51Aprendendo a Viver Juntos       Platão era um atleta e defendia que, pela ginástica e música, consegue-se a superioridade do es-  pírito sobre o corpo. Portanto, em um corpo saudável e forte poderá haver um desenvolvimento  da alma. Já em um corpo de fraqueza física não há possibilidade de vida superior.       Para Platão, o Estado era como um corpo, pois o corpo era cabeça, peito e baixo-ventre, e para  existir uma perfeição social, o Estado também deveria organizar-se como corpo. Dirigir uma so-  ciedade é tarefa daquele que tem pleno uso da razão, isto é, capaz de compreender a ideia de  justiça.                                       Cabeça = governante;                                     Peito = soldados;                                     Baixo-ventre = trabalhadores em geral.       ARISTÓTELES       Discípulo de Platão, filho de médico e cientista, nasceu na cidade de Estagira.  Por causa de sua formação, o interesse pela natureza o fez divergir do mestre  Platão. É considerado o responsável, na cultura grega, pela organização, siste-  matização e ordenação de várias ciências.       Defendia que as ideias não nascem conosco, mas formam-se em nós pela ex-  periência que temos. Portanto, a realidade está em percebermos ou sentirmos  o que está em nossa frente e daí elaborarmos nossa visão de mundo. Também  há no homem uma razão inata que lhe permite a capacidade de ordenar e clas-  sificar as impressões dos sentidos. Isto é, o homem é capaz de criar conceitos e  classificá-los.       Aristóteles teve, também, preocupações com a organização da sociedade e a  organização que cada indivíduo atribui à sua vida particular. Por isso, ele é consi-  derado o primeiro filósofo da Antiguidade a falar de uma ética com relação à vida  humana.       Afirmava ele que somos diferentes dos animais por termos intencionalidades,  vontade e desejo de sermos felizes. Defendia três formas de felicidade:                  A primeira, sendo uma vida de prazeres e satisfações.                A segunda, uma vida de cidadão livre e responsável.                A terceira, viver como pesquisador e filósofo. Queria dizer que, ao se buscar um                equilíbrio corporal, espiritual e social, a vida seria uma realização da felicidade.       Esta realização da felicidade não é individual, precisa do Estado. Segundo Aristóteles, há três  formas puras de governo: a monarquia, a aristocracia e a democracia. Para ele, essas formas de  governo são válidas e justas na medida em que organizem os cidadãos e consigam garantir as ne-  cessidades básicas (comida, trabalho, educação, saúde etc.), visando à promoção do bem de todos  (iremos aprofundar mais essas ideias no 9º ano).
52                                                    A ÉTICA E A ANÁLISE METAFÍSICA                                                        COMO SEU FUNDAMENTO                                Entendendo metafísica como uma maneira profunda, que vai além da física do objeto, de en-                           tender e encarar as coisas, os fatos, a realidade. Portanto, é uma investigação de tudo aquilo que                           pode ser experimentado, tanto na percepção sensível, na imaginação ou no sentimento, quanto                           em uma experiência mítica, pois sempre está perguntando: “o que está por trás disso tudo?”                                Esta é a função do pensador: refletir sobre os fatos e suas consequências. Pensadores modernos                           utilizam a palavra metafísica quando a reflexão busca o significado das coisas, dos seres. Como a                           filosofia, a metafísica leva o homem a “ler dentro” dos fatos acontecidos e que acontecerão.                                Diante disso, é possível analisar os modos como pessoas veem o mundo e o que sustenta tal                           forma de viver. Assim temos que:                             Para uma pessoa religiosa, a base, o modelo, é Deus.               O “ler por dentro” nada                           Ex.: a vida é dom de Deus, é sagrada, porque Deus é sa-         mais é do que investigar a                           grado. Intocável em embrião ou quando desenvolvida.             base, o que sustenta, o que                                                                                           é permanente, para daí in-                           Para uma pessoa que vê o mundo racionalmente, a                 terpretar a dinâmica das                           base, o modelo é o Logos. Em outras palavras, uma in-           coisas e dos homens (ou                           teligência ou ideia ou Razão que está dentro do uni-            modelo de interpretação                           verso e manifesta-se, sobretudo, na mente e na histó-           do mundo).                           ria dos homens.                             Para uma pessoa materialista, a base, o modelo, é o Trabalho e sua dimensão                           humana. Por isso, as relações de trabalho são vistas em sua dimensão humana,                           e daí são analisados os problemas da sociedade e os caminhos de solução.                             Para uma pessoa pragmática, a base, o modelo, é o Agir humano atual. É boa                           a ação com resultados positivos, é o futuro ou o resultado que dirá se a ação é                           boa ou má, verdadeira ou falsa.                             Para uma pessoa positivista, a base, o modelo, é o Fato observado. Com as leis                           físicas, é possível entender toda a realidade. As leis naturais dão a ordem e,                           dentro desta, acontece o progresso da razão humana/científica.    O Início de uma Mudança     Assim, por meio da base ou do modelo é possível julgar as     Assista ao vídeo:                           ações e a vivência ética das pessoas. Sendo a Ética a arte de                           realizar o Bem, nada mais é do que a realização plena da pes-   “Ética para meu                           soa, tendo em vista o fim para o qual ela existe. Então, temos                           que definir primeiro o sujeito da ética e depois as normas de    filho” utilizando                           seu comportamento moral.                                         o leitor de código                                                                                           QR ou na Platafor-                                                                                                ma do Pensar.
53    PPeaarrreaaffsslaeaebtbtiiererrr                 ALGUNS IDEAIS ÉTICOS  nnaa CCOOMM..AA.I.I..                           AO LONGO DA HISTÓRIA                                         No mundo grego antigo, a arte de realizar o Bem, de viver                                    dignamente na pólis, era entendida da seguinte forma.                                         Em Platão e Aristóteles: O ideal ético estava na bus-                                       ca teórica e prática do Bem, que poderia ser conse-    Comunidade de                      guida pela realidade do mundo ou na felicidade, en-  Aprendizagem                       tendida como uma vida bem organizada, virtuosa.   Investigativa                     Para os estóicos: O ideal ético era viver de acordo                                    com a natureza, em harmonia com o universo.                                      Para os epicuristas: O ideal ético era o prazer: “tudo o                    que dá prazer é bom”.	                    No cristianismo: o ideal ético passava a ser o de uma vida es-                    piritual, isto é, uma vida de amor e fraternidade, em que o homem    viveria para conhecer, amar e servir a Deus.    No Renascimento e Iluminismo (entre os Séculos XV e XVIII): Com o cresci-    mento da burguesia, o ideal ético era viver de acordo com a própria liberdade    pessoal e, em termos sociais, com o lema da Revolução Francesa – Liberdade,    Igualdade e Fraternidade.    Para Kant (grande pensador do Iluminismo): O ideal ético era a autonomia in-    dividual, pois o homem racional, autônomo, é aquele que age segundo a razão    e a liberdade.    No Século XX: os pensadores existencialistas insistiram na questão da liber-    dade como ideal ético. Os pensadores sociais e dialéticos tinham como ideal    ético a busca por uma vida social mais justa. Vemos, então, a ética voltar-se    para as relações sociais, procurando construir um mundo mais humano.       Quando buscamos o ideal ético do momento no qual vivemos,                                    Aprendendo a Viver Juntos  na realidade em que estamos, podemos  observar o quê? Uma massificação  das ações por um comportamento  amoral. Como este se dá? Pelos meios  de comunicação, interesses econô-  micos, interesses políticos, pelas ideo-  logias, entre outros fatores, e isso vem  mostrar que não é fácil a existência de  pessoas livres, de cidadãos conscientes,  participantes e críticos. Até parece que  hoje é mais difícil o indivíduo ter autono-  mia, ter um ideal ético.
54                             1. Com a colaboração do(a) professor(a) de História, vamos or-                             ganizar dois painéis. A turma será divida em dois grupos.       iRaRnçeetõfefellresedxixnõiõsetceesrise-                           Um deles irá pesquisar sobre a Revolução Francesa e a           pdnCliaisOncCiaMpOrlMien.Asa.Anr.Ie..aIs.                           busca dos seus ideais de Liberdade, Igualdade e Frater-                           nidade. Outro grupo irá deter-se na Revolução Indus-                           trial e seus benefícios e prejuízos para a humanidade.                           Os dois painéis serão explicados para todos da turma, e                             será feita uma exposição deles para toda a escola, com                           a finalidade de que todos possam entender o que acon-                           teceu nestes dois momentos históricos fundamentais                           para a humanidade nos níveis econômicos, sociais, po-                           líticos, ideológicos, religiosos e comportamentais.                             2. Tendo presente que a Ética “pode ser vista como uma          Comunidade de                           arte que torna bom aquilo que é feito e também aquele           Aprendizagem                           que a faz”, procure observar no seu dia a dia dois exemplos      Investigativa                           de comportamentos sociais que chamamos de:                             Ética normativa: 	                             Ética descritiva: 	                             * Lembrando que essa separação é meramente didática, pois, na vida real, os problemas éticos e os proble-                           mas específicos da vida prática estão juntos.                             3. Vamos analisar a letra da música Até quando esperar?,          Assista ao vi-                           composição de André X, Gutje e Philippe Seabra, da ban-          deoclipe utili-                           da Plebe Rude. É importante termos em conta que letra e         zando o leitor de                           música surgiram nos anos 80, foram regravadas por várias        código QR ou na                           bandas e muitos músicos, e continua atual.                       Plataforma do                                Em equipe, será feita a ilustração da letra, utilizando            Pensar.                           pequenos recortes de revistas e jornais. Este trabalho será                           exposto na escola.    O Início de uma Mudança  4. Junto com a disciplina de Língua Portuguesa, o trabalho da COM.A.I. é analisar o poema “Só                           de sacanagem”, de Elisa Lucinda. Após a análise, cada aluno deve registrar o seu entendimento.                                                   Assista ao vídeo “Só de                                                Sacanagem”, utilizando o                                                leitor de código QR ou na                                                    Plataforma do Pensar.
55      PPcceeonnmssaaoorr                               A MALETA  PPRNRNOOIISSTTTTAAAAGGSSOO-                               Objetivo: conscientização sobre a estrutura da sociedade                               que reforça a defesa dos interesses particulares, não esti-                               mulando o compromisso solidário.                               Material: uma maleta chaveada, chave da maleta, dois                               lápis sem ponta, duas folhas de papel em branco, dois                               apontadores iguais.    Desenvolvimento: formam-se duas equipes.                                    Para uma equipe, entrega-se a maleta chaveada, dois lápis sem ponta                              e duas folhas de papel em branco dentro da maleta.  Para a outra equipe, entrega-se a chave da maleta e dois apontadores iguais.  O professor pede para as duas equipes negociarem entre si o material necessário para cumprir  a tarefa, que é a seguinte: ambas deverão escrever “Eu tenho Ética e sou cidadão”. A equipe  vencedora será a que escrever primeiro a frase e entregá-la ao coordenador.    A frase deve ser anotada no quadro ou em cartaz em letra grande e legível.              DESAFIO AOS PROTAGONISTAS                                                                  Aprendendo a Viver Juntos       Como ideia forte deste capítulo, temos: “Sendo  a Ética a arte de realizar o Bem, nada mais é do  que a realização plena da pessoa, tendo em vista o  fim para o qual ela existe”. Vamos cumprir a tare-  fa fazendo o contraponto do crescimento grupal  com a participação de todos e capacidade de ne-  gociação.       Como atividade prática, a COM.A.I. deverá ana-  lisar uma situação da escola em que deva haver  uma negociação com a Direção ou Coordenação.  Essa situação será discutida e, em conjunto, será  proposta uma solução para melhoria. Por que não  partir da máxima: “Age de maneira que possas  querer que o motivo que te levou a agir tor-  ne-se uma lei universal”, apresentada pelo  filósofo Kant?
