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Era Uma Vez... Duas.

Published by celia.m.f.garcez, 2020-02-08 21:13:00

Description: A Cabana da Magia

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ERA UMA VEZ... duas.



A CABANA DA MAGIA por Paula Pinheiro



Era uma vez duas lobas que viviam numa aldeia muito bonita. Era uma aldeia cheia de magia, muito verde e com um mar de um azul muito forte como só as terras mágicas podem ter. As duas lobas gostavam muito de viver naquela terra. Tinham uma cabana feita de folhas e flores onde viviam com os seus três pequenos lobinhos. (Sim nesta aldeia as lobas tinham sempre três filhotes cada uma.) E esta era a maior riqueza que estes animais tinham. Gostavam muito de passear com eles, de brincar, vejam só que até de estudar… (às vezes elas eram um bocado estranhas.) Elas eram diferentes. Uma era alta, com o pelo claro, era muito forte e corajosa, mas tinha o olhar mais doce e terno que uma loba pode ter. A outra era pequenina, de pelo farto e castanho e tinha assim um ar de menina traquina, sempre a magicar coisas e com aquela energia na ponta dos dedos. Mas esta diferença era o grande encanto das amigas. E elas eram tão amigas que até tinham o mesmo nome vejam só… 3

Mas, no meio de tantas coisas diferentes, estas amigas tinham uma coisa em comum, acreditavam na magia, não da magia dos magos ou do Harry Potter, mas na magia da brincadeira. Esta magia tinha-lhes sido ensinada quando eram pequeninas. Havia lá na terra uns professores de magia, o Quim e a Eva que ensinaram muitos truques às nossas lobas. Um dia o Quim e a Eva tiveram que mudar de aldeia, (é uma coisa que acontece de vez em quando) mas mesmo lá longe estavam muito presentes na vida das duas amigas. A Aldeia do Quim e a Eva ficava muito muito longe, mais longe que a Lua. 4

MAGIA da brincadeira 5

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E como era muito distante e às vezes os telemóveis não tinham rede eles ensinaram- -lhes um truque: “Quando quiserem falar connosco, fechem os olhos com muita força e lembrem-se do nosso melhor sorriso e vão ver que vamos conseguir comunicar.” As lobas faziam isto muitas vezes. Eles eram uns professores mágicos muito importantes, e mesmo longe continuavam a ensinar muitas coisas às duas amigas. À noite quando as estrelas brilhavam muito, as lobas sabiam que eram o Quim e a Eva a brincar com as luzes lá do alto da sua terra distante. 7

Um dia estavam as duas a ver mais uma brincadeira do Quim e da Eva no céu estrelado e tiveram uma ideia: “E se nós construíssemos uma cabana grande, onde todos os animais pudessem vir brincar e aprender connosco as magias do Quim e da Eva? Se calhar nós também podíamos aprender magias de outros professores mágicos… Podia ser divertido!!!” 8

IDEIA 9

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Ora e se rápido pensaram mais rápido o fizeram. Com a força e a coragem da loba grande e de pelo claro, e as ideias e energia da loba de pelo escuro juntaram todas as magias que conheciam e a cabana lá foi tomando jeito. Trabalharam muito, muito durante muitos meses, porque isto de fazer uma cabana não é coisa fácil. Ora pois fiquem a saber que para se construir uma cabana de magia precisamos de 3 coisas: 1º descobrir a cabana: tinha que ser grande para caberem muitos animais, tinha que ter bancos grandes e bancos pequenos para os pais e as mães também se poderem sentar 2º mobilar a cabana: estamos a falar de uma cabana de magia e por isso tinha que ter, muitas cores, varinhas mágicas, poções, brilhantes e purpurinas, livros para aprender, colheres de pau para misturar as poções… 3º encontrar os guardiões da cabana: sim que uma cabana tão especial tinha que ter guardiões à altura. Tinham que ser trabalhadores, gostar de brincar e… acreditar em magia 11

E depois de 14 meses de muito trabalho… as duas amigas conseguiram finalmente ter a sua cabana pronta. E que linda estava… Estava linda e cheirosa. Cheirava sabem a quê? A mimo! Mimo é aquele cheiro do bolo de chocolate que as avós fazem, ou do arroz doce quando ainda está a arrefecer. O cheiro do beijo que a mãe dá na testa para ver se temos febre ou da canja quando estamos um bocadinho doentes, o cheiro da almofada quando estamos cheinhos de sono depois de um dia no parque… estes eram os cheiros que se sentiam na cabana, os cheiros da nossa casa! 12

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g f b l e p a d o 14

Tudo isto era possível porque para além do Quim e da Eva lá na sua aldeia distante, as duas amigas tinham conseguido a melhor equipa de guardiões. A coruja Cámi, uma coruja muito fofa e que adorava livros. Já com penas brancas era como as avós, estava ali, sempre atenta mesmo quando ninguém sabia. Mesmo quando todos dormiam a Cámi estava lá e tinha a sabedoria que só as corujas têm para resolver as dificuldades da construção. 15

