O GH é um polipeptídio, isto é, uma cadeia de aminoácidos produzidos pela hipófise que tem funções que vão muito além de nos fazer crescer. E a liberação desse hormônio é controlada por outro, chamado de somatostatina. O GH é chamado de hormônio do crescimento, mas é essencial para o corpo todo, durante toda a vida, fazendo a manutenção da integridade dos sistemas muscular, adiposo, ósseo, imunológico e cardiovascular. A deficiência do hormônio do crescimento é frequentemente acompanhada de fadiga, ansiedade e depressão, além de um progressivo e cumulativo comprometimento da qualidade de vida. Por outro lado, a reposição com o hormônio do crescimento nestes casos tem demonstrado ser capaz de promover a parada e, por muitas vezes, reversão da progressão de vários daqueles processos. A insuficiência do hormônio do crescimento nos adultos que estão envelhecendo e decaindo a sua capacidade inata de síntese endógena, ao contrário do que se imagina, pode trazer consequências verdadeiramente desastrosas. Aumento das taxas de mortalidade cardiovascular, deterioração da composição corporal por meio da perda de massa muscular e deposição de gordura corporal total e gordura intra-abdominal, fragilidade imunológica, perda de massa óssea, depressão, distúrbios progressivos do sono e redução da síntese de proteínas etc. Queda de GH está diretamente ligada à qualidade do sono. Dificuldade para dormir, acordo várias vezes a noite... À medida que eu vou dormir mais tarde, tenho dificuldade para dormir ou durmo em ambiente que não permita atingir o nível profundo de sono, produzo menos melatonina e consequentemente, tenho uma
dramática elevação dos níveis de somatostatina, hormônio que vai inibir a liberação do GH. Entendeu a sequência? Por aí você vê que o problema não está necessariamente na capacidade de produzir o GH. O problema pode estar na secreção do GH. Para secretar GH, temos que manter em níveis baixos a produção de somatostatina, evitando que ela iniba a liberação do GH, uma vez que a maior parte do GH é secretada a noite e os estágios 3 e 4 do sono profundo. Significa que, quanto pior é o sono, mais baixos serão os níveis de GH. Essa história das fases do sono é assim: estudos mostram que o sono tem um ciclo de cinco fases: a primeira é quando você deita e está entre dormindo e acordado, aquele sono leve. Nessa fase as ondas cerebrais desaceleram e a atividade muscular do corpo cai, o que pode gerar aquela sensação de queda. Aqui começa a liberação da melatonina, o hormônio do sono, que, como falei, nosso corpo entende que chegou a noite, é hora de descansar, repor, restaurar e se invertem as produções hormonais. A fase seguinte, ou dois, consiste no sono mais pesado. As ondas cerebrais ficam lentas, a temperatura do corpo e a pressão sanguínea diminuem gradativamente. Aí, na sequência, vem as fases 3 e 4, que ocorrem quando o corpo começa a produzir e liberar o GH. Nessas fases, que duram uns 25% da noite, o sono é mais reparador, há a redução da pressão arterial e da respiração, os músculos relaxam totalmente, e além do GH, começa a produção dos outros hormônios de reparação e reposição de energia. Todos os músculos do corpo ficam imóveis, porque para a produção de um aminoácido chamado glicina. Essa é
a fase mais difícil de acordar e se você for acordado vai ficar desorientado. Já te aconteceu? De ser acordado e não saber onde está, para que lado fica a parede? Então. É essa fase. É também onde você pode ter episódios de terror noturno, principalmente crianças e adolescentes; sonambulismo; aquele ronco que sua companheira ou companheiro é obrigado a ir dormir no sofá... Tudo nessas fases 3 e 4. Já a fase 5 é o famoso REM (sigla de Movimento Rápido dos Olhos ou, em inglês, Rapid Eye Movement) que é o mais profundo estágio do sono. Só que aqui acontece uma coisa interessante: antes você estava relaxado, pressão e respiração em queda, etc. Na fase 5 a atividade cerebral aumenta, a respiração e pressão sanguínea, aceleram e os olhos (o que é característica do REM) se movimentam rapidamente. Nessa, se você não estiver com deficiência da pregnenolona, vai ter aqueles sonhos mirabolantes (e lembrar deles no dia seguinte). Tem gente que sonha até com os números da Mega Sena. E joga e ganha. Dizem, nunca vi... Então, voltando no GH, é naquelas fases 3 e 4 que acontece o pico de secreção desse hormônio. E se não dorme bem a noite, dorme fora de hora, no seu quarto tem um monte daquelas luzinhas de que já falei, você não vai liberar GH ou pelo menos, não vai produzir na quantidade necessária. ENTENDEU ATÉ AQUI A CASCATA DE EVENTOS? CAI A PRODUÇÃO DE MELATONINA, SEU CICLO DE SONO COMEÇA A FICAR PREJUDICADO, VOCÊ COMEÇA A ACORDAR VÁRIAS VEZES DURANTE A NOITE, AÍ NÃO ATINGE AS FASES 3 E 4 DO SONO, NÃO PRODUZ GH OU PRODUZ POUCO. E COMEÇAM ENTÃO SINTOMAS COMO CANSAÇO,
TENDÊNCIA A DEPRESSÃO, ISOLAMENTO SOCIAL, BAIXA AUTOESTIMA, ANSIEDADE E FALHA DE MEMÓRIA – ONDE DEIXEI AS CHAVES DO CARRO? ISSO, ALÉM DO AUMENTO DE GORDURA ABDOMINAL, DIMINUIÇÃO DA MASSA MUSCULAR, DIMINUIÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA, PELE FINA, FLÁCIDA E ENRUGADA, ALTERAÇÃO NO METABOLISMO DOS LIPÍDIOS E INTOLERÂNCIA À GLICOSE, SE NÃO TINHA, PODE PASSAR A TER O DIABETES TIPO 2 E POR AÍ VAI. Esses sintomas que eu descrevi lembram o quê? Velhice. Diagnóstico: você está ficando velho... Seu médico pode dizer: “Se você não sente nada, então, não tem nenhuma doença. O envelhecimento é natural. Passe bem. Vá para casa e envelheça tranquilamente”. É assim que somos treinados na medicina tradicional. E eu não tenho nada contra isso. Também sou médico e esse é o sistema que nós temos, que é o de controlar as doenças. O seu médico está certo. Quando ele pergunta o que você sente e você diz: “não sinto nada”, ele não tem o que fazer. Acaba ali a função dele. Não se trata, em absoluto, de falta de competência. É apenas uma questão de falta de treinamento para otimizar a saúde. Qualquer médico, de qualquer especialidade, pode se tornar capaz de tratar a saúde. Não é necessária nenhuma habilidade ou dom especial. Basta ter a mente aberta e vontade de aprender coisas novas. O que estou propondo aqui é que você entenda o que está acontecendo com seu corpo e comece a lutar contra isso. Vai pra casa envelhecer e morrer tranquilamente, de jeito nenhum! Vai viver cheio de doenças evitáveis e tomando um remédio pra combater os efeitos colaterais do outro? Não é uma estratégia eficaz!
Efeitos colaterais de medicamentos aprovados pelo FDA (Food and Drug Administration), prescritos regularmente por médicos durante uma consulta, já respondem pela 3ª causa mortis nos Estados Unidos, o que corresponde a mais de 150 mil mortes anuais. É uma verdadeira calamidade pública! Significa que os remédios, além de não estarem cumprindo o seu papel de curar doenças, ainda mais grave, estão matando seres humanos de forma perversa e desnecessária. Na atualidade, remédios só não matam mais que ataque cardíaco, câncer e derrame cerebral. Não aceite isso como se fosse o fim, porque não é. Não tome remédios e mais remédios achando que são um mal necessário, porque não são. Entenda o que seu corpo está dizendo. VEJA: A ANDROPAUSA MASCULINA, QUE É UM EVENTO SEMELHANTE À MENOPAUSA NAS MULHERES. OU SEJA, UMA INTERRUPÇÃO OU REDUÇÃO GRADUAL DOS HORMÔNIOS SEXUAIS MASCULINOS QUE VAI PROVOCAR FALTA DE ENERGIA E CANSAÇO EXCESSIVO, SENTIMENTOS DE TRISTEZA FREQUENTES (DEPRESSÃO), SUORES E ONDAS DE CALOR, DIMINUIÇÃO DO DESEJO SEXUAL E DA CAPACIDADE DE EREÇÃO (POR EXEMPLO: AUSÊNCIA DE EREÇÕES ESPONTÂNEAS PELA MANHÃ), DIMINUIÇÃO DE PELOS NO CORPO, DA MASSA MUSCULAR, ALÉM DE DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO E PROBLEMAS DE MEMÓRIA, MAIOR PROPENSÃO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES ETC. Há ainda a eletropausa, que provocada pela deficiência da pregnenolona e entre outras coisas, causa esquecimentos etc. Para você saber se está na eletropausa, preste atenção se você está se lembrando dos seus sonhos.
