O CONCELHO EM NOTICIAS
52 O CONCELHO MONTALEGRE RECEBE EM 2022 EM NOTICIAS 6.ª EDIÇÃO DE INVESTIDORES DA DIÁSPORA… O Presidente da Câmara de Montalegre considerou “muito importante” que este evento seja realizado “numa terra do interior do país”. O 6.º Encontro de Investidores da Diáspora vai realizar-se em “Iremos realizar aqui o Congresso com a pompa que Montalegre, presumivelmente em 2022, depois do repto lançado merece”, garantiu Orlando Alves. O autarca confessou pelo Presidente da Câmara local, que foi aceite pela Secretária de ainda a “satisfação muito grande” por poder receber Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes. “gente a discutir e a pensar”. “É do pensamento e O autarca de Montalegre, Orlando Alves, desafiou a governante a discussão que sai a luz e do cruzamento de ideias é que realizar, nesta localidade, uma edição do Encontro de Investidores sai o investimento”, apontou.Refira-se que a 5.ª edição do da Diáspora, durante a assinatura de protocolos relativos à criação Encontro de Investidores da Diáspora está prevista para dos GAE-Gabinetes de Apoio aos Emigrantes do Alto Tâmega e Fátima, no concelho de Ourém, no Centro Pastoral Paulo Barroso. VI, em finais de julho de 2021 e que os Encontros de Berta Nunes explicou que a 5.ª edição do evento deverá decorrer Investidores da Diáspora, que se realizam anualmente em Julho de 2021 em Fátima, no distrito de Santarém, mas desde 2016, visam disponibilizar aos empresários concordou que a próxima edição se realize em Trás-os-Montes e no portugueses no estrangeiro o acesso a informação sobre concelho de Montalegre. as políticas públicas de apoio ao investimento existentes O Presidente da Câmara considerou “muito importante” que aquele em Portugal e facilitar a criação de redes de contacto e de evento seja realizado “numa terra do interior do país”. parcerias com os empresários que aqui exercem a sua actividade. Berta Nunes | Secretária de Estados das Comunidades Portuguesas «Há duas novidades importantes para dar visibilidade ao investimento que já existe e para incentivar a novos investimentos. Temos neste processo a marca \"Investidor da Diáspora\" que vamos trabalhar e que será uma forma de certificar os investimentos. Temos, também, o estatuto de \"Investidor da Diáspora\" que está definido no programa. Há um trabalho em conjunto com o Ministério da Coesão e a Secretaria de Estado da Valorização do Interior no sentido de existirem avisos dedicados a investidores da diáspora e majorações nessas candidaturas. É outra forma de atrairmos esses investidores. Queremos incentivar e apoiar. A burocracia tem que ser reduzida e para isso vamos dar formação aos técnicos dos respetivos gabinetes para que possam apoiar da melhor forma quem quer investir. Já estão a funcionar todos os gabinetes dos seis concelhos do Alto Tâmega. Pode ser uma oportunidade para muitos emigrantes que já teriam a ideia de regressar e criar por cá o seu próprio emprego. Aos emigrantes digo que venham porque Portugal é um país seguro nesta fase. Só tem que cumprir as regras tal como os residentes. As fronteiras estão abertas. Sejam bem-vindos e esperamos que venham».
53 SECRETÁRIA DE ESTADO DAS COMUNIDADES EM VISITA A VÁRIAS ALDEIAS DO CONCELHO Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, iniciou um périplo pelo concelho de Montalegre com a visita à Casa Albelo do Gerês, situada na aldeia de Outeiro. Um investimento de um casal barrosão que não hesitou em deixar as terras de sua majestade no Reino Unido, para apostar na hotelaria na sua terra. Para Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades E se tiverem um projecto pensado penso que devem Portuguesas, “a Casa Albelo do Gerês é um bom exemplo do arriscar e tentar concretizá-lo porque pode valer a pena”. investimento da comunidade emigrante. Saíram para Inglaterra, Enquanto isso, Orlando Alves, Presidente da Câmara de regressaram e fizeram aqui um alojamento e restaurante Montalegre, afirmou que sobre tudo quanto seja apoio á inseridos numa paisagem magnífica. Os nossos emigrantes comunidade emigrante, “a nossa estrutura funciona no trabalham, fazem as suas poupanças e investem na sua terra espaço de atendimento ao cidadão na sede do Municipio. natal. Isso é uma regra na comunidade. É um investimento Aí são prestadas todas as informações relativas ao importante para a terra. O turismo é uma actividade muito investimento. importante para a economia do nosso país”. Abraçamos esta causa para oferecer informação para Já Fernanda Martins, proprietária da Casa Albelo do Gerês, que os nossos emigrantes pensem connosco sobre as afirmou que “temos trabalhado muito bem depois da fase de oportunidades da nossa terra. Temos potencial. Temos paragem. Nunca pensamos que a retoma fosse tão positiva. carências. Temos espaço e conceitos para revitalizar o Emigramos e arriscamos regressar porque sempre foi o que território. Só precisamos de investimento. Gostávamos quisemos. Aos emigrantes que tenham vontade de regressar e que os nossos emigrantes pudessem investir no que tenham possibilidades, devo dizer que o façam porque vale concelho e estamos cá para ajudar nesse processo de a pena investir na qualidade de vida que temos por cá. rentabilização. A Casa Albelo do Gerês é um bom exemplo disso”.
54 FEIRA DO FUMEIRO VAI DECORRER EM NOVOS MOLDES PREPARATIVOS JÁ ESTÁO EM MARCHA Com data marcada entre 28 e 31 de Janeiro, a próxima edição Acredito que vai ser possível fazer o evento criando um da Feira do Fumeiro de Montalegre promete apresentar um controlo apertado a quem vier visitar a feira. Haverá uma figurino remodelado. Tudo porque a crise epidémica da entrada única para que haja contabilização fácil dos covid-19 não dá tréguas. Para já, a organização tem uma visitantes. estratégia que visa dar segurança e escoar o produto. É, Não será possível circular na feira como habitualmente se também, «o salto que faltava dar à Feira do Fumeiro», fazia. Não haverá provas no interior do recinto, como esclareceu o Vice-Presidente do Município. David Teixeira acontecia, por exemplo, com os licores. Mas a novidade que lembrou o esforço que a autarquia tem feito ao longo dos será mesmo a comercialização online. São precisas novas anos. Agora é hora de «arregaçar as mangas» e comercializar formas de chegar aos consumidores porque seria uma - muito irá passar pelo online - de uma forma mais assertiva e tragédia económica para as famílias se o fumeiro não se profissional. vender. Temos de ter coragem para criar formas de divulgar, Uma das consequências da covid-19 na Feira do Fumeiro de vender e distribuir o produto que já tem qualidade e que Montalegre é acelerar o processo de comercialização em formato já fidelizou uma romaria a Montalegre em Janeiro. Os online. Esta conclusão saiu do encontro que reuniu vários produtores agarraram bem este novo desafio e esta produtores do certame na sala polivalente do Pavilhão Multiusos possibilidade de expandir o seu negócio. onde a organização explicou o muito que irá ser modificado na Já há muito tempo se falava na possibilidade de criar próxima edição ainda a aguardar data de realização. Nesse canais de escoamento para que produzam pelo menos sentido, vai ser lançada em Janeiro uma plataforma para venda durante três ou quatro meses. online do fumeiro local, conquistar novos mercados e Os consumidores poderão fazer as encomendas e pagar proporcionar negócios por um período mais longo do que os aos produtores através da Plataforma e o Município vai quatro dias da tradicional feira. Segundo David Teixeira, “vamos assumir os custos do transporte para encomendas ter em 2021 uma feira radicalmente diferente, com menos superiores a 100 euros». produtores, menos expositores e sem a grande festa que se realiza sempre à volta do fumeiro de Montalegre.
55 FUMEIRO DE MONTALEGRE VAI ESTAR È VENDA ON LINE E SALVAR O RENDIMENTO DOS PRODUTORE É O OBJECTIVO… “A gente trabalha para isto”, diz a produtora Rosa Mora. “É de onde a gente tira o nosso dinheiro”. Certo é já porém, que uma Plataforma vai comercializar as tradicionais alheiras, chouriças e salpicões. Seria uma “tragédia económica” para muitos se o fumeiro não se vendesse, referiu David Teixeira, Vice-Presidente da autarquia. A FEIRA DO FUMEIRO DE MONTALEGRE CONTINUA A CELEBRAR O MUNDO RURAL Perante o facto, os produtores anunciaram ir aderir à referida Há 30 anos que a Câmara de Montalegre organiza a Plataforma online para venda dos seus produtos, designadamente Feira do Fumeiro. Noutros tempos, a agricultura alheiras, chouriças e salpicões, anunciada pela autarquia que assim se nesta terra fria de montanha assentava na batata e propõe aumentar os canais de distribuição neste ano marcado pela no centeio, produtos que deixaram de “ter saída e de pandemia do Covid-19. Refira-se que a Plataforma “Fumeiro de dar dinheiro”. Desde então havia que encontrar Montalegre” deverá entrar em funcionamento em Janeiro e resulta de novas soluções e assim foi. uma parceria entre o Município e a Associação dos Produtores de Os produtos produzidos localmente, como é o caso Fumeiro da Terra Fria Barrosã. do presunto e dos enchidos, para além da clientela O produtor José Maria Pereira, gostou do projecto e acredita que vai individualizada no concelhor e em várias outras por o fumeiro “mais valorizado” na Internet e que vai ser um “passo regiões do país, são também adquiridos por decisivo” para ajudar a escoar as alheiras, chouriças, salpicões e múltiplos restaurantes e responsáveis hoteleiros, presunto que se tornaram num factor de atracção para este que no seu local e destino “vendem” o produto local. concelho.Devido aos seus 63 anos e porque não nasceu “com estas Tal situação, leva a que por exemplo, numa ida a um modernices”, considerou que a ajuda disponibilizada pela Câmara e hotel de Lisboa, o visitante se depare com casos Associação é muito importante. “Já enviamos fumeiro pelo correio e inéditos e mediáticos nas respectivas ementas, do agora, com a Plataforma estaremos muito mais acessíveis devido à “Presunto de Barroso consumido na capital de divulgação que vai ser feita”, referiu. Portugal”. Com este pequeno exemplo se pode provar, que a produção de fumeiro, a para das sextas13, são as vertentes que mais divisas proporcionam ao concelho e se constitui como uma das principais motivações turísticas. Tudo motivos para pensar em desenvolver imagens de marca dos produtos locais, tendo em vista a sua promoção, desenvolvimento e valorização. Todos sabemos hoje, que o mercado turístico se encontra cada vez mais feroz e competitivo, por isso, tem de se marcar pela diferença, não só no plano da aplicabilidade do produto, mas também no plano comercial e nas estratégias de marketing. Daí que qualquer intervenção obrigue a um conhecimento profundo do mercado e dos métodos de abordagem. Nesse sentido e tal como vem referindo o Municipio e a Associação de Produtores, há uma série de requisitos que deverão ser respeitados e cumpridos para que os produtos possam vingar e criar satisfação no consumidor.
56 De 28 a 31 Janeiro XXX Os Produtores de Fumeiro de Montalegre e a autarquia uniram esforços e o fumeiro da região vai “Temos clientes desde a primeira feira, quase como uma família. Era naqueles dias chegar a casa via postal, para os seus apreciadores. em que a gente se encontrava, acabava por ser um convívio”, frisou. Os produtores de fumeiro de Montalegre afirmaram que vão aderir à Há 58 produtores registados no município plataforma online para venda das alheiras, chouriças e salpicões, anunciada do distrito de Vila Real. Na feira realizada pela autarquia, e aumentarem os canais de distribuição neste ano marcado em janeiro foram comercializadas cerca de pela pandemia de covid-19. A plataforma “Fumeiro de Montalegre” deverá 50 toneladas de fumeiro, com um volume entrar em funcionamento em janeiro e resulta de uma parceria entre o de negócios na ordem dos três milhões de Município e a Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã. euros. José Maria Pereira, produtor, gostou do projeto que acredita que vai por o David Teixeira, vice-presidente da Câmara fumeiro “mais valorizado” na Internet e que vai ser um “passo decisivo” de Montalegre, disse que são precisas para ajudar a escoar as alheiras, chouriças, salpicões e presunto que se novas formas de “chegar aos tornaram num fator de atração para este concelho. Devido aos seus 63 anos consumidores” e considerou como uma e porque não nasceu “com estas modernices”, considerou que a ajuda “tragédia económica para as famílias” se o disponibilizada pela câmara e associação é muito importante. “Já enviamos fumeiro não se vender. O autarca explicou fumeiro pelo correio e, agora, com a plataforma estaremos muito mais que os consumidores poderão fazer as acessíveis devido à divulgação que vai ser feita”, referiu. encomendas e pagar os produtos através Montalegre quer realizar a feira do fumeiro, prevista para janeiro e sem da plataforma e anunciou que o município data ainda definida para não coincidir com as eleições presidenciais, mas vai assumir os custos do transporte para para além destes quatro dias de negócio os produtores locais já vendem encomendas acima dos 100 euros, para, também diretamente aos clientes nas suas casas. por exemplo, restaurantes, que será feita Rosa Moura já tinha os 30 porcos antes da pandemia e decidiu que os vai um dia por semana nos municípios até ao transformar a todos em fumeiro. “A gente trabalha para isto (…). É de onde a distrito do Porto. Haverá também a gente tira o nosso dinheiro. A gente trabalha o ano inteiro para chegar a possibilidade de se fazerem encomendas esta altura e conseguirmos vender os nossos produtos e tirar algum para levantamento em casa dos produtores rendimento”, salientou. ou num local que ficará reservado para o Mesmo sabendo que esta será uma feira realizada em moldes diferentes, efeito na feira. com menos pessoas e possivelmente menos produtos, Rosa Moura disse que vai tentar manter os clientes.
57 MONTALEGRE CUMPRE | É O RESULTADO TORNADO PÚBLICO PELO ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICIPIOS PORTUGUESES… Pelo menos 43 dos 308 Municípios do país, demoraram em média mais de Também os Municípios com pior desempenho nos prazos 90 dias a pagar aos fornecedores em 2019. Um aumento de sete em médios de pagamentos em 2019 foram de pequena e relação ao ano anterior, numa lista encabeçada por Lamego, Tabuaço e média dimensão, embora apareçam na lista de maus Ourique, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses. pagadores a fornecedores também dois Municípios de De acordo com o documento que sintetiza o desempenho económico dos grande dimensão: Setúbal e Braga. Municípios em 2019, apresentado em final de Novembro e contrariamente à diminuição sucessiva que ocorreu entre 2012 e 2018, os Municípios com Refira-se que o Anuário Financeiro dos Municípios prazo médio de pagamento a fornecedores superior a 90 dias aumentou Portugueses é um trabalho conjunto entre a Ordem ligeiramente no ano passado. No final de 2019 eram 14% do total os dos Contabilistas Certificados e o Centro de Investigação Municípios que demoravam mais de 90 dias a pagar. Ourique pagava em em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico média em 409 dias, Tabuaço em 376 e Lamego demorava a pagar 310 dias. do Cávado e do Ave. Segundo a coordenadora do Anuário Financeiro, Maria José Fernandes, este aumento de sete Municípios a demorar nos seus pagamentos a fornecedores “não é significativo” e sublinhou que “a grande maioria, de acordo com os dados apurados, tem um prazo de pagamento inferior a 30 dias”. A responsável realçou ainda que há Municípios que apresentam prazos de pagamento de zero e um dia, mas sublinhou que se deve ter “algum cuidado ao analisar estes prazos médios de pagamento” baixos, como sucede, por exemplo, em Ferreira do Zêzere, Azambuja e Sabrosa. Os 58 Municípios que em 2019 pagaram no menor prazo de tempo – quase a pronto – foram, na generalidade, Municípios de pequena ou de média dimensão, aparecendo nesta listagem apenas seis de grande dimensão - Lisboa, Maia, Porto e Leiria. Os 58 Municípios que em 2019 pagaram no menor prazo de tempo – quase a pronto – foram, na generalidade, Municípios de pequena ou de média dimensão, aparecendo nesta listagem apenas seis municípios de grande dimensão - Lisboa, Maia, Porto e Leiria.
58 PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MARCELO REBELO DE SOUSA, MARCOU PRESENÇA NAS BODAS DE OURO DO PARQUE NACIONAL DA PENEDA GERÊS… O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, instituição de ensino superior, uma associação de participou no passado dia 11 de Outubro, na cerimónia defesa do ambiente e outros actores de relevância que assinalou o 50.º Aniversário da Inauguração do local inerentes a cada Municipio. Parque Nacional da Peneda-Gerês. O Governo, consolida assim a estratégia de valorização do território e da Rede Nacional de Áreas Protegidas, O evento contou ainda com a presença do Ministro do focada numa gestão activa e de proximidade. Este Ambiente e do Secretário de Estado da Conservação da protocolo, o sexto a ser assinado, prevê uma verba de Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território. Na ocasião foi assinado o protocolo de co-gestão do 100 mil euros, a ser aplicada durante 36 meses, para Parque Nacional da Peneda-Gerês, entre o Instituto de apoio técnico e operacional e actividades prioritárias Conservação da Natureza e das Florestas, o Fundo de promoção da co-gestão desta área protegida. Ambiental e a ADERE-Peneda Gerês, organização que Até ao final de 2020, os investimentos destinados às desenvolve a sua actividade nos Municípios integrantes áreas protegidas ascenderão os 29 milhões de euros. deste território – Arcos de Valdevez, Melgaço, O Parque Nacional da Peneda-Gerês foi a primeira área Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro. O modelo protegida criada em Portugal, mantendo-se como o de co-gestão desta Área Protegida, integra também uma único com o estatuto de Parque Nacional, reconhecido internacionalmente com esta classificação.
