1 WebQuest
WebQuest 2 Definição Webquest é uma atividade de aprendizagem que aproveita a imensa riqueza de informações que, dia a dia, cresce na Web. O conceito de webquest foi criado em 1995, por Bernie Dodge, professor da universidade estadual da Califórnia, EUA, como proposta metodológica para usar a Internet de forma criativa. Dodge a define assim: \"Webquest é uma atividade investigativa, em que alguma ou toda a informação com que os alunos interagem provém da Internet.\" Descrição geral Em geral, uma webquest é elaborada pelo professor, para ser solucionada pelos alunos, reunidos em grupos. A webquest sempre parte de um tema (o Egito Antigo, por exemplo) e propõe uma Tarefa, que envolve consultar fontes de informação especialmente selecionadas pelo professor. Essas fontes (também chamadas de recursos) podem ser livros, vídeos, e mesmo pessoas a entrevistar, mas normalmente são sites ou páginas na Web. É comum que a Tarefa exija dos alunos a representação de papéis (faraó, arquiteto, escravo), para promover o contraste de pontos de vista ou a união de esforços em torno de um objetivo. Tipos Bernie Dodge divide a webquest em dois tipos, ligados à duração do projeto e à dimensão de aprendizagem envolvida: Webquest curta - leva de uma a três aulas para ser explorada pelos alunos e tem como objetivo a aquisição e integração de conhecimentos. Webquest longa - leva de uma semana a um mês para ser explorada pelos alunos, em sala de aula, e tem como objetivo a extensão e o refinamento de conhecimentos.
Seções da WQ 3 Como regra geral, uma webquest é constituída de sete seções: 1. Introdução 2. Tarefa 3. Processo 4. Fontes de informação 5. Avaliação 6. Conclusão 7. Créditos Introdução A Introdução é um texto curto, que apresenta o tema e antecipa para os alunos que atividades eles terão de realizar. Se a WQ tem um cenário ou pede representação de papéis (\"Você é um detetive tentando descobrir um poeta misterioso\"), isso deve ser mencionado na Introdução. Tarefa A Tarefa descreve que “produto” se espera dos alunos ao final da webquest e que ferramentas devem ser utilizadas para elaborá-lo (um determinado software, por exemplo). Exemplos de Tarefas: • resolver um problema; • solucionar um mistério; • formular e defender uma opinião; • analisar uma problemática; • colocar em palavras uma descoberta pessoal; • elaborar um resumo; • inventar uma mensagem persuasiva; • redigir um relato jornalístico, ou
• qualquer coisa que exija dos aprendizes processar e transformar as informações coletadas. 4 Processo O Processo deve apresentar os passos que os alunos terão de percorrer para desenvolver a Tarefa. Quanto mais detalhado for o processo, melhor. Exemplo: 1. Primeiro, formem grupos de três alunos. 2. Em seguida, decidam o papel que cada um vai representar. 3. ...e assim por diante. Na seção Processo, também cabe sugerir de que forma os alunos deverão organizar as informações que serão reunidas: usando fluxogramas, mapas mentais, checklists etc. Fontes de informação As fontes de informação (também chamadas de recursos) são os sites e páginas Web que o professor escolhe e que devem ser consultados pelos alunos para realizar a Tarefa. As fontes de informação costumam ser parte integrante da seção Processo, mas também podem constituir uma seção separada. Avaliação Na seção Avaliação, o aluno deve ser informado sobre como o seu desempenho será avaliado e em que casos a verificação será individual ou coletiva. O gabarito de avaliação abaixo pode ser usado pelo professor para montar essa seção. O que aparece na tabela são instruções do que o professor deve escrever em cada coluna:
Etapas Nível Iniciante Nível Aprendiz Nível Profissional Nível Mestre Pontos 5 1 ponto 2 pontos 3 pontos 4 pontos 1ª etapa Dê uma descrição Dê uma descrição que Dê uma descrição Dê uma descrição que reflita um nível que reflita o nível Escreva aqui o reflita uma certa que reflita o domínio objetivo ou iniciante de mais alto de desempenho desempenho. desenvoltura e movimento do desempenho. desempenho. esperado (Exemplo: Pouco em direção ao domínio do (Exemplo: Profundo interesse; pouca interesse; excelente participação nas desempenho. (Exemplo: Bom nível participação nas discussões) de interesse; boa discussões.) (Exemplo: Interesse participação nas superficial; alguma discussões.) participação nas discussões) 2ª etapa ... Conclusão A Conclusão deve resumir, em poucas frases, os assuntos explorados na webquest e os objetivos supostamente atingidos. A conclusão é também o espaço para incentivar o aluno a continuar refletindo sobre o assunto, através de questões retóricas e links adicionais. Créditos A seção de Créditos deve apresentar as fontes de todos os materiais utilizados na webquest: imagens, músicas, textos, livros, sites, páginas Web.
