ADRIANO CAMPOS DE OLIVEIRA ARÍCLENES DA SILVA LIMA JOÃO PEDRO SANTOS MATEUS MOREIRA OLIVEIRA ORGS. Promovendo a Literacia em Saúde: O Bibliotecário como Aliado
Promovendo a Literacia em Saúde: O Bibliotecário como Aliado
ADRIANO CAMPOS DE OLIVEIRA ARÍCLENES DA SILVA LIMA JOÃO PEDRO SANTOS MATEUS MOREIRA OLIVEIRA ORGS. Promovendo a Literacia em Saúde: O Bibliotecário como Aliado
A Editora Livros & Letras se orgulha de fazer parte desse universo fascinante da produção editorial, contribuindo para o enriquecimento cultural e intelectual dos nossos leitores. As informações publicadas são de inteira responsabilidade dos autores. Telefone para contato da editora: (86) 3226-1846 Todos os livros publicados pela Editora Livros & Letras estão sob os direitos da Legal Books. https://legalbooks.org.jur_BR Direção Editorial: Mateus Moreira Oliveira. Direção de Arte: João Pedro Santos. Coordenação de Publicação: Adriano Campos de Oliveira. Diagramação: Mateus Moreira Oliveira, Aríclenes da Silva Lima, João Pedro Santos e Adriano Campos de Oliveira. Imagem da Capa: Mateus Moreira Oliveira e Aríclenes da Silva Lima. EDITORA LIVROS & LETRAS Editora, Gráfica, Consultoria e Transportadora LTDS Avenida Lindolfo Monteiro, 1516. Fátima. Teresina, Piauí. Brasil. (86) 3226-1846 l www.edlivroseletras.com.br FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Promovendo a Literacia em Saúde: o Bibliotecário como aliado/ de Oliveira, Adriano... [et al.]. – Teresina: Livros e Letras, 2023. 150p. 21,5 cm. 1. Biblioteconomia. 2. Saúde. 3. Ciência. I. Lima, Aríclenes. II. Santos, João. III. Oliveira, Mateus CDD: 025.524
Para todas as vítimas da COVID-19 e aqueles que enfrentam enfermidades, este livro é dedicado a vocês. Que sua força e coragem sejam uma inspiração para todos nós. Que cada página seja um lembrete do poder da ciência e da disseminação da informação na busca pela cura e na prevenção de futuras tragédias. Que a esperança floresça em meio às dificuldades e que a solidariedade nos guie durante tempos desafiadores. Vocês não estão sozinhos. Juntos, seguiremos em busca de um futuro mais saudável e resiliente.
PREFÁCIO A saúde é um dos pilares fundamentais do bem-estar humano. A capacidade de compreender e aplicar informações de saúde é essencial para tomar decisões informadas e melhorar nossa qualidade de vida. No entanto, em um mundo repleto de informações complexas e muitas vezes contraditórias, a literacia em saúde tornou- se uma habilidade cada vez mais necessária. Neste livro, é explorado o protagonismo surpreendente nesse contexto: o bibliotecário. Tradicionalmente conhecidos como guardiões do conhecimento, os bibliotecários desempenham um papel vital na promoção da literacia em saúde. Eles são os aliados que ajudam a conectar as pessoas com informações confiáveis e compreensíveis sobre saúde, permitindo-lhes tomar decisões embasadas e cuidar de si mesmas e de suas famílias. Ao longo desta obra, examinamos como os bibliotecários se tornaram aliados valiosos na promoção da literacia em saúde. Exploraremos as habilidades e competências necessárias para lidar com a vasta gama de informações de saúde disponíveis, incluindo a capacidade de avaliar criticamente fontes, filtrar dados relevantes e comunicar de forma clara e acessível. Além disso, mergulharemos nas práticas e estratégias adotadas pelos bibliotecários para alcançar comunidades diversas e atender às necessidades específicas de cada grupo.