56                                                      EMMANUEL KANT (1724-1804)               ““PPffooeernrnaassadadrara                                         “Moral do dever e imposição de normas a si mesmo”  caaiixxaa” ”e e                                                                                            ddeeiixxaar r                              Após a Idade Média, caracterizada pela sociedade              mmaarrccaas s                           feudal, houve várias mudanças nos aspectos econô-                           mico, científico, social, político e religioso. Na Idade                           Moderna, do Século XVI até o começo do Século XIX,                           a ética antropocêntrica atingiu seu ponto culminan-                           te com a ética de Kant, a mais perfeita expressão da                           ética moderna, que repercute em nossa época.    O Início de uma Mudança     Contam de sua vida que nunca saiu da sua cidade natal e que ti-                           nha uma vida bastante regrada, tanto nos horários, na organização,                           nos afazeres, quanto no seu pensamento sobre a Filosofia.                                Suas obras éticas fundamentais: Fundamentação da metafísica dos                           costumes (1875) e Crítica da razão prática (1788), antecedem a Revo-                           lução Francesa, de 1789. O próprio Kant acompanha de longe, com                           admiração, a revolução, querendo que esta venha a acontecer na                           Alemanha, o que não era possível. Consegue, sim, que a revolução                           inicie-se no campo do pensamento. Ele revolucionou a Filosofia                           ao inverter a ordem nas relações sujeito-objeto. No aspecto do co-                           nhecimento, não é o sujeito que gira ao redor do objeto, mas o con-                           trário. Aquilo que o sujeito conhece é o produto de sua consciência.                                No campo moral, o sujeito ( = consciência moral) dá a si mesmo a                           sua própria lei. Como sujeito que pensa ou sujeito moral da ação, é                           criador, autônomo e está no centro, tanto do conhecimento quanto                           da moral.                                Defendendo a liberdade do homem, o ponto de parti-                           da da sua ética é o fato da moralidade. Isto é, acredita que                           o homem sente-se responsável pelos seus atos e é cons-                           ciente dos seus deveres. O que seria o bom? Para Kant, o                           único bom em si mesmo, sem restrição, é uma boa von-                           tade, que nada mais é do que agir em respeito ao dever,                           ou seja, estando conforme a lei moral. É o seu imperativo                           categórico: “Age de maneira que possas querer que o mo-                           tivo que te levou a agir torne-se uma lei universal”.                                Sua ética é formal e autônoma. Por isso, dita um de-                           ver para todos os homens, independentemente de sua si-                           tuação social. É uma ética de tendência antropocêntrica,                           pela qual o homem é, antes de tudo, ativo, produtor ou criador de seu                           pensar e de suas ações.
57    PlPleeaarrrreeaa                   FUNDAMENTAÇÃO DA  ssaabeerr                      METAFÍSICA DOS COSTUMES                         Obra escrita em 1785, é a primeira especificamente dedicada                    por Kant à moral, tema também presente em outras obras poste-                    riores, como Crítica da razão prática e Metafísica dos costumes.    mmaaiiss             No prefácio, Kant coloca a posição que deve ser ocupada pela                    moral na Filosofia, justificando sua iniciativa com considerações                    teóricas e imperativos éticos.                      Este livro está dividido em três seções. Na primeira, “Passa-                      gem do conhecimento racional comum da moralidade ao conheci-                      mento filosófico”, aborda principalmente que agir moralmente é agir                      por dever, o que não tem o mesmo valor de agir conforme o dever; por              exemplo, posso pagar minhas dívidas para ter mais crédito, ou evitar mentir    para que sempre acreditem em mim, mas, nesses dois casos, não ajo moralmente.    O dever é a necessidade de realizar uma ação unicamente por respeito à lei moral.    A segunda seção realiza a “Passagem da filosofia moral popular para a metafísica dos costu-    mes”, na qual aparecem algumas fórmulas ou alguns imperativos categóricos:    “Age unicamente segundo uma regra de conduta que         Pensaram “fora da  possas querer transformar em lei universal”.             caixa” e deixaram                                                            marcas. E você?  “Age como se a tua regra de conduta devesse ser erigida  por tua vontade em lei universal da natureza”.                                               Aprendendo a Viver Juntos    “Age de tal sorte que trates a humanidade, tanto em tua  pessoa quanto na de outrem, sempre como fim, e  jamais apenas como meio”.         A terceira seção realiza a “Passagem da metafí-   sica dos costumes para a crítica da razão pura prá-   tica”. A liberdade é a chave de tudo e ela consiste na   ausência de determinações coercitivas estranhas,   mas não significa ausência da lei. O homem pode   conceber-se sob dois pontos de vista: como ser na-   tural sensível, submetido ao determinismo, e como   ser inteligível, livre.
Comportamento      humano e    convivência         social          05
59    ddPiPisseeccnnuuststaiairrrr,e,e  pprordoudzuirznira  CCOOMM.A.A.I..I.            Comunidade de           Aprendizagem            Investigativa                                                   AMIZADE, AMOR,                                        Aprendendo a Viver Juntos                                                  GENEROSIDADE       Um velhinho muito bondoso e trabalhador levava uma vida tranquila ao lado da mulher que  adorava. Havia apenas um problema: eles não tinham filhos. Assim, quando seu irmão caçula  morreu, deixando três jovens órfãs, o velhinho rapidamente convidou as sobrinhas para morar  na casa dele.       – Nós seremos sua nova família – ele lhes disse. Aqui, vocês terão tudo o que precisarem. Es-  tamos muito felizes com a chegada de vocês.       Durante alguns anos, a harmonia reinou naquele lar e o velhinho foi muito feliz. Porém, quan-  do sua mulher morreu e ele se viu sozinho com as sobrinhas, teve uma profunda decepção, pois  as garotas não se preocupavam em cuidar dele, só queriam passear. No início, ainda o ajudavam  um pouco nos afazeres domésticos, mas, depois, passaram a interessar-se apenas pelos amigos,  por roupas novas, festas e namorados. O velhinho estava triste e com saudade da mulher, quando  um amigo de infância veio de longe para visitá-lo.       – Que bom revê-lo! – o amigo lhe disse. Tantos anos se passaram desde que brincávamos jun-  tos na montanha! Mas você está me deixando preocupado. Quando me contaram que agora suas  sobrinhas viviam com você, pensei que fosse encontrá-lo alegre e bem cuidado. Só que você está  tão magro, suas roupas estão furadas… O que é isso?       – Eu não sei onde foi que errei. Minhas sobrinhas mudaram da noite para o dia. Às vezes,  tenho a impressão de que nem se lembram mais que existo! – disse o velhinho, amargurado.       – Ah, então vamos mudar tudo isso! – disse o amigo sorrindo. Tenho um bom plano! Quero  que você me encontre amanhã no meio da praça, para que todos possam nos ver. Vou lhe dar um  baú de presente. Ele vai lhe trazer muita sorte e felicidade, mas você nunca poderá abri-lo, certo?       O velhinho concordou e, no outro dia, foi até o local combinado esperar pelo amigo. Este che-  gou muito bem vestido, parou no meio da praça e, fazendo de tudo para chamar a atenção das  pessoas, disse em alto e bom som:
60             – Velho amigo! Quero honrar nossa amizade e retribuir sua bondade! Por isso, trouxe-lhe este        baú. Ele contém um grande tesouro. Mesmo assim, é pouco diante de tudo o que lhe devo.             No dia seguinte, na cidade inteira só se falava da fortuna do velhinho. Mal souberam da no-        vidade, as sobrinhas passaram a fazer de tudo para agradar-lhe. Até o final da vida, ele foi muito        bem tratado pelas três garotas.             Quando o velhinho morreu, suas sobrinhas correram para abrir o baú, certas de que estava        repleto de ouro e pedras preciosas. Foi grande a surpresa que tiveram ao ver que ali só havia um        amontoado de pedregulhos e um bilhetinho onde se lia: “A amizade, o amor e a generosidade não        têm preço. Espero que tenham aprendido a lição. Adeus”.                                                                                                                            História do folclore do Himalaia             A COM.A.I. deverá comparar escrevendo abaixo, tendo presente os comportamentos dos per-        sonagens dessa história, os comportamentos morais e a convivência social em nossa realidade        atual.                              Comportamentos dos                               Comportamentos morais e a                           personagens da história                         convivência na sociedade atual                             Moral da história: 	    O Início de uma Mudança     Pela natureza, o homem relaciona-se com        AAmmdppolliissaaççããoo                           o mundo exterior, podendo transformá-lo ma-     eenntteennddiimmeennttooss                           terialmente, conhecendo-o, contemplando-o                           e até mesmo ignorando-o quando o destrói.                  Aula com o assessor pedagógico                                Há quem afirme que o homem usa o mundo                         Assista utilizando o leitor de código                           exterior conforme suas necessidades. Nesse                          QR em seu celular ou conectan-                           comportamento prático e utilitário, transfor-                        do-se na Plataforma do Pensar.                           ma a natureza com seu trabalho, produzindo                           muitas vezes objetos úteis, outras vezes, des-                           truindo-a por causa de interesses econômicos                           particulares ou de grupos.                                O homem é capaz de estabelecer uma re-                           lação teórico-cognitiva com os objetos do                           mundo exterior. Por isso, compreende o que                           e como as coisas são e estabelece comporta-                           mentos.
61              Aprendendo a Viver Juntos                                                                       Também é importante lembrar da capacidade                                                                                      de termos comportamentos polí-                                                                                      ticos e estéticos (que veremos no                                                                                    livro Somos filhos da pólis - 9º ano).                                                                                       Podemos mudar, conhecer e re-                                                                                    produzir o mundo, o que chamamos                                                                                de comportamento político e estético.                                                                               Nesse aspecto, está colocada a capaci-                                                                              dade de expressar, exteriorizar ou mes-                                                                             mo reconhecer-se no mundo exterior e                                                                           no mundo interior, seja por capacidade                                                                          própria, seja via natureza ou em obras de                                                                        arte.                                                                           No que se refere ao mundo interior, exis-                                                                      te também um comportamento religioso.                                                                     Assim, o homem relaciona-se indiretamente  com o mundo mediante sua religação com um ser transcendente, sobrenatural ou Deus.     Esses comportamentos do homem, ou suas relações com o mundo, desencadeiam uma diver-  sidade de relações entre si. Dessa maneira, temos diversos tipos de comportamentos humanos  que se materializam na economia, na política, na educação, perante as leis, na sociedade e nas  questões morais.     Diversificamos, então, o comportamento, de acordo com o objeto com o qual entramos em con-  tato. Isso acontece também com o tipo de necessidades que criamos diante do objeto (produção,  conhecimento, formas de expressar-se, transformar ou manter a ordem social estabelecida, ma-  neira de expressar o belo).     Precisamos estar atentos, pois as condições históricas concretas determinam qual é o tipo de  comportamento humano dominante nas sociedades ou em épocas determinadas. Por isso, vemos  que, na história, houve épocas em que o comportamento humano predominante era o religioso,  outras épocas em que era o político, outras em que  o comportamento era de submissão.     O comportamento humano dominante em  todas as épocas históricas foi o da  necessidade vital e inadiável de  produzir os bens necessários para  a sobrevivência, isto é, a estrutura  econômica.     Vendo as diferentes formas do  comportamento humano na história,  dentro de estruturas sociais e econômi-  cas, podemos tentar entender o porquê  de certos comportamentos hoje. Também  devemos ter presente que o comporta-  mento moral relaciona-se com os outros  comportamentos humanos: religioso, polí-  tico, jurídico, científico, social etc.