Se as fontes são sites ou páginas Web, colocam-se os links. Quando os materiais são físicos, colocam-se as 6 referências bibliográficas. Créditos é também o espaço dos agradecimentos a pessoas ou instituições que de algum modo tenham colaborado na elaboração da webquest. Objetivos educacionais A metodologia webquest pode ajudar o educador a alcançar objetivos educacionais importantes: Modernizar modos de fazer educação As WQs fornecem orientações bastante concretas para tornar possível e efetivo o uso da Internet. E isso, na forma e na essência, é uma maneira de praticar uma educação sintonizada com nosso tempo. Garantir acesso a informações autênticas e atualizadas Conteúdos publicados na Internet, sobretudo os produzidos profissionalmente, refletem saberes e informações recentes. Além disso, são produtos autênticos que fazem parte do dia-a-dia das pessoas. Promover aprendizagem cooperativa As WQs estão baseadas na convicção de que aprendemos mais e melhor com os outros do que sozinhos. Aprendizagens significativas são resultados de atos de cooperação. Desenvolver habilidades cognitivas O modo de organizar Tarefa e Processo numa webquest pode oferecer oportunidades concretas para o desenvolvimento de habilidades do conhecer que favorecem o aprender a aprender. Transformar informações ativamente (em vez de apenas reproduzi-las) Na educação tradicional, parece que a preocupação central é armazenar e reproduzir \"matéria\". Na perspectiva sugerida por Dodge, o importante é acessar, entender e transformar as informações existentes, tendo em vista uma necessidade, problema ou meta significativa. Incentivar a criatividade Se bem concebida, a Tarefa planejada para uma webquest engaja os alunos em investigações que favorecem criatividade. Favorecer o trabalho de autoria dos professores Webquests devem ser produzidas por professores, não por especialistas ou técnicos. A ídéia é oferecer oportunidades concretas para que os professores se vejam como autores de sua obra e atuem como tal. Favorecer o compartilhar de saberes pedagógicos
Concebidas como publicações típicas do espaço Web (abertas, de acesso livre, gratuitas etc.), as webquests são uma 7 forma interessante de cooperação e intercâmbio docente. Origem Bernie Dodge, o criador do conceito de webquest, é norte-americano, professor de Tecnologia Educacional da San Diego State University, Califórnia, EUA, desde 1980. No desenvolvimento do modelo webquest, Dodge teve o apoio de Tom March, a quem costuma ser atribuída a autoria de algumas das melhores webquests. The Webquest Page é o site do Professor Dodge sobre o assunto, referência fundamental da metodologia webquest. Dodge vem utilizando ferramentas online há mais de 20 anos, para fomentar a troca de experiências entre educadores. Desenvolveu diversos softwares que estão no mercado, incluindo o PLANalyst, que auxilia na criação de planos de aula. Um outro projeto seu é o Irrawaddy, um ambiente de escrita que capacita crianças (e estudantes de pós-graduação) a criar histórias interativas e simulações na Web. Seu relacionamento profissional com o Senac de São Paulo tem uma história de mais de quinze anos. Dodge veio ao Brasil diversas vezes para ministrar workshops e palestras sobre diversos assuntos, inclusive webquest. O Professor Dodge gosta muito de receber comentários e contribuições sobre webquest e por isso coloca seu e-mail à disposição: [email protected] ©2003 SENAC-SP - Todos os direitos reservados Como elaborar Apresentação O processo de elaboração de uma webquest, desde a \"tela em branco\" até a sua utilização, se desdobra em três etapas: Planejar - O planejamento é o aspecto pedagógico da elaboração. É o momento de definir o conteúdo da webquest. É uma etapa de criação, que demanda tempo e reflexão, e não exige o uso do computador. Formatar - A formatação é o aspecto editorial da elaboração. É o momento de inserir o conteúdo (definido na etapa de planejamento) num gabarito que contém as seções típicas de uma WQ: Introdução, Tarefa, Processo, fontes de informação, Avaliação, Conclusão. Nessa etapa, vale incluir imagens, revisar e dar acabamento na webquest.
