatu- vai ao detalhe e evita o sound bite, na conquista ra a fundos comunitários ao Programa PDR 20-20. Em 20 de de um público mais exigente e que procura a dezembro, foi finalmente aprovada a candidatura, embora com qualidade na informação. condicionantes impostos por vários organismos como APA, EDP, REN e CCDRN, impondo uma relativa revisão do projeto, RIGOR E ISENÇÃO de acordo com nova legislação em vigor, uma vez que o proje- to apresentado tinha já cerca de 7 anos. Contra o jornalismo fast-food de “faca e alguidar” Em 8 de junho de 2018, o novo Executivo presidido pelo Dr. O nosso projeto vinga pela diferença e pela qualidade. Com uma António Barbosa, entregou a tarefa da referida revisão de objetividade e isenção de que nos podemos orgulhar, não procuramos o like acordo com as exigências daquelas instituições à empresa das fake news ou do jornalismo barato de “faca e alguidar” satisfazendo, Systerra-Engenharia e Gestão, que teve uma empenhada e eventualmente, interesses económicos ou políticos. frutuosa colaboração dos técnicos da Câmara Municipal. destaques reportagens notícias entrevistas Finalmente, como referi no inicio, no histórico dia 21 de fevereiro de 2019, foi aprovada, pelo Executivo Municipal, a abertura do concurso para execução dos respetivos trabalhos. Só espero, que a empresa ganhadora cumpra os prazos e o projeto, para bem dos agricultores abrangidos e para bem de Monção. O sucesso deste PROJETO DE EMPARCEÇAMENTO RURAL, em Moreira e Barroças e Tais poderá ser um modelo para outras iniciativas idênticas no nosso concelho ou noutros concelhos que nos queiram imitar. Não tanto como Ex-Presidente da Câmara, não tanto como de- putado atual da Assembleia Municipal, mas como um simples ci- dadão monçanense com a mesma paixão de sempre, pela nossa TERRA, eu sinto uma alegria imensa, indescritível, pelo cumpri- mento dum sonho feito projeto que, apesar de tantos escolhos e tanta burocracia pelo caminho, vai, finalmente ser realidade. Não foi obra de um só Presidente com o seu Executivo Munici- pal; não foi trabalho somente dos últimos quatro Presidentes de Câmara e dos respetivos Presidentes de junta. Foi uma epo- peia levada a cabo por muitos e muitos que tanto trabalharam para que chegássemos a esta meta. Agora espero, com alguma ansiedade, assistir, daqui a dois anos e pico…ao lançamento dos foguetes a anunciar a conclusão dos trabalhos adjudicados! www.vvaislietem-naoisse.pmt www.valemais.pt 57

Reportagem #Valença Texto :: José C. Sousa foto: @Ruona CARLOS FILIPE PEREIRA VALENCIANO DESENVOLVE TERAPIA PARA TRATAMENTO DE CANCRO 58 www.valemais.pt

Carlos Filipe Ribeiro Lemos Pereira, tem “Fui lendo e estudando os mecanismos epigenéticos e mole- 38 anos, é natural de Valença e tem-se culares e a modificação de expressão dos genes, e acabei por destacado no panorama da investigação concorrer ao programa G.A.B.B.A.. científica mundial, com contribuições na área da reprogramação celular. Atualmente A particularidade deste programa é que seleciona cerca de dirige dois laboratórios, um em Cantanhede 12 alunos, por ano, em mais de 150 candidaturas, onde dão a e outro em Lund, na Suécia, onde estuda oportunidade, ao aluno, de escolher um laboratório, em todo a reprogramação celular para medicina o mundo, para fazer os estudos de doutoramento financian- regenerativa do sangue mas também para do-o com uma Bolsa de Estudo. novas estratégias de imunoterapia. “Fui aceite e escolhi Londres para onde fui, em 2004. Estive, “ ESTAMOS A DESENVOLVER então, num laboratório do Imperial College durante seis anos”. UMA TERAPIA PARA O CANCRO, QUE PODE SER O projeto que estávamos a desenvolver pretendia responder à questão: É possível reprogramar uma célula somática, para UTILIZADA NO TRATAMENTO uma célula pluripotente, que dá origem a outras linhagens, DO CANCRO E ATÉ NA sem fazer o processo de clonagem? PREVENÇÃO” “Nós sabíamos que, ao retirar o núcleo da célula adulta e colo- Estivemos com ele, na Fortaleza de Valença, e numa conver- carmos no ovo enucleado, vai gerar um individuo adulto (como sa bastante cativante, Filipe Pereira, contou-nos de forma a ovelha dolly). Mas será que conseguimos fazer esta transição, cuidada e, muitas vezes, pormenorizada, como construiu a diretamente, sem ser necessário fazer a clonagem? Se fosse sua carreira e como tenta “descobrir” algo importante para a possível, isso abriria portas para inúmeras situações. Pessoas humanidade. com doenças genéticas poderiam usar as células somáticas, reprogramá-las, e depois, usá-las para perceber, melhor, a etolo- OVELHA DOLLY INDICOU O CAMINHO gia da doença e procurar drogas que a curassem”. Nasceu e cresceu em Valença onde viveu até terminar o 12.º MAS NA ALTURA, EM 2004, ISSO NÃO ERA POSSÍVEL. ano. A mãe era professora primária e com cinco anos começou A ÚNICA MANEIRA ERA PELA CLONAGEM a frequentar a escola em Gondomil, onde a mãe dava aulas. “Então, crie o projeto para produzir uma técnica de fusão “Comecei, portanto, um ano mais cedo a escola primária. No celular e estudar este processo de reprogramação. Como a ano seguinte acabei por me mudar para a escola de Valença célula pluripotente domina a somática, foi possível identificar onde acabei por fazer todo o trajeto escolar”. várias proteínas que eram cruciais para esta reprogramação e complexos epigenéticos que eram necessários para esta Em 1997, conta-nos, ocorreu um avanço científico bastante transição ocorrer”. importante e que despertou o interesse em seguir esta área de investigação científica aplicada à saúde humana. A clona- Mas, a meio do doutoramento houve uma descoberta muito gem do primeiro mamífero. importante. “A ovelha Dolly foi criada através de transferência de um “Quatro proteínas individualizadas sendo introduzidas na cé- núcleo para um ovo enucleado. E quando olho para trás esse lula adulta, davam origem a células pluripotentes, passadas foi um episódio que me marcou. duas semanas. Lembro-me que, quando cheguei ao 12º ano, estava indeciso Isso significa que, hoje em dia, uma pessoa pode fazer uma entre seguir Arquitetura e Biologia, mas a Biologia ganhou. biopsia, de pele ou sangue, e com estas quatro proteínas, gerar células pluripotentes, que depois, podem ser diferen- Em 1998 foi para o Porto tirar o curso de Biologia que durou ciadas noutras células (como células de músculo, de neuró- quatro anos. No terceiro ano, começou a procurar estágio na nios, de fígado, etc.) e que podem estar em falta devido a área de investigação científica e acabou por ir para o Institu- uma doença”. to de Biologia Celular e Molecular, que hoje tem outro nome, e faz parte do Instituto de Investigação e Saúde. “Nessa altura, passamos de um campo de investigação onde havia 10 grupos a nível mundial, para centenas de grupos a “Fiz o estágio no grupo da professora Maria de Sousa e foi usar as técnicas de reprogramação celular”. a minha primeira experiência na área da imunologia humana. No entanto, continuava com vontade de explorar a reprogra- Em 2009, no final do doutoramento, decidiu continuar nesta mação celular, mais precisamente, um campo novo que estava área mas quis juntá-la a outro campo que ainda não tivesse a surgir que se chama epigenética, e que tratava as modifica- sido explorado. Foi então que viajou para Nova Iorque, para ções nas células que não são relacionadas com mutações, ou o Mount Sinai School of Medicine, onde obteve uma bolsa da seja, não são permanentes, e que podem ser alteradas”. EMBO - European Molecular Biology Organization – e mais tarde outra bolsa da Charles H. Revson Foundation. www.valemais.pt 59