Veremos exemplos de programas e iniciativas que visam educar e capacitar os indivíduos, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para tomar decisões conscientes sobre sua saúde. Promover a literacia em saúde é um trabalho coletivo e interdisciplinar. Nesse sentido, também abordaremos a importância da colaboração entre bibliotecários, profissionais de saúde e outros atores relevantes no campo da saúde. Juntos, eles formam uma rede de apoio e conhecimento, enriquecendo o processo de aprendizado e empoderando os indivíduos para tomarem decisões informadas. À medida que avançamos nas páginas deste livro, convido você a explorar o papel do bibliotecário como aliado na promoção da literacia em saúde. Se você é um bibliotecário empenhado em ampliar seu impacto ou um profissional de saúde em busca de parcerias valiosas, este livro oferecerá insights valiosos e histórias inspiradoras para enriquecer sua jornada. Que esta obra sirva como um chamado à ação, encorajando cada um de nós a reconhecer o poder da informação em saúde e a importância do trabalho colaborativo na promoção do bem-estar e da qualidade de vida. Juntos, podemos construir uma sociedade mais saudável e informada, em que todos tenham acesso igualitário à informação e oportunidades para tomar decisões conscientes. Boa leitura! Mateus M. Oliveira
SUMÁRIO O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NA ÁREA 15 DE SAÚDE: HABILIDADES E COMPETÊNCIAS 1 INTRODUÇÃO 17 2 HISTÓRIA DA BIBLIOTECONOMIA CLÍNICA 18 3 BIBLIOTECAS HOSPITALARES 21 4 O BIBLIOTECÁRIO NOS HOSPITAIS 25 4.1 BIBLIOTECÁRIO MÉDICO 30 4.2 INFORMACIONISTA 31 4.3 BIBLIOTECÁRIO CLÍNICO 32 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 34 REFERÊNCIAS 37 O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NO PARADIGMA 41 VIRTUAL: ATUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA 1 INTRODUÇÃO 42 2 O PROFISSIONAL DA INFORMÇÃO NO PARADIGMA 48 VIRTUAL 71 REFERÊNCIAS BIBLIOTECÁRIO NA ÁREA DA SAÚDE: MULTIPLICADOR 75 DA PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA 1 INTRODUÇÃO 77 2 TRANSFORMANDO DÚVIDA EM PERGUNTA DE 80 PESQUISA 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 83 4 DESCRIÇÃO DO CURSO EAD 84 5 RESULTADOS APRESENTADOS 87 REFERÊNCIAS 91
A ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO MÉDICO E SUA 95 INTERAÇÃO COM OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE PARA BUSCA E SELEÇÃO DE INFORMAÇÃO ESPECIALIZADA 1 INTRODUÇÃO 96 2 A ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO MÉDICO 100 3 O MERCADO DE TRABALHO PARA O BIBLIOTECÁRIO 105 MÉDICO NA INTERNET 4 MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (MBE) 111 5 A DECISÃO CLÍNICA (MEDICINA ALÉM DAS 121 EVIDÊNCIAS) 5.1 REVISÕES SISTEMÁTICAS 123 5.2 GUIDELINES 127 5.2 HABILIDADES 128 6 FONTES DE INFORMAÇÕES BASEADAS EM 129 EVIDÊNCIAS 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 141 REFERÊNCIAS 142 SOBRE OS AUTORES 145
O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NA ÁREA DE SAÚDE: HABILIDADES E COMPETÊNCIAS Fernanda Samla Souza Costa¹ Hugo Avelar Cardoso Pires²1 RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo através de uma pesquisa bibliográfica, traçar um delineamento do profissional bibliotecário na área de saúde, uma área de trabalho pouco explorada ainda no Brasil, evidenciando a sua atuação e as habilidades necessárias que o mercado exige. Para isso fez-se necessário um breve histórico da Biblioteconomia clínica e das bibliotecas hospitalares (o seu campo de atuação). Pouca bibliografia em português pode ser encontrada sobre o assunto. No entanto, foi realizada uma revisão de literatura sobre as três variações de bibliotecários na área de saúde: bibliotecário médico, informacionista e clínico. Pretende-se com isso evidenciar as práticas desse profissional, mostrando mais um campo de atuação do bibliotecário, visto que para Sladek, R.M.; Pihhockt, C., Phillips (2004) ao profissional da informação cabe filtrar e fornecer informações relevantes facilitando as evidências para profissionais da saúde. PALAVRAS-CHAVE: Profissional da Informação na área de saúde. Práticas do 1 TESTE DE DIAGRAMAÇÃO. Feito por Mateus Moreira Oliveira, 8° Bloco. [email protected]. ORCID 0000-0002-5437-5604. 15
Profissional da Informação. Atuação profissional. ABSTRACT: This paper aims through a literature search, trace an outline of the professional librarian in the health area, a desktop still little explored in Brazil, pointing to his performance and skills that the market demands. For this, a brief history of clinical librarianship and the hospital libraries (your field of expertise) was necessary. Little literature in Portuguese can be found on the subject. However, we conducted a literature review on the three variations of librarians in the area of health: medical librarian, and clinical informationist. Is intended to show that the practices of a trader, showing a further field for librarian, since for Sladek, RM; Pihhockt, C., Phillips (2004) to professional responsibility to filter information and provide relevant information to facilitate evidence health professionals. KEYWORDS: Information Professional in the area of health. Practices of the Information Professional. Professional performance. 16