O Início de uma Mudança62                                                                                       COMPORTAMENTO                                                                                     MORAL E RELIGIÃO                                    Vamos buscar entender religião aqui em um sentido mais abrangente. A religião é a fé ou a                              crença na existência de forças sobrenaturais ou em um ser transcendente (Deus). O homem pro-                              cura estabelecer uma relação com ele, quer ligar-se a ele.                                    Assim, entendida a religião, ela caracteriza-se por:                                                          produzir um sentimento de dependência no homem;                                                        garantir que os males do mundo não têm efeito sobre quem terá o bem                                                        no outro mundo.                                    Essas características da religião, colocadas pelas igrejas cristãs, defendem:                                                          1. a certeza de um Deus como verdadeiro sujeito e a consequente ne-                                                        gação da autonomia do homem;                                                        2. que a verdadeira libertação do homem acontecerá em um outro                                                        mundo que só será alcançado após a morte.                                    Ora, reconhecer a salvação dos males desse mundo por um Deus é ter como verdadeira a exis-                              tência real dos males e da incapacidade do pleno desenvolvimento do homem. Porém, quando a                              religião promete outra vida melhor, não quer só ressaltar a incapacidade do comportamento hu-                              mano autônomo. A religião também mostra a necessidade de um protesto contra a miséria real.                              Vale ressaltar que, se ela não é protesto, passa a ser um instrumento de conformismo, resignação                              ou conservadorismo. Em outras palavras, um comportamento passivo. Por isso, na história da                              humanidade, vemos muitas vezes a religião como ideologia, servindo à classe dominante. Hoje,                              como em suas origens (religião dos oprimidos, dos excluídos), surge uma religião não conformista,                              que está na luta com outros segmentos sociais por uma transformação efetiva do mundo humano                              real.                                    Quando analisamos as relações entre a moral e a religião, é preciso lembrar que a sua inter-                              ferência no comportamento humano ocorre:                                                  a. quando a religião inclui regulamentação das relações entre os homens, uma                                                certa moral – ex.: Os Dez Mandamentos;                                                 b. quando a religião passa a ser a garantia de que os valores morais vêm de um                                                         fundamento absoluto – ex.: Deus.                                    Assim, podemos afirmar que, sem religião, não haverá moral. Ouvimos o personagem Ivan, na                              obra Os Irmãos Karamazov, do romancista russo Dostoiévski, afirmar: “se Deus não existisse, tudo                              seria permitido”. (Livre arbítrio no capítulo 6, página 78.                                    Um comportamento moral não é originário da religião, é até anterior a ela. Os homens primiti-                              vos tinham certas normas que regulamentavam as relações entre os indivíduos e a comunidade.                              Houve épocas em que a relação entre os homens estava pontuada por procedimentos religiosos.                              No passado, tínhamos o fundamento e a garantia de um comportamento moral, Deus. Hoje, ain-                              da se faz presente tal garantia, assim como são cada dia mais numerosos os que procuram, no                              próprio homem, seu fundamento e sua garantia.
63    COMPORTAMENTO  MORAL E POLÍTICA       O que é política? Quais as características de um comportamento moral e de um comportamen-  to político? Quando faço algo, escolho algo, é um ato político ou não?       Vejamos o exemplo: “Vou deixar de consumir tal produto, pois descobri que é feito utilizando  trabalho infantil ou por mão de obra semiescrava e com exploração nos países pobres”.       Pense em outro exemplo que seja um comportamento político (= escolha), na mesma proporção  do exemplo acima e registre-o aqui:       Queremos entender por política, aqui, as relações entre grupos humanos (classes sociais, po-       Aprendendo a Viver Juntos  vos, nações). Essas relações podem ser vistas como atividades que as pessoas realizam por meio  de organizações específicas, os partidos políticos.       Os partidos políticos buscam orientar, desenvolver, derrubar ou transformar o regime políti-  co-social que existe. Por isso, o partido é o meio de expressão de grupos sociais, visando aos inte-  resses econômicos, sociais, e buscando a conquista do poder estatal para mudar ou conservar a  ordem política, econômica e a ideológica existente.       A política é, então, uma forma de participação consciente, organizada, de setores da sociedade,  com seus programas que trazem resultados em curto e médio prazo, com os seus métodos para  realizá-los. Também é entendida, a política, como possibilidade dos atos espontâneos de indiví-  duos ou grupos, como atividade prática, organizada e consciente.       O ato político, portanto, tem função coletiva, e a atuação diz respeito a interesses comuns. No  comportamento político, existe o elemento grupo ou classe social. No comportamento moral,  ainda que o coletivo seja fundamental, porque somos seres sociais, o elemento íntimo e pessoal  é importante, uma vez que tomamos decisões pessoais, aceitamos normas e assumimos uma res-  ponsabilidade pessoal.       Comportamento político e comportamento moral não podem identificar-se. Um não absorve o  outro. Ambos são realizados no grupo social, no coletivo, em uma relação mútua. Podemos exem-  plificar da seguinte forma.                  Usar cargo político em benefício próprio                comportamento político injusto e comportamento moral reprovável.                  Explorar a força de trabalho de uma pessoa e não pagar adequadamente                comportamento político injusto e comportamento moral reprovável.                  Colar em uma prova, enganando a si e ao professor                comportamento político injusto e comportamento moral reprovável.
O Início de uma Mudança64                                                                                 COMPORTAMENTO MORAL                                                                                 E CONVIVÊNCIA SOCIAL                                    As normas de convivência social,                               também chamadas de convenções,                               são um tipo de comportamento nor-                               mativo. Entre elas, as várias formas                               de saudação, as maneiras de atender                               a um amigo ou a um convidado em                               casa, o uso da roupa, formas de cor-                               tesia, a fineza, o cavalheirismo e a                               pontualidade.                                    Muitas dessas regras sociais pas-                               sam de uma época a outra, para as                               sociedades, e acontecem em diver-                               sos países e em diferentes grupos                               sociais. Outras, desaparecem ou sofrem                               modificações devido às mudanças sociais e cultu-                               rais. Um exemplo disso é a regra, para os homens, de tirar o                               chapéu quando estão em um lugar reservado. Hoje, os homens não                               usam mais chapéus, mas a regra ainda vale para o boné, ou não?                                    Historicamente, a convivência social costuma ser aceita em razão da classe ou do grupo so-                               cial dominante. Há mudanças quando forças sociais adversas impõem ou buscam expressar seu                               inconformismo com as normas vigentes, como no caso dos hippies, de grupos que se identificam                               pelo corte de cabelo, pelas roupas, tatuagens etc.                                    Cabe perguntar: o que aproxima e o que distancia o comportamento moral do comportamento                               na convivência social?                                                  O comportamento na sociedade tem a função de regular as relações en-                                                tre as pessoas, isto é, ditar um comportamento normativo. Assim, está                                                garantida a convivência social dentro da ordem estabelecida.                                                  Tanto as regras morais quanto as sociais são obrigatórias, e seu cumpri-                                                mento passa pela opinião dos outros. Mesmo sendo uma coação externa,                                                não assumem um padrão coercitivo.                                                  Posso conviver em uma sociedade, aceitar as regras de comportamento                                                sem apresentar a adesão íntima ou cumprir de maneira sincera a con-                                                 venção. Por exemplo, aceitar dividir o mesmo espaço com alguém que,                                                         internamente, não tolero.                                    Por isso, o comportamento social é normativo, pois regula a forma exterior da convivência de                               todos em sociedade.
65    COMPORTAMENTO  MORAL PARA QUÊ?       Partindo do princípio de que as ações são, em sua maioria, conscientes e que cada um é  senhor de sua própria vida, surgem questões: como resolver o que fazer? Quando se toma  uma decisão, saber o que faz? O que dizer dos momentos em que a ação é um impulso?       Costuma-se defender que, em uma sociedade onde há progresso moral, acontece a ele-  vação da responsabilidade moral das pessoas ou dos grupos sociais no comportamento mo-  ral. Isso só é possível havendo liberdade de opção, de decisão.       Julgar um comportamento por uma norma ou regra de ação, sem examinar as condições  concretas em que se realiza, pode ser um julgamento precipitado. Agora, examinando as  condições concretas para ver se há possibilidade de opção e de decisão, poderemos atribuir  uma responsabilidade moral.       Ficam, então, algumas questões:                             Em que condições uma pessoa pode defender ou censurar um                           comportamento, uma ação?                           Em que condições pode-se atribuir responsabilidade ou não a                           um comportamento de uma pessoa?       Aristóteles respondeu a essas duas questões, estabelecendo duas condições fundamen-  tais para o indivíduo assumir sua responsabilidade:                             que seu comportamento apresente um caráter consciente; e                           que sua conduta seja livre.        Dessa maneira, um comportamento, para ser julgado moralmente, precisa ter, de um   lado, o conhecimento; de outro lado, a liberdade. Desse modo, é possível exigir e cobrar   uma responsabilidade.    Ouça o PODCAS: Conhe-  ce a ti mesmo utilizando o  código QR ou na Platafor-            ma do Pensar                                                                                                Aprendendo a Viver Juntos
66                             COMPORTAMENTO MORAL =                             CONHECIMENTO E LIBERDADE                                Somente pela reflexão e pelo aprimoramento do espírito       PPaarraa ssaabbeerr                           crítico (= conhecimento) é que se constroem ideias e pensa-      e reffleettiirr                           mentos para o exercício da liberdade (=Educar para o Pen-                             sar), fator indispensável para o comportamento moral na         nnaa CCOOMM..AA.I.I..                           história da humanidade.                                A sociedade, cada vez mais marcada por ideias e visões                             científicas e tecnicistas, aponta para visões mecanicistas e                             materializantes das relações. A riqueza é apresentada como                    Comunidade de                           modelo de poder supremo. E porque os ricos são poderosos,                     Aprendizagem                           buscam-se os bens da fortuna e não os bens da sabedoria. E                     Investigativa                           com o exercício do poder acontece a ilusão da liberdade. Daí o                             modelo atual colocado pela mídia: “ser rico, e não ser sábio”.                             A riqueza só é atingida por meio de instrumentos, por isso a necessi-                             dade de fazer sempre a pergunta: “para que serve isto?”. O “para que” é sem-                             pre uma valorização utilitária. E o útil nunca é visto em si, mas como um meio, um intermediário,                             para atingir um fim. Após a utilização, podemos dispensar. Exemplos são muitos:                             um computador é útil, porque seu fim é 	                                                      ;                           um carro é útil, porque seu fim é 	                                                           .    O Início de uma Mudança     Ninguém faria um computador ou um carro somente como objetos estéticos, isto é, apenas                           para serem contemplados. Pelo próprio conceito de “útil”, verificamos que não pode ser conside-                           rado como um critério absoluto para o julgamento dos valores, pois o que é útil não tem valor por                           si, mas só tem valor por aquilo que serve.                                “Inútil” é o que não tem um fim no outro, é o que não se sujeita ser um meio, instrumento ou                           intermediário, mas o que tem valor por si e em si mesmo. Impõe-se pelo seu ser e não por sua                           utilidade na conquista de um fim fora de si. O seu fim é ele mesmo.                                                                                                É dentro dessa “inutilidade” que deve residir                                                                                                 o homem com comportamento moral (= li-                                                                                                    berdade e conhecimento). Por outro lado,                                                                                                       o homem-máquina vive no campo da                                                                                                         utilidade. O homem dentro da obser-                                                                                                           vância do comportamento moral                                                                                                            é o sábio pensador. Em oposição,                                                                                                            está o homem-máquina, que é qua-                                                                                                             se sempre o técnico pragmático e                                                                                                                 consumista.