59 PISCINA MUNICIPAL VAI SER REQUALIFICADA A reabilitação do edifício é essencialmente ao nível da sua envolvente opaca exterior, A OBRA ESTARÁ CONCLUÍDA EM 2022 de forma a melhorar significativamente o seu comportamento térmico, a introdução A Câmara Municipal de Montalegre vai investir cerca de 1,5 milhões de de sistemas de energia renováveis, nomea- euros na requalificação das Piscinas Municipais. Os trabalhos vão decorrer em 2021 e 2022, e permitem a “incorporação de novas tecnologias, com A requalificação vai permitir obter maiores ganhos de eficácia energética e de protecção ambiental, menos mais eficiência energética e ganhos poluidores”, garantiu o presidente da Câmara Municipal de Montalegre. ambientais. Trabalhos decorrem em Orlando Alves explicou que o executivo está a trabalhar à luz de um 2021 e 2022. projecto que ultrapassa 1,5 milhões de euros, quase integralmente suportado pelo orçamento municipal. damente painéis de solar térmico para AQS, e intervenções pontuais no interior de Apesar de ter financiamento garantido pelos fundos comunitários (500 mil maneira a melhorar a funcionalidade dos euros), o quadro comunitário apenas financia o que tem estritamente a ver espaços e acessibilidades. com eficiência energética (revestimento exterior e equipamentos). Os restantes encargos terão de ser assumidos pelo município montalegrense. Vai ser colocado isolamento térmico do teto e as lâmpadas serão LED; caldeiras vão A reabertura da piscina está agendada para o Verão de 2022. A intervenção funcionar a pellets e serão colocados consiste na separação da nave principal da nave do tanque de painéis solares, aprendizagem. Nas fachadas pretende-se garantir o isolamento térmico das mesmas, bem como a aplicação de um novo acabamento de forma a proteger o isolamento colocado. Os vãos envidraçados serão substituídos por caixilharia com vidro duplo e corte térmico para que garantam o isolamento térmico e mantenham a temperatura constante no interior.
60 MUNICIPIO ENTREGOU 50 CARTÕES O PROGRAMA “ABEM” EXPLICADO POR ORLANDO ALVES… À luz do programa “ABEM” - Rede Solidária do Medicamento, o Município de Montalegre entregou os 13 últimos cartões que dão acesso a medicamentos comparticipados. No total, referente a este ano, são 50 os beneficiários que passam a ter este incentivo que surge - recorde-se, na sequência do protocolo de colaboração, formalizado no início do ano passado, entre a Câmara Municipal de Montalegre e a “Estamos a fazer aquela acção política e social Associação Dignitude. que cabe às Câmaras, às Juntas de Freguesia, O fim último é comparticipar a compra de medicação aos Governos e à própria sociedade em geral. a pessoas do concelho que se apresentem ou estejam numa situação de carência económica. Esta Estamos a dar corpo a um projecto que parceria é para continuar nos próximos anos. nasceu de uma parceria com a Associação Dignitude, que trabalha em colaboração O REGISTO NO CORRENTE ANO muito estreita, neste caso, com as farmácias • Foram concedidos 50 cartões “ABEM” no corrente de Montalegre. Este projecto é focado nas pessoas carenciadas que solicitaram este ano. apoio. Neste sentido, receberam um cartão • A Câmara de Montalegre comparticipa com 100€ que permite ir à farmácia da preferência de cada um e dessa forma abastecer-se dos por cartão. medicamentos prescritos por um médico. São beneficiários: pessoas com rendimento inferior a metade do Salário Mínimo Nacional, isto é, 317,50€, acrescidos de 20% no caso de haver despesas Esperamos que as pessoas sintam esta avultadas com saúde ou outras devidamente partilha de sentimentos e afectos e que tudo justificadas. vá ao encontro das suas necessidades. Que • Os cartões “ABEM” dão direito à compra de todos sintam um pouco mais de brilho, conforto e os medicamentos receitados pelo médico e bem-estar. comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde, É para isto que trabalhamos. Conseguimos desde que se opte pelos mais baratos e sejam atingir 50 cartões este ano. Estamos com a adquiridos nas farmácias aderentes ao programa. consciência que alcançamos um leque de • No concelho de Montalegre, todas as farmácias pessoas bastante razoável. Este projeto é aderiram ao programa. para continuar”.
61 APOIO SOCIAL- FAMILIAS CARÊNCIADAS AUTARQUIA ENTREGA À semelhança do que vem ocorrendo noutros locais e no HABITAÇÕES EM PEDRÁRIO, âmbito do Regulamento de Apoio a Estratos Sociais desfavorecidos, a Câmara de Montalegre entregou as chaves a PENEDONES E TRAVASSOS DA mais três famílias carenciadas. Desta vez a vida sorriu a familias residentes respectivamente em Pedrário, Travassos da CHÃ… Chã e Penedones, que dessa forma viram as suas condições de habitabilidade melhoradas. O Executivo Municipal, liderado PEDRÁRIO pelo Presidente Orlando Alves, destacou o imenso trabalho que está a ser feito na área social para onde são canalizados Enquanto isso, Lara Moreno, a beneficiária de Pedrário, anualmente cerca de 200 mil euros. Estas obras custaram aos mostrou-se muito feliz. “Já posso dizer que tenho uma cofres do Município cerca de 100 mil euros. casa para morar com as minhas filhas e com o meu homem. A casa era muito pequena. Agora ficou muito TRAVASSOS DA CHÃ diferente. Gostei muito como a casa ficou. Agradeço muito ao Presidente da Câmara de Montalegre e a quem Para o Presidente do Municipio, Orlando Alves, “este investimento o ajudou”. insere-se no âmbito das políticas sociais desenvolvidas pelo Município. Todos os anos canalizamos entre 150 e 200 mil euros. PENEDONES Encontramos aqui um casal com duas crianças. Não tinham condições de independência. Quanto a Helena Silva, da aldeia de Penedones, mostrou Agora passam a ter. Primeiro, adquirimos a casa velha a um ser uma mulher feliz, como teve ocasião de o barrosão que reside nos Estados Unidos - foi um investimento manifestar!... “Estou feliz porque a casa estava muito moroso. depois fizemos esta intervenção. Temos uma casa digna mal. Chovia em todo o lado. Comuniquei ao senhor que merece ter uma família feliz. Presidente. Foi uma pessoa exemplar. Sinto-me feliz O investimento foi de cerca de 95 mil euros, nas três habitações porque agora ficou tudo isto bem”. Já Judite Pereira de recuperadas, mas este é o melhor investimento que a autarquia Travassos da Chã, não escondeu que a sua casa estava pode fazer porque é dirigido para as famílias”. “É mais uma investida muito degradada. no \"ataque\" à habitação degradada que, infelizmente, ainda existe. “A minha casa não prestava para nada. Chovia em todas Nestes casos particulares, toda a gente ficou feliz e o investimento as partes. Não podia ter a minha neta comigo. Não valeu a pena!… Para nos, as pessoas estão sempre em primeiro tinha condições nenhumas. Estava tudo escavacado. Se lugar e além disso, estamos a cumprir com o nosso dever e a não fosse a Câmara de Montalegre, estava desgraçada dignificar a missão do autarca”. da minha vida. Agora sinto-me bem. Tenho a minha neta comigo. É um dia muito feliz para mim. Deito-me, durmo e acordo bem-disposta”.
62 AUTARQUIA SUBSIDIA EXPLORAÇÕES DE PEQUENOS RUMINANTES Na sequência do que vem sendo feito, a autarquia de Montalegre em CADA NOVA EXPLORAÇÃO articulação com a Cooperativa Agrícola do Barroso, volta a incentivar a produção pecuária do concelho. Desta feita, foram atribuídos cerca de 50 RECEBERÁ 4.OOO EUROS … mil euros à exploração de pequenos ruminantes - caprinos e ovinos. Foi ainda anunciado que o aparecimento de nova exploração recebe 4.000 euros. A cerimónia - informal devido à crise epidémica da covid-19 – teve lugar no interior do Pavilhão Multiusos. Segundo Orlando Alves, Presidente do Municipio, “este subsídio aparece na linha de continuidade daquilo que temos vindo a fazer. Recordo – disse, que já distribuímos o apoio ao nascimento de espécies de raça autóctone barrosã; apoiamos a Cooperativa na produção de batata de semente e nas restantes actividades que promove e desenvolve ao longo do ano; e temos um alto investimento na Feira do Fumeiro. Este é também um apoio a uma actividade bonita, muito interessante, também muito cansativa e punitiva, sobretudo nos dias de Inverno. É uma actividade rentável que podia ser aproveitada pela generalidade dos residentes no concelho de Montalegre. Na área dos pequenos ruminantes, ninguém tem a nossa capacidade. Estamos convencidos que este é o caminho, isto é, apostarmos naquilo que nós somos. Somos agricultura de qualidade, pecuária de excelentíssima qualidade e somos floresta. Apostar nestes três vectores é reforçar a nossa identidade. Aproveito para felicitar os produtores pecuários que se dedicam a esta actividade e por isso expresso aqui o reconhecimento do Município. Também uma palavra de saudação à Coopbarroso que tem feito um trabalho notável”. Enquanto isso, Nuno Sousa, Presidente da Cooperativa Agrícola do Barroso, realçou que “o subsídio é fundamental para a sobrevivência destas explorações familiares. Foram distribuídos 50 mil euros para 42 explorações agrícolas de pequenos ruminantes. A ideia do subsídio é manter os efectivos. Foi dado um valor de 4.000 euros por exploração nova. Este ano houve em Cabril, Sabuzedo e em Montalegre. Mal esteja entregue o processo na Cooperativa, o dinheiro entra na conta dos agricultores».
63 MUNICIPIO PREMEIA CRIADORES DE GADO BARROSÃO A Câmara de Montalegre entregou um apoio de 132 mil euros Refira-se que a Freguesia de Salto è hoje aos produtores pecuários de raça barrosã. Trata-se de uma considerada como o Solar da Raça Barrosã. verba correspondente a 100 euros por cada cria nascida em Aqui, nasceu a Associação Nacional de Criadores território concelhio, a qual duplicou em relação aos anos de Gado da Raça Barrosã. Os agricultores da anteriores.O Executivo Municipal, liderado por Orlando Alves, freguesia tem cerca de mil e quinhentos encontrou-se com os criadores, no parque do Torrão da Veiga, exemplares deste raça e continuam a ter nela em Salto, para anunciar a novidade. muita vaidade, tratam-no com imenso carinho. “Trata-se de um segmento importante na actividade económica do concelho, sendo que a atribuição destes As autarquias locais, cientes desta riqueza para a incentivos, pretende contribuir para a fixação de pessoas e terra, dão lhe apoio e divulgam-no, quer com os para o desenvolvimento da produção agropecuária”, disse o concursos pecuários anuais, quer com a \"Semana autarca. do Barrosão\" que se realiza na freguesia, no Orlando Alves considerou ainda ser “fundamental que os último fim de semana de julho. Agora, esta carne agricultores continuem a apostar na produção de espécies de excelência que já os reis de Inglaterra tanto importantes para este território”, classificando o concelho apreciavam, foi premiada pelo júri do \"Great como local que “reúne condições para o crescimento de Taste Portugal\" com três estrelas - distinção famílias felizes neste sector”. máxima, no concurso internacional que elege os géneros alimentares de excelência. Preferi-la è ajudar os nossos criadores.
64 Noticias de AS BODAS DE PRATA DA VILA DE SALTO ELEVAÇÃO A VILA OCORREU EM 21 DE JUNHO DE 1995 Alguns nobres olharam então com cobiça para esse território A Junta de Freguesia de Salto assinalou no 1995 onde adquiriram casais e até passado dia 21 de Junho, o 25.º aniversário alguma povoações, entre as - quais, o Carvalho, a Póvoa e a da elevação a vila, por Decreto-Lei, Revoreda que eram do fidalgo- trovador D. João Soares Coelho e aprovado na Assembleia da República. 2020 de suas irmãs. D. Pedro I, o tal Segundo o Presidente da Junta de Freguesia, rei que arrancou o coração pelo peito a Pêro Coelho, bisneto do o sonho era comemorar o acto com um Enquanto os cruzados do norte da Europa referido João Soares Coelho, e ambicioso programa, porém e face à atravessavam o Atlântico e o Mediterrâneo, para pelas costas a Álvaro Gonçalves por terem morto a sua amada pandemia e à exigência que se impõe no combater nos lugares santos, o povo de Inês de Castro, também cobiçou cumprimento das regras de prevenção e portucale trepava descalço os caminhos das suas Salto. Por isso, depois de uma segurança, tudo teve que ser adiado para peregrinações que atravessavam a freguesia. De visita a Santa Senhorinha de Basto, de quem era devoto, uma melhor oportunidade. A palavra de tal modo que D. Afonso Henriques autorizou e cedeu-lhe fartos rendimentos da ordem é para já a contenção, na esperança apoiou a construção da Albergaria de São Bento Igreja de Santa Maria de Salto. das Gavieiras, ao monge Benedito no ano de de dias melhores. 1136. O território da actual freguesia com uma vasta área de cerca de Refira-se que a Freguesia de Salto, é quer A Freguesia celebrou os 25 anos de 79 quilómetros quadrados, foi em área, quer em população, a maior elevação a vila com uma cerimónia também em tempos ocupado freguesia do concelho. Como espaço singular que teve como objectivo o pela freguesia de Novaíças, que habitado e evangelizado, Salto é já referido recordar da data. Um dia em que incluía vários casais e herdades no Paroquial Suévico como uma das trinta se recordou o muito que já foi feito em diversas aldeias entretanto paróquias já existentes, no último terço do e o tanto que há ainda por fazer. desaparecidas. Dessas, poder- século VI e pertencentes à catedral de se-ão referir o Pontido, Curros Braga. Ao longo da sua vida teve muitos de Mouro, Ulveira e também momentos de glória, daí a riquíssima Gulpilheiras. História desta freguesia. Os grandes mosteiros do norte como Refojos, Pombeiro e Bouro – todos levantavam daí grossas rendas. Não é por isso novidade, que Salto tenha uma História muito longa e riquíssima e dela poderão os leitores tomar conhecimento se visitarem a antiga Casa do Capitão, agora transformada em pólo do Ecomuseu de Barroso, onde encontrarão uma apresentação pormenorizada do seu passado e das artes e ofícios tradicionais, do Pisão de Tabuadela e das Minas do Volfrâmio da Borralha.
65 BARROSO MARCA O RITMO FAFIÃO COM NOVO MIRADOURO UM VERDADEIRO DESAFIO PARA GENTE DE CORAGEM… A vista é impressionante, mas para alguns pode ser que nos fazem sentir pequenos. Pode ver-se um desafio!... Quer isto dizer, que quem não gosta de igualmente a barragem de Salamonde, o rio Fafião – alturas, terá que fazer um esforço extra para lá chegar. outrora chamado de Tôco - um afluente do Cávado, Uma coisa é porém certa: vale a pena… nascido na Serra do Larouco e o Fojo do Lobo, uma Trata-se do novo Miradouro de Fafião, situado no das maiores armadilhas de lobos da Península topo de um bloco gigantesco de graníticos penedos, Ibérica – uma estrutura em pedra que outrora era ligados a outros por uma ponte de ferro. Está situado usada para proteger os rebanhos e as aldeias. em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, logo ali Para os interessados numa eventual visita, podem bem pertinho da aldeia de Fafião. Uma aldeia deixar o carro no centro de Fafião e seguir a pé por histórica e plena de vida, pertencente à freguesia de um pequeno caminho sinalizado que começa no Cabril. Do miradouro pode avistar-se a magnitude das parque de merendas da aldeia. Lá que vale a pena, serras e vales do Gerês, com paisagens imponentes isso vale!... Só visto…
66 BARROSO MARCA O RITMO PASSADIÇO DE ACESSO À CASCATA INAUGURADO O Presidente da Câmara de Montalegre visitou o passadiço de acesso ao Miradouro da Cascata de Pitões das Júnias. Orlando Alves destacou a notoriedade desta intervenção, que a partir de agora está acessivel a todos os visitantes. Esta intervenção decorreu do trabalho desenvolvido pela Adere-PG em parceria com os 5 municípios do PNPG, no âmbito do projeto 5 do Plano Piloto do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Foi Financiado a 100% pelo Fundo Ambiental e teve o apoio logístico do Município de Montalegre e da Junta de Freguesia de Pitões das Júnias. Refira-se que a Cascata de Pitões das Júnias é uma queda de água muito visitada pelos turistas a qual se encontra localizada quase nos limites da aldeia e freguesia de Pitões das Júnias. As águas desta cascata são provenientes do Ribeiro de Pitões que devido aos desníveis do terreno se desenvolve por vários patamares, sendo que o primeiro tem cerca de 30 metros de altura e desagua num lago delimitado por afloramentos graniticos. Esta cascata é uma das muitas cascatas da região do Barroso e vai animar vários rios que nascem na Serra do Gerês.Nas proximidades desta cascata existe uma ponte de madeira e também um carvalho centenário, que ao longo dos séculos tem sido alvo de várias lendas locais, como a de um “duende” - criaturas antigas parecidas com os goblins, que surgiram junto com elfos e outros seres de lendas das mitologias europeias - aí viver.
67 MONTALEGRE RECEBEU JORNADAS GASTRONÓMICAS Oportunidade de estarem em contacto com a cultura e as tradições locais, expressas no bom Um grupo de Jornalistas e bloggers esteve de visita ao sabor da gastronomia típica, na qualidade dos concelho de Montalegre a pretexto de participar nas produtos locais, nas paisagens moldadas pela Jornadas Gastronómicas promovidas pelo Turismo mão humana e nas tradições, refere a autarquia. do Porto e Norte de Portugal. À chegada a Fafião, Orlando Alves, Presidente do Município, deu as boas-vindas aos participantes. Estes profissionais de comunicação, especializados em O périplo terminou na aldeia de Outeiro com a viagens e turismo, tiveram oportunidade de descobrir os sessão de encerramento onde esteve presente o encantos naturais e a diversidade cultural da região, Vice-Presidente da autarquia, David Teixeira. através da descoberta de alguns dos locais mais emblemáticos.
