A Voz de CONCURSO OEIRAS 21 FOTOGRAFIA VENCEDORA, de LINA ROCK ORGANIZAÇÃO ASSOCIAÇÃO CULTURAL HELICAYENNE A VOZ DE PAÇO DE ARCOS MAGAZINE APOIOS C.M.O. UFOPAC CDPA PATROCÍNIOS MARGINAL FILMES JORNAL DEFENSOR DOS INTERESSES DA VILA DE PAÇO DE ARCOS E DAS LOCALIDADES CIRCUNDANTES FUNDADO EM 1979 POR ARMANDO GARCIA, JOAQUIM COUTINHO E VÍTOR FARIA Diretor: José Manuel Marreiro | Bimestral | N.º 37, Outubro de 2021 DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA
ESTATUTO EDITORIAL FICHA TÉCNICA 1 – A VPA é um jornal bimestral de Propriedade: Associação Cultural informação geral na área da cultura e “A Voz de Paço de Arcos” da língua portuguesa, em particular na defesa dos interesses dos habitantes da Sede: Rua Thomaz de Mello nº4 B vila de Paço de Arcos e das localidades 2770-167 Paço de Arcos circundantes. Direção: Presidente - José M. R. Marreiro; 2 – A VPA pretende valorizar todas Tesoureiro - António Alberto Lopes; as formas de criação e os próprios Secretário - Francisco Rita Santos criadores, divulgando as suas obras. Redação: Rua Thomaz de Mello nº4 B 3 – A VPA defende todas as liberdades, 2770-167 Paço de Arcos em particular as de informação, expressão e criação. Ao mesmo tempo, E-mail: [email protected] afirma-se independente de quaisquer N.I.F.- 513600493 | E.R.C. nº 126726 forças económicas e políticas, grupos, Depósito Legal: 61244/92 lóbis, orientações, e pretende contribuir Diretor: José M. R. Marreiro para uma visão humanista do mundo, Diretor-Adjunto: José Maria Santos Zoio para a capacidade de diálogo e o espírito Subdiretora: Maria Inês Bastos crítico dos seus leitores. Editor: José Aguiar Lança-Coelho email: [email protected] 4 – A VPA recusa quaisquer formas Sede do Editor: Rua Thomaz de Mello de elitismo e visa compatibilizar a nº4 B 2770-167 Paço de Arcos qualidade com a divulgação, para levar a informação e a cultura ao maior número Impressão: www.artipol.net possível de pessoas. Sede do impressor: Rua da Barrosinha, A Voz de n.º 160 | Barrosinha Apartado 3051 | 3750-742 Segadães, Águeda Portugal CONCURSO OEIRAS 21 Colaboradores: Antonieta Barata; António M. Santos; Carlos André; Eduardo Barata; FOTOGRAFIA VENCEDORA, de LINA ROCK João P. Pinto; José Marreiro; José Aguiar Lança-Coelho; José C. Silva; Luís Morais; ORGANIZAÇÃO ASSOCIAÇÃO CULTURAL HELICAYENNE Luís Àlvares; Mafalda Ascenção; M. Barão da A VOZ DE PAÇO DE ARCOS MAGAZINE Cunha; Mário Matta e Silva; Marta Ramirez; Paulo Mascarenhas; Santos Zoio; Sara APOIOS C.M.O. UFOPAC CDPA Carvalho; Teresa Coutinho e Virginia Branco PATROCINIOS MARGINAL Fotografia: Carlos Ricardo, Desenhos e FILMES Aguarela - Serrão de Faria, Paulo Mascare- nhas , Santos Zoio e Vítor Martinez JORNAL DEFENSOR DOS INTERESSES DA VILA DE PAÇO DE ARCOS E DAS LOCALIDADES CIRCUNDANTES Capa: Lina Rock Paginação: Andreia Pereira FUNDADO EM 1979 POR ARMANDO GARCIA, JOAQUIM COUTINHO E VÍTOR FARIA Tiragem: 2000 exemplares Diretor: José Manuel Marreiro | Bimestral | N.º 37, Outubro de 2021 cFoadceebarocooks: www.facebook.com/avozdepa- Publicidade: [email protected] DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA Tel.: 919 071 841 (José Marreiro) Diretor Honorário: José Serrão de Faria Subdiretora Honorária: Maria Aguiar 2 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
EDITORIAL Convidado para um exigente pro- Ao sair, levo-os a todos no meu co- jecto de investigação sobre di- ração e, sobretudo, Paço de Arcos que versos autores portugueses que me viu crescer e onde passei a melhor combinaram nas suas produções a filo- adolescência do mundo. sofia com a literatura, vejo-me forçado, por falta de tempo, a não continuar como Não deixarei, porém, de colaborar editor de «A Voz de Paço de Arcos». neste jornal, e no seu suplemento «A Cartuxa», com a minha multifacetada Deste modo, serve este editorial para produção literária, sempre que possí- me despedir de todos os meus amigos e vel. conhecidos, que me acompanharam du- rante os anos que exerci o cargo de editor, Despeço-me, desejando as maiores com as suas amáveis palavras de incenti- felicidades a todos que estão envolvi- vo, bem como sugestões e conselhos. dos neste projecto, bem como aos seus leitores. A terminar, uma palavra de incenti- vo e de êxito para o projecto «Oeiras, capital da cultura» que espero venha a vingar da melhor maneira. Até sempre! José Aguiar Lança-Coelho Licenciado e Mestre em Filosofia pela FLUCL (Escreve de acordo com a antiga ortografia) Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 3
ARTIGO CAPA Concurso de fotografia FOTOGRAFIA VENCEDORA, de LINA ROCK, UFOPAC Exposição e entrega de prémios, realiza- das na Sede Social do Clube Desportivo de Primeiro concurso de fotografia, reali- Paço de Arcos (CDPA), ao qual agradece- zado pela AVPA e em parceria com a mos a disponibilidade. Na mesa, contamos Helicayenne. Um concurso anual, de com a presença da Presidente da União das acompanhamento da candidatura de Oeiras a Capital Europeia da Cultura em 2027. MENÇÃO HONROSA, MENÇÃO HONROSA, de PAULA GUERRA, Freguesia de Porto Salvo de JOSÉ MARQUES, UFALCD 4 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
FINALISTA, de RUI VEIGA, Junto de Freguesia de Barcarena FINALISTA, de RUI VEIGA, U.F. Carnaxide Queijas Freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Acima Os VENCEDORES, em baixo os jurados Paço de Arcos e Caxias, a AVPA, a Heli- cayenne, e o respectivo Júri. O montante dos prémios foi de 750 euros, tendo sido entregues para concurso mais de 100 fotos. Um especial agradecimento aos nossos patrocinadores, que tanto valorizaram este concurso e o projetaram para um patamar muito elevado para 2022. Paulo Mascarenhas Helicayenne PATROCINADORES: Vencedora - ARTIPOL Menção Honrosa APOIOS: - SEDA -JABA RECORDATI C.M.O. Finalista UFOPAC -MARGINALFILMES CDPA - FL&A Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 5
CAMINHOS Esplanadas do Centro Histórico de Paço de Arcos Cá estamos, mais uma vez, a mostrar o conceito de o que tem interesse referir pelos jardim, como era Caminhos do Concelho de Oeiras. entendido por Começamos na Praceta Dionísio Matias, muitos paçodar- quenses, pelo Praceta Dionisio Matias que ainda está a ser discutida e em processo de compreen- são pelo objetivo prosseguido com o novo conceito de praça. No futuro, esta infraestrutura ficará ligada em rede, a outras que surgirão em Monumento aos Hoquistas Campeões Mundiais Mercado Municipal de Paço de Arcos onde terminámos o Caminhos anterior. breve por todo o concelho, o que vem per- Renovada por obras profundas recente- mitir um maior aproveitamento, ao dispo- mente inauguradas, que altera em muito nibilizar novos eventos de natureza cultu- ral. Aguardemos, pois, o que o futuro nos reserva. 6 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
O Renovado Picadilly Reabilitação de prédios do centro histórico Como previsto, reabriu o Picadily, com decorrem obras de recuperação do prédio nova gerência, e novo conceito, espera-se de habitação e lojas, quem vão trazer mais que volte a ser o importante local de en- habitantes, e lojas, ao Centro Histórico, e contro e de convívio que foi, durante déca- contribuir para a sua modernização. Em das, para milhares de habitantes, e visitan- frente, o Centro de atividades culturais, e tes, desta Vila. Também reabriu o Centro desportivas que proporciona atividades a de Cópias, agora chamado PDF, serviço muitos jovens. muito importante para quem trabalha No andar su- em casa e não tem ao seu dispor todos os perior, a casa meios exigidos. onde nasceu, e residência do Centro de cópias PDF antigo dirigen- te do CDPA Saímos da Praceta, e seguimos pela Rua Tito Moreira Candido dos Reis, onde, no lado esquerdo, Rato, devida- mente identifi- cada por uma placa alusiva. Descemos, Antiga casa de Tito Moreira Rato e à nossa direita temos a parede murada do Quartel de Paço de Arcos, hoje com ati- Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 7
CAMINHOS Edifício em Reabilitação teremos a homenagem anual para recor- dar o seu legado que se mantém vivo no vidade muito reduzida em relação ao pas- coração dos seus amigos e admiradores, sado, mas onde, de quando, em quando se com um programa que convidamos o ouvem os ensaios da Orquestra Ligeira do leitor a consultar e a nele participar. Exército. Um conjunto de antigas habitações, há muitos anos desocupadas, aguardam por obras de substituição, cujo projeto estará em elaboração, segundo julgamos saber. E que ao se concretizarem certa- mente virão enriquecer a Praça e valori- zar também o monumento que lhe fica fronteiro. Chafariz e Esplanada Villa Lounge Esplanada Pizzeria A Rúcula Entramos no Largo 5 de outubro, com Segue-se outra esplanada, da Pizaria as suas árvores e plantas que lhe dão um Rúcula, que veio ocupar as instalações caráter único, e onde temos o chafariz, a do restauran- esplanada, o monumento ao ator José de te criado pelo Castro. Diga-se que no próximo dia 20.11, fundador de A Voz de Paço de Monumento ao actor José de Castro Arcos, Joaquim Coutinho, e que, posterior- mente, esteve o restauran- te Aquarela do Brasil, cuja memória se mantém junto dos seus muitos Porta do Antigo Forte de S. Pedro 8 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
clientes que não esquecem as movimen- escola de jogadores de hóquei em patins tadas sessões culturais, poesia e música, do Mundo, aqui se fizeram muitos cam- que ali se realizavam. peões do Mundo, designadamente, Jesus Correia, Correia dos Santos e Emídio No fim do muro do quartel temos a Pinto. porta do Forte S. Pedro, memória do Forte e da estrutura de defesa anti-sub- Bonito pormenor do jardim marinos, aqui instalada e que se destina- va a defender a entrada da barra através Atualmente, e após a construção do Pa- do lançamento de torpedos. Esta estru- vilhão, este espaço é utilizado para práti- tura foi demolida com a construção da ca desportiva informal e zona de conví- Estrada Marginal, no início da década vio. de 40 do século XX. A meio do jardim temos o coreto, o Chegámos à Av. Marquês de Pombal, jardim infantil e o Pavilhão, que está a ao jardim municipal. Estamos perante o aguardar o início das obras, a efetuar monumento que homenageia o Patrão Lopes, o grande herói da terra, pelos seus feitos no mar, e que todos os anos é recordado com as festas em sua honra, no mês de Agosto. Logo ao lado, o antigo rinque de pa- tinagem, onde o CDPA fez a melhor Rinque Leocádio Pórcio Coreto do Jardim Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 9