67    CONHECIMENTO E LIBERDADE       No decorrer da história, o homem, como ser pensante, tenta encontrar formas novas para  superar dificuldades e encontrar soluções para seus problemas. Para isso, precisa estar sempre  aberto à reflexão, tanto com relação ao que acontece no mundo como consigo mesmo.       A inteligência humana, sempre desafiada, depara-se com as grandes interrogações, e muitas  respostas são misteriosas. O que nos deixa no desafio tranquilo do entendimento pela reflexão.       Situações que preocupam e deixam o homem contemporâneo em constante investigação:                             conquistas e conhecimentos espaciais;                           avanços científicos, tecnológicos, sociais;                           guerras e intolerâncias;                           o bem-estar produzido pela tecnologia e sua adequação com a vida,                           consumismo x necessidades;                           preocupações: - com a poluição e destruição da natureza;                                                 - com o trânsito;                                               - com a explosão demográfica;                                               - com a mão de obra ociosa (desemprego);                                               - com a disparidade social;                                               - com a desigualdade econômica;                                               - com o número crescente de marginalizados;                                               - com a fome;                                               - com o crescente poder aquisitivo por parte de alguns.                              Ouça o PODCAST “Preocu-                            pações sobre o conhecimento                            e liberdade”, disponível na                            Plataforma do Pensar.                Somos convocados a saber                                                                  Aprendendo a Viver Juntos         viver bem. Por esse motivo, é       importante uma reflexão cons-     tante sobre o comportamento mo-    ral, tendo presente o conhecimento  e a liberdade como panos de fundo.
68                             1. Podemos dizer que o comportamento do homem diante de                             um fato qualquer é fácil? Quando a escolha for entre dois  aRiRçneõfetelefeslxreindõxetiõessrcee-is-                           fatos bons, também é fácil? Procure, a partir do exem-                           plo a seguir, pensar e registrar uma situação relevante                           para depois discutir com um colega.                             Ex.: Tenho duas possibilidades de como utilizar meu                             tempo livre após as aulas: posso ficar na frente do colé-  dnpiaCslciCOnipOaMlMirne.a.AAsren..IIs..a                           gio com meus amigos e os alunos do outro período ou                           ir até a biblioteca iniciar um estudo. Supondo que uma                           situação é má e outra é boa, fica fácil a escolha. Ago-                           ra, dois fatos bons: ir ao cinema com alguém de quem                           gosto muito e estar em uma festa animada com toda a                             minha turma. Fica fácil fazer a escolha?                   Comunidade de                                                                                        Aprendizagem                                                                                        Investigativa                             Agora, cite seu exemplo e comportamento.    O Início de uma Mudança  2. Lemos na Ampliação dos entendimentos (início deste capítulo): “Precisamos estar atentos, pois                           as condições históricas concretas determinam qual é o tipo de comportamento humano domi-                           nante nas sociedades ou em épocas determinadas”. Agora, em COM.A.I., vamos chegar a um con-                           senso de qual é o comportamento humano dominante hoje?                             3. É importante fazermos uma pesquisa no nosso colégio para saber o que a Direção Geral e a Pe-                           dagógica pensam sobre o Comportamento Humano e a Moral no espaço escolar. A tarefa consiste                           em organizar uma entrevista para sabermos a opinião desses profissionais e relacioná-la com os                           conteúdos que trabalhamos neste capítulo.                             4. Vimos que é preciso ter conhecimento e liberdade para exercer plenamente nossa responsa-                           bilidade moral. Também foram apresentadas várias situações que preocupam o homem contem-                           porâneo e o deixam em constante investigação. Junto com o professor de história, vamos pensar                           o que mais desafia o conhecimento humano em situações que nos levam a investigar e ter co-                           nhecimento para podermos ser livres.
69                                 DIFICULDADES NAS ESCOLHAS      PPcceeonnmssaaoorr         Participantes: toda a turma do 8º ano.  PPRNRNOOIISSTTTTAAAAGGSSOO-  Tempo: uma aula.                               Descrição: Divide-se a turma em pequenos grupos e                               cada aluno lê a sua escolha referente ao “abrigo subter-                               râneo” (lembrando que é necessário saber justificar). A                               seguir, em grupos de 5 alunos, abre-se a discussão e são                               expostos os entendimentos dos participantes, para que                               tomem uma decisão, escolhendo as seis pessoas de pre-                               ferência do grupo (com justificativas). Ao final, forma-se                               novamente o grupo maior, para que cada subgrupo possa                                 relatar o resultado da decisão grupal. Segue-se um debate                                 sobre a experiência vivida.    ABRIGO SUBTERRÂNEO       Imaginem que nossa cidade está sob ameaça de um bombardeio. Então, aproxima-se um ho-  mem e solicita aos habitantes uma decisão imediata. Ele diz que existe um abrigo subterrâneo que  só pode acomodar seis pessoas, porém há doze pessoas interessadas em entrar no abrigo. Façam  as escolhas, escolhendo seis somente.               Um violinista, com 40 anos de idade, narcótico viciado.             Um advogado, com 25 anos de idade, recém-formado.             A mulher do advogado, com 24 anos de idade, que acaba de sair do manicômio. Ambos prefe-             rem ou ficar juntos no abrigo, ou fora dele.             Um sacerdote, com setenta e cinco anos de idade, aposentado, mas atuante no seu magistério.             Uma prostituta, com 34 anos de idade.             Um ateu, com 20 anos de idade, autor de vários assassinatos.             Uma universitária que fez voto de castidade.             Um físico, com 28 anos de idade, que só aceita entrar no abrigo se puder levar consigo sua             arma.             Um declamador fanático, com 21 anos de idade.             Uma menina com 12 anos e baixo QI.             Um homossexual, com 47 anos de idade.             Um deficiente mental, com 32 anos de idade, que sofre de ataques epilépticos.                                         DESAFIO AOS PROTAGONISTAS                                          Aprendendo a Viver Juntos       O comportamento humano e a convivência social exigem cada vez mais de cada ser hu-  mano a concretização do binômio Conhecimento e Liberdade. Nesta atividade, vamos exer-  citar esse binômio, tendo presente também a necessidade da responsabilidade. Aqui, é o  começo de uma sensibilização e discussão sobre o respeito às decisões que devemos tomar  a cada instante, bem como perceber que sempre estamos diante do livre-arbítrio e do  determinismo. Pensem em alguma atividade, enquanto COM.A.I., que possa fazer  diferença na sua escola e na comunidade em que a escola esteja localizada.
70                             JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980)                                                          “A angústia da liberdade”                “P“fPfoeoernrnaassadadrara                                Filósofo e escritor de sucesso, escreveu romances,                           contos, peças de teatro, crônicas, fez crítica literária, en-                           saios, análise política e jornalismo. Foi alguém que sou-                             be sempre distinguir cada modalidade de expressão. Foi,               ccaaiixaa””ee                           sem dúvida, o mais popular dos filósofos contemporâ-                  mdmdeeaaiirrxxccaaaarsrs                           neos.                                Existencialista, defendia que o homem nada é en-                           quanto não fizer de si alguma coisa. Por isso, tem um as-                           pecto subjetivo que é a própria projeção de si e a plena                           e autêntica consciência disso. Segundo Sartre, o homem                           alcança maior dignidade na medida em que responde                           pelo seu próprio ser.                             “O homem é liberdade”, dizia Sartre. Como demonstrar isso?                             Sendo o que escolheu ser. Ao fazer a escolha, cria o seu valor. Como                             não há valor objetivo ou universal, cada um deve criar ou inventar os                             valores ou as normas que guiem o seu comportamento. Cada ato ou indi-                             víduo vale moralmente pelo uso que faz da sua liberdade. Sendo a liberdade o valor supremo, é                             valioso escolher e agir livremente.                             Mesmo buscando ser livre, existem os outros. Por isso, só posso tomar minha liberdade como                             fim se aceito a liberdade dos outros. O homem define-se, então, como: absoluta liberdade de es-                             colha; e sendo único ao escolher. Portanto: “O homem está condenado a ser livre”.                             PlPleeaarrrreeaa                     O SER E O NADA                           ssaabeerr                           mmaaiiss                             Livro publicado em 1943, é a principal obra de Jean-Paul                                                     Sartre, a ideia central desta obra vem de Husserl: “toda cons-                                                     ciência é consciência de algo”. Para Sartre, não há inconsciên-                                                     cia. O homem deve sempre estar consciente de alguma coisa, a                                                     começar de si mesmo – é o “ser para                                                     si”. Para ele, existência e liberdade                                                     andam juntas: existir, para um ho-             Pensaram “fora da                                                     mem, é ser livre. “O homem nasce                                                     livre, responsável e sem desculpas”.           caixa” e deixaram                                                     O homem tem sempre a possibilidade                  marcas. E você?    O Início de uma Mudança                          ou a necessidade de escolher o caminho que                                               será seu, de escolher os caminhos da liberdade que                             se abrem diante dele e que ele aceitará, ou não, trilhar.                             A questão é se terá a coragem de assumir suas responsabili-                             dades ou preferirá refugiar-se na má-fé do determinismo.                             Há quem afirme que, nos Estados Unidos, esta obra continua exercendo in-                             fluências mais fortes do que na Europa, e que Sartre está sendo chamado de                             Voltaire do Século XX.
Nós somos             responsáveis                 por nossas                 ações?    06
O Início de uma Mudança72                                                    ddPiPisseeccnnuuststaiairrrr,e,e                                                  pprordoudzuirznira                                                  CCOOMM.A.A.I..I.                                                                                                                                       Comunidade de                                                                                                                                      Aprendizagem                                                                                                                                       Investigativa                                                                                O ROUXINOL E O CAÇADOR                                    Era uma vez, um caçador que capturou um rouxinol. “Vou assar essa ave para comer no jantar”,                              pensou satisfeito. Então, levou o pássaro para sua cabana e o prendeu em uma pequena gaiola.                                    Quando percebeu que o caçador afiava a faca para matá-lo, o pássaro perguntou:                                  – Por que você vai me matar? Estou tão magrinho, meu corpo não bastará para matar sua fome,                              mas, se você me libertar, eu lhe darei três bons conselhos. E, se você souber segui-los, terá muita                              sorte e felicidade na vida.                                  O homem já ouvira falar muito dos rouxinóis, conhecia sua reputação de sábios e bons con-                              selheiros. Por isso, e também porque o pobre pássaro era realmente muito magrinho, o caçador                              decidiu concordar com ele.                                  – Quais são seus conselhos? – perguntou à ave.                                  – Escute bem, disse o rouxinol. Nunca se arrependa daquilo que perdeu. Pare de desejar aquilo                              que não pode alcançar. E, por fim, não acredite naquilo que lhe soar falso.                                  O homem libertou o pássaro e ficou pensando em seus conselhos. Observando que o caçador                              estava com uma expressão um tanto estranha, como se não tivesse compreendido muito bem o                              que ele falara, o pássaro disse:                                  – Você foi tolo. Não deveria ter me libertado, porque eu trago imensas pedras preciosas em                              minha barriga. Elas são mágicas e valiosíssimas.                                  O caçador ficou furioso e começou a dar saltos tentando apanhar o pássaro, mas este voou                              mais alto ainda e lhe disse:                                  – Estou vendo que você não entendeu nada. Pense só nos meus conselhos: eu não lhe falei para                              não se arrepender daquilo que perdeu? Você não pode mais me prender, mas está chateado por                              ter me libertado. Depois, eu o aconselhei a nunca desejar aquilo que não pode alcançar. E você                              fica pulando feito um tolo, tentando alcançar um pássaro. E, por último, eu não lhe disse para não                              acreditar naquilo que lhe soasse falso? Pois então, olhe bem para mim. Eu não estou magrinho?                              Você acha que existem pedras preciosas imensas dentro de mim? Não vê que é mentira?
