:, longevidadesaudavel.com.b r GRUPO C}�lQ�qEVIDADE () SAUDÁVEL
VitaminaD03 Suplementaçãonagestaçãoaumentaforçadosbebês06 NotratamentodainsuficiênciacardíacacrônicaTestosterona10 Reduzriscodeinfartoederrameem homensmaisvelhos12 Andropausa-Umacondiçãoclínicaaindanegligenciada14 Reduzriscodecâncerdepróstataagressivoebook16 Testosteronapode“rejuvenescer”homensemulheres18 NotratamentodohipogonadismoOutrosassuntos20 Inflamaçãosubclínicaéacausaprimáriadedoençasparamédicoscrônicasquemaismatam22 Oiqntuesetinboeussuacsaimmpliccaoçõneshneacsaeúrdeufísmicamemoendtaello23 Hormônios:daemigmosedodciécrienbrao multidisciplinar25 Reposiçãodeestrogênio:umaterapiasegura26 Magnésio:Oqueelepodefazerporvocê28 Sedentarismopodeaceleraroenvelhecimentocelular29 Colesterol:Oquevocêrealmenteprecisasabersobreele33 Osperigosdaautomedicaçãoprolongada35 Enzimapodefavorecerganhodepesonamenopausa36 Cuidadocom alimentosmuitotorrados38 Terapiahormonalnamenopausaéeficazeseguraalongoprazo40 Estresseoxidativoeinflamação42 Iodo:Suplementaçãoéumaterapiaseguraeeficaz longevidadesaudavel.com.br
VitaminaD
Vitamina Dna gestação garante a força muscular das crianças Segundo cientistas, efeito da substância no organismo da gestante tem também impactos na saúde dos filhos na vida adulta
Ao longo da última década, as sociedades Endocrinology and Metabolism, diz, médica e científica têm reconhecido que a ainda, que essa relação entre a vita- deficiência de vitamina D tornou-se uma mina D e força muscular pode ter verdadeira pandemia, que vem ocorrendo efeitos na saúde futura dos filhos. em praticamente todos os países. E um dosprincipais motivos para o problema é a completa O estudo envolveu cerca de 700 mu-falta de percepção de que a quantidade de vita- lheres, que tiveram os níveis de vita-mina D presente na natureza e nos alimentos é mina D medidos na 34ª semana deinsuficiente para atender às múltiplas e complexas gestação. Depois, os pesquisadoresdemandas metabólicas do organismo humano. mediram a massa e a força muscu-Vários estudos comprovam e reiteram a importân- lar das crianças aos quatro anos decia da substância para o organismo, nas diferentes idade, quando pegavam um objetofases da vida de homens e mulheres. com as mãos. Os resultados mostra- ram que mães com níveis mais altosUm trabalho recente sobre o tema foi apresen- de vitamina D no organismo geraramtado por pesquisadores da Universidade de Sou- filhos mais fortes.thampton, na Inglaterra. De acordo com os cien-tistas, a força muscular das crianças está direta- Segundo o doutor em Reumatologiamente relacionada ao nível de vitamina D no or- Nicholas Harvey, professor de Reu-ganismo da mãe durante a gravidez. A pesquisa, matologia e Epidemiologia Clínica dapublicada no jornal científico The Journal of Clinical Faculdade de Medicina da Univer- sidade de Southampton e líder do estudo, é provável que a maior força muscular observada nas crianças aos quatro anos se reflita em benefí- cios para a vida adulta do indivíduo, como, por exemplo, na prevenção de diabetes, quedas e fraturas. O novo trabalho se soma a vários ou- tros que reiteram a importância da suplementação de vitamina D duran- te a gestação. Já se sabe, por exemplo, que a deficiência da substância na gravidez pode resultar em distúrbios respiratórios no bebê, como asma, alergias e infecções recorrentes.
Atenção redobradaUm dos maiores defensores da suplementaçãode vitamina D, o endocrinologista e doutor emBioquímica Dr. Michael Holick também defendeque a atenção aos níveis da substância no orga-nismo deve ser redobrada durante a gravidez.Segundo o médico norte-americano, a deficiênciaintrauterina da vitamina está diretamente rela-cionada à doença hipertensiva específica da gra-videz, a pré-eclâmpsia; ao diabetes gestacional;ao trabalho de parto prolongado; e ao aumentoda incidência de cesáreas. “A vitamina D é critica-Os resultados da mente importante parapesquisa na Inglaterra a manutenção da saúdemostraram que mães do osso ao longo dacom níveis mais altos vida. As mulheres comde vitamina D no deficiência do hormônioorganismo geraram podem perder, anual-filhos mais fortes mente, entre 3% e 4% da massa óssea. E muitas mulheres que sofrem de dores nos ossos e mús- culos são muitas vezes diagnosticadas comotendo fibromialgia ou síndrome de fadiga crô-nica, quando, na verdade, elas sofrem de osteo-malacia, que é o enfraquecimento e desminerali-zação de ossos na fase adulta e tem como causaa deficiência de Vitamina D”, explica Dr. Holik, quetambém é professor de Medicina, Fisiologia eBiofísica da Faculdade de Medicina da Universi-dade de Boston.
Vitaminano tratamento da insuficiênciaD cardíaca crônica
Substância fundamental para a formação de Idosos produzem ossos fortes, para a manutenção de um cére- menos vitamina D3 bro saudável e até para o reforço da imunida- em resposta à luz solar de, a vitamina D também é capaz de melhorar do que jovens a função coronariana em pessoas com insufi-ciência cardíaca crônica. Foi o que mostrou umestudo randomizado, controlado com placebo,apresentado no American College of Cardiology,em Chicago. A pesquisa foi realizada por cientis-tas da Universidade de Leeds, no Reino Unido.O trabalho durou cinco anos e envolveu mais de160 pacientes submetidos a tratamentos conven-cionais para a doença, como o uso de fármacosbetabloqueadores e inibidores da enzima conver-sora da angiotensina (também chamados de inibi-dores da ECA) e marca-passos.Durante um ano, metade dos voluntários passoua receber uma dose diária de vitamina D3 — oucolecalciferol, produzida pelo corpo em resultadoa exposição à luz solar, mais especificamente, àradiação ultravioleta B —, enquanto o restanterecebeu placebo. Segundo o cardiologista KlausWitte, professor da Escola de Medicina de Leedse líder do estudo, aqueles que tomaram o compos-to apresentaram melhoria significativa na funçãocardíaca. “As alterações foram avaliadas por meiode ecocardiogramas e com a medição do percen-tual de sangue que entra e sai do coração a cadabatimento, parâmetro conhecido como fração deejeção”, explica o especialista.A fração de ejeção de uma pessoa saudável égeralmente entre 60% e 70%. Mas, em pessoascom insuficiência cardíaca, o percentual é signi-ficativamente mais baixo. No caso do estudo, os
Para avaliar pacientes apresentavam uma fração Uma das maiores autoridades mun-a função coronariana, de ejeção média de 26%. Após a su- diais em suplementação de vitaminaos cientistas realizaram plementação com vitamina D3, o D, o endocrinologista, doutor emecocardiogramas e índice subiu para 34%. bioquímica e professor da Univer-mediram o percentual sidade de Medicina de Boston Mi-de sangue que entra De acordo com o Dr. Witte, o resul- chael Holick concorda com o Dr.e sai do coração, tado da pesquisa significa que, para Elias Neto. Ele lembra ainda quea cada batimento pelo menos parte dos pacientes com pacientes com a doença costumam insuficiência cardíaca crônica, tomar sofrer da falta da substância, já que regularmente vitamina D3 pode di- idosos produzem menos quantidade minuir a possível necessidade do dela do que jovens. uso de um cardioversor desfibrilador “Por isso, é absolutamente necessário implantável (ICD). O dispositivo é combater a deficiência de vitamina D3, que afeta milhões de pessoas,capaz de detectar arritmias graves e tratá-las ime- para prevenir e tratar doenças crôni- cas, incluindo as cardíacas”, explica.diatamente, por meio de estímulos elétricos.Para o cardiologista Jorge Elias Neto (Cremesp25742), da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp), essa é uma evidência pioneira, quepode representar um avanço importante na formade tratar a insuficiência cardíaca crônica.
