Important Announcement
PubHTML5 Scheduled Server Maintenance on (GMT) Sunday, June 26th, 2:00 am - 8:00 am.
PubHTML5 site will be inoperative during the times indicated!

Home Explore Vale Mais Dezembro & Janeiro'17'18

Vale Mais Dezembro & Janeiro'17'18

Published by info, 2017-12-05 11:35:04

Description: Vale Mais n.º58

Search

Read the Text Version

BOM CINEMA COM RECURSOS LIMITADOS PARA AVÓS E NETOSJá relativamente aos meios existentes, o coordenador João Araújo explica. “Nunca são Registe-se, ainda, as atividades para os de idade mais avançada.suficientes, até porque tecnicamente evoluem. Depois, há sempre aquele problemade gravar o som e conseguir que isso seja compatível com a imagem. Os meios são “Já fizemos tipo um convívio ao trazer aí os avós e os netos. Masrudimentares. Agora, também se a gente souber o que executar nos planos… os meios os netos, às vezes, não estão disponíveis. É uma iniciativa quevão-se ajustando. desenvolvemos com bastante gosto, isso ocupa-nos quinzenalmente todas as quartas à tarde no auditório da escola. Preferentemente, éO ideal é ter uma câmara com reflex e um sistema de gravação sonora e acústica perfeito. cinema mudo e coisas que divirtam porque são pessoas de idade,Não temos. São adequados para aquilo que fazemos na escala que as coisas atualmente a audição às vezes falha… verificamos… a colaboração é feita comtêm. Nesse aspeto, o filme Casas da Areia é um bom exemplo de como, com recursos dois centros de dia e num lar com pessoas internas. Às vezes, comlimitados, se pode fazer bom cinema.” pessoas de mobilidade muito reduzida, com problemas próprias de quem tem 80/90 anos. Em média, as sessões são frequentadas porAcerca dos apoios que o Plano Nacional de Cinema contempla, o coordenador é perentório: cerca de 40 pessoas.”“O principal é o voluntarismo das pessoas e fazer coisas que dignifiquem o agrupamento João Araújo dá conta, ainda, da exibição, em primeira mão noe a satisfação em termos de o levar, tanto para a comunidade educativa, como, nosso país, de uma curta-metragem de animação, premiadainternamente, aos alunos e aos professores. São contributos de natureza cultural, neste internacionalmente, de Regina Pessoa, direcionada para alunos decaso, na vertente do cinema, não apenas pela boa imagem, mas que transportem a artes visuais; e da iniciativa que decorre à hora do almoço das 5ªsideia do potencial que a escola tem em termos de intervenção cultural na comunidade”. feiras (‘cinema para rir’). Ademais, preferencialmente, estas ‘curtas’ de animação tratam problemas específicos.Noutra vertente, foram renovados os vídeos existentes em acervo na Biblioteca.“Havia um ou outro filme porque existiam algumas disciplinas com recursos Sofia Bento aproveita, ainda, para referir o interesse que lhe foibaseados no audiovisual, mas, nos últimos dois anos, ficou muito mais completo.“ despertado para conteúdos sobre a história do cinema e técnicas do filme. Já o Luís dá-nos conta de que já têm uma curta metragem“Alguns dos projetos que apresentamos estão integrados em situações curriculares. em perspetiva, mais cimentada. “No 1º ano, basicamente, foi saberPor exemplo, ao longo do ano, projetamos algumas iniciativas, havia projetos mais brevemente como fazer uma curta. Este ano é consolidar osespecíficos, nas chamadas efemérides. Por exemplo, o dia da evocação das vitimas conhecimentos que foram apreendidos no ano passado. E melhorar.do holocausto, feito com o grupo de história e filosofia. Quando tínhamos cá alunos A temática anda a ser pensada” – refere.da comunidade chinesa também fazíamos o ano novo chinês e, por vezes, havia umfilme para a comunidade chinesa” – exemplifica. João Araújo fala-nos, também, da sua paixão pelo cinema, da sua ligação à 1ª formação do cineclube caminhense, da frequência doDá-nos conta, também, da promoção de Semana da Europa e a exibição de filmes, cineclube do Porto (“quando a gente tem namoradas que gostam deno Teatro Valladares, assinalando o Dia Mundial do Cinema. “Este ano, estamos ir ao cinema, é um bom sítio para o ver e namorar”), das conversasa avançar com outra coisa que, provavelmente, nos vai ocupar tempo, idade, cinéfilas e da admiração por realizadores como Bergman, Bertolluci,trabalho, que é o levar turmas do 7º, 8º e 9º ano aos dois espaços municipais de Ettore Scola, Fassbinder e o Lars Von Trier. cinema em V. P. Âncora e Caminha.” BOAS COISAS FORA DO ‘PACOTE COMERCIAL’O calendário de atividades desta oficina “é extra-aulas”, à 4ª e 6ª feira, entre as14h30 e as 16h. Além de João Araújo, a equipa responsável pelo ateliê de cinema “Atualmente há um fenómeno novo que está a acontecer. Os países– nomeadamente, Paulo Torres Bento, Gisela Oliveira, Fernando Borlido e Helena que não estão dentro deste pacote comercial do cinema, estão aGama que, inclusive, frequentaram uma formação no âmbito do Plano de Cinema produzir muito boas coisas”, acrescenta, lembrando, também, o- integra pessoas ligadas a outras atividades. Que vão desde divulgação do cinema cinema português de qualidade e nomes como o de Manoel Oliveira,na escola, as ligações à comunidade e a outros segmentos e vertentes curriculares. Paulo Rocha, António Macedo, António Pedro Vasconcelos, João Mário Grilo, Joaquim Sapinho e João Salaviza. Afiança não saber se é “só o Paulo Branco que ‘manda’ no cinema em Portugal”. Aponta, ainda, os problemas relacionadas com a distribuição comercial de filmes e com quem está nas salas a promovê-los. Na oportunidade, Luís Pereira aproveita para comentar o preconceito que ainda existe relativamente ao cinema português. “Acho que essa opinião é de quem não se cultiva nesta área e só tenho a dizer para as pessoas verem e cultivarem-se com filmes portugueses. Vão descobrir em como o cinema nacional é bom”. E a Sofia acrescenta: “As pessoas que não estão dentro deste mundo preferem ver os filmes americanos do momento. Aqui temos um conhecimento mais aprofundado e, pelos professores, ficamos a conhecer esses filmes portugueses. Mas a maioria das pessoas não está tão dentro disso, por isso não têm conhecimento como é mesmo um filme português. Os colegas que não frequentam o ateliê também não têm esse interesse”. valemais.pt 51

Reportagem #Ponte de LimaManeul S. Direitos Reservados SARA SOARESdeLiinmvieasntaigdaiçsãtionteadeomutdoersaemnehnotoÉ de Ponte de Lima, chama-se Sara Isabel Marques Mota “No entanto, não se percebe ainda se a exposição à adversidade Soares,estudanaFaculdadedeMedicinadaUniversidade tem um efeito cumulativo ao longo da vida ou se, por outro lado, os do Porto (FMUP), investiga no Instituto de Saúde Pública seus efeitos são incorporados biologicamente logo no período dada mesma instituição (ISPUP), tem 30 anos de idade e acaba infância. E este é precisamente o objetivo da minha investigação”de ser galardoada com o Prémio Santander Universidades – observou.Idea Puzzle®. Este tem caráter anual, premeia em Portugal e noestrangeiro e destina-se ao melhor desenho de investigação e ADVERSIDADE SOCIAL NA SAÚDE INFANTILdoutoramento. Para explorar as consequências da adversidade social na saúdeO desenho de investigação premiado, na edição deste ano, em Portugal, infantil, o projeto, que contou com a orientação de Sílvia Fraga,visa compreender o modo como determinadas situações de adversidade na vai utilizar informação dos participantes da Geração XXI.infância condicionam a saúde durante os primeiros anos de vida. Esta possibilitou o acompanhamento de mais de oito mil\"Atualmente, sabe-se que a exposição a situações de adversidade, como, por crianças e respetivas famílias, desde 2005, fazendo usoexemplo, a pobreza, violência (maus tratos e bullying), ou crescer em contextos dos dados recolhidos durante os momentos da gravidez, dode disfunção familiar, estão associados a piores resultados em saúde. Esta nascimento das crianças e das avaliações que ocorreram aosadversidade pode afetar o crescimento e desenvolvimento das crianças, quatro, sete e 10 anos de idade.bem como determinados parâmetros biológicos, como os marcadores deinflamação, e metabólicos que estão associados a maior probabilidade de O trabalho criado permitiu à investigadora obter umadoença na idade adulta”, explicou a investigadora. visão holística do seu projeto de investigação e “também considerar inúmeras questões filosóficas e conceptuais que,52 valemais.pt nesta fase inicial de implementação do projeto, não tinham sido ainda alvo de reflexão”.