foto: @Ruona Identifiquei, quatro proteínas, que depois patenteamos e publicamos em revistas da área, que induzem o processo de “A minha ideia, quando escolhi Nova Iorque, era utilizar o que formação das células estaminais”. sabia de reprogramação celular e aplicá-la a hematopoiese da formação de sangue”. Este estudo deu origem a um licenciamento da tecnologia de uma empresa que agora esta em Nova Iorque, que se chama AQUI, O DESAFIO ERA PERCEBER SE AS CÉLULAS Summer Road, LLC, e que desenvolve métodos inovadores ESTAMINAIS DO SANGUE SÃO AS QUE SE USAM para a transplantação de células de medula e que, agora, pe- PARA TRANSPLANTAÇÃO DE MEDULA gou na nossa patente e está a tentar desenvolver uma terapia baseada na reprogramação celular para gerar novas células”. “Por exemplo, quando uma pessoa tem leucemia ou uma falha da medula óssea, o que se faz é uma transplantação autóloga FILIPE NÃO TEM DÚVIDA QUE ESTE É ou alogénica. Ou seja, tira-se células da medula e volta-se a UM TRABALHO DE RESILIÊNCIA introduzir, para formar sangue novo, ou, no caso da leucemia, é necessário eliminar as células do cancro, através de quimiotera- “Temos uma hipótese e vamos desenhar as experiências pia, e depois recebe a transplantação de medula, de outra pes- necessárias para tentar prová-la ou refutá-la. E isso decorre soa saudável. Isto nunca é um sistema perfeito porque mesmo de uma forma interativa até que encontramos algo sólido. em dadores muito compatíveis pode haver 50% de hipóteses Mas ter uma boa hipótese é fundamental para encontrarmos de desenvolver a doença do enxerto contra hospedeiro. algo importante”. Existe uma necessidade de encontrar fontes alternativas de Para o ‘reprogramador celular’, a interseção de duas áreas de células estaminais do sangue para puderem ser utilizadas na investigação, que ainda não se tinham cruzado, acabará por transplantação e que não originem situações de incompatibili- resultar em algo interessante, por que nunca foi explorado. dade no futuro”. “Trabalhamos com células e usamos muito os modelos de ra- Como percebi essa limitação fui para um grupo em Nova tinhos como prova de conceito que depois transitamos para Iorque especializado em células estaminais do sangue. Desen- as células humanas. volvi um projeto para reprogramar células da pele em células estaminais do sangue, usando as tais proteínas-chave. Começamos pelas células do rato porque para testar, em vivo, o tempo de geração das células deles são muito mais rápidas. Usamos lentivírus/vírus para expressar as proteínas de interesse nas células, microscópios, citômetros de fluxo que permite analisar células individuais e inúmeras técnicas de biologia celular e molecular. Tudo isto em laboratórios com um alto nível de segurança”. ESTEVE CERCA DE CINCO ANOS E MEIO EM NOVA IORQUE “Foi uma experiência fantástica, não só, a nível profissional mas também, pessoal. Morava junto ao Central Park e sen- tia-se, um ambiente científico, muito dinâmico. Mas, em 2015, senti a necessidade de começar a minha pró- pria linha de investigação, montar o meu grupo e ser comple- tamente independente. Nessa altura, também queria estar mais perto do meu filho e da família e foi então que comecei a concorrer para cargos em Portugal. Concorri e recebi uma bolsa da União Europeia (Marie Curie) e uma Bolsa Fundação de Ciência e Tecnologia que suportou os meus projetos. Estabeleci o meu grupo de investigação em Cantanhede, associado à Universidade de Coimbra, no UC-Biotech, onde temos um bom laboratório. Entretanto, também surgiu a oportunidade de criar um laboratório na Suécia, mais precisamente, na Universidade de Lund. Agora passo o meu tempo entre Portugal e a Suécia”. 60 www.valemais.pt

A CHEGADA A PORTUGAL FOI UM CHOQUE “Vir de Nova Iorque para Cantanhede e tentar criar um labo- ratório que fosse competitivo, a nível global, não foi fácil. Foi uma luta muita grande para tentar montar uma equipa compe- titiva e encontrar colegas para colaborar. Estamos a falar de 2015 e nesta área, em Portugal, havia muito pouco trabalho desenvolvido. Agora, entre os dois países, estamos a desenvolver vários projetos onde alguns deles se cruzam, mas o tema principal é o mesmo. Estudamos a reprogramação celular para medicina regene- rativa do sangue mas também para utilizar a reprogramação celular para encontrar novas estratégias de imunoterapia”. A imunoterapia do cancro está a crescer imenso, recebeu o Prémio Nobel da Medicina em 2018, por James Allison e Tasuku Honjo. “O QUE ESTAMOS A TENTAR Esta contribuição científica está feita, o artigo está publicado, FAZER É AGARRAR NA desde dezembro de 2018, e agora temos os próximos cinco anos para trabalhar numa terapia para humanos”. REPROGRAMAÇÃO CELULAR, GERAR AS CÉLULAS “Depois, a empresa poderá ser adquirida por uma grande farmacêutica para fazer a comercialização destas terapias. E é DENDRÍTICAS QUE, DEPOIS, aqui que surge a Asgard Therapeutics para desenvolver este PODEM, NÃO SÓ INIBIR O conceito terapêutico onde temos de fazer todas as validações INIBITÓRIO, MAS ATIVAR O possíveis para que possa chegar aos doentes. Poderá ser uma SISTEMA IMUNITÁRIO\" terapia mais acessível que muitas outras que já existem”. Ou seja, estamos a desenvolver uma terapia genética para o can- NOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS, FILIPE RECEBEU cro, que pode ser utilizada no tratamento, e até, na prevenção. CERCA DE 4.5 MILHÕES DE EUROS PARA, EQUIPAR OS Depois de uma cirurgia, onde a maior parte do tumor é retirada, LABORATÓRIO E FINANCIAR AS INVESTIGAÇÕES podemos usar as células reprogramadas que serão reintroduzidas no doente para que ele desenvolva imunidade. “Por vezes, a política das universidades é um bloqueio ao avanço dos projeto, e que depois resultam em atrasos que não deviam acontecer. “Também a distribuição de recursos parece, às vezes, iguali- tária, seja o desempenho do grupo de investigação alto, ou baixo, e isso não deve ser assim. Nos Estados Unidos é preci- samente o contrário. Um grupo tem de ser produtivo, tem de dar algum avanço à sociedade para que exista financiamento naquele tema e, em específico, naquele grupo. Em Portugal, isso não se vê. E isso é um bloqueio muito grande. Ou seja, devia haver uma avaliação mais cuidada, avaliando a qualidade e o potencial, porque só assim o país pode crescer. Se houver investigação de qualidade, vão surgir empresas de qualidade que vão atrair investimento, postos de trabalho, e esse inves- timento, do pais, que resulta dos impostos de toda a gente, deve ser muito bem cuidado, por que 50 mil euros podem gerar milhões ou podem desaparecer, e gerar zero”. www.valemais.pt 61