Testosterona
dTheeosmitnoefsantrsetmrooeaniadservererdalhumozesriescmoPesquisadores da University of A equipe de cientistas, liderada pelo cardiologista,Kansas Medical Center, nos EUA, professor e doutor Dr. Rajat Barua, examinou osfizeram a descoberta após desfechos cardiovasculares ocorridos ao longo deestudarem os desfechos 15 anos, em mais de 83 mil homens, comparandocardiovasculares em mais de 83 as incidências de infarto agudo do miocárdio emil homens, ao longo de 15 anos acidente vascular cerebral entre eles.Embora a deficiência de testosterona seja Os pacientes tinham mais de 65 anos e nenhum muito comum em homens com mais de 50 apresentava histórico de infarto ou de derrame. anos, muitas vezes o diagnóstico é negli- A pesquisa foi feita entre 1999 e 2014. Os indi- genciado por médicos de diferentes especia- víduos estudados foram divididos em três gru- lidades. Felizmente, contudo, este quadro pos: um em que os homens foram tratados até começa a mudar graças, em grande parte, à preo- o nível de testosterona total voltar ao normal; cupação com a saúde do coração. Estudo realizado outro em que os pacientes fizeram reposição, por pesquisadores da University of Kansas Medical mas não chegaram a atingir o nível normal nova- Center, nos Estados Unidos, mostrou que a terapia mente; e o terceiro formado por homens que de suplementação de testosterona pode reduzir não receberam a terapia e mantiveram níveis o risco de infarto do miocárdio e de acidente baixos do hormônio. vascular cerebral em homens mais velhos. Os resultados da pesquisa mostraram que no grupo com níveis normais de testosterona houve 24% menos casos de infarto do miocárdio e 36% menos casos de derrames, durante o perí- odo do estudo. Já no grupo que recebeu a reposição hormonal, mas sem alcançar os níveis normais, houve 18% menos eventos cardiovasculares e 30% menos casos de acidentes vasculares cerebrais.
Relação do hormônio comtaxa de mortalidadeO grupo que não recebeu a terapia hormonalapresentou um número maior de eventos cardio-vasculares e morte por todas as causas em com-paração com os demais pacientes que recebe-ram o hormônio. Esse foi o maior estudo obser-vacional sobre o tema e também o primeiro aevidenciar a relação entre a normalização dosníveis de testosterona total com a redução damortalidade, infartos agudos do miocárdio e aci-dentes vasculares cerebrais.O trabalho foi publicado no EuropeanHeart Journal, da Sociedade Europeiade Cardiologia, em agosto do anopassado. Segundo Dr. Rajat Barua,a ideia de realizar a pesquisanasceu da necessidade dos pró-prios médicos em saber o que dizeraos seus pacientes sobre a terapia dereposição hormonal, uma vezque ainda existe relutânciaentre a classe médicacom relação à prescriçãodo tratamento.
Andropausa Uma condição Deficiênciade testosterona é comum clínica ainda emhomenscommais negligenciada de50anos,mas,na maioria das vezes, não é identificada pelo médicoMais da metade dos homens brasileiros desconhecem o uma certa resistência dentro da fato de que, com o passar dos anos, ocorre uma queda comunidade médica quanto à pres- na produção do hormônio masculino testosterona, le- crição da terapia. vando a sintomas como sensação de cansaço, depres- são, alterações no humor, perda de massa muscular, Por isso, um grande número de ho- aumento da gordura corporal – principalmente no abdômen –, mens acaba sofrendo desnecessaria- além de disfunções sexuais. A constatação foi feita por meio de mente, pois muitos especialistas estudo da Sociedade Brasileira de Urologia em parceria com a veem o declínio dos níveis do hormô- Bayer. Na pesquisa, foram ouvidos 3,2 mil homens em oito nio como uma consequência natural capitais. Entre os entrevistados, 51% disseram nunca ter ido do avanço da idade, não havendo, ao urologista, 30% atribuíram os sintomas da andropausa ao portanto, nada que se possa ou deva excesso de trabalho e ao estresse do dia a dia, e 68% disseram fazer sobre isso. No Reino Unido, por não saber a diferença entre terapia de reposição hormonal e exemplo, pesquisa publicada na re- uso de estimulante sexual. vista The Ageing Male mostrou que 20% dos homens com idade acima O fenômeno da desinformação sobre a deficiência andro- dos 50 anos têm deficiência de tes- gênica e seu tratamento por meio da modulação hormonal tosterona. O estudo durou 25 anos não ocorre apenas no Brasil. Apesar de inúmeros estudos e analisou quase 2,5 mil homens, que científicos e ensaios clínicos já terem demonstrado que a tiveram o nível de testosterona me- andropausa é uma condição clínica e que a reposição de dido ao longo do tempo, usando dife- testosterona é uma terapêutica segura e eficaz, ainda há rentes métodos de avaliação.
Falta de tratamentoDe acordo com o professor e doutoringlês Dr. Malcolm Carruthers, umdos autores da pesquisa, um dosmotivos para muitos pacientes comdeficiência androgênica estaremsem tratamento é a metodologiausada para medir os níveis de tes-tosterona (exame laboratorial feitocom a amostra de sangue), que estádesatualizada. Além disso, os resul-tados encontrados são comparadosapenas com os de outros homensda mesma idade.“Assim, muitos homens na andro-pausa podem ter sofrido uma redu-ção hormonal grave, desde seus 30anos, mas a análise de seu sanguenão mostra nada fora do comum,uma vez que o resultado atual estádentro dos padrões para esta faixaetária”, explica.O especialista diz que, no Reino Uni-do, cerca de dois milhões de homensna meia-idade, o que equivale a umem cada cinco britânicos, poderiamse beneficiar do tratamento, mas estetipo de exame ultrapassado, somadoàs preocupações desnecessárias coma segurança da terapia de reposição,impede que a vasta maioria dos pa-cientes receba o tratamento.
Testosterona craeâgdnreuceszsrridivseocoprdóestataUm novo estudo científico chega A pesquisa, conduzida por cientistas para derrubar a ideia de que do Centro Médico Langone, da Uni- há ligação entre a terapia de versidade de Nova York, e do Centro reposição hormonal com tes- de Câncer Laura e Isaac Perlmutter, tosterona e o risco aumentado na mesma cidade, é resultado da aná- de câncer de próstata. Apresentado lise de registros médicos de mais de na reunião anual da American Uro- 231 mil homens. Foram utilizados logical Association, em San Diego, dados do Registro Nacional de Cân- na Califórnia, nos Estados Unidos, cer de Próstata e do Registro de Me- o trabalho mostrou que não só não dicamentos Prescritos na Suécia. houve elevação do risco, como tam- Dos 38.570 homens que desenvol- bém os homens em tratamento du- veram câncer de próstata entre rante mais de um ano tiveram 50% 2009 e 2012, 284 fizeram reposição menos chances de desenvolver uma hormonal antes do diagnóstico da forma agressiva da doença em com- doença, porém eles apresentavam paração àqueles não tratados. fatores de risco.
