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Juventude Plural_ALUNO_3 ENSINO MÉDIO

Published by Tecnologia da Informação - DSOP, 2021-09-08 21:43:43

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UNIDADE 3 MULTIPLICIDADE

Esta unidade contribui para a reflexão sobre os desafios do mundo atual, como a capacidade de viver com autonomia, ser flexível, aceitar o outro e a si mesmo, conviver com as mudanças, aprender sempre, relacionar-se de forma harmoniosa com a sociedade e o ambiente. Para isso, é imprescindível respeitar a diversidade – tema deste módulo. 131

CAPÍTULO 11 Gabriel Jardim/Arquivo da Editora Educação financeira objetivos Manual do professor. Veja orientações para esta abertura no • Conhecer a origem do dinheiro no mundo. • mDeCoeassmteeupunrsrivdeopealandvrdeearedfrfiinegoarmrnÍanacmdse,ieicrbnaeut.asdsceapDneedssoseonmvaaoisiolvrvimisqeaunantldoidoaHaduteminadgneiorva(idIDaH. ) • • Aprender a trabalhar em equipe e a organizar as finanças para realizar um projeto coletivo. justificativa • Aprender a organizar as finanças pessoais. • Refletir sobre o “eu financeiro” e desenvolver mapevpéPoaaeamtpcrrriasraamaêmetisocqttubeeaiburésgrimetmdoáueavrraddaodadseenceomsuçêrpfceiaeniocnenf,irsvoslaeetosntnturltoscivnaraieeigrnmdsiraraaosbacsdubséopaemreemearsdvparcopieadelocsrtadolpaêhcetonfanaasiçdcsnmgcaeiaaooqirrnnsnubchqdierseeoueirtifascrhailaoziaidqde.dbiusNarreie,eldeioidusssedauttq“eddeaoeuveseueecésva,efpqiipsaqdnueclíuaeractceornu.aollchnclohreaço,reisarmeo,rr” competências e habilidades relacionadas a isso. • Aprender a traçar metas financeiras de curto, médio longo prazo para realizar sonhos. e materiais Para registro • Caderno de registro coletivo • Portfólio individual BNCC • Painel de trajeto individual ltrlPoáaeupaabsirllsieaza;t/aláçeqaptãuscioas.)da;ddrtceoeiovpcbniedoresaraxq;nãdcucoeiaosscna:oettvmrairêsatsuciafnooltll(eohcrraonisdmeatdp;seug;tiepazqadoupoiueprl,acssmaumnelfeanitrttateop;pphcaaoarrnnaaeet, a; Competências Gerais da Educação Básica 1. Conhecimento; 2. Pensamento científico, crítico e criativo; 6. Trabalho e Projeto de Vida; 7. Argumentação; 8. Autoconhecimento e autocuidado Materiais opcionais: blocos de adesivos ou pequenos Competências e habilidades específicas pedaços de papel; cola bastão Linguagens e suas Tecnologias Competência 1 – EM13LGG104, EM13LP03, EM13LP12, ECEEoMMMm111333pLLLePGPt12Gê253n, ;0cECi2Mao,1m7E3MLp-Pe1E23têML8Gn1c3GiL3aG0G257,–0E1EM, ME13M1L31PL32PL20G5,G;E7CM0o313m, LEpPeM2t15ê3,nLEcGMiGa17330L4P–,28; Matemática e suas Tecnologias Competência 1 – EM13MAT104; Competência 2 Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – EM13MAT203 Competência 1 – EM13CHS101; Competência 4 – EMCHS401, EM13CHS403, EM13CHS404 AeCmcoen: sshstutoltpee:/ma/: db6aejssacennr.iaç2cã0ioo2n0da.alcsocmoummp.meteêcn.gcoiavs.bre/daa-sbahsaeb.ilidades 174

Wagner Souza/Futura Press Jefferson Peixoto/Secom Pms/Prefeitura de Salvador Feira de oportunidades de estudo e emprego para jovens entre 14 Família contemplada com um imóvel pelo programa Minha casa, minha vida. e 29 anos, na Estação Cultural de Campinas, São Paulo, em 2019. Salvador, Bahia, em 2018. Agência TCE/SC/ACOM/Governo de Santa Catarina Chico Ferreira/Pulsar Imagens Após um dos alunos do 3º ano do Ensino Médio, da Escola Dom Estudantes aguardando abertura do local para prova do ENEM Orlando Dotti, em Caçador, Santa Catarina, vencer um concurso (Exame Nacional do Ensino Médio). Rio de Janeiro, RJ, em 2019. estadual de redação, ele e os colegas ganharam como prêmio uma excursão até Florianópolis, que acabou sendo a comemoração de formatura da turma, em 2017. • Observando as imagens, reflita sobre a máxima “dinheiro não traz felicidade”. Você já ouviu essa expressão? Concorda com ela? • Na sua opinião, em que medida a felicidade depende ou não de ter dinheiro? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. onoiauoiatrrarteussneiedsntatueeddseaesrnturareadteoiasssooeasreascgsooansraeitsocaoraaodatesesnntrauortaddreedcieednirdoaeis ue uere os ara o resente e ara o uturo con orto no uturo atis a er os dese os a enas de n s es os as ta das Não escreva no seu sp21sdt2oa.eaeb.r.netrRihecceeaoQivIsspmiemupoasucaoruqtacsesioddodutegeeêfiaoaxesrasipapnneslceeigefaenserluoxaaisrênmposnonzçeuqaccurptleãoieuie.rêaeuorOnoesssijmencsertfcitoiaavatvcnoaloeaodoiuceunaenomrtcccsdloeteeosonêêitaimrsimpanaovnotraoseedadsro.edesueSusrticdmcotmooa.dleaasiiagScdtabiubiudeuntaauueeeeacrirhcdtodaquiilsseasnudeuioe,rãsesicroairddddncofieoafedneiitoçrnhe?aeiaecaeefisrmdniirnaccofisoRadorsetaespõneeidrredqarargeacuereeu,aaadgsinilsssdeicsdseocovoottfe,mirpern-iodenopsiaerhensrreaudaiãaeasarsoneiaicerumccilooagoiaaneuosrugvsrsiaaeieaearneorsrrrassapecsracefesosigacunssnaí,oucsftseapiientcoputeorrouooantruaa,lrnenhtoçsgogfãaósscaiia?omssliiáesrtopeeeaa.jrvnQreoaasnteopour,ooiqroaessouiotnrse,apceerqendooe1esuhac.uirucentRedmtbueoihofeozsaerumpeólplrhoougielc(rsanieoaontaonomams,r.sropooaptapaervrougosunuaaosacspnantnaortrcaraiieiaidazdrralnêee.pmsonMggahtsetrrroeoaoiuaaengsrbpdsrmrmiaotieronslaoseoahhalodenqifzdeisueoaroaeouutreairntuoeêceicfsmsoeogoiimamoarcapsliuoneuodtoesnnqramoadqsoouhtnuesaoseasêpt,daiar.drcoirdsnooeaeiadnssen)natstdnrmeeeentimebgeouãeausronasidscrnndetsctosaaeeioaupnstm.eseushpsCaaaaraeoosrersaiiebdsmrncorodoodenauo?ivafeesaramsdailliriaieav,mrr,o. 175

POR DENTRO DO TEMA O estudo de educação financeira começa pela contextualização histórica do dinheiro, para que os alunos conheçam o seu percurso até os dias de hoje. O objetivo dessa contextualização é fazer com que entendam o papel do dinheiro na atualidade, no Brasil e no mundo, de modo que desenvolvam posturas positivas e competências pessoais para o seu futuro e, até mesmo, buscarem alternativas criativas. O que é dinheiro? Bruno Rocha/Fotoarena O dinheiro nem sempre existiu na nossa sociedade. Ele passou a ser usado no Brasil, como o conhecemos hoje em dia, no início do século XIX. Desde então, para a maioria das pessoas, é um recurso fundamental para garantir a sobrevivência. O texto a seguir traz algumas informações sobre a história do dinheiro e a forma como, pouco a pouco, ele foi ganhando espaço em nosso cotidiano. ORIGEM E EVOLUÇÃO DO DINHEIRO A moeda, como hoje a conhecemos, é o resultado de uma longa evolução. No início não havia moeda, praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalência de valor. A prefeitura de São Paulo estuda introduzir Assim, quem pescasse mais peixe do que o necessário vaeoícbualioxsosíenmdicaefudneçpãaogdaemceonbtoraedmorddienvhiedioro. para si e seu grupo trocava este excesso com o de outra São Paulo, SP, 2019. pessoa que, por exemplo, tivesse plantado e colhido mais milho do que fosse precisar. […] As mercadorias utilizadas para escambo geralmente se apresentam em estado natural, variando conforme as condições de meio ambiente e as atividades desenvolvidas pelo grupo, correspondendo a necessidades fundamentais de seus membros. Nesta forma de troca, no entanto, ocorrem dificuldades, por não haver uma medida comum de valor entre os elementos a serem permutados. […] Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras. Aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas-mercadorias. O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados. […] O sal foi outra moeda-mercadoria; de difícil obtenção, principalmente no interior dos continentes, era muito utilizado na conservação de alimentos. […] Da mesma forma, a palavra salário (remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empregado) tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o pagamento de serviços prestados. […] 176

Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram akg/Bible Land Pictures/Fotoarena inconvenientes às transações comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, não permitindo o acúmulo de riquezas. Quando o homem descobriu o metal, logo passou a utilizá-lo para fabricar seus utensílios e armas anteriormente feitos de pedra. […] Surgem, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com características das atuais: são pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as emitiu e garante o seu valor. […] Essas moedas, encontradas na Lídia, atual Turquia Na Idade Média, surgiu o costume de se guardar os valores com (c. 560-546 a.C.), são um ourives, pessoa que negociava objetos de ouro e prata. consideradas as primeiras Este, como garantia, entregava um recibo. Com o tempo, esses moedas cunhadas na História. recibos passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos, Embora os arqueólogos circulando de mão em mão e dando origem à moeda de papel. divirjam quanto ao valor que elas representavam à época, No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas estima-se que seria o atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido à mão, tal como, hoje, fazemos com os cheques. ciente ara co rar dez cabras. Com o tempo, da mesma forma ocorrida com as moedas, os governos passaram a conduzir a emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o poder de pagamento. Atualmente quase todos os países possuem seus bancos centrais, encarregados das emissões de cédulas e moedas. ORIGEM e evolução do dinheiro. Museu de Valores do Banco Central. Disponível em: www.bcb.gov.br/htms/origevol.asp. Acesso em: 26 dez. 2019. Não escreva no seu livro. 1. Você conhecia a história da origem do dinheiro? O texto trouxe alguma novidade para você? 177 Escreva no seu portfólio o que descobriu. Resposta pessoal. 2. Por que o ser humano sentiu necessidade de criar um objeto que representasse um valor? Você acha que seria possível as pessoas continuarem adquirindo mercadorias apenas por meio de trocas? Resposta pessoal. 3. O texto explica a relação do sal com a palavra “salário”, que se refere, hoje, ao valor pago a funcionários em troca de trabalho. Reflita sobre como adquirimos mercadorias atualmente e, organizados em pequenos grupos, conversem sobre os produtos que vocês gostariam de ter e seus planos de ganhar dinheiro no futuro. Registrem a síntese dessa conversa no caderno coletivo. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos sintetizem seus desejos tanto de aquisição de mercadorias como de formas de ganhar dinheiro (um negócio ou uma profissão). Durante a conversa, garanta que todas as opiniões sejam respeitadas e peça a eles que elaborem um passo a passo que os ajude a estruturar o planejamento para obter dinheiro e efetuar as compras do que desejam e precisam. Caso se mostrem interessados em discutir a relação entre trabalho e dinheiro, permita que troquem ideias, trazendo exemplos de valores pagos em algumas profissões.

PESQUISA Os alunos farão uma pesquisa para entender melhor o que significa o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e como ele se relaciona com aspectos financeiros, uma vez que as escolhas de educação, saúde e lazer esbarram em como o governo lida com esses assuntos. ÍHnduimceadneoD(eIDseHn)volvimento O IDH recolhe dados V imos que o dinheiro surgiu em substituição à prática de troca de itens que de expectativa de vida as pessoas tinham em abundância por outros que gostariam de ter ou de ao nascer, para saber que necessitavam. Com a evolução das relações comerciais e do uso do dinheiro, se a população de percebeu-se que a qualidade de vida não era determinada apenas pela economia determinado país tem ou pelos recursos financeiros de um país. Foi criado, então, um índice para medir o acesso a uma vida longa desenvolvimento humano e direcionar as escolhas de investimento, ou seja, as áreas e saudável; de frequência em que há maior necessidade de investimento do dinheiro público. Esse índice se escolar, combinando chama Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. dados de anos médios de estudo e anos O conceito de desenvolvimento humano nasceu definido como um processo esperados de de ampliação das escolhas das pessoas para que elas tenham capacidades e escolaridade; e de padrão oportunidades para serem aquilo que desejam ser. Diferentemente da perspectiva do de vida, com base no PIB crescimento econômico, que vê o bem-estar de uma sociedade apenas pelos recursos (Produto Interno Bruto) ou pela renda que ela pode gerar, a abordagem de desenvolvimento humano procura per capita, ou seja, olhar diretamente para as pessoas, suas oportunidades e capacidades. por pessoa. A renda é importante, mas como um dos meios do desenvolvimento e não como Não seu fim. É uma mudança de perspectiva: com o desenvolvimento humano, o foco é escreva transferido do crescimento econômico, ou da renda, para o ser humano. no seu O QUE É DESENVOLVIMENTO humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento livro. – PNUD. 2020. Disponível em: www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e- desenvolvimento-humano.html. Acesso em: 12 dez. 2019. 1. Vamos entender melhor o que é e para que serve o IDH. a) Pesquise a relação entre o IDH e o conceito de desenvolvimento humano no site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ou em algum outro site confiável. Depois, converse com os colegas sobre o que descobriu. Disponível em: www.br.undp.org/content/ brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-idh.html. Acesso em: 12 dez. 2019. Resposta pessoal. b) Liste no seu portfólio os dados recolhidos pelo IDH que servem de base para o cálculo dos resultados. 178 2. Muitos governos utilizam os dados do IDH para avaliar a qualidade de vida da população de uma cidade e fazer escolhas de orçamento. No Brasil, esse índice é conhecido como Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Escreva no seu portfólio os dados utilizados por esse índice, explicando a diferença entre ele e o IDH.O IDHM usa os mesmos dados do IDH global (longevidade, educação e renda), mas possibilita cruzar informações com outros indicadores sociais brasileiros, sendo mais adequado à realidade do país. 3. Visite o site do IBGE e pesquise os itens a seguir. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/. Acesso em: 26 dez. 2019. a) O IDHM do seu município. Respostas pessoais, de acordo com os dados disponíveis. b) O maior e o menor IDHM brasileiro. Compare os dados encontrados, anotando-os no seu portfólio. 4. Avaliando o desempenho do seu município, em qual área você considera que é necessário investir mais dinheiro? Faça uma proposta no seu portfólio, explicando sua escolha. Resposta pessoal. É importante que os alunos relacionem os dados pesquisados com o conhecimento a respeito de educação, saúde e renda do município onde vivem. A justificativa deve deixar claro qual é o item em que o município tem mais fragilidade.