O LADO MAIS INTIMO VALENÇA MUDOU BASTANTE Filipe gosta de cultura, de música clássica e quando está em A Valença vem sempre que pode. Recorda que, na sua Lund aproveita para ir à Ópera de Copenhaga. Gosta de infância e adolescência, Valença, tinha outra vida. correr e tenta fazê-lo, uma ou duas vezes por semana, por que também “ajuda a limpar a cabeça” e a ter tempo para estar so- “O país estava em crescimento, muita gente vinha a Valen- zinho. Gosta de viajar e, no ano passado, esteve na Austrália, ça, o comércio era intenso e eu lembro-me perfeitamente na Bósnia, em Nova Iorque, na Suíça e muitas vezes na Suécia, de sair da escola e ir para a Perfumaria que a minha mãe claro. Adora esquiar e tenta passar esse gosto para o filho. ainda tem (Perfumaria Liana) e ficava lá a fazer os traba- Aliás esquiar é uma coisa que gosta muito de fazer com ele. lhos de casa. Portanto, cresci muito neste ambiente de comercio e neste ambiente internacional, de muita ligação Dá aulas, na Suécia, porque por lá, o cargo é de Professor na com os espanhóis, onde acabamos por aprender a falar Faculdade, enquanto que aqui, em Portugal, é investigador. espanhol, naturalmente”. Muitas das amizades desse tempo ainda as mantem, mas claro, agora, com menos tempo para estarem juntos. O SEU SONHO É VER DESENVOLVIDO, NESTA ÁREA DE MUITA LIGAÇÃO COM ESPANHA, UM INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO OU UMA UNIVERSIDADE DE ÂMBITO INTERNACIONAL “Acho que existe muito por fazer em Valença e com apos- tas, mais a longo prazo, e que não sejam só na área do turismo do comercio e da restauração. Que sejam muito mais na cultura, na ciência e na educação. Existem áreas que tem sido, superficialmente, tocadas. Nunca houve uma aposta de fundo para que haja uma mudança, por exem- plo, 10 anos depois”. O investigador acredita que a aposta devia passar pela educação, para formar pessoas mais competentes, que fiquem em Valença e que tragam desenvolvimento. “Temos visto que existem muitas e muitas pessoas que saíram de Valença para estudar e acabam por procurar trabalho noutros sítios. O que Valença devia fazer é formar pessoas com a capacidade de criar o seu próprio trabalho, a sua empresa e gerar desenvolvimento, trazendo mais população e mais postos de trabalho. Depois, com isso, vai ganhar o comercio, a restauração, e tudo o resto. No entanto, aqui, também surge um problema político, porque, os mandatos, são sempre a curto prazo (4 anos) e a opinião pública acaba por avaliar esse tempo. Por isso, é que deve haver uma formação de base, primeiro da opinião pública, justificar as apostas de fundo (na educação, ciência e cultura) e que, passados 10 anos, gerem resultados. Valença e o Alto Minho tem tudo para crescer” concluiu. 62 www.valemais.pt

O MEIO MAIS ELOGIADO DO ALTO MINHO Numa altura em que os mass media vivem tempos difíceis, a VALE MAIS consegue afirmar-se, consolidar-se e distinguir-se. Prestigiou-se e prestigiou o jornalismo, marcou a diferença, tem agenda própria e, com ela, tornou-se um marco de referência que a distingue no panorama da Imprensa. ALGUNS PARCEIROS COMERCIAIS QUE CONFIAM NA VALE MAIS DELTA CAFÉS | OPTIMINHO | EPRAMI | IRMÃO PEREIRA | ENERGE | OPTIMINHO | MARCO BRINDE | IDEIA CONCRETA | CAIXA AGRÍCOLA | ILUZA | ABRIL PUBLICIDAD | CVRVV - COMISSÃO VINHOS VERDES | METSEP | INVERT | PRADOS DE MELGAÇO | RIO PARK | HOTEL BIENESTAR TERMAS DE MONÇÃO | AQUÁRIO | PROBE | EMPOLGANT IDEA | ECAM | HEITOR CAMPOS AMOEDO | LARA CENTRO DE INSPECÇÕES PNEU CERTO | VODAFONE | OVNITUR | SANATÓRIO CONCHEIRO | CIM ALTO MINHO | INTERMARCHÉ - DISTRIÂNCORA | QUINTA MALAPOSTA | PROVAM | DORF | ARCOBARCA | CÂMARAS MUNICIPAIS | www.valemais.pt 63

Reportagem #Melgaço Texto :: Manuel S. ESTENDAL DE POESIA NO CENTRO DE MELGAÇO Foram 173 poemas a compor o “Estendal de Poesia” que Melgaço inaugurou no Dia Mundial da Poesia, 21 de março, e esteve patente durante quatro dias no Largo Hermenegildo Solheiro, mesmo em frente ao edifício dos Paços do Concelho. Uma iniciativa que esteve aberta à participação da população local e na qual participaram jovens estudantes, utentes de seis IPSS’s, da Junta da sede do concelho, do centro de saúde e de uma associação recreativa. 64 www.valemais.pt