68 POSTO DE TURISMO DO ALTO TÂMEGA INAUGURADO O Posto de Turismo do Alto Tâmega foi inaugurado, numa Para o Presidente da CIM do Alto Tâmega, cerimónia que contou com a presença dos Presidentes das seis Orlando Alves, o Posto de turismo inaugurado , é câmaras que fazem parte da Comunidade Intermunicipal do “um bom exemplo” de que quando os autarcas Alto Tâmega - Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, conseguem esquecer “políticas paroquiais e Valpaços e Vila Pouca de Aguiar. circunscritas ao concelho” trabalham em Na cerimónia estiveram ainda presentes a Secretária de “desígnios e projectos estruturantes”. Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, o Presidente “Estamos a construir uma centralidade na da CCDR-Norte, Fernando Freire de Sousa, e o Presidente do descentralidade. Chaves é historicamente a Turismo do Porto e do Norte, Luís Pedro Martins. capital desta sub-região, está uma cidade bonita, Na sua alocução, a Secretária de Estado afirmou que a que disputa um mercado populacional fantástico valorização do interior começa nos próprios territórios, que é o galego e tem sabido atrair, tendo tudo destacando o exemplo da CIM do Alto Tâmega que está “muito para se afirmar como uma das cidades médias do unida à volta de uma marca única e distintiva”. “Esta união já futuro em Portugal”, frisou o também deu origem a quatro postos de trabalho directos e certamente, Ppresidente da Câmara de Montalegre. a sua actividade atrairá muitos mais postos de trabalho e isso é Orlando Alves desafiou ainda os restantes o mais importante,. autarcas da CIM do Alto Tâmega a incluírem o A governante considerou ainda que o exemplo do Posto de nome ‘Barroso’ na designação, defendendo Turismo do Alto Tâmega deve ser seguido noutras zonas ser uma marca “forte e identitária” para do país, pelo investimento ter sido totalmente suportado atrair mais turismo. pelos Municípios de Chaves, Boticas, Montalegre, Valpaços, “O Barroso junta os Municípios de Montalegre e Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena. Boticas, é considerado Património Agrícola Mundial, tem um terço do Parque Nacional da Peneda-Gerês e o Alto Tâmega não se pode esquecer disso”, realçou.
69 2020 | O ANO EM QUE A PANDEMIA ATACOU FORTE NO CONCELHO… E DE REPENTE, SALTO “VIROU VILA FANTASMA”… Actividade económica do concelho só foi reactivada e de forma progressiva a partir de 20 Outubro Quando menos se fazia esperar, um surto de covid-19 transformou a vila de Salto, onde o silêncio ocupou os estabelecimentos comerciais e até a escola básica, que chegou a ter apenas um aluno disponível num universo de 70 para assistir às aulas presenciais. O comércio lamentou-se com as quebras no negócio e as pessoas refugiavam-se em casa. Salto “virou quase um deserto” com receio do Covid-19. A actividade económica só foi reactivada e de forma progressiva a partir de 20 de Outubro- Foi assim desde o primeiro dia de Outubro, data em que soou o alarme na freguesia, após quatro funcionárias do Lar da Nossa Senhora do Pranto terem testado positivo à Covid-19. A situação escalou para um surto depois da realização de testes que confirmaram 26 casos de infecção entre os 30 utentes e 10 entre os 20 colaboradores da instituição. Nos dias que se seguiram, e com o surgimento de novos casos na comunidade, a Câmara Municipal de Montalegre decidiu suspender, missas, feiras e serviços públicos na freguesia para impedir “a disseminação descontrolada do vírus”. O Presidente da junta de freguesia, Alberto Fernandes, O Agrupamento de Escolas Doutor Bento da Cruz confirmou que foram descreveu um ambiente diferente nesta vila que confirmados três casos de covid-19 na escola básica e secundária do Baixo costuma ser “muito movimentada”. As pessoas - contou, Barroso e dois na escola básica de Salto. Ainda se vêem pessoas pelas ruas, “retraíam-se, ficavam mais em casa e as que saíam na sua maioria a usar máscara, pelos cafés e esplanadas, mas, segundo andavam com as devidas precauções”. “Estamos todos Alberto Fernandes, são muito menos do que é normal nesta localidade. Ao tristes com isto, mas aguardamos por melhores dias. longo da Estrada Nacional 311, que atravessa Salto, encontram-se cafés e Com este medo os pais não estavam a deixar ir os filhos pastelarias, restaurantes, bancos e os correios, com reduzida clientela. à escola. Houve dias em que vieram cinco, três e chegou a comparecer apenas um aluno”, afirmou à agência A vila, vive um pouco do comércio local, da passagem desta estrada que Lusa. faz a ligação à auto-estrada em Arco de Baúlhe. É a saída principal do A viver perto da básica de Salto, uma idosa, que não se concelho e tínhamos muito movimento nos cafés e restaurantes – referiu o quis identificar, disse estranhar o silêncio que ocupou autarca. Na pastelaria de Vitória Martins o “movimento foi descendo aquele estabelecimento de ensino frequentado por drasticamente” desde que se soube que havia casos em Salto. “A cada dia cerca de 70 crianças. A escola não fechou e os que passa há menos pessoas a parar aqui”, disse. professores e funcionárias continuaram a ir trabalhar. Vitória Martins está preocupada, mas depois de dois meses de portas “Os meninos não têm vindo e na vila, há uma semana as fechadas por causa do confinamento diz que não quer voltar a encerrar. pessoas andavam abaixo e acima e não se via ninguém Foi difícil!... As pessoas voltarem ao ritmo normal e agora já estava a na rua”, contou, acrescentando que mesmo assim só sai acontecer. Aos pouquinhos foram vindo. Sempre fui muito exigente com o à rua quando é “mesmo preciso”. uso de máscaras e a alertar as pessoas para desinfectarem as mãos “ – Também na escola secundária do Baixo Barroso, na salientou. Venda Nova, em cerca de 150 alunos, foram menos de José Oliveira tem uma carrinha de venda ambulante de peixe e passa duas 50 os que foram às aulas nos dias que se seguiram ao vezes por semana em Salto onde disse, que ao contrário do que era aparecimento do surto. Alguns dos estudantes ficaram normal, encontrou “pouquinhos clientes”. “que diferença. De 100% não se mesmo em isolamento profilático. Sem nenhum caso trabalha 20- Está muito fraco” – apontou. positivo até ao inicio do mês, a partir do dia 8 a freguesia ultrapassou os 50. Os primeiros foram detectados no Lar Nossa Senhora do Pranto, espalhando-se depois pela comunidade.
70 2020 | O ANO EM QUE A PANDEMIA ATACOU FORTE NO CONCELHO… AUTARQUIA REFORÇOU MEDIDAS CONTRA A PANDEMIA COMO FORAM TRAVADAS AS FONTES DE E… CASTELO FECHOU PORTAS TRANSMISSÃO… APÓS 17 MIL VISITAS DESDE JULHO No dia Nacional dos Castelos, celebrado a 7 de Outubro passado e em pleno contexto epidémico, o Castelo de Montalegre atingia a marca de 17 mil visitas no período compreendido entre aquela data e o mês de Julho, quando da sua reabertura ao público após décadas em que se encontrou fechado por falta de condições de segurança. Esta é pois a estatística que comprova apesar do momento conturbado que vivemos - a importância da \"sala de visitas\" do Município, exemplo de atracção e e beleza cultural, que agora devido a medidas de prevenção contra o Covid-19, foi temporariamente encerrado. Depois do surto de covid-19 no Centro de Saúde de Montalegre, as atenções viraram-se para o lar da Misericórdia. Uma utente que precisou de atendimento hospitalar testou positivo para a covid-19, mas a cadeia de contágio não terá sido a mesma. Os diferentes focos no concelho levaram então à tomada de medidas. Entre elas, a testagem de 140 pessoas ligadas ao lar, entre utentes, funcionários e contactos próximos. Segundo o Provedor Fernando Rodrigues explicou à Lusa os resultados deram todos negativos. Acrescente-se que entre os testados se encontram alguns trabalhadores das valências creche e da unidade de cuidados continuados. Os primeiros casos a serem conhecidos no concelho tiveram Refira-se, que a abertura do Castelo ao público, só foi possível origem no lar de Salto. Dos 36 inicialmente infectados da graças ao investimento feito na sua requalificação, cujos custos instituição, apenas uma idosa ficou internada. As atingiram os 1,5 milhões de euros, no âmbito de um protocolo preocupações passaram também pelas escolas, celebrado entre a Direção Regional de Cultura do Norte, o nomeadamente a do Baixo Barroso, onde três turmas Município de Miranda do Douro e o Município de Montalegre, ficaram em isolamento. Dois elementos dos bombeiros de datado de 23 de Março de 2016, que permitiu a apresentação de Salto também testaram positivo. uma candidatura a financiamento ao programa Portugal 20.20, que Face aos factos, o Município resolveu implementar medidas integrou a intervenção referida e garantiu financiamento por rigorosas para travar a Covid-19, designadamente fundos comunitários no montante de 85% do custo dos trabalhos. a suspensão das feiras, desfasamento dos horários de A título de curiosidade refira-se ainda que o Dia Nacional dos trabalho dos funcionários camarários e o encerramento do Castelos tem como objectivo promover em todo o país iniciativas e Castelo. A pedido do Municipio, a Diocese de Vila Real actividades que visam a reflexão sobre o património fortificado. chegou a anunciar também, que decidia “suspender Castelos que são testemunhos da memória colevtiva dos povos e temporariamente as celebrações do culto e outras atividades representam uma importante referência arquitectónica, histórica, pastorais nas paróquias do Arciprestado do Barroso - cultural e simbólica de um país. Portugal possui centenas de concelho de Montalegre - até que as condições melhorem”, castelos e fortes, sendo alguns deles reconhecidos pela UNESCO situação entretanto já em parte revertida. como Património da Humanidade.
71 A vinha mais alta de Portugal nasceu em Junho de 2017 A vinha mais alta de Portugal foi plantada na aldeia Fonte: Agência Lusa de Donões e fica a 1070 metros de altitude. São dois hectares, de castas brancas e um pouco de Bastardo, “A VINHA MAIS ALTA DE PORTUGAL” divididos em vários terraços de solo de origem granítica. Foi a primeira vinha do projecto Em plena pandemia, fizeram a sua primeira vindima, ainda “pequenina”. O Montalegre, do enólogo Francisco Gonçalves, natural projecto Montalegre inclui um centro de vinificação a estrear com a da capital do Barroso. vindima de 2021. Dois irmãos estão a desenvolver um projecto ligado aos vinhos, em ... Montalegre, onde plantaram a vinha “mais alta” de Portugal e vão E pelo facto de estarem a 1.000 metros de altitude, o construir um centro de vinificação que estará pronto para a vindima de enólogo aponta características diferenciadoras destes 2021. “Saí do Douro para vir para cá e criar um projecto diferenciador de néctares a “nível aromático”, dos vinhos “mais algo que não é comum aqui em Montalegre, que é o vinho”, afirmou elegantes” e “mais frescos”. Francisco Gonçalves à agência Lusa. A pandemia trouxe dificuldades às vendas e por isso, O enólogo deixou uma empresa ligada ao sector do vinho do Porto, onde Francisco Gonçalves referiu que neste momento, a trabalhou durante 15 anos, e quis apostar na terra natal, desenvolvendo o projecto Montalegre em conjunto com o irmão, Paulo Gonçalves. Em plena aposta incidiu “um pouco mais sobre as exportações”. pandemia de covid-19, fizeram a primeira vindima naquela que Com uma produção média anual de 100.000 dizem ser a vinha mais alta de Portugal, plantada a 1.070 metros de garrafas, as exportações representam 28% do altitude. “Chamaram-nos de loucos porque era quase impossível fazermos negócio e os principais mercados são os Estados isto, contudo, este ano, já fizemos a nossa primeira colheita, muito Unidos da América, França, Alemanha, Itália, Brasil e pequenina. Chegámos a fazer cerca de 250 litros de vinho\", referiu. Canadá. O trabalho está também a ser feito em Agora, preparam-se para construir um centro de vinificação, na zona conjunto com os distribuidores e apesar de ainda não industrial de Montalegre, que querem ter em funcionamento na vindima terem um canal online, também têm tido “muita do próximo ano. procura” no site da empresa, fazendo a entrega das encomendas. “Percebemos que, realmente, o paradigma está a mudar. Este conceito do online está muito mais activo e possivelmente será o futuro”, salientou. Montalegre não é um território tradicional de vinho. É o Município mais a norte do distrito de Vila Real onde neva com alguma regularidade e o frio é intenso. Mas para Francisco Gonçalves, este território pode ser um “centro de oportunidades”. “Através das mudanças climáticas que têm existido, acreditamos que este poderá ser aqui, um caminho diferenciador Francisco Gonçalves afirmou que apesar da na área do vinho”, sustentou. interioridade, da distância e das dificuldades Os vinhos Montalegre são produzidos a partir de uvas das zonas de acrescidas, é neste território que “querem fazer a Chaves, Macedo de Cavaleiros e Mogadouro, sub-regiões de Trás-os- diferença” e referiu que, em cinco anos, concretizaram Montes. São vinificados no local de origem, e depois, levados para “estagiar um investimento de cerca de “1,5 milhões de euros”. em altitude” em Montalegre. A partir do próximo ano, os vinhos passam a ser também vinificados neste Em 2018, Montalegre Clássico Tinto 2015 foi concelho. Ao longo dos próximos anos prevê-se também o aumento da considerado um dos 100 melhores vinhos do mundo produção na vinha local. “Criamos um conceito que já é seguido em outras na categoria melhor compra pela Wine & Spirits. Em zonas de altitude do mundo, como o Chile ou a Argentina, em que se 2020 volta ao top 100 da revista, agora, com um vinho branco. produz o vinho e depois se leva para zonas mais altas”, referiu.
72 O CONCELHO AO RX No âmbito do 10.º aniversário da Pordata, um • Por cada 1000 residentes, 10 são estrangeiros; projecto da Fundação Francisco Manuel dos • Por cada 100 residentes, há 8 jovens com menos de 15 Santos, ao longo de 2020, vêm sendo divulgados uma série de retratos estatísticos sobre cada um anos, 57 adultos e 35 idosos com 65 ou mais anos dos 308 Municípios portugueses, fazendo-o para • Nasceram 54 bebés e morreram 189 pessoas assinalar os respetivos feriados municipais. • Há 461 idosos por cada 100 jovens, mais 304 idosos do Embora as celebrações municipais estejam agora limitadas devido ao difícil contexto em que vivemos, que a média nacional a PORDATA, continua esta divulgação, de forma a • 831 alunos matriculados nos ensinos pré-escolar, garantir que a sociedade esteja ainda mais informada sobre o seu Município. Assim e para um básico e secundário total conhecimento do concelho de Montalegre, os • Por cada 100 residentes com 15 ou mais anos, há 53 interessados poderão consultar e descarregar nesta plataforma os indicadores-chave do Município, pensões atribuídas pela Segurança Social e pela Caixa baseados em mais de 20 fontes oficiais, que Geral de Aposentações comparam dados de 2010 com a realidade mais • 854€ é quanto ganham em média os trabalhadores por recente. conta de outrem no município, 313€ abaixo do ganho médio a nível nacional Assim, nesta área dedicada ao Município de • 19 alojamentos turísticos, mais 16 do que em 2010 Montalegre é possível comparar, de forma simples e • 5 farmácias imediata, vários indicadores, de diferentes temas, e • 7 bancos e caixas económicas, menos 1 que em 2010 a sua evolução em quase uma década. • Saldo financeiro negativo da CM:-604 mil € (receitas: Os indicadores-chave podem igualmente ser 18,8 Milhões €; Despesas: 19,4 Milhões €) descarregados para formatos PDF e Excel. A partir • 12% das despesas da C.M. foram destinadas à cultura e do título do indicador, os leitores podem aceder desporto, valor superior ao de 2010 (10% do total das directamente ao respectivo quadro na Base de despesas) Dados dos Municípios. • 3% das despesas do município são relativas ao ambiente, 5 pontos percentuais abaixo do valor registado a nível nacional (8%) • O valor médio de avaliação bancária da habitação foi de 754 € por m2, 438 € inferior à média nacional Nota: As fontes oficiais utilizadas foram: INE, ANSR, APA, BP, CGA, DGAL, DGEEC, DGEG, DGO, DGPJ, DGS, ERSAR, GEE, GEP, ICA, IGP, IISS, ISS, SEF, SGMAI, SIBS Entretanto e para conhecimento ficam alguns dados estatísticos mais importantes sobre o Município de Montalegre: • Habitantes residentes, 9.156;
73 O CONCELHO AO RX O RANKING NO CONJUNTO DOS MUNICIPIOS PORTUGUESES E m termos de ranking e em termos de resultados Refira-se que o Ranking Municipal Português, é um modelo globais, a principal conclusão é a de que s “os integrado de avaliação dos 308 municípios em 25 municípios grandes e os municípios de média indicadores ponderados, reunidos em quatro dimensões dimensão\" - tendo em conta a população residente -, principais: governança, serviços ao cidadão, distribuídos sobretudo pelo Norte e pelo Centro do desenvolvimento económico e social, e sustentabilidade país, \"são os que têm o melhor comportamento ao financeira. Para o Presidente da Câmara de Montalegre, nível da sustentabilidade, grosso modo\", salientou Orlando Alves, estamos perante um resultado que é uma Paulo Caldas quando da última projecção sobre o \"chapada de luva branca para aqueles que fazem política a tema levada a efeito na Ordem dos Economistas. desdenhar de tudo o que se faz”. Dos 308 Municípios, 185 são considerados pequenos OS PRIMEIROS 30 DO RANKING O coordenador do \"Ranking Municipal Português\", o \"top\" das Municipios portugueses, apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, refere que dos 308 Municípios portugueses, 185 são considerados pequenos - com menos de 20 mil habitantes, 99 de média dimensão entre 20 mil e 100 mil habitantes, e apenas 24, de grande dimensão, com mais de 100 mil habitantes. Dos concelhos de pequena dimensão em termos O CONCELHO NUM UNIVERSO DE 308 populacionais e no que se refere apenas ao continente, Montalegre ocupa o 61.º lugar, sendo o Posição global no rating - 78.º último o concelho de Barrancos, na 175.ª posição. Governança - 122.º Eficiência da Câmara Municipal - 58.º Ainda assim e de entre os 308 Municipios, o de Desenvolvimento económico e social - Montalegre é o terceiro melhor classificado a nível do 261.º Distrito de Vila Real, e o 78.º no Rating Municipal Sustentabilidade financeira - 35.º Português. Na segunda posição está Chaves, numa lista que liderada por Vila Pouca de Aguiar no distrito.