O líder da pesquisa, Dr. Stacy Loeb, Homens emprofessor assistente de Urologia e terapia deSaúde da População na Universidade reposiçãode Nova York e especialista em cân- hormonalcer de próstata, diz que, com base durante maisnos resultados, é possível orientar os de um anomédicos para que fiquem atentos apresentaramaos pacientes que têm fatores derisco para câncer de próstata e es- 50%tão em terapia hormonal. No entan-to, não é preciso hesitar em prescre- menos chancesver o tratamento por medo de au-mentar a probabilidade de surgi- existe nenhuma rela- de desenvolvermento do problema. ção entre níveis mais ele- a doença vados de testosterona eSuporte paraavaliação médica câncer de próstata. Essa hipóte-O urologista Márcio de Carvalho se foi baseada em pesquisas mal(CRM PR-12020) comenta que osresultados do estudo reforçam as interpretadas, conduzidas há mais devantagens da reposição de testoste-rona. “Os achados oferecem infor- quatro décadas”, diz.mações importantes para a avaliaçãodo risco/benefício para homens com O especialista, que em 2011 publicou um trabalhodeficiência androgênica e que estão sobre o assunto, ressalta que análises longitudi-considerando o tratamento”, explica. nais anteriores já apontavam para tal evidência. “No estudo que fizemos há seis anos, os pacientesUm dos maiores estudiosos interna- receberam reposição hormonal por um períodocionais do tema, o norte-americano médio de dois anos e meio, apesar de terem câncerAbraham Morgentaler, mestre e dou- de próstata em observação. Todos eles tiveramtor em Urologia e professor da Har- biópsias de acompanhamento da glândula, e ne-vard Medical School, tem a mesma nhum sofreu progressão da doença”, relata.opinião. “Agora está bem claro: não Segundo o Dr. Márcio de Carvalho, os fatores que podem aumentar o risco do problema são idade (acima de 50 anos), raça (homens com ascen- dência africana são mais acometidos) e histó- rico familiar.
Testosterona pode‘rejuvenescer’ homense mulheres integridade do material genético durante a divi- são celular. Com o passar do tempo, os telômeros vão se encurtando, o que impede as células de se reproduzirem e as leva ao envelhecimento.Cientistas brasileiros e americanos Tal processo está ligado à redução da telomerase,descobrem que tratamento com o cuja ação repara os telômeros.hormônio é capaz de reverter processo Na pesquisa, o Dr. Rodrigo Tocantins Calado, pro- fessor do Departamento de Clínica Médica daque leva ao envelhecimento celular Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); o Dr. Phillip Scheinberg, chefe da Hematologia Clínica do Centro Oncológico Antô-Um estudo pioneiro e conduzido por dois mé- nio Ermírio de Moraes, do Hospital Beneficência dicos brasileiros, entre outros pesquisado- Portuguesa de São Paulo; e equipe trabalharam res, detectou que o uso de hormônios andro- realizando testes em laboratório. Depois, com gênicos — principalmente testosterona — base nos resultados, desenvolveram um protoco- lo clínico em que pacientes com telômeros muitopode ajudar a prevenir o envelhecimento curtos e doenças associadas a mutações no genecelular em homens e mulheres. De acordo com codificador da telomerase — como anemia aplás-o trabalho, publicado na revista científica New tica e fibrose pulmonar — receberam danazol (hor-England Journal of Medicine, esses hormônios es- mônio sexual sintético) por dois anos. O objetivotimulam o organismo a produzir a enzima telo- do experimento era diminuir a taxa de encurta-merase, capaz de prolongar a capacidade de as mento das extremidades dos cromossomos.células se dividirem. Segundo o Dr. Calado, os resultados foram ines-Na ponta dos cromossomos, existem estruturas perados e surpreendentes. Dos 27 pacientes quechamadas telômeros, responsáveis por manter a participaram do estudo, 45% apresentaram pro-
longamento dos telômeros. “Inicialmente, tínha-mos como meta reduzir o encurtamento, mas oque observamos foi o alongamento em quase me-tade dos casos. Essa foi a primeira demonstraçãode que estender essas estruturas é possível emhumanos com o uso de medicação”, diz.Para o médico e professor russo Vladimir Kha-vinson, uma das maiores autoridades mundiaisquando o tema é telomerase, o estudo abre ca-minho para a investigação de estratégias simila-res que possam tratar doenças crônicas associa-das a telômeros mais curtos. “É a primeira vez quese demonstra a possibilidade de reconstituir te-lômeros em seres humanos, com efeitos positivospara a saúde”, diz o médico, presidente da regionaleuropeia da Associação Internacional de Geron-tologia e Geriatria.O trabalho, denominado Danazol Treatment forTelomere Diseases, foi realizado em parceria com oInstituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos(NIH, na sigla em inglês).
subestimadas e subavaliadas na tera-Tndooehtsritapotoagsmotmenceaaounabbnccsssriiddeetccrrtdroooccxxouoouuuurmmliluupaennaasrrnroiillffiinnggmnneefrmmaauallrrááiiallcêêclnaarrppêêfiinnoçssaaueemmãssccnccssaaiioaaiiçooooccmmuãnnaaooccorbbttuuooiccrrnddsssrrooiirráppeccoollcceeruuooxmmuuiuarrllggnnaaaaiiannllcrrfflliileeccoaaffffmêêrruuuunllêêmmnnnnpptannrççeeççsoiiccããããccsssliiooooooooeaaaelhora das funções sexual epensamos na prevenção de doençaspia de homens com hipogonadismo. cardíacas”, comenta o Dr. Saad. O mé- urinária, progresso do con- dico ressalta que a testosterona vaiOs participantes foram divididos em muito além de ser um hormônio se-dois grupos, sendo um formado porcorporal função sexual massatrole glicêmico, redução daxual, “pois é importante para o meta-voluntários que recebiam testoste- bolismo e para a proteção contrarona injetável a cada três meses.circunferência abdominal e doproblemas cardiovasculares”.Observou-se que o hormônio não sómelhorou a função urinária comoM muscular função urinária controlepeso corporal e aumento datambém impediu a progressão dedoenças. A avaliação foi feita com aglicêmico circunferênciamassa muscular. Esses são algunsaplicação do questionário EscoreInternacional de Sintomas Prostáti-dos benefícios que o tratamento comcos e com um exame que mede o vo-lume residual de urina após a micção.abdominal peso corporal funçãotestosterona pode trazer a homensDurante o estudo, os homens trata-com hipogonadismo — síndrome emdos com testosterona tiveram dimi-nuição da circunferência abdominal.sexual massa muscular funçãoque o paciente não produz quanti-A mudança não ocorreu nos demais.A obesidade ou o sobrepeso são sin-dades adequadas do hormônio nemtomas comuns em pacientes de meia--idade com hipogonadismo.urinária controle glicêmicode espermatozoides. O achado é re-“Além da redução de gordura visceral,sultado de um estudo que, durantehouve uma queda de 13% no pesocorporal. Isso é relevante quandocircunferência abdominal pesooitoanos,analisou164homenscom idade média de 60 anos. O trabalhocorporal função sexual massafoi apresentado no Encontro Anual Científico da Sexual Medicine Societymuscular função urinária controleof North America, realizado no Ari-glicêmico circunferênciazona,EstadosUnidos. Líder da pesquisa, o doutor Faridabdominal peso corporal funçãoSaad,professordeMedicinadaUni- versity in Ajman, nos Emirados Ára-sexual massa muscular funçãobes, destaca que o uso da testoste- rona é uma das estratégias mais be-mucsiccrocuurlupanrrofinefruaráêlnrfinçauãcncioaçouãnaorbtirndsoáeolerxmiuagianlcilcoamênl mptaresoicsslooeanéficas e, ao mesmo tempo, mais
Outrosassuntos
Silenciosa eassintomáticaInflamação subclínica é a causaprimária das doenças crônicasque mais matamSe, há algum tempo, doenças como artrite, infarto, diabetes, No caso do excesso de tecido adiposo acumulado hipertensão, depressão, aterosclerose, câncer e mal de na área do abdômen, por exemplo, ocorre um pre- Alzheimer eram consideradas patologias resultantes do juízo para as funções dos adipócitos (células que envelhecimento ou da genética, hoje se sabe que a inflama- armazenam gorduras e regulam a temperatura ção crônica subclínica, condição totalmente assintomática, corporal). Em resposta à oferta exagerada deestá por trás destes e de outros males crônicos. O processo nutrientes, as células passam a produzir quanti-natural de proteção do organismo, deflagrado para restabelecer dades anormais de citocinas pró-inflamatórias,a ordem que, por algum motivo, foi alterada, como no caso de moléculas que têm como função mediar e regularum corte ou de uma forte pancada, tem um outro lado. A longo a resposta inflamatória e imunitária no organismo.prazo, a ação interna de defesa do organismo pode prejudicaros mesmos tecidos que a inflamação pretende curar. Já o diabetes tipo 2, segundo estudos, ocorre quando as citoquinas, proteínas relacionadas à inflamação, interferem na habilidade do corpo em usar a insulina, o hormônio que regula a entrada de açúcar nas células, levando à elevação do nível de glicose no sangue. Na osteoporose, a mesma proteína acelera o enfraquecimento dos ossos, enquanto que na doença de Alzheimer, ela ajuda a criar os depósitos de proteínas (placas) que se acumulam no cérebro.