Uma instalação que juntou tradição e inovação, com “Temos também o All Music Fest, com espetáculos em 12 de abril os textos pendurados, identificados e plastificados, e em maio, aqui com o Jorge Nande que vem cantar uma música numa iniciativa em que o Município pretendeu trazer a de cada região do país, tendo até já editado um CD a esse propó- poesia para fora do espaço físico da Biblioteca Muni- sito. Há as escolas de dança, a Mel Sport, um rancho folclórico que cipal e poder ser apreciada por todos os melgacenses está a ser constituído e, por isso, decorre o levantamento da cultura e visitantes. Foi a 2ª vez que isto ocorreu, numa data em que se local e tem o apoio de um antropólogo. Tivemos recentemente um pretende celebrar a diversidade de diálogo, a livre circulação de jantar com chefs estrelas Michelim, em que juntamos os ex-libris da ideias através das palavras, da criatividade e da inovação. Ocasião lampreia e do alvarinho”, observa Maria José Pinho Codesso. “Não também para uma reflexão acerca do poder da linguagem e do temos um setor só da Cultura para um determinado público”, insis- desenvolvimento das habilidades criativas de cada pessoa. te, enfatizando a importância da política cultural no concelho. O Dia Mundial da Poesia foi estabelecido, em 1999, durante a 30ª Conferência Geral da UNESCO. Maria José Pinho Codesso, verea- “A Cultura entra em tudo. Desde os nosso museus ao rio, à natu- dora da Cultura em Melgaço, contou à VALE MAIS que foi através reza, ao sermos o Município mais radical de Portugal, ao Parque da Biblioteca Municipal que a proposta lhe chegou e à qual deu o Nacional Peneda-Gerês, ao temos o marco nº 1 de Portugal, em aval. No estendal, conhecido noutros municípios, foram todos cha- mados a colaborar, incluindo alunos de todos os níveis de ensino. Cevide… e a nossa natureza é realmente algo fora do vulgar”, refere, sem deixar de observar que tentam manter a atividade A mostra prolongou-se por um fim de semana, de modo a apro- durante todo o ano. “Obviamente que temos o Melgaço em Festa veitar o maior afluxo de pessoas à vila de Melgaço neste período. na primeira quinzena de agosto, que nos preenche esse mês. “O fim de semana traz muita gente a Melgaço, muito turismo e Fora isso, temos atividade cultural todo o ano. Quer na Casa da queremos, também, que os nossos visitantes tenham conhecimen- Cultura, quer com eventos, mesmo a nível gastronómico e vínico. to de que a área da Cultura também está viva no nosso município. Tentamos que, ao longo do ano, o público veja Melgaço como um Não só através dos museus e de outras iniciativas, mas também através da Biblioteca Municipal com esta iniciativa.” concelho cultural” – concluiu. TOCAR EM TODOS OS RAMOS A autarca fez questão de referir a política cultural da autarquia passa por “tentar tocar em todos ramos”. Desde a poesia aos contos infan- tis (“temos, aos sábados, na Casa da Cultura, narrativas de contos”) ao teatro, este quer através da companhia profissional do Vale do Minho, as Comédias do Minho, quer do grupo amador Os Simples, quer de um grupo informal de pessoas da 3ª Idade que se junta e faz teatro, nomeadamente, na Casa da Cultura, para as IPSS’s. Estas até baile de carnaval tiveram, com mascarados e lanche. www.valemais.pt 65

Opinião Texto :: Manuel Cunha_Pólen A NOITE MAIS LONGA… … esta manhã é igual ao princípio do mundo e aqui eu venho ver o que jamais se viu. O meu olhar tornou-se liso como um vidro. Sirvo para que as coisas se vejam... (Sophia de Mello Andresen) Éo predomínio do tempo sobre o espaço. Montes de pedras a varinha mágica da destruição, o mundo melhora sempre, sempre em forma de construções escaqueiradas “depósito mani- para pior. Mas os iluminados todos juntos lambuzam-se mutuamen- pulado da despojada urna fúnebre do Tempo” (Jean-Paul). te pela grande obra… E fazem inaugurações pomposas com honras Romântico é o sentimento das ruínas, do qual nasce a des- de estado. Arrasa-se um paraíso para o Palácio Inferno da Energia… proporção, a cesura entre passado e presente. Fotografar os vestí- O inventor do plástico também foi um profeta… Pobre do Lindoso, gios, (outra vanitas) de uma pequena aldeia reemersa e destinada sem culpa nenhuma no cartório, carrega na consciência o peso de a retornar submersa é como escrever uma versão domesticada do quem viu sofrer. E quando a chuva demora a vir, voltam as memó- mito da Atlântida… (José Barrias) rias a carpir as mágoas. E passear num lugar assim é andar de mãos E do céu, pela ausência prolongada das chuvas, surge um subli- dadas com Deus e com o diabo… E voltamos ao Museu quando a me e estranho Museu dos Acasos. Um espaço que emerge de chuva vem seca… Aceredo, nos dias felizes em que respira o ar que vinte em vinte anos (!!!) mostrando toda a sua nudez com que foi sempre lhe pertenceu, é um espaço de Artes completo! deixado ao mundo. É uma espécie de Guernica que Picasso já fizera o pré-esboço. A barragem do Alto-Lindoso não pode lavar aqui as mãos. Demasia- Goya também ali assina várias dimensões onde substitui o sangue do vidro, demasiada ferrugem para uma água tão pura. Ao primeiro vivo pela ferrugem das tangerinas rebeldes. Tápies será o artista olhar, o espanto!! Parece que as pessoas fugiram de casa. Quase com mais obras espalhadas ao acaso, Aquele senhor escultor Gia- tudo lá ficou. Demasiada tralharia caseira ainda à espera dos donos… cometti, tem inúmeras obras de uma beleza sublime. Tentei trazer Derrubaram-se centenas de árvores para não morrerem afogadas, uma peça, a mais baratita, mas quando a abracei ela desfez-se em coitadas… Ainda por lá aguardam a fogueira eterna, para fornecer poeira. Arte que se não pode tocar. El Greco também tem por lá algum calor enquanto se debulham as lágrimas da noite mais longa. alguns esboços térreos com sabor a Toledo. E da desgraça alheia se fez luz! O dilúvio não anunciado do Moisés, O que é mais engraçado, ficou a cisma no ar, é como num Museu as tábuas ainda estão lá, obrigou a população a resgatar o possível e tão surrealista, não exista nenhuma obra do Salvador Dali, do o impossível noite dentro, enquanto a chuva cumpria, tal ampulheta salvador daquilo… A fechar a visita guiada pelos deuses que do tempo, o contra-relógio do afogamento. desviam as chuvas, sobra a travessia da ponte que foge daquele E, para grande conforto dos senhores do progresso o caso ficou lugar, com os arcos ainda em demanda por outro rio qualquer… arquivado, esquecido. O progresso precisa de destruir para pro- Quando parei em Entrimo a tomar um cafezito perguntei a uma gredir… As guerras também foram um progresso muito grande. jovem amiga; - Marta? O que é aconteceu em Aceredo? – Oh, foi Inventaram a morte em grande escala… Quando o futuro ostenta um grande atentado ecológico!!! Pois, assim que a chuva venha, estas palavras sofrem o efeito 66 www.valemais.pt duma aguarela esbatida e tudo muda de cenário…