73       O homem, sem saber o que fazer, sentou-se no chão. O rouxinol sentiu pena dele, aproximou-se  e cantou. Ao ouvir o som de seus lindos trinados, o caçador sorriu. Olhou para as árvores, o rio e  a relva, e sentiu-se feliz mesmo sem ter jantado, sem ter encontrado um tesouro, nem compreen-  dido bem os conselhos. E o pássaro partiu sossegado, porque percebeu que um dia o homem en-  tenderia os estranhos conselhos das aves.                                                                                                            História do folclore da Europa Oriental       	     Após ler esta história, vamos encontrar indícios do conteúdo que trabalharemos neste capítu-  lo: responsabilidade moral, determinismo, livre-arbítrio e determinismo moderado, mesmo não  tendo as definições. Vamos ter presentes os “conselhos” do rouxinol: “Nunca se arrependa daqui-  lo que perdeu. Pare de desejar aquilo que não pode alcançar. E, por fim, não acredite naquilo que  lhe soar falso”.    AAmmdppolliissaaççããoo               A IGNORÂNCIA E A                                RESPONSABILIDADE MORAL                            Conforme afirmação nos capítulos anteriores, só    eenntteennddiimmeennttooss podeserresponsabilizadaapessoaqueconhece,es-                                                                   colhe, decide e age conscientemente. Portanto, está                                                                   livre da responsabilidade moral quem ignora as cir-                          cunstâncias e consequências da sua ação.                            A ignorância pode ser (em algumas situações)                            uma condição que livra a pessoa de responder por                            seu ato. Essa afirmação é forte porque pode desenca-                            dear uma série de atos e alegações de não estarem previs-                         tas as consequências, mas só não conhecer não basta.                            Há casos em que a pessoa não conhecia, não podia e não                         tinha obrigação de conhecê-las (exemplo clássico é o de soldados                                 Aprendendo a Viver Juntos    nazistas que participaram das barbáries da 2ª Guerra Mundial). Você consegue dar outro exem-    plo das colocações expostas neste parágrafo? Vamos registrar exemplos que foram discutidos e    aceitos na COM.A.I.
74             Quando se alega ignorância para não ser responsabilizado, deve ser analisada a situação con-        creta. Conforme as circunstâncias, a ignorância não pode livrar da responsabilidade, pois a pes-        soa é responsável por não saber o que deveria sa-        ber (um exemplo são as leis de trânsito para o        motorista). Vamos pensar em outro exemplo?             Valores são construídos na família, no dia        a dia, no trabalho, nas escolas, nas mani-        festações culturais, nos movimentos e        nas organizações locais. Conhecê-los,        compreendê-los e praticá-los é uma        necessidade fundamental da convi-        vência social.             O que pensar da seguinte situação: um        pai, vendo um filho passar fome, resolve        roubar alimentos no supermercado. Ele agiu        certo ou errado ao cometer o roubo? A resposta        poderia ser: “Ele agiu certo, porque viu o filho com        fome e não suportava a cena de miséria em sua casa,        não teve saída senão roubar. Ou: “agiu errado por ter        roubado, sabemos que roubar não é a coisa certa”. O exemplo pode dar uma ideia da complexida-        de que é viver em sociedade.             A luta por um mundo melhor, por uma civilização mais humana, mais democrática e mais        justa tem sido historicamente construída pelo homem. E nessa construção temos justiças e injus-        tiças, ações e acomodações, pensamentos coletivos e situações para “levar vantagens”. Contudo,        vivemos em comunidade e, portanto, é preciso, cada vez mais, discutir e ampliar os entendimen-        tos para uma convivência digna e responsável.                                                     A QUESTÃO DA FORÇA EXTERNA                                                    E A RESPONSABILIDADE MORAL    O Início de uma Mudança     Podemos atribuir responsabilidade por um ato quando          Aristóteles já dizia que                           a causa esteja dentro da própria pessoa e não em alguém      a coação externa pode                           que a force a praticar esse ato contra sua vontade, portan-  vir de alguém (pessoa) ou                           to, se a pessoa não for obrigada a fazê-lo.                  de algo (objeto/circuns-                                                                                        tância) que força a pessoa                              Quando alguém é obrigado a fazer um ato, chamamos         a ter uma ação contra                           isso de coação externa (lembra-se de que vimos esse con-     sua vontade, não haven-                           teúdo no capítulo 3 – Liberdade de ação e decisão?). A       do escolha e decisão. Por-                           coação externa é uma pressão que leva a pessoa a perder      tanto, a ação da pessoa                           o controle dos seus atos e a impede de decidir livremente.   não pode exigir respon-                           Assim, ela realiza um ato que não escolheu e não decidiu,    sabilidade moral.                           por isso não pode ser responsabilizada pela ação que fez.                                Vamos analisar os exemplos e discutir se há possibili-                           dade de livrar os envolvidos da responsabilidade moral.
75       Na 2ª Guerra Mundial, os nazistas construíram campos de concentração onde       judeus e outras minorias eram dizimadas, e seus corpos serviam para expe-       riências médicas, com atrocidades genéticas. Ao fim da guerra, os principais       dirigentes foram presos e submetidos a julgamentos – o famoso Processo de       Nuremberg. Todos alegavam não ter responsabilidade legal e muito menos       moral pelos crimes cometidos, justi-       ficando estarem cumprindo ordens             Assista ao documen-     superiores (coação externa) ou desco-     tário “Os cadernos secre-     nhecimento dos fatos (ignorância).        tos de Nuremberg”, com o     Alguém, com revólver na mão, obriga       leitor de código QR ou na     você a postar nas suas redes sociais fo-  Plataforma do Pensar.     tos comprometedoras em que difama       outra pessoa. Você pode ser conside-       rado responsável por este ato?    	    O que pensar sobre esses exemplos? Há outros exemplos que acontecem na sociedade para    discutir, encaixando-se na ideia de coação externa e ignorância? Vamos registrar os exemplos    levantados na COM.A.I.                                            AS FORÇAS INTERNAS E A                                      Aprendendo a Viver Juntos                                        RESPONSABILIDADE MORAL       É preciso ter presente que a pessoa só é responsável moralmente pelos atos cuja natureza  conhece, cujas consequências pode prever, ou seja, aqueles atos que, não havendo coação exter-  na, estão sob domínio e controle.       Existem alguns casos em que pessoas têm coação interna, uma força que as leva a cometer  atos que não poderiam ser considerados de responsabilidade moral. São mais desvios de conduta  por forças internas, tais como: o cleptomaníaco, o neurótico, o desajustado sexual. Nesses casos,  o sujeito não tem consciência no momento em que realiza tais atos, ele desconhece o porquê do  ato e as suas consequências.       Mesmo sendo difícil estabelecer a linha divisória entre comportamento normal e anormal  (doentio), costuma-se dizer que pessoas normais não fazem ações por forças internas irresistíveis.  Somos pessoas que têm coações internas controláveis, que nos permitem optar. Por isso, desejos,  paixões, impulsos, motivações inconscientes e crenças podem levar à responsabilidade moral.                                              AS TRÊS POSTURAS E A                                        RESPONSABILIDADE MORAL       Este é um problema ético antigo, pois estamos diante de duas visões opostas de mundo. De um  lado, estamos em um mundo casualmente determinado, e isso faz com que pessoas aceitem as  ideias do determinismo. Aqui, não há nenhum espaço para a responsabilidade moral, pois tudo  já está definido, pronto. Do outro lado, está a condição de escolha ilimitada, o que é improvável  que também aconteça. É preciso ter presente as relações entre necessidade, vontade e liberdade.       Temos, assim, três posturas filosóficas, relacionadas com a responsabilidade moral.
76                                1. Tudo está determinado,       2. O homem pode de-                            portanto, não há liberdade     terminar-se, conquistar                           e muito menos responsabili-    sua liberdade e responder                           dade moral − Determinismo     moralmente por seus atos −                                         Absoluto.                 Livre-arbítrio.                                                                    3. O homem é determinado,                                                               e essa é a condição necessária                                                                da liberdade (liberdade e ne-                                                                     cessidade estão juntas) −                                                                             Determinismo                                                                                 Moderado.    O Início de uma Mudança                                            1. DETERMINISMO ABSOLUTO                                É uma visão de mundo, uma doutrina que aceita o fato de que cada um dos acontecimentos                           do universo está submetido às leis naturais, leis entendidas dentro de uma estrutura de causa.                           Há quem relacione o determinismo à questão do destino e da predestinação, aplicados tanto aos                           objetos quanto às pessoas. Nesse caso, descarta-se a existência da criação e da liberdade.                                O ponto de partida é que, neste mundo, tudo tem uma causa. Assim, a ciência, bem como a ex-                           periência cotidiana, comprova a tese determinista.                                Se tudo tem uma causa, como podemos evitar agir como agimos? Será que a ação, nesse mo-                           mento, tendo uma causa que nem sequer conheço, é livre? Então, a decisão e a ação são causadas                           por circunstâncias? Assim, não haveria liberdade, mas apenas efeitos de uma causa ou de uma                           série causal?                                Para o determinista absoluto, tomar uma decisão é fruto de uma causa, e isso significa que a                           escolha não é livre. Dizer, então, que houve uma escolha livre é ilusão, pois não há liberdade da                           vontade. Escolhe-se, sim, mas por força das causas que determinam a escolha.                                Dessa forma, com o determinismo absoluto, teríamos a condição da possibilidade de, ao co-                           nhecer todas as circunstâncias que atuam sobre um fato, em um determinado momento, predizer                           com exatidão o futuro.                                Resumindo, poderíamos dizer que, para o determinismo absoluto, tudo é causado. Sendo as-                           sim, a liberdade humana é falsa, e não pode haver responsabilidade moral. Somente poderia ter                           acontecido o que aconteceu de fato.                                Pensadores que se opõem ao determinismo do ponto de vista ético e antropológico-filosófico                           assinalam que, dentro de uma doutrina determinista, não cabe o livre-arbítrio. Filósofos exis-                           tencialistas criticam o determinismo ao defender que, na existência humana, a liberdade é um                           direito natural, faz parte do ser do homem. Defendem que existir é fundamentalmente ser livre.