Outros olhares Nesta seção, os alunos vão olhar para si mesmos, com o intuito de identificar a própria postura em relação às habilidades que precisam desenvolver para fazer escolhas financeiras melhores e se educar de forma a reforçar as futuras tomadas de decisão. O foco da proposta, além do autoconhecimento, é aprender a lidar com valores monetários e tudo o que abrange a educação financeira. Adsesceatnevgoolvriimasednoto humano Angus Maguire/Interaction Institute for Social Change Oparadigma do desenvolvimento humano está vinculado ao bem-estar social, ou seja, um conjunto de elementos que garantem uma boa qualidade de vida. Como qualidade de vida é um conceito subjetivo, uma vez que cada um escolhe o que é bom para si, na elaboração do Relatório de Desenvolvimento Humano, publicado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi preciso definir o que seria considerado bem-estar social e, sobretudo, que aspectos seriam analisados a fim de alcançar esse conceito de forma ideal. Tendo em vista esse objetivo, a equipe responsável Imagem ilustrando a diferença entre igualdade e equidade. Angus Maguire, pela elaboração do relatório agrupou doze princípios 2016. em quatro categorias, cada uma correspondendo a um componente considerado essencial: equidade, sustentabilidade, produtividade e empoderamento. O trecho do artigo a seguir traz uma descrição de como se deu a elaboração do Mahbub ul Haq relatório, como o economista Mahbub ul Haq influenciou a conceituação desses oi o componentes e como, afinal, eles são descritos. econo ista res ons e A ONU E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: UMA INTERPRETAÇÃO e ea DAS BASES TEÓRICAS DA ATUAÇÃO DO PNUD cria o do ndice de [...] esen o i ento u ano nterior ente O lançamento do Relatório de Desenvolvimento Humano, embora contando e e a ia tra a ado no com equipe numerosa, é considerado fruto de grande esforço e da liderança do anco undia e co o economista paquistanês Mahbub ul Haq. Diversos autores destacam seu papel de inistro de finan as no protagonista […] a uist o De acordo com Haq, o paradigma do desenvolvimento humano é um conceito holístico que visa cobrir todos os aspectos do desenvolvimento. […] Para Haq, são quatro componentes essenciais do paradigma do desenvolvimento humano: EQUIDADE: isto é, as pessoas devem ter acesso equitativo às oportunidades. No entanto, isto não garante a igualdade também em termos de resultados; SUSTENTABILIDADE: ou seja, a próxima geração merece contar com as mesmas oportunidades que as pessoas contam agora. Segundo o autor, esta dimensão é frequentemente confundida meramente com a renovação de recursos naturais (que é somente um de seus aspectos); 179

PRODUTIVIDADE: para o autor, uma parte essencial do paradigma é a produtividade, o que requer investimentos nas pessoas e um ambiente macroeconômico que permita a essas pessoas alcançarem seu potencial máximo. EMPODERAMENTO: isto é, as pessoas não deveriam ser beneficiárias passivas de políticas para o desenvolvimento humano. Na verdade, as pessoas deveriam ter um papel ativo e uma participação real no processo que vai determinar suas vidas. Haq afirma que partir do paradigma do desenvolvimento humano significa abordar todos os pontos dos modelos tradicionais de crescimento, mas do ponto de vista das pessoas. Assim, faz sentido falar em crescimento econômico, por exemplo, mas desde que se discuta se as pessoas participam e se beneficiam do crescimento. Na mesma linha, é fundamental perguntar se a expansão econômica leva a um “job-led growth” [crescimento baseado no emprego] ou a um “jobless growth” [crescimento sem emprego]. Da mesma forma, faz sentido falar de aumento no comércio internacional, mas com a preocupação de que as pessoas tenham acesso total às oportunidades geradas por esta expansão. Em outras palavras, ele afirma que as questões econômicas tradicionais não são ignoradas e continuam com o mesmo grau de importância que sempre tiveram, mas estas são analisadas do ponto de vista de como influenciam a vida das pessoas. No entanto, o autor destaca que as pessoas não são consideradas simplesmente como beneficiárias do crescimento econômico, mas sim como os verdadeiros agentes das mudanças na sociedade. Reprodução/Acervo da Editora Neste sentido, está claro que uma análise focada na renda per capita não consegue captar o MKaanhbduebaruql uHitaeqt.uJrúa,riepmrinLcaihpoarlen,oPaPqrêumistioãoA,ga desenvolvimento nos termos apresentados acima. em 1980. Isso porque este índice não consegue revelar como a renda é realmente distribuída entre as pessoas e por que estas valorizam muitos aspectos da vida que não são capturados pela renda per capita. Desta forma, a ideia é que haja um foco na dimensão humana do desenvolvimento, isto é, que as questões econômicas sejam debatidas e entendidas em termos de suas consequências para as pessoas. O Relatório de Desenvolvimento Humano de 1990 lembra que é bastante antiga a ideia de que as pessoas deveriam ser vistas não só como meios, mas também como fins de todas as atividades. Assim, esta questão já havia aparecido na obra de muitos autores, entre eles importantes economistas políticos [...]. Ainda segundo o relatório, essa abordagem “mais poderosa” foi aos poucos obscurecida pela preocupação excessiva no crescimento do [Produto Nacional Bruto] (PNB). Da mesma forma, o relatório indica a inexistência de ligação automática entre o crescimento na renda e o progresso humano. Assim, ele considera o crescimento econômico como 180

1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos argumentem se, para eles, as Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens questões econômicas, também entendidas como financeiras, devem ser examinadas isoladamente ou se devem ser analisadas considerando sua influência sobre a vida das pessoas, do ponto de vista do desenvolvimento humano. essencial para o desenvolvimento humano. Mas para explorar totalmente as oportunidades geradas para melhorar o bem-estar das pessoas, este crescimento deve ser “gerenciado” corretamente. [...] MACHADO, João Guilherme Rocha; PAMPLONA, João Batista. A ONU e o desenvolvimento econômico: uma interpretação das bases teóricas da atuação do PNUD. Economia e Sociedade, Campinas, v. 17, n. 1 (32), p. 64 e 65, abr. 2008. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ecos/v17n1/a03v17n1. pdf. Acesso em: 2 jan. 2020. Se achar oportuno, promova uma conversa em que Não os alunos possam expor suas impressões a respeito escreva do texto, relacionando-o com o que viram até o no seu momento sobre desenvolvimento humano e com nBarinZqouneadLoessteemdáereSaãodePalauzloe,rSePm, 2c0o1n2ju. nto habitacional, o que pensam sobre a influência do dinheiro no livro. bem-estar social. 2. Os alunos são convidados a, primeiramente, refletir sobre suas ações 1. O economista Haq afirma que as questões econômicas de um país, ou seja, o PIB e o PNB, devem ser analisadas do ponto de vista de como influenciam a vida das para, então, desenvolver competências relacionadas ao aprender a ser e a ter pessoas. Você concorda com ele? Anote suas ideias no seu portfólio. uma atitude propositiva diante das 2. O texto aponta que o desenvolvimento humano está fundamentado, entre outros oportunidades que surgem no dia a dia, na comunidade escolar, na família, no bairro etc. aspectos, na equidade de oportunidades. Reflita sobre o termo “oportunidades” e sobre as suas escolhas no dia a dia para responder às perguntas a seguir. Após uma 2a. Resposta pessoal. Espera-se que reflexão cuidadosa, anote as respostas no portfólio. os alunos reflitam sobre o que eles a) O que é oportunidade para você? Em geral, o que lhe ajuda a percebê-la: um consideram uma oportunidade. Eles podem considerar diferentes situações convite, uma notícia, uma conversa com alguém? como oportunidades, dependendo da b) Quando você reconhece uma oportunidade, como lida com ela? Qual é, em geral, a área. Se necessário, dê exemplos, como uma notícia de jornal que pode sua reação? Cite um exemplo. trazer uma informação que os leve a decidir a carreira futura. c) Se a sua reação fosse oposta à que você tem geralmente, o resultado seria 2b. Resposta pessoal. Espera-se que, diferente? Use o exemplo dado na atividade anterior para justificar sua resposta. com base em um exemplo, os alunos d) Você está satisfeito com as suas habilidades para lidar com as oportunidades que consigam reconhecer como, em geral, reagem diante de uma oportunidade. surgem? O que mudaria em si mesmo e por quê?Resposta pessoal. 2c. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que, dependendo 3. Converse com seus colegas e façam um levantamento das habilidades que seria da atitude que tomam diante de interessante vocês desenvolverem para aproveitar as oportunidades que surgem na uma oportunidade, o resultado pode vida. Anotem esse repertório no caderno coletivo. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos consigam ser diferente. Dizer “sim” a uma definir as habilidades mais importantes para todos, oportunidade é diferente de dizer em consenso. Pode ser, por exemplo, uma visão positiva diante de dificuldades, criatividade, autocontrole, entre outras. “não”. No primeiro caso, outras 4. Pensando em oportunidades que envolvam o uso de dinheiro, como a compra de um atitudes serão exigidas; no segundo produto ou a inscrição em um curso, quais são as suas emoções ao lidar com elas? caso, o evento é encerrado. Você tende a ter a mesma reação com oportunidades que não envolvem dinheiro? 4. Respostas pessoais. Uma vez Compartilhe suas respostas com os colegas e registre-as no portfólio. que os alunos já refletiram sobre 5. Relacionando a forma como você lida com oportunidades que envolvem dinheiro a maneira como lidam com as com a reflexão proposta pelo texto – de que desenvolvimento humano não se refere oportunidades que se apresentam, apenas a questões econômicas –, como você avaliaria seu desenvolvimento humano? chegou o momento de essa Sente-se responsável pelas escolhas na sua vida e, portanto, “empoderado(a)” para reflexão levar em conta decisões caminhar rumo a seu bem-estar social? Anote as respostas no portfólio. financeiras e o fato de isso modificar ou não a postura deles diante de oportunidades. Respostas pessoais. É importante que os alunos compreendam a ideia principal do texto, que trata dos quatro pilares do paradigma de desenvolvimento humano, 181 e a relacionem com sua realidade individual. Por meio desse paralelo, eles poderão ter mais clareza sobre o que influencia suas escolhas financeiras para então encaminhá-las de maneira consciente a fim de alcançar os objetivos de bem viver.

bate-papo Na seção seguinte, Realidade em prática, os alunos vão se mobilizar para realizar um projeto coletivo: a festa de formatura. Primeiramente, será necessário fazer um levantamento do que gostariam de vivenciar e da necessidade financeira para a sua realização. Dessa forma, debater sobre a realidade de muitos jovens atualmente pode ajudá-los a perceber a importância de controlar gastos e elaborar orçamentos para antecipar e planejar suas ações. Maturidade financeira O controle financeiro está intimamente ligado à realização pessoal, que, por sua vez, está relacionada com um bom planejamento para a realização de sonhos. Em boa parte dos casos, os sonhos custam um valor, e, sem um planejamento, podem acabar se tornando um pesadelo. Leia o trecho da reportagem a seguir, que conta sobre como alguns jovens lidam com seus ganhos. Explique aos alunos o que é tabu QUASE 40% DOS JOVENS JÁ TIVERAM OU TÊM O NOME SUJO (aquilo que é entendido como proibido) e garanta que eles Brasileiros no início da vida adulta sofrem com desemprego maior e falta de não se sintam constrangidos educação financeira [...] ao darem sua opinião ou a comentarem a realidade que No segundo ano da faculdade de Administração Pública, Samira Ferreira, de 21 anos, vivenciam em suas famílias. aprendeu de um jeito dolorido o que é déficit. Hoje, sua dívida pessoal soma R$ 50 Organize o bate-papo procurando mil, metade com o banco, outra parte com a instituição de ensino. [...] criar duas equipes que defendam pontos de vista antagônicos. A situação de Samira não é muito diferente de parte de seus amigos. Histórias Estipule tempo para a exposição que [...] ganham contornos por meio de um levantamento [...] feito pela Câmara dos grupos, a réplica e a tréplica. Nacional dos Dirigentes Lojistas [...] e pelo [...] SPC Serasa. As instituições mapearam Não se esqueça de instruí-los a a situação financeira dos brasileiros entre 18 e 24 anos, que dão os primeiros passos refutar os argumentos usados profissionais. sem fazer juízo de valor ou atacar as pessoas do outro grupo ou seu Atualmente, 4 entre 10 jovens estão ou já estiveram com o nome sujo. O principal representante. motivo é a necessidade de contribuir com as despesas domésticas, associado ao A falta de educação financeira descontrole com as finanças pessoais. tem sido um dos grandes responsáveis pelo desequilíbrio […] entre o que os jovens ganham e o que gastam. A maturidade Para Guilherme Prado, presidente do Bem Gasto, projeto de educação financeira financeira ocorre quando os nascido no Insper, [...] os jovens entram no mundo adulto sem referências [...] gastos forem menores do que os ganhos, além de priorizar a [...] realização de sonhos. Para ele, falar de dinheiro é um tabu dentro de casa. “Os pais não dizem quanto ganham nem para seus companheiros”, diz ele. ESTADÃO CONTEÚDO. Quase 40% dos jovens já tiveram ou têm o nome sujo. Exame, 6 maio 2019. Disponível em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,quase-40-dos-jovens-ja-tiveram-ou- tem-o-nome-sujo,70002817090. Acesso em: 9 jan. 2020. ORGANIZANDO A CONVERSA é um tabu dentro de casa. Você concorda com a 1. Segundo Guilherme Prado, falar de dinheiro opinião dele? 2. Por que os jovens não conseguem manter o equilíbrio entre o que ganham e o que gastam? Não escreva no seu livro. REGISTRO coletivo os principais pontos defendidos pelos grupos. • Registrem no caderno 182