A adrenopausa que é a deficiência da secreção do DHEA e do cortisol. Esse hormônio é vital para a produção de todos os outros hormônios. Quando a glândula suprarrenal começa a diminuir a produção de DHEA você despenca e morre. UM ESTUDO DO DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA DA UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA (EUA), MOSTROU QUE QUANTO MAIOR O NÍVEL DE DHEA NO CORPO, MENOR O RISCO DE MORTE. A PESQUISA ACOMPANHOU A PRODUÇÃO DE DHEA EM 242 HOMENS COM IDADES ENTRE 50 A 79 ANOS, DURANTE 12 ANOS. E DESCOBRIU O QUÊ? QUE ENTRE OS QUE SOBREVIVERAM, O NÍVEL DE DHEA ERA TRÊS VEZES MAIOR DO QUE ENTRE OS QUE MORRERAM. SIMPLES ASSIM. Então, os sintomas mais comuns da adrenopausa é o estresse descompensado, isso porque o cortisol, que é produzido junto com o DHEA, sobe muito quando você se estressa e depois cai. O DHEA caindo provoca acúmulo de gordura abdominal, aquela barriguinha característica. Caem os hormônios sexuais, como a produção da testosterona no homem e da progesterona na mulher. Como sintoma principal, temos uma grande queda da energia do corpo, o que pode caracterizar a fadiga crônica e por aí vai... Temos ainda a tireopausa, que é a queda na produção dos hormônios da tireoide. A tireoide é uma glândula que fica aqui na parte da frente do pescoço. Nos homens é mais fácil de achar porque fica logo abaixo da cartilagem que chamamos de pomo de adão ou gogó. Essa glândula produz dois hormônios: T3 e T4 que vão atuar desde a unha do dedinho mindinho do pé, até o último fio do cabelo da cabeça. Quando caem esses hormônios você passa a ter dificuldade de concentração, depressão, a pele resseca e o
cabelo começa a cair, diminui o ritmo cardíaco (a chamada bradicardia), os músculos perdem a tenacidade, você se sente fraco e fadigado, começa a ter constipação intestinal (a famosa prisão de ventre), incha com facilidade, enfim... De novo, você começa a perceber os sinais característicos de que está ficando velho. E VAI FAZER O QUÊ? FICAR AÍ “SENTADO ESPERANDO A MORTE CHEGAR”, COMO DIZIA AQUELA MÚSICA DO CANTOR RAUL SEIXAS? MEU CONSELHO É NÃO!
INFLAMAÇÃO CRÔNICA SUBCLÍNICA Eu costumo dizer que a inflamação crônica subclínica é um dos mais importantes e traiçoeiros problemas de saúde da atualidade. E o que é pior, como diz o nome, é subclínica, isto é: não produz manifestações ou efeitos detectáveis por meio dos exames clínicos regulares. Você vai ao médico tradicional. Se disser que não está sentindo nada, provavelmente ele lhe mandará de volta para casa. Se você falar que está sentindo uma dor aqui, outra ali, serão solicitados vários exames. Algum tempo depois, você volta com os resultados que mostram o quê? Nada aparente. Isso porque a inflamação crônica subclínica não produz manifestações ou efeitos detectáveis através de exames clínicos regulares. ESTUDOS CIENTÍFICOS DE ALTO IMPACTO PRODUZIDOS AO LONGO DAS DUAS ÚLTIMAS DÉCADAS APONTAM PARA A MESMA
DIREÇÃO: A INFLAMAÇÃO É CAUSA E CONSEQUÊNCIA DO QUE ATÉ POUCO TEMPO COMPREENDÍAMOS COMO DOENÇAS PRÓPRIAS E INEVITÁVEIS DA VELHICE. Evidências clínicas e científicas atuais dão suporte ao novo conceito de que a maior parte das doenças do envelhecimento, que vão da hipertensão ao infarto, do diabetes à depressão, da obesidade à demência de Alzheimer, são doenças definitivamente inflamatórias. Nós já temos a possibilidade inclusive de aferir e interpretar os parâmetros que estão na base da geração dos processos de inflamação e saber quais as repercussões podem trazer para o corpo. A inflamação crônica subclínica, ao contrário da inflamação aguda que todo mundo conhece, que é uma resposta imediata a um machucado ou uma lesão que ameace a integridade do corpo, é muito traiçoeira. Por exemplo, você se machuca e imediatamente aparece um edema, o local fica vermelho, dói, dependendo da gravidade há até perda da função. Se você corta um dedo, por exemplo, terá que ficar imobilizado alguns dias, até cicatrizar. A inflamação crônica subclínica não. Ela vai consumindo gradualmente os nossos tecidos, as nossas células, comprometendo a capacidade natural de restauro, de reparo, do organismo, até que comecem as chamadas doenças próprias e inevitáveis do envelhecimento. E quais são elas? AQUI SE ENCONTRAM RELACIONADAS DEZ DOENÇAS COMUNS, NAS QUAIS A IDADE É CONSIDERADA COM UM FATOR DE RISCO.
AQUI SE ENCONTRAM RELACIONADAS DEZ DOENÇAS COMUNS, NAS QUAIS A IDADE É CONSIDERADA COM UM FATOR DE RISCO. 1 – A doença cardiovascular, que é uma das principais causas de morte em todo o mundo e a assassina número um de diversos países, inclusive o Brasil. Em todo o mundo, 17 milhões de pessoas sofrem de problemas no coração, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença arterial coronariana causa um estreitamento ou bloqueio das principais artérias do coração e repente ou gradualmente pode provocar uma ruptura da veia, causando ataques cardíacos que geralmente são fatais. Aqui no Brasil, segundo contagem do Ministério da Saúde, essa doença provoca uma morte a cada dois minutos, para você ter uma ideia da gravidade. 2 – A segunda doença mais comum, considerada “da velhice”, é o famoso AVC. O acidente vascular cerebral é muito parecido com o do coração: um vaso sanguíneo no cérebro é interrompido e o sangue não pode fluir para uma parte do cérebro, as células do cérebro ficam sem oxigênio e morrem. Aliás, há dois tipos de AVC, o isquêmico, quando a veia é obstruída por um coágulo; e o hemorrágico, quando uma artéria sofre ruptura, causando uma hemorragia no cérebro. Mata 16 milhões de pessoas no mundo a cada ano. E o AVC tem um detalhe: nem sempre mata. Às vezes apenas causa sequelas incapacitantes. Por esse motivo é a principal doença incapacitante do Brasil. 3 – A terceira doença da idade é a hipertensão arterial, que é a força com que o sangue é bombeado e exerce pressão sobre as paredes das artérias. Quando você está dormindo ou descansando o coração diminui o ritmo e a pressão cai; e sobe quando você está animado ou sob estresse ele trabalha além do necessário forçando o sangue. Isso causa problemas de saúde em seus vasos sanguíneos, rins, coração e em outros lugares. Segundo o Ministério da Saúde, há 30 milhões de hipertensos no Brasil. 4 – O câncer, e aqui não vou falar de nenhuma forma especifica, mas da doença em geral, é provocado pelo desenvolvimento anormal das células. Um estudo da Associação Americana de Câncer determinou que 77% dos casos são diagnosticados em pacientes com idade acima de 55 anos. No Canadá, essa doença é a principal causa de morte de homens e mulheres. No Brasil são registrados 700 mil novos casos todos os anos. O número de mortes por conta de câncer aumentou 31% desde o ano 2000 e segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) 1,2 milhão de novos casos da doença devem surgir no país entre 2018 e 2019.
AQUI SE ENCONTRAM RELACIONADAS DEZ DOENÇAS COMUNS, NAS QUAIS A IDADE É CONSIDERADA COM UM FATOR DE RISCO. 5 – O diabetes tipo 2, que é o nome dado para a interrupção na forma como o seu corpo faz uso da glicose e açúcares digeridos a partir de alimentos. Para você entender, de maneira fácil, o diabetes tipo 1, que geralmente ocorre pela primeira vez em pessoas com idade inferior a 30 anos, é quando não é produzida insulina. Já o tipo 2, que é muito mais comum, acontece quando alguma insulina é produzida, mas o corpo é resistente a ela – o que significa que seu organismo já não consegue processar adequadamente a glicose. O número de brasileiros diagnosticados com diabetes tipo 2 cresceu nos últimos 10 anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016, segundo uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde. 6 – Tem ainda o Parkinson, um distúrbio neurológico progressivo, caracterizado por movimentos bruscos, rigidez e tremores visíveis. Cerca de 80% dos os casos começam após os 60 anos de idade. A Doença de Parkinson tem distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas. Estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por 100 mil habitantes. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 1% da população acima dos 65 sofre com o Mal de Parkinson no mundo. No Brasil, a estimativa é de que pelo menos 200 mil pessoas tenham essa doença degenerativa do sistema nervoso central e a estimativa é de que atinjamos a marca de 600 mil até 2030. 7– A sétima que vou te apontar é a demência do Alzheimer, caracterizada por uma perda de função cerebral, que pode se manifestar como comprometimento da memória, alterações de humor, confusão e dificuldade de comunicação. No Brasil, o número de pessoas com a doença já atinge cerca de 1,2 milhão. A cada ano, surgem 100 mil novos casos. A estimativa é a de que esse número dobre até 2030, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que até 2050 o número de casos aumente em até 500% em toda América Latina.