CAMINHOS pelo novo concessionário, esperando-se a sua reabertura no próximo verão. O Pa- vilhão, local de encontro de há muitos anos, onde se encontram serviços de pastelaria, restaurante e esplanada. Ao longo do jardim, da Avenida, os ha- bituais bancos são ponto de tertúlia de amigos que aqui se encontram amiudadas vezes para pôr a conversa em dia. Sede Social do Clube Desportivo de Paço de Arcos Pavilhão do Jardim a aguardar obras ria, que encerraram devido à sua política de fecho de balcões perante a evolução dos Esplanada do Restaurante Praia Velha mercados. Os temas adivinham-se, novas do dia, O antigo BES, hoje Novo Banco, muito saúde e doença da família e dos amigos, contribuiu para a vida económica da Vila. desporto, a vida social e clubista da vila, e as preocupações que cada um tem em cada Vamos terminar no edifício, Sede do dia e que só são partilhadas com os amigos. CDPA que durante décadas desempenhou importante papel na vida social e desporti- Os restaurantes O Pastus e Praia Velha va da vila. Aqui decorreram grandes festas, montaram esplanadas, respetivamente no bailes e eventos sociais de grande impor- Coreto e na rua do jardim que fica na sua tância. Aqui se fazia teatro, o que moti- frente. vou o aparecimento de atores, nomeada- mente, José Manuel Pinhanços, JOSÉ DE Aqui chegados, estamos no largo que an- CASTRO, que ficaria na memória, e no co- tigamente tinha mais atividade, o cinema, ração, de gerações de paçodarquenses que hoje escritórios e lojas vagas, ex Montepio, não o esquecem. Lusitana e, mais recentemente, imobiliá- Presentemente, o Salão Nobre conti- nua ao serviço da cultura e do desporto, e as salas térreas proporcionam as con- dições para os sócios praticarem jogos de sala, bilhar, snooker, e de mesa, dominó e cartas, a que acresce a esplanada onde o convívio acontece entre sócios e amigos. Os Caminhos de hoje ficam por aqui, voltaremos no próximo número com novas ruas, novas avenidas e novos pontos de interesse. Até lá. Texto: José Marreiro Fotografia: Santos Zoio 10 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
CULTURA Conferência de António Nabais Ocorreu no passado dia 20.09 fazer força para que a candidatura saia de 2021 a conferência do Pro- vencedora. fº. António Nabais intitulada “ História Cultural do Rio Tejo - da Texto: José Marreiro Fronteira até à Foz”. Fotografia: Carlos Ricardo Integrada na programação da exposi- ção “ Fortificações de Oeiras-Patrimó- nio do Tejo e do Mundo”, patente no Palácio do Egito, e com organização da CMO e da EMACO, sobre a orientação dos Historiadores Fátima Romboust e Joaquim Boiça. O evento integrou a programação, mais vasta, da fase de preparação da Candi- datura de Oeiras a Capital Europeia da Cultura em 2027, que está a decorrer até 24 do corrente mês de novembro, data da entrega da proposta. Ficamos a Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 11
BIOGRAFIA Filipa Elvas, “uma paixão, um exemplo de vida” Filipa Elvas, portuguesa, nasceu em Desde esse dia, 20 de Agosto de 2011, que Lisboa a 26 de Abril de 1976. descobriu que a Maratona | Corrida são o Vive em Caxias desde tenra idade, seu ‘caminho’. com os pais, irmã gémea e irmão, sem esque- É a correr que é feliz. cer a avó, aqui cresceu, estudou e fez amigos. Desde 2011 que faz duas ou 3 Maratonas | Pessoa discreta, tranquila e que passava des- 42KM por ano: percebida à maioria dos vizinhos, pelo que foi uma grande surpresa para todos, as no- 2011 Helsínquia | Varsóvia tícias sobre as suas grandes vitórias despor- 2012 Miami | Chicago tivas, para além da sua carreira profissional, 2013 China | Berlim | Gronelândia Hospedeira de Bordo, da TAP, há 14 anos, 2014 Tróia | Atacama 2015 Davos | Oslo | Porto desde 2007, que, como 2016 Perú é sabido, é já de si, bas- 2017 Roma | Petra tante exigente. 2018 Antártida | Toronto | Florença Poucos vizinhos, e até amigos, saberiam da Venceu três maratonas: A maratona da enorme paixão, e de- grande muralha da dicação, da Filipa, pela China, a maratona corrida, e como não é da Gronelândia e agarrar as coisas mais a maratona da An- simples dedicou-se de tártida. alma e coração à que Diante dois cami- lhe assentava que nem nhos, escolhe o uma luva, a MARATONA, sim: a prova mais mais árduo. Geral- longa e exigente do panorama mundial do mente é o melhor. atletismo. A Adversidade é A treinar sozinha, como ela própria afirma, um Desafio. a sua maneira preferida, poucos teriam co- Os obstáculos são nhecimento disso, pelo que a surpresa que um Desafio. referimos foi de imediato substituída pelo sentimento de grande orgulho. “Licenciada em Sociologia do Trabalho - Recursos Humanos, pelo Instituto Supe- rior de Ciências Sociais e Políticas | ISCSP. Começou a correr em 2011. Nesse ano fez a sua primeira Maratona, em Helsínquia. 12 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
A dificuldade é um Desafio. Numa Maratona, a condição física é muito Numa Maratona existem muitas Adversi- importante. Os treinos diários são funda- dades, que surgem durante todo o percur- mentais. O esforço e a dedicação contí- so. nuos são valiosos. O empenho, a determi- A cabeça é, para Filipa, o músculo mais nação e a força de vontade são tudo. importante do corpo. Filipa dá muito valor à Inspiração durante uma Maratona e, durante os seus treinos diários. A Inspiração está intimamente ligada à Emoção e à Força Interior. Sem Inspiração não corre. Sem Emoção, também não. Corre porque é apaixonada. Para todas as Maratonas treina sozinha, em silêncio, sem música. É assim que gosta de correr. Sozinha.” Quem não gosta de saber que uma sua vizi- nha, para além da sua vida familiar, carreira profissional, ainda é uma grande atleta? A Voz de Paço de Arcos associa-se ao grupo dos seus admiradores, congratula-se com os seus êxitos, e deseja-lhe que continue a dar-nos boas notícias, o que nos é garantido pela sua paixão e dedicação com que se en- trega à prática desportiva. PARABÉNS FILIPA José Marreiro Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 13
TERTÚLIAS Os Bardinos Anualmente, no mês de Setembro, o camente, mas con- Grupo Tertúlico “Os Bardinos” tem tinuam sempre inscrito no seu Plano de Activida- presentes na nossa des, o reinício das suas Assembleias Gerais, memória (Bardi- do pós férias, com a Romagem de Saudade nos: João Barosa aos Nossos Campeões do Hóquei em Patins Pereira, Vítor Pes- de Paço de Arcos. tana, Fernando Assim, às 12 horas do dia 30 de Setembro Reigosa) e ainda a 2021 realizámos junto da Estátua existente Todos os Atletas, no Jardim da Praceta Dionísio dos Santos Dirigentes, Asso- Matias a nossa III Romagem de Saudade e ciados e Simpatizantes do CDPA e de Paço Homenagem aos Campeões do Mundo e da de Arcos. Europa de Hóquei em Patins: Emídio Pinto, Correia dos Santos e Jesus Correia, nossos Em seguida o “Mandante dos Bardinos” conterrâneos e que, por onde passaram, dei- em funções (Carlos André), proferiu algumas xaram o nome de Portugal, de Paço de Arcos palavras alusivas à ocasião e de apresentação e do Clube Desportivo de Paço de Arcos, bem do “Homenageado do Ano”, o José Virgílio vincados para a posteridade e gravado a le- grande continuador dos feitos dos Nossos tras de ouro. Campeões Conterrâneos e que também al- Neste ano, em que também se comemora o cançou a Glória perpétua como Desportista: Centésimo Aniversário do Clube Desportivo Campeão do Mundo, da Europa e dos inú- de Paço de Arcos, decidimos também home- meros Títulos Nacionais e Internacionais a nagear um Amigo e um Hoquista natural e nível de Clubes onde teve oportunidade de formado para o Hóquei em Patins, em Paço jogar. Foram ainda enaltecidos os feitos HIS- de Arcos, o José Virgílio Pereira Domingos, TÓRICOS dos Campeões que pretendemos brilhante continuador dos títulos de Cam- Honrar e muito nos Emociona, determinan- peão do Mundo e da Europa pela nossa do que possamos afirmar a Grandeza das Selecção Nacional, e que também nos inú- Gentes Simples mas Muito Sensíveis e Bair- meros clubes nacionais e estrangeiros onde ristas de Paço de Arcos. jogou durante a sua longa carreira despor- tiva, também Ele não deixou créditos por Aos Convidados Leonor Correia Monteiro mãos alheias e sempre divulgou com orgulho (Filha de Jesus Correia) e José Virgílio foi-lhes o nome de Paço de Arcos e das suas Gentes. Os Trabalhos da Assembleia Geral Extraor- dinária iniciaram-se pelo Presidente da Mesa da AG, Bardino Nicha (António José Dias da Silva) com um minuto de silêncio, por inten- ção e memória dos distintos Homenageados Campeões do Mundo e da Europa, extensivo ainda aos Bardinos que já nos deixaram fisi- 14 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