Realeimdapdreática Esta seção procura viabilizar e concretizar o projeto da turma. Procure sempre auxiliar os alunos a reconhecerem dificuldades individuais e a incluí-las em suas ações. Projeto: A festa de formatura 1. É importante os alunos definirem, por exemplo, as atrações da festa (show musical ou outro tipo de apresentação artística, discursos, danças específicas – como valsa ou outra que exija ensaios –, homenagens e surpresas), a vestimenta (formal ou informal), os estilos musicais que serão tocados, o cardápio etc. Auxilie-os a fazer escolhas que abranjam todo o grupo, considerando realidades distintas. Pode ser que a turma prefira fazer uma viagem, o que também exigirá planejamento. A lunos do Ensino Médio em pouco tempo estarão formados, prontos para colocar em prática seus projetos de vida. Portanto, é importante fazer uma retrospectiva e pensar em como foram esses últimos anos e de que maneira gostariam de lembrar dessa fase. A festa de formatura pode ser o momento ideal para encerrar um ciclo e se preparar para os novos desafios da vida. Além disso, essa festa costuma ser um desejo de grande parte dos estudantes porque representa o início de grandes escolhas para a fase adulta. Mas, para realizar uma festa, é preciso estabelecer um plano de ação, com estratégias bem definidas e, principalmente, não criar dívidas! AÇão: Administrar o fundo da formatura Não escreva 1. Como vocês gostariam de comemorar a formatura? Conversem para definir que no seu formato melhor representa a turma de vocês e o que gostariam que acontecesse nesse evento. livro. 2. Organizem uma comissão de formatura para representar a turma em visitas a empresas e locais prestadores de serviços. Auxilie os alunos a definirem uma comissão de formatura por meio de votação. Verifique também a possibilidade de realizar a festa de formatura nas dependências da escola, em uma quadra, por exemplo; assim os custos serão menores. 3. Pesquisem os custos necessários para realizar o que decidiram. a) Com a lista dos itens necessários, organizem-se em João Prudente/Pulsar Imagens grupos para solicitar ao menos três orçamentos para cada um deles. Registrem os orçamentos em uma planilha ou aplicativo financeiro para poder compará-los e decidir de quanto precisam. Lembrem-se: imprevistos acontecem! b) Definam meios de conseguir esse montante. Algumas sugestões: organizar feiras para vender alimentos ou artesanato, fazer uma rifa, montar um bazar, customizar camisetas para vender, solicitar doações aos familiares e comerciantes locais, realizar um sarau e cobrar ingressos. Os familiares e a comunidade podem contribuir com serviços e produtos. c) Procurem formas de economizar, como pesquisar preços, Diversos produtos podem ser feitos adquirir produtos ou fazer reservas com antecedência para vender e arrecadar fundos para para conseguir valores mais baixos, negociar a forma de a festa de formatura. Na foto, Centro pagamento, calcular as quantidades necessárias de cada de artesanato de Pernambuco, item para evitar desperdício. Anotem todas as informações no Recife, 2012. na planilha ou aplicativo financeiro. 4. Reúnam-se semanalmente para monitorar e avaliar as ações e decidir os próximos passos. Registrem as decisões no caderno coletivo. 183

Reflexão Sonho e dinheiro Rede Globo/Reprodução N a organização da festa, você percebeu a importância de conhecer as necessidades individuais e coletivas para definir quanto dinheiro é necessário para a realização de um plano. Da mesma forma, compreendeu como é importante montar um projeto financeiro a fim de ter maior controle sobre sua vida e começar a fase adulta rumo ao seu projeto de vida. Conheça a seguir o caso de Matheus. FILHO DE PAIS ANALFABETOS, JOVEM JUNTA DINHEIRO DE BOLSA POR UM ANO PARA PUBLICAR LIVRO NO ACRE: ‘SONHO’ [...] É possível realizar sonhos Filho de pais analfabetos e desempregados e com o sonho de lançar seu or ani ando a vida nanceira. próprio livro, o jovem Matheus Gomes resolveu economizar o dinheiro Na foto, de 2019, Matheus da bolsa acadêmica por um ano e pagou pela publicação. O livro foi Gomes, de Cruzeiro do lançado na escola em que o rapaz estudou por 11 anos para os colegas e ex-professores. l cre e ra e livro blicado raça a a O sonho de escrever um livro surgiu quando o jovem tinha apenas 14 er i t ncia e econo ia. anos e participou de uma olimpíada de português. Matheus Gomes criou o gosto pela escrita e decidiu que ia ser escritor. [...] O caminho para chegar até o lançamento do livro não foi fácil. [...] “Eu investi o valor dessa bolsa que gastei nesse livro e, finalmente, consegui concluir e realizar meu grande sonho. Todos os recursos que eu usei foram meus, das bolsas que adquiri da universidade”, contou o escritor. ALBANO, Gledisson. Filho de pais analfabetos, jovem junta dinheiro de bolsa por um ano para publicar livro no Acre: ‘sonho’ . G1, 28 out. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/ac/cruzeiro- do-sul-regiao/noticia/2019/10/28/filho-de-pais-analfabetos-jovem-economiza-dinheiro-de-bolsa-por- um-ano-para-lancar-livro-no-acre.ghtml. Acesso em: 26 jan. 2020. O trecho da notícia a seguir traz mais um exemplo de que, com planejamento financeiro, é possível alcançar o seu projeto de vida. FAXINEIRA JUNTA DINHEIRO E COMPRA APARTAMENTO DE FRENTE PARA O MAR [...] O ritmo é forte. O serviço é pesado. Mas a aposentada Rita Graczyk sempre foi uma daquelas pessoas apaixonadas pelo trabalho. [...] 184

Rita costumava fazer 14 faxinas por semana. [...] Como ela conseguia fazer tanta coisa em tão pouco tempo? “Acelerando e trabalhando sempre em cima do relógio”, responde. [...] [...] [...] A duas quadras de uma das praias mais badaladas de Santa Catarina está o apartamento de 155 metros quadrados que Rita também limpa com gosto, mas por puro prazer: no local, ela faz o papel da dona de casa. [...] Para comprar a beleza de apartamento, Rita não pediu dinheiro em banco. [...] “Nós guardamos dinheiro, compramos três terrenos, esperamos os terrenos valorizar e depois vendemos e pagamos com mais um pouco de dinheiro que nós juntamos. Foi o que a gente fez”, explica. Na época, ela ainda deu um jeitinho de não vender o antigo apartamento. Viu nele uma boa fonte de renda. “Não se deve vender o que a gente tem. A gente tem que adquirir para comprar outro, não vender”, ensina. A lógica de Rita não parece lição de economia? Ela completou 60 anos e há dois meses decidiu parar de fazer faxina na casa dos outros. Mas só pôde se dar ao luxo porque a vida inteira controlou cada tostão. Ela nunca atrasou uma conta. [...] “Se você deixa hoje atrasar, amanhã tem duas. O condomínio é a mesma coisa. Você tem desconto de 20% pagando em dia. Você junta o ano todo, consegue pagar as duas últimas parcelas só com o desconto que teve durante o ano”, explica. A filha, a pedagoga Josiani Graczyk, aprendeu com o exemplo: “Não pode gastar mais do que tem. Isso não pode.” Rita só faz compras à vista. Teve paciência para juntar dinheiro e pagou todos os eletrodomésticos do apartamento novo de uma vez só. Faturou um desconto de R$ 1.050.“Dá para dizer que praticamente a máquina de lavar roupa veio de graça”, reflete. MEURER, Kíria. Faxineira junta dinheiro e compra apartamento de frente para o mar. Globo Repórter, 9 mar. 2012. Disponível em: http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2012/03/faxineira-junta- dinheiro-e-compra-apartamento-de-frente-para-o-mar.html. Acesso em: 26 jan. 2020. agora é com você! Não escreva no seu livro. 1. Faça o controle de suas despesas e receitas mensais, utilizando uma planilha, um aplicativo ou uma tabela simples. Você acha que os seus ganhos e gastos estão controlados ou você gasta mais do que pode? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam se estão gastando mais do que ganham e que encontrem, com base nas leituras propostas, soluções para que consigam priorizar seus sonhos dentro do padrão de vida que têm. 2. Pense em três sonhos que gostaria de realizar a curto, médio e longo prazo, como os mostrados nas 185 notícias. Anote-os em seu portfólio. Resposta pessoal. Os alunos precisam compreender que é importante fazer um planejamento financeiro tendo em vista seus objetivos a curto, médio e longo prazo. Os exemplos das notícias podem ser usados para que reflitam coletivamente a respeito das saídas encontradas por Matheus e Rita. Um sonho de curto prazo deve ser realizado em até um ano; de médio prazo, em até cinco anos; de longo prazo, acima de cinco anos.

Portfólio Os alunos farão um mapa mental a ser usado quando precisarem refletir sobre sua vida financeira e definir como realizar um desejo de consumo. Veja orientações no Manual do Professor. Plano de ação para o meu “eu financeiro” 1. Como você percebeu, a educação financeira está mais presente em nossa vida do que podíamos imaginar. Aprender a priorizar os sonhos, estabelecendo metas e objetivos reais, é um desafio diário. Viver um padrão de vida de acordo com o que se tem pode ser o grande diferencial para a fase adulta. Procure, após elaborar sua planilha de despesas mensais, atribuir uma porcentagem de gasto inferior aos seus ganhos. a) Na seção anterior, você anotou três sonhos a serem realizados a curto, médio e longo prazo. Agora, estabeleça uma meta financeira para alcançá-los, definindo a quantia de que você precisará para conquistar cada um deles. Reproduza o diagrama a seguir no seu portfólio, preenchendo-o com as ações necessárias para realizar esses sonhos. Inclua mais itens se for preciso, com base nas mudanças que você terá de fazer. • No quadro pequeno, de curto prazo, escreva um sonho que pretende realizar em até um ano e o seu plano para conquistá-lo. • No quadro médio, de médio prazo, escreva um sonho que pretende realizar em até cinco anos. • No quadro grande, de longo prazo, escreva um sonho que pretende realizar em mais de cinco anos. Ao final do ano letivo, CURTO PRAZO MÉDIO PRAZO LONGO PRAZO peça aos alunos que voltem ao diagrama e vejam se estão conseguindo seguir os passos estipulados, fazendo adaptações, se necessário. É interessante, inclusive, que repensem se os objetivos traçados a curto, médio e longo prazo ainda fazem sentido para eles. Não escreva no seu livro. b) Escreva um texto no portfólio elencando as mudanças que você terá de fazer para alcançar seus objetivos. 186

autoavaliação Na sua opinião, como foi o seu desempenho durante o estudo deste capítulo? Faça uma autoavaliação no portfólio, reproduzindo nele o quadro abaixo, e, em seguida, preencha-o conforme a sua percepção sobre o seu aprendizado. SIM EM PROCESSO AINDA NÃO Conheci a história da origem do dinheiro no Não mundo, refletindo sobre o seu significado escreva atualmente? no seu Compreendi que o desenvolvimento humano, assim como o IDH do país, pode livro. estar ligado à qualidade de vida e se relaciona com as oportunidades que temos ou tivemos e com as escolhas que fazemos? Tive maior consciência do meu “eu financeiro”, apropriando-me de novas ferramentas para atingir a maturidade financeira? Aprendi a trabalhar em equipe, dividindo tarefas para viabilizar a festa de formatura? Aprendi a organizar as minhas finanças? Refleti sobre a minha realidade financeira e o que influencia as minhas escolhas? Aprendi a traçar metas a curto, médio e longo prazo para realizar os meus sonhos? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. meu trajeto • Com a orientação do professor e, com base nos itens a seguir, construa a sua trajetória e planeje o seu Projeto de vida. MINHAS PERCEPÇÕES QUE ATITUDES MINHAS O QUE EU DESEJO PARA QUAIS ESTRATÉGIAS SOBRE EDUCAÇÃO MUDARAM DEPOIS O MEU FUTURO? QUAIS POSSO UTILIZAR? FINANCEIRA SÃO: DESSE APRENDIZADO? SÃO AS MINHAS 4 1 2 3 METAS? 187 Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor.

