Ganhei uma nova familia

GANHEI UMA FAMÍLIA NOVA   História, ilustração e diagramação Veridiana P.R. Castro

– Oi, eu sou Matheus. Tenho três anos. Não gosto muito de falar, principalmente com adultos. Mas, gosto de brincar de bola. Vou contar a minha pequena história.

Não sei bem o que aconteceu comigo. Eu só sei que estava em casa, apareceram umas pessoas e me levaram para um lugar, onde tinham outras crianças. Nesse lugar, não tinha nenhum pai ou mãe. Tinha só as tias que cuidavam da gente. Chorei muito de saudades da minha mãe.

Eu sei que ela era brava e que brigava muito comigo e me batia. mas eu senti muita falta dela mesmo assim. Gostaria que ela não fosse tão brava e não me batesse. Meu pai e minha mãe sempre brigam muito. Eu tenho um irmãozinho que mora com a minha avó.

Às vezes, eu ficava sozinho à noite. Eu ficava com muito medo. Ficava quietinho debaixo da coberta até minha mãe voltar.

Fiquei alguns dias no abrigo com as outras crianças. Eu conheci uma família que queria me levar para morar com ela. Achei todos da família, legais. Uma vez, me levaram para a casa deles. Lá moravam o André, o Lucas, a Fábia e os pais deles. A casa era legal. Tinham muitos brinquedos. Era arrumada e limpa. A gente tinha que juntar os brinquedos depois de brincar. Todos ajudavam na arrumação. Fui gostando de ficar lá, porque lá, os pais não brigavam e até brincavam com a gente. Ninguém apanhava, nem ficava sozinho. eu estava gostando de ficar no meio deles. Um dia, eles me perguntaram se eu queria morar com eles. Fiquei sem palavras. Lembrava dos meus pais, do meu irmão e da minha casa, mesmo não estando morando lá mais. As tias da casa abrigo me disseram que eu não poderia voltar para a casa dos meus pais de novo, porque eles não estavam cuidando bem de mim. A tia iza da Evangelização me disse que Deus me deu essa oportunidade de viver feliz em uma família que vai cuidar bem de mim.  A tia explicou, também, que podemos ter duas famílias: a dos laços de sangue e as do laço da alma, do coração.

Então aceitei ganhar a família nova, a do laço do coração. Estou muito bem agora. Gosto muito da nova família. Eles também gostam muito de mim. Quando eu crescer vou tentar ajudar os meus pais a viverem felizes, com a ajuda de Deus.