solicitado que procedessem à colocação de e o Homenagea- um ramo de flores na base da peça escultóri- do José Virgílio ca, muito gentilmente oferecido pela Amiga tiveram oportu- Céu, Florista no mercado e que fez, à seme- nidade de trocar lhança do ano anterior, a gentileza de o ofe- novas lembranças recer com uma justificação que aceitamos e sobre a ocasião e muito nos ORGULHA. Ficámos a saber que a Ordem de Tra- os Bardinos não estão sozinhos nesta Home- balhos foi cumpri- nagem Anual. A razão é simples, mas muito da, como é habitual nestas ocasiões, com os significativa: A Céu tem muito carinho por assuntos agendados referentes ao passado e um Hoquista representado na Estátua, o Je- presente de Paço de Arcos, que nas suas inú- sus Correia, “muitas vezes andou comigo ao meras vertentes, foram analisados e discuti- colo enquanto criança” ... se este argumen- dos. to não é uma verdadeira manifestação de Agradecimento, Orgulho e Bairrismo, então O futuro não foi esquecido e ficou determi- a Vida e a História não deixam marcas pela nado que em Setembro de 2022 realizaremos nossa passagem nesta encarnação. OBRIGA- a IV Romagem de Saudade aos Campeões, DO CÉU. onde os Homenageados anuais anteriores seriam também convocados a comparecer Em seguida, o Homenageado José Virgílio para a Jornada de profundo significado para fez uma pequena alocução de agradecimen- os paçodarquenses. to aos Bardinos pela lembrança, recheado de memórias passadas, mas muito gratifican- Texto: Carlos André tes, tendo oferecido um prato pintado, em Fotografia: Vitor Martinez seu nome e que ficará adicionado ao espólio deste Grupo Tertúlico Bardínico em lugar de destaque. Aos Amigos, Leonor Correia Monteiro, Firmino Pinto, António José Correia Santos, filhos dos homenageados, ao José Virgílio, à Céu (florista), ao João José Bértolo (ama- velmente disponível para obter as melhores fotos da ocasião), aos Bardinos e a tod@s as pessoas AMIG@S que estiveram presentes e deram um brilho e um sentido ainda mais es- pecial a esta ocasião, agradecemos do fundo do coração a vossa presença. Muito Obriga- do. A Assembleia Geral Extraordinária foi en- cerrada com uma foto de Tod@s os partici- pantes nesta Homenagem. Pelas 13 horas, no Restaurante “A Carula” decorreu uma nova Assembleia Geral, agora Ordinária - vulgo Almoço, onde os Bardinos Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 15
SAÚDE Quatro fábulas para entender como convivemos com a Pandemia (Continuação do nr . anterior): O maior objetivo do D, D, D é cas como sejam, por meio da persuasão, em- a disseminação pregando um amplo processo de uma doença, sem haver explica- de lavagem cerebral, tornar a vítima, ção para a forma como ela se propaga, dependente do seu torturador. O Pro- quais os limites naturais da sua ação cesso consiste em incutir à vítima um e disseminação, qual o limite para as medo constante e fazer acreditar que mesmas. está mais segura sob a custódia do tor- turador do que estando em liberdade. No caso de coletividades, também incide sobre a limitação da economia Para chegar a esta finalidade são em- com incidência no desemprego e na pregues 8 condições. falta de segurança familiar, com um perigo de vida iminente. a) isolamento da vítima (perda de contacto com o exterior, isolamento e) Práticas de indulgência ocasio- social, quarentena) nais. b) controlar a perceção da víti- Algumas concessões ocasionais po- ma em relação à realidade (através do dem ser aplicadas de forma a dar con- monopólio da informação de forma a fiança à vítima, mas que são logo reti- desorientar a vítima confinada). Este radas. Exemplo, abrir algumas saídas objetivo é conseguido manipulando e convívios, mas, sempre cumprindo a informação, seja a geral, TV, rádio, regras e limites (distanciamento, uso jornais, revistas, seja através das redes de máscara, etc.) sociais, Facebook, blogs, etc… f ) Exibir manifestações de omni- c) levar a vítima à exaustão física potência, como sejam, fechar a econo- e mental. Através de situações aceites mia de um país de um dia para outro, como normais fazer perder o equilí- fecho de fronteiras, impedimento de brio emocional - Situação de confina- deslocação, haver uma demonstração mentos combinados com ócio forçado de forças, ou seja, demonstrar bem e apresentação de cenários apocalípti- claro quem manda. cos iminentes. g) Fomentar a degradação do ser d) Aumentar a ansiedade e es- humano. Punir de forma humilhan- tresse com ameaças, em que vítima é te cidadãos honestos como se fossem bombardeada com ameaças psicológi- bandidos, porque não cuidam da saú- 16 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
de dos seus correligionários vizinhos. anteriores, mas que agora atingem e Obrigar as pessoas a cumprir regras abarcam a população mundial, em de vida, limitar liberdade individual, que o processo de controlo social é tão obrigar a estar em filas, impedir ocu- monumental e intenso, que a maioria pação de certos espaços (praias, espla- das pessoas não consegue vislumbrar nadas, etc. Esta prática imposta con- a sua existência. tinuamente faz com que o indivíduo acabe por aceitar o destino imposto Mas ele está sendo posto em prática: pelas autoridades. por meio da doutrinação, “tornar a ví- tima dependente do torturado”. Começa pelas autoridades sanitárias e acaba nas autoridades policiais… A única forma de contornar a si- porque esse estado” lhes causa menos tuação está num comportamento in- danos do que resistir” Resistir”, é inú- dividual que se traduz pela “desobe- til. O indivíduo fica reduzido à condi- diência civil”, à partida considerado ção de animal enjaulado, reportando politicamente incorreto. aqui à situação dos porcos selvagens. Reforço das demandas triviais. O po- Estamos a enfrentar uma situação der instituído muda as regras de acor- muito ambígua, havendo defensores do com as necessidades do momento. de ambos os lados, os rebeldes, trata- Assim são desenvolvidos hábitos de dos como insurretos e desmerecedores conformidade com as restrições. São do apoio coletivo, e os submetidos, que criados jogos mentais em que as auto- acatam a ordem imposta de forma, hu- rizações e a liberdade, podem ser tira- milde e respeitadora da força das con- das em qualquer momento, bastando dicionantes do processo de submissão: para isso um bom pretexto para o efei- os torturadores. to (caso dos lares para idosos comple- tamente isolados do contato externo). Qual a analogia com a situação que se vive com a Pandemia do Corona Ví- Com esta abordagem, de uma forma rus? sintética, tentei mostrar como estas formas de proceder estão a ser apli- Será por demais evidente que a po- cadas hoje, recorrendo aos processos pulação está neste momento a ser su- jeita a uma pressão efetiva por parte das autoridades (sanitárias e oficiais) a um regime que se se enquadra nas Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 17
SAÚDE premissas acima descritas. O mais ca- quanto a essa prática foi desenvolvida ricato ainda será o fato de conhecer- noutras situações e quando foram me- mos as técnicas, os meios e os fins, e recedoras dessa credibilidade. não sermos capazes de discernir a me- lhor maneira de responder à crise que As vacinas tradicionais são os ele- estamos a atravessar. mentos por excelência para prevenir as doenças de tipo pandémico. No en- Considerações finais. tanto em casos de uma atuação ime- Esta situação chega ao absurdo diata como a do Covid-19, apresentam quando um especialista, de maior re- deficiências, especialmente pelo nú- nome, confessa que estamos a atraves- mero de variantes que vão surgindo. sar um processo semelhante aquele Estas traduzem-se por uma diminui- que decorreu na Idade Média e conti- ção na medição de eficácia, assim co- nuamos com os mesmos métodos em- mo, por inerência à sua eficiência de bora respaldados pela vacinação. Esta atuar, por levarem um intervalo de já não tem o mesmo âmbito inicial, já tempo de atuação difícil de definir, no não chega vacinar 70% da população, exercício e na capacidade imunológica mas sim a população no seu total. inibidora. São por natureza, iminentes Realmente verificamos a existên- preventivas, não são efetivas no mo- cia de uma falta de conhecimento mento da aplicação. concreto quanto à maneira de erra- dicar a doença. De uma forma quase A falta do aparecimento de medica- irracional somos levados a acreditar mentos eficazes, de ação imediata so- que a melhor para evitar a doença é bre a infeção, torna o panorama sani- o afastamento, a distanciação... Para tário mais débil, com desorientação do completar essa situação de prevenção, poder instituído. Nesta situação vamos recorremos às vacinas, fabricadas na verificar com mais intensidade a apli- ocasião e de resultados ainda pouco cação dos pressupostos anteriormente conhecidos quanto aos efeitos adver- referidos. sos ao longo do tempo. Elas só são me- recedoras de credibilidade pelo histo- Eduardo Barata rial que existe em relação às antigas, 18 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
SUPLEMENTO CDPA V MUDANÇA DO SÉCULO, MUDANÇAS E MAIS MUDANÇAS. O REENCONTRO TORNA-SE NECESSÁRIO… Com a chegada do século XXI, acen- não tem deveres, mas tem direitos, apenas tuam-se a alterações sociais que se vi- porque paga. nham já afirmando nos últimos anos. As populações deixam de ser sedentárias, Também as variantes na restinga da Cova tornando-se globais, as atividades despor- do Vapor que se vinham acentuando so- tivas são liberalizadas, permitindo a prolife- bretudo a partir do final do século passado, ração de novos ginásio, clubes e ATLs. Estas com a erosão de várias praias e dunas de evoluções afetam fortemente a identidade São João da Caparica acabaram por fazer do clube, pois quase sem que os sócios se desaparecer por completo o areal do Bugio, apercebam, os atletas anteriormente maio- mudando profundamente as características ritariamente residentes em Paço de Arcos, dos utentes do Centro Náutico, o que asso- passam a ser na sua grande maioria de ciado ao decréscimo da atividade desporti- todas as localidades da grande Lisboa e al- va da Vela em todo o país, acabou por con- guns até de mais longe, o que interfere for- fundir a atividade daquele importante polo temente nos relacionamentos internos do do clube. clube. A proliferação de atividades despor- Como se não bastassem estas importantes tivas e recreativas com fins mais ou menos alterações, o clube debruça-se sobre o pro- comerciais, veio também desorganizar uma blema da sucessão de Valentim Silva, que atividade concentrada anteriormente nos em 2006, após terminar o seu 4º mandato clubes desportivos, levando a uma desca- não pretendeu apresentar recandidatura. racterização das atividades. Ao invés do que Na impossibilidade de se promover uma acontecia anteriormente, agora para se pra- lista para ser presente a sufrágio, foi delibe- ticar desporto já não é necessária a filiação rada a criação de uma Comissão Adminis- desportiva, fazendo desmoronar o conceito trativa liderada pelo Presidente da Mesa da de pertença e a dedicação ao grupo. Agora Assembleia Geral Armindo Azevedo. se um jovem não consegue atingir a perfor- João Serra que tinha a forte e correta con- mance pretendida, não tem de se esforçar vicção de ter já dado o seu contributo no um pouco mais, basta procurar outro clube dirigismo desportivo, não admitindo que a ou outra atividade com um nível competi- direção do Clube caísse no vazio, acede a fa- tivo mais baixo e muda-se. O sentimento zer mais um mandato. de pertença é substituído pelo sentimento Faleceu a 12 de abril de 2008, vitima de de compra. A oferta supera largamente a doença prolongada antes de o terminar, procura, sobrepondo-se assim o espírito do obrigando à constituição de nova Comissão ATL (Atividades de Tempos Livres) sobre o Administrativa, agora liderada por José Lyn- espirito da união desportiva. Agora o atleta ce Moreira Rato, que iria promover rapida- mente novo sufrágio donde saiu presidente Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 35 Junho 2021 19