CAPÍTULO 12 Gabriel Jardim/Arquivo da Editora Projeto de vida objetivos conceViteojasoriimenptaoçrõtesanpatreasesptaaarbaeraturcaonno sMtarnuuçalãdoo • Retomar Professor. do Projeto de vida. • Conhecer áreas de atuação e profissões, ampliando • Emsútltaibpelalescoepr orretlauçniõdeasdeenstqreueoesxeisutpemrojaettuoaldmeenvitdea. as e a teoria do desenvolvimento humano de Urie justificativa Bronfenbrenner. • Valorizar o trajeto pessoal para a construção do usauaavraNmimeoonsesvmtnasluietrotseteeapcanesafmoedgmnelcedseosdooxaêtscos”õupnd.o,reícHoastldashiuaseaepalpvueosieoensod,erarsfsnrceápsoeivuntrrcttorivóomvoaasilpsavvmarmoêersrç,adbinneooõvmiéicdsasreomiooanascrs.sts,eêaaoNeasonpãpoasudhroouqplsotoodtiuoaémpsomeerdonrpteuocvsáuoonosontemsdsacmixcdsieosêapooía.,vetandeeooocpcelrsrtcrrdgnaodeesaeattnneeitnrovtdueirarsz“esreins,abmufa.dpnuliecEnrdeointronasioiadsrmtredorejscceoooacotsradbomdenrameteo, Projeto de vida, ampliando seu repertório por meio experiências de outras pessoas. das BNCC • Refletir sobre o seu autoconhecimento, entrando Competências Gerais da Educação Básica em contato com suas características pessoais ao 1. Conhecimento; 4. Comunicação; 6. Trabalho e Projeto vivenciar uma dinâmica em grupo. de vida; 7. Argumentação; 8. Autoconhecimento e • Relacionar autoconhecimento e Projeto de vida. autocuidado; 9. Empatia e cooperação • Planejar um Projeto de vida e escrevê-lo, determinando Competências e habilidades específicas as etapas necessárias. Linguagens e suas Tecnologias Competência 1 – EM13LGG104, EM13LP03, EM13LP12, materiais EM13LP25; Competência 2 – EM13LP20, EM13LP25; Competência 3 – EM13LGG301, EM13LGG303, EM13LGG305, Para registro EM13LP20, EM13LP25, EM13LP28; Competência 7 – • Caderno de registro coletivo EM13LGG704, EM13LP12, EM13LP28 • Portfólio individual Ciências Humanas e Sociais Aplicadas • Painel de trajeto individual Competência 4 – EM13CHS401, EM13CHS402, EM13CHS403, ltrlPoáaeuapabsirllsieaza;t/alqáçaeuptãsaciosd.a)d;rdtoceeivobpcnirdeoeasarxnq;dãcucoeoiasscna:oefvtmoairlshatuaciasnoltdl(eocerronipdmeaatpp;suge;tlieazsqduouoliufpri,tacsema;mnecaenatrtntaopeptphaaoa;rnraae, EM13CHS404 Materiais opcionais: AeCmcoen: sshstutoltpee:/ma/: db6aejssacennr.iaç2cã0ioo2n0da.alcsocmoummp.meteêcn.gcoiavs.bre/daa-sbahsaeb.ilidades pedaços de papel; cola bloco adesivo ou pequenos bastão 188

Fernando Vivas/Folhapress JF Diorio/AE A baiana Mary de Aguiar Silva (1925) é considerada a primeira juíza negra do O escritor Daniel Munduruku (1964), da etnia indígena Brasil. A magistrada aposentada atuou entre 1962 e 1995. Em Salvador, Munduruku, em evento literário em São Paulo, SP, em 2019. na Bahia, ela posa ao lado de seu retrato, na década de 1960. Foto de 2017. Márcio Fernandes de Oliveira/AE Aloisio Mauricio/Fotoarena O chef de cozinha sírio Eyad Abou Harb, refugiado no Brasil desde 2013, A jogadora transexual de vôlei Tifanny (1984), em uma disputa no ginásio mantém um restaurante no bairro do Pari, na cidade de São Paulo, SP, de esportes José Liberatti, em Osasco, São Paulo, em 2018. foto de 2015. • Para você, o que é ser realizado profissionalmente? Todos nós podemos nos realizar na profissão que escolhemos? • As imagens expressam o que você pensa? Explique. tareeurnaetcociooicsnsaoatanracsooreReesiuntsposesoeassetrsaesonapoaecosessdoreisaeteaiosg.ssaVroeeouejrafitoocsurioasceeniotooaonçnrõfioaeersasernoneeosMnaaaasdnseuaisdaaunrloadscaostoaPesnrenogtfetruotsaeosrorri.insisaedorsaudaei financeira e ue ainda contri ua ara a sua o eti o da ui ara a rente o nosso tra a o ue nossa autoesti a nosso ortante o esco ida sso uando o na rofiss acontece 321...rusoseVpQQVRafioeootuussseccpdseaeonêiêmelsontréasnsjaisváaaeaoposepiclcsehsseêoanooeenantuicssnaisd.ooojsoiudonuosdesentsarirhdaaaoraote?rbai?rmraaeenRiRpmleeesipososmesepopsrcsoropgtqostsanttoaunuaastssiroenredptsapet.eeraoneaasOsgmnssssoooptaoaairmsineiaisdeshdpt..rooaeAEaaaerpstarcoapcqtdoaineiioaveourtilaedgsen-sadesuadpraeleeoéarhsqdlomiuegesbgeomej?eeanaoptnasrairijvjlutfiaPuaapedoládocuaávonus-aeraoolxlodiscrlosqiuqciuaoocaiurttuoneouemãnemsaoro.iavonuuplNacsmuoeernlsascncoetetsaeêiaceovtaimonvirasriomdeçmcaafaaladeethieerttnrfeiaretrpaioeadromloznqefooaãeisuussnoiorsseemeébioruepnenaeécseaarmacolsgeiroiomnnosuaafeslsnamápurlrtocêhgoioroonucooucrimdoin?eteainarfaaqsdisnlauCn,ctuisraauotiropcsaedsremcetsdtodsaepoeiorttrríaaaasonseoltrhdiensceaoeaastsssnrtvdseoaaoipedeesssasespdssdueaooeseeapalbedsoissetjpose.esqineEeoudtcjseosiiaasaasvcasl.o.osnop?seaids?esroaams Não escreva no seu livro. que 189

POR DENTRO DO TEMA APsropjeeçtaos do vida de M esmo sem saber, iniciamos o trajeto pelo nosso Projeto de vida assim que nascemos. Ele se constrói a partir das nossas vivências e integra todos os ciclos do desenvolvimento humano. Por isso, está sempre sendo reformulado de acordo com as nossas demandas pessoais, sociais e culturais, que se modificam com o tempo. Unifesspa/Prefeitura de Marabá Cada uma das etapas que percorremos neste livro é uma das peças que reconhecemos como fundamentais para termos consciência do nosso Projeto de vida. Assim, a partir de agora, estamos aptos a fazer escolhas conscientemente. Chegou a hora de, finalmente, montarmos esse quebra-cabeça. Talvez você considere que, por ainda ser um aluno, com muito a aprender, não tenha condições de elaborar seu Projeto de vida neste momento. Vamos então refletir sobre o significado das palavras “aluno” e “estudante”. Alunos da rede municipal de educação ALUNO de Marabá, no Pará, são premiados na 1 aquele que foi criado e educado por alguém; aquele que 14a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP), em 2019. teve ou tem alguém por mestre ou preceptor; educando 2 indivíduo que recebe instrução ou educação em estabelecimento de ensino ou não; discípulo, estudante, escolar 3 pessoa de parco saber em determinada matéria, ciência ou arte e que precisa de orientação e ensino; aprendiz [...] Não ESTUDANTE escreva que ou o que frequenta regularmente curso (de ensino fundamental ou médio, no seu universitário etc.) em alguma instituição ou qualquer outro curso livre, no qual se pode adquirir alguma habilidade e/ou conhecimento [...] livro. INSTITUTO ANTONIO HOUAISS. Dicionário Houaiss eletrônico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. Não paginado. Ao compararmos ambas as definições, percebemos que a de “estudante” apresenta algo a mais, ou seja, a acepção de pessoa que adquire habilidade e/ou conhecimento. Podemos dizer, portanto, que o estudante tem um papel mais ativo na aquisição do saber e, desse modo, compreendemos que é mais responsável e comprometido com seu processo de aprendizagem. Um estudante é protagonista da sua história, um mestre de si mesmo! 190 1. Você se considera um aluno ou um estudante? Em que momentos? Explique no seu portfólio. Respostas pessoais. Deixe os alunos livres para registrarem a própria visão. Ao fazerem um retrato realista de si mesmos, estarão aptos a desenvolverem características que consideram importantes.

Graças às diversas ofertas e possibilidades de escolha, além do contexto de cada época, precisamos garantir que alguns aspectos de nossa personalidade estejam fortalecidos, com destaque para a flexibilidade, a adaptabilidade e a vontade de aprender sempre. Por isso, e por depender da escolha autônoma dos indivíduos, os Projetos de vida do nosso tempo precisam de estudantes. Antigamente, a incerteza quanto ao futuro estava relacionada a outros aspectos. Muitas vezes, o histórico familiar e o contexto social definiam os anseios dos jovens Respostas pessoais. É importante que os de forma muito mais efetiva que nos dias atuais. 2. As incertezas sempre vão existir, independentemente da época em que vivemos. Em alunos conversem entre si antes de registrarem dupla, conversem sobre as incertezas de vocês e como é lidar com elas. Em seguida, suas considerações no registrem as conclusões no portfólio. portfólio. Ao ouvirem os colegas, poderão compreender alguns sentimentos que talvez não conseguiram nomear. As incertezas são constantes e, apesar de estarem mais presentes no cotidiano dos jovens, surgem em todas as fases da vida. Não é incomum adultos estabelecidos mudarem de profissão ou de estilo de vida. É preciso lembrar que o caminho pessoal se conecta com um projeto coletivo. Não Vivemos em um mundo globalizado e somos seres interdependentes. Valores, escreva princípios e ética fazem parte do todo e do lugar onde estamos inseridos, e não no seu apenas das nossas visões pessoais. livro. Definir um Projeto de vida significa ter a capacidade de prefigurarmos o que pode acontecer na nossa vida daqui a alguns anos. Significa nos permitirmos sonhar a respeito do futuro. No entanto, para esse sonho se tornar um projeto, é necessário definir aonde queremos chegar e o que precisa ser feito para isso. Ao criarem a roda da vida, os alunos deverão voltar a atenção para si mesmos. Retome conceitos trabalhados anteriormente e dê exemplos de cada uma das áreas destacadas. Veja mais orientações no Manual do Professor. RODA DA VIDA 3. Para iniciar a reflexão sobre si mesmo e descobrir Saúde e Relacionamentos de onde você deve partir para traçar o seu Projeto, condição física e amigos desenhe a sua roda da vida – como a do modelo ao Lazer lado – no seu portfólio. Por meio dela, você vai refletir Romance e sobre você, seu relacionamento com o outro, seus Financeiro e relação íntima sentimentos e as questões materiais. Pinte, em cada dinheiro área da sua vida, o número de linhas correspondente à Família atual atenção que você dá a ela. • Reflita sobre cada uma das áreas e marque, com uma ro ional Emocional caneta de cor diferente da que você utilizou para pintá-las, onde gostaria de estar em cada uma delas. 4. Pensando sobre a questão da passagem do tempo, Intelectual Espiritual analise os itens a seguir. Fonte: adaptado do autor • Passado – história pessoal. estadunidense Paul J. Meyer. (1928-2009), pioneiro da indústria • Presente – ações necessárias para realizar seus sonhos. de desenvolvimento pessoal. 4 a. Respostas pessoais. Auxilie os alunos a descreverem as suas características • Futuro – antecipação aleatória do amanhã – abertura para o inédito. de maneira objetiva, como, por exemplo, a) Retome a sua autobiografia, reflita sobre o seu passado e anote, no portfólio, “assertivo”, “indeciso”, “confiante” etc. seus pontos fortes e fracos. Você pode pedir que façam as descrições separadamente; de um lado, as positivas e, de b) Você tem alguma ideia de como gostaria de estar no futuro? Se sim, escreva, de outro, as negativas, para retomá-las facilmente forma resumida, no portfólio. Voltaremos a essa anotação no momento em que quando for preciso. Esse levantamento é você for escolher sua profissão no seu Projeto de vida. Resposta pessoal. importante para definir as ações necessárias no presente. 3. Respostas pessoais. Talvez os alunos reconheçam que precisam se dedicar mais a alguma área, ou, ainda, que queiram reduzir a dedicação em uma delas para dar espaço a outras prioridades. Deixe que reflitam antes de concluírem a atividade. Não há certo ou errado, pois eles estão trabalhando com questões individuais. 191

PESQUISA Nesta seção, os alunos pesquisarão as diversas profissões da atualidade. O objetivo é ampliar e esclarecer as múltiplas oportunidades existentes nos dias de hoje. Note, entretanto, que são inúmeras as possibilidades e muitas ainda são desconhecidas, pois as profissões surgem e desaparecem de acordo com os avanços tecnológicos, as mudanças sociais e políticas, além de outros fatores. Não As profissões escreva Se possível, organize os alunos em nove trios ou quartetos para pesquisar cada uma das áreas de Ensino Superior. Caso a turma tenha no seu poucos alunos, distribua mais áreas por grupo. Ou, coletivamente, definam as áreas de acordo com os interesses deles. Permita que troquem ideias e impressões a fim de construírem o texto. É importante que destaquem jornada e locais de trabalho, livro. salário médio, etapas necessárias para estarem aptos a praticar a profissão (É preciso fazer um curso técnico ou um curso superior? É Exige que seja feito um estágio? Precisa estar inscrito em um conselho ou organização?). provável que alguém já tenha lhe perguntado: “O que você quer ser quando crescer?”. Em geral, nós temos uma ideia a respeito das profissões que as pessoas desempenham e conseguimos identificar tendências pessoais em relação às nossas habilidades, competências e expectativas diante da vida. No entanto, com a quantidade de possibilidades existentes, é impossível conhecer todas elas. Vamos explorar um pouco mais o tema. 1. Em grupo, escolham três profissões ou áreas de atuação para serem exploradas. Em um rascunho, escrevam um texto coletivo contando o que sabem e pensam Definam como sobre as profissões ou áreas escolhidas. será organizada a apresentação, a) Agora, levantem informações sobre as profissões Editora Abril/Acervo da editora de acordo com o selecionadas. Vocês podem acessar sites com listas de calendário escolar profissões ou cursos superiores. Duas sugestões são o Guia e as possibilidades do Estudante, disponível em: https://guiadoestudante.abril. oferecidas pela com.br/profissoes/, e o Guia da Carreira, disponível em: escola. Aproveite este momento para acolher www.guiadacarreira.com.br/profissao/guia-das-profissoes/ todas as opiniões, de forma que os alunos (acessos em: 20 dez. 2019). Anotem as informações se sintam ouvidos e encontradas, como: representados. Ao • descrição da profissão e das atividades desenvolvidas pelo organizarem uma apresentação para o profissional; público, espera-se • cursos disponíveis para o exercício da profissão; que eles aprendam a • se a profissão ou área tem empregabilidade e qual a faixa lidar com gestão de tempo e desenvolvam salarial; a comunicação e o • se há exigência de participação do profissional em algum trabalho em equipe. conselho ou organização; O i s e fiss es é Caso se decidam uma publicação anual que, além por qualquer outro • quais características pessoais auxiliam na realização da de trazer listas e referenciais modelo que exija profissão; de ro e e rad aç e reúne dicas de carreira, processo apresentação, instrua- • outras informações que julgarem interessantes. seletivo, indicadores de qualidade -os a ensaiar com de cursos e universidade, antecedência. b) Com as informações em mãos, todos os grupos vão decidir como a pesquisa será apresentada. Pensem sobre os seguintes entre o tra in or aç e Durante a roda tópicos: será uma apresentação, uma exposição, uma feira de em linguagem acessível para de conversa, os profissões? Se for apresentação, definam quem será convidado o e t dante da eta a nal do alunos devem se a assistir (alunos de outras turmas, por exemplo), local e data Ensino Médio. etc. Se for exposição, definam se serão utilizados cartazes, entender como parte folhetos etc. E se escolherem uma feira, também será necessário pensar em de um grupo, e as críticas precisam data e local, entre outros itens. ser construtivas e c) Após a apresentação, organizem uma roda de conversa para avaliarem direcionadas a todos, de forma a evitar os processos de pesquisa e de apresentação dos resultados. juízos pessoais. 2. Você já realizou um teste vocacional? Leia a reportagem disponível em: https:// exame.abril.com.br/carreira/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-teste-vocacional- que-ninguem-conta/. Acesso em: 22 dez. 2019. Tudo o que você precisa saber sobre o teste vocacional (que ninguém conta). Ela fala em como aproveitar um teste 192 vocacional no planejamento de uma carreira. Se possível, convide um profissional da área escolhida, um estudante universitário ou mesmo um psicólogo, para falar sobre orientação de carreira. Assista à entrevista realizada pelo Canal Futura. Disponível em: http://abopbrasil.org.br/entrevista-ao-canal-futura- como-escolher-a-minha-profissao/. Acesso em: 19 jan. 2020.