AQUI SE ENCONTRAM RELACIONADAS DEZ DOENÇAS COMUNS, NAS QUAIS A IDADE É CONSIDERADA COM UM FATOR DE RISCO. 8 – Outra doença tida como sendo “da velhice” é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que ocorre quando há uma inflamação (e essa é uma inflamação comum e não subclínica) nas vias aéreas, um espessamento do revestimento dos pulmões, e uma superprodução de muco nos tubos de ar, levando a uma redução significativa do fluxo de ar dentro e fora dos pulmões. Os sintomas mais comuns da DPOC incluem falta de ar, sibilos e tosse crônica. A doença é geralmente causada por exposição prolongada a irritantes no ar, como fumaça de tabaco (primeira e segunda mão), contaminantes relacionados ao trabalho ou poluição industrial. O maior fator de risco para contrair a doença é o tabagismo. Não há cura para a DPOC, que mata mais de 3 milhões de pessoas anualmente no mundo. 9 – Outra: a osteoartrite que é uma doença articular degenerativa – é o tipo mais comum de artrite, causa inchaço e as dores nas juntas é incurável e incapacitante. O estrago que ela faz pode ser visto nos dados da previdência social: é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho; é a segunda doença entre as que justificam o auxílio-inicial, com 7,5% do total; é a segunda também em relação ao auxílio-doença (em prorrogação) com 10,5%; é a quarta a determinar aposentadoria (6,2%). 10 – A décima: a osteoporose. Que é caracterizada por uma perda de massa óssea, resultando em ossos mais fracos e mais finos. O Instituto de Saúde dos Estados Unidos diz que metade de todas as mulheres com mais de 50 anos e quase um quarto dos homens da mesma idade, vão um dia quebrar um osso devido à osteoporose. Fraturas no quadril são a maior preocupação para adultos idosos, porque levam a uma perda de mobilidade e independência. Cerca de 30% das fraturas de quadril levam à morte dentro de 12 meses. Eu não estou dizendo que se você fizer reposição hormonal, se você praticar exercícios físicos, se você se cuidar, tudo isso será evitado e você será jovem para sempre. Não. Eu estou dizendo que, fazendo a manutenção correta (lembra lá da história do carro?) você pode viver uma vida saudável. Quanto tempo você vai viver é difícil prever, agora, que você vai viver bem e, se não evitar, ao menos
empurrar essas comorbidades para o mais tardio possível, isso é plenamente realístico. O que precisamos é compreender como ocorre a Inflamação Crônica Subclínica, porque ela desencadeia uma sequência de eventos que vai acabar danificando nossos órgãos, vai deixando-os mais vulneráveis a essas comorbidades que são apontadas como próprias da idade. Todas aquelas doenças que eu relacionei ali atrás, do diabetes à hipertensão, passando pelas neoplasias (que são os tumores cancerígenos), até as doenças auto imunitárias, como a osteoartrite, são doenças que estão conectadas por um único elo: a inflamação. Aí você pode me perguntar: “mas como assim doutor Ítalo? Onde é que está inflamado aqui no meu corpo, que eu não estou vendo?” E realmente não vê. Primeiro porque a ideia de inflamação que você tem é aquela ligada a um edema: fica vermelho, dói, pode criar pus etc. Depois, porque inflamação crônica acontece em nível celular e é provocada por inúmeros problemas. Um deles os alimentos. Os alimentos são altamente geradores de inflamação. Dependendo de como nós misturamos os macros nutrientes em cada uma das refeições, pode gerar uma profunda resposta hormonal, que vai ativar uma cascata de eventos inflamatórios. Ou seja: cada vez que você reúne em um prato, carboidratos, proteínas e gorduras, você pode produzir um resultado inflamatório pós- prandial. Estudos mostram que, 15 minutos depois de ingerir uma dieta desequilibrada, do ponto de vista dos macronutrientes, seu corpo gera um disparo dos peptídeos (que são as ligações de
aminoácidos) que vão dar início à atividade inflamatória. O desequilíbrio na relação dos ácidos graxos ômega 6 e ômega 3, por exemplo, redunda em ativação da inflamação. Onde estão esses ácidos? NA GORDURA. A GORDURA, EM SUAS MAIS VARIADAS FORMAS, É MUITO IMPORTANTE PARA NOSSO CORPO. ELA É RESPONSÁVEL POR APROXIMADAMENTE 25 A 30% DO PESO CORPÓREO ADULTO NORMAL. O NOSSO CÉREBRO, POR EXEMPLO, É FEITO DE 60% DE GORDURA. MAS EM DESEQUILÍBRIO VIRA UM PROBLEMA. OS ÁCIDOS GRAXOS SÃO DIFERENTES DA MAIORIA DAS OUTRAS GORDURAS PORQUE NÃO SÃO SIMPLESMENTE USADOS PARA ENERGIA, SÃO BIOLOGICAMENTE ATIVOS E TÊM PAPÉIS IMPORTANTES EM PROCESSOS COMO A COAGULAÇÃO DO SANGUE, ENTRE MUITOS OUTROS. DENTRE ESSES ÁCIDOS, O ÔMEGA 6, EMBORA SEJA UM IMPORTANTE NUTRIENTE PARA O ORGANISMO, QUANDO CONSUMIDO EM EXCESSO E HAVENDO UM DESEQUILÍBRIO COM O ÔMEGA 3, ACABA SE TORNANDO PRÓ INFLAMATÓRIO, ENQUANTO ÔMEGA 3, AO CONTRÁRIO, FAVORECE A AÇÃO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO E TÊM UM EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO. A questão é que os dois ácidos competem pelas mesmas enzimas durante as reações de dessaturação e alongamento da cadeia carbônica da célula, influenciando o produto final. Apesar de essas enzimas terem maior afinidade pelos ácidos ômega 3, a conversão do ácido alfa-linolênico (pertencente à família ômega 3) em ácido eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) é fortemente influenciada pelos níveis de ácido linoleico (pertencente à família ômega 6) na dieta.
O aumento na ingestão de ácido linoleico leva à oxidação de LDL colesterol (lipoproteína de baixa densidade), agregação de plaquetas e interfere na incorporação de EPA e DHA nos fosfolipídios da membrana celular. Os ácidos graxos ômega 3, EPA e DHA, desempenham um papel fundamental na composição das membranas celulares, regulam processos de sinalização celular. A sinalização celular é a forma como as células se comunicam umas com as outras. Esses sinais determinam quando e como uma célula deverá agir. Lembra do quartel que eu falei há pouco? O general dá a ordem, ela vem seguindo, seguindo, até atingir o soldado, que vai executar a ação. A célula é o cabo, naquela hierarquia militar. Para que a sinalização celular ocorra tem que ter célula sinalizadora, a molécula sinalizadora e a célula-alvo. A célula sinalizadora produz a molécula sinalizadora (esse é o soldado) que será responsável por levar informações até a célula-alvo para que ela se ligue aos receptores específicos, conforme a ordem dada lá em cima, pela glândula pineal, que é o nosso general. Esses receptores podem estar na membrana ou no interior da célula. Pois bem, um desequilíbrio aqui, deixa esse soldado desnorteado. Ele recebe a ordem e sai caçando a célula-alvo. Se não encontra ou faz uma ligação errada o que acontece? No quartel vai tomar uma advertência e pegar uns 30 dias de cadeia. No nosso corpo vai gerar inflamação. Para evitar isso, seria preciso um equilíbrio. A proporção de ômega 6 e 3 deve ficar entre 1:1 e 3:1, no máximo. Pesquisas apontam que as dietas ocidentais têm, em média, um ômega 6 para cada trinta ômega 3.
Essa é a relação 1:30. O que significa isso? Que nós estamos gerando atividade inflamatória subclínica que vai resultar em doenças crônicas e obesidade. Simples assim. Pesquisas apontam que 4 milhões de pessoas morreram em 2015 em função do sobrepeso ou seja: 7% de todas as mortes ocorridas no mundo naquele ano. Foi mais do que as mortes causadas por acidente de carro, Alzheimer e terrorismo somadas. A maior predominância da obesidade está nas mulheres de 50 a 64 anos de idade. Nos homens, o sobrepeso é maior entre 35 e 50 anos de idade. Mas também já atinge crianças: 13% das crianças americanas são obesas. Aqui no Brasil, se não houver uma mudança de hábitos – o que eu acho difícil de acontecer, em menos de uma década a obesidade pode atingir 11,3 milhões de crianças, de acordo com um alerta divulgado em 2017 pela Federação Mundial de Obesidade. Nos alimentos, onde tem ômega 3? Nos peixes: sardinha, salmão, atum etc.; em algumas sementes como chia, linhaça e nozes. E onde tem o ômega 6? Em todos os alimentos industrialmente processados e principalmente em todos os tipos de óleos vegetais. Você sai no fim de semana para almoçar com seus filhos e faz o quê? Vai ao restaurante e pede uma porção de salmão natural do Chile e uma salada? Improvável. Você vai naquele fastfood famoso e pede um big qualquer coisa, feito com “n” produtos industrializados / processados e ainda por cima, tudo devidamente frito em óleo vegetal. Resultado: inflamação = obesidade = doenças crônicas. Mas é bom que se saiba que não é só pela nossa boca que geramos inflamação. O produto dos nossos pensamentos também vai produzir resultados ruins. Dependendo de como eu encaro as
coisas da vida, como eu encaro as demandas, as pressões, os problemas, eu posso gerar, a partir dos meus modelos mentais negativos, a ativação da inflamação crônica subclínica. O MEIO AMBIENTE EM QUE VIVEMOS É ALTAMENTE MOTIVADOR DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA SUBCLÍNICA. A POLUIÇÃO DO AR, A INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS, COMO CHUMBO, MERCÚRIO, ALUMÍNIO ETC., CADA VEZ MAIS FREQUENTE NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, SÃO APENAS ALGUNS EXEMPLOS Tudo isso somado gera a inflamação, que pode acontecer inclusive em resposta a uma situação que o organismo interpreta como sendo de perigo e dispara uma ordem errada, exagerada. São as alergias, também cada dia mais frequentes. Um estudo da professora Luisa Karla de Paula Arruda, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Universidade de São Paulo (USP), publicado em 2017, mostra uma epidemia de alergia no mundo: 2 bilhões de pessoas sofrem de algum tipo de alergia, ou seja, 30% da população. No Brasil, um pouco menos, 20% da população. E O QUE É A ALERGIA? UMA RESPOSTA EXAGERADA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO QUE VAI PROVOCAR O QUE CHAMAMOS DE FATOR DE NECROSE TUMORAL ALFA. ESSE FATOR VAI SINALIZAR PARA O SISTEMA IMUNOLÓGICO A NECESSIDADE UMA REAÇÃO QUE, POR SUA VEZ, VAI GERAR UMA CASCATA DE EVENTOS INFLAMATÓRIOS QUE VÃO SER CHAMADOS, LÁ NA PONTA, DE ALERGIA. QUE PODE RESULTAR EM ASMA, BRONQUITE, RINITE, ALERGIAS ALIMENTARES, DERMATITE ETC.