SUPLEMENTO CDPA V da direção José Manuel Pereira da Silveira. mente sob a ameaça da incerteza de uma Após dois duros mandatos muito marcados pandemia mundial, no entanto há lugar ain- pelas rápidas mudanças nas caraterísticas e da a uma visita do Bispo Auxiliar de Lisboa no ritmo da vida comunitária do inicio do Dom Joaquim Mendes onde se acentuou século, sucede-lhe Rui Miguel Pereira Mar- o papel do Clube na preparação e acompa- ques, em 2012, que num esforço por nor- nhamento dos jovens, mas também o for- malizar a vida associativa, aposta forte na te potencial que o clube tem e deve ter no diversificação de modalidades de ginásio, acompanhamento aos sócios mais idosos. nunca conseguindo ultrapassar a sobrance- Também o Presidente da Camara Municipal ria do hóquei em patins, nem a revitalização de Oeiras, Dr. Isaltino de Morais visita o pa- do Centro Náutico levando a que pedisse a vilhão gimnodesportivo, inteirando-se das demissão em 2013. O clube atravessa perío- suas condições e promovendo a restrutu- dos complicados, os sócios não conseguin- ração do mesmo, propondo-se um pavilhão do entender bem as profundas alterações moderno e adaptado aos desafios futuros, administrativas e conjunturais, afastam-se com obra prevista para 2022. das decisões associativas, tornando difícil a A 12 de Março de 2020, por força da decla- organização de eleições regulares. É forma- ração efetuada pelo Organização Mundial da mais uma Comissão Administrativa, des- da Saúde, declarando estado de Pandemia ta feita encabeçada por José Augusto Rosa Mundial provocada pela disseminação do Dias, que viria a estar em funções durante vírus SARS-CoV-2 que ficou conhecido como 11 longos e duros meses. Em 2014, Marco COVID-19, toda a atividade desportiva em Paulo Gonçalves Afonso assume a difícil ta- Portugal foi interrompida. O CDPA não foi refa de reorganizar o clube. excepção e pela primeira vez na sua longa O regresso da instabilidade diretiva, trouxe história interrompeu toda e qualquer ativi- o regresso da estagnação no investimento dade, seja desportiva, cultural ou económi- e crescimento do clube, mesmo assim, foi ca, que só viria a ser retomada já com me- possível em 2002 substituir o piso do pavi- nos limitações em finais de 2021. lhão desportivo, que não era mexido desde No campo desportivo, ainda em continua- a sua construção em 1974 e que sofreria ção dos excelentes resultados alcançados nova substituição 18 anos mais tarde em em anos anteriores, consegue que na pa- 2020, altura em que foi também feita a ins- talação de uma nova grua no Centro Náuti- co. Já em 2003 tinha sido inaugurada uma nova receção e secretaria naquele pólo, e em 2018 foi substituído o telhado de todo o complexo, que se mostrava já fortemen- te afetado pela maresia. Obras todas elas, mais uma vez contando com o inestimável e imprescindível apoio da Camara Municipal de Oeiras. O início do ano de 2020 começa timida- 20 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 35 Junho 2021
SUPLEMENTO CDPA V tinagem artística, em 2001, Cátia Silva se que impediram a prática da modalidade no sagre campeã nacional de Show Solo, em nosso pavilhão, por este ter tabelas fixas, a 2002 Magda Silva, regressada de uma lon- modalidade passou a “andar com a casa às ga paragem provocada por uma grave en- costas” sendo desenvolvida em pavilhões fermidade num joelho, sagrou-se campeã municipais sob gestão da Oeiras Viva, o que nacional de juniores femininos em figuras aumentou de forma considerável os custos obrigatórias e patinagem livre, Luis Robledo e que foram afastando a modalidade do consagrou mais um titulo de campeão na- centro nevrálgico do clube. Este afastamen- cional nas provas de patinagem livre e no to, levou a que as sucessivas direções não programa curto e em 2004 Catarina Cardiga encontrassem outra solução, que não a de é campeã nacional na categoria de juniores promover a obrigatoriedade de autonomia em patinagem livre, figuras obrigatórias e financeira da secção, solução essa, que se combinado. Em 2018, Diana Ascenção faz revelaria ainda mais contraproducente le- terceiro lugar, com a consequente medalha vando a numa primeira fase, uma grande de bronze na Taça da Europa, e a equipa incerteza no futuro da modalidade e à sua do CDPA estreou-se no campeonato na- posterior suspensão em 2015. cional de show e precisão na especialidade Nos ginásios foi-se progressivamente assis- de “Show Grupos Pequenos”, (entre 6 e 12 tindo a uma viragem das modalidades de atletas) apresentando o esquema “Fortitu- dança para as de luta, sendo ainda de des- de”, obtendo um excelente 3º lugar. tacar em 2001 o titulo de campeão nacio- nal de Cardiofunk, e o belíssimo espetáculo A equipa sénior do de dança clássica promovido pelo ballet do andebol sobe à 1ª Clube, no auditório da Forças Armadas em divisão em 2002 e Oeiras em 2002. consegue no ano se- Em 2007 o Jiu Jitsu, sob a liderança de guinte o brilhante ti- Diogo Valença conquista vários títulos na- tulo de campeão na- cionais e internacionais que renovaria até cional da 1ª divisão. 2012, ano em que também o kick-boxing No entanto pelas do CDPA conquista dois títulos nacionais. alterações às regras, Em 2016, Olha Serby, no seu ano de estreia Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 35 Junho 2021 21
SUPLEMENTO CDPA V é campeã nacional de boxe e em 2018 Ana canoa em 2003, e realiza um grande pas- Cruz atleta do Karate do CDPA é chamada a seio na nossa costa em 2004. O Kayak Polo Seleção Nacional de Katas. estreia-se em 2007 e conquista em 2009 a Nas atividades náuticas, Diogo Lopes é Taça de Portugal, título que renovaria em campeão nacional em Laser Radial em 2001, 2012, ano em que foi também campeão na- José Pedro Toscano e Maria Rodrigues, são cional Sub-16 e que voltaria a conquistar em campeões nacionais em “Hobie Cat 16” no 2013. ano seguinte, e Pedro Maia e Ana Maia na Na pesca Rosa Cris- mesma classe conquistam o titulo em 2003. tino é campeã mun- A canoagem sofre um forte incremento, dial pela Seleção Na- participando na subida do rio Arade em cional em 2008, e o CDPA reúne títulos de campeão nacional em 2012, 2014, 2015, 2017, 2019 e 2021, para além de outros títulos Internacionais, individuais e coletivos. João Fortuna, figura incontornável da vida do CDPA, conscien- te das limitações que a idade vai impondo, põe um ponto final nas suas atividades náu- ticas em 2018 e no ano seguinte entrega ao Museu da Marinha, o “Pé-leve”, canoa Ca- traio-do-Tejo, que representa uma das mais bem-sucedidas recuperações de uma antiga embarcação do Tejo realizada em Portugal. No hóquei em patins, Portugal vence a Taça Latina em 2002, 2003 e 2016, com a parti- cipação dos atletas do Clube, Valter Neves, Rui Ribeiro, Carlos Silva, Pedro Afonso, Ricar- 22 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 35 Junho 2021
SUPLEMENTO CDPA V do Bar- mais ou menos sucinta expondo os factos reiros, mais relevantes destes 100 anos de vida Guilher- do Clube. Muito terá ficado por dizer, pois me Silva grande parte da história do clube está ain- e Diogo da enraizada nas memórias dos sócios que Alves. urge sistematizar. No decurso deste traba- Na for- lho não pude deixar de admirar o esforço mação, dos muitos, conhecidos e desconhecidos, o CDPA que fazem a grandeza deste clube a que me conse- orgulho de pertencer. Ali aprendi a patinar, gue em a trabalhar em grupo, a conviver, a partilhar 2001 o alegrias e tristezas, conheci muitos e muitos inédito de conquistar os títulos de campeão amigos, mas sobretudo, foi ali que me fiz nacional em todos os escalões da formação, homem. infantis A, iniciados, juvenis e juniores. Foi Um clube desportivo é um agrupamento também campeão nacional de infantis em de pessoas com um ou mais objetivos em 2003, 2010, 2012, 2016 e 2017. Em inicia- comum, com um grande fator agregador dos foi campeão nacional em 2005 e de ju- por desenvolver e reforçar o espírito de gru- niores em 2002 e 2007. Os veteranos foram po e o orgulho de pertença. Independente- campeões europeus em 2012 e os Sub 15 mente das divergências que por vezes nos campeões da Eurockey Cup (campeonato assolam, é importante que os órgãos sociais da Europa) em 2018. sintam o que vai na alma dos sócios e é im- Nos seniores, o sob e desce continua. Em portante que os sócios sintam, que nunca é 2007 desce à 2ª divisão, sobe à 1ª em 2009 demais o seu contributo para a elevação do e volta a descer em 2010, coseguindo o clube. regresso à 1ª divisão em 2011. Em 2020 Para que o clube continue, é importante fruto de uma decisão inédita da FPP que que os sócios se unam e se aproximem dos interrompendo o campeonato nacional em jogos, das instalações, dos eventos, das de- março, entendeu não estarem reunidas as cisões. Aliás, não faz sentido algum que as- condições para a atribuição do título nessa sim não seja, e o motivo é simples. época, mas que, no entanto, as desclassi- O Clube é dos sócios, e os sócios são o Clu- ficações de divisão seriam aplicadas, apa- be! nhando o CDPA fruto de um inicio de época Pelo percurso palmilhado, pelas conquistas complicado, em posição de despromoção. conseguidas, mas sobretudo pelo que re- Em 2021 é reposta a justiça e o CDPA regres- presentas, PARABÉNS CDPA! sa ao seu lugar, na 1ª divisão nacional. Ao longo deste ano, fomos de uma forma Luís Morais Caro leitor, este suplemento é o último que iremos publicar contando a história de vida do clube. São destacáveis para que os possa reunir em livro. Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 35 Junho 2021 23
