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Império do Sol, Breve História dos Incas (excerto)

Published by D'Almeida ©, 2017-06-26 04:10:26

Description: Editor: Apeiron Edições © * Autor: Eduardo Amarante © * Paginação e arte final: D'Almeida Ateliê * Técnica de capa: D'Almeida Ateliê

Keywords: editoras portuguesas,história dos incas,eduardo amarante,diva almeida,d'almeida,apeiron edições

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Breve História dos INCAS

TítuloO Império do SolBreve História dos IncasAutorEduardo AmaranteRevisãoIsabel NunesGrafismo, Paginação e Arte finalDivAlmeida Atelier Gráficowww.divalmeida.comTécnica da capaDivAlmeida Atelier Gráficowww.divalmeida.comImpressão e AcabamentoEspaço Gráfico, Lda.www.espacografico.ptDistribuiçãoProjecto Apeiron, [email protected]ª edição – Maio 2013ISBN 978-989-8447-31-9Depósito Legal nº 358742/13©Apeiron EdiçõesReservados todos os direitos de reprodução, total ou parcial,por qualquer meio, seja mecânico, electrónico ou fotográficosem a prévia autorização do editor.Projecto Apeiron, Lda.www. [email protected]ão – Algarve

Eduardo AmaranteBreve História dos INCAS apeiron edições



ÍNDICE O Império do SolIntrodução 11Capítulo I 13Simbolismo na América pré-colombiana 14 • TIAHUANACO 14 Arquitectura 17 Cerâmica 18 21 • CHAVIN 22 O culto do Jaguar em Chavin 23 24 • PARACAS 25 A trepanação craniana 26 26 • MOCHICA 26 Organização social 26 Arquitectura 28 Hidráulica 28 A vida para além da morte 29 Deuses e cultos da cultura Mochica 31 31 • NAZCA 32 Arquitectura 33 As figuras gigantes de Nazca 33 Cerâmica 34 • LAMBAYEQUE-CHIMU 35 Arquitectura 35 Cerâmica Metalurgia 7Apeiron Edições |Síntese das principais ideiasCapítulo IIO Império Inca Introdução

Eduardo Amarante Origens – Período Curacal (Incas lendários) 36 O Dilúvio e a nova humanidade 37 O Tahuantinsuyo 39 Cuzco, o Umbigo do Mundo 40 Período Monárquico 42 Período Imperial 42 A conquista e o fim do Império Inca 43 O Expansionismo 45 As vias terrestres incas 46 Os Tambos 47 Os Chasquis 47 Os Quipu 48 A organização social do Império 49 A organização administrativa 50 Arquitectura 54 Machu Picchu 55Conclusão 57Capítulo III 61A Religião dos Incas 63Simbolismo e Cosmogonia – cultos solares e lunares 64Os três mundos 65O Código de Moral entre os incas 66Alguns exemplos da sabedoria inca 69Bibliografia8 | Apeiron Edições

O Império do Sol Declaro-me vivo Chamalú, Índio Quechua Saboreio cada momento. Antigamente preocupava-me quando os outros falavammal de mim. Então fazia o que os outros queriam e a minha consciên-cia censurava-me. Entretanto, apesar do meu esforço em ser bem-educado,havia sempre alguém que me difamava. Como agradeço a essas pessoas, que me ensinaram que avida é apenas um cenário. A partir desse momento, atrevo-me a ser como sou. A árvore anciã ensinou-me que somos todos iguais. Sou guerreiro: a minha espada é o amor; o meu escudo éhumor; o meu espaço é a coerência; o meu texto é a liberdade. Perdoem-me se a minha felicidade é insuportável, masnão escolhi o bom senso comum. Prefiro a imaginação dosíndios, que tem embutida a inocência. É possível que tenhamos de ser apenas humanos. Sem Amor nada tem sentido, sem Amor estamos perdi-dos, sem Amor corremos de novo o risco de estarmos a ca-minhar de costas voltadas para a Luz. Por esta razão é muito importante que apenas o Amorinspire as nossas acções. Anseio que descubras a mensagem por detrás das palavras;não sou um sábio, sou apenas um ser apaixonado pela vida. 9Apeiron Edições |

Eduardo Amarante A melhor forma de despertar é deixar de questionar se as nossas acções incomodam aqueles que dormem ao nosso lado. A chegada não importa; o caminho e a meta são a mesma coisa. Não precisamos correr para nenhum lugar, apenas dar cada passo com plena consciência. Quando somos maiores do que aquilo que fazemos, nada nos pode desequilibrar. Porém, quando permitimos que as coisas sejam maiores do que nós, o nosso desequilíbrio está garantido. É possível que sejamos apenas água fluindo; o caminho terá de ser feito por nós. Porém, não permitas que o leito escravize o rio; ou então, em vez de um caminho terás um cárcere. Amo a minha loucura que me vacina contra a estupidez. Amo o Amor que imuniza contra a infelicidade que prolifera, infectando almas e atrofiando corações. As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade que a sensação de felicidade lhes parece estranha. As pessoas estão tão reprimidas que a ternura espontânea as incomoda e o amor lhes inspira desconfiança. A vida é um cântico à beleza, uma chamada à transparência. Peço-vos perdão, mas… DECLARO-ME VIVO! Luiz Espinosa (Chamalú), escritor boliviano que procura restaurar os antigos conhecimentos esotéricos dos Incas.10 | Apeiron Edições