Marcadores sanguíneosCom tantas informações, o que a classe médica busca, hoje,é avaliar a intensidade, a velocidade e a agressividade desteprocesso inflamatório. E a resposta a esta demanda é ouso do Inflamograma, conjunto de marcadores sanguíneoscriado a partir de uma tecnologia desenvolvida no país, como apoio da Biominas Brasil e da Universidade Federal deMinas Gerais (UFMG).“O recurso é imprescindível para a prática de uma medicinapreventiva e personalizada. Com o Inflamograma, é possíveldefinir uma proposta terapêutica de acordo com a necessi-dade fisiológica do paciente, prever e tratar váriasdoenças, mesmo antes do aparecimento de seussintomas, promovendo qualidade de vida e redu-zindo riscos de patologias”, explica o diretor cien-tífico do Grupo Longevidade Saudável, Dr. ÍtaloRachid (CREMESP 114612).O médico também alerta: a primeira manifesta-ção clínica da infllamação crônica é a morte súbita.“A estimativa é que em 55% dos casos de mortesúbita, em diferentes faixas etárias, a condição estápresente”, alerta Dr. Rachid, que é vice-presidenteda WOSAAM para a América Central e América doSul, e vice-presidente da International HormoneSociety (IHS) para a América do Sul.Dr. Rachid esclarece que foram necessários cincoanos de pesquisas para chegar aos parâmetrosdos marcadores sanguíneos, mas, por outro lado, aatual disponibilidade do recurso coloca a classe mé-dica uma década e meia à frente do que vem sendofeito hoje, em termos de Medicina preventiva.
isOmaiúnpdtleiecsatfiçínsõioeceas sneuamasentalHá algum tempo, a classe médica conhece a uma dieta rica em gordura produziam acetato em íntima relação entre o cérebro e o intestino. maior quantidade, levando ao aumento da ingestão Extremamente complexo, com mais de 100 de alimentos e consequente ganho de peso, doença milhões de neurônios, o órgão produz 90% hepática gordurosa e resistência à insulina. da serotonina, neurotransmissor respon- sável pela sensação de bem-estar em nosso orga- Flora intestinal e depressão nismo. A cada dia, entretanto, os cientistas têm obtido mais e mais evidências de que o bom fun- O médico Dr. Ítalo Rachid (Cremesp 114612), diretor cionamento da microbiota intestinal influencia a científico do Grupo Longevidade Saudável, lembra qualidade da saúde física e mental. que o intestino tem seu próprio sistema nervoso autônomo e que estudos anteriores ligaram proble- Um estudo recente, de pesquisadores das uni- mas intestinais à depressão. “Um dos fatores envol- versidades de Genebra, na Suíça, e Yale, nos Esta- vidos na doença é o intenso desequilíbrio da flora dos Unidos, mostrou que a obesidade, a resis- intestinal. Isso ocorre porque o paciente que sofre tência à insulina e a síndrome metabólica podem de disbiose apresenta uma queda na produção da estar associadas a alterações na flora intestinal. De acordo com o trabalho, publicado na revista serotonina”, explica. Nature, a forma como os micro-organismos agem no intestino pode influenciar o sistema nervoso e O médico ressalta, ainda, que a ciência já de- ser a causa destas doenças. monstrou que o intestino produz 80% do poten- cial de imunidade do corpo humano, além de ser Durante a pesquisa, feita com roedores, os espe- um grande produtor do hormônio do crescimento. cialistas perceberam que a produção de acetato pela microbiota intestinal, durante o processo “O sistema imunológico do intestino é o digestivo, ativa o sistema nervoso parassimpático, maior e o mais importante de todo o or- para que ele aumente a produção de insulina e ganismo. E a microbiota auxilia ainda no grelina – conhecida como o “hormônio da fome”. desenvolvimento de tecidos, na extração Segundo os cientistas, os animais que recebiam de nutrientes dos alimentos, além da pro- dução de células de defesa”, conclui.
Hormônios:amigos docérebroHá algum tempo, a sociedade científica sabe terapêutica de reposição hormonal tem grande que o uso de terapias de reposição hormo- impacto na saúde mental feminina, incluindo o nal pode ajudar a prevenir e retardar doen- humor, a memória e a intelectualidade. ças neurológicas degenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson. O hormônio ou- O neurologista Dr. Leonardo de Almeida (Cremesp abaína, liberado naturalmente pelo organismo 14.0011) explica que o estrogênio, assim como a durante exercícios físicos, por exemplo, ativa progesterona, atua no sistema nervoso central, substâncias que apresentam um efeito neuro- exercendo ação protetora contra o estresse oxi- protetor no sistema nervoso central (SNC), dativo e os danos causados pela proteína amiloide. como demonstrou estudo feito por cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas da Universi- dade de São Paulo (USP).Já a deficiência do hormônio feminino estrogênio, “Várias pesquisas já mostraram que as mulherescomo demonstrou o pesquisador e professor de têm duas vezes mais chances de ter Alzheimer,Epidemiologia e Neurologia Dr. Walter Rocca, devido à queda de produção hormonal. Um destespode representar um aumento de 140% no risco estudos, publicado na revista Neurology, da Aca-de Alzheimer em mulheres na menopausa ou que demia Americana de Neurologia, mostrou quetenham sido submetidas a histerectomia total há uma redução de 30% no risco desse tipo de(retirada cirúrgica do útero e ovários). Segundo demência em mulheres que começam a fazer re-o especialista, que é professor da Faculdade de posição hormonal em até cinco anos após a meno-Medicina Clínica Mayo, nos Estados Unidos, a pausa”, explica o especialista.
Traumatismo cranioencefálico Encefalopatia traumática crônicaEmbora seja um tema pouco abordado na litera-tura científica, vítimas de traumatismo cranio- Você já ouviu falar de encefalo-encefálico (TCE) podem apresentar queda na patia traumática crônica (ETC)?produção de hormônios, o que acaba agravando Este é o nome de uma doençaa condição de saúde. “O TCE pode ocasionar trau- neurodegenerativa progressiva,mas no hipotálamo e na glândula pituitária, oca- decorrente de traumas repetiti-sionando perturbações na homeostase dos hor- vos na cabeça, mesmo que leves.mônios gonadotróficos FSH e LH, que atuam no O problema afeta principal-sistema reprodutivo, interferindo na função se- mente atletas que praticam es-xual, por exemplo”, comenta Dr. Almeida. portes de contato físico, como boxe, futebol americano, hóqueiDe acordo com o especialista, vítimas de TCE po- e rugby, por exemplo. Segundodem apresentar sintomas crônicos, que às vezes os especialistas, os golpes repe-surgem décadas após a lesão inicial. E a reposição tidos provocam o acúmulo dehormonal pode reduzir os déficits funcionais uma proteína que causa o pro-destes pacientes, em relação à atenção, à memó- cesso degenerativo no cérebro.ria, o funcionamento motor e à insônia. O neuropatologista forense Dr. Bennet Omalu foi o primeiro a descobrir, em 2002, a doença em um jogador da liga de Futebol Americano. A descoberta do Dr. Omalu é o tema do filme “Um homem entre Gigantes”, que tem como título original Concussion. Escrito e di- rigido por Peter Landesman, o longa é estrelado por Will Smith, que interpreta o médico.