PSICOLOGIA 5 Formas de evitar conflitos desnecessários 1. APRENDA A COMUNICAR Tente melhorar a cada dia que passa. Sempre que fizer algo errado, pon- A maioria dos conflitos surgem por dere sobre o assunto e analise a me- falta de uma comunicação adequada. lhor forma de o melhorar. Se alguém lhe apontar os erros, não fique irrita- O primeiro passo é aprender a ser do sem motivo. Aceite as críticas cons- um bom ouvinte. Faça esforços para trutivas, tente entendê-las e corrigir ouvir o que os outros lhe dizem. Re- se for esse o caso. giste o que ouviu, ou se for algo im- Não há nada de vergonhoso em estar portante, faça anotações. Assim, evi- errado, aprenda a pedir desculpa. Pe- tará mal-entendidos. dir desculpa vai ajudar a evitar perdas de tempo e envolver-se em conflitos Se ainda assim, surgirem desenten- irrelevantes. dimentos, tente esclarecer as várias perspetivas. Tire um momento para 3. CONTROLE AS SUAS EMOÇÕES ter a certeza de que juntos estão em sintonia. Explique calmamente o que Precisa avaliar e entender quando va- está a incomodar e constate se isso é le a pena insistir pelo seu ponto de ou não um problema real. Peça ao ou- vista. Deixe os conflitos mesquinhas tro para apresentar e especificar o seu no passado. problema. Assim, irá compreender melhor o que originou tal situação. Proceda em conformidade e não dei- xe que as emoções negativas se apo- Pondere e atue de bom senso para derem de si, orientando de forma pre- encontrar soluções, ao invés de con- judicial, no sentido de tomar decisões frontar por vezes agressivamente o precipitadas que possam vir dar um outro, com o intuito de obter a razão. rumo à sua vida que não era de todo Esforce-se e em conjunto descubram o desejável. soluções. Não faça julgamentos precipitados Certifique-se em informar o outro sobre pessoas e situações, ou encon- de todas as contrariedades que pos- trará um conflito desnecessário. Se sam surgir. tem uma impressão errada de alguém, dê-lhe uma segunda oportunidade. 2. SEJA HUMILDE E ADMITA Dê às pessoas o tempo necessário pa- OS SEUS ERROS ra mostrar o seu verdadeiro “eu” ao invés de julgar com base em supostas Entender e admitir os erros é funda- histórias contadas e irrefletidas. mental para evitar conflitos desneces- sários. Reflita sobre as suas ações e as Esteja ciente e constate de como se suas falhas. Seja o que for, tente traba- sente emocionalmente, procurando lhá-las ativamente. Tente acalmar-se e descobrir a razão. seja mais flexível. 24 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
4. RESPEITE A OPINIÃO solvidas. De um pequeno problema, po- DOS OUTROS de gerar-se uma guerra. Ao discordarem, tornam-se cada vez mais intolerantes. Quantas vezes, as pessoas pensam que A importância da presença de um tercei- só pode haver uma perspetiva válida. ro elemento neutral é fundamental para Mas isso está longe de ser verdade. As melhor resolução do conflito. pessoas podem estar certas sobre o mes- mo assunto, apresentando outros pontos de vista diferentes. Entender isso é fundamental para evi- tar conflitos. Faça um esforço para ouvir e compreender outros pareceres, para poder debater com mais assertividade novas formas de resolver o assunto em questão. Tenha sempre cuidado ao fazer co- mentários. Tente colocar-se no lugar do outro. Seja empático e trate as pessoas com respeito. 5. USE UM TERCEIRO ELEMENTO Texto elaborado por: IMPARCIAL Mafalda Ascensão Algumas disputas são tão pessoais que Psicóloga de formação dificilmente poderão ser totalmente re- Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 25
A VELHICE E A SUA DIGNIDADE Musicoterapia* “Até o silêncio é um som” (Pensamento de Luís Álvares) Ao lado da dança, pintura, tea- de não nos cansar, serve de alimento es- tro, canto, e outras mais, a mú- piritual, para enfrentar as vicissitudes tão sica é uma arte, com visíveis presentes no nosso quotidiano. efeitos terapêuticos. Reabilitam de um modo geral as pessoas que têm difi- É, evidente, que em certos momentos da culdades em comunicar os seus senti- nossa vida, cada um de nós tem necessi- mentos e as suas emoções, em suma, o dade de escutar uma música apropriada. que lhes vai na alma. Estudos científi- É intrínseco, isto é, vem de dentro de nós cos demonstram que, os sons ao acalmar para o exterior como uma determinada os nossos estímulos, atenuam e podem até música ajudar-nos numa determinada curar algumas doenças que possamos ter, altura, e talvez a mesma possa prejudicar- e prevenindo a existência de outras. -nos noutra. Constatamos, que, paulatinamente em Como linguagem universal que é, a Portugal, se vai divulgando a terapia pela música tem o condão, em termos tera- música, também chamada Musicoterapia, pêuticos, de ser útil no tratamento de método este, de relaxamento há muito re- crianças autistas aquando perturbadas conhecido em vários países. emocionalmente. Ajuda igualmente, a melhorar a coordenação motora de Todos nós, e cada um à sua medida, sa- crianças com deficiências neurológicas, bemos quão relaxante o é, enquanto exe- cegas, surdas, bem como os idosos, em cutamos alguma tarefa, estarmos em refle- xão com uma música de fundo. A música, em contraste com o ruído, é o som que, de uma forma muito especial, mantém o corpo e o espírito em constante movimento. Este não é nem mais nem me- nos que o pulsar constante da vida. Além, 26 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
especial os doentes com Parkinson. cilmente, de forma eficaz. Cientistas estudiosos do nosso cérebro, Em jeito de conclusão podemos consta- o qual não posso esquecer e com muito tar que a musicoterapia, para além de esti- orgulho o português António Damásio, mular o bom humor, dá muito ânimo para concluíram que ouvir música desencadeia enfrentar a ansiedade, o stress, as depres- a produção de endorfinas, substâncias sões e além disso ainda tem estas proprie- químicas produzidas pelo cérebro que dades coadjuvantes dos “A’s” ,para a me- funcionam como estimulante natural, e, lhoria da nossa qualidade de vida, que eu consequentemente, melhora o estado de próprio atrevidamente resumi, , a saber: espírito. • Auxilia a expressão corporal A música é uma das soluções contra a • Aumenta e monitoriza a capacidade depressão, bem como contra uma série de dores físicas e espirituais, que nos vão respiratória acompanhando ao longo da nossa vida • Aprimoriza a coordenação motora • Autonomiza a tensão arterial Um outro campo em que a musicoterapia • Alivia as dores de cabeça, as insónias e é utilizada, e com resultados comprovados, situa-se nos casos de crianças hiperativas. inquietações Hoje em dia a hiperatividade é considera- • Atenua a hiperatividade da uma perturbação de desenvolvimento • Apoia nas depressões e ansiedades extremamente comum. A música acalma • Ativa a qualidade de vida estas crianças, ajuda-as a descontraírem-se • Ajuda a tolerar o tratamento de doen- e, acima de tudo, origina um aumento de ças cancerígenas concentração e confiança que se reflete na • Ameniza a suportar doenças crónicas sua auto-estima. Dito isto, só nos resta uma solução. Ouvir Sabendo que, a audição é o primeiro sen- muita música que se adapte aos nossos ou- tido que o feto desenvolve, os seus ouvidos, vidos e ao nosso espírito, de acordo com o ficam logo “preparados”, para o reconheci- momento e disposição em que encontrar- mento dos sons. Assim, o recém-nascido mos. Eu estou disposto a fazê-lo. O estima- têm “necessidade” para o equilíbrio psico- do leitor, acompanha-me? -emocional, com a mãe, ouvir músicas, que criem uma atmosfera de paz, de modo a *Luís Álvares que o mesmo ou ambos, adormeçam fa- Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 27
EVENTOS Helicayenne - by paulmask.com Amigos, a Helicayenne vai para a 6ª das pelo mundo. Tema: edição da revista com o parceiro “Oeiras abre o livro”, AVPA, terminando, assim, o pri- ou seja, ver Oeiras e o meiro ano de existência. Um feito lindo, mundo pelo lado de fo- em que tivemos a participação de centenas ra. Serão escritos 100 poemas por 50 poeti- de pessoas. É sempre gratificante ter tanta sas. Data prevista de saída, fevereiro de 2022 adesão nas actividades que fizemos e que continuamos a fazer, destacando as mais “Tás com os recentes: copos” - Oeiras Criativa e ami- Concurso de fotografia Oeiras 21-27 – Pro- ga do Ambiente movido pela AVPA, com a nossa parceria – 21 – Promovido Promoção do Município de Oeiras, no âm- pela Associa- bito do “Oeiras 2027” – Será realizado todos ção Paço d’Ar- os anos, até 2027 – Evento 2021 já realizado. tes com a nossa parceria e AV- Calendário Oeiras 2022 – Um calendário PA. Projecto On- de Mesa e/ou de parede, com o tema do line e Físico – Os Município de Oeiras, em que as fotos colo- copos de papel cadas são do concurso de fotografia Oeiras estão na moda e não poluem o 21 . ambiente. Com simples copos de papel, va- Livro de mos motivar as pessoas a criarem algo origi- nal (desenho, pintura, escrita, moldagem...). Poemas e No dia 12 de dezembro, termina este even- Fotografias to e os melhores trabalhos serão expostos do Muni- e premiados na Sede da Associação Paço cípio de d’Artes. Os trabalhos online (máximo de Oeiras 2022. 3 criações por pessoa) devem ser enviados Vinte e para [email protected] duas poeti- sas irão poe- Estes são alguns dos projectos que temos tizar sobre e caso alguém queira participar como vo- 22 fotos do luntário, informe-nos. Mais informações Município no site paulmask.com. de Oeiras. Livro pron- Boa leitura, participem e sejam felizes… to, e que deverá sair no final do ano ou iní- cio de 2022. Aguardamos parceiros. Paulo Mascarenhas Livro de poesia “Alma de poeta, alma in- Site: paulmask.com | Facebook: Heli cayen- discreta” – Em parceria com a Associação ne | Instagram: @helicayenneRevista: Paço d’Artes e AVPA, este livro será escrito https://pubhtml5.com/bookcase/ravo na língua de Camões, por poetisas espalha- 28 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