1 INTRODUÇÃO O campo de atuação do profissional bibliotecário mudou muito nos últimos anos, ele deixou de atuar apenas em bibliotecas para lidar com modernos centros de informação em diversos locais. No Brasil, ainda que seja um mercado pouco desenvolvido, os centros de informação e bibliotecas em hospitais, por exemplo, têm requerido do profissional da informação um domínio cada vez maior dos mais diversos assuntos e maior flexibilidade ao lidar com o usuário. Loeb diz que: As verdadeiras descobertas são, na realidade, feitas na biblioteca e subsequentemente testadas nos laboratórios. Uma invenção é uma nova combinação de idéias antigas e estas combinações são muito mais fáceis de ocorrer à mente do cientista quando medita sobre o pensamento de outros homens, reformulando-o ele próprio, e não quando está empenhado na manipulação de coisas materiais. Nas horas de profunda reflexão, a nova combinação de idéias poderá ocorrer-lhe e, então, recorrerá ao laboratório para verificar sua eficácia ou simplesmente 17
para refutá-la. A biblioteca é assim o grande essencial das invenções. (LOEB, 1923 apud LIMA, 1973, p. 143). A partir das considerações de Loeb e de outros autores, através de pesquisa bibliográfica este estudo tem como objetivo apresentar essa área de trabalho ao bibliotecário, as bibliotecas hospitalares, explicitando as principais capacidades necessárias ao profissional para atuar nesse segmento de mercado. Para um melhor entendimento sobre o assunto, faz-se necessário um breve histórico da Biblioteconomia Clínica. 2 HISTÓRIA DA BIBLIOTECONOMIA CLÍNICA Já no século XV aparecem as primeiras bibliotecas hospitalares na Inglaterra, com destaque para a biblioteca do Hospital São Bartolomeu, onde foi iniciada uma pequena coleção de livros para uso de seus médicos. 18
Nos EUA e nos países escandinavos essas instituições são comuns e muitas delas foram fundadas nos séculos XVII e XVIII (LIMA, 1973). A Biblioteconomia Médica nos Estados Unidos foi reconhecida como uma profissão em 1939, e em 1947, a Medical Library Association adotou um programa de treinamento que foi oferecido na Columbia University School of Library Service em Nova York. Há mais de trinta anos os Estados Unidos e Europa vêm considerando de forma efetiva a atuação do bibliotecário clínico, embasados no conceito criado por Gertrude Lamb em 1971 no qual defende a necessidade de fornecer informação específica aos médicos dentro das equipes de saúde hospitalares, facilitando o intercâmbio entre o conhecimento produzido e como esse chega ao atendimento dos pacientes, levando em consideração que o grande fluxo de literatura produzida nem 19
sempre chega até os profissionais da saúde com eficiência (BERAQUET; CIOL, 2009). Em 1970 surge um programa para a formação de especialistas em literatura médica, cuja função seria a de acompanhar os clínicos e residentes em suas rondas médicas para suprir e levantar as necessidades destes usuários em seu ambiente de trabalho. Em 1990, também nos Estados Unidos, foi criada a AMIA - American Medical Informatics Association, através da fusão de três organizações que são: Association for Medical Systems and Informatics, o American College of Medical Informatics e o Symposium on Computer Applications in Medical Care, que reuniam pessoas, instituições e corporações dedicadas ao desenvolvimento e uso de tecnologias da informação para melhorar o cuidado com a saúde (SILVA, 2005). 20
3 BIBLIOTECAS HOSPITALARES As bibliotecas hospitalares são de extrema importância tanto para o corpo clínico do hospital, no auxílio às pesquisas e na atualização desses profissionais, quanto na ajuda na recuperação dos pacientes. Lima (1973) divide as bibliotecas hospitalares em dois grandes grupos: as destinadas aos pacientes e as especializadas, estas destinadas para o corpo clínico do hospital, que tem como função fornecer informações de caráter altamente especializado a médicos e enfermeiros; aquela com função de possibilitar aos pacientes – em especial àqueles internados por um longo período de tempo – um apoio a recuperação através da leitura. Ainda segundo a autora, para se resolver o problema estrutural das bibliotecas de hospitais elas podem ser agrupadas de acordo com as características dos hospitais a que se acham vinculadas. Tem- se então: 21