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Reportagem #Ponte de Lima Texto :: José C. Sousa A PONTE ESTÁ CLASSIFICADA COMO MONUMENTO NACIONAL PONTE SOBRE O LIMA A TRAVESSIA QUE DEU NOME À VILA A ponte sobre o rio Lima é Asua origem é romana, embora desse período o elemento estruturante da pouco mais reste que dois arcos, muito transfi- vila de Ponte de Lima e o que gurados, junto à margem direita. Nessa altura, lhe conferiu a sua própria instituiu-se como ponto fundamental numa denominação. Adquiriu sempre ampla rede viária que se alargava a todo o Noroeste uma grande importância em peninsular, cuja importância, na Idade Média, foi decisiva, todo o Alto Minho, atendendo ligando Braga a Compostela, passando por Tui e prolon- a ser a única passagem segura gando-se, no sentido oposto, até ao Porto. do Rio Lima, em toda a sua extensão, até aos finais da Ponte lançada sobre rio, formada por 2 troços distintos, Idade Média. um romano e outro medieval. O troço medieval, com tabu- leiro rampante muito suave, assenta sobre 15 arcos que- brados à vista (um deles ainda com soleira), com talha-ma- res de forma prismática a montante encimados por olhais também de arco quebrado. Parapeito com alvéolos marcados e, sensivelmente a meio, na guarda a montante, cruzeiro de coluna facetada, cruz la- tina de braços em flor-de-lis e escudo no capitel. Pavimen- to lajeado e com ralos de escoamento para as gárgulas, de canhão, que se dispõem irregularmente. A Norte subsiste base de uma das torres que a fortificava, de planta qua- drangular, e com base avançando para jusante. 68 www.valemais.pt

Tem erguida “alminha”, de planta rectangular, de frontis- Não se sabe ainda, ao certo, qual a cronologia exata da pício revestido a azulejos, ladeado por aletas e encimado obra. Vários autores relacionaram-na com a inscrição de por frontão curvo com cobertura de telha coroada por 1359, que alude ao início da construção da cerca, patroci- pináculos e cruz. À torre liga-se o troço romano, muito nada por D. Pedro. No entanto, não está provado que a simples, de tabuleiro rampante assente sobre 7 arcos a ponte fizesse parte dessa empreitada e o facto de a inscri- pleno centro e quebrado, dispostos irregularmente e de ção ter sido colocada na Torre Velha (a torre que defendia diferente vão. Um deles está encoberto a montante pelo a ponte) faz crer que, quer esta estrutura militar, quer a maciço onde assenta a igreja de Santo António e um outro, própria ponte, sejam anteriores. a jusante, está entaipado. Parapeito marcado por alvéolos. A nova estrutura representou um salto qualitativo na ativi- O que se conserva da obra romana revela uma estrutura dade pontística do país e a sua monumentalidade não tem de grande qualidade, assente sobre arcos de volta perfeita paralelo no Portugal medieval até então. compostos por silhares de talhe regular (alguns almofada- dos), e pavimento horizontal de seis metros de largura pro- Os estudos mais recentes têm sido unânimes em conside- tegido por guardas. Uma parte significativa desta parcela rar este um modelo de importação, já ensaiado em outras encontra-se soterrada na margem direita, sendo esta uma zonas da Península Ibérica e, muito particularmente, ao zona onde melhor se podem compreender as sucessivas longo do Caminho de Santiago. Com efeito, são notórias se- reconstruções realizadas ao longo dos séculos, que lhe melhanças com as pontes de Puente la Reina e de Zamora, conferem uma feição muito pouco homogénea. significando a adopção de um modelo de sucesso que viria a triunfar, também, no nosso país, a ponto de ser posterior- Diferente é a parcela atualmente sobre o leito do Lima, mente aplicado às pontes de Ponte da Barca e de Vilar de caracterizada por uma racional homogeneidade e uma su- Mouros. cessão sistemática de elementos construtivos. Na segunda metade do século XIV, realizou-se uma obra praticamente A edificação da ponte aconteceu num momento em que de raiz. A causa imediata desta opção parece estar nas Ponte de Lima se cercava de muralhas. Elas foram levanta- transformações ocorridas no leito do Lima, em conse- das a partir de 1359 e estariam concluídas por 1370. Neste quência dos arroteamentos: “frente a Ponte de Lima, o rio contexto, ela foi um elemento mais do sistema defensivo, desviara-se um pouco para sul e a velha ponte romana, cer- nela se construindo duas torres, localizadas nos extremos tamente destruída em grande parte, deixara de transpor o do circuito. rio” (ALMEIDA, 1987, p.100). No reinado de D. Manuel, a importância militar da ponte mantinha-se e o monarca ordenou a colocação de ameias ao longo das guardas, facto que reforçou a sua feição fortificada. www.valemais.pt 69

Imobiliário Texto :: Venâncio Fernandes DIREITO REAL DE HABITAÇÃO DURADOURA Está em discussão pública ate 18 de Com todo o respeito pelo autores, e com a ressalva de eventuais me- Abril de 2019, um diploma aprovado lhorias que venham a ser introduzidas, não me parece pelo menos à pelo atual governo, denominado primeira vista, que tal diploma possa ser solução para o que se propõe, Direito Real de Habitação Duradoura, sendo que o leque de eventuais interessados neste negócio será de que se propõe ser uma alternativa um nicho muito reduzido, relevando de pouco ou nulo interesse para a grande ao arrendamento ou aquisição de maioria daqueles que procuram uma solução para as dificuldades em conseguir habitação própria, e dar às famílias usufruir de um direito constitucionalmente previsto, o direito a habitação, seja ela uma estabilidade habitacional. própria seja através do arrendamento. 229 3 3 405 D 135.000.00€ 83 2 2 N/D 145.000.00€ 115 2 1 2000 E 108.500.00€ AV 0046 :: Lavradas :: Ponte da Barca AV 4220 :: S. Paio/Giela :: Arcos de Valdevez AV 4238 :: Cossourado :: Paredes de Coura Moradia rústica recuperada Apartamentos T2 novos Moradia próxima do Caminho de Santiago 70 1 1 200 N/D 20.000.00€ 212 2170 N/D 47.500.00€ 9620 N/D 39.500.00€ AV 4287 :: Rio Frio :: Arcos de Valdevez AV 4352 :: Labruja :: Ponte de Lima AV 4357 :: Refoios :: Ponte de Lima Moradia em pedra para recuperar Quintinha para restauro Terreno agrícola/florestal junto ao Rio Lima 152 3 2 7393 E 160.000.00€ 124 3 3 296 C 250.000.00€ 178 1075 N/D sob consulta€ AV 4359 :: Grade :: Arcos de Valdevez AV 4360 :: Salvador :: Arcos de Valdevez AV 4365 :: Paçô :: Arcos de Valdevez Quintinha com excelentes vistas Moradia no centro da vila Moradia em pedra p/ restaurar. Bem localizada 70 www.valemais.pt

