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Introdução 1 Caro aluno, Seja bem-vindo à unidade curricular de capacitação em Material Rodante! - dades ferroviárias, ligadas diretamente à operação de transporte. Abordaremos situações corriqueiras e outras nem tanto, usando uma linguagem simples e objetiva, facilitando sua compreensão e interesse pelo assunto. Então, vamos lá! Este livro contém oito capítulos, sendo o primeiro a Introdução. Para que você conheça a essência deste trabalho, veja abaixo o que trabalharemos por capítulo. No capítulo dois, veremos o conceito de Material Rodante e a apresentação dos tipos de ve- No capítulo três, falaremos dos engates, conhecendo os tipos, funções, componentes, ope- ração e riscos da atividade. tipos, funções, operação e riscos da atividade. No capítulo cinco, apresentaremos as noções do sistema de freios, seus tipos, funções, princí- pios de funcionamento de cada um, os procedimentos de sua aplicação e os riscos da atividade. No capítulo seis, falaremos da importância do manômetro (medição de pressão), aprenden- do os procedimentos de sua medição, instalação, testes de vazamentos e aplicação de freios, bem como os riscos da atividade. - cia, seus princípios de funcionamento, os procedimentos de instalação e os riscos da atividade. - Tipos de cargas existentes; - Operação de carga e descarga e suas anomalias;
218 MATERIAL RODANTE - Acondicionamento de cargas e suas anomalias; - Riscos das atividades relacionadas. - cedimentos operacionais e de segurança, assim como avaliar e administrar suas anomalias e avarias; de freio; - nuseio, leitura e instalação; anomalias em relação ao seu carregamento e descarregamento, acondicionamento e vazamentos; Conhecer a legislação aplicada ao transporte de cargas e produtos perigosos. nosso empenho e sua dedicação e compromisso com a aprendizagem. Mãos à obra!
3 Conceito de Material Rodante 2 Neste capítulo, você conhecerá o Material Rodante e compreenderá a importância desse equipamento e o seu poder no transporte e na execução de serviços de engenharia da via per- manente1 e anomalias comuns à operação, e se conscientizará da necessidade dos procedimentos de segurança na execução das atividades relacionadas à sua operação. Material Rodante é todo veículo ferroviário, autopropulsor ou não, que circula sobre trilhos, destinado ao transporte de passageiros e cargas de pequeno, médio e grande porte. 2.1 TIPOS DE VEÍCULOS Os veículos variam de acordo com a sua utilização dentro da operação ferroviária, pois apre- sentam funções distintas para o transporte de cargas e passageiros ou manutenção e correção - sitivas particulares. Apresentaremos, a seguir, os veículos comuns à atividade ferroviária, suas funções e aplicações no setor. Acompanhe abaixo com atenção! Carros : São veículos rebocados, destinados ao transporte de passageiros. Incluem classe econômica e executiva, restaurante e dormitório, que garantem conforto e segurança, indis- pensáveis em viagens de longa distância. Existem também os carros do trem-unidade, formado por carros tanto motores quanto reboques; no entanto operam permanentemente engatados entre si, operando geralmente no transporte em massa de passageiros, a exemplo do metrô. Vagões : São veículos rebocados destinados ao transporte de cargas, diferenciados pelo ser- - de acordo com as características de cada um. Locomotivas : São veículos de tração própria destinados a rebocar vagões e carros. Dis- põem de um comando operado pelo maquinista ou similar, que tem a função de condução e controle de sua operação, seja em trens de manobra, serviço ou de viagem. Podem ter diferen- sua capacidade de tração. 1 É um conjunto de elementos e equipamentos que compõem a infraestrutura e superestrutura da linha, dando suporte para a circulação de veículos no transporte ferroviário, garantindo seu deslocamento de forma ágil e segura.