DESIGUALDADES SOCIAIS NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVELSara Soares é licenciada em Ciências Biomédicas pela Universidade doAlgarve. Em 2013, terminou o mestrado em Biomedicina Farmacêuticana Universidade de Aveiro. Mais recentemente, ingressou naUniversidade do Porto para o doutoramento em Saúde Pública.Iniciou a carreira científica ao participar como bolseira num projeto doCentro de Biologia Celular neste mesma instituição. Nela pretendiaidentificar as atitudes e conhecimentos dos profissionais de saúde,com respeito à prescrição e dispensa de antibióticos e resistênciamicrobiana, através de uma intervenção educativa no sentido demelhorar a utilização daqueles.Em 2014, iniciou o seu trabalho no Instituto de Saúde Pública daUniversidade do Porto (ISPUP). Conforme nos foi referido, integra umprojeto que avalia a influência das condições higrotérmicas na qualidadede vida em habitação social, uma colaboração com a Faculdade deEngenharia da Universidade do Porto, e participou no projeto europeuLifepath - Lifecourse biological pathways underlying social differencesin healthy ageing, que pretende explorar as vias biológicas subjacentesàs desigualdades sociais no envelhecimento saudável.Do trabalho desenvolvido nos projetos de investigação em que esteveenvolvida, bem como da tese de mestrado, resultaram publicações em(co) autoria em revistas especializadas e comunicações em congressos.Atualmente, é aluna do programa doutoral em Saúde Pública combolsa de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.Os principais interesses da investigação relacionam-se com asconsequências da adversidade social no início da vida. valemais.pt 53

Reportagem #Arcos de ValdevezJosé C. Sousa Direitos Reservados ‘Local Dark Sky’no Parque Nacional da Peneda Gêres Preparado para ver estrelas?Decorrem a bom ritmo os esforços de concretização da Fisicamente, o LDS é constituído por uma zona “core” que candidatura “Local Dark Sky no Território do Parque corresponde a um local a determinar no PNPG reconhecido pelas Nacional da Peneda-Gerês”, aprovada no âmbito do qualidades excepcionais do céu noturno. Nela se desenvolvem programa Norte 2020, promovida pela ARDAL. atividades de observação de estrelas e por uma zona de receção aos participantes onde existe um espaço de interpretação do Após a adjudicação do projeto à empresa Borealis On Trekking (www.borealis.pt), LDS e um observatório de estrelas equipado. Nestas também que tem vindo a desenvolver, nos últimos anos, vários eventos de observação de se desenvolvem atividades de observação de estrelas e ficam estrelas, em parceria com a ARDAL, foram concluídas as fases de estudo global guardados os instrumentos de observação. de requisitos de certificação Local Dark Sky (LDS) no território do PNPG. Trata-se de criar uma janela para o universo, explorando o Esta candidatura tem como finalidade a criação e certificação internacional território numa nova dimensão. Este olhar para cima, cria a de um Local Dark Sky (LDS) no território do Parque Nacional da Peneda- terceira dimensão dentro do espaço físico do PNPG, permitindo Gerês (PNPG). Um Local Dark Sky (LDS) é um território público ou privado (ou complementar a atual oferta de Turismo de Natureza com combinação de ambos) de tamanho considerável e que possuí uma qualidade uma nova e inovadora gama de produtos turísticos ligados à excepcional de noites estreladas e um ambiente noturno que é protegido pelo observação do céu noturno. seu interesse científico, natural, educacional e cultural. A área designada para a LDS integra-se dentro do Parque A International Dark Sky Association (IDA) é a entidade responsável pela Nacional Peneda-Gerês e foi palco da XXIII da Astrofesta, a maior atribuição da designação LDS a um determinado território. Trata-se de um e mais antiga festa de divulgação de Astronomia em Portugal. organismo internacionalmente reconhecido, com certificações atribuídas A criação da LDS vai permitir aumentar a oferta da região de sobretudo nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França. forma inovadora, com novos produtos e eventos que ocorrem tendencialmente à noite. A dinâmica do LDS irá promover e A obtenção da chancela de Local Dark SKY (LDS) permite a um determinado contribuir para uma oferta de ecoturismo única e altamente território obter notoriedade internacional e diversificar a sua oferta de turismo diferenciada, captando novos mercados turísticos para a região. de natureza com produtos de ecoturismo inovadores e de grande qualidade que atraem e fixam visitantes no território certificado.54 valemais.pt

valemais.pt 55

O aparecimento destes programas de alto valor e interesse pretende fixar turistas As metas da operaçãona região por mais dias e, consequentemente noites. Deste modo, contribui para umincremento da dinâmica económica da região e, nomeadamente, um incremento nas • Obtenção de uma certificação Local Dark Sky no territórioestadias em alojamento do território. do Parque Nacional da Peneda-Gerês Operação tem dois objetivos fundamentais • Criação de uma zona de receção aos visitantes do Local Dark Sky, incluindo um observatório de estrelas equipado1 Obter a certificação internacional da International Dark Sky Association (IDA) paraum Local Dark Sky (LDS) no território PNPG • Demarcação e sinalização de um zona “core” de observação astronómica do Local Dark Sky no território do2 Implementar um LDS no território PNPG, com demarcação e sinalização de um zona Parque Nacional da Peneda-Gerês“core” de observação de astros e um centro de receção, interpretação e observatóriodo LDS na Porta do Mezio, equipado com painéis informativos, material promocional • Dinamização das primeiras atividades do âmbito do Locale instrumentos de observação astronómica Dark Sky junto das escolas, stakeholders locais do turismo, operadores de turismo de natureza e público em geral.Para atingir estes dois objetivos principais é necessário atingir osseguintes objetivos intermédios: A estratégia territorial, turística e ambiental do PNPG, do Município dos Arcos de Valdevez e da ARDAL está• Levantar e enquadrar requisitos de certificação aplicáveis ao território PNPG em perfeita sintonia com a criação de um LDS,. Isto permitirá uma valorização adicional dos recursos do• Auditar o território do PNPG para os requisitos definidos pela entidade certificadora território, conquista de novos mercados pelo incremento da notoriedade do território por via deste novo• Identificar locais de elevado potencial para zona “core” no PNPG reconhecimento internacional.• Elaborar, submeter e gerir dossiê de certificação O aparecimento desta nova oferta associada ao LDS promove, também, a proteção ambiental, a eficiência• Implementar e adaptar zona “core” de observação astronómica (demarcar e sinalizar) e sustentabilidade, exponencia a proteção de habitats noturnos,. Isso faz com que os habitantes e entidades• Criar e produzir conteúdos para espaço de receção e interpretação do LDS na Porta do regionais identifiquem os céus escuros como um recursoMezio (brochuras, painéis informativos e cartas celestes) valioso, que necessita de ser protegido.• Criar e produzir manual e procedimentos para operar o LDS Desenvolve, igualmente, a criação de parcerias com escolas, agentes turísticos nacionais e internacionais com um• Selecionar, adquirir e configurar equipamentos do observatório de estrelas a implementar potencial futuro dinamizador da região a vários níveis sãono centro de interpretação e receção da Porta do Mezio identificados como um dos contributos da criação de um LDS.• Treinar e formar técnicos da Porta do Mezio para operar o LDS O LDS integra-se dentro de um território de desenvolvimento turístico e de revitalização social e• Promover e divulgar o LDS junto das escolas e stakeholders do turismo local económica de grande importância. Permitirá afirmar a região como destino único e de excelência a nível mundial.• Promover e divulgar o LDS junto de stakeholders de turismo de natureza, nomeadamente De âmbito regional, terá impacto na oferta turística dooperadores DMCs país com a projeção internacional desta certificação.• Levar a cabo atividades de observação astronómica no âmbito do LDS abertas ao públicoem geral.56 valemais.pt