OS PROCESSOS FRACTURANTES QUE TÊM ABALADO “O PAÍS BARROSÃO ” 1 - PONTE DA ASSUREIRA 2 - LITIO 3 - VOLFRÂMIO 4 - AS BUSCAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
Noticias de 75 1 -PONTE DA ASSUREIRA UMA “ESTÓRIA” MAL CONTADA Por: Domingos Chaves Para além da alegada “falta de democracia no concelho”, propagandeada por quem acordou para ela já o “sol ía alto”, estes são de facto os quatro grandes temas que em tudo que é politica têm vindo a absorver o “país Barrosão”. No caso da famigerada Ponte da Assureira, muito se falou do facto de Montalegre ser o único concelho do distrito de Vila Real que não dispunha de um acesso directo de qualidade a uma auto-estrada – neste caso à A24. O retrato de tal demanda, estava na Ponte da Assureira, que liga os Municípios de Montalegre e Chaves e continuava sem estrada. Uma situação que o actual Presidente do Municipio montalegrense Orlando Alves reconheceu como “ inconcebível ” e o levou a declarar, estarmos perante uma obra que espelha a “indignação e a malvadez” que representa um “monumento ao centralismo e à desestruturação do Estado”. Uma realidade!... Uma realidade, afirme-se, que o dito autarca resolveu contrariar a expensas da Câmara que dirige, com a requalificação da Estrada Municipal 508, hoje uma das mais qualificadas da região do Ato Tâmega. Certo é, que o dilema da Ponte da Assureira, Ponte do Diabo, ou “Ponte da Vergonha” para quem dela se serve como arma de arremesso politico continua. E continua, apesar do desconhecimento de tudo quanto envolveu a sua construção, a abertura da estrada e porque não dizê-lo também, deste processo já ter sido politicamente julgado em 2013 e 2017. Dito isto e sem daí extrair qualquer opinião - que caberá aos leitores formular – importa isso sim dissecar tudo que envolveu a sua construção e a recusa da abertura da estrada que havia sido prevista para o local. Foi no dia 20 de Julho de 2009, que as forças politicas de Montalegre – PS e PSD, deram o seu aval, votando Começando então pelo principio, esta é já uma “estória com barbas por unanimidade, a construção da Ponte da Assureira brancas”!... Remonta ao ano de 2010, data em que foi iniciada a construção da ponte, após o aval para o efeito dos Municipios de Montalegre, de Chaves e do Governo, que ao tempo se propunha custear parte da obra. Localizada em território montalegrense e com o aval do Municipio de Chaves, tal como consta da Reunião Ordinária deste Municipio, realizada no dia 07 de Fevereiro de 2010, Montalegre deu então inicio à construção da dita ponte, com custos então orçados em cerca de 450 mil euros – tendo recebido a totalidade da comparticipação “FEDER” respeitante à execução da empreitada, no valor de 335.935,59 euros, assumindo assim todos os encargos decorrentes da execução financeira da obra, inserida no Projecto VIARRAIA, financiado pelo POCTEP, tal como consta do contrato estabelecido entre as duas autarquias e vertido que está na acta da reunião realizada na data suprareferida. Ao fim de três anos já com o PSD de Pedro Passos Coelho no Governo e João Baptista na presidência da concelhia de Chaves, para a qual fora eleito em 25 de Janeiro de 2014, a sua construção foi dada como concluída, mas o pior estava então para chegar!... A abertura da nova estrada e a sua conclusão, destinada a incentivar a cooperação transfronteiriça transnacional e inter- regional, de modo a que as fronteiras nacionais não constituíssem um obstáculo ao desenvolvimento equilibrado e à integração do território Foi no dia 7 de Fevereiro de 2010, que a Câmara de Chaves europeu, representavam um pesado fardo que rondava então os sete se comprometeu a repartir os custos com a execução da milhões de euros que teriam de ser suportados pelas - Continua na página obra que havia acordado com Montalegre. seguinte…
Noticias de 76 1.1 -PONTE DA ASSUREIRA A VERDADE DOS FACTOS Continuação Já com Orlando Alves e António Cabeleira à frente dos respectivos Municipios, o assunto foi reaberto e de novo discutido. duas autarquias - Montalegre e Chaves, tendo em conta que o então Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho ao contrário do que havia sucedido com o seu antecessor, se recusou a disponibilizar qualquer verba para a construção da dita estrada. Reunião de Vilar de Perdizes Ainda assim, Fernando Rodrigues e João Baptista, então Presidentes Para o efeito foi agendada uma reunião que teve lugar em das duas autarquias envolvidas não desarmaram. Os concursos foram Vilar de Perdizes no dia 26 de Fevereiro de 2016, onde lançados e a nova via foi projectada para se iniciar na localidade de como mediador esteve presente o então Secretário de Solveira do lado de Montalegre, prolongando-se até Soutelinho da Raia Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes. Da mesma, do lado de Chaves. Do lado de Chaves, que estavam inclusivé previstas aquilo que resultou foi a intransigência da Câmara de no projecto, para além das obras de melhoramento da via, a construção Chaves, escudando-se na indisponibilidade do Poder de um troço novo, isto é, de uma variante por Bustelo no concelho de Central em comparticipar a obra e na já dita falta de Chaves, que iria substituir um percurso com uma série de curvas, que liquidez do seu Municipio. Montalegre que sempre se eram vistas como uma espécie de calvário pelos condutores. mostrou disponível em avançar com a obra no território que se situa na sua área de jurisdição, ficou assim com a De acordo com o então Presidente da Câmara de Chaves, João Baptista, “criança nos braços”. a autarquia iria até aproveitar o desenvolver da obra, para construir uma espécie de passeio para os muitos peregrinos que utilizavam e Sem solução à vista enveredou pela requalificação da utilizam ainda hoje a actual via, sem quaisquer condições de segurança, Estrada Municipal 308 até aos limites de Meixide na para aceder ao Santuário de São Caetano. \"É uma intervenção que vai fronteira com o concelho de Chaves, a qual ficou concluída servir bem os dois concelhos\", argumentava então o autarca, revelando já no presente mandato. Enquanto isso e já com Nuno Vaz que as duas sedes concelhias ficariam a cerca de 20 minutos de na presidência do Municipio de Chaves, este procedeu distância. igualmente à beneficiação da estrada, mas apenas numa Aconteceu porém, que – como se já referiu - com a recusa do Governo distância de 1.400 metros, até Soutelinho da Raia. em disponibilizar qualquer verba, se chegou à conclusão de que as Uma requalificação orçada em 2,7 milhões de euros e que obras teriam que ser financiadas por cada um dos Municípios e aí se fez desde os limites de Meixedo, passando por Gralhas, Chaves “roeu a corda”. E roeu a corda, com o argumento da Solveira e Vilar de Perdizes, terminado em Meixide. Uma indisponibilidade financeira para dar continuidade à obra que se havia execução projectada que foi para ser executada com prazo já iniciado com a construção da Ponte da Assureira, sedeada que estava fixado em 18 meses divididos por duas fases. . em território do concelho de Montalegre. A partir daí a “estória” é Uma intervenção que teve como objectivo a melhoria no conhecida e as obras que se lhe deveriam seguir dos dois lados da acesso à A24 e que o Presidente da autarquia, Orlando “fronteira” nunca arrancaram. Montalegre, apenas se comprometia a Alves, não deixar de lamentar, o facto de Chaves não ter a pagar os custos inerentes ao seu território. Refira-se, como já foi dito, mesma disponibilidade para este investimento que liga os que esta ponte foi financiada pelo programa comunitário INTEREG, dois concelhos uma vez que este trajecto “encurta as destinado a incentivar a cooperação transfronteiriça, transnacional e distâncias e favorece as relações comerciais e de trabalho inter-regional e constituía a primeira fase que fazia parte de um plano entre as empresas e as pessoas de Chaves e de para requalificar a estrada Municipal 508 Montalegre-Chaves. A Montalegre”. segunda fase passava pela construção da estrada que Chaves viria a recusar.
Noticias de 77 1 - O LITIO E A VERDADE ESCONDIDA Antes de me debruçar sobre este assunto uma declaração prévia: sou assumidamente ASSEMBLEIA MUNICIPAL contra a exploração do lítio no território. E não fora a provocação de um autarca do PSD, através de um documento que me foi enviado e aqui em parte se reproduz, nada mais 21 DEZEMBRO 2016 diria sobre o assunto, salvo condenar uma eventual exploração caso tal se venha a verificar. E esta sempre foi a minha postura, enfatizada no principio de que “se fosse eu a decidir, não havia lítio para ninguém”. Indo então directamente ao assunto, esqueceu o senhor autarca um principio que é para nós “sagrado”: a “A Barrosana” não serve de prolongamento ao “Sexta às 9”, e não servindo, jamais poderia publicar um artigo de opinião que é uma monstruosidade. A Barrosana existe para dar noticias com verdade, e nunca para afirmar que o negócio do Litio com a LusoRecursos, segundo “a primeira estimativa já vai até 6 mil milhões de euros de lucros anuais e que não há almoços grátis“. Não, não é engano!... Exactamente “seis mil milhões” – escreveu o senhor, ou seja, novecentos milhões a multiplicar por seis, a que acrescem mais seiscentos milhões. Ora isto com toda a franqueza, não é maneira de se fazer politica!... Mas não se estranha, e não se estranhando, o povo tem por isso de saber a verdade!... Isto para dizer o seguinte: o PSD-Montalegre - ainda que sem invocar tantos milhões – apesar de usar a mesma estratégia, foi o primeiro a defender a dita exploração, quer na Assembleia Municipal Ordinária realizada em 21 de Dezembro de 2016, na qual marcaram presença 40 deputados – tendo faltado Sofia Fernandes, António Ferreira, Sandra Pinto, Manuel Duarte, Clotilde Gomes, Alda Malho, Ana Maria Martins, José Carlos Costa, Rui Duarte, Paulo Pinto e Ricardo Moura - quer em comunicados da sua concelhia (que aqui se reproduzem), fazendo disso bandeira em vésperas das última eleições, onde se acusava o Presidente do Municipio entretanto eleito, de pretender retirar para si os “louros” da dita exploração, mesmo antes de esta estar consumada. Quem não se lembra do discurso do senhor deputado Acácio Gonçalves, quando pedindo a palavra falou em nome da Coligação PSD/CDS?!... Mas para quem não se lembra, aqui se recorda: Acácio Gonçalves, representante do Grupo Municipal do PSD/CDS, vem expor a V. Exa o seguinte: TESLA MOTORS é notícia do dia da comunicação social e na local “Notícias de Barroso”, instala-se no Barroso, mais propriamente em Boticas na Casa Rural S. Cristóvão. Tratando-se de uma empresa gigante a nível mundial produtora e instaladora de supercarregadores TESLA destinados a veículos elétricos, estando previstos instalar 3 supercarregadores em Portugal, um entre Lisboa e Porto, outro no Alentejo e um terceiro no Algarve. Possui em todo o mundo 4.800 carregadores em 769 locais, pretendendo no próximo ano instalar mundialmente o dobro dos que possui. Tendo já a sede social em Lisboa na Avenida da Liberdade, encontra-se a explorar minério (LITIO) na zona do Barroso, mais propriamente nos montes de Carvalhais e Vilarinho da Mó autorizada legalmente. A notícia acrescenta a construção de uma grande fábrica a nível europeu no nosso País, tendo já o Governo criado um grupo de trabalho que certamente irá influenciar a sua localização. Vários Municípios (4) já disputam a sua sede para que seja localizada nos seus territórios. Senhor Presidente da Câmara, que contatos já obteve neste sentido? Já se deslocou à exploração para se inteirar da situação? Quantos “rendez vous” já marcou com o seu Governo e com a dita cuja empresa? Ou será que o Senhor e seus acólitos se perdem nos magustos lá por França e esquecem-se dos “rendez vous” cá por Portugal? Gostaríamos de ser informados devidamente a fim de podermos sonhar com a salvação do Concelho de Montalegre a nível de empregos e de riqueza, porque este mineral vale mais que o ouro negro. Montalegre, 21 de dezembro de 2016. Assinado, o deputado municipal, Acácio Gonçalves.”
Noticias de 78 1.1 - O LITIO E A VERDADE ESCONDIDA Um discurso que ao afirmar, “(… ) encontra-se a explorar minério (LITIO) na zona do Barroso, mais propriamente nos montes de Carvalhais e Vilarinho da Mó autorizada legalmente”, nos permite concluir, que afinal e ao contrário do que tem vindo a afirmar, a Coligação PSD/CDS já tinha conhecimento da concessão das licenças de prospecção que haviam sido emitidas pelo Ministro Álvaro Santos Pereira, Ministro da Economia do Governo de Passos Coelho, à empresa LusoRecursos em 7 de Dezembro de 2012, como o prova não só o discurso do deputado Acácio Gonçalves como também a edição de Junho de 2017, do Jornal Noticias de Barroso, ao afirmar na sua primeira página que a “Exploração do Litio em Carvalhais, está definitivamente confirmada”. Isto em Junho de 2017 e a quatro meses das eleições que entretanto viriam a ter lugar em Outubro do mesmo ano. E não se pense que isto tem alguma coisa a ver com o PSD!... Não, não tem. Tem isso sim a ver, com aqueles que deviam \"desligar o forno do empadão de mentiras“, procurando instrumentalizar o povo, ao utilizarem processos deste tipo como “armas de arremesso politico”, quando foram eles próprios a pugnar pela exploração. Não vale a pena inventar!... Digam o que disserem, quer o PSD, quer o PS, são Partidos de Governo e como Partidos de Governo que são, quer um quer o outro, só não recorrem aos recursos naturais que o país lhes possa oferecer se não puderem. Quanto ao PSD-Montalegre, deve muitas explicações ao povo de Barroso!... É inconcebível que depois da campanha que fizeram a favor do lítio, classificando até o projecto de Sepeda no comunicado como insuficiente, tenham feito o alarido que fizeram, ao esconderem as condutas e propostas com que se apresentaram a eleições no presente processo.. A preocupação da Coligação é que o lítio não passe A comissão politica de secção do PSD/Montalegre em relação ao de mais uma promessa eleitoral, como foi a central de tema de eventuais investimentos na exploração de lítio no concelho biomassa ou a aposta no turismo como solução para de Montalegre, promovidos pela DakotaMinerals/Novo Litio ou por todos os problemas do concelho; ou que as promessas outras entidades, esclarece que: de empregos sirvam para ganhar mais uma eleições 1. Tal como qualquer outro investimento que crie emprego, a (…). exploração e transformação de lítio é um projecto interessante para o concelho, que deve ser apoiado pelo Municipio (…). Concelhia do PSD/Montalegre, 23 de Agosto de 2017 Concelhia do PSD/Montalegre, 29 de Agosto de 2017
Noticias de 79 1 - O VOLFRÂMIO DA BORRALHA | RESENHA HISTÓRICA… Com inicio nos primórdios do século XX, mais precisamente no ano de 1902, Face à pobreza então existente e o anúncio da as Minas da Borralha constituíram-se como o principal centro mineiro de exploração do chamado “ouro negro” na Borralha, Portugal na exploração de volfrâmio. Centro Mineiro que teve dois períodos muita gente foi à procura da melhoria das suas de paragem, o primeiro entre 1944 e 1946 e o segundo entre 1958 e 1962. condições de vida no dito lugar. Uma aldeia da Freguesia de Salto, que segundo as estatísticas A exploração foi entretanto reiniciada em 1963 e prolongou-se até 1986, ano acolheu muitas famílias de diversas regiões que em que viriam a ser encerradas. Segundo os dados que nos chegaram, aí se para ali foram trabalhar, a maior parte das quais produziram em termos globais, cerca de 18.500 toneladas deste minério, da região minhota.A todas elas era oferecida casa, com a quase totalidade a ser exportada para a Alemanha nazi, que havia água e energia eléctrica. iniciado a Segunda Guerra Mundial, quando a 1 de Setembro de 1939 invadiu a Polónia e se iniciava um dos conflitos mais sangrentos d aHistória da No concelho de Montalegre, a Borralha tornar-se-ia uma Humanidade, que se arrastou por 6 anos e no qual Portugal tentou manter a aldeia diferente - industrial. Cresceu com a criação de sua neutralidade procurando passar entre os \"pingos da chuva\" ou das balas diversas infraestruturas necessárias à dimensão da empresa da guerra. exploradora, como: lavarias, fundição, afinagem, oficinas, armazéns, carpintaria e britadores entre outras. Foram Era o tempo em que o Estado Novo, regime assim chamado e liderado por construídos bairros, todos com caraterísticas diferentes, para António de Oliveira Salazar, mantinha o seu povo num estado de ignorância albergar, cerca de cinco mil pessoas, a maioria vindas de lactente, \"pobrezinhos mas honrados\" a lutar para sair da miséria que mais terras minhotas… parecia areia movediça. Nos meios rurais a que Barroso não fugia, era mais visível esse estado, de um país parado no tempo, que vivia essencialmente da No concelho de Montalegre, a Borralha tornar-se- agricultura de subsistência, onde os ricos eram cada vez mais ricos e os ia uma aldeia diferente - industrial. pobres cada vez mais pobres. Cresceu com a criação de diversas infraestruturas necessárias à dimensão da empresa exploradora, E neste ambiente, eis então que surge a exploração do volfrâmio ou como: lavarias, fundição, afinagem, oficinas, tungsténio em grande escala na Borralha!... Um mineral que já era explorado armazéns, carpintaria, britadores e stockwerks desde o século XIX, mas que viria a tornar-se com as guerras como metal entre outras. Foram construídos bairros, todos importante para ser usado essencialmente na produção de munições e com caraterísticas diferentes, para albergar, cerca blindagens. de cinco mil pessoas dos quais se destacam: o Bairro Novo, da Pedrinha, da Guarda, da Ladeira do Vale, dos Engenheiros, da Lavaria Nova, da Trincheira e dos Quartos Novos. Havia o necessário apoio à comunidade local com escolas, G.N.R., Correios, Posto Médico, Escritórios, Cantina e até Cinema. Era a loucura!... O preço do volfrâmio subiu, subiu... O Estado Novo viu-se até obrigado a tentar controlar os preços e as remessas do minério que saíam do país e criou a Comissão Reguladora do Comércio de Metais, por onde tudo passava. Foi seu Vice-Presidente e depois Presidente, Fernando Manuel Alves Machado, neto do famoso Conde de Alves Machado, que era natural de Cerva. Foi ele também o responsável pelas negociações com os aliados e com a Alemanha pelo controle de volfrâmio.