77    2. LIVRE-ARBÍTRIO       Vamos iniciar lendo a fábula do “Asno de Buridan”, escrita por  Jean Buridan, mestre e reitor da Universidade de Paris, na pri-  meira metade do Século XIV.       	         Um asno que tivesse diante de si, e exatamente à mesma         distância, dois feixes de feno exatamente iguais não pode-         ria manifestar preferência por um mais do que pelo outro         e, portanto, morreria de fome.       	     Esta questão foi formulada para mostrar a dificuldade do problema do livre-arbítrio. Não ha-  vendo uma preferência, não pode haver escolha. O que fica claro é que o problema do asno de  Buridan é sumamente instrutivo: analisá-lo como é devido requer revisar por inteiro as difíceis  noções de escolha, preferência, razão, vontade e liberdade.     Para os defensores do livre-arbítrio da ação humana, ser livre significa decidir e agir como se  quer, independentemente da causa determinante. Então, o homem é capaz de julgar, e isso possi-  bilita a ele fazer escolhas voluntárias, autônomas, sem pressão interna ou externa.     A liberdade é um dado da experiência imediata e também uma certeza que não se abala pela  existência da causalidade. O homem é absolutamente livre em aceitar que faz parte da natureza  e que vive em sociedade, de forma moral, ao comportar-se.     Resumindo, poderíamos perguntar: sendo tudo possível, quais critérios usar ao julgar um ato  moral? Se os fatos causais não interferem na decisão e ação, como considerar responsabilidades  pelo ocorrido? Se vivêssemos em um mundo do acaso, em que tudo fosse possível, haveria sen-  tido em falar de liberdade e responsabilidade moral? Assim, a liberdade da vontade, longe de  excluir a causalidade, necessita dela.    3. DETERMINISMO MODERADO       Ao aceitar o determinismo absoluto, conclui-se que o homem não é livre e, portanto, não é mo-    Aprendendo a Viver Juntos  ralmente responsável pelo que faz. Ao defender o livre-arbítrio como forma de conduta, dizemos  que a pessoa também não responde moralmente por seus atos, pois toma decisão e age não sujeita  à necessidade e ao resultado, mas ao acaso.       Três pensadores deram suas contribuições para as reflexões sobre liberdade e necessidade  causal.       	     SPINOZA       Para ele, o homem, sendo parte da natureza, está sujeito às leis da necessidade universal. Por  isso, a ação, o movimento do mundo exterior, provoca no homem um estado interior chamado  por ele de “paixão” ou “afeto”, sendo assim, determinado de fora. Ao comportar-se dessa maneira  (pela paixão), é escravo, pois suas ações são determinadas por causas externas. Ser livre, então,  é tomar consciência da necessidade ou compreender que tudo o que acontece é necessário. De-  ve-se notar que, embora a alma humana seja determinada pelas coisas exteriores para afirmar ou  negar, não é determinada a ponto de ser constrangida por elas, mas permanece sempre livre, pois  nenhuma coisa tem o poder de destruir sua essência. Portanto, aquilo que afirma e nega, afirma e  nega livremente. E se, depois disso, alguém perguntar: por que a alma quer isto e não quer aquilo?  A resposta pode ser: porque a alma é uma coisa pensante, isto é, uma coisa que, por sua natureza,  tem o poder de querer e não querer, de afirmar e de negar, pois isso é ser uma coisa pensante.
78             HEGEL           Este filósofo também define a liberdade como conhe-       cimento da necessidade. Ele diz: “A liberdade é a neces-       sidade compreendida”. Relacionando a liberdade com a       história, ela é histórica, há graus de liberdade ou de en-       tendimento das necessidades.             MARX E ENGELS           Quando falam do determinismo moderado, não vão       contra a posição de Spinoza e Hegel. Afirmam que o ho-       mem busca ser livre pelo poder que tem sobre a natureza       e sobre si mesmo, transformando o mundo e a si mesmo       sob as bases de sua interpretação (conhecendo as ligações       causais e as necessidades que movimentam os fatos).           Ao pensarmos em responsabilidade moral, devemos ter presente a liberdade e a necessidade       que estão ligadas ao ato moral.                             LIVRE-ARBÍTRIO                           NA LITERATURA    O Início de uma Mudança     O escritor russo Dostoiévski escreveu um romance cha-               PPeaarrreaaffsslaeaebtbtiiererrr                           mado Os Irmãos Karamazov4, obra da literatura universal.               nnaa CCOOMM..AA.I.I..                           Vale a pena ler e refletir a parte de sua obra que fala de li-                           vre-arbítrio como “uma carga terrível” que devemos supor-                               Comunidade de                           tar em nossa existência.                                                                Aprendizagem                                                                                                                     Investigativa                              “Em lugar de te apoderares da liberdade humana, tu ainda a esten-                           deste! Esqueceste-te então de que o homem prefere a paz e até mesmo                    Acesse o conteúdo                           a morte à liberdade de discernir o bem e o mal? Não há nada mais se-                   com o leitor de códi-                           dutor para o homem do que o livre-arbítrio, mas também nada mais                       go QR ou na Plata-                           doloroso. E, em lugar de princípios sólidos que teriam tranquilizado                   forma do Pensar                           para sempre a consciência humana, tu escolheste noções vagas, es-                           tranhas, enigmáticas, tudo quanto ultrapassa a força dos homens, e                           com isso agiste como se não os amasses, tu, que vieras dar tua vida                           por eles! Aumentaste a liberdade humana em vez de confiscá-la e,                           assim, impuseste para sempre ao ser moral os pavores dessa liber-                           dade. Querias ser livremente amado, voluntariamente seguido pelos                           homens fascinados. Em lugar da dura lei antiga, o homem devia do-                           ravante, com coração livre, discernir o bem e o mal, não tendo para                           se guiar senão tua imagem; mas não previas que ele repeliria afinal e                           contestaria mesmo tua imagem e tua liberdade, esmagado sob essa                           carga terrível: a liberdade de escolher?                                É hora de registrar suas reflexões pessoais e também da sua COM.A.I. sobre o livre-arbítrio                           exposto no texto.                             			                           4. DOSTOIEVSKY, Fiódor. Os Irmãos Karamazov. Trad. Natalina Nunes e Oscar Mendes. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s.d., p. 219.
79    aRiRnçeõetfelefeslrxeidnõxietõsescerei-s-  1. É importante relacionarmos os nossos atos e as ações  dpniCalsicOnCipOaMlrMine.Aa.sArne..IIs..a   ao conceito de responsabilidade moral. Por isso, procu-                                               re escrever três ações, atos, que você praticou ou pra-           Comunidade de                       tica e, diante da definição de responsabilidade moral,            Aprendizagem                       analise se você está sendo livre nessas ações.             Investigativa                                               	                                               2. O que dizer da expressão popular: “foi Deus que quis                                              assim”? Em qual visão de mundo podemos colocar essa                                             afirmação?                                     	                              3. Analisando sua vida até o presente, você aceita as coisas, os fatos, dentro  da visão determinista, do livre-arbítrio ou do determinismo moderado? Procure dar exemplos.    	                                                                     Veja o conteúdo “Até  4. Na COM.A.I., vamos assistir ao clip da música Até Quando?,         quando?” utilizando  composição de Gabriel, o Pensador; Itaal Shur e Tiago Mocotó. A       o leitor de código QR  seguir, será hora de fazer a análise da letra e marcar os trechos em  que se encontram ideias que retratam: responsabilidade moral,           ou na Plataforma  determinismo absoluto, livre-arbítrio e determinismo moderado.               do Pensar    	                                                                                                           Aprendendo a Viver Juntos  5. Junto com a disciplina de português, vamos interpretar o texto “O que os outros pensam sobre  mim?”, para entender o que está nas entrelinhas. Depois, em COM.A.I., vamos criar um texto re-  flexivo no qual estejam destacados os tipos de coação (externa e interna) sobre este tema.                                                      Acesse o texto com                                                    o leitor de código QR                                                    ou na Plataforma do                                                    Pensar
80                                                    O CASO DAS LARANJAS UGLI                               PPcceeonnmssaaoorr                                                                                                       PPRNRNOOIISSTTTTAAAAGGSSOO-                                               = sobre responsabilidade, determinismo, livre-arbítrio                                Objetivos: colocar os participantes em situação de nego-                           ciação, a fim de observar a negociação, persuasão, criativi-                           dade, o foco no objetivo, a fluência verbal, produtividade                           sob tensão e o saber ouvir.                                Desenvolvimento: o professor escolhe dois alunos que                           representarão os produtores de laranjas Ugli e dividi o res-                           tante da turma em dois grupos.                                             TEXTO PARA OS PRODUTORES                             Vocês são os únicos produtores brasileiros de laranjas                             Ugli, uma qualidade rara de laranjas, uma verdadeira desco-                             berta, com sementes importadas do Oriente Médio que, segundo                             as últimas descobertas, têm um grande poder curativo e poderão                             ser usadas na composição de drogas poderosas no combate a doenças                             graves. Trata-se de uma produção modesta.                             Em breve, estarão recebendo algumas propostas de grandes laboratórios.                             Cada um dos laboratórios interessados na produção de laranjas Ugli precisa de um componen-                             te específico da laranja. Um, está interessado na casca; outro, no bagaço; e assim por diante. Entre-                             tanto, este detalhe não será abordado pelos produtores, esperando-se que os representantes dos                             laboratórios percebam e entrem em um acordo ganha-ganha. Ainda sobram o suco e a semente.                             As sementes interessam aos produtores para o replantio. Os produtores investiram no plantio                             desta qualidade de laranja com objetivo de lucro, e a procura dos laboratórios valoriza ainda mais                             esta qualidade de laranjas.    O Início de uma Mudança          DESAFIO AOS PROTAGONISTAS                                                    Texto do grupo 1 e do                              A intenção é que a COM.A.I. possa interiorizar                                    grupo 2 estão na Plata-                           melhor os conceitos. Nesta atividade, é importante,                                  forma do Pensar, bem                           além das discussões, o entendimento e a arte de ar-                                  como a continuação                            gumentação, para que os conteúdos possam ser assi-                                  deste trabalho.                                  milados na prática. Na continuação da atividade,                       “P“fPfoeoernrnaassadadrara                                    a COM.A.I. criará uma forma inteligente de                         ccaaixaa””ee                                        divulgar esta atividade na escola.                             ddeeixxaarr                                                                                                       mmaarrccaass                                           JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778)                                                 “A liberdade como valor supremo”                                   Desde muito jovem, Jean devorava os livros da                             biblioteca da família. Aos 16 anos, fugiu da cida-                             de onde vivia para levar uma vida independen-                             te. Passou muita fome e privação, mudou várias                             vezes de emprego, de mulher e de país.
81       Buscando o sucesso, chegou, em 1742, em Paris para ser professor de música, trazendo na ba-  gagem um novo sistema de notas musicais, uma ópera, uma comédia e uma coletânea de poemas.       Não obteve sucesso e não se saiu bem, mas conheceu Diderot e foi convidado a escrever arti-  gos sobre música para a obra Enciclopédia. Foi quando entrou em contato com os filósofos enci-  clopedistas.       Em 1749, Rousseau despertou como filósofo, escrevendo sua primeira obra: Discurso sobre as  ciências e as artes, com a qual ganhou um prêmio e deu início a um pensamento dissonante e  polêmico dentro do Iluminismo. Publicou as obras Emílio e O Contrato Social, que foram consi-  deradas ofensivas pelas autoridades. Condenado à prisão, ele fugiu. Em 1776, seu estado de saúde  agravou-se. Vivendo na pobreza, usou sua condição econômica como desculpa para não criar  nenhum dos cinco filhos, que foram deixados em orfanatos. Rousseau passou seus últimos dias  estudando e catalogando plantas até falecer.       Contribuiu com obras significativas nos campos da política, da moral, da educação, da música,  do teatro e da botânica. Lançou sua filosofia não somente por meio de escritos filosóficos formais,  mas também em romances, cartas e na sua autobiografia.    PlPleeaarrrreeaa                     O CONTRATO SOCIAL OU                                 PRINCÍPIOS DO DIREITO POLÍTICO                           Já no primeiro livro, o autor coloca seu projeto: “Procuro saber                      se, na ordem civil, pode haver alguma regra de administração le-    smsmaabbaaeeiisrsr  gítima e segura, que tome os homens tais quais são, e as leis tais                      quais podem ser”. Assim, vemos que a defesa do Estado social,                      mesmo não sendo natural para o homem, é indispensável. A ques-                      tão é encontrar uma convenção que conserve a liberdade caracte-                      rística do estado de natureza.                           Toda a obra está organizada em quatro livros. O primeiro des-                        creve o pacto ou contrato                        social, tendo presente a ideia do                      direito natural. O segundo livro fala                           da soberania e dos direitos que lhe são  Pensaram “fora da                    inerentes. O terceiro livro é mais concreto   caixa” e deixaram  e detalhado, trata do governo. O quarto livro aborda as          marcas. E você?  instituições políticas (eleições, juízes), os costumes e a re-    ligião.    O verdadeiro contrato está em “encontrar uma forma    de associação que defenda e proteja com toda a força co-                                 Aprendendo a Viver Juntos    mum a pessoa e os bens de cada associado e por meio da    qual cada um, mesmo unindo-se a todos, só obedeça a si    mesmo e continue tão livre quanto antes”. É um contrato    em que cada um submete-se à autoridade da lei para ser    cidadão.    Esta obra tem alcances múltiplos, pois, vista sob o as-    pecto prático, influenciou a Revolução de 1789, na França.