Bibliotecas de hospitais ligadas a universidades ou escolas de medicina; Bibliotecas de hospitais isolados, localizadas em regiões cujo grau de desenvolvimento comporta a existência de outras bibliotecas médicas, vinculadas a associações médicas, institutos de pesquisa, laboratórios farmacêuticos, etc; Bibliotecas de hospitais isolados, localizadas em regiões desvinculadas dos centros médicos mais desenvolvidos. A autora salienta, entretanto, que essa distinção deve apenas servir para favorecer o estudo da estrutura das bibliotecas hospitalares e não para diferenciação dos objetivos dessas bibliotecas nem de suas implicações docentes. As bibliotecas de hospitais devem ser lugares de fácil acesso para os médicos, em especial para os residentes, com móveis 22
confortáveis e espaço arejado, o que colabora para o estudo e para a reflexão, e consequentemente para um maior aproveitamento do acervo. Não se recomenda a conjugação de salas de reunião com salas de leitura (LIMA, 1973). No Brasil, os recursos destinados à saúde já são poucos e colocar nessa parte de recursos verba destinada às bibliotecas é tarefa absurdamente difícil. Mac Eachern apud Lima enumera algumas alternativas para a manutenção de bibliotecas em hospitais: Todas as despesas da biblioteca do hospital são feitas pelo próprio hospital; O hospital se encarrega das instalações e o corpo clínico assume o pagamento de salário ao bibliotecário e à formação e manutenção do acervo; Os recursos para a manutenção das bibliotecas de hospitais são fornecidos pela Associação de Residentes ou do pessoal componente do corpo clínico; 23
Organização de campanhas para a obtenção de verbas para a formação e manutenção da biblioteca; As bibliotecas dos hospitais existam sob a forma de fundação, com recursos próprios, provenientes de doações de beneméritos. O hospital ou as associações de pessoal fornecem recursos adicionais (LIMA, 1973). Nas bibliotecas de hospitais são de extrema importância os serviços de localização e obtenção dos itens bibliográficos fora da própria biblioteca do hospital, Lima (1973) salienta que a biblioteca de um hospital deve exercer atividades didáticas, que são segundo a autora, as de maior importância, com os objetivos de formação e aperfeiçoamento dos médicos, assim como de qualquer cientista. 24
4 O BIBLIOTECÁRIO NOS HOSPITAIS Nos tempos atuais o bibliotecário é o profissional que planeja, organiza, direciona e executa as tarefas relacionadas ao bom funcionamento de bibliotecas e centros de informação, tornando-se desta forma, cada vez mais importante o seu papel no mercado de trabalho. No Brasil, a graduação em Biblioteconomia proporciona uma formação generalista, poucas instituições oferecem cursos voltados especialmente para a área biomédica e de ciências da saúde. Dentre elas pode-se citar o Curso de Especialização em Informações em Ciência da Saúde para Bibliotecários e Documentalistas, da Universidade Federal de São Paulo, no modelo de pós-graduação; e a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo que oferece o curso de Aprimoramento Profissional na Área da Saúde com duração de um ano. Segundo Silva (2005): 25
No Brasil, os bibliotecários da área médica desempenham suas atividades nas bibliotecas médicas de instituições de ensino ou de saúde e seus clientes são geralmente, além da comunidade externa, estudantes, professores, pesquisadores, e profissionais da saúde. Bibliotecários são importantes parceiros das equipes de cuidados de saúde, nas pesquisas médicas e na educação dos profissionais de saúde, assim como no fornecimento de informação de alta qualidade para o público em geral. (SILVA, 2005, p. 134). Sladek, R.M.; Pinnockt, C.; Phillips, P.A. (2004) dizem que ao profissional da informação cabe filtrar e fornecer informações relevantes, facilitando as evidências para profissionais da saúde. Estudo realizado por Beraquet et al (2005) com profissionais da informação que atuam na área de saúde da cidade de Campinas identificou que além de saber trabalhar em equipes multidisciplinares, o bibliotecário da saúde deve possuir conhecimentos em informática e redes, bases de dados e demais fontes de informação em 26
saúde; noções de saúde pública e sobre o Sistema Único de Saúde, e ter capacidade de estabelecer boa relação interpessoal com diferentes profissionais. Além disso, deve ter boa comunicação verbal e escrita, bom senso e ética, flexibilidade e domínio do inglês, bem como dominar as terminologias da área de saúde e sobre epistemologia, estatística e políticas públicas. Iniciativas tais como a criação de bibliotecas virtuais, bem como a manutenção de bases de dados voltadas ao campo da saúde (como a LILACS, por exemplo) podem ser consideradas esforços para facilitar o trabalho do profissional da informação na área de saúde. Lima (1973) discute as objeções que muitos têm em relação ao bibliotecário coordenar centros de informação destinados à área de saúde, objeções que se prendem à falta de conhecimentos especializados no assunto. Muitos defendem que esses centros de 27