Sendo certo que existe no presente um conflito entre inquilinos e se- encargos de impostos e pagamento de despesas de manutenção ordi- nhorios relativamente à denúncia de contratos de curto prazo, motivada nárias, poderá tornar-se uma péssima opção. pelo aquecimento dos preços face à falta de produto, não será esta nova solução que contribuirá para a sua resolução. Esperava-se que qualquer coisa que fosse apresentada como inovadora, tivesse previamente o contributo de pelo menos as associações que Para quem aplicou as suas economias no imobiliário nomeadamente no representam os intervenientes interessados nestes assuntos. arrendamento, é legítimo que pretenda disponibilidade do seu produto, para que o possa colocar no mercado a melhor preço em função das Não me parece que tenha sido isso que aconteceu, até porque numa pri- regras vigentes, como qualquer outra atividade económica. meira reação parece não existir muita simpatia pelo diploma, quer pela associação dos proprietários, quer pela associação de inquilinos. Esta situação é consequência da elevada carga fiscal que recai sobre os rendimentos prediais, e cujos responsáveis são os governos que o Estaremos perante mais uma decisão de gabinete que pouco ou nada decidiram e aplicam. terá a ver com a realidade no terreno. Assumir nos dias de hoje ao abrigo deste diploma um compromisso sobre um imóvel, em que a caução a prestar atinja valores superiores aos 10% que a Banca atualmente exige como capitais próprios para concessão de financiamento de aquisição de habitação própria, com 224 4 3 700 EX 220.000.00€ 220 4 2 2700 EX 205.000.00€ 225 5 3 413 C 199.000.00€ R1859 :: Âncora :: Caminha R2166 :: Reboreda e Nogueira :: V.N. Cerveira R3080 :: Valença :: Valença Moradia c/ boa construção, moderna e c/ excelente localização Propriedade localizada em zona residencial sossegada Propriedade bem localizada a 1 minuto do centro 180 3 1 218 EX 110.000.00€ 100 24 14 270 F 75.000.00€ 416 6 4 722 IS 106.000.00€ R3082 :: Fontoura :: Valença R3126 :: C. Laboreiro e L. Mouro :: Melgaço R3142 :: S.Pedro da Torre :: Valença Propriedade com mina de água a 5 minutos de Valença Refúgio ideal para férias e fins de semana. Vistas únicas Constituída por 2 casas antigas p/ restauro 187 3 3 600 A 198.000.00€ 92 2 2 F 64.750.00€ 173 2 1 982 C 92.500.00€ R3149 :: Mazedo e Cortes :: Monção R3227 :: Valença :: Valença R3231 :: Mazedo e Cortes :: Monção Moradia nova vendida totalmente acabada com jardim Apartamento c/ ótima localização e áeras amplas. Moradia com excelente localização a 3 minutos do centro vedado, piscina e anexo A maior força imobiliária da região 251 654 924 GARANTIMOS SOLIDEZ E CONFIANÇA www.calvolima.com [email protected] www.valemais.pt 71

Reportagem #Ponte da Barca BARQUENSE É FIGURA MARCANTE Texto :: Manuel S. DA LITERATURA PORTUGUESA IV CENTENÁRIO DA MORTE DE FREI AGOSTINHO DA CRUZ INAUGURADA PRACETA EM SUA HOMENAGEM Nas comemorações do IV Centenário da morte de Frei Agostinho da Cruz (1540 - 1619) , barquense e um dos “maiores poetas de língua portuguesa”, decorreram, a 14 março, no Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, várias iniciativas apoiadas pelo Município e que serviram de homenagem a esta figura marcante na literatura no nosso país e também na espiritualidade. Além da visualização de um filme dedicado a Frei Agostinho, e uma palestra proferida pelo professor Luís Arezes sobre sobre a vida e obra do poeta, seguiu-se a inauguração da exposição: “Frei Agostinho da Cruz: Vida e Obra do venerável Poeta”, e a inauguração da exposição de Arte Urbana no espaço escolar: “Poesia no Banco”, com inscrições da poesia de Frei Agosti- nhos nos bancos espalhados pelo recinto escolar. “Além da obra, o exemplo de vida de Frei Agostinho não deixa ninguém indiferente. Acabou por ser um vulto até à frente do seu tempo em muitos aspetos, deixando-nos uma obra e um legado notável”, salientou o presidente da Câmara, Augusto Marinho, que esteve presente na cerimónia acompanhado dos restantes membros do executivo municipal. As cerimónia culminou com a inauguração da Toponímia da Pra- ceta Frei Agostinho da Cruz. 72 www.valemais.pt

AUGUSTO PIMENTA, PRIMEIRO NOME O afastamento do mundo, a solidão, a vida contemplativa e as saudades do céu são temas Nascido em Ponte da Barca e glosados na sua poesia, a qual se situa no âmbito falecido em Setúbal, junto à da corrente maneirista. Escreveu elegias, éclo- igreja da Anunciada, Agostinho gas, odes, endechas e sonetos. As suas obras Pimenta – o seu primeiro nome permaneceram praticamente inéditas até ao sé- – foi noviço no convento de Santa Cruz, culo XVIII. Em 1728 foi publicado o Espelho dos na serra de Sintra, passando a habitar Penitentes, saindo em 1771 a colectânea Obras. a partir de 1605 numa cela na serra da Ar- Mendes dos Remédios organizou uma reedição rábida, como eremita. das mesmas em 1918, acrescentando composi- ções inéditas encontradas em códices manuscri- Era irmão mais novo do poeta Diogo Ber- tos das bibliotecas de Coimbra, Porto e Évora nardes, outro ilustre barquense. Ingres- sou na ordem dos Capuchinhos aos 20 anos, vivendo no convento da Arrábida como frade ingresso durante mais de 40 anos. Passou pelo Convento de São José de Ribamar, em Algés. Em 1605 obteve permissão para viver como eremita na serra da Arrábida, numa cela mandada construir pelo Duque de Aveiro. www.valemais.pt 73

Fotorreportagem #Vítor Ferreira Centro Cultural de Viana do Castelo ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE ECONOMIA E GESTÃO Este Encontro Nacional, que foi organizado pelos estudantes de Economia ou Gestão já percorreu várias universidades do país e nesta 9.ª edição, foi realizada pela primeira vez por um instituto politécnico (IPVC). Decorreu durante quatro dias, entre 28 de fevereiro e 3 de março, no Centro Cultural de Viana e apresentou vários workshops e painéis onde foram debatidos temas da atualidade relacionados com ambos os cursos. Este evento que contou com a presença de diretores e fundadores de conceituadas empresas nacionais e internacionais, e outros oradores de renome, teve como objetivo que os estudantes desenvolvessem relações e competências, proporcionando-lhes, assim, um maior horizonte para o seu futuro. Mais de mil estudantes de todo o país encontraram-se em Viana do Castelo. Fique com algumas fotos do evento que contou, também, com a realização do programa Governo Sombra, em direto. 74 www.valemais.pt