Ser feliz ou   por uma ética  e uma estética  emancipatórias         07
83    ddPiPisseeccnnuuststaiairrrr,e,e  pprordoudzuirznira  CCOOMM.A.A.I..I.            Comunidade de           Aprendizagem            Investigativa                                            O GIGANTE E AS CRIANÇAS                                      Aprendendo a Viver Juntos       Em uma vila nas montanhas Altai, não havia crianças porque, naquelas cercanias, morava  um terrível gigante que as levava embora logo que começavam a andar. Os jovens casais, vendo  o desespero dos pais das crianças raptadas, temiam ter filhos e sofrer também. Assim, a vila foi  lentamente tornando-se um lugar em que só habitavam idosos, até que um casal resolveu que  teria um bebê, custasse o que custasse.       Quando o menino nasceu, esconderam-no em uma gruta e, quando ele já podia entender o que  lhe diziam, contaram-lhe que teria que ser corajoso, pois um dia precisaria enfrentar o gigante.  O menino aprendeu a correr em grande velocidade e a atirar com arco e flecha. Quando ele com-  pletou oito anos, o pai lhe falou:       – Meu filho, precisamos libertar este lugar da tirania do gigante. Quero que você venha até as  montanhas e lute ao meu lado. Mas, para que possamos vencer, você deve confiar completamen-  te em mim.       A criança concordou. Sabia que o pai era um homem de muita coragem, além de ser o melhor  arqueiro da vila. A viagem rumo à caverna do gigante durou dois dias. Assim que chegaram às  montanhas, ouviram o ruído dos passos dele:       – É agora, meu filho!, sussurrou o pai.     Em seguida, pôs o menino diante de uma árvore e disse-lhe:     – Não se afaste da árvore e tenha confiança em mim. Virei buscá-lo quando chegar a hora.     O menino passou a tarde toda esperando pelo gigante. Quando o sol já desaparecia no horizon-  te, ele surgiu. O garoto estremeceu, assustado, porque o gigante era muito mais terrível do que ele  havia imaginado. A voz era cruel; o olhar, duro; os gestos eram violentos.     – Ah!, disse o gigante quando o viu. Ganhei uma criança de presente hoje! Que bom! Eu estava  mesmo morrendo de fome!
84             O gigante abaixou-se para pegar o menino. O garoto sentiu uma vontade imensa de fugir, mas        lembrou-se das palavras do pai e, reunindo toda a sua coragem, permaneceu imóvel. Foi então        que uma flecha certeira atingiu a testa do gigante, que caiu morto. O pai correu ao encontro do        filho e abraçou-o, dizendo:             – Obrigado, meu filho! Conseguimos vencer! Obrigado por confiar em mim!           Com a morte do gigante, a felicidade voltou a reinar na vila. As pessoas jamais se esqueceram        da coragem daquele homem e da confiança daquele menino. Por isso, esta história é contada até        os dias de hoje.                                                                                                                        História do folclore da Ásia Central             	           Escreva a moral da história do folclore da Ásia Central, tendo presente o título deste capítulo –        “Ser feliz ou por uma ética e uma estética emancipatórias”.                                                 O conteúdo, as atividades e ações deste capítulo estão dis-                                              ponibilizados na Plataforma do Pensar em seu livro digital.                                                     Você e a COM.A.I. do 8º ano irão acessar via celular,                                                              tablet ou pelo endereço eletrônico:                                                             www.editorasophos.com.br/pensar    O Início de uma Mudança
Avaliações             Formativas e                 Reflexivas    8ºano
86                                Para cada aluno perceber seu nível de entendimento dos      AAVvAaLlIiAaÇçÃãOo                              conteúdos.                              Para o professor perceber seu desempenho e dinamismo                              no envolvimento com a matéria.                              Para sentir como se processa o nível de discussão e enten-                              dimento da turma que forma a COM.A.I.                              Para que cada questão sirva para ampliar as reflexões e                              discussões individuais e do grupo.                                Para pensar e perceber como vemos as Avaliações dentro                           de uma visão atual e que valoriza a individualidade, respeita                           a formação de suas ideias e vê a Educação Reflexiva, dentro                           do Programa Educar para o Pensar, como um processo.                                 Visão Tradicional         Visão Progressista                                  Ação individual e            Ação coletiva e                                   competitiva                 consensual                                    Concepção                                  classificatória      Concepção investigativa                                                                e reflexiva                             Apresenta um fim em                                     si mesma         Atua como mecanismo de                                                       diagnóstico da situação                            Postura disciplinadora                             e diretiva do professor  Postura cooperativa entre                           Privilégio à memorização        professor e aluno                             Pressupõe a dependência    Privilégio à compreensão                                      do aluno                                                      Incentiva a conquista da                                                         autonomia do aluno                             Em conformidade com a Base Nacional Comum Curricular - BNCC.                                                               AVALIAÇÃO DOS                                                      CONTEÚDOS (FORMATIVA)    O Início de uma Mudança     Sabemos que a avaliação deve ser um processo e não somente um produto acabado de pergun-                           tas e respostas.                                A seguir, seguem algumas questões que você, aluno, poderá pensar quando estiver estudando                           os conteúdos. Questões que o(a) professor(a) poderá utilizar também em momentos fixados para                           avaliar.                                Também reafirmar que na Plataforma do Pensar, onde sua escola tem o seu espaço de apren-                           dizagem e investigação, temos lá muitas avaliações que ajudarão aos professores e alunos –                           www.editorasophos.com.br/pensar − com a chave e a senha para sua escola, que faz parte do                           Programa Educar para o Pensar.
87    1. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO                          ÉTICA NOS DIAS ATUAIS.    1. Na escola e no mundo em que vivemos, existe clima de respeito entre as pessoas?    2. Como era vista a ética nas sociedades tradicionais? E, hoje, qual é o entendimento sobre a ética?    3. Qual é o grande avanço com relação ao tempo dos nossos pais e o que vivemos hoje no aspecto  da discussão ética?    4. Quais são os Valores Universais e por que são os pilares para a convivência entre cidadãos do  mundo?              2. HÁBITOS, COSTUMES, REGRAS, NORMAS                                                        Aprendendo a Viver Juntos                                                         − BEM E MAL    1. O pensamento de Aristóteles: “Somos o que fazemos repetidamente. Por isso, o mérito não está  na ação e sim no hábito”, oportunizou discussões e muitos entendimentos. Agora, registre suas  ideias a partir da afirmação do filósofo.    2. Escreva a relação do significado da palavra motivo com o título do capítulo 2.    3. O que é Moral? O que é Ética? Após responder às duas perguntas, escreva sobre seu entendi-  mento do que é ter consciência ética.    4. Em Reflexões e ações interdisciplinares, temos a pergunta nº 2, que traz a história – Uma dis-  cussão sobre regras e normas. Faça uma relação entre ter consciência e responsabilidade, criando  uma ligação com a ideia de Bem e Mal (ou certo e errado).
O Início de uma Mudança88                                              3. LIBERDADE DE                                                                                            AÇÃO E DECISÃO                                1. Lembre-se das discussões sobre a frase: “Só nos momentos em que exerço minha liberdade é                              que sou plenamente eu mesmo – ser livre significa ser eu mesmo”. Agora, escreva suas ideias e                              reflexões sobre o que é liberdade a partir desta frase.                                2. Somos livres, mas sofremos pressões internas e externas. O que são essas pressões?                                3. O filósofo Sartre falava de liberdade vivida. O que significa isso?                                4. Qual é a definição filosófica do termo responsabilidade?                                             4. FUNDAMENTOS DO MODO DE SER (ETHOS),                                                                           COMO FORMA DE VIDA CONQUISTADA                              1. A ética é uma atitude pessoal ou ela tem um caráter universal?                              2. Escreva a diferença entre ética normativa e ética descritiva.                                3. Faça uma análise do modo como as pessoas religiosas veem o mundo e o que sustenta a forma                              de viver dessas pessoas. Após terminar, escreva a respeito, dando um exemplo prático.                                4. Sendo a ética a arte de realizar o Bem, nada mais é do que a realização plena da pessoa, tendo                              em vista o fim para o qual ela existe. A partir disso, vamos pensar e escrever sobre como deve ser                              o relacionamento humano na escola?
89    5. COMPORTAMENTO HUMANO                          E CONVIVÊNCIA SOCIAL    1. O comportamento do homem diante das diversas situações da vida depende de cada momento  e de cada um, ou há um comportamento padrão aceito universalmente?    2. O capítulo traz a seguinte afirmação: “O comportamento humano dominante em todas as épo-  cas históricas foi o da necessidade vital e inadiável de produzir os bens necessários para a sobre-  vivência, isto é, a estrutura econômica.” A partir dela, escreva sua posição e argumente, sendo  favorável ou contrário à ideia colocada.    3. O comportamento humano, como ação política, representam a inteira vivência consciente na  comunidade. Quem não participa também está fazendo política?    4. São muitos os problemas que afligem a existência humana. O que dizer da afirmação no capí-  tulo: “Somos convocados a saber viver bem. Por isso, é importante uma reflexão constante sobre  o comportamento moral, tendo presente o conhecimento e a liberdade como panos de fundo.”               6.                NÓS SOMOS RESPONSÁVEIS                                   POR NOSSAS AÇÕES?  1. O que é ser responsável?    2. Como e o que decidir em uma sociedade que determina os comportamentos?    3. Diga o que você sabe sobre a afirmação: “só pode ser responsabilizada a pessoa que conhece,  escolhe, decide e age conscientemente”.    4. Diga, com suas palavras, o que você entende por Determinismo Absoluto.                            Aprendendo a Viver Juntos               7. SER FELIZ OU POR UMA ÉTICA E                                         UMA ESTÉTICA EMANCIPATÓRIAS    As atividades deste capítulo, você pode acessar utilizando       o leitor de código QR ou na Plataforma do Pensar.