Reposição deestrogênio:uma terapiaseguraVocê sabia que o estrogênio protege a saúde Outro benefício da terapia é a prevenção da osteoporose feminina? Durante o período de vida hor- e das fraturas em mulheres acima de 60 anos, ou nos dez monal mais ativa, a substância atua princi- primeiros anos após o começo da menopausa palmente nos vasos sanguíneos, exercendo um efeito protetor vascular. Mas, com aqueda de produção do hormônio, que se acentuapor volta dos 50 anos, as paredes dos vasos po-dem ficar menos elásticas e mais vulneráveis.Vários estudos científicos já comprovaram a efi-cácia e a segurança da terapia de modulaçãohormonal para mulheres na menopausa ou queforam submetidas à cirurgia de histerectomia(retirada do útero). Uma destas pesquisas foi feitapor especialistas da North American MenopauseSociety, que acompanharam mais de 7,5 mil mulhe-res por cerca de seis anos.O resultado do trabalho mostrou uma diminuiçãode 20% no risco de câncer de mama, além deredução do risco de morte por outras doenças,como as cardiovasculares. O estudo, publicadono periódico The Lancet Oncology, incluiu mu-lheres que fizeram reposição hormonal apenascom estrogênio.
Magnésio epoopdoqerufevaoezcelêer Crucial para converter a energia química dos alimentos em combustível para o corpo, ele também influencia a regu- lação do açúcar no sangue e a saúde de vasos sanguíneos e ossos. Assim é o magnésio, mineral considerado peça- -chave para a promoção da longevidade. Estudos mostram que a ingestão dele protege contra uma série de problemas relacionados à maturidade, incluindo doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, diabetes e osteoporose. As fontes na alimentação são variadas: cereais, leguminosas (como grão- -de-bico, lentilha e amendoim), castanha-do-pará, quinoa, frutos
secos, tofu, chocolate amargo, vege- “Com participação ativa na absorção do cálcio etais de folhas verdes (como espina- na conversão da vitamina D na sua forma ativa,fre), água de coco, salmão e sementes ambos fundamentais para a mineralização óssea,de abóbora, entre outros. o magnésio é importante para o crescimento e o desenvolvimento de crianças e adolescentes”,Como se não bastasse, mais de 300 comenta o especialista.enzimas no organismo precisam domagnésio para funcionar adequada- Saúde do coraçãomente. Ele também ajuda a diminuira atividade dos radicais livres nas Outro importante benefício do mineral é a capa-células, colaborando para retardar o cidade de reforçar a prevenção contra doençasenvelhecimento, e tem papel crucial cardiovasculares, já que ele auxilia o músculona atividade elétrica do cérebro. cardíaco no bombeamento do sangue. “O coração“Nos últimos anos, a ciência voltou a requer uma tremenda quantidade de energiaatenção para o mineral, e vários es- para funcionar corretamente, e o magnésio é ne-tudos mostraram que aqueles com cessário no passo final de toda a síntese de ener-maior ingestão de magnésio têm gia”, explica o Dr. Lemes.taxas muito mais baixas de hiperten-são e de doenças cardíacas e renais, De acordo com o médico, o elemento químicoalém de apresentarem risco menor ainda ajuda a prevenir arritmias e a proteger osde declínio cognitivo e até mesmo de vasos sanguíneos do acúmulo de cálcio, o queenxaquecas”, diz o nutrólogo José reduz o risco de aterosclerose. “A literatura médi-Antônio Lemes (CRM SP 59300), ca é farta de estudos que mostram os perigos deprofessor da Universidade Federal baixos níveis de magnésio para a saúde cardiovas-de São Paulo (Unifesp). cular”, conta o especialista.Segundo o médico, o elemento quí-mico regula múltiplos processos me-tabólicos, influenciando o modocomo funcionam os sistemas de todoo organismo. Ele também interfereno equilíbrio e na ação de outros mi-nerais, como o cálcio e o potássio, eé essencial à saúde de ossos e dentes.
oSeednevnetlahreiscmimoepnotodecealcuelalerrarPesquisa mostra que processo de encurtamento Segundo o Dr. Shadyab, futuros estu-das extremidades dos cromossomos é mais veloz dos serão realizados para saber comoem mulheres que não praticam exercícios o exercício se relaciona com o com- primento dos telômeros em pessoasOquão importante é a atividade nem sempre a idade cronológica mais jovens e em homens mais velhos. física para o organismo femi- corresponde à biológica. nino após os 60 anos? A res- Vale lembrar que, à medida que as posta para essa questão acaba O estudo foi realizado pela Escola de células se dividem — para renovar de vir de um estudo que mos- Medicina da Universidade da Cali- órgãos como pele, pulmões e fíga-trou que o envelhecimento celular fórnia em San Diego, nos Estados do —, as extremidades dos cromos-pode ser acelerado em mulheres Unidos, envolvendo 1,5 mil mulhe- somos vão naturalmente ficandomais velhas com estilo de vida seden- res, com idades entre 64 e 95 anos. mais curtas. Quando elas atingemtário. De acordo com a pesquisa, o As voluntárias fazem parte da Inicia- um tamanho muito limitado, as cé-processo de encurtamento dos telô- tiva de Saúde da Mulher (WHI, na lulas perdem a capacidade de semeros (extremidades dos cromosso- sigla em inglês), uma investigação dividir, o que promove a degenera-mos presentes nas células) nessas nacional sobre fatores determinan- ção dos tecidos e, consequente-pessoas é muito mais veloz do que tes para doenças crônicas na pós- mente, o envelhecimento.naquelas que fazem, pelo menos, 30 -menopausa. O resultado da pesqui-minutos de exercícios diários. sa foi publicado recentemente no American Journal of Epidemiology.“Todos sabemos dos benefícios daatividade física quando somos jo- Os cientistas analisaram amostras devens, mas ela deve continuar a ser sangue das participantes, que preen-parte de nossa vida diária à medida cheram questionários sobre suasque envelhecemos, mesmo aos 80 atividades e usaram um acelerôme-anos”, diz o professor doutor Aladdin tro (aparelho que mensura movimen-Shadyab, principal autor do trabalho. tos) no quadril, tanto no período de vigília quanto nas horas de sono.Especialista em epidemiologia, ge- Depois, os pesquisadores compara-nética da longevidade e saúde pú- ram o comprimento dos telômerosblica, o cientista explica que, por com a prática de atividade física, emconta da relação entre sedenta- busca de possíveis associações en-rismo e envelhecimento celular, tre tal hábito e o envelhecimento.
Crpsoeoroqaebullcrmeeiessevaenotlsetecaeêbroerl:Não existe versão ruim dessa Ocorpo humano é uma máquinasubstância, reduzir o consumo com design perfeito. E nadadela não impede o risco de que ele produz faz mal ou estáataques cardíacos e usar ali por acidente. O colesterol,medicamentos para controlar certamente, não é exceção àseus níveis no sangue pode ser regra. Por isso, médicos e pesquisa-prejudicial à saúde dores de todo o mundo vêm, nos últimos anos, tentando derrubar o maior mito em relação à substância: não, não existe colesterol ruim. Uma vasta literatura científica mostra que o composto não causa doença cardíaca, e tentar reduzir o nível
dele com drogas, como as estatinas, é um desper-dício de tempo e de recursos, sem mencionar osmalefícios para a saúde.O colesterol é, na verdade, fundamental para o Mais tempo de vidaorganismo, com diversas funções importantes,como auxiliar a manutenção da saúde do sistema Um estudo internacional recente,nervoso e a produção de hormônios esteroides feito por pesquisadores da Escócia,(incluindo progesterona, estrogênio e testoste- da Suécia e da Irlanda, mostrou querona) e corticoides (adrenalina e cortisol). Além 92% das pessoas com nível elevadodisso, o composto é crucial para o bom funciona- de colesterol viveram mais tempo.mento dos receptores de serotonina no cérebro; O trabalho é resultado da revisãopara a digestão (os sais presentes na bile, fluido de pesquisas anteriores, envolven-necessário ao metabolismo das gorduras, são pro- do cerca de 70 mil participantesduzidos a partir de colesterol); e para a síntese de com mais de 60 anos. Os achadosvitamina D, quando se está exposto ao sol. foram publicados no jornal BMJ, do Reino Unido.Mas qual a origem do colesterol no corpo? Cercade 80% são produzidos pelo fígado, e o restante “O que encontramos foi que idososvem do consumo de alimentos. As principais fon- com níveis elevados de LDL (lipopro-tes são ovos; leite e derivados, como manteiga e teína de baixa densidade), o assimqueijo; carnes bovina e suína; pele e miúdos de chamado colesterol ruim, viveramaves, como fígado; e frutos do mar, como lagosta.