Tudo isso provocado pelas batalhas que nosso organismo trava diariamente por causa dos desequilíbrios. E eu posso estar repetindo e agravando essa batalha, na medida em que não entendo o processo que está acontecendo no corpo e o que está causando o desequilíbrio. A medicina tradicional cartesiana age, não na causa, mas apenas identificando o resultado dessa batalha, quando aparecem os sintomas e aí pode ser tarde demais. Quando essa instabilidade ocorre dentro de uma artéria coronariana nós temos um infarto; se for no cérebro, um AVC. E aí? Corre com a ambulância, chama o helicóptero – porque muitos planos de doença hoje em dia têm até helicópteros para atender o cliente o mais rápido possível. Um estudo publicado em 2017 pela revista Stroke, da American Heart Association, mostra que cada minuto ganho no atendimento a um paciente acrescenta 1,8 dias de vida. Bom isso, não? Pode sobreviver, mas não vai ser uma vida saudável, porque o processo inflamatório que resultou nesse AVC estava acontecendo ao longo da nossa vida e vai continuar acontecendo, mesmo a despeito do tratamento medicamentoso. E está acontecendo ao longo da vida da maioria das pessoas. E é completamente assintomático, não vai aparecer em exames convencionais, não vai gerar nenhum tipo de sintoma ou suspeita de que está em evolução, até que: bam! A pessoa forte, saudável, empurrando um carrinho de supermercado, cai dura. Morte súbita! Um mistério para a medicina tradicional.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a morte súbita é líder em óbitos no Brasil, sendo responsável por quase 30% de todas as mortes no país. São 320 mil brasileiros morrendo todos os anos dessa forma. O número é tão grande que supera a quantidade de óbitos decorrentes da Aids e de acidentes automobilísticos e homicídios. E ninguém sabe o que ocasiona esse tipo de morte. A OMS considera a cardiopatia isquêmica (ou aterosclerose coronariana, que são danos nos vasos sanguíneos do coração), como o principal motivo. Mas o que provoca a aterosclerose coronariana? O que faz a artéria enrijecer, romper ou ser obstruída? Um processo complexo, provocado por desequilíbrios desencadeados por diversos fatores, que vão da forma como a pessoa pensa, até a alimentação, a falta de exercícios físicos, o meio ambiente, o tipo de trabalho etc. Tudo isso gerando inflamação crônica subclínica; uma cascata de eventos acontecendo lá, quietinha, em nível celular, até que o sistema inteiro esteja comprometido e seja tarde demais. E não vai ter helicóptero que dê jeito.
HCG NÃO É EMAGRECEDOR O excesso de peso e a obesidade tornaram-se um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Tão grave que a OMS considera que, atualmente, seja o principal problema de saúde a ser enfrentado pelos países desenvolvidos. Um estudo feito pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME, sigla em inglês) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mostrou que 2,2 bilhões de pessoas (30% da população mundial) enfrentam o problema. Aqui no Brasil, dados do governo federal, mostram que a obesidade cresceu mais de 60% nos últimos 10 anos e já atinge metade da população. É uma calamidade que causa um prejuízo de US$ 67,5 bilhões anualmente (US$ 58,8 bilhões com custos médicos e US$ 13,7 bilhões pela redução da produtividade), segundo levantamento feito pela revista The Lancet em 2016. O relatório também apontou as consequências da obesidade na mortalidade mundial: em 2015, mais de 4 milhões de pessoas
morreram no mundo pelo excesso de peso corporal. E revelou que o excesso de peso pode reduzir a expectativa de vida entre um e 10 anos, de acordo com o grau de intensidade. A obesidade é uma pandemia no mundo moderno. E não é mais um problema de pessoas que podem pagar para se alimentar, de ricos. Hoje encontramos grupos de obesos principalmente entre os grupos populacionais mais pobres. Pessoas que antigamente não tinham o que comer e, hoje, pelo barateamento e universalidade da chamada comida fast food, enfrentam um problema inverso. E isso acontece porque essa comida rápida contém excesso de carboidratos refinados, com altos índices glicêmicos, e um alto poder de se transformar em gordura dentro do nosso organismo. E para começar a resolver o problema da obesidade, a primeira coisa que nós precisamos entender é que existem vários tipos de gordura no nosso organismo. Uma delas é a gordura estrutural, responsável pela sustentação e serve como um amortecedor em nosso organismo; uma espécie de “colchão adiposo”, que funciona como amortecedor natural para nossos órgãos internos. Essa gordura é importante e não pode ser contabilizada no contexto da obesidade. Há a gordura de reserva, associada aos alimentos que nós ingerimos, a quantidade de gorduras poli-insaturadas, monoinsaturadas e saturadas que nós ingerimos, a partir da nossa dieta. E tem a gordura branca. Essa gordura branca é a que tende a se acumular desnecessariamente no nosso organismo em uma estrutura celular que nós chamamos de adipócitos. Trata-se de células altamente especializadas em armazenar energia na forma de gordura, com
uma capacidade ilimitada. E é exatamente essa gordura branca que se deposita nas células adiposas que causa o problema da obesidade. Então, vamos começar a entender o que é a obesidade e quais são os múltiplos fatores que levam um indivíduo a acumular essa gordura branca no seu organismo. A segunda coisa que precisamos entender é: o que é o peso. Peso é: massa x força da gravidade. Então o peso é a expressão da minha massa corporal total sob a atuação da força gravitacional. Ou seja: peso é quilograma-força (KGF). É isso que a balança mede. E aí há algumas armadilhas muito perigosas. Por exemplo: quando você sobe em uma balança e o ponteiro aponta para mais, nem sempre você está engordando. E nem sempre quando o ponteiro aponta para menos, você está emagrecendo. De uma maneira bem didática: o indivíduo pode engordar mantendo o mesmo peso, aumentando ou diminuindo o peso. Da mesma forma pode emagrecer com a balança apontando para mais, com o ponteiro se mantendo no mesmo número ou apontando para menos. Porque o que vai dizer se nós estamos emagrecendo ou engordando não é o peso total e sim o percentual de gordura corporal. Para saber quanta gordura temos acumulada e o estado atual da obesidade é preciso uma análise da composição corporal. E um dos mais importantes e eficazes exames que temos hoje é a bioimpedância tetrapolar. Embora o nome seja complicado, é simples, não invasivo e muito rápido, um procedimento que avalia vários parâmetros que vão nos fazer entender o que é que o corpo
realmente precisa perder e qual o melhor plano estratégico para isso. Nesse cenário é preciso também avaliar o aspecto familiar e hereditário, e até a cultura da pessoa, para depois dizer o que fazer. Porque existem certas culturas com hábitos alimentares extremamente nocivos e que facilitam enormemente acumular esta gordura branca no organismo. O consumo de alimentos, principalmente os carboidratos refinados, presente em massas brancas, pão, biscoitos, sanduíches etc., que têm o poder de se transformar em gordura, porque contém alto índice glicêmico e alta capacidade de se transformar em açúcar, além de refrigerantes e sucos etc., vendidos além de sucos em latas e caixas, que já são açúcar puro, faz explodir a transformação do açúcar em gordura. Na prática, o que acontece? Como a quantidade de açúcar desses alimentos é excessiva, e o organismo das pessoas não consegue utilizar essa carga de energia, a maior parte vai ser armazenada através da ação de um potente hormônio que nós temos no nosso organismo, chamada insulina. Esse hormônio vai retirar o excesso da energia contida nesses alimentos e guardar. OUTRO FATOR QUE TEM UM “PESO” MUITO IMPORTANTE NA OBESIDADE É A BAIXA CAPACIDADE DE GASTAR ENERGIA QUE O HOMEM MODERNO TEM. OU SEJA: O SEDENTARISMO. Um levantamento do Ministério da Saúde, realizado em 2016, revelou que 62% das pessoas não praticavam esportes. Apenas 37,6% das pessoas estavam envolvidas com alguma modalidade. Entre esses, a ocorrência era maior em homens (46,6%) do que em
mulheres (29,9%). O sedentarismo também aparecia mais entre os mais jovens: em moças e rapazes de 18 a 24 anos de idade o índice subia para 52,2%, enquanto entre aqueles com 65 anos ou mais caía para 22,3%. A pesquisa também avaliou outras formas de atividade física (como durante o deslocamento para o trabalho ou a outros locais), e descobriu que 45% da população não faz nada. Nem no trabalho. Ainda nesse caso, a diferença de idade seguia sendo um fator determinante, com a taxa ficando em 65,7% na faixa de 18 a 24 anos e em 28,8% na de pessoas com mais 65 anos ou mais. E o paradoxo é que nós carregamos nos nossos genes o ritmo de vida herdado de homens que viveram entre 10 e 20 mil anos atrás. No nosso genoma está impresso a informação de que o ser humano não foi configurado geneticamente para o sedentarismo. O homem paleolítico, nosso antepassado de 20 mil anos atrás, andava ou corria em média 20 quilômetros por dia, por inúmeras razões, tais como buscar comida, fugir de predadores, caçar etc. Hoje, a maioria das pessoas que vivem nesse mundo sedentário não anda um km por dia. Às vezes, não anda 20 km nem a vida toda... Então, o sedentarismo provoca a tendência natural de aumentar a capacidade de armazenar a energia contida nos alimentos. E os alimentos tem uma quantidade de energia exagerada e desnecessária. E para completar essa fórmula explosiva, ainda tem os múltiplos fatores envolvidos, como a genética que herdamos de nossos pais. Existem determinados genes que propiciam naturalmente a uma pessoa, a capacidade de armazenar gordura no seu corpo de uma
maneira muito mais rápida, de forma muito mais fácil do que outras. Oitenta por cento da população têm esse problema. Isso quer dizer que aproximadamente 20% da população desse planeta é constituída por pessoas privilegiadas, que são quase que imunes à obesidade. São pessoas que têm uma altíssima capacidade de metabolizar carboidratos e uma altíssima capacidade genética de metabolizar gorduras. São aquelas pessoas que encontramos no dia a dia, e por vezes até brincamos: essa pessoa pode comer um elefante que não vai engordar. Geneticamente existem esses sortudos. Mas infelizmente 80% da população mundial não é assim. E esses seres ainda enfrentam o problema de estarem num planeta industrializado, onde os alimentos são comercializados em latas, em caixas, em sacos, cheios de aditivos acidulantes, flavorizantes, estabilizantes e substâncias nocivas multivariadas, extremamente ofensivas ao corpo. E para piorar, ainda comem desnecessariamente. Sem se preocupar com a quantidade de calorias que estão ingerindo. Porque os macronutrientes dos alimentos que eu ponho no meu prato, contém basicamente proteínas carboidratos e gorduras. E esses alimentos por sua vez contém calorias. E essas calorias são a moeda de energia que vai ser utilizada ou armazenada pelo nosso organismo. Voltando a fazer uma analogia com uma conta bancária: cada vez que eu me alimento, é como se fizesse um depósito na minha conta bancária. Ou seja, quando você consegue manter o equilíbrio entre depósitos e saques, você mantém a quantidade de gordura de seu corpo estável. Se você deposita mais do que gasta, vai ficar rico.