informação sejam coordenados por médicos, que conheceriam o conteúdo dos livros e poderiam prestar melhor assistência aos usuários, entretanto, esses se esquecem que não é necessário para se exercer a função de bibliotecário apenas cultura e memória, mas sim sistemas complexos de organização de informação. Lima (1973) discute ainda que em um país como o Brasil que já carece tanto de médicos, não se caberia fazer como na Europa, onde são organizados cursos de Biblioteconomia e Documentação para médicos e outros profissionais que queiram se dedicar exclusivamente à pesquisa bibliográfica. Segundo Silva (2005) os bibliotecários da área médica trabalham em bibliotecas ou em centros de informação localizados em: Universidades comunitárias e universidades de ensino superior; Corporações; Hospitais e clínicas; Agências governamentais; 28
Portais de Internet; Bibliotecas públicas; Centros de pesquisa e fundações. Através da Internet o bibliotecário age na obtenção e disponibilização de informações, pode obter excelentes resultados em suas pesquisas e gerenciar o acesso e conteúdo disponível da unidade de informação em que trabalha. Porém, esse trabalho na internet somente será possível através de uma revisão técnica por um profissional ou equipe de profissionais da saúde especializados, os quais terão conhecimentos para avaliar o conteúdo informacional pesquisado pelo bibliotecário médico. Para Lima (1973) ao iniciarem o trabalho em hospitais, os bibliotecários muitas vezes se veem perdidos e preocupados em organizar as coleções e a informação, destinando assim, pouco tempo aos estudos bibliográficos para conhecer mais do assunto. Desta forma, 29
tornam-se meros arrumadores de estantes, não podendo auxiliar de forma correta o usuário e sendo dispensada muita das vezes a sua ajuda. Beraquet; Ciol (2009) dividem o bibliotecário que atua em hospitais em três grupos: bibliotecário médico, informacionista e bibliotecário clínico. 4.1 BIBLIOTECÁRIO MÉDICO Esses profissionais atuam nas instituições de ensino ou em hospitais, porém não integram às equipes clínicas, apenas colaboram com os médicos no sentido de cooperar no diagnóstico, realizar pesquisas acadêmicas para os estudantes, docentes e pesquisadores de medicina, disseminar informações sobre saúde aos usuários e usar diferentes canais de comunicação, como Internet e bases de dados. Para Wolf (2002) os bibliotecários médicos tornam as bibliotecas de hospitais um espaço ativo orientado a serviços (BERAQUET et al, 2005). 30
Os meios que o bibliotecário médico utiliza, tais como busca em bases de dados, Internet e literatura especializada, podem colaborar significativamente para um diagnóstico preciso sobre o problema de saúde apresentado pelo paciente. Essa interação entre o corpo clínico e o bibliotecário é benéfica para ambas as partes, uma vez que proporcionam uma troca mútua entre o desenvolvimento das pesquisas realizadas pelo bibliotecário através da análise dos resultados obtidos pelos profissionais da saúde e sua aplicação ao paciente (SILVA, 2005). 4.2 INFORMACIONISTA Segundo Beraquet et al (2005): O informacionista realiza análises de informação próprias dos especialistas em suas respectivas especialidades clínicas. Caracteriza-se como profissional de informação em saúde com qualificações adicionais obtidas por meio de formação universitária ou experiência que capacitam esse indivíduo a trabalhar colaborativamente em nível de igualdade com médicos e 31
outros profissionais de saúde de forma a encontrar a informação necessária durante o cuidado ao paciente e a pesquisa médica. (BERAQUET et al, 2007 p. 5) Em sua definição aparece como profissional e sua formação converge para Biblioteconomia com as Ciências Médicas. Tem a função de comunicar os resultados de pesquisa da área de saúde à comunidade médica, exercendo um papel de interlocutor entre a experiência e conhecimento implícito do médico com a informação baseada nas melhores evidências científicas disponível na literatura. 4.3 BIBLIOTECÁRIO CLÍNICO Para Gertrude Lamb (1971), o bibliotecário clínico caracteriza-se “como um bibliotecário treinado para participar das rondas médicas, cujo desempenho seria medido como uma contribuição à melhoria do atendimento ao paciente” (WOLF, 2002). 32
Segundo Curty (1999) e Crestana (2002) apud Beraquet; Ciol (2009): O bibliotecário clínico se ocupa das atividades de recuperação e transferência da informação, adaptando- a às necessidades de informação dos usuários; tanto um médico quanto um bibliotecário clínico podem chegar a ser um informacionista, considerando que esse último precisa possuir uma formação multidisciplinar para atuar em saúde, o que nem sempre é essencial ao bibliotecário clínico. Com relação à experiência brasileira, alguns trabalhos têm abordado a atuação do profissional da informação na Saúde sem, no entanto, falar da sua inserção no ambiente clínico. (BERAQUET; CIOL, 2009, p. 6). Dessa maneira, o bibliotecário clínico possui uma atuação nas equipes clínicas oferecendo suporte aos médicos que permitam tomar decisões certas em relação aos pacientes, com base na informação científica disponível, contribuindo assim para o melhor atendimento à população. Ocupa-se das atividades de recuperação e transferência da informação, adaptando-as as necessidades de informação dos usuários, num papel de 33