EUA deixam de recomendar ingestão menor O Dr. Rachid lembra que, em 2015, o governo dos Estados Unidos já havia liberado o consumo de alimentos ricos em colesterol. Anteriormente, as Diretrizes Dietéticas para os americanos reco- mendavam a ingestão máxima de 300 mg da gor- dura por dia. Mas a orientação foi retirada por falta de evidências que demonstrassem a relação entre a presença da substância na dieta e o coles- terol existente no sangue, de forma alinhada com o relatório da American Heart Association e Ame- rican College of Cardiology. mais tempo e tiveram menos doenças cardíacas”, Vale ressaltar que o documento, do início do sécu- disse o Dr. Malcolm Kendrick, um dos autores da lo passado, apontou os ovos como um dos princi- pesquisa, que há anos trabalha para desmitificar a pais inimigos do coração e deu início ao combate ligação entre colesterol alto e mortes por enfarte. ao consumo de alimentos ricos em colesterol. O médico, até, publicou um livro sobre o tema, The A determinação, adotada ao redor do mundo, se Great Cholesterol Con, em 2008. manteve intocável até dois anos atrás. Para o Dr. Ítalo Rachid (Cremesp 114612), diretor Entre os muitos trabalhos científicos que desmiti- científico do Grupo Longevidade Saudável, esse ficam a ideia de que é preciso baixar os níveis de estudo vem ratificar a ideia de que a classe médica colesterol, estão aqueles realizados pelo grupo precisa reavaliar as diretrizes para a prevenção de International Network of Cholesterol Skeptics problemas cardiovasculares. “Colesterol na dieta (THINCS, Rede Internacional de Céticos sobre não é a causa de doença cardíaca coronariana. Colesterol, em tradução livre). Formada em 2002 Pelo contrário, taxas altas da substância no corpo por médicos, acadêmicos e pesquisadores de di- são uma indicação clara de que o fígado está em ferentes países, a equipe diz, em seu site oficial boa saúde. Vários trabalhos já mostraram que in- (www.thincs.org), que seu objetivo é informar ao divíduos que sofrem ataques cardíacos têm níveis público em geral que essa teoria não só não tem base normais de colesterol”, justifica. científica como também existe um grande número de estudos que a contradizem diretamente.46
Estatinas causam sérios efeitos colateraisO colesterol é Em setembro do ano passado, o fevereiro de 2013. Ele explica queessencial para o THINCS lançou o livro Fat and Cho- a substância é essencial para a vidafuncionamento das lesterol Don’t Cause Heart Attacks and e deixa clara a inexistência de rela-células do sistema Statins Are Not the Solution (Gordura ção entre altos níveis dela e doen-nervoso, para o e colesterol não causam ataques ças arteriais. Também refuta a ne-metabolismo cardíacos e estatinas não são a so- cessidade e eficiência do tratamen-das gorduras e lução, em tradução livre). A obra, to da hipercolesterolemia (excessopara a produção assinada por 21 autores, diz, entre de colesterol no sangue), sobretudode vitamina D outras coisas, que a recomendação com estatinas, destacando seus de dietas com pouca gordura é, efeitos colaterais. provavelmente, a causa da epide- mia de obesidade e diabetes tipo 2. Estimativas mostram que, no Brasil, Também detalha os efeitos adver- cerca de 8 milhões de pessoas fa- sos das estatinas (classe de drogas zem uso dessa classe de medica- inibidoras da enzima responsável mentos. Nos Estados Unidos, 36 pela síntese do colesterol nas célu- milhões consomem o remédio; no las), que foram ignorados ou supri- Reino Unido, 5,2 milhões; e na Fran- midos em relatórios de ensaios pa- ça, 6 milhões. Globalmente, calcula- trocinados por companhias farma- -se que 1 bilhão de pacientes to- cêuticas, como o desenvolvimento mem estatinas. de aterosclerose coronária e insu- ficiência congestiva. Já o professor e pesquisador fran- cês Philippe Even, autor de vários artigos científicos sobre o tema, publicou o livro The Truth About Cholesterol (A verdade sobre o colesterol, em tradução livre) em
aOpsurpoteolriogmonsgedadadicaaçãoEntre os prejuízos para a saúde, estãolesões estomacais, intoxicação dofígado e dor crônica, que afeta cercade 60 milhões de pessoas no BrasilMuita gente costuma recorrer a um analgésico para se livrar daquela dor de cabeça que aparece após passar horas em frente ao computador. Se você é uma dessas pessoas, saiba que o uso prolongado de remédios isentos de prescrição médica pode trazer riscos à saúde. No caso dos analgésicos, por exemplo, a automedicação pode resultar na dor crônica, condição que, hoje, compromete a rotina de cerca de 60 milhões de brasileiros. Além disso, o abuso de fármacos em geral – anti-inflamató- rios, relaxantes musculares, antitérmicos e antiácidos, por exemplo – pode resultar em lesões estomacais, hepatotoxi- cidade (intoxicação do fígado causada por substâncias cha- madas hepatotoxinas), sangramentos, hipotermia e inflama- ção de tecidos renais.
E nem sempre tomar um comprimi- Quem usa analgésicos de forma crônicado vai resolver a dor de cabeça de- deixa de perceber o efeito do princípiopois de muito tempo trabalhando ativo e tende a ingerir doses cada vezao computador. Nessa situação, o maiores do remédioincômodo é resultado da fadiga vi-sual, que ocorre principalmente em do curso de Farmácia da Universidade Estadual Paulista Júlio derazão do esgotamento dos múscu- Mesquita Filho (Unesp), salienta que pacientes que fazem usolos dos olhos, que se esforçam para contínuo de algum medicamento não podem tomar alguma outrafocar a tela. droga sem conversar com o médico. “Pessoas com doenças cardíacas, hipertensão ou problemas renais, por exemplo, de-Segundo o médico Antônio de Freitas vem ser orientadas antes de ingerir um antiácido”, alerta.(CRM/PR 1228), especialista em dore professor da Faculdade de Medici- O farmacêutico lembra ainda que os antissecretores, que redu-na da Universidade Federal do Rio zem a produção de ácido clorídrico no estômago, quando usa-de Janeiro (UFRJ), quem usa analgé- dos por muito tempo, podem prejudicar a absorção de mineraissicos de forma crônica deixa de per- e vitaminas, além de provocar doenças como osteoporose,ceber o efeito do princípio ativo e anemia e infeções intestinais graves. “Uma das funções dotende a ingerir doses maiores. Isso ácido clorídrico é inibir a ida de bactérias para o intestino, o queleva ao aumento do risco de gastri- previne infecções. Suprimir a síntese dele resulta na diminuiçãotes, úlceras gástricas e duodenais e da proteção da flora intestinal”, comenta.hemorragia digestiva. Além disso, de acordo com o farmacêutico, a mesma célula queEfeitos adversos produz o ácido clorídrico também produz o fator intrínseco. A substância é essencial à absorção da vitamina B12, cuja defi-A interação medicamentosa, que ciência pode causar demência no futuro.resulta em alterações no efeito deum remédio em razão da ingestãosimultânea de outro, também podetrazer prejuízos à saúde. Os antiáci-dos, por exemplo, contêm diferentescomponentes que podem interferirna ação de outros fármacos.O farmacêutico e mestre em FarmáciaFrancisco de Souza Mello, professor
fEanvzoimreaceprodengaanmheondoeppauessaoCom a chegada da menopausa, as mulheres passam a acumular mais gordura no abdô- A descoberta levou os pesquisadores a acredi- men, um problema que, além do prejuízo tarem que bloquear a enzima na menopausa estético, representa maior risco para doen- pode evitar o acúmulo de gordura no abdômen, ças cardiovasculares e diabetes. Uma das já que a ALDH1A1 é expressa da mesma formacausas disso é a queda dos níveis de estrogênio, em seres humanos e ratos. Segundo a líder dahormônio que controla o desenvolvimento das pesquisa, a médica Ouliana Ziouzenkova, profes-características femininas e a ovulação. Agora, um sora de Nutrição na Universidade de Ohio, antesnovo estudo descobriu que outro fator pode estar da última menstruação, a atividade da enzima noassociado ao ganho de peso após os 50 anos: uma organismo é dificultada pelos hormônios estro-enzima chamada ALDH1A1. gênio e progesterona.A pesquisa foi realizada por cientistas da Univer- “Mas, com o fim do bloqueio da ALDH1A1, assidade de Ohio, nos Estados Unidos, e publicada células adiposas começam a armazenar gordurasna revista Diabetes. De acordo com o trabalho, em vez de queimá-las”, escreveu a cientista, quetestes em laboratório com fêmeas de roedores comanda um laboratório dedicado a estudarmostraram que a ALDH1A1 está relacionada ao nutrientes que regulam genes e formas de pre-aumento da circunferência abdominal. Nos ani- venção de doenças metabólicas, como obesidademais dos quais a enzima foi removida, não houve e diabetes tipo 2.elevação de peso, mesmo quando a dieta ofere-cida era rica em gorduras.