Outros Antony Matheus Linsen/Fairfax olhares Nesta seção, apresentamos a teoria de Urie Bronfenbrenner para ampliar o olhar dos alunos sobre desenvolvimentoMedia/GettyImages humano e mostrar como nossas escolhas dependem dos sistemas que nos cercam e de que maneira nos influenciam. Dessa forma, é possível entender o projeto de vida como parte da sociedade com vistas ao desenvolvimento e à realização pessoal. Veja mais orientações no Manual do Professor. Os sistemas ecológicos No decorrer do processo de definição do seu projeto de vida, O psicólogo russo Urie você foi convidado a pensar sobre si e sobre o entorno em Bronfenbrenner em uma palestra que está inserido. Suas escolhas, provavelmente, baseiam-se nas suas em Sydney, na Austrália, 1979. experiências de vida. Urie Bronfenbrenner foi um dos estudiosos que defenderam a inter-relação entre o ambiente e o desenvolvimento humano. Ele denominou esse ambiente de contexto e o dividiu em microssistema, mesossistema, exossistema, macrossistema e cronossistema. A essa relação ele atribuiu o nome de ecológico, que, em sua definição, é justamente o estudo da conexão do ser com o meio. Vamos conhecer um pouco mais essa teoria. Bronfenbrenner define o desenvolvimento humano como o conjunto Urie Bronfenbrenner: de processos em que as particularidades do indivíduo e do ambiente sic ogo interagem para produzir constância ou mudança no curso da vida. Quanto mais diversos forem os ambientes dos quais o indivíduo participa, mais ele russo natura i ado nos vai se desenvolver, pois suas experiências serão ampliadas. É na diversidade stados nidos ue que o ser humano se desenvolve de forma mais saudável. Nas palavras de se tornou con ecido Bronfenbrenner: pela teoria dos sistemas eco gicos es uisa de [...] A ecologia do Desenvolvimento Humano é o estudo científico da Bronfenbrenner mostrou-se progressiva acomodação mútua, durante todo o ciclo da vida, entre um fundamental para mudar a ser humano ativo em crescimento e as propriedades em mudança nos ers ecti a da sico ogia do contextos imediatos os quais a pessoa em desenvolvimento vive. Nesse desen o i ento ua teoria processo ela é afetada pelas relações entre esse contexto imediato e os ro e u a is o eco gica distantes, estando todos esses encaixados. de desen o i ento da conduta u ana ue nos permite compreender a in u ncia dos di ersos a ientes de a rendi age BRONFENBRENNER, Urie. Bioecologia do desenvolvimento humano: tornando os seres humanos mais humanos. Tradução técnica: André de Carvalho-Barreto. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 138. OS 4 NÍVEIS DINÂMICOS PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO pessoa processo contexto tempo Fonte: BRONFENBRENNER, Urie. Esquema elaborado pelos autores para fins didáticos. 193

A pessoa compreende as características individuais dos sujeitos, como temperamento, motivações, crenças, valores e expectativas. Bronfenbrenner também considera as características biológicas: [...] Descrever a ecologia do desenvolvimento humano como Psicologia Social, Sociologia ou Antropologia do desenvolvimento humano é ignorar o papel crucial desempenhado pelos fatores biológicos, tais como as características físicas e, em especial, o impacto das propensões genéticas no crescimento psicológico. [...] BRONFENBRENNER, Urie. Bioecologia do desenvolvimento humano: tornando os seres humanos mais humanos. Tradução técnica: André de Carvalho-Barreto. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 93. Essas características têm forte influência na relação da pessoa com o seu contexto, assim como o contexto tem impactos significativos sobre ela, produzindo estabilidade ou mudança. O processo é a maneira como o sujeito interage com o ambiente, assim como as ações que acontecem ao longo do tempo e que compreendem os mecanismos de desenvolvimento do ser humano, por exemplo: o que a pessoa lê, do que ela brinca, como interage ou resolve problemas etc. O contexto corresponde aos diversos ambientes nos quais o sujeito está inserido. Veja, a seguir, cada um dos níveis que o compõem. O tempo refere-se a diferentes épocas, mudanças e eventos que determinam uma cultura específica e têm influência sobre o desenvolvimento do indivíduo e das pessoas em geral. [...] o desenvolvimento é definido como o fenômeno de continuidade e de mudança das características biopsicológicas dos seres humanos como indivíduos e grupos. Esse fenômeno se estende ao longo do ciclo de vida humano por meio das sucessivas gerações e ao longo do tempo histórico, tanto passado quanto presente. BRONFENBRENNER, Urie. Bioecologia do desenvolvimento humano: tornando os seres humanos mais humanos. Tradução técnica: André de Carvalho-Barreto. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 43. MODELO BIOECOLÓGICO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO macrossistema exossistema mesossistema Fonte: BRONFENBRENNER, microssistema Urie. Esquema elaborado pelos autores para fins didáticos. 194

O microssistema refere-se ao ambiente Claudio Tozzi/Galeria Carbono, São Paulo em que existem as relações pessoais diretas mais próximas, como família e amigos íntimos, ou seja, é definido como o ambiente no qual o indivíduo estabelece relações significativas. O mesossistema agrega os microssistemas em uma inter-relação entre os ambientes dos quais o indivíduo participa, e também considera as influências mútuas. Assim, quando uma criança frequenta um novo ambiente, seu mesossistema se amplia. O exossistema é um ambiente que não sdo7Moees2umssccleitoomsnidstnveã×iomniodlf1vale(ui01smre1a9qenr6cunc8meita-oo2dc×0opot0n4eso8tsdpcr)sim,aoobdrau.elaueC, mmCoplloaeapeduçmaeãdrumooaiolatopoiTdsaonãraoztofizsice.risu.moclSaoaerr.riqguraeefia, envolve o indivíduo em desenvolvimento como participante ativo, mas o influencia e é influenciado por ele. Seriam as influências sofridas na educação e no modo de vida do indivíduo e que acabam modificando as experiências da sua família. O macrossistema engloba todos os outros ambientes, formando uma rede de interconexões que se diferenciam de acordo com a estrutura político-cultural e as subculturas étnicas ou de descendência, as quais apresentam influências de outro contexto social, como crenças, valores, estilos, opções de vida e padrões de troca social. Aparentemente, toda essa estrutura nos influencia e molda a maneira como vivemos e enxergamos o mundo. Será que é possível modificar os ambientes em que estamos inseridos, de modo a promover positivamente o nosso próprio desenvolvimento? Não escreva Inicialmente propomos uma reflexão individual para, então, os alunos trocarem ideias entre si. Organize as atividades no seu de forma que eles tenham tempo para refletir calmamente sobre as questões propostas. livro. 1. Reflita sobre as questões a seguir e responda-as no seu portfólio. Respostas pessoais. a) Considerando suas principais características, como é sua relação com seus Espera-se que os alunos familiares? Eles contribuem com seu desenvolvimento e vice-versa? Explique. possam, partindo b) E como é sua interação na sala de aula? Qual é sua contribuição para o do individual para o desenvolvimento da turma e como seus colegas provocam mudanças em coletivo, refletir sobre você? como as inter-relações c) Como você percebe as mudanças em si mesmo, em termos de desenvolvimento acontecem nos diversos humano? Cite um exemplo. níveis, como proposto d) Ao longo da sua vida, desde a infância até o momento atual, quais foram os por Bronfenbrenner, eventos que promoveram mudanças em você? mas considerando a e) Qual foi a influência dos ambientes e contextos aos quais você teve acesso sua realidade. Dessa no seu desenvolvimento? Você também provocou mudanças neles? Como? maneira, eles terão a chance de exemplificar cada um dos sistemas e as influências reais que exercem em sua vida. 2. Em grupos, discutam e respondam no caderno coletivo: vocês concordam com 195 a teoria dos sistemas ecológicos? Ela se aplica à vida de vocês de maneira prática? Respostas pessoais. Espera-se que os grupos concluam que as influências no desenvolvimento humano ocorrem da maneira citada pela teoria dos sistemas ecológicos de Bronfenbrenner. Entretanto, se algum grupo concluir que a teoria é falha, permita aos alunos que defendam seu ponto de vista e, se for o caso, abra um debate entre eles. Não é necessário que os alunos aceitem as teorias com que entram em contato, mas devem conseguir argumentar por que as refutam, desenvolvendo, desse modo, o senso crítico.

bate-papo Nesta seção, os alunos farão uma enquete com alguns adultos para ampliar o olhar sobre os caminhos feitos por outras pessoas, a fim de valorizar o trajeto que estão traçando na construção do seu Projeto de vida, que demandará compromisso e esforço. Frustração na vida profissional V ocê já parou para pensar em como as pessoas se sentem realizadas ou não executando uma profissão ou atividade? Nesta seção, por meio de coleta de dados, você terá a possibilidade de fazer uma enquete para saber o que as pessoas ao seu redor sentem em relação às respectivas profissões e traçar um caminho para si próprio. Leia o trecho da notícia a seguir. INSATISFAÇÃO COM O TRABALHO: O PROBLEMA É VOCÊ OU A EMPRESA? Quando surge insatisfação no trabalho, é comum culpar a empresa pelo problema. Porém, nem sempre as causas do descontentamento são externas. Em alguns casos, a fonte do desânimo ou das reclamações constantes pode estar na maneira como o profissional se relaciona com o trabalho ou com a própria vida. Na opinião da psicóloga Ana Claudia Vasquez, professora da UFCSPA [...], o contentamento no emprego acaba se confundindo com a satisfação na vida. Isso porque, atualmente, o trabalho ocupa um papel central no dia a dia e praticamente se torna parte da identidade do indivíduo. Ela explica que nem sempre a insatisfação está relacionada com as atividades realizadas, a profissão escolhida ou o ambiente da empresa. “Às vezes, o trabalho é 1. Respostas pessoais. apenas uma válvula de escape, porque a pessoa está insatisfeita de modo geral”, diz Espera-se que os alunos consigam argumentar a psicóloga. sobre a importância do O melhor caminho para descobrir se o problema vem de uma desordem interna autoconhecimento para a realização profissional. ou realmente da insatisfação com a empresa consiste no autoconhecimento. Para Mesmo que eles não estejam familiarizados com a vida no Irene Azevedo, professora do MBA em Liderança da BBS Business [...], fazer uma trabalho, é possível fazer um autoavaliação, com algumas perguntas fundamentais, ajuda a descobrir. paralelo com outras áreas para perceber que, quanto D’ELBOUX, Yannik. Insatisfação com o trabalho: o problema é você ou a empresa?. Universa, 19 jan. mais nos conhecemos, mais 2015. Disponível em: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2015/01/19/insatisfacao- profundidade temos nas com-o-trabalho-o-problema-e-voce-ou-a-empresa.htm. Acesso em: 3 fev. 2020. nossas ações. O1. RUpmeGstsAroeaNcheIosZtdáAainnNsoaDttíciOsiafeaiAtfairmdCeaOmquoNedVo“àgEseRvraeSzl”e. AsV,oocêtrcaobnaclhoordéaacpoemnaesssuamaafvirámlvauçlaãod?e escape, porque a Por quê? 2. CpReoospndovestemarpseasesjmouadl.sáAol-émlbordseasaaposssseidbriilivdmeadraessisatrasfzeidflaioszrpeemsloasesdarddeoseadlaeizesnacqduoeotlehs,epprerrmuoimtafiaasosspairoluonnfoasislqmsueeãenoxpt.oeVn?hoacmêossseaucs rpreódpriiotsacmonhqecuimeenetossspaarsa esfsoaremscoalhsa. REGISTRO Não escreva • Registrem no caderno coletivo as conclusões a que chegaram. no seu livro. 196