mediador dessa informação, e não mais de intermediário (BERAQUET et al, 2005). Para Harrison e Sargeant (2004) o bibliotecário clínico deve ter habilidades tais como construção e manutenção de boa relação profissional com os médicos, capacidade de fazer perguntas, capacidade de aprender e interesse por questões clínicas e científicas. Com relação aos conhecimentos, espera-se que saibam sobre anatomia e fisiologia (conhecimento clínico), termos e descritores médicos, gestão de projetos, busca em bases de dados, prática baseada em evidências, métodos de pesquisa e noções de epidemiologia (BERAQUET et al, 2005). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Cabe ao bibliotecário hospitalar atualizar-se constantemente, para que assim, possa atender ao seu usuário de forma objetiva, rápida e clara, já que a ciência evolui 34
com absurda rapidez nos tempos modernos, tornando o atual obsoleto. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, o número de bibliotecas hospitalares ainda é muito baixo, e quando essas existem muitas vezes se encontram em situações precárias. Ao “bibliotecário da saúde”, cabe buscar maiores recursos para sua biblioteca para que ela possa proporcionar ao seu usuário informações sempre atualizadas, colaborando assim para mudar a imagem que grande parte da sociedade tem do profissional da informação, como um profissional pouco produtivo e um mero “arrumador” de livros nas estantes. O profissional bibliotecário atuante deve buscar também aproximar não só o corpo clínico do hospital à biblioteca, mas procurar desenvolver projetos que auxiliem os pacientes, em especial aqueles internados por um longo período de tempo a frequentarem a biblioteca, sendo que através da leitura os 35
pacientes sentirão menos os efeitos do tratamento, pois além do trato convencional o ato de ler pode ser considerado uma forma de terapia que contribui no aumento das chances de cura. O bibliotecário e a biblioteca devem ser instrumentos de colaboração nas novas descobertas da ciência, em especial na área da saúde, uma vez que esta é sempre sedenta por inovações, tanto no aspecto tecnológico quanto no aspecto científico, e que ainda possui um grande o número de doenças sem tratamento eficiente ou cura. Destarte, ao criar um ambiente salutar e de fomento à pesquisa, a biblioteca e o bibliotecário ratificam o pensamento de Loeb que diz que são nas bibliotecas que as grandes descobertas ocorrem. 36
REFERÊNCIAS BERAQUET, V.S.M. et al. Bases para o desenvolvimento da biblioteconomia clínica em um hospital da cidade de Campinas. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIENCIA DA INFORMAÇÃO, 7, 2006, Marília. Anais do VII ENANCIB. Marilia: UNESP 2006. 12 p. 1 CD-ROM. BERAQUET, V. S. M.; CIOL, R. et. al. BIBLIOTECÁRIO CLÍNICO NO BRASIL: em busca de fundamentos para uma prática reflexiva. VIII ENANCIB – Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação. Salvador, 2007. BERAQUET, V.S.M., CIOL, R. O bibliotecário clínico no Brasil: reflexões sobre uma proposta de atuação em hospitais universitários. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação. v.10, n.2, abr 2009. Disponível em: Acesso em: 20 jun. 2009. CURTY, M. G. Busca de informação para desenvolvimento das atividades acadêmicas pelos médicos docentes da Universidade Estadual de Maringá. 1999. 139f. Dissertação (Mestrado em Biblioteconomia e Ciência da Informação) – Faculdade de Biblioteconomia, PUC – Campinas, Campinas, 1999. 37
LIMA, Etelvina. Bibliotecas de hospitais. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1973. v.2 n.2 set. 1973. p. 141-159. LOEB, J. Library’s place in research. Ex Libris, Paris, 1:74. sept. 1923. Apud: STRAUSS, L. J.; STRIEBY, I. M.; BROWN, A. L. Scientific and technical libraries. New York, Interscience, 1964. p. 19. Apud LIMA, Etelvina. Bibliotecas de hospitais. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1973. v. 2 n.2 set. 1973. p 141- 159. SABBATINI, R. M. E. Tecnologias de Informação e o Hospital Moderno. Informática médica. v. 2, n. 3, mai - jun 1999. Disponível em: Acesso em: 20 jun. 2009. SILVA, Fabiano Couto Corrêa da. Bibliotecário da área médica. In: _____. Bibliotecários especialistas: Guia de Especialidades e Recursos Informacionais. Brasília: Thesaurus, 2005. cap.11, p. 100-124. SILVA, Fabiano Couto Corrêa da. A Atuação do bibliotecário médico e sua interação com os profissionais da saúde para busca e seleção de informação especializada. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Campinas, v.3, n. 1, p. 131-151, jul./dez. 2005. Disponível em: Acesso em: 25 jun. 2009. 38