CRÓNICA Um homem estranho Ovelho casarão de cinco andares A senhora pací- cheirava a fantasmas de séculos fica conteve a sua recuados. Os seus ecos ainda res- tensão. Ainda agar- soavam. Lúgubres eram todos os espaços. rava o peito palpi- Supunha-se que apareciam fantasmas, daí tante quando se o preço baixo da renda. refugiou no quarto, Na cavalariça o Dr. Humberto, médico neu- empurrando a ca- rologista, colocava garrafas de vinho tinto a beça para debaixo refrescar. Era um grande apreciador de vi- dos lençóis. nhos da região. Dia sim, dia não, às oito da manhã, a pa- A esposa, pacífica senhora sempre pres- cífica senhora corria até à porta de entrada, surosa, cavalgava os degraus dois a dois abria-a, desaparecendo imediatamente su- sempre que a mulher-a-dias batia à porta bindo pela escadaria ao longo dos esconsos carregada de compras do mercado. das latrinas. O Dr. Humberto havia sido transferido Um dia o monstro chegou mais cedo. Es- para Chaves como voluntário na especia- tremunhada, de camisa de noite, tremia. lidade de Terapia da fala. Constava que Raios partam o homem. tinha sido penalizado por razões políticas, mas ele não o dizia a ninguém. Vestiu um roupão curto, deslizou escadas abaixo envergonhada daquele traje quase Dias após a chegada ao casarão, numa obsceno. Iria violá-la e matá-la de seguida. altura em que o silêncio era atordoante, a senhora pacífica ouviu bater à porta. Não O Dr. Humberto quando chegasse com seria a empregada, pois essa vinha todos os a sua maleta de médico já só veria os des- dias e batia mais suavemente. Espavorida, troços da mulher que ela havia sido. E um desceu do quinto andar onde funcionava a silêncio fez-se de omissão. única casa de banho decente, com o cora- ção a galopar-lhe na boca. Mas, surpresa das surpresas, o marido que também chegou a essa hora, vinha da Observou pelo postigo um homem dis- rua, de umas palestras a que tinha assistido torcido como aqueles que aparecem nos fora de casa. pesadelos, olhos salientes de sapo, gengivas sem dentes. Abriu a porta, mas logo o seu Cumprimentou o homem com um aper- corpo se recolheu na sombra. to de mão cúmplice, ficaram os dois a cava- quear durante bastante tempo. Foi aí que Queria chamar pelo marido ausente. En- a senhora pacífica pode verificar como o contrava-se agora à mercê daquela criatura “monstro” falava muito bem e na cumpli- repelente. Desfaleceu e deve ter desmaiado cidade que havia entre ele e o marido. De por segundos. uma assentada pulou os cinco andares da casa e meteu-se na cama a magicar no suce- - Bom dia, dona, desculpe. Sou eu, o Isi- dido até que adormeceu. doro, que vou passar a recolher o lixo dia sim, dia não. Estranhamente a sua voz era O marido havia de lhe contar que raio de doce. Olhava-a com humildes pupilas. homem era aquele. Antonieta Barata Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 29
EFEMÉRIDE Aniversário UFOPAC O8.º aniversário da UFOPAC, ocorrido no dia 16 de outubro, foi comemorado com a ce- rimónia do hastear das bandeiras, na sede da União, seguindo-se um almo- ço que juntou os eleitos para os seus Órgãos e convidados. A Voz de Paço de Arcos deseja as maio- res venturas na vida da União em prol dos seus fregueses. Parabéns UFOPAC Texto José Marreiro Fotografias Carlos Ricardo 30 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
SAÚDE Ser ou não ser vacinado Normalmente considera-se que em todas as civilizações, mais ou menos evoluí- Ciência, não há verdades absolu- das, tinham e têm esse desiderato. tas. Esse facto leva a que opositores se digladiem, sem terem o escudo total da A vacina só deu os primeiros passos após razão a apoiá-los. Desde sempre existiram os trabalhos de “Edward Jenner”, contra opiniões divergentes nos temas relativos a varíola. Esta doença infeciosa dizimava aos métodos de combater a doença, poden- populações inteiras, e foram evidentes os do mesmo verificar-se em certos casos um efeitos provocados nas populações indíge- extremar de posições. nas ameríndias, após o contato com os eu- ropeus a partir do século XV. Convém talvez fazer uma pequena rese- nha sobre o percurso e objetivos obtidos Com a inoculação prévia da zona puru- pela vacinação. Já referi em texto anterior lenta dos infetados na população, conse- que existe uma diferença essencial entre guia-se reduzir largamente a incidência da medicamento (fármaco) e vacina, embora doença. esta diferenciação não seja seguida crite- riosamente por todos. Mas foi “Louis Pasteur” que recorrendo à “pasteurização” com redução da virulên- O primeiro é pró-ativo, e o segundo é pre- cia microbiana, que desenvolveu toda uma ventivo. Duas situações logo à partida que nova perspetiva de âmbito sanitário, a me- os coloca em campos diferentes embora dicina preventiva. Recorrendo à redução possam ser complementares em certos ca- da virulência de um determinado agente sos. infecioso, mas mantendo as características básicas do agente que ao ser introduzido Os medicamentos têm um historial que no organismo, iria estimular os anticorpos se iniciou com a evolução do próprio ho- contra esses mesmos microrganismos. As- mem em contacto com a natureza, procu- sim se foram desenvolvendo, à medida que rando encontrar elementos (substâncias se descobriam e identificavam os agentes das mais variadas origens) que permitis- infeciosos, novas vacinas. A mais represen- sem lutar contra enfermidades de forma tativa, à época, foi a vacina contra o bacilo imediata. Todas as mesinhas que se foram de Koch causador da tuberculose e a seguir desenvolvendo ao longo dos tempos e em a vacina da raiva por Pasteur. A primeira in- Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 31
SAÚDE cide sobre um bacilo, a segunda sobre um mente, beneficiando do contacto com os vírus. Para qualquer uma delas não existe indivíduos vacinados. Para existir esse tipo nenhum medicamento eficaz e a preven- de imunidade são necessárias coberturas ção através da vacina, continua a ser a for- vacinais muito elevadas. ma de erradicar a doença nas populações. Também se verificou que para conferir Princípios básicos da vacinação uma proteção adequada, a maior parte das vacinas exige a administração de várias do- A vacinação consiste na administração de ses em intervalos definidos. um ou mais antigénios. Estes são respon- sáveis por desencadear a produção de an- Neste campo da imunidade adquirida, ticorpos tal como acontece na presença da um outro problema se levanta no processo doença original, mas gerando o mínimo de de vacinação, é o de saber por quanto tem- efeitos secundários. Pretende-se que estes po a vacinação é considerada válida e da anticorpos funcionem como protetores necessidade ou não de reforçar com uma para o indivíduo, quando este estiver em nova aplicação contendo o mesmo volume contacto com o agente infecioso, e que o ou variantes do produto antigénico. efeito protetor perdure pelo maior tempo possível. O Programa Nacional de Vacinação (PNV) Ao longo dos anos, verificou-se que o papel vacinas tem uma vertente adicional. Em Portugal, o Programa Nacional de Va- Elas atuam também através de um outro cinação (PNV) iniciou-se em outubro-no- mecanismo muito importante, designado vembro de 1965. Trata-se de um conjunto por imunidade de grupo ou proteção indi- de vacinas, dadas gratuitamente ao maior reta. Ao interferir na colonização (infeção), número possível de cidadãos, segundo prevenindo-a ou reduzindo a sua densida- orientações técnicas e um calendário de de no indivíduo vacinado acaba por produ- idades de vacinação recomendado. A pri- zir a prevenção ou redução da transmissão meira vacina do PNV foi a da poliomielite. para os não vacinados que ficam assim A esta seriam acrescentadas, em 1966, a tos- menos expostos e não são tão afetados pelo se convulsa, a difteria, o tétano e a varíola. microrganismo. Desta forma, os indivíduos Note-se que muitas destas vacinas eram já não vacinados, são protegidos indireta- administradas à população portuguesa an- tes do PNV, embora com percentagens de cobertura da população muito inferiores 32 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