Realeimdapdreática Nesta seção, os alunos serão convidados a entrar em contato com suas características pessoais para elaborarem o próprio projeto de vida com base nas reflexões feitas na seção Bate-papo. Ao participarem de uma dinâmica de grupo para uma vaga de emprego, por exemplo, eles terão a oportunidade de desenvolver a comunicação, a civilidade e, até mesmo, a assertividade. Projeto: Autoconhecimento “Conhece-te a ti mesmo”: “ C onhece-te a ti mesmo” é um aforismo ou máxima gregaSonko Drimko/Shutterstock frase normalmente atribuída bastante conhecido na área da Filosofia, que revela a ao sábio grego Tales de importância do autoconhecimento. Mileto, embora existam teorias ue afir a ue a Essa frase indica que o primeiro passo para o verdadeiro frase foi dita por Sócrates, conhecimento é conhecermos a nós mesmos. A partir daí é possível Heráclito ou, ainda, conhecermos o mundo à Pitágoras. Está inscrita nossa volta. na entrada do templo de Delfos, na Grécia, que A busca pelo conhecimento foi construído em honra a Apolo, o deus Sol da mitologia grega. e autoconhecimento é um processo em que a cada dia podemos aprender mais. O autoconhecimento muda a forma como o indivíduo interage com o mundo e com os demais, abrindo possibilidades de aprender Não coisas novas. Incentive os alunos a imaginarem escreva situações concretas. Você no seu Conhecer a si mesmo é fundamental para também pode fazer algumas o crescimento pessoal. livro. perguntas para auxiliá-los, como: “Quem são vocês?”; AÇão: Dinâmica de grupo “O que gostam de fazer?”; “O que aprenderam sobre si mesmo?”; “O que precisam 1. Como temos visto, para se preparar para o mundo do trabalho, é importante melhorar?”; “Que valores estão presentes no seu dia a identificar as próprias aspirações e aptidões, algo que já tem sido trabalhado ao dia?” etc. Peça aos alunos que longo de todo o Ensino Médio. Inclusive, este é o momento de resgatar a carta retomem as anotações que do tempo que vocês escreveram ao estudar o Capítulo 2. Lembrem-se de que, fizeram nos seus portfólios sobre nessa carta, vocês refletiram sobre importantes aspectos, como: Que fatores autoconhecimento para vocês levam em consideração para serem felizes?, Que coisas importantes vocês auxiliá-los nesta atividade. desejam conquistar na sua vida pessoal? Vocês se permitem mudar de ideia? • O momento de abrir as cartas será muito especial, e elas serão um suporte A dinâmica pode ou não para vocês realizarem a ação a seguir: uma dinâmica de grupo para um escolher um candidato; o processo seletivo. importante é preparar os alunos para apresentar suas aptidões, a) Com a ajuda do professor, reúnam-se em um círculo. Em uma folha de qualidades e habilidades e até papel, façam uma tabela com três colunas – aspirações/aptidões/objetivo perceber seus defeitos em uma profissional –, a serem preenchidas individualmente. situação de desafio. Reforce o cuidado que eles devem ter com b) O professor será o mediador da dinâmica. A partir das informações que a comunicação, a assertividade colocaram na tabela e conforme as orientações e perguntas do mediador, e a postura. Ao final, converse cada um deve apresentar a si mesmo de forma a convencer o mediador com eles e avaliem a atividade de que está apto para exercer o trabalho. de forma coletiva, identificando as dificuldades que tiveram. c) Registrem a experiência no caderno coletivo da turma. Peça que registrem um balanço geral sobre a atividade no caderno coletivo. 197

Reflexão Ao final desta seção, os alunos serão convidados a escrever o seu Projeto de vida. Eles devem construí-lo por etapas, considerando as suas escolhas profissionais. Lembre-os de que clareza e foco são importantes, assim como considerar as opções possíveis e ser realistas. Oe aaeustococolhnahpercoimfisesnitoonal N o bate-papo e na ação realizados anteriormente, tivemos a oportunidade de refletir sobre o modo como enfrentamos a insatisfação no mundo do trabalho e sobre a importância do autoconhecimento para a realização pessoal. Agora, leia a reportagem a seguir sobre a busca pela felicidade e a realização pessoal. A BUSCA DA FELICIDADE Pesquisas desvendam os mecanismos do prazer e da felicidade. Como esse novo conhecimento pode melhorar sua vida? [...] Vivemos uma época em que ser feliz é uma obrigação – as pessoas tristes são indesejadas, vistas como fracassadas completas. [...] Muitos de nós estão fazendo força demais para demonstrar felicidade aos outros – e sofrendo por dentro por causa disso. Felicidade está virando um peso: uma fonte terrível de ansiedade. [...] Um dos motivos pelos quais a felicidade é tão difícil de alcançar é que nem sabemos bem o que ela é. Daí a importância das pesquisas do psicólogo americano Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia. Seligman concluiu que felicidade é na verdade a soma de três coisas diferentes: prazer, engajamento e significado. Prazer você sabe o que é. Trata-se daquela sensação que costuma tomar nossos corpos quando dançamos uma música boa, ouvimos uma piada engraçada, conversamos com um bom amigo [...]. Já engajamento é a profundidade de envolvimento entre a pessoa e sua vida. Um sujeito engajado é aquele que está absorvido pelo que faz, que participa ativamente da vida. E, finalmente, significado é a sensação de que nossa vida faz parte de algo maior. [...] “Córtex cerebral: camada mais Mihaly Csikszentmihalyi [...], pesquisador da Universidade de Chicago, nos externa do cérebro, com diversos Estados Unidos, estuda um fenômeno cerebral chamado “fluxo”, que ocorre sulcos. Corresponde a cerca de quando o engajamento numa atividade torna-se tão intenso que dá aquela dois terços do volume cerebral e é sensação boa de estar completamente absorto, a ponto de esquecer do mundo dividido nos hemisférios esquerdo e perder a noção do tempo. Ou seja, é um estado de alegria quase perfeita. e direito, que acomodam a maior Esse fenômeno acontece com monges em estado de meditação, mas também em situações muito mais comuns, como ao tocar um instrumento, andar de arte da su st ncia cin enta bicicleta ou até mesmo ao consertar a estante da casa. Um outro pesquisador, O córtex cerebral é separado em o americano Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin, observou em lobos, e cada um deles desempenha laboratório que as pessoas em estado de fluxo ativam uma região do cérebro funções diferentes, entre elas a percepção, o pensamento, a linguagem, a ação e outros rocessos cogniti os su eriores como a tomada de decisões.” CÉREBRO: 50 conceitos e chamada córtex pré-frontal esquerdo, o que pode ter uma série de efeitos no ideias fundamentais explicadas de forma clara e rápida. organismo, inclusive um melhor funcionamento do sistema imunológico. Ao Tradução de Tácia Soares. São longo de um estudo realizado na Holanda, pessoas que entraram em fluxo Paulo: Publifolha, 2018. tiveram seu risco de morte reduzido em 50%, por reagirem melhor a doenças. 198

ANATOMIA DO CÉREBRO HUMANO Córtex pré-frontal esquerdo Hemisfério esquerdo Hemisfério direito Lobo frontal Foto: SciePro/Shutterstock; ilustração: Lobo parietal Beatrice Jacob/Arquivo da Editora. Lobo occipital Lobo temporal Fonte: LENT, Roberto. Cem bilhões de Cerebelo neurônios? Conceitos fundamentais da Tronco encefálico neurociência. São Paulo: Atheneu, 2010. E como se entra no tal fluxo? Csikszentmihalyi afirma que o segredo é buscar Não atividades nas quais se possa usar todo o seu talento. Tem de ser um desafio não escreva muito fácil a ponto de ser entediante, nem tão difícil que se torne frustrante. no seu Procurar experiências desse tipo é recompensador e traz níveis bem altos de felicidade. Claro que infelizmente nem todo mundo tem a sorte de encontrar livro. desafios assim no trabalho. Nesse caso, um hobby pode ajudar na busca por engajamento e por momentos de fluxo – pode tanto ser uma atividade manual ou intelectual quanto um esporte. AXT, Barbara. A busca da felicidade. Superinteressante. São Paulo: Abril, 27 mar. 2017. Disponível em: https://super.abril.com.br/cultura/a-busca-da-felicidade/. Acesso em: 28 dez. 2019. agora é com você! 1. Para realizar qualquer coisa, é preciso idealizá-la, desejá-la e, então, planejá-la. Se não houvesse limitações nas suas opções de vida, qual seria seu sonho? Como você se imaginaria daqui a cinco ou dez anos? Compartilhe com os colegas e anote no portfólio. Respostas pessoais. É importante respeitar a verbalização dos desejos mais íntimos dos alunos. Neste momento, não é necessário que eles se prendam à condição financeira ou carreira, mas que se imaginem em um futuro “possível”, sem empecilhos para alcançar o que almejam. 2. Com base nas reflexões que você fez sobre quem é e o que quer ser, além de considerar seus valores, competências e habilidades, vamos falar do futuro de forma mais realista. a) Que área você pretende seguir profissionalmente? No portfólio, anote como chegou a essa decisão e relacione a profissão ou a área desejada com o seu sonho e o seu projeto de vida. Resposta pessoal. Espera-se que, neste momento, os alunos já consigam visualizar a área em que teriam mais sucesso, mas deixe-os à vontade para exporem as suas dúvidas. Eles podem fazer a relação falando dos ganhos financeiros, do equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, do impacto da profissão na comunidade e no mundo etc. b) Troque as anotações com um colega e auxilie-o a definir as etapas necessárias para seguir a profissão que ele escolheu e imagine que cada etapa é um degrau com prazo definido. Em uma cartolina, desenhe os degraus e determine as datas e as ações necessárias. Se achar adequado, inclua ações concomitantes para que o colega realize o projeto de vida dele. Instrua os alunos a complementar os cartazes com imagens do que esperam para si na realização profissional. Incentive-os a pensar em datas como “em janeiro de 2024” em vez de “daqui a dois anos”, por exemplo. Retome as apresentações sobre as diversas profissões a fim de que eles considerem todas as etapas. c) Com os colegas, organizem uma exposição dos trabalhos em sala de aula montando um mapa das escolhas profissionais da turma. Formem grupos por área ou profissão, a fim de conversarem sobre esse processo e como podem se ajudar mutuamente neste caminho. 199 Incentive os alunos a formarem um grupo em uma rede social para trocar informações e compartilhar as vitórias e as dificuldades. Além de aprenderem a lidar com críticas, aperfeiçoarão habilidades de comunicação.

Portfólio Oriente os alunos a escreverem o seu projeto de vida. A cada etapa concluída, permita que compartilhem a experiência em uma roda de conversa para que tirem dúvidas e alinhem as ideias. Ao longo deste livro, eles tiveram a oportunidade de refletir sobre cada um dos itens abordados, além de se desenvolverem e melhorarem habilidades. Utilize essas conversas também como uma autoavaliação. OPrmoejeuto de vida Não escreva no seu livro. • Chegou o momento de reunir tudo o que viu, estudou e vivenciou até aqui para elaborar o roteiro do seu Projeto de vida. Siga as etapas. Esclareça aos alunos que o prazo pode a) Reúna todo o material que você elaborou: a criação da sua roda da vida, o ser curto, como bimestral, ou médio, levantamento das profissões, a aplicação prática do sistema de ecologia na como anual. Isso vai depender do sua vida, dinâmica de grupo e o mapa das escolhas profissionais da turma. projeto de vida de cada um e de quanto tempo, em média, levará para concluir b) Defina o seu plano de ação, incorporando datas e habilidades a serem cada uma das etapas. Defina com eles desenvolvidas ou melhoradas. algumas perguntas que podem fazer a si mesmos para esse monitoramento, c) Estabeleça um prazo para o monitoramento e a avaliação do seu trajeto. por exemplo: “Como me sinto no Utilize o cronograma a seguir para auxiliá-lo nesse processo. decorrer desse processo?”; “O que me incomoda e como posso melhorar nessa PROJETO DE VIDA questão?”; “As áreas da minha vida pelas quais prezo estão sendo atendidas como eu gostaria?” etc. 1 IDENTIDADE E 2 INTENCIONALIDADE E 3 SONHOS E METAS AUTOCONHECIMENTO DETERMINAÇÃO QUAIS SÃO OS MEUS ONDE E COMO ESTOU? OBJETIVOS? POR QUE FAZER UM PROJETO DE VIDA? 6 RECURSOS E OUTROS 5 ESTRATÉGIAS 4 REDES DE APOIO SUPORTES COMO VOU REALIZÁ-LO? QUE COM QUEM POSSO COM QUE MEIOS? AÇÕES POSSO COLOCAR EM CONTAR? PRÁTICA PARA AVANÇAR NO MEU DESENVOLVIMENTO E ATINGIR AS MINHAS METAS? 7PRAZOS 8 AVALIAÇÃO QUANDO FAREI CADA ESTOU NO CAMINHO CERTO? UMA DAS AÇÕES? O QUE MUDARIA? d) Elabore o seu Projeto de vida da forma que faça mais sentido para você: uma ilustração, um cartaz, um aplicativo de gestão de tarefas, um vídeo etc. É necessário que o seu roteiro seja significativo e claro, auxiliando-o a alcançar o que deseja. Veja orientações no Manual do Professor. 200

autoavaliação Na sua opinião, como foi o seu desempenho durante o estudo deste capítulo? Faça uma autoavaliação no portfólio, reproduzindo nele o quadro abaixo, e, em seguida, preencha-o conforme a sua percepção sobre o seu aprendizado. Retomei conceitos importantes para a SIM EM PROCESSO AINDA NÃO construção do Projeto de vida? Conheci as áreas de atuação e as profissões, Não ampliando meu olhar e meu repertório para escreva as múltiplas oportunidades existentes? no seu Conheci a teoria de desenvolvimento humano de Urie Bronfenbrenner e a relacionei à livro. construção do Projeto de vida? Valorizei o meu trajeto pessoal para a Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. construção do Projeto de vida? Refleti sobre meu autoconhecimento entrando em contato com minhas características pessoais ao vivenciar uma dinâmica de grupo? Relacionei meu autoconhecimento com meu Projeto de vida? Elaborei meu Projeto de vida seguindo as etapas necessárias para sua realização? meu trajeto • Com a orientação do professor e com base nos itens a seguir, construa a sua trajetória e planeje o seu Projeto de vida. MINHAS PERCEPÇÕES QUE ATITUDES MINHAS O QUE EU DESEJO PARA QUAIS ESTRATÉGIAS SOBRE PROJETO MUDARAM DEPOIS O MEU FUTURO? QUAIS POSSO UTILIZAR? DE VIDA SÃO: DESSE APRENDIZADO? SÃO AS MINHAS 4 1 2 3 METAS? 201 Respostas pessoais. Veja mais orientações no Manual do Professor.