90                            AAvVAalLiIaAnNdDoO                           MmINiHnAhaCA-                          caMmINinHhAaDdAa                                                                                                       Afinal, sou um                           AVALIAÇÕES DAS ATITUDES                                                     SER pensante –                                                                                                       Faço reflexões                                                                                                            no 8º ano                             Autoavaliação                                                  1º Semestre  2º Semestre                             1. Minha nota como participante da turma, pelo cuidado                             que tenho com meus pertences e com os objetos da sala e                           da escola.                             2. Minha nota como membro da COM.A.I., na qual apren-                             do a lidar com as minhas fraquezas e forças e com as fra-                           quezas e forças de meus colegas.	                             3. Minha nota sobre o relacionamento com os professores                             de todas as matérias, os quais são profissionais que escolhe-                           ram trabalhar com adolescentes e jovens.                             4. Minha nota sobre o relacionamento com os funcio-                             nários e demais responsáveis pelo andamento da escola, os                           quais trabalham muito para que a escola cresça.	                             5. Minha nota sobre as atitudes durante as aulas, frente                             ao conhecimento compartilhado com os outros nas inves-                           tigações em sala ou em qualquer lugar.                             Nota do(a) professor(a) pela participação nas aulas.                             Minha nota para a COM.A.I., que se forma a cada semestre.    O Início de uma Mudança     Obs.: com critérios estipulados na COM.A.I. e tendo em vista como sua escola mede o desem-                           penho e a participação nas disciplinas, estabeleça um valor numérico (5 a 10) ou um conceito                           (bom, ótimo, excelente) para sua participação. Também é necessário você justificar a cada semes-                           tre o porquê de sua média ou seu conceito geral.                                1º semestre −Justificativa: 	                             2º semestre −Justificativa:
91     QUADRO DAS EQUIVALÊNCIAS DE CADA NOTA OU  CONCEITO ATRIBUÍDO NA CAMINHADA DESTE ANO                      GUIA PARA COMPLETAR O QUADRO DE EQUIVALÊNCIAS    Cor – Você deverá escolher três cores e justificar o significado de cada uma, pensando nos  conceitos: Bom, Ótimo e Excelente.    Sentimento – Escolha um destes três rostos e saiba justificá-los,  conforme o conceito atribuído: Bom, Ótimo e Excelente.    Símbolo – Crie três símbolos para utilizá-los e justifique: Bom, Ótimo e Excelente.    Nota – Você irá, com critério e coerência, estipular o valor numérico:  Bom: 5 ou 6;  Ótimo: 7 ou 8;  Excelente: 9 ou 10.    Critérios para avaliar                  Semestre  Cor Sentimento Símbolo Nota    Os outros melhoram, e isso acontece     1º                                                  Aprendendo a Viver Juntos  também por causa do meu incentivo;      2º  percebo cada vez mais que sou res-      1º  ponsável pelo bem comum.                2º                                          1º  Cresço a cada dia, mas sei que sou      2º  capaz e posso melhorar muito mais.      1º  Acomodando-me aqui, estarei men-        2º  tindo para mim mesmo.                   1º                                          2º  Percebi que não é difícil mudar aquilo  1º  que, em mim, prejudica os outros; de    2º  minha parte, tenho ficado muito con-  tente com minhas melhoras.    Estou naquela de deixar para ama-  nhã o que posso mudar hoje; tenho  que reconhecer que estou esconden-  do mi-nhas capacidades.    Estou naquela situação: se não largar  os amigos e as ideias egoístas que te-  nho, nunca virão as ideias e os amigos  novos; tenho que ousar mudar.    Preciso de uma boa conversa com al-  guém maduro; meu orgulho me en-  ganou, pois pensei que poderia viver  sem a ajuda de ninguém.
92         No Programa “Educar para o Pensar”, avaliar é:                             valorizar o ser humano, pois defendemos que ele é       AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO                           responsável, generoso, solidário e quer ser feliz;      FFOORRMATTIIVVAA                           acreditar no desenvolvimento de todas as suas poten-    EERREEFFLLEEXXIIVVAA                           cialidades;                           incentivar para que este assimile a importância de                           participar ativamente da Comunidade de Aprendi-                           zagem Investigativa (COM.A.I.), assim, perceberá a                           importância de saber trabalhar e aprender em grupo                           para sua vida, de dialogar em equipe, agora e para sua                           vida profissional;                           considerar cada aluno como protagonista de seu cres-                           cimento, incentivando a pesquisa, argumentação e                           clareza de suas ideias, bem como estimular os alunos a                           estarem abertos ao pensar do outro, aos avanços cien-                           tíficos, sociais, às inovações tecnológicas.                                O Programa, em conformidade com a Base Comum Curricular, propõe desenvolver os con-                           ceitos reflexivos de maneira equilibrada e condizente com a faixa etária (Ed. Infantil ao E.M.),                           relacionando-os aos demais conteúdos. Dos alunos e da turma, busca-se o respeito aos aspectos                           físicos e estéticos, o equilíbrio no tocante à afetividade, inteligência, aos conhecimentos, à va-                           lorização das dimensões comunitária e social, formando para os valores humanos. Isso feito em                           equipe, que, tecnicamente, chamamos de formar em sala de aula a Comunidade de Aprendiza-                           gem Investigativa.                                Defendemos que o processo de avaliação é amplo e complexo, tem um papel importante na                           vida de cada aluno, do professor e do grupo de alunos. Deve esta avaliação mais ampla mostrar o                           desenvolvimento do estudante, analisando os resultados para a construção dos conhecimentos.                                Quais os caminhos para avaliar o desempenho intelectual, social, filosófico, interativo? Defen-                           demos que o ensino, a aprendizagem e a avaliação acontecem de maneira integrada no cotidiano                           de cada aluno e turma de sala de aula. Em outras palavras, a avaliação é um processo coletivo, no                           qual a participação de cada um soma para o todo, de modo que é possível perceber o desenvol-                           vimento de cada aluno. Portanto, nos momentos de ensino e aprendizagem, todos avaliam e são                           avaliados, pois promovem aprendizagens.    O Início de uma Mudança                                                  EDUCADOR!                                                          Continue sua reflexão e entendimento                                                       do que defendemos como Avaliação no Pro-                                                       grama Educar para o Pensar indo na Plata-                                                       forma do Pensar:                                                          www.editorasophos.com.br/pensar                                                       ou com o QR code pelo seu celular ou tablet.
93    EEPPDDAUURCCAAAORR  CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO  PPEENNSSAARR          DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES                                         NAS ESCOLAS                            (Em conformidade com a Base Nacional Comum Curricular − BNCC)                            Nossa defesa é que crianças, adolescentes e jovens                       precisam estar preparados para o hoje e o amanhã.                       Portanto, defendemos, como processo avaliativo, uma                       série de procedimentos, que todas as disciplinas preci-                       sariam levar em conta.                            O Educar para o Pensar, defendido e executado na                       sua escola, utilizando nosso programa com a Coleção O                       Início de uma Mudança, tem como metodologia o diá-                       logo e a formação na sala de aula da Comunidade de                       Aprendizagem Investigativa – COM.A.I. Defendemos                       que, com e pelo diálogo, podemos ser entendidos e en-                       tenderemos os outros, formando pessoas responsáveis                       pelo protagonismo juvenil.    QUAL É O PAPEL DO PROFESSOR, DOS    ALUNOS E TAMBÉM DA FAMÍLIA?       Oportunizar condições para que, pelo diálogo e pela investi-  gação, os envolvidos no processo ensino-aprendizagem desenvol-  vam recursos para resolverem as situações complexas surgidas  nos relacionamentos e propostas nos vários conhecimentos, via  disciplinas como: interpretar textos, resolver situações matemáti-  cas, interpretar fatos históricos, analisar fenômenos sociais etc.  Ensinar, avaliar e agir nesse contexto é ajudar os educan-  dos a conseguirem os recursos necessários para o de-  senvolvimento de diferentes competências.                                                                                           Aprendendo a Viver Juntos
O Início de uma Mudança94                                    Na Coleção O Início de uma Mudança (desde a Educação Infantil até o Ensino Médio), propo-                               mos o desenvolvimento de competências e habilidades por:                                               a. conteúdos conceituais que necessitam ser claramente compreendidos e                                             discutidos e dos quais os envolvidos (educador e educandos) precisam apro-                                             priar-se, via investigação, discussão, análise e reconsideração;                                               b. habilidades que oportunizem o saber fazer, o que podemos também chamar                                             de conteúdos procedimentais;                                               c. linguagem que deve ser apropriada a cada contexto, pois é fundamental                                             para a compreensão dos fatos, uma vez que as mesmas palavras, em contextos                                             diferentes, podem assumir significados distintos, por isso a linguagem reflexi-                                             va tem características diferentes da linguagem das artes que, por sua vez, não                                             é a mesma das ciências exatas;                                               d. valores culturais, pois uma situação complexa investigada e discutida deve                                             estar inserida no entendimento cultural do grupo, isso dará sentido às lingua-                                             gens e à postura para decidir as ações advindas da situação;                                               e. administração do emocional é o conhecer a si mesmo, pois, a cada situação                                             de aprendizagem, investigação, discussão, proporcionadas nas aulas, os alunos                                             são convidados para reforçarem os conceitos teóricos, as habilidades, o domí-                                             nio da linguagem e o entendimento do contexto cultural da atividade, porém                                             podem falhar no momento crucial da participação e ação, que é ter o neces-                                             sário controle emocional.                                    Avaliar a aprendizagem reflexiva do aluno, com foco no desenvolvimento de competências, é                               usar instrumentos que possam fornecer indicadores dos recursos desenvolvidos pelos alunos. Ao                               exigir dos alunos, desde os primeiros anos escolares, maior capacidade de raciocínio, de análise e                               de síntese, com e pelo diálogo reflexivo, formando a Comunidade de Aprendizagem Investigativa,                               estamos, também, desenvolvendo e avaliando o:                                               1. Aprender a conhecer por meio de situações que levem para:                                                cultura geral; espírito investigativo; visão crítica; aprender a aprender.                                               2. Aprender a fazer, buscando que crianças, adolescentes e jovens sejam pro-                                             tagonistas em suas vidas, conseguindo:                                                  relacionar-se em grupo; resolver problemas; qualificar-se profissionalmente.                                               3. Aprender a viver com os outros, formando a Comunidade de Aprendiza-                                             gem Investigativa que proporciona:                                                  saber compreender o outro; saber resolver conflitos; respeito ao outro.                                               4. Aprender a ser, como meta de uma aprendizagem significativa e com um                                             novo olhar sobre a realidade para:                                                  agir com autonomia; expressar opiniões; assumir responsabilidades pessoais.
95    A META É TRANSFORMAR A ESCOLA EM UMA COMU-        NIDADE DE APRENDIZAGEM INVESTIGATIVA?       É importante avaliar as habilidades dos alunos. Defendemos que é preciso ir além, ava-  liando a escola, as disciplinas e os relacionamentos como um todo. Junto com essa avaliação  mais abrangente, é preciso que os dados da avaliação sejam analisados, discutidos e que in-  tervenções sejam planejadas e implantadas. Queremos pensar a avaliação escolar pela ótica  do Programa Educar para o Pensar, por isso propomos realizar uma mudança de paradigma  na escola. O currículo do Educar para o Pensar favorece, mas a aprendizagem e a avaliação  acontecem no exercício cotidiano.        Defendemos que a escola constitua-se em um ambiente cooperativo (Comunidade de  Aprendizagem Investigativa), no qual possam acontecer modificações, por exemplo, a for-  ma como as regras são elaboradas e legitimadas, a concepção e intervenção em situações  de conflitos, os mecanismos de cooperação e de participação dos alunos, o trabalho com  o conhecimento. Porque, só com vivências efetivas que a escola conseguirá oferecer um  ambiente favorável para os alunos desenvolverem a coordenação de perspectivas, a argu-  mentação, o diálogo, a generosidade, e isso vai além de algumas situações organizadas.       Precisamos, portanto, avaliar e proporcionar junto a todos os envolvidos no processo de  ensino-aprendizagem (toda comunidade escolar − professores, alunos, pais, profissionais da  educação etc.) as dimensões socioemocionais eficazes ao relacionamento humano.                           O Educar para o Pensar é um caminho a seguir e,                     assim, oferecemos algumas pistas para uma avaliação                     que defendemos e queremos que seja realizada em                     todo o ambiente escolar.                                                                                                 Aprendendo a Viver Juntos
O Início de uma Mudança96                                           EM CONFORMIDADE COM DOCUMENTO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)                                                              AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA                                      Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, so-                                    cial, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar                                    para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.                                      Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a                                    investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar cau-                                    sas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive,                                    tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.                                      Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e                                    também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.                                      Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corpo-                                    ral, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática                                    e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em                                    diferentes contextos, e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.                                      Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crí-                                    tica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para                                    se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver proble-                                    mas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.                                      Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos                                    e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e                                    fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,                                    autonomia, consciência crítica e responsabilidade.                                      Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e                                    defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos                                    humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e                                    global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.                                      Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na di-                                    versidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capaci-                                    dade para lidar com elas.                                      Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar                                    e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização                                    da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, culturas e                                    potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.                                      Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e                                    determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos,                                    sustentáveis e solidários.
                                
                                
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