valemais.pt 57

Reportagem #MelgaçoManuel S. Direitos Reservados Melgaço ficou conhecidoConsórcio internacional do Desenvolvimento Motor encontrou-se pela primeira vez em Portugal na primeira pessoaPortugal recebeu, pela primeira vez, a Conferência Anual UNIVERSITÁRIOS E INVESTIGADORES do International Consortium of Motor Development DE TODO O MUNDO Research (ICOMDR) - Consórcio Internacional de Pesquisa de Desenvolvimento de Motor. Melgaço foi o local escolhido. A INICIATIVA, DA ESCOLA SUPERIOR DE DES- PORTO E LAZER, MOBILIZOU VONTADES LO- Tratou-se da 3ª edição da iniciativa e reuniu, na Escola Superior de Desporto CAIS. QUAL O INTERESSE DA MESMA PARA UM e Lazer (ESDL), quase uma centena de investigadores, nomeadamente, MEIO COMO MELGAÇO? de Itália, dos Estados Unidos e da Noruega, durante três dias, em novembro último. O propósito foi o de debater o Desenvolvimento Motor. Acho que foi bastante importante porque estiveram presentes As anteriores conferências decorreram em Le Boulard, França (2015), em 2015, pessoas,professores universitários e investigadores,de todo o mundo, e na Universidade da Carolina do Sul, Estados Unidos (2016). desde a Austrália aos Estados Unidos e de vários países da Europa. Luís Paulo Rodrigues é o diretor da ESDL de Melgaço, entidade que acolheu Melgaço ficou conhecido para eles na primeira pessoa, e para as esta iniciativa. Em conversa com a VALE MAIS contou-nos como este evento muitas outras que não puderam estar presentes, mas que receberam surgiu e que resultados, desde já, produziu. o anúncio. Para além disso, a memória de Melgaço, da terra e das suas gentes perdurará também na memória futura de todas as vezes MELGAÇO FOI O LOCAL ESCOLHIDO PARA QUE PORTUGAL (e serão muitas) em que este encontro será mencionado. RECEBESSE, PELA PRIMEIRA VEZ, UMA INICIATIVA DESTA ENVERGADURA. A QUE SE DEVE ISSO? QUANTOS E QUE “TIPO” DE PARTICIPANTES REGISTOU E QUE LOGÍSTICA IMPLICOU? Este grupo internacional começou a reunir-se, pela primeira vez, há três anos, em França, organizado por um grupo de professores norte- Estiveram presentes um total de 92 participantes, cerca de americanos. Nessa ocasião, dois investigadores nacionais (eu e Vitor 60 internacionais e 32 nacionais. Isto implicou uma logística Lopes, do Politécnico de Bragança), fomos convidados para participar interessante porque a organização foi feita com tudo incluído, ou num grupo restrito de cerca de 30 pessoas em que se iria discutir o seja, com o transporte do aeroporto, o alojamento e a alimentação. passado, o presente e o futuro da investigação em desenvolvimento Contamos com a contribuição inestimável do Município de Melgaço motor. e, naturalmente, dos agentes locais de alojamento e restauração. No ano passado, este grupo, agora mais alargado, teve a sua segunda reunião na Universidade da Carolina do Sul, EUA. E nesse evento fomos convidados para organizarmos esta 3ª assembleia do ICOMDR, o que aceitamos com imenso gosto. 58 valemais.pt

A INICIATIVA DECORREU NA ESDL E EM LAMAS DE MOURO. FALEMOS UM POUCO DA ESDL – QUAIS OS CUR-PORQUÊ ESTES LOCAIS E QUE OBJETIVOS QUE PROSSEGUIU? SOS E O NÚMERO DE ALUNOS? TÊM AUMENTA- DO, ESTABILIZADO OU DIMINUÍDO? DE ONDE SÃONa ESDL por motivo óbvios. Em Lamas de Mouro para aproveitar o ambiente ORIUNDOS E QUAIS AS SAÍDAS PROFISSIONAIS?do nosso Parque Nacional Peneda-Gerês e das instalações existentes naPorta de Lamas de Mouro. Foi, assim, possível termos um dia diferente, no Atualmente, a ESDL tem a funcionar um curso técnico superiorauditório lá existente, mas também mostrando e usufruindo do ambiente profissional (Treino Desportivo), uma licenciatura em Desportobucólico e natural do sítio. Devo dizer que ambas as escolhas foram muito e Lazer e três mestrados em Desporto Natureza, Atividades deelogiadas pelos participantes. Fitness e Treino Desportivo. Desde a sua fundação que as vagas nacionais para licenciatura têm sido sempre preenchidas na PARTILHA DE CONHECIMENTO primeira fase dos concursos. Os mestrados e CTeSP têm tido também muito boa aceitação.QUAIS AS ATIVIDADES DO PROGRAMA QUE MERECEREMESPECIAL DESTAQUE E, POR ISSO, CONCENTRARAM MAIS Temos atualmente cerca de 340 alunos, número que tem sempreATENÇÕES? crescido anualmente. São oriundos predominantemente do Alto Minho, mas temos de todo o país. Os alunos da ESDL têm aNa verdade tenho de dizer que foi o programa científico. O espírito deste oportunidade de ficarem qualificados profissionalmente paraevento é o de grande partilha de conhecimento e de realização de trabalho em trabalharem em qualquer das áreas de intervenção profissional :rede. Todo o programa (alojamento, restauração, visitas) foi feito a pensar nisso, Desporto Natureza, Atividades de Fitness e Treino Desportivo. Denas possibilidades de nos conhecermos melhor e conhecer melhor o trabalho facto, o seu sucesso após a finalização das formações, tem sidoavançado que se faz no mundo, nesta área. E, por isso, tenho de destacar o muito relevante, com as empresas a abordarem-nos para recrutaremsucesso deste propósito. Mas, para este sucesso, foi fundamental podermos especificamente alunos da ESDL, o que muito nos satisfaz.todos beneficiar do ambiente sossegado do Hotel Monte Prado, da receçãosempre acolhedora do Solar do Alvarinho ou das refeições em grupo nos ALGO MAIS QUE ACHE PERTINENTE REFERIR?restaurantes Adérito ou o Brandeiro. Apenas a ideia de que Melgaço é um local distintivo e muitoQUAIS OS OBJETIVOS PERSEGUIDOS E RESULTADOS apropriado ao estudo e prática do desporto, no seu todo, eALCANÇADOS? do desporto natureza, de forma muito particular. Estudar em Melgaço e na ESDL é assegurar uma formação ampla no campoComo disse anteriormente, o grande objetivo é o de conseguirmos unir esforços das ciências do desporto, mas muito aplicada na formação deinternacionais na realização de investigação significativa e que possa impactar competências de intervenção profissional.as políticas da infância e juventude. Esses resultados não são alcançáveis deforma imediata, mas foram lançadas as raízes para o seu sucesso.QUE FICA DESTE EVENTO PARA O FUTURO DESTA REGIÃO?Muita gente que ficou a conhecer, não só Melgaço, como também o Norte dePortugal. E fica, sobretudo, Melgaço como o local onde se decidiu, consensualmente, coligir todos este investigadores sob a forma de uma sociedade formalmenteorganizada: o International Motor Development Research Consortium valemais.pt 59