Então o que nós estamos vendo hoje são pessoas extremamente ricas, do ponto de vista do homem paleolítico, que tinha que correr (literalmente) atrás de sua comida todos os dias. E a riqueza mal-empregada se transforma em problema. Quantas pessoas ganham na Mega Sena e acabam com sua vida? São comuns as histórias. Uns acabam mortos até por familiares, por causa da ganância, outros acabam ainda mais pobres e endividados do que eram antes. As histórias estão aí... Essa nossa riqueza atual, acumulada na forma de gordura branca é extremamente perniciosa, porque provoca uma repercussão metabólica importante. Muitas pessoas pensam: não entendo porque eu estou gordo, eu como pouco. Mas está olhando apenas para um lado dessa equação. Você como pouco, mas gasta menos ainda. E para piorar, com certeza tem deficiências hormonais que estão impedindo suas células de promover o metabolismo necessário. Então o que nós temos que definir, dentro de um modelo terapêutico eficaz para conter a obesidade, é esse equilíbrio entre ganhos e gastos. Porque você pode estar ingerindo muito pouco, mas pode estar gastando menos ainda. Você pode estar gastando muito, mas está ingerindo mais do que está gastando. E para estabelecer o modelo terapêutico, além daquele exame que falei (a bioimpedância), que vai determinar a quantidade de gordura branca acumulada, e de levar em conta fatores genéticos e culturais, ainda é preciso ver, qual é a altura desse indivíduo, qual é o peso total, a idade e o sexo. Para cada um desses parâmetros é construído um campo de referências individuais que vão permitir ao médico entender qual é a quantidade de água que essa pessoa
carrega no corpo, qual o limite fisiológico da água que ela tem que ter no seu corpo, qual é o limite fisiológico de proteínas, de minerais, de massa óssea, de massa muscular e de gordura. Só depois de analisar tudo isso é que é possível classificar se a pessoa realmente precisar perder de gordura. Se uma mulher de 72 kg precisar perder 1kg de gordura, 2 kg, 3 kg, 15 Kg ou 25 kg, vai depender da idade, da taxa metabólica basal e de uma série de outros fatores e não apenas da balança. Acredito que você já foi capaz de compreender que a questão da obesidade é muito mais complexa do que nós imaginávamos. Qualquer quantidade a mais que o necessário para o organismo funcionar, ou que esteja acima de sua capacidade de metabolismo, por exemplo, causa aqueles erros de informação que a célula recebe, sobre o qual falei aqui antes, e a pessoa engorda. Se você passa todos os dias naquele quiosque que serve aquele delicioso cafezinho e costuma colocar uma colherzinha de açúcar, se não gastar essa energia, ao fim de 30 anos, vai ter engordado 20 kg. E aí você se pergunta: Engordei 20 kg... De onde veio essa gordura, se não estou comendo nada a mais do que sempre comi? Outra questão que você precisa entender é que não existe solução mágica para a obesidade. As pessoas ficam procurando: qual é o medicamento da vez? Qual é a próxima pílula mágica? Qual é a próxima dieta da moda? A dieta da lua? A dieta do abacaxi? A dieta de um ator famoso? É o medicamento que a fulana de tal está tomando? Qual é a solução?
VOU LISTAR PARA VOCÊ MEIA DÚZIA DESTAS DIETAS RIDÍCULAS, QUE SÓ SERVEM COMO PIADA: 1 – A dieta da Bíblia – Ela recomenda comer apenas alimentos que são citados no Gênesis, capítulo 1, versículo 29. O que diz lá? – Disse Deus: “Eis que dou a vocês todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês”. Isso quer dizer que você deve passar a só comer vegetais. 2 – Dieta da solitária – Talvez seja a mais esdrúxula. Você talvez imagine que deva se trancar numa solitária e ficar lá até emagrecer. Pois não seria tão preocupante. A solitária em questão é um verme. Isso mesmo é a tênia. A ideia é que a tênia pode ajudar você a conseguir perder peso. Isso é uma coisa bestial. Isso vem do século XIX quando “sementes” desses vermes eram vendidas em pequenos frascos para “diminuir sua cintura”. 3 – Dieta do piercing – Essa dieta deve ter alguma coisa a ver com a acupuntura. A recomendação é furar a cartilagem da orelha colocar um piercing. Isso teoricamente iria suprimir o seu apetite. 4 – Dieta do banho – Diz que se você tomar banho várias vezes ao dia, e todos os dias, vai perder peso. A teoria (completamente estapafúrdia) é que o sabonete penetra na pele e ataca e desintegra as células de gordura. 5 – Dieta da Bela Adormecida – Essa é potencialmente perigosa. A recomendação é que se use algum sedativo, para permanecer dormindo por dias. Afinal, enquanto você dorme, você não come, então vai acordar magrinho. 6 – Dieta do algodão – Essa é muito estranha. Diz que se você comer bolas de algodão (e não é o algodão doce, não), vai encher o seu estômago e perder o apetite. Não vou nem entrar na questão se essas ideias são boas ou ruins, funcionam ou não. Isso nem está em discussão, de tão óbvio que é, concordam? Recentemente um programa de televisão trouxe uma denúncia sobre o uso indiscriminado do hormônio HCG como emagrecedor.
Uma prática que foi veementemente condenada pela Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia (Sobraf), da qual tenho o orgulho de ser presidente. Esse hormônio é, sim, recomendado como coadjuvante no tratamento contra a obesidade, mas aliado a uma dieta de muito baixa caloria (DMBC), usado por um período que não exceda 40 dias e administrado em pequenas doses, por via sublingual. Usado por prescrição e supervisão de médicos devidamente treinados e qualificados, a substância é segura. Nas mãos de leigos e curiosos, pode se transformar em um perigo. Mas é preciso ressaltar que o HCG não é remédio para perder peso. O que reduz o peso é a dieta restritiva, com baixas calorias. O uso do hormônio é uma ferramenta metabólica, capaz de auxiliar no processo de emagrecimento. Isso acontece porque no organismo de homens e mulheres o HCG envia ao cérebro uma mensagem semelhante a que é ativada nos três primeiros meses de gestação. A partir desse input, o organismo começa a poupar proteínas estruturais e músculos, garantindo que o aporte necessário de energia seja obtido primariamente pelo recrutamento e queima da gordura visceral. Esse é o principal mecanismo de ação do HCG, quando associado à dieta hipocalórica: promover a queima de gordura branca altamente inflamatória, preservando a massa magra e evitando a cetose do paciente, como forma de auxiliar a manutenção da saúde durante o processo de perda de peso(gordura). Embora pouco conhecido, o modelo é eficaz e seguro, sendo usado na prática médica há mais de 60 anos.