Publicar - Publicar significa pôr a webquest no ar. É o momento de tomar as providências técnicas para que a 8 webquest possa ser acessada e utilizada pelas pessoas, na Internet. Para orientá-lo no processo de elaboração, montamos um roteiro de 9 passos, que abrange as três etapas descritas acima: 1. Defina o tema 2. Selecione as fontes de informação 3. Delineie a Tarefa 4. Estruture o Processo 5. Escreva a Introdução 6. Escreva a Conclusão 7. Insira o conteúdo no gabarito 8. Faça os acertos finais 9. Publique a webquest Roteiro de elaboração Defina o tema Webquests são atividades curriculares, por isso, escolha um tema que faça parte do currículo. Pense num assunto para o qual você possa dar uma abordagem interessante e cujo desenvolvimento possa melhorar suas aulas. A escolha do tema está ligada à disponibilidade de fontes de informação, que são geralmente sites ou páginas na Web (mas não somente). Ao pensar sobre o tema, vá navegando na Web para avaliar se há bons sites e páginas sobre o assunto. Selecione as fontes de informação Numa webquest, as fontes de informação são geralmente sites, mas não exclusivamente. Podem ser também livros, revistas, jornais, até uma entrevista com um especialista, ou qualquer outra fonte que você julgar conveniente. Para selecionar as fontes de informação ligadas ao tema da sua webquest, recomendamos que você: 1. Faça uma seleção inicial de sites e páginas. 2. Reavalie a seleção e fique com os melhores e mais adequados.
3. Avalie a conveniência de utilizar outro tipo de fonte: livros, revistas, artigos, discos, vídeos etc. 9 4. Defina a lista final de recursos online e offline a ser usada pelos alunos na realização da Tarefa. Delineie a Tarefa A Tarefa é a alma de uma webquest. Por essa razão, dedique seus melhores esforços para planejar uma Tarefa que seja motivante e desafiadora, que realmente possa ser realizada e que tenha a ver com a vida real. Se possível, evite coisas muito escolares como seminários, palestras, questionários. Para delinear a Tarefa, sugerimos que você: • Examine Tarefas de boas webquests. • Determine uma Tarefa que seja realizável e plausível. • Dê asas à imaginação: arrisque algo diferente da sua rotina didática. • Troque idéias com seus colegas, peça a opinião deles. Links relacionados Taxonomia de Bloom Resumo da classificação dos saberes de acordo com Bloom, educador americano. Estruture o Processo Na seção Processo, você deve explicar passo a passo como o grupo deve realizar a Tarefa e que fontes de informação devem ser usadas em cada etapa. É freqüente pedir aos alunos que desempenhem papéis, porque isso permite diferentes perspectivas de um mesmo problema. Se a sua webquest é desse tipo, descreva no Processo quais são as características de cada papel e quem vai representar cada um. Em resumo, siga os passos: 1. Estabeleça quais fontes de informação deverão ser consultadas e quando. 2. Descreva e atribua a cada aluno o papel que terá de desempenhar.
Links relacionados 10 Process checklist Lista que ajuda a enxergar os detalhes que podem fazer a diferença entre uma seção Processo boa ou ruim. Escreva a Introdução O texto de Introdução de uma webquest deve ser direto, instigante, envolvente, motivante. Seja direto. Use linguagem clara e compreensível. Lembre-se de que a pessoa estará lendo o texto na tela do computador, por isso, seja breve. Evite abordagem professoral. 1. Escreva um texto dirigido ao seu público-alvo. 2. Motive o público-alvo da sua WQ. 3. Seja breve. 4. Evite didatismo. Escreva a Conclusão Do mesmo modo que a Introdução, a Conclusão deve ser clara, breve e simples. Entretanto, a Conclusão tem o papel de promover a reflexão sobre o que foi visto e incentivar a continuidade do trabalho. 1. Reafirme aspectos de interesse registrados na Introdução. 2. Realce a importância daquilo que os alunos exploraram. 3. Aponte caminhos que possam ajudar os alunos a continuar estudos e investigações sobre o tema. Faça os acertos finais Depois de inserir a webquest no gabarito, avalie a conveniência de incluir imagens, ou outros elementos, com o objetivo de enriquecer ou esclarecer certos aspectos. Coloque os créditos. Nada mais descuidado que uma webquest sem autores. Indique todas as fontes que usou, sejam sites ou livros. Agradeça a quem colaborou.
Revise o material e procure testá-lo, para depois fazer ajustes finais. 11 Em resumo, sugerimos que você: • Coloque imagens para enriquecer ou esclarecer aspectos da WQ. • Coloque os créditos. • Revise todo o conteúdo. • Revise o texto. • Teste a sua WQ com um grupo de alunos. • Peça a colegas que avaliem a sua WQ. Publique a webquest Depois que a sua webquest estiver pronta, revisada, testada e finalizada, é preciso colocá-la no ar, isto é, publicá-la na Internet, para que possa ser acessada e utilizada pelas pessoas. Para fazer isso, é preciso hospedar a webquest num servidor. Existem serviços de hospedagem gratuitos, que irão lhe dar todas as instruções de como publicar a sua webquest.