Reportagem #Paredes de CouraManuel S. DR_Vale Mais “Ó senhor, olhe que eu hoje vou ‘morrer’!”. A expressão com que o petiz, aluno da Escola Básica e Secundária de Paredes de Coura, nos recebeu era, afinal, de euforia face ao seu envolvimento direto n’ “A Terra Treme”. Tratou-se de exercício público da prevenção de sismos que decorreu na última sexta-feira, 13, a de outubro passado, nas instalações desta unidade de ensino, sede do agrupamento escolar courense, e que mereceu mais ênfase a nível do Alto Minho. Quando a TERRA TREME(U) em Paredes de CouraBaixar, Proteger, Aguardar – estes os três gestos básicos em caso de Além desta entidade, a iniciativa, que ocorreu no Agrupamento de Escolas de Paredes de Coura, englobou uma “Exposição desismo. Que fazem a diferença entre a vida e a morte! O exercício é inspirado Meios dos Agentes da Proteção Civil”, que se realizou no átrionuma iniciativa análoga norte-americana – o ShakeOut. Com a duração de um exterior da escola e animou a pequenada que quis experimentarminuto, durante o qual os participantes executam estes gestos de autoproteção. e conhecer as viaturas, nomeadamente, das forças de segurança e dos bombeiros. Em simultâneo, houve também uma exposiçãoA iniciativa envolveu toda a comunidade escolar courense, com cerca de 1 200 de trabalhos realizados pelas crianças dos Jardins de Infância,alunos,mas,de forma mais direta,oito turmas do 5º e 6º ano,num total aproximado do 1º ciclo e do 5º e 6º anos de escolaridade, bem comode 160. Todos estes tinham vestidas t-shirts alusivas, umas azuis, outras laranjas experiências que simulam catástrofes realizadas pelas turmase ainda outras de cor verde. Na sala de aula, às 10h13, a campainha assinalou do 7º ano de escolaridade. Uma nota, ainda, para o momentoo “tremor de terra”. As crianças, automaticamente, se baixaram, protegendo- musical a cargo dos alunos do 2º e 3º anos das Atividades dese debaixo das carteiras e aguardando. Ao fim de um minuto, novo toque Enriquecimento Curricular - Música, que coincidiu com a visita àassinalou o fim do “tremor”. Imediatamente, em fila, saíram das salas, desceram Escola Básica e Secundária de Paredes de Coura de autoridadesas escadas e, já no exterior, dirigiram-se para um espaço amplo de recreio, no locais e regionais, designadamente, as que trabalham na área dacontexto do processo de evacuação. A ação compreendeu ainda, neste espaço, Proteção Civil.a representação daqueles três gestos e a formação, aproveitando as diversascores das t-shirts, do logotipo da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).60 valemais.pt

valemais.pt 61

Além do Comando Distrital da Autoridade Nacional de Proteção Civil de PRESIDENTE DA CÂMARAViana do Castelo, a iniciativa envolveu a Guarda Nacional Republicana,Polícia de Segurança Pública, Grupo de Intervenção Proteção e Socorro “É pela prevenção que, muitas vezes, podemos minimizar algumasda GNR, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Autoridade Marítima e situações que podem estar relacionadas com catástrofes e acaba-se porBombeiros Voluntários de Paredes de Coura, entre outros. inserir num contexto de Educação para a Cidadania, de Educação para a Prevenção. Não estamos livres que aconteça um fenómeno anormal que possa por em causa a segurança coletiva das pessoas” – observou Vítor Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura e, por inerência, responsável municipal da Proteção Civil. Apontando o seu próprio exemplo. “Eu próprio tenho dois filhos pequenos e eles, muitas vezes, têm medo das forças da ordem e de segurança. Isto também serve para os miúdos se aproximarem das forças da ordem, da GNR e da PSP. Para desmistificar. Todas estas forças de intervenção aqui estão para nos proteger e cuidar de nós. E os miúdos, quando recebem as ordens ou quando sentem que o perigo está a acontecer, já têm comportamentos de segurança. É isso é que temos de estimular”. DIRETORA DO AGRUPAMENTO Ana Paula Fernandes, diretora do Agrupamento Escolar, sublinhou o facto de tratar de um exercício prático de prevenção do que todos devemos fazer em caso de sismo. “É muito importante. As crianças estão mais que preparadas para a eventualidade de um terramoto. Estamos num projeto de autonomia e flexibilidade curricular. Uma das disciplinas chama-se Cidadania e Desenvolvimento e,no âmbito desta,uma das áreas trabalhadas é a Segurança. Daí que a ANPC nos tenha lançado este repto porque sabia que estávamos a desenvolver este trabalho.” Todavia, as crianças levaram este exercício, um pouco, em jeito de brincadeira. “Isto é uma atividade prática. Não é um exercício de sala de aula. É feito com prazer. E aquilo que se aprende com prazer é para a vida” – explicou.62 valemais.pt

COMANDANTE DA PROTEÇÃO CIVIL O facto desta ação ter decorrido em Paredes de Coura foi-nos assim explicado por Marco Domingues: “Fizemos o convite a todas as escolas.Marco Domingues, comandante distrital da Proteção Civil, também Paredes de Coura foi uma das primeiras a responder, já tinha uma knowcomentou esta iniciativa. “Esta atividade divide-se em várias partes. how com vários exercícios; então porque não darmos esta aposta?Começou às 9h30 da manhã, com a apresentação dos dispositivos Este é um exercício de âmbito nacional e a nível distrital teríamos deem exposição dos diversos agentes de proteção civil. Às 10h13, selecionar uma entidade, uma escola e, assim, o fizemos. Agora Paredestivemos exercício de Terra Treme, com os alunos a procederem em de Coura. No próximo ano, certamente será outra.”conformidade com os padrões estabelecidos – Baixar, Proteger eAguardar – e, durante todo o dia, continuamos com a exposição e as AS CRIANÇASsimulações de catástrofes naturais.” A VALE MAIS ouviu também alguns dos discentes que participaram deInstado sobre o modo com os alunos interpretaram a presença na forma mais direta nesta iniciativa.escola dos diversos agentes da Proteção Civil, o responsável frisou quefoi muito boa. “Facilmente se percebe a alegria e a satisfação deles em Anabela, 11 anos: “Foi engraçado, sim. Estou alegre por ter participado.verem carros de bombeiros, ambulâncias, GNR… e isto é uma mensagem Correu bem. Os meus colegas também. Estivemos todos muito unidos eque se passa na cultura da Proteção Civil à juventude. As crianças são correu certo. Sei o que fazer, mais ou menos, se ocorrer um tremor de terra.”a melhor forma para chegarmos aos adultos. Aproveitamos as escolaspor esse facto. Eles conseguem transmitir isso mais facilmente em Jessica (A), 11 anos: “Foi bom porque aprendemos como nos protegercasa. Tem vindo a acontecer com o facto da reciclagem, acontecerá em caso de sismo. Até quisemos repetir. Ajudam-nos a ter maiscertamente com a questão da Proteção Civil.” segurança. Falei com os meus pais sobre isto”.E observou: “É fundamental as crianças terem a perceção de quando Diogo, 10 anos: “Foi fixe… mas não vimos as imagens do drone.acontecer algo de emergência e a quem é que devem acudir. A linha de Ensinaran-me o que fazer em caso de emergência.”emergência 112 está sempre garantida e elas próprias farão a seleçãoda entidade mais adequada à situação que foi relatada pela criança. Jessica, 9 anos: “Gostei. Foi interessante. Se houver um terramoto, jáTemos de as habituar a terem espírito de socorro. E isso ainda não se sabemos como reagir. Falei com os meus pais sobre estas questões”.verifica ao nível daquilo que era desejável.” Soraia, 11 anos: “Foi bom, gostei muito e sei como fazer numa emergência. Professores explicaram-nos como proceder. Não disse aos meus pais que ia participar neste exercício.” valemais.pt 63

Nutrição & Bem-Estar #Sara Covas da Costa Não é novidade para ninguém que o mês de dezembro é um dos maiores inimigos de quem procura perder ou manter o seu peso, bem como de todos aqueles que privilegiam um estilo de vida saudável. Um Natal mais saudávelÉ no final do ano e ao longo de várias semanas que • Opte por lacticínios magros, fruta fresca ou pão e cereais aproveitamos para reunir com familiares, amigos e integrais não açucarados, tais como os flocos de aveia para as colegas de trabalho, em almoços e jantares fartos em refeições intermédias. Poderá optar também por um punhadocomida e em bebida. Em boa verdade, o Natal está longe de de frutos oleaginosos (nozes, avelãs ou amêndoas), mas deveráse limitar aos dias 24 e 25, podendo começar no início do mês evitar as bolachas.e terminar no Dia de Reis. Surgem então pensamentos como“Em janeiro retomo a dieta”, “A partir do ano que vem, começo • Faça exercício! Esta é uma recomendação que deve ser levadaa sério” ou “Vou fazer agora uma pausa porque em dezembro a sério, não só num plano de compensação, mas ao longo deé impossível”. Se leu até aqui e se sentiu identificado, não entre todo o ano.em pânico, pois – não obstante a alegria de viver e celebrar quetanto caracteriza o povo português – é possível equilibrar os • Não descure o descanso noturno. O sono desempenhaexageros natalícios com comportamentos mais ponderados. um papel muito importante na regulação do peso corporal e devemos respeitá-lo. ANTES DO NATAL • Não adote uma postura de desculpabilização de “perdido por• Aposte em refeições leves que compensem as refeições mais abundantes. cem, perdido por mil”, pois não é o mesmo cometer um excessoPrefira o peixe, inicie as refeições com sopa de legumes e coloque sempre a uma refeição do que ao longo de todo o dia.legumes ou saladas no prato. NOS DIAS DE NATAL• Beba bastante água ao longo do dia, na sua forma simples, aromatizada (frutosvermelhos ou citrinos, gengibre, pau de canela, pepino ou hortelã) ou infusões • Controle a quantidade de azeite que adiciona ao prato.mais digestivas e/ou diuréticas (chá verde, funcho, boldo, menta, camomila). Lembre-se que uma colher de sopa de azeite são cerca de 90 kcal e um prato de bacalhau ou polvo regado com um fio• Tenha cuidados redobrados com o açúcar e sal, substituindo-os por canela e desta gordura pode ver acrescido ao seu valor calórico cerca deervas aromáticas, respetivamente. 600 kcal. Embora seja saudável, o azeite não deixa de ser uma gordura e deve ser consumido com moderação.• Evite o consumo de álcool, sobretudo as bebidas destiladas, bem como derefrigerantes. • Invista em saladas ou legumes para acompanhar os pratos típicos e coloque fruta como opção de sobremesa, para além dos doces.64 valemais.pt