Ocorre que o desejo da perda de peso a qualquer custo, leva as pessoas ao desespero, e acabam se arriscando com profissionais mal-intencionados ou apenas despreparados. Por conta disso, a cada dia que passa, surgem inúmeras dietas milagrosas, acompanhadas de artifícios mirabolantes que garantem trazer resultados imediatos. E todos nós sabemos que não existem milagres e muito menos atalhos quando o assunto é saúde. É a promessa não cumprida de que medicamentos mágicos vão acabar com a obesidade. Poderemos fazer um histórico bem simples: nos últimos 30 anos quantos medicamentos mágicos já surgiram? Quantos veículos de comunicação deram matéria de capa falando sobre a droga da vez, o novo medicamento miraculoso e o final de tudo isso você já conhece muito. Ninguém perdeu uma grama com isso. Se perdeu, recuperou e duplicou o que havia perdido. No começo de 2018 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou a venda de um novo medicamento. Ele imita a ação do hormônio GLP-1, que é responsável justamente por nos deixar satisfeitos após as refeições. Cada caixa do remédio, contendo apenas três doses chegou ao Brasil com preço que varia de R$ 668,22 a R$ 742,94 e é suficiente para aproximadamente um mês e meio de tratamento. Você já comprou? É baratinho. Você não vai gastar nem R$ 6 mil por ano. E sabe quanto vai perder de peso? Zero. Nada... E se perder uma grama, no dia em que você não puder tomar o remédio, vai recuperar tudo novamente, com juros e correção monetária. Por isso é fundamental lembrar que não existe nenhum remédio milagroso. Por mais que o medicamento A ou B possa ajudar, e há
medicamentos (como no caso do HCG) que realmente podem ajudar, nenhum funciona sozinho. A medicação para a obesidade não substitui a mudança do estilo de vida porque, em primeiro lugar, é um problema multifatorial. Por isso é preciso que o médico avalie corretamente cada um desses fatores antes de determinar o que você deve fazer, qual remédio tomar, qual a dieta deve seguir, quais os exercícios físicos deve fazer. E depois de perder peso, há ainda o aspecto mais importante, que é a manutenção. O desafio não é a pessoa perder peso. O verdadeiro desafio é fazer com que essa pessoa não recupere o que foi perdido e mantenha-se saudável. Por isso, o tratamento da obesidade é multidisciplinar. O médico vai fazer a primeira intervenção, analisando e determinando qual o percentual de gordura deve ser perdida, de acordo com seu perfil. Mais de 90% dos obesos possuem também distúrbios hormonais e que precisam ser diagnosticados e corrigidos. Depois, a manutenção vai envolver o personal trainer, o nutricionista, o psicólogo (porque o controle do estresse é fundamental nesse processo) etc. E será a soma de todos esses talentos, junto com seu esforço e determinação que vai promover o resultado consistente que você precisa para se manter saudável. ESSE CONJUNTO DE MEDIDAS, SOMADAS AO REEQUILÍBRIO HORMONAL, PODEM TRANSFORMAR VOCÊ EM UMA NOVA PESSOA.
REMODELANDO Vamos entender do que se trata essa tal de remodelação hormonal... 1. Dando novo formato, novo sentido. 2. E o que são hormônios? São moléculas produzidas pelas glândulas endócrinas ou células especializadas, que exercem um efeito fisiológico específico sobre uma ou mais partes do corpo. Ou seja, são substâncias químicas que transferem informações e instruções entre as células do nosso organismo, também chamados de “mensageiros químicos do corpo”. Lembra daquele toca-fitas que você tinha no carro? Para o som ficar bom, você tinha que acoplar um amplificador. Lembra disso? Na frente do amplificador, havia uma sequência de botões deslizantes, que permitiam regular (equalizar) cada uma das faixas de onda da música que você estava ouvindo. Pois bem. Cada hormônio tem uma função específica em nosso corpo. Se você imaginar cada um como uma daquelas teclas e a remodelação como a capacidade de deslizar esses botões para baixo e para cima, a fim de equalizar essas funções, vai ter uma ideia aproximada sobre o que estamos falando. Temos hormônio para regular o sono, as funções mentais, os sistemas imunológico e cardiovascular e, até mesmo, nosso humor.
Por isso, a partir do momento em que começam as quedas na produção de alguns desses hormônios, você começa a envelhecer, a saúde fica em desequilíbrio, abrindo margem para as doenças consideradas “próprias da idade”. Os hormônios, então, regulam desde o desenvolvimento do corpo, quando somos crianças até o envelhecimento, quando adultos, passando por funções de sintonia fina (já que estamos usando o som como analogia) que vão do sistema reprodutivo ao metabolismo, que é o processo usado pelo organismo para produzir energia a partir dos alimentos. Unindo esses conceitos, para que fique fácil de você compreender sobre o que estamos falando, remodelação hormonal é a capacidade de identificar cada um desses hormônios e suas funções, entender suas variações (e são muitas) e equalizá-las. E ainda com um pormenor de suma importância: fazer isso caso a caso, já que cada pessoa tem uma impressão hormonal própria, como se fosse uma impressão digital. Vou lhe mostrar a partir de agora algumas dessas teclas hormonais que podemos (e devemos!) deslizar para cima ou para baixo, a partir da avaliação feita por um profissional treinado, para fazer o que chamamos de remodelação: 1. Melatonina 34. Paratormônio 2. Serotonina 35. Peptídeo Inibidor Gástrico 3. Tiroxina (T4) 36. Prolactina 4. Triiodotironina (ou T3) 37. Relaxina 5. Adrenalina – (epinefrina) 38. Secretina 6. Noradrenalina 39. Somatostatina 7. Dopamina 40. Trombopoietina
8. Antimülleriano 41. Tireotrofina 9. Adiponectina 42. Cortisol 10. Adrenocorticotrófico 43. Aldosterona 11. Angiotensina 44. Testosterona 12. Vasopressina 45. Dehidroepiandrosterona 13. Peptídeo natriurético atrial (atriopeptina) 46. Androstenediona 14. Calcitonina 47. Diidrotestosterona 15. Colecistocinina 48. Estradiol 16. Corticotrofina 49. Estrona 17. Eritropoietina 50. Estriol 18. Hormônio folículo estimulante 51. Progesterona 19. Gastrina 52. Calcitriol 20. Grelina 53. Calcidiol 21. Glucagon 54. Prostaglandinas 22. Gonadotrofina 55. Leucotrienos 23. GH 56. Prostaciclina 24. Gonadotrofina coriônica humana 57. Tromboxano 25. Lactogênio humano placentário 58. Lipotropin 26. IFG-1 59. Peptídio natriurético cerebral 27. Inibina 60. Neuropeptídio 28. Insulina 61. Histamina 29. Somatomedina 62. Endotelina 30. Leptina 63. Polipeptídeo pancreático 31. Luteinizante 64. Renina 32. MSH – Hormônio estimulador de melanócitos 65. Encefalina 33. Ocitocina Cada um desses hormônios tem funções específicas que são estimuladas ou inibidas de acordo com nossas necessidades
diárias, nossos afazeres, nossa vida. Muitos deles, têm funções variadas, fazendo ligações em quase todas as partes do corpo. Quando precisamos crescer aumenta a produção do GH (que não tem só essa função e aqui serve apenas como exemplo). A produção descontrolada desse hormônio causa aberrações físicas: gigantismo, nanismo etc. Quando precisamos de energia, o estômago estimula o pâncreas e o hipotálamo a produzir grelina, para que o cérebro entenda que estamos com fome. E quanto mais grelina, mais fome. Em excesso faz você comer sem parar, até explodir. Em falta, faz você murchar e morrer. E por aí vai. Cada uma dessas funções tem que ter uma regu- lação, um controle, uma equalização, em cada fase da vida, em cada dia, cada hora. A queda do cortisol durante o dia, por exemplo, pode provocar sonolência e dificuldade de raciocínio; depressão matinal pode estar associada à deficiência intracelular de T3 e por aí vai... TUDO O QUE SOMOS SÃO HORMÔNIOS EM AÇÃO. E É POR ISSO QUE ENVELHECEMOS. Porque a partir dos 25, 30 anos de idade, a natureza entende que já cumprimos nossa função primária que é a reprodução da espécie e começa a diminuir produção hormonal. É um processo natural e irreversível. O problema é que aceleramos esse processo com nosso modo de vida moderno: sedentarismo, má alimentação (os famosos fast foods), estresse, aquele monte de leds acesos a noite toda ao lado da cama...
Cada detalhe desse é um fator que faz cada um dos botões listados deslizar, para cima e para baixo, levando os sintomas do envelhecimento como cansaço, diminuição da memória, aumento de peso, diminuição da libido, aumento de flacidez e rugas, mudanças de humor e o aumento do riscos de doenças cardiovasculares e cerebrais (infarto, AVC), câncer, Alzheimer etc. — Ah, mas Dr. Ítalo, eu já faço reposição hormonal e não acho que esteja adiantando muito. É muito diferente. A reposição hormonal convencional, que é corrente e praticada por muitos médicos faz duas coisas (por isso você não está sentindo grandes diferenças em sua vida): ela apenas repõe os hormônios que estão em níveis considerados baixos e os nivela a índices xos, obtidos a partir de dados estatísticos internacionais antigos, muitos apurados empiricamente etc., que comparam indivíduos da mesma idade, considerando que todos necessitam das mesmas doses de hormônios. E faz essa intervenção de modo tardio, quando aparecem os sintomas da menopausa da mulher e da andropausa nos homens, para reestabelecer uma de ciência já instalada.