Noticias de 80 Continuação 1.1 - O VOLFRÂMIO DA BORRALHA | RESENHA HISTÓRICA… Trabalhar no volfrâmio e na Borralha, era por isso rentável. Muita gente azeite, café, vinho, conservas, azeitonas, e claro, em enriqueceu, pessoas que nada tinham e de repente ficaram ricas. Uma enormes quantidades, o volfrâmio, ía tudo em direcção à ilusão!... Muitos nunca tinham visto tanto dinheiro e resolveram gastar, Alemanha. E de lá, via ferroviária vinham barras de ouro, gastar, gastar até não poder mais. E sendo assim, claro que toda esta muitas toneladas, que eram descarregadas e \"febre\" favoreceu o contrabando e a exploração clandestina. Havia transportadas por Espanha em camiões até Portugal. Era quem explorasse nas suas próprias leiras e lameiros e havia até quem o o chamado \"OURO NAZI“. roubasse, apesar da apertada segurança. Mas a ocasião faz o ladrão - Foi o tal ouro que encheu as reservas de Portugal, o ouro que Salazar guardou religiosamente e fez dele uma das tudo valia. Uma coisa é porém certa: toda esta gente estava longe de imaginar o maiores reservas de ouro do mundo. Em 1939, no início circuito obscuro do volfrâmio e até a proveniência do dinheiro. Com o da guerra, Portugal tinha cerca de 65 toneladas em tempo foi-se porém levantando as pontas do véu!... Os esquemas eram reserva e em 1945, no final da guerra, tinha mais cerca de muitos e a corrupção – que agora dizem não ter existido nesses tempos 310 toneladas. Por Canfrac, após Julho de 1940, altura em de má memória – fazia-lhes companhia. Com o começo da guerra o que a França foi ocupada pelos nazis e foi permitida a marco alemão começou a ser rejeitado e o Terceiro Reich não teve outra circulação terrestre até à Alemanha, passaram pelos menos 228 toneladas de ouro rumo a Portugal. alternativa senão encontrar outras formas de pagamento. Faza-o então em ouro, jóias e porcelanas, tudo fruto das pilhagens Ouro que nunca chegou aos exploradores, ao contrário dos efectuadas aos países invadidos e dos milhões de judeus espoliados e escudos e das notas que os mais excêntricos – diz-nos a exterminados no HOLOCAUSTO. No caso judeu, eram objectos confiscados, História, chegaram a transformar em mortalhas de cigarros. como jóias, obras de arte, barras de ouro, moedasve até dentes em ouro. É o chamado \"queimar\" dinheiro, literalmente. Mas tudo Ouro em grande parte roubado aos bancos dos países ocupados que era tem um fim!.. E o fim da “época de ouro” chegou no dia em refundido e colocado na Suiça, país neutro, tal como Portugal, e passado que Salazar proibiu temporariamente a exploração de para outros países neutrais como forma de pagamento, através do Banco volfrâmio. Nacional Suíço. Era a chamada \"lavagem de dinheiro\" ou melhor de ouro. Estava a ser lucrativo, mas quer os ingleses quer os Refira-se que o Banco de Portugal possuía lá a misteriosa \"conta C\", onde americanos pressionaram tanto, que Salazar não teve eram feitos os respectivos depósitos. alternativa. O objectivo era terminar com a venda do Segundo documentos encontrados na estação fronteiriça espanhola de volfrâmio aos nazis alemães, para que estes se vissem Canfranc, na época controlada pelos alemães através das SS e da Gestapo impossibilitados de alimentar a sua máquina de guerra. que estavam do lado francês, de Portugal vinham vários produtos como
Noticias de 81 1.2Continuação - O VOLFRÂMIO DA BORRALHA | RESENHA HISTÓRIA… O aviso foi feito sugerindo que o seu incumprimento trabalhado nas minas de Coelhoso, um lugar perto de Bragança no inicio do poderia levar ao fim do Estado de Novo e à século XX e indicou aos seus patrões franceses, onde era a sua terra com deposição de Salazar. muitas dessas pedras negras. Anote-se ainda, que a História destas minas é Após a ameaça, o regime cedeu e obedeceu. Uma riquíssima!... As vivências de quem por lá passou; a Fárria; os Apanhistas; os obediência diga-se que teve poucas repercussões!... momentos de riqueza; as horas de dor e as canções que a imortalizaram, fazem A guerra estava quase no fim e com ela acabou a também parte desse espólio. Sobre a Borralha, já muito já se disse e se \"febre do volfrâmio\", desvalorizou-se o metal e escreveu, mas muito mais há para registar para memória futura. Uma História acabaram-se muitas fortunas. Salvou-se o Banco de que depois de décadas de abandono, o Executivo Municipal resolveu preservar, Portugal que tinha uma das maiores fortunas em investindo na sua recuperação e requalificaão, não deixando desse modo reservas de ouro do mundo. Hoje, todo esse mundo aquela gente, nem aquele património abandonado. Executico, que começou, acabou!... Restam as memórias das minas, da por adquirir as casas e a oferecê-las aos seus habitantes, para osteriormente obscuridade que existiu por detrás delas e que o adquirir todos os edifícios. Para o efeito, fez uma candidatura aos fundos tempo vai desvanecendo e apagando este filme de comunitários a rondar os dois milhões, comparticipação essa que lhe permitiu terror.Indirectamente ficaram as terras ao tempo recuperá-los transformando por completo o edifício dos compressores, a compradas com o dinheiro ganho do volfrâmio fundição, o escritório, a pensão, o cinema e todos os demais, num Centro maldito e hoje totalmente abandonadas e de poulo Interpretativo das Minas, aberto diariamente ao público desde 10 de Julho de “como se de castigo se tratasse”. E ficou também 2015, data da sua inauguração. guardada toda a culpa do Homem, toda a dor e terror infligidos, toda a morte causada pelo louco E a sua importância tem sido tão considerada, que as visitas têm chegado de Führer e todo o peso do esforço dos MINEIROS e do todo o lado, com o intuito de conhecer a história deste enorme couto mineiro. duro TRABALHO para ganhar a LIBERDADE de uma Ali já marcaram presença alunos das Universidades de Lisboa, Porto, Minho, vida melhor. Mas a História do volfrâmio e da Aveiro e Viana do Castelo; vários Agrupamentos Escolares; Grupos Borralha não acaba aqui. O nome de Borralha, diz-se organizados, como o da Aventura na Saúde; Clube Português de Mineralogia; provir de um tal Domingos Borralha, filho de um Clube da Fiat Clássicos; Associação de Cicloturismo do Minho; o conhecido moleiro ali mesmo instalado bem junto ao rio!... fotografo José Carlos Costa, entre outros; grupos de fotógrafos; vários Um homem que havia professores e estudiosos. Estas são algumas das mais de 6.600 visitas já registadas neste Centro Interpretativo. Para Fátima Fernandes, Vereadora para a Área da Cultura, esta foi “mais uma etapa vencida que não pára por aqui!,,. Aquilo que é importante e aquilo que nos move é requalificar e colocar na primeira página aquilo que de melhor temos. A Borralha é um bom exemplo disso. Requalificamos os espaços e vamos continuar a fazê- lo. Aquilo que procuramos, é trazer pessoas ao nosso território, não apenas turistas, mas também investigadores. Temos aqui uma grande riqueza. Não foi só o volfrâmio que saiu durante décadas deste espaço. Temos a riqueza dessa história e desta gente”.
Noticias de 82 1.3 -Continuação O VOLFRÂMIO DA BORRALHA AS CAMBALHOTAS DO PSD-MONTALEGRE… E A POSSÍVEL REABERTURA DAS MINAS… COMUNICADO DE 23 AGOSTO 2017 : “tal como qualquer Sobre este assunto e tal como aconteceu com o famigerado lítio, a polémica voltou a outro investimento que crie emprego, a exploração e instalar-se na politica concelhia. Os protagonistas são os do costume e os transformação do lítio é um projecto interessante para o comportamentos. Quanto ao lítio e como já ficou demonstrado nas considerações concelho, que deve ser apoiado pelo Municipio”. : anteriores, o PSD-Nacional foi sempre favorável à sua exploração. Foram os primeiros a assinar contratos de propecção com a Lusorecursos no concelho, e outros semelhantes com uma multinacional no concelho vizinho de Boticas, que como é sabido está em laboração. E sobre este, o PSD-Nacional nunca se pronunciou – talvez quem sabe, porque segundo se diz, serviu para acomodar as suas clientelas. O alvo do PSD-Nacional foi sempre Montalegre!... Mas não o foi, por serem contra o – lítio que nunca foram. O seu problema é quem em Montalegre não havia Dakota Minerals e o contrato havia sido assinado com outros que não estes. Resumindo: se consultarmos nos seus canais de comunicação, todas as tomadas de posição dos responsáveis do PSD-Nacional, inclusivé dos seus deputados, em nenhuma delas se vislumbra qualquer discurso contra o lítio. O que se vislumbra isso sim, é o termos em que os contratos foram viabilizados. Clarinho como a água e não há volta a dar. Quanto ao PSD-Montalegre, é mais do mesmo – isto é muita “parra e pouca uva”!... Todos se apresentaram às eleições de Outubro de 2017 como defensores e a bater palmas ao lítio, afirmando que “tal como qualquer outro investimento que crie emprego, a exploração e transformação do lítio é um projecto interessante para o concelho, que deve ser apoiado pelo Municipio”. Pouco tempo após as eleições, o lítio era já um “demónio que se preparava para destruir o concelho”, demónio esse até ornamentado com figuram tenebrosas rebuscadas na internet para impressionar a população. Ora perante tamanha cambalhota a primeira ilação a retirar deste comportamento, é que quer o PSD-Montalegre, quer os seus dois Vereadores, devem muitas explicações aos munícipes. Explicações que nunca deram, e com a agravante de procurarem esconder a todo o custo os seus comportamento pré e pós eleições. Ora isto, digam o que disserem, constitui-se como uma verdadeira burla ao eleitorado. E para que fique claro, não está aqui em causa se o lítio é ou não é benéfico para a região!... Pela minha parte sempre disse – ao contrário do PSD-Montalegre, que o lítio nem a troco de milhares de empregos. O que está aqui em causa isso sim, são comportamentos políticos e de carácter, de quem hoje diz uma coisa e àmanhã o seu contrário - O REGRESSO AO VOLFRÂMIO Todo este intróito, para passarmos então a falar da possibilidade – porque é mesmo de possibilidade que se trata, do regresso à exploração do volfrâmio na Borralha. E chegados então aqui, há que dizer o seguinte: “quem não quer ser lobo não lhe veste a pele”!.... É que as coisas são o que são, e nunca como alguém em particular quer que sejam. Mas vamos a CUMUNICADO SEM DATA mas publicado nas redes sociais em 6 de factos: Em 31 de Julho de 2012, através do Processo n.º MN/PP/033/12 o Governo de Dezembro 2020 : “ os Vereadores do PSD, conforme orientação da então e a empresa MINERÁLIA - Minas Geotecnia, estabeleceram um Contrato de Comissão Politica nesta matéria – exploração mineira – frisaram uma vez mais a oposição do PSD a essa estratégia”. Atribuição de Direitos de Depósitos Minerais. - Continua
Noticias de 83 Continuação 1.4 - O VOLFRÂMIO DA BORRALHA | A POSSÍVEL REABERTURA DAS MINAS No dito contrato, ficou então estabelecido ficar o mesmo sujeito a QUANDO A POLITICA SE SOBREPÕE À ÉTICA, TUDO FICA avaliação prévia no que diz respeito a prospecção, pesquisa, exploração MUITO MAIS CLARO!... experimental, e que o mesmo teria de ser precedido de publicitação nos termos da Lei. Chegado então o momento oportuno, a dita empresa Citando Francisco Sá Carneiro “a politica sem risco é uma chatice, resolveu exercer os seus direitos obtidos em 2012, os quais sabe-se, mas sem ética é uma vergonha”!... Infelizmente porém, tem sido a abrangem uma parte do território do concelho de Montalegre e outra pratica corrente desde o inicio deste mandato, e este caso não fugiu à do seu vizinho Vieira do Minho- como consta na gravura infra regra. Estamos perante uma Oposição, cujo único objectivo é lutar publicada. desenfreadamente - custe o que custar, pela perda de mandato do Perante os factos, o Governo anterior através de Despacho de 15 de Presidente do Municipio, objectivo aliás, como muito bem se sabe, já Fevereiro de 2019, estabeleceu por um período de 30 dias recusado pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela. E no caso subsequentes àquela data, uma consulta pública sobre a nova concreto, igualmente perante dois Vereadores da maioria, que querem exploração de minério na Borralha. Despacho que foi publicado em ao mesmo tempo “o sol na eira e a chuva no nabal”. Será que os dois Diário da Républica e do qual os órgãos de comunicação social deram senhores desconhecem aquilo a que se chama “conflito de interesses”?!... conhecimento público. Como é que alguém que é membro de uma Associação e ao mesmo tempo eleito numa lista partidária, se dispõe a “jogar” ao mesmo tempo Os interessados em contestar o processo, dispuseram então de um em dois tabuleiros com posições opostas?!... Será isto normal e prazo de 30 dias para possíveis reclamações junto da Direção de eticamente admissível?!... Serviços de Minas e Pedreiras da Direcção-Geral de Energia e Geologia, relativamente á celebração do Contrato Administrativo para atribuição E depois – todos eles, ainda têm o descaramento de afirmar que estão de uma área de 56 quilómetros quadrados, entre os ditos concelhos de do lado do povo!... Mas de que povo?!... Do “povo das redes sociais”?!... Montalegre e Vieira do Minho, para um período de exploração Haja bom senso!... À Oposição PSD-Montalegre, aquilo que se lhe pede é experimental de depósitos minerais de volfrâmio, estanho e que faça o seu trabalho, que seja séria nos seus propósitos e para os molibdénio na Borralha – na parte que nos diz respeito - do qual como fins a que se propôs. Votar uma decisão que é da responsabilidade da se disse foi requerente a empresa Minerália – Minas Geotecnia e sua concelhia só lhes fica bem e é correcto!... Mas dizerem que o fazem Construções Lda. porque estão ao “lado do povo”, sem sequer se darem ao trabalho de ouvirem esse mesmo povo que é a parte interessada na matéria é um Perante os factos, onde estavam então as Associações ambientalistas e discurso e uma afronta que deslustra o bom nome de quem o tem. Ou os Vereadores que só agora, tarde e a más horas despertaram para o seja: um discurso que serve apenas para consumo público e dar projecto?!... Para quem faz deste tipo de processos “cavalo de batalha”, o “cambalhotas sobre cambalhotas”, como aconteceu no caso do lítio aqui que fez toda esta gente para procurar travar os propósitos do Governo e já amplamente provadas. da empresa nos termos do já referido Despacho em tempo útil?!... A resposta é óbvia: nada!... Todos se limitam a andar ao sabor das Quem pode falar em nome desse povo é quem lá vive, e quem lá vive respectivas conveniências e o povo que dizem defender, serve apenas nunca foi ouvido. Os senhores Vereadores agiram simplesmente por como bode expiatório dos seus desígnios. É aquilo que se chama “mar à conta própria e segundo as regras que eles próprios interiorizam – vista” e oportunidades de ouro para a chicana politica. Uma “guerra” sejam elas válidas ou não - e que nada têm a ver com o povo. aliás que não é de agora e cujas motivações são cada vez mais claras. Continua
Noticias de 84 Continuação 1.5 - O VOLFRÂMIO DA BORRALHA | A POSSÍVEL REABERTURA DAS MINAS E diz-se à Oposição PSD-Montalegre, porque a fazer fé nos comunicados E mais: não se representando a si próprio, só têm um distribuídos, o CDS foi simplesmente “descartado”. E porquê!... Porque caminho a seguir, isto é: votar segundo as decisões segundo a habitual “Perspectiva da Coligação” decorrente da reunião de tomadas em sede própria. Quem não quer ser lobo, não Câmara de 30-11-2020 dada a conhecer publicamente, o seu conteúdo em lhe veste a pele. Esta será sempre a regra enquanto os nada coincide com o teor do posterior comunicado tornado também público Estatutos do Partido a que estão vinculados não forem em 6 de Dezembro seguinte da responsabilidade do PSD-Montalegre. No alteradasa. Se alguém entender que o seu voto é contrário primeiro, fala-se da “perspectiva da Coligação” para justificar o voto contra – à sua consciência, só têm uma coisa a fazer: pedir escusa, sem em lado algum se falar que havia sido uma decisão do Partido PSD ou da como deviam ter feito face ao conflito de interesses em sua concelhia. No segundo Comunicado de 6 de Dezembro seguinte, deixa-se cima da mesa, ou elaborar declaração de voto, explicando a Coligação de fora, e diz-se que o voto negativo contra o minério, decorreu as suas motivações e anexá-la à respectiva acta. por “orientação da Comissão Politica do PSD”. Afinal em que ficamos?!... Ora sendo assim, este comportamento só pode ter duas leituras: ou o CDS não foi A isto se chama respeito pela democracia e pelo tido nem achado no assunto porque não conta e foi descartado e o teor da pluripartidarismo. O Cartão de Militante não serve “Perspectiva da Coligação” foi abusivo, ou Acácio Gonçalves foi coerente com apenas para ornamentação. o seu passado e recusou entrar no jogo. Dar uma no “cravo e outra na Não há por isso volta a dar, a não ser que alguém nesta ferradura é que não”. E sendo assim, porque só a verdade conta, alguém situação ou em outras semelhantes, não “aguente o peso” deve explicações ao povo. da missão de que foi incumbido e com a qual se E a mesma regra se aplica aos dois Vereadores socialistas que estiveram comprometeu. muito mal neste processo, ou seja: Enquanto os Vereadores do PSD Ninguém se iluda!... A política não é campo de gratidão e respeitaram a decisão da respectiva concelhia ou da Coligação – falta saber quem nela “navega” tem o dever de o assumir. E sendo de quem - os socialistas pelo contrário, desrespeitaram o Governo enquanto assim, independentemente das razões que os dois parte no contrato, o Presidente da Câmara, a Concelhia no seu todo e os seus Vereadores pudessem ter – que podem até ser muito colegas Vereadores. A verdade não tem preço e a ordem em Barroso, sempre louváveis – aquilo a que se prestaram, foi ao branquear da foi globalmente falando, “palavra dada bois vendidos”. Seja na politica ou fora postura adversária. Em politica, o que parece é, ou no dela, temos que ser sérios, e os dois Vereadores socialistas politicamente não mínimo devia ser – nesta caso, não foi… o foram. É ou não verdade que foram eleitos nas listas do Partido?!... Ora se o foram, não estão no desempenho das suas funções, para qualquer deles se representar a si próprio, o que significa que romperam com o “Somos Barroso”, tal qual o PSD fez com o litio. E a isso chama-se defraudar o eleitorado com o qual se haviam comprometido.