• Reduza a quantidade de açúcar das receitas, utilizando canelaem sua substituição.• Prefira as sobremesas mais saudáveis como o leite-creme oualetria doce e experimente fazer as sobremesas tipicamentefritas no forno. Se não quiser desvirtuar a receita original, prefirao azeite para a fritura, escorra bem as sobremesas em papelabsorvente e modere o seu consumo.• Não petisque e evite ficar muitas horas sentado à mesa, apósa refeição.• Opte por colocar frutos secos e oleaginosos para entrada,em vez de fritos e salgados. Também poderá optar por saladasdiferentes como a de abacate, tomate cereja e queijo fresco(a minha favorita), cogumelos salteados com vinho do Porto,camarão cozido ou até crudité de legumes com molho deiogurte.• Tenha moderação no consumo de álcool e coloque tambémágua na mesa.Sem esquecer as nossas tradições e heranças gastronómicase com pequenas alterações comportamentais é possívelultrapassar as épocas festivas sem fazer grandes estragos.Moderação é sempre a palavra de ordem... até no Natal! valemais.pt 65

Imobiliário #Noemi Calvo Os construtores, promotores, vendedores e intermediários já estão obrigados a informar periodicamente o IMPIC sobre os negócios em que estiveram envolvidos bem como o meio de pagamento usado nos mesmos. Regras a ter em contaNO NEGÓCIO DO SEU IMÓVELA partir de agora esta informação vai também servir para a entidade reguladora do O branqueamento de capitais passa por tentar “disfarçar”setor alertar o Fisco sobre as violações que ocorram ao nível dos limites à utilização a origem de capitais obtidos de forma ilícita, para quede numerário. Esta informação será usada para despistar casos suspeitos de pareça que resultam de atividades lícitas. No caso dobranqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. setor imobiliário as práticas mais comuns são a aquisição de imóveis de valor elevado ou o uso de contas deDesde agosto, passaram a existir tetos máximos para os pagamentos em dinheiro. A “trânsito” ou de “passagem”.Lei proíbe pagar ou receber em numerário em transações de qualquer natureza queenvolvam montantes iguais ou superiores a 3.000 euros, ou o seu equivalente em Neste sentido, deve suspeitar nosmoeda estrangeira. O valor passa para 1.000 euros caso estes pagamentos sejam seguintes casos:realizados por sujeitos passivos de IRC ou IRS com contabilidade organizada. Assim,estas faturas deveram ser pagas através de um meio de pagamento que permita • Transações iniciadas em nome de uma pessoa e con-a identificação do respetivo destinatário, designadamente transferência bancária, cluídas em nome de outra sem uma explicação lógicacheque nominativo ou débito direto. A proibição de fazer pagamentos em dinheiro para a mudança;vivo acima de três mil euros não vigora para quem vive fora de Portugal, cujo limite depagamento é de 10.000 euros, sempre que o pagamento seja realizado por pessoas • Operações em que as partes não demonstram interes-singulares não residentes em território português e desde que não atuem na qualidade se particular nas características da propriedade e não sede empresários ou comerciantes. questiona ou discute o preço de compra;Isto porque comprar uma casa e pagar parte do valor desta em dinheiro vivo não é tão • Transações envolvendo partes que não estão agindo emraro como se possa pensar. Por isso mesmo, a Autoridade Tributária vai aumentar a nome próprio, tentando ocultar a identidade do cliente real;vigilância deste tipo de casos já que podem ser indícios de crimes de branqueamentode capitais ou de financiamento do terrorismo. • Transações envolvendo um contrato privado, sem qualquer intenção de levar perante um notário para lhe conferir eficácia.66 valemais.pt

valemais.pt 67

Desporto #Paulo Gomes O futebol, desporto que amo, está gravemente “doente” em Portugal. O cenário é grave. A cura depende de todos nós. Dos “D. Quixotes” do desporto. Dos românticos, dos apaixonados. Dos que não deixam corromper os seus valores e as suas ideias. “Quem realmente importa…”Os grandes provocadores e responsáveis dessa “doença” Devolvam são todos aqueles que gravitam à sua volta sem o o Futebol amar, sem o respeitar, sem o perceber. Usam-no para a quem o ama!autopromoção, para, muitas vezes, extravasarem todas assuas frustrações, tendo como principal veículo de propagação,uma imprensa “necrófaga” que dá voz a quem pouco ou nadapercebe, a quem não se interessa sequer em perceber o jogo,tendo, atualmente, como principal aliado as ainda jovens redessociais, que amplificam ideias e pensamentos de personagensmesquinhas, hediondas e maquiavélicas.A quantidade de “desinformação” que temos ao dispor torna a tarefa derecolha, selecção e absorção de informação bastante complexa. É casa vezmais importante ter capacidade de diferenciação das matérias relevantes deoutras que em nada contribuem para a nossa aprendizagem.Quem está atento a pessoas como Pepe Guardiola, Jorge Valdano, Juan Lillo,José Mourinho ou o saudoso Johan Cruiff é considerado, quase como, um“maluquinho” ou um snob que se considera acima dos demais.Quem acha que falar, discutir, debater sobre o talento individual, organizaçãocoletiva, jogadas, jogadores, treinadores não personifica a essência do futebolestá a mais neste desporto.Mas talvez esse “outro” não lhe dê, a esse “inculto” futebolístico, a projeçãodesejada, o status social de estar no pequeno ecrã a falar sobre o que nãodomina e a incentivar que na maioria dos programas desportivos se fale detudo menos da essência do futebol, daquilo que realmente interessa.Em Portugal, não se gosta do jogo, não avaliamos de forma coerente ascapacidades e qualidades dos seus intervenientes, preferimos as polémicas, oserros de arbitragem, para justificar tudo e mais alguma coisa. Muitas das vezes,confunde-se o Futebol com o Circo. O circo, normalmente, surge de segundaa sexta em quase todos os canais informativos, em programas de qualidadedúbia no qual os “palhaços” são reis e senhores.Devolvam o futebol aqueles que realmente o amam, devolvam-no a quemrealmente interessa.Jogadores, treinadores e todos aqueles que realmente importam.68 valemais.pt