SLADEK, R. M.; PINNOCKT, C.; PHILLIPS, P. A. The informationist in Australia: a feasibility study. Health information and libraries journal, v. 21, n. 2, p. 94-101, 2004. WOLF, D. G. et al. Hospital librarianship in the United States: at the crossroads. J. Med. Libr. Assoc., v. 90, n. 1, Jan 2002, p. 38-48. 39
O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NO PARADIGMA VIRTUAL: ATUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA Renata Ciol¹2 Vera Silvia Marão Beraquet² RESUMO: Procura trazer reflexões sobre as possibilidades de atuação do profissional da informação na área de saúde pública no Brasil, abordando o binômio Educação e Saúde a partir do impacto das novas tecnologias de informação – notadamente a Internet - na rotina de trabalho de bibliotecários. Aponta a importância das instituições empregadoras na capacitação desse novo profissional, destacando a necessidade de mudanças na Universidade, especificamente no curso de graduação, de forma a alcançar a interdisciplinaridade característica da Biblioteconomia e Ciência da Informação. PALAVRAS-CHAVE: formação profissional; atuação em saúde pública; tecnologia da informação. ABSTRACT: It discusses the various possibilities of inserting the information ² TESTE DE DIAGRAMAÇÃO. Feito por João Pedro do Amarante Santos, 5° Bloco de Biblioteconomia. Email: [email protected]; Orcid: 0009-0007-8729-1275 41
professional within the public health sector in Brazil, dealing with both areas – Education and Health – taking into account the information technology impact on the librarian´s routine jobs. It also points out the important role the employing institutions have to play along with the university Library and Information Science Programs so that changes can be made and the information field as a whole may display its natural interdisciplinarity characteristics. KEY-WORDS: professional education; information work on public health; information technology. 1 INTRODUÇÃO A revolução pós-industrial, denominada revolução eletrônica, ultrapassa a tecnologia e atinge, no caso da Biblioteconomia, não apenas a biblioteca e a maneira como a informação é tratada e disseminada, mas principalmente a aprendizagem e a educação formal dos profissionais da informação. As bibliotecas hoje constituem estações de trabalho onde o usuário consulta mais a Internet que os livros: a revolução eletrônica 42
colocou do mesmo tamanho pequenas e grandes bibliotecas, fez com que seus livros, revistas e bases de dados conversassem entre si, como uma grande biblioteca virtual do ciberespaço (Himmelfarb, 1999). A revolução tecnológica permitiu o que se pode chamar de processo interativo, onde o produtor da informação na Internet é, ao mesmo tempo, seu intermediário e usuário final. Trouxe também o conceito de democratização do conhecimento, que infelizmente não pode ser confundido com a democratização do acesso ao conhecimento. Nesse caso, segundo Himmelfarb, verifica-se duas revoluçoes, a intelectual e a tecnológica, com uma relação simbiótica entre as duas. A revolução intelectual, por sua vez, tem sido percebida e enfrentada por meio da reforma do sistema educacional em muitos países, que a justificam pela necessidade de integrar a Escola com o mercado de trabalho. Santana & Christófaro (2001) apontam o Brasil 43
como um desses países ao considerar, em sua última reforma educacional, o conceito de competência como orientação doutrinária e operacional para preparação para o trabalho. Segundo os autores, as diferenças educacionais do Brasil encontram- se na base de todas as outras iniqüidades e atingem todos os níveis de ensino; no caso do ensino superior, tem-se o agravante de que o conteúdo e o propósito da maioria dos cursos de graduação não formam os profissionais que a sociedade necessita. Soma-se a esse fato o custo dos cursos, a forma de ingresso à universidade e a distribuição regional dos mesmos, que privilegia as áreas mais desenvolvidas do país. As discussões sobre a educação brasileira com a nova Lei de Diretrizes e Bases vêm retomando a premissa de que a escola é o local onde devem ser desenvolvidas as competências profissionais. É possível, a partir de então, desenvolver os currículos de forma a permitir que os alunos adquiram habilidades e 44