às visadas pelo PNV. Em 1974 e 1987, o sa- frações desses mesmos genes. (Trata-se de rampo, a rubéola e a papeira (= parotidite) um processo de farmotecnia que consti- foram acrescentadas ao PNV. Mais recen- tui um dos principais segredos de patente temente (Jan 2006) o PNV recebeu a vaci- mantidos pelas farmacêuticas). na conjugada contra o Meningococo-C., e ultimamente outras têm sido progressiva- Havendo todas estas incertezas, para mente adicionadas à medida que o conhe- além das muitas outras que estão depen- cimento relativo à eficácia e tolerância têm dentes do próprio estado imunitário de sido comprovados. O PNV português teve cada individuo, não parece que se possa um sucesso considerável e relativamente renegar a atitude de certas pessoas, que rápido na redução da morbilidade e mor- levantam dúvidas e que não se sentem talidade de muitas das doenças visadas. confortáveis em serem vacinadas. No en- Doenças como a difteria, a poliomielite, o tanto fruto de uma persistente divulgação tétano pré-natal e, mais recentemente, o sa- governamental, parece que existe uma im- rampo, praticamente desapareceram. posição de consciência pública ao limitar as pessoas negacionistas a terem acesso aos Voltando ao comportamento mesmos direitos dos demais sob a capa de populacional perante a vacinação. que podem ser perigosos para os outros. Já vimos que a vacinação da gripe sazonal A apresentação do passe sanitário para assim como da covid-19, não estão integra- entrar em espaços mais fechados, vem das no Plano Nacional de Vacinação (PNV) adicionar um compromisso de imposição pelo que não são vacinas obrigatórias. que limita definitivamente a liberdade de escolha das pessoas. Já não há espaço para Existem muitas razões que podem levar a quem não queira seguir as restrições que que parte da população não se sinta atraída nos são impostas, limitando definitivamen- para ser vacinada. Já foram abordadas an- te a liberdade de escolha. A vacinação não teriormente várias situações de suspeita. A é obrigatória, mas quem não for vacinado primeira está ligada à desconfiança na efi- deixa de ter certos direitos de cidadania. cácia real versus efeitos adversos que tem surgido pós suas aplicações. No caso da va- Temos assistido à forma como as autori- cina antigripal, acontece muitas vezes, o su- dades de saúde apresentam norma atrás de jeito ser infetado pela própria vacina, ou ter norma, sem justificação clara e científica, o reações febris de grande mal-estar. Em se- que leva a que esses conselhos acabem por gundo lugar esta última geração de vacinas parecer voláteis e arbitrários. Isso corrói a vai caminhando no campo muito melin- confiança do público e torna mais difícil a droso da genética e coisa pouco divulgada, aplicação de regras que podem fazer senti- recorre como excipiente, a nano estruturas do. Por outo lado, numa população muito lipídicas (cápsula envolvente de lípidos da fragilizada e desconexa vai-se gerar um pe- fração genética), das quais se conhece mui- cado muito humano, o egoísmo. Primeiro to pouco quanto à sua capacidade de pene- eu, depois os outros, que por não seguirem tração e até que ponto podem interferir no o meu princípio, me vão prejudicar! próprio código genético ao transportarem Eduardo Barata Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 33
TERTÚLIAS Tertúlias Literárias no Clube Alto da Barra (Cab) Em meses de ou- prefácio de presidente dr. Isaltino tubro/dezembro, Morais, e posfácio de coronel Marcos cinco sessões, 2.ª Andrade, diretor do Jornal do Exérci- e 4.ª quinta-feira, in- to (após a 1.ª apresentação, na Livraria cluindo dois livros, de sócios do CAB, Municipal Verney, condicionada, em e três órgãos de comunicação, sendo 2020.12.28; e esteve prevista para 01.28, dois relacionados com Oeiras; no caso 5.ª feira, no Clube). de continuidade para 2022, já estão em reserva revistas e livros) 12.09, 2.ª quinta-feira 15h30: apresen- tação de O Correio da Linha, pelo di- 11.11, 2.ª quinta-feira, 15h30: apresenta- retor Paulo Pimenta ção de Jornal do Exército, com diretor coronel Marcos M. Barão da Cunha Andrade e t.-co- ronel Fernando Rita. 11.25, 4.ª quin- ta-feira, 15h30: apresentação de livro O Homem Sonha?, de Ma- nuel Barão da Cunha, sócio n.º 249 do CAB, edição de Câmara Municipal de Oeiras, com 34 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
MOTE POESIA MOTE Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 José Carrasco da Silva 35
POESIA Cenário Certeza A menos que os sentidos se demitam Quando olho para fora Eu estarei sempre aqui, Abro as portadas das janelas Entre dois olhares Para a luminária noite (Câmara-de-Vigilância-do-Ser?), Onde a poalha de ouro dos sonhos A ouvir-te, por um lado; Oscila sob a brisa A dar-te ânimo, por outro. Há uma flutuação de diamantinas partículas Porque é de Amor que se compõe Um orvalho de fogo iluminando O passadiço entre os que sabem O mais recôndito bosque nos primórdios da Que amanhã é sempre o dia vida Em que queremos estar melhor, Quando olho para dentro Ser mais perfeitos. Mergulho atraído para um cósmico centro Armação de Pera, 8 de abril de 2021 A íntima latitude de um lugar ínfimo António Manuel dos Santos Onde a pequenez almeja os lugares elevados Subindo as escadas de luz Relembrar Pompéia Até ao azul dos céus desejados A apaziguadora paz da cicatrização de uma Ao findar os anos 70 depois de Cristo ferida O Vesúvio arrasou uma cidade Quando olho para ti O Planeta guardou esse registo Espelho ondulante de treva e de sangue De Pompeia sofrendo tal calamidade. Vejo uma dança de sombras Estávamos na Roma Antiga, em esplendor Oiço a sinfonia de silêncio que a música da Uma civilização que deixou vincadas morte congemina Vivências outras, de gente sem pudor Invisíveis reflexos Num pulsar de crimes, vis, desvirtuadas. Perdidas memórias Pompeia de sempre, mesmo soterrada O choro do recém-nascido Corpos e haveres, em História recriada Num corpo moribundo e envelhecido Bafejada por outros valores em convulsão; Agora Urbe então desfeita em rio de lava Quando olho não vejo Recordada hoje, em La Palma, quando recriava Imagino apenas a luz do teu olhar A força imensa de um outro vulcão. Amor 22 de Setembro de 2021 Oiço a tua voz que da distância se aproxima Mário Matta e Silva E já bem perto Dentro do meu coração palpita O desejo e a certeza de que és minha João Pedro Pinto 36 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
A confiança Poema A confiança conquista-se nos actos; A voz que se estilhaça como cristais – No amor, na amizade, No vértice do pensamento de quem nos abraça, No espaço vazio de um futuro poema de quem nos beija e enlaça. Onde o silêncio da ausência Devemos evitar a grosseria, a vulgari- Formou a muralha que nos separa dade. Do que nos espera nas distâncias Quanta dor pode estar latente A voz muda no peito de quem a defronta. Altissonante como a brisa interior de um Quanto mais se adquire o conhecimento sonho menos estamos disponíveis para confiar. Como a trombeta da manhã Quanto mais se confia, Quando a música da luz e dos pássaros mais profunda será a mágoa, Inunda o quarto com a nascente de um novo se a nossa fonte parar de jorrar dia a mesma pureza da água.. A voz que se derrama É como quem aceita a mortificação do Como a mudez do orvalho cilício, Ilumina as pétalas dormentes da madruga- ou a ferida do gume da espada, da ficará com a alma estilhaçada. Quando o cárcere do coração que sangra Vestirá uma anágua de silêncio. Obscurece o luar E mesmo depois da alma colada Tenebroso lugar de loucura em exposição na vitrina, Onde os vitrais que não vemos vê-se que ficará rachada, São ecos na escuridão embora conformada com a sua sina. A voz calada pelas horas que não voltam Pela sabedoria imersa na profunda terra Virginia Branco Onde só o sofrimento germina João Pedro Pinto Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 37
POESIA 600.2021 Qualquer Comece UM de NÓS por se CURAR AJUDAR A CURAR a SI Próprio… pode ser -é um modo CURADOR… e depois de SERVIR (não é preciso Ajude a Curar os Restantes !... a HUMANIDADE ! ser (se for com “doutorado”…) A CURA pode ser : -AMOR ALTRUISTA E que fique -INCONDICIONAL bem declarado : -PESSOAL -com EMPATIA…) -INDIVIDUAL TUDO PODE -COLECTIVA… COOPERANDO (segundo Voluntariamente SER a Vontade Criativamente CURADO ! do CURADOR… e do para CONSENTIMENTO das Entidades o BEM GERAL a serem (e para a EVOLUÇÃO AJUDADAS !) da GENTE !) SantosZoio.1-Paço de Arcos- 18.09.2021 Usando a INTUIÇÃO [email protected] O CURADOR SUPERIOR 589.2021 Trabalha com a LUZ o AMOR (-BRANCA (Altruísta Desinteressado -PURA do CURADOR ) -DOURADA) SantosZoio.1.Paço de Arcos -CURA qualquer SER do 21.09.2021 (que queira ARCANJO METRATON… [email protected] ser Curado !…) O CURADOR 588.2021 -e não precisa de ser formado em Medicina… -é apenas Cada UM de NÓS (embora tais Um INTERMEDIÁRIO pode ser conhecimentos UM CURADOR ! SOLIDÁRIO (desde só auxiliam…) que queira SER (e não pode receber AMOR TUDO CURA ! qualquer material Retribuição UM COOPERADOR SantosZoio.1-Paço de Arcos ou Honorário… 18.09.2021 do AMOR !) mesmo por GRATIDÃO…) [email protected] . 38 CJoornmaleAceVoz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
CONTO A ir Está perto. A hora de partir vem a cami- ri-te antes, quando nho. Já fiz as malas, levo pouca coisa. pensares em mim. Já precisei de muito, hoje não preciso É o que desejo. Es- de nada. Apenas paz para ir, como um raio tarei sempre onde de luz, que desaparece lentamente à medida me quiseres colo- que o sol se põe, atrás do mar, deixando um car e um dia sei que rasto de brilho. nos voltaremos a O manto engelhado que me cobre foi sem- encontrar. pre a minha melhor proteção. Começou como seda fina, depois cetim, al- Sara Carvalho godão, lã e por fim uma manta de retalhos que pouco me aquece mas é repleta e reflexo O tempo, de vida - da minha e das que por mim deixa- um instante. ram marca. Dos meus amores, filhos, netos, amigos, paixões. São as manchas que me Falaste sarapintam a pele e contam histórias antes Fizeste de dormir. Os sulcos são as facadas, os cor- Aproveitaste tes dos vidros da existência a que sobrevivi. Amaste? Os olhos, agora embaciados, foram os faróis que me guiaram e mostraram o caminho. A Maldito momento, mente, agora perdida, fez de mim alguém já passou. que se nota. Os cabelos, outrora ondas de alcatrão, são apenas fios de neve. As coxas Devia ter dito aquilo fortes, que te prendiam a mim, são somen- Devia ter feito diferente te uns palitos pálidos e carentes. As mãos Devia ter aproveitado melhor que aconchegavam a roupa da cama, que Devia ter amado mais limpavam, cozinhavam, carregavam, trata- vam, acarinhavam e enxugavam lágrimas Maldito tempo, são apenas duas frágeis peneiras. As dores já passou. do corpo pesam-me no espírito. É assim. É o que o tempo nos faz. Esse maldito que nunca Volta! parou de avançar. Mas, está tudo bem. Sos- Anda para trás sega. Agora vou sem pressa. Vivi à máxima Deixa-me apagar velocidade, aproveitei cada momento, viajei, Deixa-me alterar fui intensa em tudo que me envolvi, amei com coração cheio, entreguei-me de alma e O que não foi dito peito aberto, vivi à minha maneira. Vou fe- O que não foi feito liz. Aguardo pacientemente. Ela deve estar a O que não se aproveitou chegar, vou voltar para Ele. Não me chores, O que não se amou Maldito tempo, já passou. Aprende com o ontem Vive o hoje Prepara o amanhã Fala, faz, aproveita e ama melhor que no passado Maldito passou num instante. Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 39