Votos de Feliz Natal e PrósperoAno Novo 2018 valemais.pt 69

Ambiente #Brito Ribeiro Depois da tragédia ocorrida nos últimos meses com os incêndios florestais, não podia deixar de colocar algumas questões e tecer algumas considerações que me parecem pertinentes. Será que aprendemos a lição?Em primeiro lugar, o negócio dos fogos florestais interessa a quem? Apenas • Aumentar o número de equipas de sapadores florestais;aos detentores de meios aéreos para alugar? Não, nada mais errado. Há umacadeia de interesses muito vasta que importa investigar, que vai desde a • Criar um corpo de vigilantes da natureza dotado de meiossimples mão-de-obra, até aos equipamentos e serviços mais sofisticados. suficientes para uma boa gestão das matas públicas;Haverá corrupção? Provavelmente, dada a opacidade, por exemplo, dos • Criar dentro das Forças Armadas uma unidade vocacionadacontratos de fornecimento de meios aéreos ao longo dos anos, deixando um para intervenções em catástrofes, tais como incêndios,rasto de suspeição sobre os diversos intervenientes do arco da governação. inundações e terramotos;A teimosia em manter o fornecimento/aluguer de meios aéreos dentro da • Envolver as Forças Armadas na vigilância ativa da floresta;esfera privada, não envolvendo o Estado e a Força Aérea como proprietário eoperador desses meios, é um assunto que não cheira nada bem. Com o que se • Entregar à Força Aérea a operação e manutenção dos meiosgastou nos últimos dez anos em meios aéreos, dava para comprar uma frota de aéreos de combate a incêndios;aviões anfíbios e os helicópteros pesados que tanta falta faz, custear a despesade funcionamento e ainda sobravam recursos para investir na prevenção. • Produzir legislação que limite drasticamente a plantação de eucalipto e resinosas, premiando a plantação de espéciesÉ o eucalipto a maior praga da nossa floresta? É verdade, os eucaliptais são alternativas, autóctones e mais resistentes ao fogo;autênticas bombas de relógio, que exponenciam a progressão das chamas.Mas não é o único. O pinhal cultivado em monocultura, as acácias como a • Intervencionar de imediato as zonas queimadas, com medidasaustrália ou a mimosa, são igualmente elementos muito perigosos. tendentes a estabilizar os solos, controlar infestantes e reflorestar convenientemente;São estes incêndios maioritariamente de origem criminosa? Tudo indicaque sim, apesar de sistematicamente os representantes do Estado (polícias, • Dotar as autarquias de meios legais para atuarem na limpezaproteção civil e governantes), nos apresentarem quadros focados nas origens de faixas de proteção em volta das povoações;acidentais, e quando não podem desmentir a origem criminosa, atiram asculpas para uns “coitadinhos” dementes, alcoólicos ou com outra patologia • Reforçar os meios para prevenção, designadamente com aqualquer. Ora isto é basicamente mentira, pois está bem documentado que abertura de caminhos, aceiros e limpeza florestal durante osa maior parte das ignições começaram de noite e em vários sítios ao mesmo meses de inverno;tempo, quando não há queimadas, não há vidros ao sol (outro mito), nem ésuposto haver alguém a fumar no meio do monte. • Entregar a proteção civil, nacional e distrital, a quem tem formação e experiencia na matéria, ou seja, aos bombeiros;No entanto, temos consciência que os incêndios florestais nunca irão ser erradicados,mas é necessário diminuir o número de ignições e diminuir a área queimada por ignição. Em artigo já publicado nesta revista, refleti sobre algumasNão me parece que haja soluções milagrosas para este problema,mas fariam bem em consequências dos incêndios florestais, mas permitam-meimplementar algumas medidas, que estão consensualizadas e reivindicadas há muito. sublinhar as perdas humanas e as marcas deixadas naqueles que viveram de perto este drama. Haja consciência e coragem para mudar o paradigma.70 valemais.pt

valemais.pt 71

Turismo #Nélson Azevedo Este não é mais um artigo sobre culpas, responsabilidades ou negligências sobre osfogos que nos afectaram neste ano de 2017. A pós um 2016 glorioso sob muitos aspectos identitários (futebol, música, economia) , este ano que agora se aproxima do seu final pôs a nu muitas das fragilidades que nos subtraem enquanto nação: somos a esta dataum território mais desigual entre litoral e interior, onde cada incêndio que passa apenas confirma a “progressiva devastação do interior” (no dizer de Pacheco Pereira). FOGOS FLORESTAIS Portugal no divãR esultado das falhas colectivas que temos enquanto 1. A estigmatização dos locais ardidos - ainda que seja cedo nação que tem tanto de eufórica como de procrastinadora e indolente- temos agora os holofotes para aferir dos efeitos secundários no sector - uma vez que mediáticos de meio mundo. Se a americana Time mostra as estamos em época baixa no calendário turístico- pudemos ondas do canhão da Nazaré, as centenas de publicações nas constatar grandes perdas no seguimento dos incêndios de redes sociais e nos canais europeus (e não só) mostram um país junho na zona centro (entre 30% e 80% de cancelamentos belo a arder face aos canhões de água dos bombeiros, bravos nos parques de campismo, mesmo naqueles que não estão em mas Davides perante Golias. Para além de todas as perdas que zonas com fogos florestais como Góis ou Castanheira de Pêra); se prendem com a multiplicidade de factores ligados ao espaço biológico (fauna, flora, actividades económicas directas como a 2. A perda de reputação internacional- em termos turísticos, Portugal madeira, a resinagem, ou os riscos de pragas e enxurradas) (ver o artigo de Brito Ribeiro aqui mesmo na Vale Mais de Dez 2016 é visto como destino sustentável em termos de práticas ambientais (em https://goo.gl/SSL1ye), há um conjunto de perdas que e esse conceito pode sofrer danos irreparáveis. A incapacidade de se verificam noutras áreas de actividade, nomeadamente no o Estado central garantir a segurança de forma inquestionável pode turismo e que são dificilmente mensuráveis mas que, mais cedo deixar quer os investidores quer os potenciais visitantes em escolher que tarde afectam o desenvolvimento do país: Portugal por temerem que os os investimentos possam ser afectados 72 valemais.pt pela falta de fluxos turísticos de vários segmentos do mercado, com relevo para o turismo de natureza);

3. Aproveitamentos inaceitáveis da terra queimada – poderá existir atentação de rapidamente se “lavar a cara” às grandes áreas queimadase aceitar investimentos imobiliários “ao preço da uva mijona” ou mesmoem áreas como a exploração de gás natural como é o caso da zona dePombal e Batalha (retomando uma tentativa de 2015 – ver o alerta deuma associação inglesa em Portugal em https://goo.gl/mXKJvf), sob opretexto de revitalização económica.Todos sabemos do sucesso que temos obtido pela promoção online,responsabilidade do Turismo de Portugal nestes últimos 3-4 anos. Éinegável que sabemos fazer filmes que promovem muitíssimo bem oterritório nacional em todas as estações do ano. O vídeo “Can’t skipPortugal” (Portugal é imperdível” ver em https://goo.gl/B1spVV) mostraum Portugal onde se encontra o mundo real que julgávamos perdido.Mas deixemo-nos de fitas: este Portugal existe ao mesmo tempo queexiste um Portugal cheio de cicatrizes negras, onde as paisagens sãocomo a alma das populações isoladas que as têm que suportar todosos dias: breu, depois do inferno das chamas.As respostas começam a surgir, por vezes burocrática demais: oprograma “Valorizar” (lançado em Dezembro de 2016), previa 30milhões de euros de apoio a iniciativas e projectos com interesse para oturismo. Após os incêndios, a mesma passou para 60 milhões, a seremusados na recuperação de instalações e substituição de equipamentosdanificados. Reorganização dos serviços da Protecção Civil, reforço dosmeios técnicos e humanos de combate, melhorias nas comunicações,reflorestação, recuperação das actividades económicas das populaçõesafectadas. Muito, pouco, suficiente, insuficiente? Saberemos dentro embreve, porque o paradigma mudou: temos um clima a aproximar-se dodesértico, temos falta de água – que já não é cíclica-, temos muitas ideiasboas, mas por vezes falta-nos capacidade de agir fora de Lisboa porquea capital conhece-nos por vezes pior que os próprios turistas de ocasião.É por isso, se calhar, uma derradeira oportunidade a que terão osgovernantes, quer os do Estado Central, quer os da Administração Local,os de agora e os dos próximos anos: recuperar as paisagens, não porqueelas têm que aparecer nos vídeos ou nas campanhas, mas porque elassão a nossa identidade. Foi com elas que conquistámos turistas demúltiplos países, e foram os múltiplos turistas que nos fizeram perceberque afinal os recursos que tínhamos eram mesmo paradisíacos, queafinal os tínhamos menosprezado. Apoiar o Turismo, será, antes de mais,apoiar as populações que mais têm sofrido, muitas vezes em surdina,com as limitações de viverem no interior, longe de tudo.Terá que haver um novo pensamento estratégico para que se crieminfraestruturas e medidas capazes de responder às secas prolongadase às florestas devastadas. Mas todos somos responsáveis: os quedecidem e aqueles que os (não) pressionamos a decidir bem. Cada vezmais, o Turismo tem que se assumir como o motor de arranque paraa transformação do país, não porque é bonito e fica bem dizê-lo, masporque significa que todos finalmente percebemos as vantagens determos um país menos desequilibrado entre litoral e interior.Ver o artigo desta revista de Dezembro de 2016 de Brito Ribeiro valemais.pt 73