PARA EXPLORAR UNIDADE 1 - IDENTIDADE Capítulo 1 – Comunidades de aprendizagem ANNE with an E. Criação: Moira Walley-Beckett. Chris Reardon/Net ix/Courtesy Canadá: Netflix, 2017. Série. Everett Collection/Fotoarena Essa série, baseada no livro Anne de Green Gables, da escritora canadense Lucy Maud Montgomery, aborda diversas questões, como a desconstrução do sistema familiar tradicional, quando uma garota órfã é adotada por engano. SOCIEDADE dos poetas mortos. Direção: Peter Weir. EUA, Cena de Anne with an E. 1989 (128 min). Longa-metragem. Ao descobrirem que o professor faz parte de um clube que se reúne para ler poesia, os alunos de uma tradicional escola repetem a iniciativa e criam um clube de leitura. ZUSAK, Markus. A menina que roubava livros. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2005. Em busca de conhecimento e de companhia, uma garota, vivendo em plena Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, rouba diversos livros. A história é narrada pela Morte, que se afeiçoa pela menina e passa a acompanhar sua jornada. Capítulo 2 – Autoconhecimento Merrick Morton/Columbia Pictures/ Courtesy EverettCollection/Fotoarena A REDE social. Direção: David Fincher. EUA, 2010 (120 min). Longa-metragem. O filme narra a trajetória do jovem estudante Mark Zuckerberg durante a construção do que viria a ser uma das maiores redes sociais do mundo. Com uma visão de empreendedorismo aguçada, ele funda um império tecnológico ao mesmo tempo que precisa lidar com questões pessoais. Cena de A rede social. BODANSZKY, Lais. As melhores coisas do mundo. São Paulo. Imprensa Oficial, 2011. Ambientado dentro de uma escola, a história mostra o dia a dia de um adolescente que está enfrentando o divórcio dos pais. CHBOSKY, Stephen. As vantagens de ser invisível. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. Elo Company/Acervo da distribuidora O livro é um romance epistolar, em que Charlie compartilha seu mundo com os leitores. A narrativa discute o ambiente escolar e a busca pelo amadurecimento na convivência com outras pessoas, culturas e ideias. Capítulo 3 – Indivíduo e meio ambiente dReepArmodauzçôãnoiadeotecranrata. z AMAZÔNIA eterna. Direção: Belisario Franca. Brasil, 2012 (88 min). Documentário. É possível extrair recursos da Floresta Amazônica de maneira sustentável? Nesse documentário, são apresentadas propostas bem-sucedidas de utilização de seus recursos naturais, que beneficiam diretamente a população local. 202

UMA VERDADE mais inconveniente. Direção: Bonni Cohen e Jon Shenk. EUA, 2017 (98 min). Documentário. Dez anos após o lançamento do documentário Uma verdade inconveniente, em que Al Gore – ex-vice-presidente dos Estados Unidos – pede aos países que se unam contra o aquecimento global, o tema é retomado para mostrar as consequências da crise climática mundial. UNIDADE 2 - ALTERIDADE Ática/Acervo da editora Capítulo 4 – Encontro com o outro JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2006. Esse livro, publicado em 1960, é o diário de Carolina Maria de Jesus, catadora de papel. A autora, mãe de três filhos, registra o dia a dia na comunidade do Canindé, na cidade de São Paulo, em uma linguagem oral e objetiva. NEGRO, Mauricio (Org.). Nós: uma antologia de literatura indígena. Reprodução da São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2019. capa de Quarto Essa coletânea apresenta dez histórias – dos mitos de origem às histórias de amor de despejo: impossível – contadas ou recontadas por escritores de diferentes comunidades diário de uma favelada. indígenas, como Saterê-Mawé, Maraguá e Pirá-Tapuya Waíkhana. O livro traz ainda um glossário e um texto informativo sobre a comunidade indígena de origem do autor. YOUSAFZAI, Malala; LAMB, Christina. Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. O livro conta a história de Malala, uma estudante paquistanesa que sofre uma emboscada na saída da escola e é baleada pelo regime Talibã. A garota sobrevive ao atentado, vence o prêmio Nobel da Paz, em 2014, e passa a militar em defesa de meninas do mundo inteiro pelo direito à educação. Capítulo 5 – Relações interpessoais Divulgação/Rosana Mauro Jr./ Olhar Distribuição FERRUGEM. Direção: Aly Muritiba. Brasil, 2018 (100 min) Longa-metragem. Após o vídeo íntimo de uma garota ter sido compartilhado, via redes sociais, com os colegas de sua escola, o filme propõe uma discussão a respeito do bullying e do cyberbullying. SEGUNDA chamada. Criação: Carla Faour, Jô Bilac e Cena de Ferrugem. Júlia Spadaccini. Brasil, 2019. Série. A série aborda o cotidiano do ensino noturno de uma escola pública para jovens e adultos. Conciliando trabalho e educação, e na luta contra o cansaço e a evasão escolar, os alunos estudam em um ambiente inapropriado, com paredes pichadas, lousas danificadas e ventiladores quebrados. 203

Capítulo 6 – Cidadania Gatacine/Europa FilmesDistribuição BRADBURY, Ray. Fahrenheit 451. Rio de Janeiro: Biblioteca Azul, 2013. Em um futuro distópico, os livros tornam-se objetos proibidos e acabam queimados em praça pública. COLEGAS. Direção: Marcelo Galvão. Brasil, 2012 (94 min). Reprodução do cartaz Longa-metragem. de Colegas. Em busca pela realização de seus sonhos, três amigos portadores da síndrome de Down fogem do instituto em que vivem e partem em uma grande aventura de superação e aprendizagem. Capítulo 7 – Jovem cidadão: direitos e deveres AS SUFRAGISTAS. Direção: Sarah Gavron. França/ Steffan Hill/Focus Features/Courtesy Reino Unido, 2015 (96 min). Longa-metragem. Everett Collectio/Fotoarena Até hoje, em algumas regiões do mundo, as mulheres são proibidas de votar. O filme conta a história de um grupo de mulheres que, no início do século XX, se dispôs a lutar pelo direito ao voto no Reino Unido. FORA de série. Direção: Paulo Carrano. Brasil, 2018 Cena de As sufragistas. (90 min). Documentário. O documentário narra uma pesquisa feita com estudantes do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), de 13 instituições públicas do Rio de Janeiro, e mostra os desafios e as dificuldades – dentro e fora da escola – na busca por uma formação escolar de qualidade. UNIDADE 3 - MULTIPLICIDADE Capítulo 8 – Diferentes, porém iguais 3%. Criação: Pedro Aguilera. Brasil: Netflix, 2016. Boutique Filmes/Net ix Série. E se apenas uma pequena parcela da população Personagens da série 3%. pudesse viver em um local com comida em abundância, moradia digna, saneamento básico, cultura e lazer? Nesse futuro distópico, ao completarem 20 anos, os jovens entram em um processo seletivo agressivo para tentarem uma vaga entre os 3%. MITCHELL, Jane. Uma travessia perigosa. São Paulo: FTD, 2018. Inspirado em fatos reais, o livro conta a história de um jovem sírio e sua família em uma jornada para deixar o país, assolado pela guerra, rumo à Europa. PALACIO, R. J. Extraordinário. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. Por conta de uma doença genética que o obrigou a fazer uma série de cirurgias no rosto, um garoto se torna bastante tímido e receoso ao ficar perto de outras pessoas e prefere sair de casa usando um capacete de astronauta. 204

Capítulo 9 – Mundo do trabalho Francois Duhamel/Warner Bros./ Courtesy Everett Collection/Fotoarena UM SENHOR estagiário. Direção: Nancy Meyers. EUA, 2015 (121 min). Longa-metragem. Um aposentado decide voltar ao mercado de trabalho e precisa aprender a lidar com uma nova geração completamente antenada às redes sociais e ao meio digital. ORWELL, George. A revolução dos bichos. São Paulo: Cena de Um senhor estagiário. Quadrinhos na Cia, 2018. Os animais de uma fazenda, em busca de um ambiente mais igualitário e justo, tomam o poder dos humanos. No entanto, o que era para ser um ato de justiça, acaba se tornando uma ação totalitária. Capítulo 10 – Empreendedorismo: Ilze Kitshoff/Net ix/Courtesy navegar para o futuro Everett Collection/Fotoarena JOY: o nome do sucesso. Direção: David O. Russell. EUA, 2015 (124 min). Longa-metragem. Desde pequena, Joy era bastante criativa. Apesar de sua vida difícil, ela se torna uma grande empreendedora e inventora de uma série de produtos. Baseado em fatos reais. O MENINO que descobriu o vento. Direção: Chiwetel Ejiofor. Malawi/Reino Unido, 2019 (113 min). Longa-metragem. O jovem William Kamkwamba, do Malawi, na África, com base na leitura de livros da biblioteca em que estuda, constrói um sistema de moinho e bombeamento de água e muda a realidade da região onde mora. Capítulo 11 – Educação financeira KINSELLA, Sophie. Os delírios de consumo de Becky Bloom. Cena de O menino que Rio de Janeiro: Record, 2001. descobriu o vento. O livro conta a história de Becky Bloom, que se recusa a controlar as finanças e acaba gastando além das suas possibilidades, mostrando o que não deve ser feito em relação ao consumo. UM SONHO possível. Direção: John Lee Hancock. EUA, 2009 (129 min). Longa-metragem. Um estudante vive uma grande mudança quando uma família o encontra na rua, em uma noite fria e chuvosa. O garoto passa a receber tutoria e acaba descobrindo um grande sonho: a possibilidade de ser jogador de futebol americano profissional. Capítulo 12 – Projeto de vida MENTES perigosas. Direção: John N. Smith. EUA, 1995 (99 min). Longa-metragem. Uma ex-fuzileira naval abandona a carreira para se tornar professora em uma escola pública. As barreiras econômicas e sociais que ela enfrenta tornam o trabalho bastante complexo, obrigando-a a usar métodos não convencionais para engajar a turma. SILVERSTEIN, Shel. A parte que falta. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2018. O protagonista dessa história percebe que não está completo e sai em busca da parte que lhe falta. Porém, ao explorar o mundo, acaba descobrindo que a felicidade não está no outro, mas em si mesmo. 205

Referências bibliográficas ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: os estudantes se defrontam com temas atuais para que possam Companhia das Letras, 2013. lidar com problemas significativos do mundo real. Em 1930, Drummond publicou esta obra e, por meio de poemas- -piada, como “Anedota búlgara”, que está presente no Capítulo BENEVIDES, Maria Victória de Mesquita. Cidadania e democracia. 4, o autor faz um desabafo sobre sentimentos que o amarguravam. Lua Nova: Revista de Cultura e Política. São Paulo, n. 33, ago. 1994. “Anedota búlgara” é uma crítica ao czar que não via problema em Nesse artigo, Benevides mostra como foi construída a compreen- perseguir e matar pessoas, mas achava um absurdo matar borbo- são sobre o cidadão como portador de direitos e deveres e a visão letas. O poema-piada faz o aluno refletir sobre o conceito de alte- de diferentes graus de liberdades ou direitos. Seu trabalho traz ridade, a importância de respeitar o outro, apesar das diferenças, a discussão de cidadania costurada a uma análise do momento e de não olhar apenas para si mesmo. de redemocratização no Brasil, com foco no período pós-Cons- tituição de 1988. Esse texto contribui para a fundamentação dos BACICH, Lilian; MORAN, José (Org.). Metodologias ativas para Capítulos 6 e 7. uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. BRAGA NETO, Adolfo; SAMPAIO, Lia Regina Castaldi. O que Bacich e Moran apresentam teorias e práticas pedagógicas que é mediação de conflitos. São Paulo: Brasiliense, 2007. (Coleção valorizam o protagonismo dos estudantes no processo de apren- Primeiros Passos). dizagem. Os autores apresentam práticas que incitam a curiosida- Nesse livro, os autores discorrem sobre o que é mediação de de e propõem desafios. As atividades e estratégias propostas aos conflitos: um processo pacífico de busca de soluções criativas e estudantes desta obra baseiam-se em metodologias ativas para possíveis. Permite a possibilidade de visualizar sua dinâmica, com uma educação inovadora. novos paradigmas na prevenção, gestão e resolução de conflitos entre as partes, reconhecendo a complexidade nas relações in- BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Ministério da educação. terpessoais. Esse tema é abordado no Capítulo 5, que trata de relações interpessoais. O conteúdo desta obra foi construído a partir das diretrizes estabe- lecidas por esse documento. As habilidades e competências previs- BROGNA, Marcos. Trilogia contemporânea: diversidade. São tas pela BNCC permeiam o desenvolvimento desta obra, levando Paulo: OPEE, 2015. o estudante a desenvolver as habilidades e competências previstas Nessa obra, Brogna integra uma trilogia de temas extremamente na Base Nacional Comum Curricular voltadas para o Ensino Médio. atuais para jovens: diversidade, igualdade e sustentabilidade. No livro Diversidade, o autor apresenta uma gama de aspectos so- BATTLE, Michael. Ubuntu: I in you and you in me. Nova York: bre diversidade, discute importantes tópicos como preconceito, Seabury Books, 2009. Posição 84. Edição eletrônica. bullying, machismo, sexualidade, situação de pessoas com defi- ciência e o que é considerado “normal” em nossa sociedade. O A filosofia Ubuntu, abordada nesta obra de Battle, é apresentada livro contribuiu para as discussões acerca de preconceito e do no Capítulo 4, reforçando ao estudante a importância de respeitar bullying que permeiam esta obra. o lugar do outro, exercendo o conceito de alteridade, que é o tema da Unidade. Ubuntu é uma filosofia africana que mostra o BRONFENBRENNER, U. A. Ecologia do desenvolvimento hu- quanto precisamos aprender a enxergar com os olhos do outro mano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes para nos tornarmos mais humanos. Médicas, 1996. Bronfrenbrenner estabelece quatro níveis dinâmicos de relação: BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no a pessoa, o processo, o contexto e o tempo. Conhecer sua teo- mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. ria é fundamental para entender o desenvolvimento humano. O livro Neste livro, Bauman mostra a ambiguidade entre a segurança que valoriza os processos psicológicos e sua relação com as multidetermi- uma comunidade oferece e a questão da liberdade (diminuição de nações ambientais, sem negligenciar a importância dos fatores bio- autonomia, direito à autoafirmação e à identidade). Bauman aponta lógicos no decorrer do desenvolvimento. Com este autor finalizamos uma abordagem sem ilusões: “não seremos humanos sem seguran- a obra, no Capítulo 12, trazendo outros olhares e colocando-o em ça ou sem liberdade”. A obra de Bauman contribui para o entendi- evidência, para que os estudantes tenham uma visão global a respei- mento do Capítulo 4, que parte do conceito de comunidades de to do seu próprio processo de desenvolvimento integral. aprendizagem para que o estudante entenda como a identidade é constituída também por meio do outro e nos ambientes dos quais CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo cami- faz parte. nho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. Este livro fala sobre a democracia brasileira desde os primeiros pas- BENDER, William N. Aprendizagem baseada em projetos: edu- sos do Brasil independente, ainda na época da Monarquia, passan- cação diferenciada para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2014. do pela República até os dias de hoje. O Capítulo 6 traz à reflexão Em seu livro, Bender apresenta técnicas de ensino para as salas de do estudante a questão da desigualdade social, tema tratado por aula no século XXI, abordagem da metodologia dos projetos e dire- Carvalho em sua obra. Trata também do surgimento da Constitui- trizes, permitindo aos estudantes trabalharem de forma cooperativa ção de 1988 e sua importância para garantir a todos os mesmos na busca por soluções. Essa temática pode ser aplicada a todas as direitos, combatendo a desigualdade social. unidades desta obra, pois propõe atividades desafiadoras em que 206