A Célia era uma garça, alta e que com uma elegância sem igual pintava paredes, livros, desenhos…uma artista. A Célia gostava de flores e por isso gostava de usar todas as cores do arco iris para pintar todas as flores que conhecia. 16

O Telmo era um suricata muito engraçado que era assim, meio aborrachado. É que ele dan- çava, dava grandes saltos, pinotes e fazia macacadas sem nunca se partir. Parecia um “sempre em pé” de Lego. 17

A Sofia era uma ursinha muito tranquila, sorria com os olhos e tinha um colo tão bom! Esta ursinha gostava de brincar, mas adorava ensinar e… com ela as crianças aprendiam a contar, enquanto saltavam, a dizer números, enquanto davam cambalhotas e, acima de tudo, aprendiam a ser felizes por tudo e por nada. Uns dias por tudo, outros dias por nada! 18

A Nani era uma coelha com uns olhos muito abertos e umas orelhas muito compridas pelo que ouvia muito bem. Ela gostava de conversar e era uma ótima ouvinte, e com os seus olhos grandes e sempre atentos, era uma ajuda preciosa para que tudo funcionasse bem. 19

TEA TIME 20

Por fim, havia a Cármen e a Maria, duas esquilinhas que falavam de forma estranha. É que lá na aldeia de onde vinham havia uma tradição de comer scones e beber chá sempre às 5 horas e quando fazemos isso desde muito bebés… começamos a falar como os ingleses. 21

E com esta equipa de guardiões, as duas amigas estavam finalmente preparadas. Tinha chegado o grande dia de abrir as portas da cabana… Estavam nervosas… como ia ser? Será que os outros animais iam gostar? Quem ia querer aprender a magia da brincadeira? E quando chegou a hora e a porta da cabana se abriu… que surpresa maravilhosa estava à sua espera. Tantos animais a querer entrar, tantas famílias a querer aprender a magia da brincadeira… Todos diferentes, mas tão divertidos!... 22

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Um dinossauro cabeludo com uns guizos nos pés, uma abelhinha de caracóis que fazia desenhos de construção dos seus favos de mel, um texugo espanholado que se disfarçava com a rapidez de um camaleão, uma gazela que refilava muito, surfava e dançava funk, um ursinho que com a sua echarpe verde dançava e fazia teatro, um pónei que fazia esgrima, e hip hop e folclore, uma ratinha que costurava e falava inglês, um gato muito fofo mas que só queria brincar com carros, um carneirinho de caracolinhos bem escuros que gostava de brincar com bayblades, uma menina flamingo de perna longa e que fazia desenhos maravilhosos, um unicórnio cor-de-rosa e roxo que lia histórias e falava brasileiro dos Açores, um castor de olho claro sempre a brincar com o seu mano pequenino, uma coala com muitos laços na cabeça e que tinha um Alentejo só seu, um peixinho dourado que nadava muito muito depressa, uma joaninha (ou ladybugg como gostava de ser chamada) que levava o tempo a fazer malas para viajar para o Brasil…. Eram tantos, tantos os amigos, era tanta a animação que as duas lobas não queriam acreditar… De repente a cabana ficou cheia. Cheia de amigos, cheia de famílias, cheia de histórias, de sonhos, de desejos, de tantas coisas boas… Coisas boas que as amigas tinham sonhado e que com a equipa de guardiões tinham preparado com tanta dedicação. 25

Eram tantos, tantos os amigos, era tanta a animação que as duas lobas não queriam acreditar… De repente a cabana ficou cheia. Cheia de amigos, cheia de famílias, cheia de histórias, de sonhos, de desejos, de tantas coisas boas… Coisas boas que as amigas tinham sonhado e que com a equipa de guardiões tinham preparado com tanta dedicação. O cheiro a mimo, misturou-se com as gargalhadas, com as músicas, com os bolos das avós e os saltos da suricata e aquela cabana ganhou uma vida como nunca tinha acontecido na aldeia. As amigas olharam para longe, para muito longe e agradeceram ao Quim e à Eva que lá do alto da sua aldeia mais longe do que a Lua, brincavam também e sorriam felizes pelo trabalho das suas aprendizes. A partir desse dia, todos os animais da Aldeia, os que já ali moravam, mas também todos os outros que vinham de aldeias distantes, puderam crescer, brincar e aprender de forma leve, com regras, mas com a liberdade que os animais pequeninos gostam de ter. Os crescidos também sorriam, porque os seus pequenos cresciam felizes e em segurança naquela cabana, um espaço para as crianças e as famílias. Ou, como diziam as esquilinhas que comiam scones e bebiam chá às 5 horas, um Spot Kids & Family. 26



AGRADECIMENTOS 28



www.kidsfamily.pt


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