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Reportagem #Viana do Castelo VIANA DO CASTELO MUNICÍPIO PREPARA-SE PARA ADQUIRIR PAVILHÃO DA AIMINHO O pavilhão da Associação Industrial do Minho A proposta é justificada com a necessidade de “salvaguardar a (AIMinho), em Viana do Castelo, deverá ser condição que teve por base a alienação do imóvel em 1994, bem adquirido pelo Município local. Nesse sentido, como dotar o município de uma infraestrutura de apoio à dinami- na última semana de março, este aprovou, por zação do tecido empresarial e comercial da região”. unanimidade, a sua aquisição.Na proposta de aquisição, apresentada à vereação, o presidente LIQUIDAÇÃO DA AIMINHO da Câmara explicou que “a construção do pavilhão tinha como objetivo primordial dotar O pavilhão foi colocado à venda após ser decretada a liquidação e Viana do Castelo de uma infraestrutura de apoio encerramento da AIMINHO. Esta ocorreu em setembro de 2018, pelo para a dinamização da atividade empresarial”. Tribunal da Famalicão, depois de a assembleia de credores ter rejeita- do um plano para recuperar a instituição da insolvência, devido ao voto “O imóvel possui uma área de terreno total de 8 600 metros contra do Novo Banco, que tem um crédito de 5 milhões de euros. quadrados, uma área do pavilhão de 3100 metros quadrados, uma área de receção/entrada 380 metros e uma área de serviços/ Além desta instituição bancária, entre os principais credores estão tam- gabinetes de 750 metros quadrados, encontrando-se atualmente bém a Caixa Geral de Depósitos, (com um crédito de seis milhões de apenas a servir de apoio a uma escola profissional”, adianta a euros), a Confederação Empresarial de Portugal, Instituto do Emprego proposta aprovada. e Formação Profissional (IEFP), com um crédito de 10.493,36 euros). Segundo a maioria PS, “a estratégia de dinamização do tecido Em setembro de 2018, o Ministério Público (MP) acusou 126 arguidos, empresarial que vem sendo implementada, em Viana do Castelo (79 pessoas singulares e 47 empresas), no âmbito de um processo-cri- nos últimos anos, com resultados muito positivos, como se pode me sobre ganhos ilícitos de quase 10 milhões de euros com projetos verificar pelo número e dimensão das novas empresas instaladas relacionados com a AIMinho e cofinanciados pela União Europeia. no concelho, identifica a necessidade de uma infraestrutura de apoio ao tecido empresarial”. Os arguidos respondem por alegada associação criminosa, fraude na obtenção de subsídios, burla qualificada, branqueamento, “Torna-se imperioso assegurar que a infraestrutura existente man- falsificação e fraude fiscal qualificada, circunstâncias que terão tenha o seu propósito inicial de apoio à dinamização da atividade ocorrido entre 2008 e 2013. empresarial, condição essencial para que o executivo municipal, em 1994, alienasse o lote de terreno à AIMinho para a construção Já em fevereiro deste ano, o juiz de instrução criminal Carlos do edifício”, adianta. Alexandre declarou nula a notificação da acusação (que tem 3 097 páginas) a dois arguidos espanhóis por esta não ter sido traduzida, A autarquia decidiu que a aquisição seja pelo valor suportado na totalidade, para a sua língua materna. numa avaliação a realizar por um perito oficial externo. Segundo informação da Lusa, a acusação terá de ser, pois, traduzi- 76 www.valemais.pt da para espanhol e enviada àqueles. Depois começará a contar o caso para os requerimentos de abertura de instrução.

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Reportagem #Monção Texto :: Manuel S. MAIS DE 130 ESTUDANTES MONÇANENSES A FAZER TEATRO Serão 133 alunos monçanenses a fazer Conforme nos informou o responsável municipal da teatro. Será no primeiro fim de semana Cultura, João Oliveira, a iniciativa, já na 3ª edição, de abril, dias 6 e 7, à tarde, a partir das é um projeto promovido pelo Serviço Educativo 15h30, no Cine-Teatro João Verde. A do Município de Monção e que este ano letivo preparação iniciou-se em outubro e (2018/2019) é desenvolvido pela PAC – Plataforma envolve todas as turmas do 1º ciclo do de Arte e Cultura do Municipio de Monção, para, concelho, ou seja, das escolas José em co-criação com os alunos e professores, darem Pinheiro Gonçalves (vila), Mazedo, corpo e forma a este projeto de formação e criação Pias e Tangil, bem como do Colégio de teatro e artes performativas. do Minho. A preparação iniciou- se em outubro e termina com esta apresentação final. 78 www.valemais.pt

PROGRAMA No primeiro dia, apresentar-se-ão os alunos das turmas V3A e V3C da Escola Básica José Pinhei- ro Gonçalves, T3A da Escola Básica do vale do Mouro, Tangil e P3A da Escola Básica de Pias. Já no dia seguinte, será a vez das turmas V3B da Escola Básica José Pinheiro Gonçalves, 3º ano do Colégio do Minho e M3A da Escola Básica de Estrada, Mazedo. Patrícia Oliveira, Paulo Lobato e Ilídio Castro, da PAC, são os responsáveis por esta ação de formação. A linha metodológica passou por exercícios de voz, físicos e teóricos, etc. que de- correram uma vez por semana, em cada escola, de outubro a março. Neste mês, a última semana foi dedicada a ensaios intensivos. Os bilhetes para assistir ao espetáculo já estão disponíveis e são gratuitos, mas é necessário le- vantá-los no Cine Teatro João Verde ou na Casa do Curro. CONTRIBUIR PARA A FELICIDADE Os objetivos passam pela procura e incentivo da criação de um conjunto de estratégias e ativida- des, onde os participantes desenvolvam rituais, exercícios, tarefas, técnicas e ferramentas que se revelem eficazes para adaptar o corpo e voz a diferentes espaços. Também imaginar formas ao mesmo, orientar-se no espaço e partir de refe- rências visuais e auditivas, bem como aprender a utilizar a voz. Os seus responsáveis assinalam a importância do projeto para fomentar a relação entre todos os intervenientes, despertar a motivação, o inte- resse e a curiosidade pelas artes do espetáculo, contribuir para o aumento da cultura visual, assim como a criação de públicos para os assun- tos culturais são objetivos deste projeto criativo. Ou seja, criar nos jovens a apetência pela arte de Talma. São apontados os seguintes desideratos peda- gógicos: Despertar e sensibilizar para o campo do teatro, desenvolver e aprofundar o domínio da expressão dramática, reconhecimento do seu próprio corpo e do outro, partilha de conheci- mento técnico, assimilação de novos conceitos, ampliação da cultura teatral nacional e interna- cional, desenvolver a autonomia, a motricidade e a autoestima, introduzir os valores de coopera- ção e contribuir para a felicidade. www.valemais.pt 79

