HUMANISMO E PSICOLOGIA Prof. Nathália de C. Milet Livro básico: AMATUZZI, M. Por uma Psicologia Humana. São Paulo: Ed. Alínea, 2008. Cap. 1: “Humanismo e Psicologia.”
O HOMEM NÃO É UM “BICHO QUE FALA”, MAS ELE É A PRÓPRIA PALAVRA. Buber e Heidegger: “Não é a linguagem que se encontra no homem, mas o homem que se encontra na linguagem”. Mudança radical de ponto de vista de como se constrói a realidade: o homem passa a ser mais importante que o método ou as teorias.
HUMANISMO A consideração do sentido de vida como fundamental; O homem é uma totalidade em movimento e nenhuma abordagem responde a esse dinamismo (horizonte da vida, com isso, toma-se o conhecimento a partir do sujeito). O que vamos fazer com a nossa vida? Que sentido vamos dar a ela de maneira que não nos isole de um sentido mais global?
O HOMEM RESULTANTE X O HOMEM INICIANTE O homem aparece e se faz na busca do seu sentido (rumo e significado) - o homem só aparece naquilo que ele tem de mais próprio, com a questão do sentido, não com a questão da causa explicativa. As explicações se referem ao homem como resultado – repertório/ recebido – homem como passado; O homem atual: Que Se re-inicia Tendo que responder; Tendo que se posicionar; O homem presente face a um futuro (Temporalidade)
O HOMEM COMO EXISTENTE O homem se encontra na palavra. É na decifração de suas questões de sentido que o homem pode se instaurar em sua atualidade. A palavra que revela o homem atual A fala sobre falas é ainda um discurso no passado (determinismo) É enfrentando os desafios, os medos que vamos decifrando os sentidos e criando novos sentidos.
O HOMEM COMO EXISTENTE A decifração do sentido só será um discurso no presente se for vivencial, experiencial, uma vivência do próprio sentido criando novos sentidos. O homem atual encontra-se no assumir as questões de sentido e isso significa uma reviravolta completa de perspectivas (do homem resultado para o homem- atual).
AFINAL, O QUE É HUMANISMO O autor acredita que o sentido do humanismo em psicologia é o de nos colocarmos na postura do atual, do presente, do atuante, do em curso; e todas as explicações só terão efeito para isso, mesmo que, como instrumentos, permaneçam aquém dessa atualidade.
HUMANISMO COMO MOVIMENTO CULTURAL Renascença: o homem no centro das preocupações. O mundo não é um cenário provisório e sem importância; O tempo (e não a eternidade) é onde se constrói as coisas e seus significados; De algum modo ele aparece como uma espécie de reação contra um sobrenaturalismo medieval que naquela época significava um desprezo pelo que é humano: nada das coisas desta vida é importante a não ser aquilo que aqui é uma aquisição de méritos para a vida futura, eterna, após a morte.
HUMANISMO COMO MOVIMENTO CULTURAL A vida presente, nesse sentido, não é levada a sério em sua consistência própria, não tem valor nenhum em si mesma. O próprio homem, em si, em seu corpo, não precisa ser cultivado, uma vez que seu destino é a morte; o importante é cuidar da alma imortal. As coisas do mundo são transitórias e um cenário passageiro para as coisas eternas, que são as que importam.
HUMANISMO COMO MOVIMENTO CULTURAL O humano, o temporal, este mundo são assim altamente desvalorizados em favor do espiritual, do eterno, do sobrenatural. Com o surgimento do Humanismo o que é humano passa a ter valor em si mesmo e não como mero suporte ao sobrenatural. Este mundo não é apenas um cenário provisório e sem importância para algo que não tem nada a ver com ele; o tempo, o que se constrói paulatinamente, o crescimento humano são importantes (o tempo, e não a eternidade, é onde se constroem as coisas, e estas coisas que construímos).
HUMANISMO COMO MOVIMENTO CULTURAL O homem é corpo tanto quanto alma e é como um todo que ele tem que ser cuidado. De qualquer forma, essa revalorização do homem, das coisas do homem, da história humana, daquilo que aqui efetivamente se faz, da atualidade do humano, não se relaciona necessariamente com uma posição religiosa ou anti-religiosa. O que polariza esse movimento é justamente uma volta à atualidade do humano, e um acreditar que esse é o caminho.
HUMANISMO COMO ÉTICA HUMANISTA: ERICH FROMM O conhecimento do homem é a base para o estabelecimento de normas e valores. Caminho por onde vamos, que é a questão do sentido ÉTICA PSICOLOGIA Questão do sentido O homem buscando o sentido de sua natureza.
NA ÉTICA HUMANISTA... O bem é a afirmação da vida, o desenvolvimento das capacidades do homem. A virtude consiste em assumir-se a responsabilidade por sua própria existência. O mal constitui a mutilação das capacidades do homem. O vício reside na irresponsabilidade perante a si mesmo.
MASLOW ROGERS CRENÇA NO HOMEM E NO QUE NELE SE MANIFESTA Auto realização Tendência Atualizante O HUMANISMO É UMA ATITUDE A FAVOR DO HOMEM Valores – Posicionamentos – Compromissos e não somente teses cognitivas
MASLOW E QUESTÃO DA SAÚDE E DA REALIZAÇÃO O ato científico nunca é neutro: ele se insere num contexto de sentido e serve a alguma direção do caminhar humano. A RELATIVIDADE DO CONHECIMENTO: Aquilo que eu vejo depende do ponto de vista do qual eu me coloco para olhar.
SITUANDO O HUMANISMO NO TEMPO E NO ESPAÇO Manifestações pessoas e coletivas com questionamento dos valores e da presença americana no mundo – uma crise ética; O behaviorismo e a psicanálise não respondia aos questionamentos. Humanismo estava em busca do SENTIDO (da guerra, da vida, da morte).
HUSSERL E A REALIDADE INTENCIONAL A intencionalidade da consciência Questiona a aplicação do método científico à realidade humana. O humano fica fora do alcance do método das ciências naturais que não captam a questão do sentido. Nossos olhos se abrem para determinados aspectos do ser humano;
HUSSERL E A REALIDADE INTENCIONAL A atitude científica tradicional define um tipo de relação: sujeito-objeto; Buber: o centro da pessoa só se revela do ato da relação; As afirmações científicas podem ser verdadeiras mas não caracterizam aquilo que é especificamente humano; O homem é gesto, é presença, é existência; O homem é um atribuidor de sentido; Constitui o mundo e se constitui a si mesmo na relação com o mundo.
ATITUDE FENOMENOLÓGICA Atitude ingênua X Atitude crítica - Mundo Independente O que percebemos do - Constituído em si mesmo mundo depende dos nossos referenciais. É só na interação que teremos o verdadeiro conhecimento. O conhecimento compõe a interação humana com o mundo, é um aspecto dela.
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