Fonte: MOREIRA, Daniel (2015)422 MATERIAL RODANTE Veículos de manutenção da via : São todos os veículos destinados à instalação, manutenção e corre-Fonte: MOREIRA, Daniel (2015) ção geométrica da via permanente, necessários à operação. Cada um desempenha determinada função relacionada às inúmeras necessidades existentes na engenharia de construção e manutenção da malha ferroviária. Podemos destacar como exemplo as socadoras, niveladoras, alinhadoras, reguladoras de lastro, Figura 1. Veículo de manutenção de via Guindaste de socorro : Veículo rebocado, destina principalmente à desobstrução da via em caso de acidentes, encarrilhando veículos e remanejando cargas supostamente envolvidas. Veículo rodoferroviário : Veículo especial de tração própria dotado de equipamento para locomoção, tanto na ferrovia quanto na rodovia. Pode ser usado em vários serviços de correção de anomalias da via permanente ou manutenção de sua estrutura, de acordo com a sua característica. Utiliza as opções de lo- comoção para facilitar seu acesso ao campo na execução dos serviços emergenciais. Figura 2. Veículo rodoferroviário 2 Pequenos vagões rebocados exclusivamente por automóveis de linha.
5CONCEITO DE MATERIAL RODANTE 23 Automóvel de linha : Veículo de tração própria, destinado principalmente à inspeção da via permanen- te. Também é usado no transporte do pessoal encarregado da execução de serviços ao longo da via per- manente, bem como de suas ferramentas e equipamentos, transportadas separadamente nos vagonetes2. SAIBA Para ampliar seus conhecimentos, sugerimos a leitura do Manual Básico de Engenharia MAIS Ferroviária de Rui José da Silva Navabais, organizador – São Paulo: O cina das Letras, no qual você encontrará mais informações sobre veículos ferroviários. 2.2 VAGÕES São veículos destinados ao transporte de cargas. Eles podem ser abertos ou fechados, com ou sem conhecer agora as três partes que compõem um vagão e relacionar os componentes de cada uma delas? Siga em frente! Os vagões dividem-se em: Truque Estrado Caixão Truque : Componente estrutural do vagão onde são montados os rodeiros e a suspensão do vagão. Para que você compreenda melhor, o rodeiro é constituído de um eixo e um par de rodas, uma em cada extre- midade. Cada truque contém um par de rodeiros, caixas de rolamentos, travessa central, travessas laterais, molas ou suspensão, triângulo de freio, sapatas de freio, prato pião, ampara balanço e coxim do ampara Fonte: MOREIRA, Daniel (2015) Figura 3 - Truque e seus componentes
Fonte: MOREIRA, Daniel (2015)624 MATERIAL RODANTE Estrado : Estrutura plana em aço, ferro ou madeira apoiada sobre o truque. É a parte mais resistente do vagão, pois recebe a carga a ser transportada, distribuindo o seu peso para os truques, além de receber os impactos transferidos pelos engates. O estrado divide-se em testeira, longarina e assoalho. Nele, estão Engates Dispositivo vazio carregado Coletor de pó com torneira combinada Reservatórios de ar (auxiliar e emergência combinados) Válvula retentora de alívio Timoneria de freio Ajustador automático de folga Cilindro de freio Figura 4. Válvula de controle Caixão : Caixa montada sobre o estrado e confeccionada em aço, alumínio ou madeira. A caixa tem a (para vagões fechados). Na cabeceira B, encontra-se como referência, o direcionamento da haste do cilin- vagão, temos como referência o cilindro de freio que está montado no lado esquerdo do vagão. Portanto, o lado direito do vagão é o lado oposto ao cilindro de freio. Conhecça a seguir a divisão do vagão:
7CONCEITO DE MATERIAL RODANTE 25 Fonte: DE JESUS, Cássia; ARAÚJO, Fernando (2016) Figura 5. Componentes do vagão Continuemos motivados porque ainda há muito o que estudar! Sigamos! 2.2.1 - TIPOS E IDEN TIFICAÇÕES - ra de normas Técnicas (ABNT), a partir das normas da Association of American Railroads (AAR) e dividida em três grupos: A, B e C, que conheceremos a seguir: Grupo A: Formado por três letras, exemplo PMD, onde: A primeira letra indica o tipo do vagão que apresenta grandes diferenças em função da diversidade dos produtos envolvidos no transporte. A segunda letra indica o subtipo - res, características que o diferenciam dentro de um mesmo modelo de vagão, como o material usado no estrado ou caixão, tipo de carga e descarga, se é aberto ou fechado entre outros. A terceira letra indica a capacidade da manga de eixo (peso máximo) e a bitola. de medidas de bitolas espalhadas mundo afora. No Brasil, encontramos, na maioria das ferrovias, a bitola de 1,60m, chamada larga e a de 1,00m, chamada métrica. Ainda existe, em alguns trechos, a histórica bitoli- nha de 0.76m, onde rodam locomotivas a vapor, conhecidas como Maria Fumaça, geralmente utilizadas no transporte de turistas em cidades históricas, mas são ramais isolados. Também quase em desuso, está a bi- tola standard, de 1,435m, quase extinta no Brasil em função de conveniências técnicas e econômicas. Para facilitar o intercâmbio entre algumas ferrovias no Brasil, existe a incorporação do terceiro trilho em alguns
826 MATERIAL RODANTE trechos. A bitola mista, como é conhecida, permite a circulação de veículos de bitolas distintas, métrica e larga; assim, é possível compartilharem a mesma via. Bitola métrica Bitola larga Fonte: MOREIRA, Daniel (2015) Figura 6. Bitola mista CURIOSI Os primeiros veículos conduzidos por estradas, que eram canaletas abertas na pedra DADES ou na terra, foram as carroças. Com o passar do tempo, os sulcos no chão foram substituídos por barras de ferro e as carroças por veículos maiores, mas ainda com tração animal constituída por uma dupla de cavalos. Essa medida foi usada como parâmetro para criação da bitola standard, por mais estranho que possa parecer. FONTE: Via permanente aplicada: guia teórico e prático/Fábio STEFFLER.- Rio de Janeiro: LTC, 2013. il.; p.140. seguinte parâmetro: Da letra A até a letra G, bitola métrica; Da letra P até a letra U, bitola larga. Para cada letra, de A a G e de P a U, existe um valor que corresponde ao peso máximo que o vagão su- porta, como mostra a tabela a seguir:
9CONCEITO DE MATERIAL RODANTE 27 BITOLA MÉTRICA Fonte: PAZ, Alexandre; AGUIAR, Leonardo (2015) A = 30 toneladas B = 47 toneladas C = 64 toneladas D = 80 toneladas E = 100 toneladas F = 119 toneladas G =143 toneladas BITOLA LARGA P = 47 toneladas Q = 64 toneladas R = 80 toneladas S = 100 toneladas T = 119 toneladas U=143 toneladas Tabela 1 - Capacidade da manga de eixo U de acordo com a bitola. O exemplo PMD citado acima refere-se a um vagão plataforma (letra P), com assoalho de madeira (letra M) e de bitola métrica com capacidade de 80 ton. (letra D). Vejamos outros exemplos de vagões: HFE = Vagão Hopper (letra H), fechado (letra F) e de bitola métrica com capacidade de 100 toneladas (letra E). - trica com capacidade de 64 toneladas (letra C). TCP = Vagão-tanque (letra T), para líquidos (letra C) e de bitola larga com capacidade de 47 toneladas (letra P). Grupo B Constituído por seis dígitos, sendo que o primeiro dígito corresponde ao proprietário do vagão, que pode ser de uma empresa particular ou ferroviária. Os demais correspondem ao número de série do vagão. Grupo C CURIOSI O dígito de controle ou veri cador é resultado de um cálculo entre os números que DADES constituem o grupo B da classi cação do veículo. Prossigamos!
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