Ambiente Texto :: Brito Ribeiro TRANSPORTES FERROVIÁRIOS E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Foram os comboios e o caminho-de-ferro que Pior que parar no tempo, foi a destruição reiterada do património público que aproximaram populações, regiões e países, levaram a CP ao actual estado de falência operacional, com os problemas que até aí estavam completamente isolados, comerciais, falhas de serviço, supressão de comboios e redução de horários. demorando semanas ou mesmo meses para fazerem uma simples comunicação entre si. O Alto Minho pode congratular-se com as mais recentes intenções de inves- timento ferroviário, apesar de atrasadas algumas décadas, como a electrifica- Portugal foi pioneiro na expansão da rede ferroviária, desde o ção da Linha do Minho ou a construção do terminal de mercadorias em Vila longínquo ano de 1856 com a inauguração do troço entre Lisboa Nova de Famalicão para servir os portos de Leixões e Sines, conferindo maior e o Carregado, para iniciar a travessia do Rio Douro em 1877 e o capacidade de movimentação de contentores no norte do país. comboio passar na fronteira de Valença -Tui em 1886. Se a electrificação pode significar a disponibilidade de serviços como o Alfa Porém, foi no Portugal do pós 25 de Abril que se assistiu a um continua- Pendular e Intercidades, bem como a ligação à rede ferroviária espanhola de do desinvestimento nas infra-estruturas ferroviárias, de que resultou o alta velocidade, a ausência de ligação ferroviária ao porto de Viana do Castelo encerramento de centenas de quilómetros de troços, ramais e de outras persiste e nem o recente anúncio de ligação rodoviária à auto-estrada A-28, tantas estações, bem como a um envelhecimento progressivo do equi- consegue disfarçar o problema e a secundariedade em relação a Leixões. pamento circulante que seguramente nos colocam na cauda da Europa. Igualmente, os principais polos industriais do Alto Minho continuam lon- Apenas na última década do século XX foi realizado algum investimento ge de ter uma solução integrada em matéria de acessibilidades, estando ferroviário com a construção da Ponte de S. João (Porto – V. N. de Gaia) para já excluídos de qualquer investimento anunciado recentemente. e a ligação à margem sul do Tejo com a utilização da Ponte 25 de Abril. A Estratégia de Desenvolvimento Sustentável (EDS) da União Europeia pu- Ao investimento maciço em auto-estradas, muitas de necessidade duvi- blicada em 2001, definem quatro áreas de actuação consideradas prioritárias dosa, respondeu-se com mais encerramentos ferroviários, privilegiando para o território comunitário: as alterações climáticas, os recursos naturais, a o transporte rodoviário de passageiros e mercadorias. saúde pública e os transportes sustentáveis. Se o tradicional isolamento do interior se esbateu com as novas acessi- Uma rede ferroviária electrificada, alimentada por energia maioritariamente bilidades rodoviárias, os custos económicos e ambientais foram imensos, de fonte renovável, obriga-nos a uma reflexão sobre o papel do sector fer- continuando os portugueses a pagá-los em Euros e CO2. roviário numa perspectiva integradora com os demais meios de transporte, nomeadamente, no seu contributo para a redução dos efeitos negativos do Para se ter uma ideia da produção de CO2 no sector dos transportes, apurou- sector dos transportes no ambiente. -se que em 2007 na União Europeia, o transporte rodoviário era responsável por 72%, a aviação 12%, navios 15% e comboios 2% do total de emissões. O futuro do caminho-de-ferro carece de vontade política dos Estados- -Membros, bem como clareza e objectividade das Instituições Europeias, porque só assim será possível atingir-se o patamar de um transporte sustentável, eficaz e eficiente, promovendo o crescimento económico, o bem-estar social e garantir, simultaneamente, a protecção do ambiente. 80 www.valemais.pt

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Lendas do Alto Minho PROPRIETÁRIA / EDITORA Calvolima, Lda INÊS NEGRA NPC 506 676 668 Esta história teve lugar em 1388, no início do reinado de D. João I, Capital Social em que se travou uma guerra contra Castela pela independência 50.000.00€ de Portugal. Sede Avenida das Portas do Sol, n.º1047 Esta contenda, em que sobressaíram os feitos do Condestável Nuno 4950-500 Monção Álvares Pereira e de muitos nobres portugueses, dividiu a aristocracia e DIREÇÃO o povo português, tomando muitas terras o partido de Castela. DIRETOR José C. Sousa Foi durante esta guerra civil que a Inês Negra, uma mulher do povo DIRETOR ADJUNTO fiel à causa portuguesa, abandonou Melgaço quando esta cidade se Manuel S. pôs ao lado do rei de Castela. Quando D. João I decidiu reconquistar REDAÇÃO Melgaço, Inês Negra juntou-se ao seu exército, mas as duas facções José C. Sousa nunca chegaram a defrontar-se. Manuel S. DESIGN GRÁFICO A batalha travou-se entre Inês Negra e uma sua inimiga de longa data, José C. Sousa a “Arrenegada”, que tinha optado por apoiar os castelhanos. A lenda COLABORADORES diz que a “Arrenegada” desafiou Inês Negra do alto das muralhas, Adelino da Silva (opinião) propondo que a contenda fosse resolvida entre ambas com o acordo ANPC (proteção civil) do exército castelhano. D. João I assistiu espantado à resposta de Inês Ao Norte (cinema) Negra que dizia aceitar o desafio. Brito Ribeiro (ambiente) Emília Cerqueira (opinião) Ambos os exércitos concordaram com este duelo e a Inês Negra, Fátima Silva (opinião) de espada na mão, defrontou a sua inimiga apoiada pelos gritos de José Emílio Moreira (opinião) incitamento dos homens de D. João I. O silêncio instalou-se quando José M. Carpinteira (opinião) a “Arrenegada” fez saltar com um golpe a espada das mãos de Inês, Laura Couto (sexo&amor) mas esta tirou uma forquilha da mão de um camponês e fez-se à luta, Lígia Rio (saúde) procurando atingir a “Arrenegada” nas pernas. Luís Ceia (opinião) Nelson Azevedo (turismo) Sentindo-se em desvantagem, esta atirou fora a espada e pegou num Venâncio Fernandes (imobiliário) varapau que quebrou com fúria nas costas de Inês. Louca de fúria e de Manuel Pinto Neves (opinião) dor, Inês Negra largou a forquilha e atirou-se com unhas e dentes à sua Manuel Cunha (opinião) oponente, rolando ambas no chão empoeirado. Paulo Gomes (desporto) Ana Rita Lebreiro (nutrição) Um grito de dor gelou a assistência, que não conseguia perceber qual VS Advogados (consultório jurídico) das duas vencera. Foi então que a “Arrenegada” se levantou e fugiu DEPARTAMENTO COMERCIAL para o castelo, tapando as nódoas e o sangue do rosto com as mãos. Noemí Calvo Marta Tomé Os castelhanos abandonaram Melgaço no dia seguinte e D. João I quis Contactos recompensar a heroína, mas esta respondeu que estava plenamente [email protected] recompensada pela sova que tinha dado à sua inimiga. T. +351 925 987 617 IMPRESSÃO fonte: CIM Alto Minho Lidergraf Sustainable Printing DISTRIBUIÇÃO 82 www.valemais.pt Vale mais PERIODICIDADE Bimestral TIRAGEM 5.000 exemplares DEPÓSITO LEGAL 338438/12 REGISTO na ERC 126166 CONTACTOS T. +351 251 654 927 M. +351 925 987 617 EMAIL [email protected] SITE www.valemais.pt REDES SOCIAIS Pode consultar o Estatuto Editorial em www.valemais.pt O Acordo Ortográfico utilizado pelos colaboradores é da sua exclusiva responsabilidade. Os textos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, não obedecendo, necessariamente, à linha editorial desta publicação. Toda e qualquer informação publicitária apresentada pode conter, eventualmente, erros alheios ao Vale mais, pelo que requer, indubitavelmente, confirmação posterior.

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