Consultório Jurídico #VS AdvogadosLargo 5 de outubro nº 22, 4940-521 Paredes de Coura :: Av. 31 de Janeiro nº 262, 4715-052 Braga Paula Viana & Janine Soares PATUDOS NO DIVÓRCIOQuestão:Sou casado há quatro anos e agora decidi divorciar-me. Chegámos a acordo em relação a quase tudo, excepto sobre quem deve ficar com o nosso cão.Não querendo enveredar por um divórcio sem consentimento, o acordo quanto ao destino dos animais de estimação é agora obrigatório? Caro leitor, Já no que ao divórcio diz respeito, a nova lei determina que quando existam animais, um dos documentos necessários para aLegislação recente entende que cuidar de um animal de estimação é igualmente instrução do processo na Conservatória do Registo Civil passa aassumir responsabilidades muito semelhantes às responsabilidades parentais. ser também o acordo sobre o destino dos animais de companhia.Dia após dia, os animais de estimação têm vindo a ganhar cada vez maior Assim, se pretende optar pela via do divórcio por mútuodignidade, tendo sido alvo de estatuto jurídico muito recentemente (Lei n.º consentimento, visto já terem chegado a acordo sobre as8/2017, que estabelece o estatuto jurídico dos animais, no qual é reconhecido demais questões, torna-se necessário acordo sobre o destinoque estes são seres vivos dotados de sensibilidade). dos animais de companhia. Sem esse acordo não é possível a instrução do processo na Conservatória do Registo Civil.Desta forma, desde o passado dia 1 de maio (2017), data em que tal diplomaentrou em vigor, os animais passaram a ter um enquadramento legal Não obtendo acordo sobre o destino dos animais de estimaçãoreconhecido na lei, passando a constar com referências próprias tal como as a solução será o divórcio sem consentimento. Neste caso será opessoas ou os objectos. tribunal a decidir o destino dos animais de estimação, sendo que poderão ser confiados a um ou a ambos os cônjuges, considerandoPortugal segue, assim, outros países europeus que já tinham enquadrado o tribunal, nomeadamente, os interesses de cada um dos cônjuges,legalmente a relação entre pessoas e animais. o dos filhos do casal, havendo, e também o bem-estar do animal.Além de passar a ser reconhecido que os animais são seres sensíveis, várias Quem ficar com o animal de estimação deve ter em conta queforam as alterações no Código Civil a este respeito. Vejamos, o novo estatuto jurídico aumentou também as responsabilidades dos seus donos, que deverão assegurar o seu bem-estar e Por exemplo, os animais de companhia que cada um dos cônjuges tiver respeitar as características de cada espécie, estando obrigados ao tempo da celebração do casamento não entram na comunhão a garantir o acesso a água e alimentação de acordo de bens, passando a constar de uma lista de bens incomunicáveis com as necessidades da espécie em questão, (artigo 1788.º do Código Civil que inclui também bens doados e o acesso a cuidados médico-veterinários ou deixados com   cláusula de incomunicabilidade ou os sempre que justificado, incluindo as medidas vestidos, roupas e outros objectos de uso pessoal e exclusivo profiláticas, de identificação e de vacinação de cada um dos cônjuges). previstas na lei.74 valemais.pt

PUBLICIDADEvalemais.pt 75

Crianças #Carla Silva Muitos são os pais que pensam em como devem reagir perante situações de mau comportamento. Primeiro que tudo, espere por ele. AS CRIANÇASE O 'MAU COMPORTAMENTO'Somos humanos e todos devemos ter limites nas nossas vidas. Com crianças mais velhas, deve dizer especificamente o que Para as crianças, esses limites devem ser justos e apropriados, quer, até que ela o deixe de fazer, dizendo-lhe o que deverá fazer e para a sua própria segurança, devem aprender a aceitar esses em vez disso. Seja consistente nas suas atitudes face ao maumesmos limites. De qualquer forma, o processo de aprendizagem leva comportamento e escolha uma sequência lógica se a criança nãoo seu tempo. A desobediência por parte das crianças não deve ser fizer o que lhe pede.considerada um problema, a menos que ocorra com muita frequência. Quando for possível, remova a actividade ou o brinquedo que éAs primeiras experiências de desobediência surgem, normalmente, em crianças motivo de problema, explicando-lhe porque o faz. Para ajudarpequenas, quando estas começam a ser mais autónomas e a ganhar alguma crianças mais velhas a ganharem maior independência, ajude-independência e assertividade, começando a surgir as primeiras resistências a algo os a escolher entre as opções possíveis. Assegure-se de que eleque lhes desagrade. Quando lhes é dito um “não”, é visto como um desafio para conhece as diferenças entre as escolhas e as respectivas instruçõeseles. Será importante lidar com a desobediência. Com firmeza e decisivamente. e procure não lhe dar demasiadas hipóteses de escolha sobre as rotinas do dia a dia.Opte por alternativas práticas e efetivas. Para começar, certifique-se de que nãodá muitas instruções ao mesmo tempo. Lembre-se de que, cada vez que der ao Importante em qualquer situação é elogiar e recompensar cada vezseu filho uma instrução para fazer algo, será uma oportunidade para desobedecer. que a criança cumpre ou se porta bem e não esquecer de diferenciarSeja claro no que pede e certifique-se de que a criança entende o que lhe é pedido. punição de repreensão. Punição é baseada na culpa, enquanto queSe o seu filho estiver ocupado a ver os seus desenhos animados repreensão é baseada num crescimento ou melhoramento.preferidos, aceite que provavelmente será ignorado, até ganharefectivamente a sua atenção. Apenas dicas, reflexões sobre o tema em si pois na verdade e felizmente, o ser humano aindaCom crianças pequenas, perante problemas de tem características individuais e, como dizcomportamento é aconselhável baixar-se de alguém, “não trazem livro de instruçõesmodo a ficar ao nível dos olhos. Para ganhar à nascença”. O equilíbrio, o bom senso,a sua atenção, chamem-lhe pelo nome e sempre, ao lidar com esta e todas asagarre-lhe nas mãos firmemente e diga- outras situações.lhe: “não”, num tom de voz calmo aomesmo tempo que lhe acena com acabeça.76 valemais.pt

valemais.pt 77

Saúde #Lígia Rio As mudanças de tempo influenciam as dores no corpo Mito ou realidade? Também a baixa temperatura influencia as dores no corpo. Quando está frio, é automático haver maior contraçãoÉ muito frequente, nesta altura do ano, ouvirmos as pessoas muscular, principalmente nos músculos do pescoço (trapéziodizer que está a doer um joelho ou as costas . . . e que . . . o tempo superior) quando colocamos os ombros perto das orelhas paravai mudar! Como se o corpo adivinhasse a mudança de tempo. aconchegar o pescoço. Com isto vêm as vulgarmente chamadasMas será que existe alguma relação entre estes dois factos? contraturas e torcicolos. Também com o frio existe vasoconstrição (estreitamento dos vasos sanguíneos) que faz com que o aporteSim, é verdade! sanguíneo seja menor aos músculos e articulações. Há menos nutrientes e oxigénio a chegar a esses locais comprometendo oApesar de não haver consenso entre os especialistas, é unanime que na seu funcionamento e provocado mais dor.realidade os pacientes queixam-se mais. PrecauçõesExistem alguns estudos que evidenciam relação entre o clima e o aumentode dor e rigidez principalmente em pessoas com patologias crónicas e ou Cada pessoa conhece o seu corpo melhor que ninguém e cadadegenerativas, em pessoas que já tenham um fratura antiga, artrite/artrose, uma sabe o que melhora e piora a dor nestas situações.fibromialgia, sinusite, enxaquecas frequentes, cirurgias com material deosteossíntese, próteses, etc. Existem algumas formas de minimizar estes efeitos como vestir mais roupa ou mais quente, manter os espaços aquecidos para evitarO clima influencia a dor. Na maioria dos casos é associado o aumento da variações bruscas de temperatura, evitar vestir a roupa fria, tentandodor com o tempo húmido e baixas temperaturas uns dois dias antes, mas aquecer antes de vestir, manter movimento e agilidade dos membrosparece ser a pressão atmosférica a principal “vilã” nesta temática. A pressão mais afetados, o movimento melhora a rigidez e a circulação.atmosférica não é mais do que a pressão que o ar exerce sobre uma superfície,neste caso sobre nós. De manhã antes de levantar pode aquecer o corpo fazendo movimentos circulatórios com os tornozelos e punhos, O que acontece? dobrar e esticar os joelhos e braços e abrir e fechas as mãos. Também compressas quentesQuando está mau tempo (chuva, aguaceiros, ou botijas de água quente podem ajudar atrovoada, vento forte), estamos perante um minimizar os sintomas (protegidas comquadro de baixas pressões atmosféricas e uma toalha para não queimar e se nãode aumento de humidade relativa do ar. houver edema).Como a pressão atmosférica é a força É importante salientar que com o frio,do ar sobre nós, em casos de baixa a rigidez e atenção muscular estãopressão, a força exercida sobre aumentadas, a probabilidade deos tecidos articulares é menor evai permitir uma expansão dos lesão é também muito maior.mesmos sobre as articulações(inchaço/edema)ecompressão das terminaçõesnervosas causando dornas pessoas mais sensíveisque já apresentem algumafragilidade anterior nasarticulações, tendões, ossosou músculos.78 valemais.pt