DE MASI, Domenico. O futuro do trabalho: fadiga e ócio na so- tésica, a naturalista e a existencial. Esse conceito está presente no ciedade pós-industrial. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003. Capítulo 5, embora esteja também nos demais capítulos, promo- O conceito de ócio criativo, estabelecido por Domenico de Masi, vendo uma educação integral e democrática. O papel da escola é, pode ajudar os estudantes a pensarem em novas ferramentas para sobretudo, preparar os alunos para o que enfrentarão na vida, sem o mundo do trabalho, que é o tema do Capítulo 9. Criatividade, deixar de oferecer amplas possibilidades de realização em todos criticidade, motivação, inovação são competências e conceitos im- os campos de atuação. A aprendizagem pode ser obtida por meio portantes para os problemas do mundo atual, e é por isso que os da interdisciplinaridade, em que o adulto deve ser um elemento alunos precisam desenvolver essas características. De Masi aponta mediador de conhecimento. também que o ócio criativo proporciona vantagens econômicas e propõe uma combinação harmoniosa de trabalho, estudo e lazer: o GERGEN, Kenneth J.; GERGEN, Mary. Construcionismo social: cuidado consigo mesmo, o cuidado com o outro (família, amigos) e um convite ao diálogo. Rio de Janeiro: Instituto Noos, 2010. o cuidado com a coletividade, respectivamente, trabalho, produtivi- Gergen, através desse livro, fala sobre as contribuições do constru- dade e sociedade, que são temas essenciais desta obra. cionismo social para uma postura de corresponsabilidade nas ações dos indivíduos ao nos dizer que somos ator e autores de mudan- DELL PRETTE, Almir; DELL PRETTE, Zilda A. P. Competência so- ças no mundo. Usa os conceitos de responsabilidade relacional, cial e habilidades sociais. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2017. co-criação de realidades na concepção de mundos sociais constru- Nesse livro, os autores centralizam os principais conceitos teórico- ídos por nós mesmos, em nossas relações mútuas na sociedade, -práticos sobre as competências sociais, cujas necessidades são em nossas conversações constitutivas de relações e realidades. tão presentes atualmente. É um livro que atende às demandas de Ele nos convida a refletir sobre como nossas crenças determinam desempenho social em vários contextos, falando de modalidades nossas ações. Daí a sua contribuição para o desenvolvimento de assertivas e empáticas e de modelos de relações interpessoais, uma postura de responsabilidade e construção social. Essa postura conceitos presentes ao longo de todos os capítulos desta obra. É encontra-se presente em toda a abordagem desta obra. uma amostra da diversidade em várias áreas: educacional, escolar, desenvolvimento pessoal, mundo do trabalho, saúde, entre outras. GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. DELORS et al. Educação: um tesouro a descobrir. 4. ed. São Pau- Das fronteiras da psicologia e da neurociência, Goleman trouxe o lo: Cortez; Brasília: MEC/Unesco, 2000. conceito de “duas mentes” – a racional e a emocional – e explicou Neste livro, Delors propõe um projeto para a humanidade, con- como elas moldam o ser humano. Ele afirma que a consciência das siderando que a vida moderna é marcada pela globalização e emoções e a habilidade em saber administrá-las são fatores essen- consequente interdependência planetária. Ele alicerça a educação ciais para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo e mostra em princípios de solidariedade, ética, justiça, tendo a democracia como a incapacidade de lidar com as próprias emoções pode minar como norteadora das ações humanas. Por meio dos seus pilares o desenvolvimento humano. Goleman introduz também o concei- para a educação e para a aprendizagem: aprender a conhecer, to de inteligência emocional, que determina nosso potencial para aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser, propõe um aprender os fundamentos do autodomínio. Esses conceitos, inte- projeto de cooperação internacional, conciliando tanto o desen- grados às inteligências múltiplas, acompanham esta obra em todos volvimento econômico quanto o humano para a construção de os seus capítulos, mais especificamente no Capítulo 5. uma sociedade sustentável. Os pilares propostos por Delors pas- seiam por todos os capítulos desta obra (de forma mais específica HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. São Paulo: Com- no Capítulo 2). panhia das Letras, 2015. Harari é conhecido mundialmente pelos seus best-sellers Sapiens DIMENSÕES E DESENVOLVIMENTO das Competências Gerais – uma breve história da humanidade e Homo Deus – uma breve da BNCC. história do amanhã, que trazem uma compreensão sobre o papel Para construir o conteúdo com base na BNCC, o livro se apoiou do homem e a civilização. Diferente dos sucessos anteriores (que no documento Dimensões e Desenvolvimento das Competências focalizam o passado da humanidade), em 21 lições para o século Gerais da BNCC, que destrincha as dimensões e sub-dimensões 21, Harari traz novos questionamentos sobre o presente e aponta que compõem cada uma das 10 Competências Gerais da BNCC, alguns desafios para o futuro. Ele traz paradoxos atuais, fazendo indicando como elas devem evoluir da Educação Infantil até o um contraponto entre indivíduo e sociedade, e reforçando que a Ensino Médio. cooperação global é fundamental para superar problemas. DIMENSTEIN, Gilberto. Heróis invisíveis. São Paulo: Wide A partir dos conceitos de Harari, focamos, para esta obra, nas Publishing, 2004. competências sobre flexibilidade, adaptabilidade, necessidade Em seu livro, Dimenstein apresenta “50 personagens invisíveis” da de aprender sempre e a certeza de que mudanças vão acontecer. cidade de São Paulo, pessoas que atuam em projetos sociais em seus bairros e comunidades mesmo enfrentando problemas de MARSHALL, Thomas Humphrey. Cidadania, classe social e status. falta de recursos financeiros ou com limitações físicas. A obra de Rio de Janeiro: Zahar, 1967. Dimenstein reforça o conceito de alteridade que é trabalhado nes- Nesta obra, o autor apresenta o conceito de cidadania a partir do te livro ao mostrar que, mesmo em meio a adversidades, é possível conjunto de três elementos de natureza normativa: civil, política ajudar outros e construir uma sociedade mais igualitária e justa. e social. O Capítulo 6 traz este tema para que o estudante possa refletir a respeito da cidadania e de como ela é exercida, ou não, GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a teoria das Inteligên- na sociedade brasileira atual. A partir dos conceitos estabelecidos cias Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. por Marshall, o conteúdo desse capítulo leva o aluno a compreen- A proposta de Gardner apresenta um novo conceito de inteligên- der a importância de vivenciar a cidadania de forma plena, com- cia: as inteligências múltiplas, que são: a linguística, a interpessoal, preendendo os três elementos indicados por ele. a intrapessoal, a lógico-matemática, a musical, a espacial, a cines- 207

ODUM, Eugene. Fundamentos de ecologia. 6. ed. Fundação de sustentabilidade para considerações de oito dimensões: so- Calouste Gulbenkian. 1979. cial, cultural, ecológica, ambiental, territorial, econômica, política Essa é uma obra clássica nos estudos sobre ecologia, pois sis- nacional e política internacional, temas presentes no Capítulo 3, tematiza os conceitos basilares como dinâmica demográfica, fundamentando a compreensão do tema. genética de populações, diversidade biológica e a inter-relação entre as condições de clima, solo, relevo e as dinâmicas das SCHABBEL, Corinna. Mediação escolar de pares: semeando a espécies. Seu trabalho focaliza também a “ecologia humana”, paz entre os jovens. São Paulo: Willis Harman House, 2002. trazendo um enfoque sistêmico e holístico às questões ambien- Schabbel mostra como intervir em conflitos e gerenciá-los de for- tais e suas interações com a sociedade, bem como os impactos ma eficaz, procurando tirar aspectos positivos de cada situação. sobre recursos naturais e processos ecológicos. Sua contribui- Para isso, demonstra como a presença de uma terceira pessoa ção está centrada no Capítulo 3 – Indivíduo e meio ambiente –, auxilia as partes conflitantes para que cheguem a um consenso. fundamentando o conceito de ecologia. Como lidar com conflitos é um tema abordado no Capítulo 5. ONU; COMISSÃO MUNDIAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOL- SCHUMPETER, Joseph A. Capitalismo, socialismo e democracia. VIMENTO; COMISSÃO BRUNDTLAND. Nosso futuro comum. 2. Unesp, 2017. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getulio Vargas, 1991. Schumpeter é considerado um dos mais importantes economistas O relatório “Nosso futuro comum”, também conhecido como do século XX, por explicar processos como os ciclos econômicos e “Relatório Brundtland”, é uma obra fundamental para a constru- discutir o funcionamento da economia capitalista. Neste livro, publi- ção do conceito de sustentabilidade. Ele resulta de um estudo cado originalmente em 1942, o autor introduz um termo muito co- iniciado em 1983 por uma comissão de especialistas internacionais nhecido até hoje, o de “destruição criativa”, que descreve a entrada (a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento), de empreendedores na economia trazendo rupturas na forma como chefiada pela ex-primeira ministra da Noruega – Gro Harlem Brun- as empresas tradicionais fazem os seus negócios. A contribuição de dtland (daí o nome alternativo da comissão e do relatório). Schumpeter está presente no Capítulo 10, fundamentando a visão sobre o papel dos empreendedores na sociedade. Esse relatório é uma das principais referências do Capítulo 3 – Indivíduo e meio ambiente –, fundamentando o conceito de de- SLUSKI, Carlos E. A rede social na prática sistêmica: alternativas senvolvimento sustentável e trazendo também a perspectiva trans- terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. geracional da problemática ambiental, além do histórico sobre as Slusky nos mostra a influência das redes sociais na construção da conferências da ONU sobre o tema. subjetividade e da identidade, enriquecendo a percepção de cada indivíduo como ser social. Os conceitos e percepções são entendi- ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Saúde e sexua- dos como ferramentas para o desenvolvimento humano. O mapa lidade de adolescentes: construindo equidade no SUS. Brasília, de rede pessoal-social pode ser definido como a soma de todas as DF: OMS/Ministério da Saúde, 2017. p. 29-31. relações que os indivíduos percebem como significativas e explora Esse importante relatório é citado no Capítulo 2, que trata sobre a dinâmica dos processos da interface indivíduo-rede social pes- o autoconhecimento e a construção da identidade que ocorre soal. Ao construírem seu mapa de rede pessoal-social, no Capítulo durante a adolescência, período em que o indivíduo começa a 1, os estudantes vão mapear suas relações mais significativas, que entender sua responsabilidade perante suas atitudes e escolhas, correspondem ao nicho interpessoal da pessoa e contribuem para com deveres a cumprir e direitos a defender. Um importante dever seu próprio reconhecimento como indivíduo. do cidadão é o cuidado com a própria saúde e, para exercer essa responsabilidade, ele tem direito ao serviço de saúde público, VEIGA, José Eli da. Sustentabilidade: a legitimação de um novo previsto na Constituição. O objetivo de apresentar esse relatório valor. São Paulo: Senac, 2010. na obra é dar visibilidade e fomentar o debate sobre a saúde na Ele é autor de mais de 28 livros e uma das referências acadêmicas adolescência. mais respeitadas sobre o tema sustentabilidade. Nesse livro, o autor apresenta a dificuldade em se constituir uma única e consensual ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas definição clara sobre o conceito de sustentabilidade. No entanto, ara a ri orar re aciona entos essoais e rofissionais o ele alerta que isso não pode impedir a adoção de políticas públicas mais restritivas, e que governo, empresas e sociedade devem se Paulo: Ágora, 2006. abrir para as possibilidades da “economia verde”. Sua contribuição Marshall Rosenberg, apoiado na cultura da paz e na comunicação está presente no Capítulo 3 – Indivíduo e meio ambiente –, mos- não violenta (CNV), apresenta uma metodologia própria integran- trando a diversidade de compreensões sobre sustentabilidade, mas do teoria e prática, tentando buscar soluções contra os mal-en- pontuando que todas convergem para a ideia de continuidade, tendidos e os preconceitos. A CNV aprimora os relacionamentos perenidade e futuro. interpessoais diminuindo a violência na sociedade, transformando padrões de comportamento e de pensamento para chegar a uma VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins resolução pacífica dos conflitos, baseados no respeito mútuo e na Fontes, 2005. cooperação. Vygotsky apresenta, numa abordagem socioconstrutivista, a con- cepção de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), para explicar SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. o desenvolvimento cognitivo, que é a distância que existe entre o 2. ed. Rio de Janeiro: Garamond Ltda., 2002. que fazemos sozinhos de forma independente, o que fazemos com Sachs foi um dos redatores da declaração final da Conferência das a ajuda dos outros e aquilo que não sabemos fazer ainda. Essa ideia Nações Unidades de Estocolmo em 1972 (a primeira sobre o tema de aprendizagem nos ajuda a desenvolver o autoconhecimento e de meio ambiente e desenvolvimento). Na década de 1970, cons- está presente no Capítulo 2. Esses conceitos deixam claro que os truiu o conceito de ecodesenvolvimento, uma das bases para o estudantes podem desenvolver sua autonomia e se tornar protago- conceito de desenvolvimento sustentável, dos anos 1980. Seu livro nistas de seu processo de aprendizagem. Caminhos para o desenvolvimento sustentável amplia o conceito 208


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