Já a remodelação hormonal pode começar a ser feita a partir de qualquer idade em que alterações significativas na produção de um dado hormônio sejam diagnosticadas, constituindo em uma ação preventiva. O perfil hormonal é individualizado, procurando-se compreender como seu corpo funciona e do que necessita, a mais ou a menos, são sugeridas e introduzidas mudanças no seu modo de vida, para assim reestabelecermos o equilíbrio hormonal, restaurando os níveis de energia e vitalidade, otimizando a performance sexual, reduzindo a gordura corporal, aumentando a massa muscular o metabolismo cerebral e elevando a capacidade físico-respiratória. Tudo isso pode reduzir o risco de doenças do envelhecimento (câncer, Alzheimer, infarto e etc.), melhorar a qualidade de vida e até impactar de forma positiva a aparência física. Parece mágica? Eu aperto esse botãozinho, aquele, aquele e naquele, e... Alakazam! Você não envelhece mais, fica forte saudável, bonito etc. A coisa não é assim. Profissionais sérios e verdadeiramente comprometidos com a vida e com a saúde não podem prometer soluções mágicas, nem rápidas. Não existe a promessa de resultado imediato, pois todo tratamento médico depende da resposta individual de cada organismo, além da aderência do paciente em seguir as orientações de mudanças no estilo de vida etc. E é fundamental uma avaliação individual e pormenorizada de cada pessoa porque o que é normal e bom para mim pode não ser pra você. E mexer com esse fino equilíbrio, mesmo dentro da faixa considerada de normalidade, é um desafio de alta complexidade. O
excesso de hormônios para tireoide, por exemplo, pode causar doenças cardíacas. A prescrição indiscriminada de testosterona pode levar a efeitos colaterais importantes e indesejáveis. Além disso, se não for muito bem feito, muito bem orquestrado, ainda pode levar à dependência: seus sistemas podem entender que não precisam mais trabalhar sozinhos e parar de funcionar de vez. Então, calma com andor... — E POR QUE É BIOIDÊNTICA, DR.? É CHAMADA ASSIM PORQUE USAMOS HORMÔNIOS COM UMA ESTRUTURA QUÍMICA SEMELHANTE AOS PRODUZIDOS NATURALMENTE PELO NOSSO ORGANISMO, APESAR DE SEREM FEITOS EM LABORATÓRIO. DIFERENTE DOS SINTÉTICOS, OS HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS TÊM AÇÃO MAIS FISIOLÓGICA E NATURAL DENTRO DO NOSSO CORPO. O TERMO BIOIDÊNTICO É UTILIZADO PARA PREPARAÇÕES QUE
CONTÊM OS HORMÔNIOS ESTRONA, ESTRIOL, PROGESTERONA, TESTOSTERONA, MELATONINA, TIROXINA, O HORMÔNIO DO CRESCIMENTO HUMANO RECOMBINANTE E OUTROS TANTOS. UTILIZADOS DE FORMA CORRETA, NA DOSE CERTA E PELO TEMPO CERTO, SÃO SEGUROS E PRODUZEM BAIXA PROBABILIDADE DE EFEITOS ADVERSOS.
A NOVA MEDICINA Na internet, cada dia mais, você encontra profissionais falando sobre a medicina do futuro. Tem listas de equipamentos que estão sendo desenvolvidos ou ainda projetados, fala-se em diagnósticos “em tempo real”, que vamos virar cyborgs, com órgãos e membros artificiais; nanorrobôs, que são máquinas microscópicas capazes de diagnosticar doenças e melhorar a entrega de medicamentos, além de equipamentos multifuncionais, capazes de detectar doenças e sintomas de uma só vez, e por aí vai... E se eu lhe disser que estão todos errados?! Isso mesmo! O futuro da medicina está em evitar que se fique doente. Como falei lá no começo: fazer as revisões do corpo, como fazemos de um carro. E não deixar cair aos pedaços para depois tentar consertar. Mas nesse caminho, é preciso ficar muito atento aos perigos das práticas alternativas, que vão surgir no percurso, e que muitas vezes não passam de um engodo de oportunistas, querendo se aproveitar da boa-fé das pessoas. Isso é realmente um perigo e tem que ser combatido.
Nos Estados Unidos existe hoje um contingente de mais de 80 milhões de pessoas sofrendo de alguma forma de doença cardiovascular. A projeção é de mais ou menos um milhão e 300 mil mortes por infarto a cada ano. Em todo o mundo, cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem vítimas de doenças cardiovasculares, a cada ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a situação não é diferente. A média anual chega a 350 mil, o que corresponde a uma vida perdida a cada 40 segundos; a duas vezes mais que todas as mortes decorrentes de câncer e seis vezes mais que as provocadas por todas as infecções no país. Então, as pessoas estão assustadas. E, lógico, quando se fala em medicina alternativa; quando se fala em ser capaz de evitar ou minimizar os riscos dessas doenças, isso se torna um chamariz e pode atrair muita gente mal-intencionada. Por isso, na Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia (Sobraf), nosso propósito é promover e fomentar o conhecimento relativo à fisiologia humana, contribuindo para a propagação de práticas de prevenção em saúde. Nosso objetivo é congregar de forma associativa, profissionais que exerçam atividades que corroborem para concretizar sua missão; realizar periodicamente eventos para debater e divulgar as atualizações científicas e demais temas objetos de seus estudos; promover intercâmbio com sociedades técnico-científicas nacionais e estrangeiras; incentivar a evolução e o aperfeiçoamento do ensino, do treinamento e da formação profissional médica e de áreas afins; selecionar, organizar e divulgar informações técnico- científicas de interesse da sociedade; assessorar e colaborar com órgãos públicos e entidades privadas ligadas às áreas médica e
científica; e respeitar e promover os princípios do desenvolvimento sustentável em prol da saúde e do bem-estar da sociedade. PRATICAMOS MEDICINA PREVENTIVA E NÃO ALTERNATIVA. E dentro desses novos cenários a sugestão é que os dois lados da moeda, a medicina tradicional curativa e a medicina preventiva, se unam com a finalidade de promover um modelo de saúde mais eficaz. Eu não sou opositor do médico tradicional (até porque essa é minha formação básica e eu respeito muito meus colegas), mas também eles não devem me ver como inimigo. O que nós praticamos se chama medicina da longevidade, que é uma medicina moderna e integrativa, solidamente embasada na fisiologia, que é uma vertente médica que pode ser praticada por qualquer médico. Esse modelo encontra-se solidamente embasado em ciência e é usado hoje por milhões de pessoas em 117 países. No Brasil, é praticada há aproximadamente 20 anos e hoje nós somos um grupo com aproximadamente 8.000 médicos de 32 especialidades distintas que tem a responsabilidade de zelar pela saúde de mais 2,5 milhões pessoas. Desse modo, o modelo que defendemos e praticamos, preventivo, está muito longe de ser um devaneio ou um ensaio empírico. É um trabalho sério, baseado em dados científicos e evidências práticas de resultados clínicos replicáveis e de boa qualidade cujo objetivo é dar às pessoas uma opção e uma chance de prevenir tratar os seus problemas utilizando novas abordagens e métodos.
Não se deve cair no erro de achar que, porque algo é novo, ou é uma ideia que foge do tradicional, é errada, mal-intencionada, nociva ou perigosa. Afinal, a evolução da sociedade é feita, sempre, a partir de ideias que a princípio se apresentam como ridículas ou pouco críveis. As pessoas riam de Thomas Edison quando inventou a lâmpada e disse que ia iluminar Washington. O CEO da Kodak nem levou em consideração quando mostraram para ele a câmera digital que não usava filme. Ele estava no topo de um mercado que movimentava bilhões de dólares e achou que ninguém ia querer fotografar e ficar com a foto no computador ou na câmera. As pessoas queriam ver suas fotos reveladas e impressas. Hoje, quem vai numa loja comprar um filme de 36 poses? Então, a vida é assim. Tudo o que é novo e revolucionário, tende a ser menosprezado por quem está no poder (e aqui não estou falando de poder político), usufruindo e se beneficiando do modelo tradicional. É a ordem natural das coisas e eu não recrimino essas pessoas. Afinal, o sujeito estudou, se esforçou, fez cursos e mais cursos etc., e está lá, tranquilo, ganhando a vida dele. Recebe o paciente, escuta as reclamações, faz uma avaliação a partir dos sintomas descritos e... prescreve um remédio. Aí aparece alguém com outras ideias, falando em princípios da fisiologia, causas primárias das patologias e prognósticos diferentes, que vão permitir que as pessoas possam ter mais chances de uma vida normal e saudável. O que um médico tradicional pode ser induzido a pensar? “Charlatanismo”. “Esse sujeito está falando em tratar as pessoas antes que adoeçam. Porque alguém que não está
doente iria se tratar? E se as pessoas deixarem de ficar doentes, como eu vou ganhar a vida?” E aí como um médico tradicional pode, potencialmente, reagir? Combate essa ideia nova, sem nem querer saber se há base científica no que está sendo dito ou não. Ele pode usar de todos os meios, pode envolver autoridades e entidades que possam ajudá-lo na luta contra essa novidade, até o momento em que ela passe a ter aceitação e ser de domínio público. A história se repete sempre. Mudam os personagens e os cenários, o resto segue o mesmo roteiro. O que eu quero dizer com isso é: o modelo de medicina que estamos apresentando é o futuro da medicina. E não há como fugir disso. Então, minha sugestão é que os dois modelos de medicina se entendam e se unam, em nome de um bem maior: saúde do ser humano. O objetivo é dar às pessoas uma opção e uma chance de detectar precocemente e tratar seus problemas utilizando novas abordagens e métodos solidamente baseados em evidências, prática direta de milhares de médicos e na aplicação clínica dos princípios da fisiologia. O foco principal é abordar as causas primárias das patologias, chegando a um prognóstico diferente, que pode permitir que as pessoas tenham uma vida mais normal e mais saudável. A nossa anatomia indica o status de nosso presente, mas nossa fisiologia indica o status do nosso futuro. Não podemos mudar o presente do nosso paciente, mas podemos influenciar forte significativamente o seu futuro. Não podemos voltar e mudar o passado, mas podemos intervir agora e fazer um novo futuro.