Noticias de 85 AS BUSCAS OCORRIDAS NA CÂMARA MUNICIPAL… Não Obrigado… A DEFESA DO ESTADO DE DIREITO, DA CONSTITUIÇÃO E DA LEI… Como é do conhecimento público e na sequência de uma ou várias denúncias, a Polícia Judiciária sob coordenação do Ministério Público, procedeu no passado mês de Julho a uma busca nas instalações da Câmara Municipal de Montalegre. Como consequência, foram constituídos arguidos o Presidente, o Vice- Presidente, e vários outros cidadãos não identificados, mas alegadamente salvo um caso esporádico com ligação à Oposição, sem qualquer vínculo à edilidade. Na altura e em comunicado, a Câmara revelou que a PJ se deslocou aos Paços do Concelho com “o objectivo de cumprir um Mandado de Busca e Apreensão”. Sem identificar o tipo de processo em investigação, a nota acrescentava que o dito Mandado de Busca, foi “emitido no âmbito de um processo iniciado com uma denúncia”. Ainda no mesmo comunicado, assinado pelo Presidente da Câmara, Orlando Alves, este confirmava que havia sido constituído arguido, assim como o Vice- Presidente David Teixeira, estando ambos sujeitos às “medidas de coacção menos gravosas”, ou seja, ao habitual nestes casos, Termo de Identidade e Residência. Ainda segundo a mesma nota, os autarcas bem como a Câmara no seu todo, “manifestaram então total disponibilidade para colaborar com as autoridades”. Porém, com as denúncias feitas e as buscas realizadas, estavam assim lançados os dados para mais um regabofe. Regabofe que não se fez rogado, dizendo-se tudo e o seu contrário e que teve como principal intérprete, uma Oposição useira e vezeira neste tipo de situações, com o propósito claro de provocar “sangue”. Um episódio aliás, que nem sequer é virgem!... Bastará recuar um pouco no tempo e lembrar uma queixa do género apresentada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, onde se solicitava a perda de Mandato do Presidente Orlando Alves, pedido esse que viria a ser negado pelo Ministério Público, alegando entre outros factos. a ausência de provas. Diga-se também em abono da verdade, que não são estes factos, que têm qualquer relevância!... O PSD, ou quem quer que seja, têm toda a legitimidade e o direito, para apresentarem as queixas ou denúncias que muito bem entenderem e em função delas os Tribunais aferi-las ou não. O que a Oposição, no seu todo ou em parte não têm direito, é a reboque de uma demanda do Ministério Público, contemplarem o concelho e quem o governa, com miseráveis campanhas negras, tentativas de assassinatos morais e políticos, julgamentos na praça pública, devassa de vidas privadas, e insinuações e difamações de que não há memória em qualquer outro Município deste país. Campanhas a que nem sequer faltou o já costumeiro “Sexta às 9”, que desta vez por “obra e graça do espirito santo”, até conseguiu descobrir em terras brasileiras, um evangélico bolsonarista para lhe servir de bandeja as insinuações pretendidas e ao mesmo tempo de capa aos seus “padrinhos” do lado de cá. Tudo trabalhado a preceito e devidamente apimentado, para atingirem o alvo pretendido, isto é a perda de mandato e consequente queda do Presidente da Câmara Orlando Alves, que o próprio “Sexta às 9” teve até a ousadia de questionar. Esqueceu no entanto toda essa gente, o dado mais importante nesta contenda: o Poder não se consegue através do ruído, e hoje, passados que são 6 meses desde os tristes acontecimentos, todos os constituídos arguidos continuam com a
Noticias de 86 AS BUSCAS OCORRIDAS NA CÂMARA MUNICIPAL… Não Obrigado… Longe, bem longe felizmente, vão os tempos das condenações nas fogueiras ou das chicotadas nos pelourinhos. Absurdamente, em pleno século XXI, há ainda quem teimosamente pretenda andar para trás e trazer de novo para a ribalta a justiça popular. A DEFESA DO ESTADO DE DIREITO, DA CONSTITUIÇÃO E DA LEI, É INCOMPATÍVEL COM A “JUSTIÇA DE PELOURINHO”… “tranquilidade dos deuses” e sem limitações de qualquer espécie, a Estado de Direito, essa tal figura jurídica, circunscrita a uma fazer o seu trabalho sem que qualquer Juíz ou Procurador os comunidade politicamente constituída e organizada, com incomode, ou proíba o contacto entre eles. E isto só por si tem um sujeição ao respeito pelos direitos, pelas liberdades e pelas significado: um significado que nada tem a ver com o “quadro” que garantias fundamentais dos cidadãos, que o exige. pretenderam vender, antes pelo contrário. Se algo de grave se passasse, mal iria se a Justiça não tivesse já tomado as Felizmente que em Portugal, o princípio da Separação de Poderes providências que se impunham. Por isso, e com muita pena de é “sagrado”. Uma Separação de Poderes constitucionalmente alguns, quem utiliza este tipo de métodos como se de um consagrada e determinada na independência dos Tribunais e na campeonato de tiro ao alvo se tratasse, vai ter que “esperar autonomia do Ministério Público no que respeita ao exercício da sentado” para conseguir atingir os seus objectivos. O povo é quem Acção Penal. mais ordena, tudo o resto é falácia. Métodos que no entanto devem merecer a devida repulsa dos cidadãos de bem!... E porquê?!... E sendo assim, é exactamente isso que os oposicionistas em Porque não promovem o concelho, a marca ao mesmo associada e Montalegre fazem que não percebem, esquecendo que as decisões procuram antecipar julgamentos na praça pública, que apenas aos proferidas pelas autoridades públicas e com competência para tal, Tribunais dizem respeito. serão proferidas a seu devido tempo, comunicadas nos termos legais aos intervenientes processuais, e das mesmas, caso o À JUSTIÇA O QUE É DA JUSTIÇA E À POLITICA O QUE É DA entendam, dar conhecimento público. POLITICA... Para quem respeita a liberdade e a democracia, este é pois o Nestes termos sim, temos a Justiça a funcionar e será então a hora principio básico em que assentam as regras decorrentes de um de acusadores e acusados dizerem de sua justiça e pedir Estado de Direito!... Tudo o mais, não passa de folclore para responsabilidades a quem as tiver. descrédito das instituições e de quem o promove – foi aliás o que Justiça na Praça ou no Pelourinho é que não, obrigado… aconteceu.
VIAGEM PELAS FREGUESIAS 87 VIADE DE BAIXO E FERVIDELAS Área: 48,3 km2 Densidade Populacional: 17,4 habitantes/km2 População Presente: 750 habitantes Orago: Santa Maria em Viade de Baixo São Tiago em Fervidelas Pontos turísticos: Albufeira de Pisões, Solar dos Queridos, Marco Miliário, Igreja de Viade de Baixo, Cascata e Castelo em Fervidelas. Lugares da Freguesia: Antigo, Brandim, Friães, Parafita, Pisões, Telhado, Viade de Baixo e Viade de Cima, Lama da Missa, Castelo, Fervidelas e Lamas. A freguesia de Santa Maria de Viade orgulha-se do seu passado glorioso, de que restam vestígios notórios, às vezes, de muito difícil estudo por ausência total de documentos. Referimo-nos ao bonito solar dos Queridos no qual sobressai uma impressionante pedra de armas, dos Barrosos e Mouras, e a extinta capela de Santa Rita. A dificuldade de retirar da obscura poeira dos tempos a verdadeira história destes e doutros monumentos conduz à propagação do rosário de lendas que a tal respeito se contam. O vale do Regavão, que bordeja a freguesia pelo sul e nascente, dá passagem à via prima, aqui assinalada por um miliário gigante que depois se transformou na cruz de Leiranque. Não longe desse local houve um pisão – que passou a topónimo da barragem e mais acima a antiquíssima Vila de Mel, provavelmente a primeira “statio” - São Vicente da Chã seria a segunda -entre as cidades de “Praesidium” e “Caladunum” – “mansiones” da dita via imperial. Aí, ainda se pode ver a necrópole, cujas sepulturas abertas num granitoide muito mole e areento se vão esboroando com a erosão eólica e aquática. Urge acudir-lhes. Doutras eras mais recentes temos imensas notícias que dariam para grossos volumes. Fervidelas: Ao redor do altar onde veneram o Santinho que foi peregrino de bordão, chapéu e cabacinha, Fervidelas abriga-se por trás do Oural, do frígido vento castelhano. A par de Cambeses é a freguesia mais alta de toda a montanha inter-fluvial. Apesar de se ter tornado independente há vários séculos, andou sempre anexada à sua vizinha Santa Maria de Viade por ser demasiado pequena em território e populações. Vale a pena percorrer os seus caminhos de montanha para admirar a cascata e o “castelo” de penedos empoleirados bem como o Monte Oural que traz com ele o nome quanto à riqueza de paisagens que dali se vislumbram. Desta freguesia fáz parte igualmente a aldeia de Lamas, Antigo, Brandim, Friães, Parafita, Pisões, Telhado e Viade de Cima. Foi nos seus melhores terrenos que se construiu a Barragem de Pisões. Para o bem e para o mal, alterou a vida das populações. Tem hoje cerca de 795 habitantes. Tem filhos ilustres. como, por exemplo, o general Jorge Barroso de Moura e todos os seus irmãos.
VIAGEM PELAS FREGUESIAS 88 3 SALTO A FREGUESIA OS NOTÁVEIS DA TERRA Salto é a maior freguesia do concelho, pois para além da sede da freguesia existem mais 20 aldeias que fazem parte da mesma e que totalizam cerca de D. Egas Gonçalves Barroso viveu no reinado de D. Sancho II e D. Afonso III. É 1.800 pessoas, o que ultrapassa a própria sede concelhia. São elas, Ameal, considerado o trono da família dos Barrosos e dos Bastos (1247). Vasco de Amiar, Bagulhão, Beçós, Minas da Borralha, Caniçó, Carvalho, Cerdeira, Alvim Barroso, senhor de Pedraça, marido de Maria Mendes Petite. Leonor Corva, Linharelhos, Lodeiro d'Arque, Paredes, Pereira, Pomar da Rainha, Póvoa, Reboreda, Seara, Tabuadela e Golas. Sempre teve ilustres filhos!... Em de Alvim – filha, casou em primeiras núpcias com Vasco Gonçalves Barroso. Reboreda nasceu Leonor Alvim, que foi mulher de Nuno Álvares Pereira. As Falecido, este, casou com D. Nuno Alvares Pereira. Pedro Gonçalves Minas da Borralha constituíram, na segunda metade do século XX, um filão Barroso, foi capitão de Gil Pereira Alcassus, de Salto (faleceu em 1374). de ouro que valeu a muita gente da região. Como espaço habitado e Gervásio Barroso, natural de Caniçó, da Casa do Rio. Foi capitão-mor de evangelizado, Salto é já referido no Paroquial Suévico como uma das trinta Ruivães, por volta de 1635. Gil Pereira Alcassus, natural de Salto. Era paróquias já existentes no último terço do século VI e pertencentes à cavaleiro da Ordem de Cristo. Padre João Baptista, natural de Salto, foi catedral de Braga. Ao longo da sua vida teve muitos momentos de glória, daí reitor de Salto (ano de 1600). Padre António Pires, natural da Reboreda, a riquíssima história desta freguesia. Enquanto os cruzados do norte da coadjutor de 1ª. Seculo XVIII Afonso Dias Pereira, natural da Reboreda, foi Europa atravessavam o Atlântico e o Mediterrâneo, para combater nos capitão da companhia de Ordenanças de Minas Gerais, no Brasil (1760). Padre lugares santos, o povo portucalense trepava descalço os caminhos das suas Baltasar Pereira Barroso, natural de Salto, formado em direito canónico e peregrinações que atravessavam a freguesia. De tal modo que D. Afonso Henriques autorizou e apoiou a construção da Albergaria de São Bento das civil, foi reitor da vila de Montalegre, de 1727 a 1754. Domingos Alvares de Gavieiras ao monge Benedito em 1136. Sousa, natural de Paredes, foi pai do Reverendo Dr. António Álvares de Sousa, Alguns nobres olharam com cobiça para esse território onde adquiriram reitor de Salto. Fundou a capela de São Domingos, em Paredes. Padre casais ou mesmo povoações como Carvalho, Póvoa e Revoreda que eram do Gonçalo Barroso Pereira, natural da Seara. Foi Vigário do Couto Dornelas, fidalgo-trovador D. João Soares Coelho e de suas irmãs. D. Pedro I, o tal que durante quinze anos e trinta e cinco reitor de Salto. Faleceu em 1705, com 75 arrancou o coração pelo peito a Pero Coelho (bisneto do referido João Soares anos, sepultado na igreja de Salto. Dr. Geraldo Pereira, natural de Salto, Coelho) e pelas costas a Álvaro Gonçalves por terem morto Inês de Castro, parente próximo do padre Gonçalo barroso Pereira. Foi juiz de fora em também cobiçou Salto. Por isso, depois de uma visita a Santa Senhorinha de Trancoso e Coimbra e desembargador do Porto, faleceu em 1717. Dr. João Basto, de quem era devoto, cedeu-lhe fartos rendimentos da Igreja de Santa Barroso Pereira, natural de Salto, foi cavaleiro da Ordem de Cristo, juiz de Maria de Salto. fora em torre de Moncorvo. Em 1730 era Provedor de Évora. Padre João O território da freguesia actual 78,6 km2 era ocupado também pela freguesia de Novaíças que incluía vários casais e herdades em diferentes povoações Barroso Pereira, natural da Seara, da casa de Alcassus, nasceu em 1682. entre- tanto desaparecidas: Pontido, Curros de Mouro, Ulveira, Gulpilheiras e outras. Os grandes mosteiros do norte Refojos, Pombeiro e Bouro – todos Escreveu um volumoso caderno sobre a freguesia de Salto, nos princípios do levantavam daí grossas rendas. Aqui poderá visitar-se a antiga casa do Séc. XVIII. Dr. António Joaquim Gonçalves Pereira, nasceu em Salto, a 9 de Capitão, agora pólo do Ecomuseu de Barroso, onde se encontrará uma abril de 1823. Foi administrador do concelho de Montalegre. Foi Procurador em Chaves, da Casa de Bragança de 1868 a 1872. Bento Pereira Barroso, natural apresentação dos ofícios tradicionais do Pisão de Tabuadela e das Minas do de Salto. Formou-se em Direito, foi primeiro reitor de Mourilhe e depois de Montalegre, no principio do Séc. XIX. Volfrâmio da Borralha.
89 VIAGEM PELAS FREGUESIAS SALTO DEMOGRAFIA SENHORA DO PRANTO Nas vinte povoações que constituem a freguesia, o número de O pároco da freguesia de Santa Maria de salto em 1758, o reitor António habitantes residentes em Julho era de 1.220, distribuídos da Alves de Sousa, fornece a sua versão para a origem do nome de salto:” seguinte forma: Sede da freguesia 505; Minas da Borralha 166; Este dito lugar é assim chamado para a tradição de uma imagem com o Pereira 74; Corva 72; Caniçó 70; Reboreda 58; Bagulhão 34; titulo Senhora do Pranto, padroeira desta freguesia chamada a “Senhora Linharelhos 32; Amiar 30; Póvoa 27; Amial 21; Pomar de Rainha de Salto” pela dita tradução de que de distancia de quase meio quarto de 21; Carvalho 20; Tabuadela 20; Beçós 18; Golas 17; Lodeiro de légua saltara para um sítio em que hoje está, para a lagoa e carvalheira Arque 15; Seara 9; Cerdeira 8 e Paredes 3. que esta se extingui e é o sítio deste lugar. PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO Aldeia das Madanelas, Mamoa de Amiar, Mamoa da Cerdeira, Mamoa de Paredes, Mamoa de Pensais, Mamoa de Lamas de Miro, Casa dos Mouros de Cristelo, Cividade, Alto do Castelo, e Castro de Cabanas “In Lodeiro de Archa habentur ibi XV. Localizam-se ainda na região de Salto, vestígios das seguintes localidades ermes: Aldeia de S. Bento, Santa Madalena, Ulveira, Curros de Mouro, Espinheiro e Sulpeleira”. Castros, mamoas, e sepulturas líticas, testemunham ainda uma história muito profunda e uma igreja paroquial antiga e outra moderna atestam o fervor religioso de uma população apegada ao chão de origem. Esta fidelidade contribuíu para o crescimento da sede da freguesia A carvalheira secou e a lagoa enxugou de sorte de que no tempo do que atrai cada vez mais visitantes e onde foram criados apoios Estilo e parte do Outono faz a aprazível e de limitável a estruturais: Escolas, Parque Empresarial, Posto Médico, Farmácia, circunspecto deste lugar de salto”. Lar, Bombeiros, agências Bancárias, Associações Desportivas e Perante o fenómeno milagroso e tão persistentemente repetido, da Culturais, Parques de Lazer e campos de futebol. misteriosa mudança de imagem de Senhora, do lugar de Oliveira As casas Senhoriais e Brasonadas são as seguintes: Casa do para o sítio onde seria construída, há mais de mil anos, a igreja Capitão, Casa da Fonte, Casa do João André, Casa da Madalena, velha, o povo devoto achou que se a Senhora dava o “salto” para Casa do Morgado, e Casa do Tomás. este lugar era porque desejava que lhe construíssem um espaço de culto ali e por isso foi decidido construir uma capela para acolher a Senhora, nascendo a nova aldeia em seu redor, a qual recebeu o nome de Nossa Senhora de Salto ou Santa Maria de Salto, em honra do “salto da Senhora” de Terras.