O Império do Sol INTRODUÇÃO ________________O Império Inca – que se destacou em plena Cordilheira dosAndes entre os quechuas (povo do qual descendiam) – ocupavauma faixa superior a 4.500 kms ao longo da costa do Pacífico, ecompreendia terras hoje pertencentes ao Equador, Colômbia,Peru, Bolívia, Argentina e Chile.Os Incas constituíam um vasto império, integrado por povosde diferentes culturas, localizados nas mais variadas regiõesgeográficas: a costa, as montanhas e a selva. Para fazer a comunicação entre tão grandes distâncias, o império contava com um eficiente sistema de estradas, que atravessavam os despenhadeiros dos Andes por meio de pontes pênseis. Corredores bem treinados – os chasquis –, revezavam-se na transmissão de in- formações. Por meio dos quipus, os In- cas mantinham registos detalhados das suas populações, terras, economia, etc.Os incas transmitiam Durante cerca de 400 anos, desde o as suas informações seu início, no século XII, até à sua con-através de quipus, um quista e aniquilamento por parte dos espanhóis chefiados por Francisco Pizar- alfabeto de nós. ro, os Incas foram um modelo de orga- 11Apeiron Edições |

Eduardo Amarantenização social e política e os herdeiros de uma sabedoria ances-tral que se reflectiu na sua conduta moral, arte, arquitectura ereligião, bem como nas suas cidades, templos e edifícios.12 | Apeiron Edições

O Império do Sol ________________ Simbolismo na América Pré-Colombiana As ruínas de Tiahuanaco na actual Bolívia. O edifício mais importante para fins cerimoniais é o Kala- sasaya (o Lugar das Pedras Verticais). É construído à semelhan- ça de uma paliçada com 3,60m de altas colunas salientes em intervalos, cada um deles esculpido por figuras humanas. Cada um dos degraus, em número de 7, do Templo Solar de Kalasa- saya (onde se encontra a Porta do Sol) são blocos rectangulares de pedra com cerca de 9m de largura. Nos equinócios o Sol incide precisamente no monólito que ocupa o centro deste Templo. No continente americano temos dois grandes focos culturais.Um deles, a sul, é o chamado núcleo tiahuanacota (de Tiahua-naco) que abrange parte da actual Bolívia, Peru, norte do Chile, 13Apeiron Edições |

Eduardo Amarantesul do Equador… O outro grande foco é aquele a que podería-mos chamar, em linhas gerais, núcleo mexicano, que vai desde apenínsula do Yucatán até ao norte do México, ainda que alcancealgumas subculturas, como a de Chibcha.  TIAHUANACO Esta cidade pré-colombiana, em torno da qual gira o núcleocultural tiahuanacota, alberga desde logo um mistério, pois foium porto, ainda que esteja a 50 kms de distância do lago Titica-ca, um lago salgado a quase 4.000 metros de altitude! As monumentais pedras destas construções actualmente emruínas, trabalhadas com uma enorme perfeição, contribuírampara fazer desta zona uma das mais famosas da América do Sul. As ruínas de Tiahuanaco foram comparadas às de Chavin (aonorte do actual Peru), quer pela sua antiguidade, quer pelo factode ambas terem sido importantes centros de culto e de peregri-nação, além de apresentarem muitas semelhanças, destacando-se os templos, as praças subterrâneas, as cabeças em relevo, osenormes monólitos, etc. Arquitectura A arquitectura de Tiahuanaco utiliza enormes blocos de pe-dra talhada e polida com uma surpreendente perfeição técnica.Os blocos empregues nas construções são de basalto e de grés.As grandes pedras talhadas estavam unidas por meio de gram-pos de cobre em forma de “ T ”. Às suas construções estão asso-ciadas enormes estátuas de pedra que representam seres mito-14 | Apeiron Edições

O Império do Sollógicos antropomorfizados, bem como as célebres portas mono-líticas: a Porta do Sol e a Porta da Lua. Nesta impressionante cidade deparamo-nos com construçõestão maravilhosas quanto gigantescas. Destacamos a famosa Por-ta do Sol, em cuja parte central há uma figura que se identificacom o deus Viracocha, terceira pessoa da Trindade, compostapor Kon, Quilla e Viracocha. Kon é o Deus supremo. Quilla é aDeusa feminina, a Deusa Lua, equivalente à Ísis egípcia, ou àVirgem Maria na iconografia cristã. Viracocha, Deus Condor,representa o Sol manifestado que surge, precisamente, nestaporta de Tiahuanaco1.Porta do Sol. Pormenor do cimo da Porta do Sol representando o deus Viracocha. De ambos os lados da Porta do Sol vêem-se figuras, umas emmovimento, outras ajoelhadas aparentando ter asas, identificadascom símbolos estelares. Cientistas russos demonstraram que na1 Tiahuanaco é muito mais antiga que os Incas, facto bem visível nas construçõesposteriores, de muito menores dimensões. 15Apeiron Edições |


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