A visão que nós temos dessa medicina é: um novo modelo de medicina preventiva, que utiliza-se de avançados conhecimentos tecnológicos e biomédicos, permitindo a elaboração de protocolos clínicos e terapêuticos padronizados que visam detectar, prevenir e tratar as condições associadas ao processo de envelhecimento humano. Isso tudo tendo como essência o olhar biopsicossocial, integrativo, holístico do ser humano, bem como suas especificidades! A proposta que trazemos para a vida humana é séria e ética. Nosso grupo obedece a diretrizes que são fundamentadas e constituídas por um comitê científico, formado por professores e cientistas de importantes instituições de ensino. Essa comissão independente valida as diretrizes do que propomos e praticamos. É um modelo de saúde que adota os mais modernos princí- pios científicos, com a finalidade de promover qualidade de vida em qualquer fase da vida, contribuindo para a redução dos custos socioeconômicos das doenças. Desse modo, é embasada em princípios de ética e responsabilidade que são compatíveis e consistentes com aqueles praticados e preconizados em outras áreas da ciência médica. E assim, aos poucos, as pessoas começam a se conscientizar de que não é possível obter resultados diferentes, fazendo sempre as mesmas coisas. Parece óbvio, mas, talvez, exatamente pela obviedade, a escolha de muitos seja permanecer no mesmo lugar, com as mesmas práticas. Se você tem pensado e agido assim, quero te dizer que só há um meio de obter resultados diferentes, e é fazendo coisas diferentes. Fazendo as mesmas coisas você pode,
no máximo, conseguir resultados melhores, mas jamais diferentes. E é apostando em coisas diferentes que nos superamos e evoluímos. E essa evolução começa pela mulher. É ela quem primeiro procura um novo tipo de tratamento e a partir dos resultados obtidos, indaga: “doutor e meu marido”? E o casal percebendo que sua vida está melhor começa a olhar da vertical: “doutor, e o meu pai e a minha mãe?” E na horizontal “e o meu irmão, a minha irmã”. Depois estendem os benefícios dessa nova ciência para os filhos; porque nós temos muitas coisas importantes a fazer pela infância, uma fase da vida crucial para alcançarmos saúde e qualidade de vida, diga-se de passagem. As crianças hoje estão crescendo em um mundo absolutamente hostil à sua biologia. Elas estão impregnadas de xenoestrogênios, que são estrógenos produzidos em laboratórios e presentes na composição de diversos produtos do nosso cotidiano; estão impregnadas de xenobióticos, que são compostos químicos estranhos ao organismo humano (como agrotóxicos, pesticidas etc.); de disruptores endócrinos, que as impossibilitam de manter uma taxa metabólica basal adequada. A alimentação está interferindo fortemente no perfil hormonal (e isso não é apenas das crianças, mas de todos nós), e isso impacta na composição corporal, que interfere na atividade inflamatória, que favorece a disfunção endotelial e por aí vai. Então, não temos mais
como tratar de pessoas que estão apenas envelhecendo. Ou ficar esperando sintomas, para tentar corrigir o problema. O cerne da questão, e talvez a grande dificuldade que a medicina tradicional tem de entender e aceitar um novo modelo, a medicina da longevidade saudável, é a maneira como os médicos são treinados nas escolas. Nós somos preparados para apenas ver o que é palpável aos nossos sentidos. Mas se mudarmos nossa visão, poderemos ver abaixo da linha d’água e enxergar qual é, realmente, o tamanho do iceberg. Por exemplo, uma das mais perigosas drogas que nós seres humanos ingerimos, e de forma sistemática e continuada, é uma droga chamada alimento. Cada vez que eu me alimento, dependendo da proporção entre carboidratos, proteínas e gorduras eu posso produzir uma poderosíssima resposta hormonal endógena, que pode acelerar os fenômenos catabólicos celulares, a disfunção de replicação do DNA e promover aumento dramático da suscetibilidade a doenças (isso sem falar dos agrotóxicos, pesticidas e substâncias químicas presentes em comidas ultraprocessadas). Para complicar: o mundo em que nós vivemos é cada vez mais estressante e cada vez mais um convite ao sedentarismo. Só para se ter uma ideia, 82% da população brasileira é formada por sedentários que têm estilos de vida inapropriadas e desequilíbrios múltiplos. Esses elementos, alimentação, sedentarismo e estilos de vida desequilibrados, isolados ou de maneira combinada, tornam as pessoas vulneráveis na parte metabólica hormonal, aumentando as chances de doenças e disfunções. Além disso, é acrescentado à mistura desse bolo, a presença excessiva de radicais livres e o desequilíbrio na bioquímica cerebral.
Isso tudo vai produzir um fenômeno intracelular importante. Funciona assim: dentro das nossas células existe um complexo de duas proteínas que modulam o processo catabólico de destruição celular. Um peptídeo chamado “fator nuclear Kappa Beta” e uma proteína carreadora chamada “proteína inibidora do fator Kappa Beta”. Todas as vezes em o corpo humano é exposto a um dos elementos ou a um conjunto das variáveis citadas anteriormente (alimentação, estilo de vida, estresse etc.) no citoplasma das células acontece um desacoplamento da proteína carreadora. Ela desliga e deixa livre o fator nuclear Kappa Beta. Livre no citoplasma ele penetra no núcleo da célula e altera o genoma, fazendo com que essas células entrem num processo catabólico e de aceleração dos fenômenos de envelhecimento intracelular. Isso leva a uma variável chamada inflamação crônica subclínica, sobre a qual já falei aqui. Muitos médicos se sentirão convidados a rever seus conceitos para que se tornem capazes de enxergar as coisas pela ótica preventiva, e passem a atuar na vida das pessoas antes que os problemas se manifestem. Doenças do envelhecimento eram, até o século XX, entendidas como um processo inevitável. À luz do conhecimento atual, temos elementos suficientemente fortes para entendermos que a queda de hormônios anabolizantes, associados à perpetuação e intensificação da inflamação crônica subclínica, a concomitante elevação de hormônios catabolizantes, o sedentarismo, as carências múltiplas nutricionais e o estresse são fatores que produzem a aceleração desses processos, por provocarem o esgotamento dos sistemas naturais de reparo intracelulares. O que pretendemos com esse novo modelo é promover a detecção precoce, tratamento ou mesmo
reversão das disfunções que podem produzir as doenças, dando qualidade à quantidade, e quantidade à qualidade de vida. Para que nós possamos adotar uma espécie de uma receita de bolo para uma vida mais saudável, não podemos fazer apostas em um ou outro elemento isoladamente. Temos que atuar sistemática e simultaneamente em vários processos, de forma dinâmica e proativa, orientando as pessoas para que tenham estilos de vida saudáveis; mas também compreendendo o conceito de suplementação nutracêutica funcional; e a produção de ATP (adenosina trifosfato) a partir das mitocôndrias. Porque chega um momento em que as mitocôndrias não conseguem mais gerar ATP, que é a substância que armazena e transporta a energia liberada na respiração celular e fornece essa energia para as mais diversas atividades celulares. E se o seu médico não entende o que está acontecendo, como vai tratar? Quando as mitocôndrias perdem essa capacidade de produzir ATP nosso organismo começa a ficar carente de elementos para gerar o que em biologia chamamos de ciclo de Krebs. O ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico é uma das etapas metabólicas da respiração celular aeróbica. Essa respiração celular acontece em três fases: glicólise, que é o processo de quebra da glicose em partes menores, com formação de piruvato ou ácido pirúvico, que originará o Acetil-CoA; o ciclo de Krebs – quando o Acetil-CoA na primeira fase é oxidado passando a CO2; e, na última fase acontece a cadeia respiratória, que é a produção da maior parte da energia, com a transferência de elétrons provenientes dos hidrogênios, que foram retirados das substâncias participantes nas etapas anteriores.
O complexo ciclo de Krebs possui várias funções que contribuem para o metabolismo, entre eles a produção de energia para as células. Quando acontece um problema nas mitocôndrias, e elas são extremamente sensíveis, isso pode ser traduzido no nosso corpo como uma deficiência de magnésio, por exemplo, que é o quarto mineral mais abundante e é fundamental para a saúde humana. Ele está envolvido em mais de 300 processos metabólicos, entre eles, funções essenciais como a síntese de proteínas, utilização de gorduras e carboidratos, produção de enzimas de desintoxicação específica e produção de energia relacionada à desintoxicação de células. A deficiência do magnésio pode afetar praticamente todos os sistemas do corpo humano. Esse mineral é essencial no combate a doenças como artrite, Alzheimer, problemas de pressão alta, diabetes, problemas respiratórios, entre outros. Outra deficiência que impacta é a de carnitina (também chamada de L-carnitina, levocarnitina ou vitamina B11). É uma vitamina sintetizada pelo fígado, rins e cérebro, encontrada em quase todas as células do organismo e a falta dela pode causar cansaço, fraqueza muscular, confusão mental, problemas cardíacos e insuficiência renal, que pode evoluir para lesão das células tubulares renais. Mais um exemplo: a deficiência de coenzima q10 que é um composto solúvel em lipídeos e com propriedades semelhantes às das vitaminas, que está associada com o transporte de elétrons e com a geração de energia nas células. É um poderoso antioxidante que ajuda a prevenir as doenças cardíacas e pode retardar os processos catabólicos do envelhecimento.
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