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Merlim, o Mago e o Livro do Graal (excerto)

Published by D'Almeida ©, 2017-06-27 06:51:05

Description: Editor: Apeiron Edições © * Autor: Robert de Boron © * Capa: Gabriela Marques da Costa © * Tipografia de capa: D'Almeida Ateliê * Paginação e arte final: D'Almeida Ateliê

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Merlim, o Mago e o Livro do Graalhistórias simbólicas do ciclo arturiano



Robert de BoronMerlim, o Magoe o Livro do Graalhistórias simbólicas do ciclo arturiano apeiron edições



Merlim, o Mago e o Livro do GraalPintura de Gabriela Marques da CostaApeiron Edições 7



Índice 11 15Nota do Editor 197Merlim, o Mago 201Apêndices O possível fim de Merlim segundo o Manuscrito de Modena O possível fim de Merlim segundo o Manuscrito de Didot



Merlim, o Mago e o Livro do Graal Nota do Editor Pela sua importância histórica e o seu significado simbólico, es-colhemos como primeiro título da Apeiron Edições, a obra de Robert deBoron, Merlim, o Mago e o Livro do Graal. Os primeiros registos sobre o mago Merlim datam dos inícios do sé-culo X. Inicialmente chamado Emrys, só mais tarde se tornou conhecidocomo Merlim, versão latinizada da palavra gaulesa Myrddin. Merlim, personagem de origem misteriosa, mago com poderes so-brenaturais e concebido num concílio de demónios, confia ao narradorBrás, confessor de sua mãe, a tarefa de pôr a sua missão profética porescrito. O Livro do Graal vai surgindo à medida dos acontecimentos,profetizando que nunca a estória de uma vida será ouvida com tantoagrado como a de Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. Robert de Boron situa a personagem Merlim num momento crucial.Ao perceberem que o seu poder corria um grave risco com a vinda doRedentor, os demónios resolveram, em concílio, criar o Anticristo, pormeios (magia negra) que violam as leis naturais da criação. Assim, umíncubo (diabo) fecundou o corpo de uma pura donzela, tal como, emsentido contrário, o Espírito Santo fizera com a Virgem. O rebento nas-cido dessa relação diabólica teria a missão de afastar a humanidade docaminho do Bem, traçado por Cristo, e de conduzi-la para os abismosinfernais. Há, na narrativa de Robert de Boron, uma relação tão íntima entreMerlim e o Graal, que o próprio Mago tornou-se o autor da estória, namedida em que é ele quem transmite os factos a serem registados peloseu fiel escriba Brás. Desse modo, Merlim cumpre a missão de prepararos reis e o povo para o advento do mais puro de entre todos os ca-valeiros da Terra, único digno de ocupar o cadeirão vazio na TávolaRedonda, fundada pelo Rei Artur. O EditorApeiron Edições 11



Quando o Homem desperta para um grande sonho e acredita nele com toda a força da sua alma... todo o universo conspira a seu favor Goethe



Merlim, o Mago e o Livro do Graal 1 O inimigo ficou muito irritado quando Nosso Senhor desceu aos in-fernos e libertou Adão e Eva e quantos mais lhe agradou. Quando osdemónios viram isso, ficaram muito maravilhados, reuniram-se em con-selho e disseram entre si: – Quem é este homem que nos levou de vencida? Porque é que,com toda a nossa força, nada há que possamos fazer para impedir quecontinue a fazer o que bem lhe apraz? Nunca poderíamos imaginar quealgum homem nascido de mulher pudesse escapar às nossas garras. Eeis que este nos destrói! Como pode ter nascido sem fazer parte dospecados deste mundo, ao contrário de todos os outros homens? Um dos demónios respondeu então: – Fomos vencidos pelo que julgávamos que mais nos valeria. Lem-brai-vos do que diziam os profetas que anunciavam que o Filho de Deusviria à Terra para apagar o pecado de Adão e Eva e dos seus descen-dentes. Nós apoderamo-nos daqueles que proclamavam que esse ho-mem viria à Terra e livrá-los-ia das penas do inferno. E eis que acon-teceu o que não se cansavam de anunciar. Esse homem arrebatou-nosaquilo de que nos tínhamos apoderado e nada podemos contra ele. Elearrebatou-nos todos aqueles que já tínhamos sob o nosso domínio e quemais ninguém nos podia retirar. Como foi que isso aconteceu? Como éque já não os teremos mais? – Não sabeis então, prosseguiu outro demónio, que ele faz com quese lavem com água, em seu nome, para que essa água lave o delito depai e mãe, precisamente aquele pecado pelo qual os teríamos sob onosso domínio, como sempre os tivemos? Doravante perdemo-los todos,por causa dessa água, e não temos nenhum poder sobre eles, a menosque venham a nós pelos seus próprios pecados. Deste modo, o nossopoder ficou rebaixado e bloqueado. E há mais ainda: ele anunciou quevai ordenar e deixar ministros seus na Terra para salvá-los, ainda quevenham a participar das nossas obras, bastando para tal que as re-neguem, que se arrependam e façam o que lhes for ordenado. Assim osApeiron Edições 15


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