Torradose perigososBatatas fritas, pães Você já ouviu falar em acrilami-tostados e biscoitos da? Essa substância é formada Para se ter uma ideia, a Agência decrocantes com cor naturalmente por uma reação Normas Alimentares da Grã-Breta-amarronzada podem química entre aminoácidos, nha (Food Standards Agency – FSA)esconder composto açúcares e a água presente em divulgou recentemente um alertaque eleva risco de alguns alimentos — principalmente os orientando as pessoas a tostar, fritarcâncer, alertam ricos em amido, como batatas e pro- ou assar os alimentos até que atin-agências de saúde dutos de cereais — quando eles são jam, no máximo, uma cor dourada, torrados, fritos ou grelhados em alta evitando consumi-los quando estive- temperatura durante muito tempo. rem com coloração marrom. Segundo cientistas, tal composto pode aumentar o risco de câncer. A entidade diz, em seu site, que ainda não está exatamente claro quanto da substância o organismo humano pode tolerar, mas deixa claro que po- demos estar consumindo-a demais. “Os níveis mais elevados de acrila- mida são encontrados em alimentos com alto teor de amido preparados em temperatura acima de 120 graus, em casa, como batatas fritas ou pão
gastrointestinal e depois é distribuí- da para praticamente todos os ór- gãos, sendo extensamente metaboli- zada no organismo”, explica.torrado, ou ainda durante o processa- Perigo também Mas o prato não é a única origem demento na indústria, como no caso de vem do tabaco acrilamida. A substância tambémbiscoitos crocantes. A cor escurecida está na fumaça de cigarros. “O taba-indica a presença de acrilamida, e Ainda segundo o médico, há cerca co é uma fonte de exposição aindaquanto mais escura a comida, mais de dois anos, a European Food Safety maior do que a alimentação”, alertacontém a substância”, explica o clínico Authority (Autoridade Europeia para o clínico geral.geral, Dr. Daniel Lopes Marques (CRM a Segurança dos Alimentos) divulgouSP-43752), professor da Universi- um parecer científico sobre a acrila- No Brasil, a Agência Nacional de Vi-dade Federal de São Paulo (Unifesp). mida nos alimentos, em que definiu a gilância Sanitária (Anvisa) orienta em presença da substância como um seu site que, para prevenir a forma-O médico lembra que cientistas de motivo de preocupação para a saúde ção do composto, os alimentos nãodiferentes países da Europa, como pública. “Após ser ingerida, a acrila- devem ser cozidos por longo tempoInglaterra, Suécia, Holanda e Suíça, e mida é absorvida a partir do trato em temperaturas superiores a 120também dos Estados Unidos já pes- graus. O órgão regulador ressaltaquisaram o consumo da substância e que não existem evidências sufi-sua relação com a saúde. Todos os cientes sobre a quantidade de acri-estudos mostraram que a acrilamida lamida presente nos diferentes tiposé tóxica e leva a mutações genéticas de alimentos, para recomendar queque, além de câncer, podem afetar os se evite algum tipo em particular.sistemas nervoso e reprodutivo.
Terapia hormonalna menopausa é eficaze segura a longo prazoAreposição hormonal em mulheres na pós- -menopausa não aumenta o risco de morte Resultado do estudo pode acabar prematura. A conclusão é de pesquisadores de vez com a preocupação que que, por quase duas décadas, acompanha- pacientes e médicos ainda ram mais de 27,4 mil mulheres que haviam possam ter sobre a segurança daparticipado dos ensaios Women’s Health Initiative terapia de reposição hormonal– WHI – (Iniciativa de Saúde da Mulher, em livretradução). Os ensaios, iniciados na década de1990 para avaliar a reposição de estrogênio e deestrogênio combinado com progesterona, foraminterrompidos em 2002, após alguns cientistas
anunciarem ter detectado um elevado númerode casos de câncer de mama em mulheres quefaziam reposição hormonal.No entanto, uma equipe de pesquisadores conti- A médica, que atua no Magee-Womens Hospital, lembra que,nuou analisando os dados das participantes, que nos últimos anos, pesquisas já vêm mostrando que a reposiçãotinham, em média, 63 anos quando começaram é eficaz na prevenção da osteoporose e das fraturas em mu-os ensaios. Elas foram acompanhadas até 2014. lheres acima de 60 anos. “Além disso, estudos randomizadosO resultado da análise foi publicado, recentemen- mostram que doses padrões de estrogênio sozinho podemte, no jornal da Associação Americana de Medicina. diminuir o risco de doenças coronarianas e demais causas de mortalidade em mulheres com menos de 60 anos e nos dezDurante o período de acompanhamento, 7.448 primeiros anos da menopausa”, diz.mulheres morreram, sendo que 1.088 óbitosocorreram durante os ensaios e 6.401 depois que Já a Dra. Garnet Anderson, integrante tanto da equipe queeles terminaram. A taxa de mortalidade do grupo continuou acompanhando as mulheres quanto dos ensaiosque fez uso de hormônios e do grupo que rece- originais, diz que o resultado é muito claro quanto à segu-beu placebo foi similar: 27,1% no primeiro caso rança da reposição hormonal para os sintomas da meno-e 27,6% no segundo. pausa. “Ao longo do tempo, houve muitas discussões sobre o tema. E agora, anos depois e com muito mais dados, po-De acordo com a líder do estudo, Dra. JoAnn demos afirmar que não observamos diferença na mortali-Manson, médica do Brigham and Women’s Hospi- dade por todas as causas”, comenta.tal e professora da Harvard Medical School, osresultados também mostraram que os dois gru- Hormônios homólogos humanospos registraram números equivalentes para mor-tes por doenças cardiovasculares (8,9% no grupo O diretor científico do Grupo Longevidade Saudável, Dr. Íta-em reposição hormonal e 9% no que recebeu lo Rachid (Cremesp 114612), diz que o novo estudo reforçaplacebo) e câncer (8,2% e 9%, respectivamente). a eficácia e a segurança da terapia, mas aponta que recomen-Essas informações podem acabar com a preocu- dar o uso de hormônio não humano para o tratamento dospação que alguns pacientes e médicos ainda pos- sintomas da menopausa é um erro. Ele lembra, ainda, que osam ter sobre o uso da terapia. recomendado é a terapia com o hormônio homólogo humano, que tem a estrutura molecular igual à dos hormônios endó-Benefícios comprovados genos, ou seja, aqueles produzidos pelo organismo. “A repo- sição com hormônio homólogo é uma forma terapêutica cli-“Quase duas décadas depois dos ensaios WHI, e nicamente superior e eficaz. Permite resultados clínicos maismesmo após as classes científica e médica já te- rápidos e maior segurança, ou seja, oferece um resultadorem publicado um consenso de que a terapia é melhor para a paciente”, afirma.eficaz no tratamento e prevenção de doenças,alguns ainda têm dúvidas. Mas este novo estudocomprova que não há riscos a longo prazo”, diz aprofessora Dra. Melissa McNeil, da Universidadede Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA).