valemais.pt 79

Sexo & Amor #Laura CoutoSentir, tocar, massajar a sua pele e massajar o seu parceiro é relaxante, desperta os sentidos e satisfaz a urgência primária de contacto com o ser amado.TOCARComo o maior órgão do ser humano, com milhões de terminais nervosos, a Isto aplica-se em especial se o seu toque for praticado sem pressão oupele responde ao prazer, à dor, às vibrações, ao frio, ao calor e à pressão. É mais expectativas de sexo – tal como o beijo, o toque fora do momento dosfina nos genitais e mais espessa na palma da mão e nas solas dos pés. Os preliminares poderá ser um estimulador da libido. Mesmo que você não sejaterminais nervosos são mais abundantes nos lábios e nas pontas dos dedos. muito sensível a este estímulo, não descure o poder do toque na sua relação. Encontre maneiras simples e sexy de contactar fisicamente de dia ou deFACTOS SOBRE O TOQUE noite e depois use o toque para melhorar também a vossa relação erótica.O toque tem uma importância vital para uma relação do dia-a-dia. É uma das OLÁ E ADEUSprimeiras sensações do bebé no ventre e crucial para um desenvolvimentosaudável na infância. A necessidade de toque é fundamental para a nossa Comece com um braço de bom-dia. Se os vossos horários forem diferentes ousanidade e bem-estar: se perdermos estes sinais de afecto, iremos sofrer nenhum de vocês gostar de acordar de manhã, tente inserir a carícia de um modode stress. Porém, de modo surpreendente, o toque afectuoso tende a diferente. Antes de sair de casa, de manhã, não deixe apenas um pequeno beijodesaparecer nas relações de longo prazo. Os abraços, carinhos e mimos na cara dele enquanto corre para o carro. Desfrute de um minuto da sua agendaque são frequentes no início de uma relação, são esquecidos. Isto deve-se a para criar um ambiente afectuoso para o resto do dia. Envolva-o nos seus braçosque de modo geral a nossa necessidade de afecto não é priorizada e vê-se e dê-lhe um beijo dos lábios. Pensarão um no outro durante todo o dia.substituída pelos cuidados aos filhos, pelo trabalho, questões domésticase um milhão de coisas mais do dia-a-dia. Ao amadurecermos, a falta de ACENDA A CHAMAafecto pode ter efeitos nefastos numa relação – sem haver gestos deternura habituais, a intimidade do casal pode sofrer imenso. Antes de se começarem a tocar, observem-se.CONTENÇÃO NO TOQUE A imagem da pele nua é muito erótica quer para o homem quer para a mulher e despirem-se totalmente fará com que tenham mais sensibilidade ao toque.O toque pode perder-se numa relação quando um casal o enquadra apenas nospreliminares do sexo. Em resultado disto, algumas carícias não-eróticas, tais como Se utilizar uma luz ambiente suave, tal como a luz da vela ou vinda daum afago, um beijo simples ou um abraço, são deixados de lado. Nas relações lareira, a sua pele terá uma imagem mais quente.em que o desejo não é correspondido, o toque torna-se mais contido pois há omedo da rejeição e uma carícia poderá ser interpretada como uma tentativa de TENTE COISAS DIFERENTESconseguir ter relações sexuais. O toque é uma parte vital no mundo dos afectos e pode ter efeitos curativosTOQUE NÃO-ERÓTICO quando é usado de modo frequente e positivo. Encontre novas maneiras de utilizar gestos que transmitam amor e calor humano todos os dias.Se o toque foi conotado com uma série confusa e negativa de mensagens, Experimente toques de tipo quentes, frio, suave e áspero. Tente acariciaros casais devem estabelecer um momento para as carícias não-eróticas e o seu companheiro com um cubo de gelo ao longo do torso, ou aqueça asestabelecer limites claros. As carícias regulares irão naturalmente aumentar a coisas colocando-lhe pedras quentes nas costas.intimidade, o que poderá equilibrar as necessidades sexuais. O seu companheiroficará mais satisfeito e você poderá querer sexo de modo mais frequente. Inserir Estas experiências sensuais ajudarão a repensar e reinventar o toque noas carícias não-eróticas na rotina diária – como acariciar o cabelo do seu vosso relacionamento.parceiro ou massajar-lhe as costas – poderá melhorar a vossa relação e criarum ambiente no qual o toque erótico pode reaparecer.80 valemais.pt

valemais.pt 81

Ensino #Maria Rosa GondimA FLEXIBILIDADE CURRICULAR Ir além dos manuais e dos programasA forma tradicional de encarar e desenvolver os processos de ensino Cabe, então, à Escola impor regras básicas, proporcionando ana Escola espartilhou em demasia as diversas áreas e disciplinas, aquisição de uma cidadania consciente que oriente os jovensindividualizando as aprendizagens complexas. no sentido do futuro, sem contudo lhes retirar a criatividade, alegria e felicidade a que todos têm direito.Porém, a perceção correta de que o conhecimento se encontra à disposiçãode todos, e que a tecnologia está mesmo na ponta dos dedos e acessível Iniciar, portanto, um outro rumo na Escola, a que chamamosem qualquer espaço, obriga a uma nova forma de encarar o processo de “flexibilidade curricular”, não significa mais que compreenderensino-aprendizagem. que o currículo não se esgota nos “programas” e “manuais” e que a multiplicidade de elementos que levam aoAssim sendo, as aprendizagens significativas não são possíveis, sem a conhecimento exige o saber “pesquisar”, dentro do “enormeparticipação ativa e central do jovem aluno. Então,deve-se ter em conta a universo” de “informação” que se encontra ao alcance dediferenciação e a inclusão, implicando o uso de estratégias e metodologias todos e na “ponta dos dedos”, com a tecnologia já acessíveladequadas e inovadoras. a baixo custo.Neste sentido, são desafios atuais ir além do que está prescrito nos manuais, O “trabalho de projeto” é por conseguinte a estratégiadesenvolver competências diversas, visando a criatividade, a solidariedade, a mais adequada, com a planificação das diversas fases e apartilha, o trabalho de grupo e o empenho individual, responsável e autónomo. orientação e promoção das aprendizagens que os conteúdos programáticos objetivam.Deve-se cultivar o espírito de esforço e perseverança na concretização deprojetos e saberes, afirmando-se que o sucesso se constrói com trabalho, Assim, mais do que uma experiência, mais do que uma novamas também com determinação que consolida as estruturas mentais reforma esta é talvez a decisão “política” que melhor reflete anecessárias para vencer obstáculos. necessidade de mudança da Educação na atualidade.82 valemais.pt Fonte: Jornal de Letras, Artes e Ideias, n.º1227,educação, pág.5.

valemais.pt 83

84 valemais.pt


Like this book? You can publish your book online for free in a few minutes!
Create your own flipbook