competências adequadas à atuação em ambientes específicos. Ao flexibilizar a estrutura dos currículos de Biblioteconomia, as possibilidades ofertadas pela LDB ocorrem num cenário oportuno para a Ciência da Informação, uma das áreas mais afetadas pela revolução tecnológica, cuja mudança na sociedade obrigou os profissionais da informação a redefinirem seu lugar no mercado (Cunha, 2002). No momento em que a formação bibliotecária assume facetas mais complexas, aumentam as exigências sobre o próprio fazer da profissão. Assim sendo, tem-se duas reflexões centrais: que profissional da informação deve ser formado e que papéis pode desempenhar na área da saúde? A falta de uma política educacional para a área da Ciência da Informação compromete o estabelecimento de linhas de educação e a identificação das necessidades da área, dificultando a adequação do bibliotecário à 45
realidade do mercado. O desafio é capacitar tanto profissionais que possam atender às necessidades tradicionais da área como outros, preparados para as novas demandas da sociedade da informação, altamente globalizada e tecnológica. Segundo Werthein (2000), a informação é o fator-chave do novo paradigma e toda flexibilidade que ele exige, o que leva à necessidade de contínuo aperfeiçoamento intelectual e técnico, bem como a adaptação de trabalhadores, produtos e usuários e a convergência tecnológica, colocando, ao alcance da população, facilidades nunca antes imaginadas. A grande difusão das TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação -, por sua vez, não possibilita que toda a sociedade tenha as mesmas representações da realidade, especialmente no Brasil, cuja alta taxa de analfabetismo e o pequeno acesso à tecnologia da informação ainda refletem a estrutura de poder vigente no país. 46
Sobre esse aspecto, vale ainda resgatar a tradicional crítica de Paulo Freire à educação bancária como sendo o ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante; pois para ele “só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros”. Por refletir a estrutura de poder, para a concepção bancária, quanto mais adaptados os homens, tanto mais educados porque adequados ao mundo. A prática bancária inibe a criatividade de quem aprende, já que quem educa transmite um falso saber, que se traduz nos conteúdos impostos sem reflexo na realidade do educando. Ainda em concordância com Freire, “a educação autêntica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo”. 47
2 O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NO PARADIGMA VIRTUAL As profissões que se relacionam intimamente com comunicação e transferência de informação são muitas e merecem estudos específicos. A Biblioteconomia, como toda Ciência da Informação, vem passando por mudanças estruturais desde que as tecnologias de informação assumiram um papel mais presente no processo de coleta, organização e disseminação da informação, razão pela qual se faz fundamental discutir o trinômio educação - tecnologia – saúde desde a perspectiva da formação e atuação do bibliotecário. No momento em que as TICs mudam o mundo, o ensino precisa acompanhar essa revolução, principalmente quando o acesso às redes, cada vez mais democrático, vêm alterando o foco do ensinar para o foco do aprender. É imperativo identificar de que formas a Educação do bibliotecário pode contribuir para sua atuação na área da saúde, notadamente na 48
saúde pública, contribuindo tanto com a Ciência da Informação como com as Ciências da Saúde e a Informática, de modo a formar um profissional híbrido e generalista, embora ainda especializado. Significa formar bibliotecários com grande potencial de resolver problemas, capazes de uma atuação interdisciplinar com a área da saúde, cujo desafio é formar pensadores capazes de buscar respostas às suas perguntas e com isso, produzir e reproduzir conhecimento para toda a sociedade. É inerente à evolução do ser humano que se alterem os modos de pensar e de agir da sociedade por causa da mudança de paradigmas. Mudar paradigmas não se faz num passe de mágica, nem todas as pessoas estão prontas para ele, ao mesmo tempo e da mesma forma. Algumas pessoas estarão à frente, são os visionários que alheios a qualquer incompreensão, insistem num sonho e são os primeiros a experimentá-lo quando o mesmo se 49
torna realidade. Muitos seguem esses líderes e conseguem acompanhar a mudança. Outros, apesar de inseridos nesse cenário, jamais conseguirão enxergar-se dentro desse processo. Deixando de lado os dois extremos, o visionário e aquele cuja atitude não se alterará, pretende-se estudar o grupo intermediário, o das pessoas que, inseridas no paradigma, querem avançar, mas sentem-se sufocadas por não saberem como nem por onde começar. No mundo do trabalho, o paradigma vem se alterando em alta velocidade desde que o homem tornou- se dependente da tecnologia. Porém, a universidade, responsável pela formação dos diferentes profissionais que atuam no mercado, não conseguiu alterar o paradigma do ensino. O Brasil de hoje tem cara urbana, porém apresenta características ainda agrícolas de um país subdesenvolvido com grandes problemas sociais, entre eles o desemprego, 50
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