90 VIAGEM PELAS FREGUESIAS SANTO ANDRÉ Área: 19,0 km2 Densidade Populacional: 14,3 habitantes/km2 População Presente: 218 habitantes Orago: Ssnto André Pontos turísticos: Forno; Cruzeiro; Capela; Cidade de Grou. Lugares da Freguesia: Santo André Santo André, como Solveira, foram desmembradas da sub-zona denominada Vilar de Perdizes a que pertenciam. Ao conseguirem as suas autonomias escolheram os patronos que já antes admiravam e invocavam. Até há poucos anos ainda se identificavam deste modo: Vilar de Perdizes - Santo André, e Vilar de Perdizes - São Miguel. É terra bastante fértil e com alguma fruta. contrário. A sentença de justificações foi proferida a 9/6/1756. E a decisão: ” busquei os livros dos registos das armas da nobreza e fidalguia deste reino que em meu poder então e nelas achei os que pertencem à nobre e antiga linhagem de padrão na forma que lhas dou iluminadas com as mesmas figuras, cores e metais nesta carta segundo as regras do nobre oficio da armaria. A saber: “Um escudo com as Armas dos Padrões que sai em campo azul um Padrão ou coluna de prata levantada sobre um monte de sua cor e sobre a coluna um escudo do mesmo metal carregado de uma Cruz da Ordem de Cristo entre duas estrelas de ouro. Elmo de prata aberto guarnecido de ouro. Paquife dos metais e cores das Armas e por diferença uma brica de prata com uma faixa vermelha. Lisboa aos nove dias do mês de Maio do ano do N. S. J. Cristo de 1760.” Julgamos que vamos dar notícia importante à gente de Santo André. Com efeito o Rei D. José manda passar certidão, à petição por escrito, que fora feita em 9/11/1733, de brasão de armas de nobreza a “Mateus Francisco Padrão, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, capitão de granadeiros no 1º Batalhão do Regimento de Guarnição da Praça de Elvas onde é morador, dizendo nela que ele suplicante é filho legítimo de António Francisco e de sua mulher Jerónima da Encarnação. Neto pela parte paterna de Afonso Francisco de Sirgo natural da honra e julgado de Santo André, freguesia de S. Miguel, o Anjo do lugar de Perdizes, e de sua mulher Inês Padroa, filha de Diogo Padrão naturais da mesma honra. E pela materna que é neto de Alexandre Gonçalves e de sua mulher primeira, Maria Vaz, naturais da honra de Gralhas onde ele foi vereador e juiz ordinário, tudo na comarca de Chaves e ele suplicante natural desta cidade de Lisboa. Os quais ditos seus pais, avós e mais antepassados que foram todos muito nobres e por tais conhecidos e respeitados, sem que algum deles houvesse labéu de judeu ou mouro, nem outro sangue infecto que pudes se pôr nódoa na sua fidalguia, nem havia fama ou rumor em.
VIAGEM PELAS ALDEIAS E FREGUESIAS 91 DITOS DE ANTANHO SOLVEIRA I Vaca sem manha Solveira é uma freguesia do concelho de Montalegre, com 12,17 km² de área e 154 habitantes E mulher sem fama - Census2011.A sua densidade populacional é 12,7 hab/km². Até ao liberalismo fazia parte da Não vêm de Solveira, Honra de Vilar de Perdizes juntamente com a mesma freguesia de Vilar de Perdizes e Santo Nem de Ardãos ou Nogueira, André. É uma aldeia da região de Barroso onde abundam os vestigios de remotas ocupações Nem dos lados da Ribeira. humanas e onde o sentido comunitário se revela desde logo no Forno do Povo, obra arquitectónica feita integralmente em pedra, na Torre, nos Moinhos comuns e nas cortes e II lamas pertencentes ao Boi do povo. É a mais recente freguesia do concelho de Montalegre e Santo António de Solveira ganhou a independência à custa de Vilar , como Santo André. O topónimo é muito antigo: Acendeu-me esta fogueira; provém do étimo sorbu + aria - sorbaria, planta semelhante ao buxo muito utilizada em obras de marcenaria. Como tal, já se vê que o território desta freguesia foi habitado há muitos Santo António de Vilar, séculos. Aliás, a toponímia circundante certifica-o. Primeiro o sítio das Antas que nos levam até Não ma deixes apagar. à pré-história; depois o próprio assentamento da povoação no Outeiro – altarium; depois o castro do Soutelo, a Cidadonha e finalmente Paio Mantela, uns e outros tradicionalmente III considerados locais habitados. Solveira ao fazer parte da honra de Vilar de Perdizes estava Jarretas de Vilar, abrigada a mandar homens à guarda do Castelo da Piconha, pelo menos até ao reinado de D. Escorna-cruzes de Solveira, João I, mas há quem pense que a obrigação durou até à Restauração. Entre 1841 e 1853 Arriateiros de Santo André, pertenceu ao concelho de Ervededo que foi couto criado por D.Afonso Henriques para o seu E cucos da Ponteira: amigo Arcebispo D. Paio Mendes, em 1132, tal como fizera ao Couto de Dornelas. Deram-me de comer E deitaram-me na eira. IV O vento espalha no chão, As folhinhas d´amoreira, Só não espalha a malicia, A ALDEIA Solveira, embora sendo hoje uma terra muito despovoada, nota-se ter sido uma grande aldeia, onde se destacam algumas construções, como a Igreja, um tanque comunitário, uma curiosa torre sineira, muito utilizada principalmente para noutros tempos, se chamar as vezeiras e os gadinhos. Segundo informações colhidas na aldeia, a torre sineira não se encontra no seu sítio original. Nesta terra, há ainda o forno comunitário do povo para turista ver e fotografar, o cruzeiro, um tanque com uma fonte anexa, uma fonte de mergulho com pátio pavimentado, e o tradicional casario do barroso, algum ainda com a estrutura em pedra das antigas coberturas de colmo. O território desta freguesia foi habitado há muitos séculos. Aliás, a toponímia circundante certifica-o!... Primeiro o sítio das Antas que nos levam até à pré- história; depois o próprio assentamento da povoação no Outeiro – altarium; depois ainda o Castro do Soutelo, a Cidadonha e finalmente Paio Mantela, uns e outros tradicionalmente considerados locais habitados. Solveira ao fazer parte da honra de Vilar de Perdizes estava abrigada a mandar homens à guarda do Castelo da Piconha, pelo menos até ao reinado de D. João I, mas há quem pense que a obrigação durou até à Restauração. Entre 1841 e 1853 pertenceu ao concelho de Ervededo que foi couto criado por D. Afonso Henriques para o seu amigo Arcebispo D. Paio Mendes, em 1132, tal como fizera ao Couto de Dornelas”.
92 MUNICIPIO DISPONIBILIZA MAIS DE 250 MIL EUROS PARA FORMAÇÃO DESPORTIVA MONTANTES DISPONIBILIZADOS A Câmara Municipal de Montalegre selou mais uma vez este ano, a renovação que tem mantido no apoio à formação desportiva do concelho através da assinatura de protocolos com quatro colectividades: Centro Desportivo e Cultural de Montalegre; Grupo Desportivo Associação Recreativa e Cultural de Vilar de Perdizes; Grupo Desportivo e Cultural de Salto e Academia de Futebol e Futsal \"Abelhas Azuis\". O investimento ultrapassa os 250 mil euros. CENTRO DESPORTIVO E CULTURAL DE MONTALEGRE Futebol | Campeonato de Portugal - Série A - 110.000€ GRUPO DESPORTIVO ASSOCIAÇÃO RECREATIVA E CULTURAL DE VILAR DE PERDIZES Futebol | A. F. Vila Real - Divisão de Honra \"Série B\" | Futsal - 58.000€ GRUPO DESPORTIVO E CULTURAL DE SALTO Futebol | A. F. Vila Real - Divisão de Honra \"Série B\" | Futsal - 58.000€ ACADEMIA DE FUTEBOL E FUTSAL ABELHAS AZUIS Futsal | A. F. Vila Real - 32.000€
93 LUSO-ELEITOS EM FRANÇA PROMOVERAM ENCONTRO VIRTUAL Os autarcas de origem portuguesa em França reúniram-se virtualmente para falar sobre o poder da acção social mesmo em tempos de pandemia, num encontro onde marcaram presença autoridades portuguesas, francesas e deputados dos dois países. “O objectivo primeiro foi dar visibilidade à Associação CIVICA e permitir aos novos autarcas conhecer a nossa estrutura, festejarmos os 20 anos da Associação ainda que sem festa e dar a palavra a alguns Presidentes de Câmara e parlamentares franceses e portugueses”, referiu Paulo Marques, Presidente da CIVICA, Associação que agrupa os autarcas de origem portuguesa em França, em declarações à Agência Lusa. Devido às medidas sanitárias em vigor em França, o encontro realizou-se este ano em formato digital e foi difundido nas redes sociais da Associação. A sessão de abertura contou com a presença virtual do Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, e Patrick Karam, Vice-Presidente do Conselho Regional de Île de France, nas proximidades de Paris. Entre os temas em discussão pelos autarcas, mas também com intervenções de parlamentares como Carlos Alberto Gonçalves, deputado português eleito pelo círculo Marie Oliveira |Paris eleitoral da Europa, e Ludovic Mendes, deputado francês de origem portuguesa, estiveram a acção social e a participação cidadã, um dos temas chaves desta Presidente da República destacou papel Associação que nos últimos 20 anos não só tem criado uma rede de eleitos de origem de autarcas de origem portuguesa… portuguesa, mas também apelado ao voto dos portugueses nas eleições municipais e europeias em França. Segundo um levantamento levado a acabo pela CIVICA, em França em 2020 foram eleitos mais de 7.200 autarcas de origem portuguesa nas eleições municipais francesas que decorreram em Março e Junho últimos. Para 2021, a CIVICA vai apresentar um programa descentralizado, com mais Neste encontro o Presidente da República, eventos locais e regionais, adaptando-se assim às restrições sanitárias em vigor no portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, país. “Decidimos para 2021 deslocalizar as nossas intervenções mais do que no salientou o papel dos autarcas de origem mandato anterior, mais presença local e regional e fortalecer a presença regional portuguesa eleitos em todo o mundo, das delegações”, declarou Paulo Marques. A CIVICA vai ainda fazer evoluir a actual considerando que uma comunidade que plataforma de notícias e informação oficial do Governo francês sobre a Covid-19 participa nas questões locais é “mais para uma plataforma de “partilha de boas práticas e perguntas”, onde os autarcas forte”.Através de uma mensagem escrita, que de origem portuguesa vão poder interagir, partilhando as suas experiências. foi lida no congresso ‘online’ da Civica - Segundo um levantamento levado a acabo pela CIVICA, em França em 2020 foram Associação que representa eleitos de origem eleitos mais de 7.200 autarcas de origem portuguesa nas eleições municipais portuguesa em França - o Chefe de Estado francesas que decorreram em Março e Junho últimos. português sublinhou “a importância do desafio” que estes autarcas “decidiram aceitar”. No texto, Marcelo Rebelo de Sousa notou que este Congresso está integrado nos festejos dos 20 anos da associação Civica e deixou uma palavra de “gratidão pelas duas décadas ao serviço de Portugal, na dupla condição de portugueses, lusodescendentes e autarcas eleitos em França”. Na sua óptica, este é um “sinal de vitalidade não só entre as novas gerações de lusodescendentes, mas também de responsabilização a todos os compatriotas que trabalham e residem em França”.
94 Plataforma online vai aproximar as empresas portuguesas na diáspora e ajudá-las a aumentar os seus negócios. Marie Oliveira | Paris Empresários portugueses contam com emigrantes para inverter retrocesso de décadas nas exportações… NATAL - Europa não sabe o que fazer O Presidente da AEP - Associação Empresarial de Portugal, Luís Miguel Ribeiro, Os Governos da Europa estão a adiar decisões afirmou contar com a diáspora portuguesa para ajudar o país a recuperar do retrocesso de uma década nas exportações agora agravada pela pandemia de covid- sobre as celebrações do Natal e do Ano Novo, 19. Em declarações à agência Lusa a propósito das acções em curso de divulgação da Rede Global da Diáspora, uma plataforma online que pretende aproximar as com poucos ainda desejosos de dizer empresas portuguesas na diáspora e ajudá-las a aumentar os seus negócios, Luís Miguel Ribeiro disse contar com todos os emigrantes para ajudar na recuperação do exatamente o que será permitido. Mas uma país. “Regredimos uma década em dois trimestres. Passámos dos 44-45% do Produto coisa é certa: não será igual aos outros anos. Interno Bruto com a ambição de chegar aos 50%, e estamos nos 30%”, lamentou. E defendeu:“Vamos ter necessidade de fazer um esforço enorme para voltarmos a O Natal?!... \"É uma enorme dor de cabeça\", atingir esses indicadores, sendo certo que os mercados e os hábitos de consumo e disse um Ministro do Governo francês ao Le preferências dos consumidores se foram alterando”. “Vamos precisar por isso muito Monde, porque é uma \"escolha impossível dos portugueses na diáspora para nos ajudarem a relançar as nossas empresas. entre uma proibição socialmente Precisamos de restabelecer novamente contactos e encontrar oportunidades de insustentável\" de reuniões familiares e a exportar” - disse. necessidade médica de não alimentar ainda O Presidente da AEP referiu ainda que “as exportações estavam numa base muito mais a propagação do coronavírus. pequena de empresas”, a qual a diáspora pode e deve aumentar. “Temos a felicidade de ter cada vez mais portugueses com cargos de maior relevância lá fora. Integramo- O Presidente Emmanuel Macron, disse que se nos muito bem nas comunidades onde estamos e podemos e devemos potenciar isso a pandemia fosse controlada, o Governo para Portugal poder voltar a corrigir e a reconquistar esse indicador que era o \"podia esperar-se um tempo em que fosse equilíbrio da balança comercial positiva”, adiantou. possível celebrar a época festiva como uma família\". Com os casos de covid-19 a bater recordes todos os dias, esse tempo ainda não chegou na grande maioria dos países. Situação estende-se ao Luxemburgo… A dor de cabeça estende-se por toda a Europa com as festividades natalícias a aproximarem- se em plena segunda vaga da covid-19. No Luxemburgo, a Ministra da Saúde, Paulette Lenert, já veio dizer que “as pessoas têm de se mentalizar que este ano o Natal tem de ser celebrado de forma diferente. Segundo Lenert, a situação mantém-se crítica e os números, elevados, embora se possa prever um ligeiro abrandamento de novas infecções.