HOMENAGEM Homenagem a António Alves Ribeiro Écom grande consternação que ho- muito valiosos. Quem teve a oportunida- menageamos, postumamente, o de de participar nunca mais se esqueceu nosso grande amigo, e colaborador da experiência enriquecedora que viveu. de A Voz de Paço de Arcos durante déca- das com o pseudónimo Zé do Real, com Para melhor recordarmos o nosso ami- as suas crónicas sobre Caxias. go, que acabou de nos deixar fisicamente, juntamos um texto seu, publicado em A Nestas crónicas, o Alves Ribeiro de- Voz de Paço de Arcos, em Junho/Julho de monstrava todo o seu interesse pelo de- 2011. Nesta obra desportiva e social Antó- senvolvimento da terra que escolheu nio Alves Ribeiro teve em Amadeu Carva- para viver, vivendo intensamente todas as lho um parceiro e amigo de grande valia, situações que necessitavam de interven- para além de muitos outros, que também ção da autarquia, levantando problemas deram o seu contributo. e dando sugestões para a sua resolução. José Marreiro A obra desportiva e social que desen- volveu em Caxias, uma das suas princi- pais obras, a par da sua atividade em prol dos clubes de recolha de sangue, visava o crescimento pessoal dos jovens locais, mas também envolvendo os jovens que estavam na instituição, onde tinha pres- tado serviço, Instituto Padre António de Oliveira, nome à data. A sua iniciativa teve o envolvimento de Pais e Professores da Escola Primária, e de professores de educação física, para além de outros voluntários, foram po- tenciados com a entrada no Movimento Voluntário Desportivo, com a criação do MVD/CCD-Caxias. Os resultados foram 40 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
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HOMENAGEM 42 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
Homenagem a Maria Eduarda Galhoz Maria Eduarda Galhoz, nascida marca de em 2 de Agosto de1926, deixou- Mulher for- -nos há dias, no dia 16 de Outu- te e de con- bro de 2021. vicções. Era É a Amiga e Mulher de força e personali- a Amiga dade forte que aqui queremos recordar! que, muitas vezes nos Foi professora na Escola de Mira-Sin- surpreendia tra e, desde aí (tempo em que a conhece- com a sua mos), acompanhámos a sua vida e o seu ajuda e a percurso de envolvimento e criatividade sua ternura, nas diversas áreas da cultura: da escrita numa pre- (participou em manuais escolares e li- sença sem- vros colectivos), à leitura (clubes de lei- pre forte!... tura, particularmente o Clube de Leitura da Escola de Mira-Sintra e ao qual foi Muito nos ensinou e a sua experiência dado o Seu nome Concurso de Leitura foi tão importante para nós! “Maria Eduarda Galhoz”. É destas marcas que é feita a nossa Já mais tarde, e, depois dos 70 anos Saudade! (idade com que deixou de lecionaar), a Universidade Sénior Nova Atena de ”O essencial é invisível aos olhos” e a Linda-a-Velha foi o Centro dinamizador Nossa Eduarda era assim!... da sua actividade cultural: da poesia ao teatro ( Jograis, Grupos de Poesia e Gru- O Grupo da Amizade po de Teatro), sempre esteve envolvida como só Ela sabia fazer, com motivação e empenho, associando a criatividade ao saber, mas sempre questionando tudo, como na vida que Ela procurava sempre conduzir e na qual foi deixando a sua Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 43
HOMENAGEM Um poema dos muitos escritos por Maria Eduarda Galhoz, em Dia de Aniversário A ANIVERSARIANTE CONVENCIDA Faz os anos bem disposta Convencida Não lhe corre mal a vida Há sempre muito pior Também poderia ser melhor Mas conseguiu ultrapassar Mil invés de arrasar Que vão ficando para trás E sorri em desafio Até com alguma altivez É uma questão de brio Ou de falta de sisudez. Amigos a acompanham Sem chegar a conhecê-la Ou conhecem bem demais? É mistério a desvendar Para quem se preocupar Com sentimentos dos demais. Dia de anos tem beleza Vai de surpresa em surpresa E muitas dão alegria Tantos amigos em volta Alguns de há tantos anos Que conserva por magia! E também os mais recentes Que há tempo atrás não conhecia Mas que parecem estar crentes De que não sofrerão desenganos Oxalá sejam bons videntes. Aceitam-se os Parabéns Penetram no coração Quando há algum revés São eles que dão a mão. Maria Eduarda Galhoz 5 de Agosto de 2015 44 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
BREVES À SOLTA Feira de Artesanato de Paço de Arcos As próximas edições para o ano de 2021 / dia 6 de Novembro e dia 13 de No- vembro, dia 4 de Dezembro e dia 11 de Dezembro. A Feira de Artesanato está inserida no Projec- to da C.M.O. juntamente com o Mercado Bio- lógico , e vai continuar durante o próximo ano de 2022 dando a conhecer o artesanato feito pelos artesãos residentes em Paço de Arcos e arredores. Com estes eventos artesanais pretendemos também dar maior cor e vida ao nosso ma- ravilhoso e acolhedor Jardim Municipal de Paço de Arcos. Teresa Coutinho Lançamento Livro Memórias de Angola Aconteceu no dia 28 de outubro pelas ram tambem 15h00 a apresentação de livro Memórias presentes a dra de Angola, de dr. Eduardo Barata, sócio do Helena Cha- CAB, edição de Programa Fim do Império ves-Ferreira e Âncora Editora, com apoio de Câmara (sócia e ex-vo- Municipal de Oeiras, Comissão Portugue- gal da Cultura sa de História Militar e Liga dos Comba- do CAB, dra tentes; e participação do autor, do coronel Rosária Bata- José Montez, e do coordenador do Pro- lha e Manuel grama FI, e de Manuel Barão da Cunha, Batalha, em- coordenador das tertúlias do CAB. Estive- baixador Henriques da Silva; comandante e dr. Pais de Ramos; Janine Moreira Rato, Carmo Espada, M.ª Lurdes Morna, Adília Louro, Antonieta Barata coronéis Veloso (sócio) e Sérgio Campos, Flávio Paiva e Daniel Gouveia (sócio e autor); num total de 17 participantes; tendo a Liga vendido 9 exemplares do livro e doado ao CAB 10€. M. Barão da Cunha Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 45
RECEITAS DA TIA CÁTIA Natal PERU RECHEADO COM CASTANHAS E ESMAGADA DE BATATA COM MAÇÃ 6 pessoas INGREDIENTES P R E PA R A Ç Ã O BIFES: 1. Para a esmagada: coza as batatas e as maçãs em água. Depois de cozidas, escorra-as e · 12 bifes pequenos de peru esmague-as com um esmagador de batatas. · 1 cebola Acrescente a manteiga, o sal e a noz-moscada. · 2 dentes de alho 2. Para fazer o ananás: descasque o ananás e · 20 g de basílico corte-o em fatias, retirando o centro mais duro, · 200 ml de natas e marine em açúcar amarelo e rum por uma · 100 g de fígado de peru hora. Depois grelhe-o numa chapa bem quente. · 50 g de bacon 3. Para o recheio: coloque num tacho um · 12 azeitonas verdes pouco de azeite e refogue a cebola e o alho. Adicione o bacon, envolva, junte o fígado sem caroço e tempere com piripíri. Acrescente as · 150 g de castanhas castanhas e refresque com vinho branco. · Azeite q.b. Deixe apurar e, quando estiver no ponto, · Manteiga q.b. deite no processador e triture uma primeira · Cravinho q.b. vez. Junte as azeitonas e o basílico e volte · Piripíri q.b. a triturar. · Gengibre q.b. 4. Para os bifes: tempere-os com sal, espalhe · Vinho branco q.b. uma fina camada do recheio, enrole-os como se se tratasse de uma torta e feche-os com ESMAGADA: um palito para não abrirem. Numa frigideira grande, frite os bifes num pouco de azeite · 4 maçãs e manteiga e reserve. · 4 batatas 5. Na mesma frigideira acrescente as natas e o · 3 colheres de sopa gengibre para fazer o molho e deixe cozinhar até engrossar. de manteiga 6. Corte os rolos de peru às fatias e sirva com · Sal q.b. o molho. · Noz-moscada q.b. · 170 · ANANÁS: · Ananás · Açúcar amarelo · Rum q.b. 46 Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021
Natal FATIAS DOURADAS COM MAÇÃ E ANANÁS 8 fatias INGREDIENTES P R E PA R A Ç Ã O · 173 · PARA AS FATIAS DOURADAS: 1. Num tacho, leve ao lume 600 ml de leite com três colheres de sopa de açúcar, as cascas · 8 fatias, com 2 cm de de limão, meia vagem de baunilha e o pau de espessura, de pão de cacete canela. Mexa e deixe aquecer para misturar os ou pão de forma com 3 dias aromas. · 600 ml de leite gordo 2. Coe o preparado e deixe arrefecer até ficar · ½ vagem de baunilha morno. · 1 pau de canela · 3 colheres de sopa de açúcar 3. Mergulhe as fatias de pão no leite e passe- · 3 ovos batidos -as bem pelo ovo batido. · Mistura de açúcar com canela 4. Disponha todas as fatias num tabuleiro de PARA A FRUTA CARAMELIZADA: forno forrado com papel vegetal, untado com azeite e polvilhado com a mistura de açúcar · 1 limão e canela. Volte a polvilhar com mais açúcar · 2 maçãs com pele e canela por cima das fatias. Leve ao forno · Açúcar q.b. preaquecido nos 200 °C, por 30 a 40 minutos. · 2 colheres de sopa 5. Durante esse tempo, tire o caroço às maçãs, de manteiga regue-as com sumo de limão, corte-as em · Gengibre q.b. cubos e deite-as numa frigideira. · 3 fatias de ananás 6. Corte o ananás em pedaços e junte à maçã. Polvilhe com açúcar, manteiga, raspa de gengibre e deixe caramelizar. 7. Por fim, retire do forno as fatias douradas, polvilhe-as com açúcar e canela e deite por cima a fruta caramelizada. · 174 · Editora: Marta Ramires 1º Edição Setembro 2016 Livro: Os Segredos da Tia Cátia Deposito Legal DL 412863/16 SBN978-989-741-576-0 Direitos reservados CASA DAS LETRAS (uma marca da Oficina do Livro) Jornal A Voz de Paço de Arcos | 3ª Série | N.º 37 Outubro 2021 47
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