Dúvidas mais freqüentes sobre WebQuest: 12 • O que é WebQuest? o WebQuest é uma investigação orientada na qual algumas ou todas as informações com as quais os estudantes interagem são originadas de recursos da Internet. • Para utilizar a metodologia WebQuest é preciso softwares específicos? o WebQuest não exige softwares específicos além dos utilizados comumente para navegar na rede, produzir páginas, textos e imagens. Isso faz com que seja muito fácil usar a capacidade instalada em cada escola, sem restrição de plataforma ou soluções, centrando a produção de WebQuests na metodologia pedagógica e na formação de docentes. • Como o professor media o processo de pesquisa para que o aluno alcance a metacognição e, portanto, aproprie-se desse processo? Creio que as WebQuests não se destinam apenas à construção de conteúdo, mas também a uma metodologia de pesquisa para que o aluno passa ser um pesquisador não apenas de Internet. É isso mesmo? o Boas WQ's criam situações que exigem transformação de informações. Não estão voltadas para conteúdos. Têm como alvo determinados processos cognitivos. É por essa razão que a Tarefa é tão importante numa WebQuest, pois o fazer dos alunos os prepara para aprender a aprender, lidar com incertezas, usar velhas informações com novas sentidos etc. • Qual a conduta básica e primordial para que uma WebQuest tenha \"alma\": o ideal é que o professor vislumbre um problema, ou os alunos? o Não há conduta básica. A \"alma\" é função da Tarefa. Propostas de trabalho que engajam os alunos nas tramas do aprender dão alma à WQ. Propostas de trabalho com teor burocrático, formalistas, demasiadamente escolarizadas resultam em WQ's sem \"espírito\". No modelo criado por Dodge, a escolha do problema é um trabalho do professor. Embora existam coincidências entre o trabalho do educador americano e a Escola Nova, a orientação adotada pelo professor da San Diego State University ressalta que certas
escolhas devem ser feitas pelos adultos e/ou por pessoas que tem um domínio sobre a 13 área de saber. • As WQ's substituirão os livros didáticos? o Não. Um dos princípios do modelo criado por Bernie Dodge é o de que as situações de aprendizagem precisam favorecer contatos (dos alunos) com materiais autênticos. Ou seja, é preciso fazer com que os alunos trabalhem com as fontes de informação comuns de nosso cotidiano (artigos, revistas, relatórios, sites da Web etc.). De certa forma, esse princípio contém uma crítica velada aos livros didáticos, pois estes não são autênticos (no geral descontextualizam as informações). WebQuests não substituirão livros didáticos, mas reforçarão a tendência, já presente na Pedagogia Freinet, de diminuir ou até eliminar o uso de livros didáticos em algumas áreas de saber. Este comentário não esgota o assunto. A questão dos limites do didatismo e da necessidade de materiais autênticos merece mais discussão. O modelo criado por Bernie Dodge pode ajudar educadores a alcançarem, entre outros, os seguintes objetivos: • Propiciar o uso efetivo da Internet, desta forma atualizando os processos educacionais, e sincronizar a educação com nosso tempo. • Garantir acesso a informações autênticas e atualizadas, já que os conteúdos publicados na Internet, sobretudo os produzidos profissionalmente, refletem saberes e informações recentes. Além disso, são produtos autênticos que fazem parte do dia a dia das pessoas. • As WQ's estão fundadas na convicção de que aprendemos mais e melhor com os outros, não individualisticamente. Aprendizagens mais significativas são resultados de atos de cooperação, por isso é importante a troca de visões e percepções no desenvolvimento dos trabalhos.
• Transformar ativamente informações (em vez de apenas reproduzi-las) (...) Na perspectiva sugerida por Dodge, 14 o importante é acessar, entender e transformar as informações existentes, tendo em vista uma necessidade, problema ou meta significativa. • Se bem concebida, a Tarefa planejada para uma WebQuest engaja os alunos em investigações que favorecem criatividade. • WebQuests devem ser produtos de professores, não de especialistas ou técnicos. Essa marca da abordagem metodológica criada por Bernie Dodge tem como meta oferecer oportunidades concretas para que os professores se vejam e atuem como autores de sua obra. A WebQuest é concebida e construída segundo uma estrutura lógica que contém, necessariamente, os seguintes elementos estruturantes: introdução, tarefa, processo, recursos, avaliação e conclusão.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 15 DIRETORIA DE ENSINO CENTRO SUL Dirigente Regional de Ensino Maria Isabel Faria Idealizador Wagner N. Santos ATPs envolvidos Ariovaldo da Silva Stella - Ciências Regina Célia Kinugawa - Artes Wagner N. Santos – Ciências Humanas DIRETORIA DE ENSINO NORTE 1 Dirigente Regional de Ensino Eliana Bernardo de Mello ATPs envolvidos Ana Lúcia Dutra de Faria – Tecnologia Educacional Luciano da silva Tozzo – Tecnolcogia Educacional
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