95 A ENTREVISTA… JOSÉ AUGUSTO SARMENTO LAMEIRÃO – é um Barrosão natural de Montalegre, membro do Conselho Nacional do PSD pelo Circulo da Europa e autarca português em frança. Nasceu a 28 de Agosto de José Lameirão 1957 e foi para França em 1978 estudar medicina, curso que nunca acabou porque o mundo do trabalho o seduziu. A vida pública acabou também por vir a exercer um fascínio bastante grande… P - Concretamente qual é o seu “Cada vez há mais escolas em França a Os cidadáos portugueses e luso- cargo e que tipo de trabalho faz no deixar de leccionar a língua portuguesa”… descendentes que residem na âmbito das suas funções? nossa cidade, Ormesson Sur Marne, R - Apesar de ter sido convidado para R - A família nunca foi um obstáculo mas a 12 Km de Paris, representam o cargo de vereador pelos dois também nunca me incentivou. 62% do total da população!...É Presidentes da Câmara - o anterior e o É verdade que o exercício desta actividade nos extraordinário e a tendência vai no do atual mandato, continuo a ser «rouba» algum tempo que eventualmente sentido de esta percentagem ter «Conselheiro Municipal» uma vez que poderia ser reservado à família… tendência para aumentar ainda sou português e nunca pedi a Acontece porém que existe uma relação de mais nos próximos anos. nacionalidade francesa - para se ser grande confiança e abertura no seio da minha vereador ou Presidente de Câmara é família, pelo que há um enorme respeito pelo Aquando do meu primeiro obrigatório termos a nacionalidade caminho que cada um de nós decide trilhar. mandato concretizamos, com a francesa. P - No desempenho das suas funções tem preciosa ajuda do nosso Deputado Nunca me naturalizei francês porque contactos com a comunidade portuguesa? Carlos Gonçalves, um dos muitos nunca senti necessidade. Por todo o R - Desde que abandonei os meus estudos que anseios da nossa comunidadade: lado onde ia passando fui sempre diariamente contacto com a Comunidade finalmente geminou-se a cidade respeitado, bem acolhido e sempre Portuguesa. Primeiro devido à minha actividade com uma localidade portuguesa - a tive os mesmos direitos e obrigações profissional - Consultadoria Financeira e bonita e prazenteira vila de Penela, que os franceses, salvo, claro está, no Imobiliária unicamente direccionada à no Distrito de Coimbra que foi a que diz respeito à politica pelas Comunidade Portuguesa - e agora como localidade escolhida. razões apontadas. responsável pela ligação entre ela e nosso Atualmente sou membro do Pelouro Município. Desde então tem havido profícuas da Cultura e Relações Internacionais, trocas de amizade entre a nossa sendo também, passe o pleonasmo, o comunidade e as gentes da vila de elo de ligação entre o Município e a Penela proporcionando trocas de Comunidade Portuguesa. experiências muito interessantes P - Quando descobriu o seu entre jovens e adultos das duas interesse pelas coisas públicas? localidades. R - Desde jovem, altura em que participei em nalguns movimentos Aproveito aqui a oportunidade estudantis, que me interesso pela para enaltecer o extraordinário política e causas públicas, sendo hoje trabalho que o deputado pela militante em França do Partido «Les emigração na Europa Carlos Républicains» e em Portugal militante Gonçalves fez ao longo destes do PSD, onde aliás sou membro do ultimos anos. Conselho Nacional pela Europa. P - A família tem sido um apoio ou Para além da competência que um obstáculo no desenvolvimento todos lhe reconhecemos é de uma da sua acção? disponibilidade para com a comunidade portuguesa a todos (Continua)
96 A ENTREVISTA… JOSÉ AUGUSTO SARMENTO LAMEIRÃO – é um Barrosão natural de Montalegre, membro do Conselho Nacional do PSD pelo Circulo da Europa e autarca português em frança. Nasceu a 28 de Agosto de 1957 e foi para França em 1978 estudar medicina, curso que nunca acabou porque o mundo do trabalho o seduziu. A vida pública acabou também por vir a exercer um fascínio bastante grande… José Lameirão P - Acha que está tudo a ser feito para nas atrasou a tomada de posse e acto os títulos louvável. Por outro lado sou defender a língua portuguesa? de instalação do novo Conselho membro activo da Associação CÍVICA, R - Em minha opinião não… e é uma pena! Municipal, uma vez que a nossa lista dirigida pelo nosso amigo Conselheiro Penso que o actual governo deveria investir foi eleita logo à primeira volta com um das Comunidades e vereador da mais nesta área. Cada vez se vêm mais escolas resultado histórico : 90,54 % dos Câmara Municipal de Aulnay-Sous- em França a deixarem de leccionar a língua votos. Trata-se de um recorde em toda Bois, Paulo Marques. A Associação portuguesa por falta de meios e verbas. Mesmo a França e aqui a comunidade Cívica foi criada em 5 de Fevereiro de as faculdades francesas estão drasticamente a portuguesa teve um papel 2000, e um dos seus objectivos é diminuir os cursos de Língua Portuguesa e preponderante… precisamente sensibilizar os cidadãos Literatura. Garantidamente não se está a dar a portugueses residentes em França devida atenção que esta vertente merece. Cada vez se vêm mais escolas em para o facto de se poderem inscrever P - Que influência teve a pandemia do Covid- nas listas eleitorais dos seus 19 no desenvolvimento do seu trabalho França a deixarem de leccionar a municípios para assim participarem político? nas eleições municipais e europeias. R - Durante o confinamento fomos tendo língua portuguesa por falta de meios Desde a sua fundação que esta algumas reuniões de trabalho acatando, como é associação desenvolve também uma óbvio, todas as ordens e recomendações dadas e verbas. acção de interesse geral em relação à pela Direcção Geral de Saúde, pelo que ape - educação cívica de crianças, jovens e… P - O que se pode fazer para que os menos jovens. jovens passem a ter cada vez mais P - Qual a importância que na sua uma participação cívica e social nos opinião tem a língua portuguesa no países de acolhimento? mundo? R - Há dados que nos mostram que R - O português é a língua oficial de metade dos jovens a nível mundial oito países espalhados pelos quatro não se sente representada pelos seus continentes. Estima-se que quase 250 governantes, tanto a nível nacional milhões de pessoas falem o nosso como local, não revelando por isso idioma… A língua portuguesa reflete, qualquer interesse pela política. em muitos sentidos, o espírito E com a Comunidade Portuguesa em aglutinador de seus falantes. Por causa França não é diferente. Penso que das invasões mouras e devido à uma das soluções passa pelo facto de colonização portuguesa de vastas os políticos mudarem a forma de regiões na América do Sul, África e comunicar com eles e usarem, por Ásia, a nossa língua entrou em exemplo, mais meios digitais. É contacto com os «falares» de preciso tornar a política mais «sexy» diferentes regiões do mundo. Como para os jovens. Actualmente é resultado disso, o nosso idioma apresentada como algo altamente acabou enriquecido com inúmeras complicado, chato e pelo qual tem de palavras oriundas dos 4 cantos do fazer-se um esforço muito grande mundo. Não corremos grande risco ao para conseguir chegar aos interlocutores. É preciso tornar tudo afirmarmos que a Língua Portuguesa é um isto mais divertido e mais fácil, para dos mais importantes idiomas do mundo… podermos por estes jovens a participar civicamente. Vai ser preciso simplificar e criar algo atractivo. (In Mundo Português)
97 Noticias de Lampejos dememória PARAFITA Por: Dr. Custódio Montes Jogávamos à choca, à cabra cega, às escondidas, praticávamos desportos, como atirar ao xito, jogar ao vinte, às pedrinhas e, no verão, quando já “eramos Juíz Conselheiro homens”, nadávamos até ao marco, num lago que o rio fazia junto ao meu lameiro. Sim, porque só nos consideravam homens quando conseguíamos nadar Fui pastor até ao dito marco e nos sentávamos nele. Aí sim, diziam-já nadou até ao marco….. e eramos respeitados como tal. Mas os que sabiam nadar só nos O meu pai morreu em 31.1.1951, com 31 anos, num deixavam entrar na aventura depois de darmos provas, dentro do rio, onde a acidente de viação, tinha eu acabado de completar água não cobrisse. E, quando a prova ocorria já nós nos tínhamos fartado de sete anos de idade. Mas nessa altura, já ia sozinho treinar nas poças da rega, na aldeia. Normalmente, o dia corria bem, a menos com as vacas. E, depois da morte do meu pai, nesse que desse a “mosca” a alguma das vacas e se pusesse a arrabar porque, nesse ano, e do meu avô paterno, no ano seguinte, passei a caso, suávamos as estopinhas para a trazer de regresso à manada. pastor de serviço, meu irmão, a homem do arado e minha mãe, a mulher e homem da casa. O lameiro E se aparecêssemos em casa sem algum animal, tínhamos tareia pela certa. que mais lembranças me traz é o de “Regabão”, Eu, normalmente, tinha uma táctica que nunca falhava para regressar a casa sem pegado à margem esquerda do rio Rabagão, a mais problemas. Levantava as mãos ao céu e dizia - oh nossa Senhora de Fátima se me de uma hora de casa. As vacas desciam pelo povo trouxeres de volta a briosa (era a que mais arrabava) dou-te um milhão de abaixo e depois das últimas casas do Padrão, contos quando for grande. Deu-me sempre resultado esta táctica mas a dívida foi atravessada a estrada, onde a carreira parava e a aumentando tanto que a ter que saldá-la, nem saberia a quanto montava ou se “D.ª Julinha” entregava um ramo de flores ao era pagável, mesmo com a sua reestruturação, como agora se diz. corredor da volta que passasse em primeiro lugar, e dada a curva das Lezírias, deixava de se ver a aldeia A hora de voltar para a casa era a de chegar pelo pôr do sol. Minha mãe dizia-me, e, além do gado, só a fusca me acompanhava, menos como já era tradição, que devia voltar com as vacas para a corte quando a quando o cio apertava. Passava-se o corgo da sombra batesse no meio da encosta Nascente do monte do Castelo. Mas, muitas Agueira e depois subia-se o monte de cabeça de vezes, distraídos a brincar, a noite surpreendia-nos a meio do percurso, o que Mua. obrigava os nossos pais a irem saber de nós, com lampiões na mão. Durante a Ao chegar ao cimo, olhando para trás, voltavam a minha meninice, também tornei águas, levantei pesos para mostrar a minha ver-se as casas da aldeia, mas, dobrado o monte, valentia, ajudei no campo. Andei descalço na neve, escalei montes e penedos em nunca mais se alampavam. Fome só à noite porque a busca de mais vastos horizontes, percorri terras semeadas e vales aos fradelhos minha mãe me mandava a merenda dentro duma e aos míscaros. Subi a carvalhos à cata de ninhos e refresquei-me à sua sombra saca de linho, normalmente um naco de presunto e em dias de verões escaldantes, habituando-me a respeitar os frondosos pão, e um vidrinho de vinho. O maior tormento era a carvalhais, razão pela qual ainda hoje não gosto de cortar carvalhos pela raiz por solidão e a possibilidade de poderem aparecer lobos entender que as florestas são de todas as gerações. Tive os meus namoros, esfaimados pelas encostas, como se ouvia aos quando pastoreava o gado, mas, com mais vigor, no meter dos fenos, pois serões. Mas, lobos nunca os vi, a não ser um, na mandavam calcá-lo no palheiro aos rapazes e raparigas e lá dentro havia aldeia, já morto e enfiado num pau desde o rabo até escuridão bastante para os encostos ao de leve e outros afagos que, na altura, à boca, transportado pelo matador, à frente, e por eram tudo para nós…. outro homem, atrás, e um outro com uma saca a À noite assistia aos ensaios da banda de música, quando os havia, já no tempo do pedir pela aldeia pela façanha do abate. E a solidão sossego, findos os trabalhos agrícolas, e que decorriam no sobrado do Pinto, dos era apenas temporária, logo quebrada pouco depois meus avós maternos, sendo ensaiadores os meus tios, e um deles maestro - o ti de chegar, pois havia sempre outros pastores por ali Zé do Pinto. para as brincadeiras do costume. Na margem direita do rio, do lado oposto ao meu lameiro, havia uma Custódio Montes poula que era o nosso campo desportivo.
98 Lampejos de memória PARAFITA Por: Dr. Custódio Montes “E senti também esse orgulho de vitória nos doces olhos de minha mãe quando, pouco tempo antes de morrer, vinda de propósito do Canadá, Juíz Conselheiro com as suas finas vestes e o ouro das festas, olhava orgulhosa para os muitos montalegrenses presentes na minha tomada de posse como Juiz Quando deixei a minha terra. Conselheiro no Supremo Tribunal de Justiça”. Até aos 13 anos, altura em que fui estudar, para o Colégio dos capataz para não apertar muito comigo e, como o capataz era Missionários do Espírito Santo, em Godim, Régua, vulgo seminário, só de Parafita… tinha deixado a minha terra duas ou três vezes para ir à feira a Montalegre, com minha mãe, a cavalo numa burra, pela encosta Norte Escola de vida de Penedones e Castanheira, sempre acompanhados pela nossa fiel Esta vivência da aldeia, envolta em sacrifícios, privações, cadela, a fusca; e, pelo mesmo caminho e pelo mesmo meio de alegrias, companheirismo, abnegação, dádiva, risos e transporte, para o exame da 4.ª classe que era feito na Vila; também fui tristezas, amor de criança, foi a génese da formação do uma vez ao S. Bento da Porta Aberta na carroçaria da camionete do homem que hoje sou e fonte de ajuda pela vida fora. Artur. E só fui estudar já com 13 anos adiantados por duas razões: Na cidade, as casas são fechadas, como diz Fernando Pessoa. Primeira Na aldeia, tudo se vê, tudo se aprende, a aldeia é uma escola. Naquele tempo só se ia para a escola com sete anos completos e eu faço Daí o dizer-se agora que para formar uma criança é preciso anos em Janeiro. Comecei na escola do Antigo, mas por causa da uma aldeia. natalidade, a professora mudou para Parafita na minha segunda classe. Mas essa aldeia de que falam é uma aldeia imaginada não Lembro-me bem porque a aldeia em peso e a sua banda de música a foi uma aldeia como aquela em que eu cresci. Brincadeiras como esperar ao limite das duas aldeias – o Marmoural – e eu estava lá. a que referi de meu pai, o sexo entre os animais, o ir buscar ovos à capoeira e os pintainhos a sair da sua casca, o assistir Segunda ao nascimento das crias dos animais, tudo isso nos dava a Uma questão mercantil: Feita a 4.ª classe, a professora só preparava conhecer a realidade, sem recurso à imaginada cegonha para a admissão ao liceu, no ano seguinte, a partir de finais de arribadiça de Paris. Novembro, para que os pais dos respectivos alunos, soube-o anos E, por outro lado, a vida dura e de luta ajudavam a depois pela minha mãe, lhe pagassem cerca de 1000 escudos, então o compreender a imperiosa necessidade de trabalhar com preço de duas vitelas, sendo ainda abastecida, por cortesia, durante afinco para se atingirem objectivos. todo o ano, de produtos da terra: batatas, cebolas, feijão, alface, couve, Muitas vezes na minha vida de estudante, e, mais tarde, como etc, pelos respectivos pais. profissional, lancei mão dessas experiências vividas tão duras e primitivas para afincadamente vencer, como venci. Mas essa espera até me fez bem, trazendo-me novas experiências: Para não me pegar o vício do ócio até começar a preparação para o E senti também esse orgulho de vitória nos doces olhos de exame de admissão, a minha mãe mandou-me seis meses para a minha mãe quando, pouco tempo antes de morrer, vinda de floresta. Mas fui ganhar como um homem. propósito do Canadá, com as suas finas vestes e o ouro das Ela dera uns alqueires de pão ao guarda da floresta e de acordo com o festas, olhava orgulhosa para os muitos montalegrenses contrato que ambos fizeram, ele admitiu-me com o estatuto de homem: presentes na minha tomada de posse como Juiz Conselheiro receber e trabalhar, embora neste pormenor tivesse dado ordens ao no Supremo Tribunal de Justiça.
99 Lampejos de memória PARAFITA Por: Dr. Custódio Montes Vivências Juíz Conselheiro Na minha vida profissional estive sempre como peixe na água em E, ao mesmo tempo, essa vivência questões de propriedade, de servidões de águas, de rixas por retrato-a em vários poemas de saudade questões de vizinhança, na reação de pessoas em situações de como neste em que me ponho a ódio, de desespero, de estado de necessidade. Recordar E foi nessa vivência que cimentei o meu amor à terra da qual E como ave voo na saudade nunca me afastei e que sempre amei e amarei até ao fim dos meus Em passo apressado de emoção dias. De facto, hoje, jubilado e regressado à terra, posso dizer, À procura da minha mocidade como o Tomaz de Serões da Província, de Júlio Dinis, de volta de Que me gerou o amor no coração Paris, já médico, após seis anos de ausência: Anda-se com o tempo nesta idade “Conheço-vos! Conheço-vos! Árvores da minha infância! Conheço-te, Que o tempo dá ao tempo imensidão berço dos meus primeiros anos e que espero serás o descanso dos E o voo da lembrança, eternidade Quando se vive a vida com paixão últimos. Nenhum monumento, nenhum espetáculo grandioso das capitais que percorri me fez esquecer de vós, testemunhas da minha ventura e de meus primeiros sonhos de amor…” (continua) . E, assim, ao recordarmos o passado Vivendo noutra altura e lugar Tudo na nossa vida é relembrado E o ir e vir assim neste bailar Aumenta a imensidão do bem amado E o tempo corre mais, mas devagar Custódio Montes
100 Lampejosde memória continuação PARAFITA Por: Dr. Custódio Montes Juíz Conselheiro Dada como assente esta conclusão a que cheguei, maduramente Mas não foi apenas este revés que sofri no seminário do cimentada nos intervalos das pragas que continuamente lhe ia rogando, Fraião. Lembro também a leitura do meu futuro artístico, naturalmente com o apoio dos santos que, a meu ver, também não através das linhas da mão, feita pelo Padre Zé Maria que, admitiriam semelhante atitude, dúvidas não tinha de que havia de levar o nisso, era afamado. agressor a arrepender-se bem do que me fizera. Era homem de cabeça miúda, na proporção da sua altura, A seguir à missa e antes de irmos fazer as camas, tarefa que nos cabia com a testa bem evidenciada também pela calvície frontal e todos os dias, voltámos à sala a que acima fiz referência, para continuar a com os dois dentes incisivos superiores meio justapostos, meditação após a missa, agora baseada nas passagens das escrituras, nos que se deixavam ver e que davam a sensação dum quase mistérios e mensagens recebidas no acto litúrgico. E aí, durante esse permanente sorriso aberto. Além disso, tinha um nariz lapso de tempo, em vez da meditação, engendrei a forma de abordar o adunco e retorcido como se fosse um varandim donde Padre Oliveira e de o ameaçar. irradiavam uns olhos vivos e sagazes. Era o professor de filosofia do meu 6.º ano, já no pavilhão norte. Da sala saía-se para um átrio e daí subia-se ao dormitório por umas Certo dia, após o almoço, com a natural indolência das horas escadas em caracol para a direita e com um corrimão, havendo, no início da digestão, o Padre Zé Maria, nome carinhoso por que o das escadas, na parede, o quadro de honra onde se expunha o nome dos tratávamos, passou a analisar as mãos de alguns dos alunos, melhores alunos. Deixei subir toda a gente e quando o padre Oliveira já augurando a todos eles um belo futuro na arte do canto, na tinha o pé direito a calcar a segunda escada, agarrado com a mão direita arte da escrita, etc., começando pelos melhores alunos da ao corrimão, disse-lhe: turma. -Sr. Padre Oliveira queria-lhe uma palavrinha. Ele, torcendo a cabeça e A certa altura, eu, que me considerava também um dos corpo para a esquerda, virou-se para trás e de cima das escadas, ainda melhores alunos, vendo que o Padre Zé Maria me não com a mão direita no corrimão, perguntou-me o que lhe queria. selecionava e porque eu, além de pertencer à escola cantorum do seminário, tocava 2.º violino na orquestra, -Então eu, firmado na minha razão e na argumentação que travara perguntei-lhe a certa altura, numa vaga que de repente vi comigo mesmo desde o puxão de orelhas até esse momento, lancei a surgir: - Padre Zé Maria, e eu, o que vê nas linhas da minha cabeça para a frente, virei-me para ele afoitamente e disse-lhe: mão? -Sr. Padre Oliveira o que o Sr. me fez não se faz a ninguém: puxar uma Sempre pensei que ele diria que eu viria a ser um grande orelha a uma criança até deitar sangue é coisa que não se faz e não se violinista, talvez até executante numa das orquestras de pode admitir. Se me torna a fazer outra, vai ver que não fica assim, nomeada. escrevo uma carta ao Padre Provincial a contar-lhe tudo, tim tim por tim, que ele o há-de castigar. E ele, frustrando-me o prazer que imaginei ir ter O Padre Zé Maria, olhando-me lá de cima da sua altura, com ao metê-lo na linha, sem me dar tempo, tira a mão direita do corrimão, dá aqueles dentes incisivos salientes sobre o lábio inferior, meia volta, pondo a patorra direita na primeira escada, e, ao mesmo pegou-me numa mão, na outra, virou-as de um lado e do tempo que ganhava balanço e dizia:- Então, para encher bem a carta, outro e no fim só na palma da mão e disse, abruptamente, conte-lhe mais esta, desferiu-me uma valente lambada na face esquerda, sem demora e sem qualquer rodeio: - Montes, você nunca precisamente do lado do puxão de orelhas, fazendo-me ver cinco será um artista. Não foi por causa daquela lambada nem por estrelas, duas grandes em cima e três pequenas em baixo, que parece que causa desse mau augúrio do meu futuro artístico que saí do ainda estou a vê-las….. seminário.
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