Estresseoxidativo e saibainflamação como evitar essaTodos queremos envelhecer ças crônicas, como diabetes, síndro- dupla mais fortes, saudáveis e felizes. me metabólica, hipertensão, Parkin- E uma das aliadas para chegar- son e Alzheimer, entre outras. Mas mos a uma longevidade saudá- por que surge o desequilíbrio? Entrevel é a dieta equilibrada, que os fatores estão o déficit nutricio-nos proteja da ação dos radicais li- nal, o estresse psicológico, o esforçovres. Com uma alimentação rica em físico quando praticamos exercícios de alta inten-vegetais, incluindo frutas diversas, sidade, o tabagismo e o consumo excessivo deleguminosas, cereais e hortaliças, álcool (em função do metabolismo do etanol).aumentamos a quantidade de antio- Outro resultado do estresse oxidativo é a infla-xidantes no organismo, prevenindo mação dos tecidos, resposta natural do orga-e revertendo o estresse oxidativo, nismo às alterações das células pelos radicaissituação que surge quando há um livres. Mas este mecanismo de defesa, a longodesequilíbrio entre a produção de prazo, leva à inflamação crônica subclínica – oradicais livres e a de antioxidantes. que prejudica a saúde, à medida que a inflama-O estresse oxidativo leva ao enve- ção gera um desequilíbrio no organismo, afe-lhecimento precoce e a várias doen- tando diversos sistemas.– WHI – (Iniciativa de Saúde da Mulher, em livretradução). Os ensaios, iniciados na década de1990 para avaliar a reposição de estrogênio e deestrogênio combinado com progesterona, foraminterrompidos em 2002, após alguns cientistas
Alimentos antioxidantes Avaliação dos danosAlguns alimentos podem fornecer ao nosso organismo com- Neste cenário é, ainda, de funda-postos bioativos capazes de modular os marcadores inflama- mental importância avaliar os danostórios e reduzir os danos provocados pelos radicais livres. oxidativos em seus diferentes ní-É o caso, por exemplo, do ômega 3, um potente anti-inflama- veis. Inovador em sua área, o labo-tório, que também protege o sistema nervoso central, auxilia ratório IVC, empresa de base tec-na plasticidade cerebral e regula receptores hormonais. nológica localizada na incubadoraConfira outros poderosos antioxidantes no quadro a seguir: de empresas Habitat/Biominas, em Belo Horizonte, desenvolveu tes-NUTRIENTE PRINCIPAIS ALIMENTOS tes capazes de analisar o estresseSelênio castanha-do-pará; frutos do mar; oxidativo mitocondrial e o estresse fígado; carne vermelha e aves oxidativo sistêmico.Betacaroteno cenoura; batata doce; abóbora; Segundo a coordenadora do labora- pimentões; laranja; damasco; tório, professora Dra. Miriam Cha- melão e mamão ves Schultz, o primeiro teste, além de avaliar os danos ocorridos naZinco ostras; camarão; carnes vermelha mitocôndria, é capaz de classificá- e branca; gérmen de trigo; grãos -los entre severos, moderados ou integrais; castanhas; cereais; leves. “É possível, ainda, ver se os legumes e tubérculos danos são permanentes, acentua- dos ou podem ser revertidos em umBioflavonoides frutas cítricas e uvas escuras ambiente antioxidante. Isso auxilia ou vermelhas o profissional de saúde a indicar ao paciente um protocolo corretivoLicopeno tomate; melancia; goiaba; mais acertado e personalizado”, ex-Catequinas pimentão vermelho; mamão plica Dra. Miriam, que é professora e repolho roxo da Universidade Federal de Minas morango; uva e chá verde Gerais (UFMG) e Doutora em Bio- química e Imunologia. Já o teste de estresse oxidativo sistêmico avalia os danos ocorri- dos no âmbito celular. “Ele avalia de forma geral os danos oxidativos gerados por estímulos internos e/ ou externos durante toda a vida. E permite ao profissional de saúde caracterizar e reverter os danos existentes”, diz a coordenadora do IVC Health.
IodosséeuugpmuleramateeenreatfapicçiaaãzoComo se sabe, a ingestão de iodo é fundamental para a produção dos hormônios da tireoide T3 e T4, que têm Segundo editorial publicado no Journal significativa influência no processo metabólico. Mas, of Clinical Endocrinology and Metabo- além da glândula, pele, mama, retina, mucosa gástrica, lism, um terço da população mundial próstata e sistema imunológico também precisam cap- está sendo afetada pela deficiência detar o iodo para um funcionamento saudável. O nutriente con- iodo. A estimativa é que essa deficiên-tribui, ainda, durante a gestação, para o aumento do quocien- cia tenha se tornado um problema dete de inteligência (QI, fator que mede a inteligência humana) saúde pública em centenas de países.do feto, uma vez que a produção adequada de hormônios ti-reoidianos é essencial para o crescimento e desenvolvimento Apesar de farto conhecimento cientí-neurológico, intelectual e cognitivo do bebê. fico sobre a importância do nutriente para a saúde e dos muitos problemasPor outro lado, a deficiência de iodo pode causar bócio, hi- causados por sua deficiência, ainda nãopertireoidismo ou hipotireoidismo, além de levar à formação há consenso sobre qual a dose diáriade cistos e nódulos na tireoide, mamas, útero, ovários e ideal de iodo para o organismo. Algunspróstata. Para prevenir o problema, a suplementação pode estudiosos da tireoide dizem que aser o caminho indicado, uma vez que a ingestão dos alimen- dose máxima deve ser de 1 miligrama/tos ricos na substância, como o sal de cozinha e os frutos do dia. O que parece ser uma discrepân-mar, em geral, não é suficiente para alcançar a quantidade cia, na opinião do médico Ítalo Rachidde iodo que o organismo necessita. (Cremesp 114612), diretor científico do Grupo Longevidade Saudável.
Ele faz uma comparação com a inges- Regressão de nódulostão do nutriente no Japão, onde, em de mama e tireoidealgumas regiões, os moradores rece-bem entre 3 a 14 miligramas de iodo Dr. Rachid lembra que inúmeros estudos já demonstrarampor dia, através da dieta, principalmen- que a suplementação de iodo é uma terapia segura e eficaz.te graças ao consumo de algas. “Além Ele explica que, em muitos casos, a taxa elevada de iodo ex-de ser um dos países mais longevos do cretado na urina não está relacionada com a ingestão de altasplaneta, o Japão apresenta uma das doses do nutriente, mas, sim, com problemas na sua absorçãomenores taxas de câncer do mundo. pelo organismo. “Os sistemas captadores de iodo no organis-Então, se o limite máximo diário deve mo, as bombas proteicas transportadoras, captam tambémser de 1 miligrama, o país deveria ter os demais halogênios, que incluem, além do iodo, o cloro, o flúor, o bromo e o astato. E o problema é que estes outros muito mais casos de fetos com nó- chegam ao organismo em grandes quantidades, diariamente. dulos, por conta das mulheres que E o excesso destes elementos impede que o iodo, que já re- engravidam e ingerem estas al- cebemos em quantidade insuficiente na alimentação, penetre tas quantidades”, comenta. em seus receptores, sendo excretado na urina”, explica. Para resolver este problema, segundo Dr. Rachid, é necessá- rio repor uma quantidade maior de iodo, num primeiro mo- mento, para provocar a competição com esses outros halogênicos e promover a detoxificação do organismo. “Depois, com a segurança de que estes outros ele- mentos foram expelidos, ajustamos a suplemen- tação para uma dose menor de iodo”, diz. Com relação ao bromo, Dr. Rachid lembra que o elemento é tóxico e inibe competi- tivamente o iodo no organismo. “A pre- sença do bromo, que encontramos em pães e bolos, por exemplo, faz com que o organismo excrete o iodo, levando à deficiência do elemento”, comenta. Dr. Rachid lembra que, exatamente por causa da falta adequada de aporte do iodo, vê-se o aumento no número de casos de cis- tos e nódulos de tireoide, cistos de mama, pro- blemas gástricos e imunológicos, de pele e de próstata. “Porém, em um período de suplementação entre um e dois anos é possível ver a regressão de, pelo menos, 75% e 80% dos nódulos de mama e tireoide”, diz.
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