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Macunaíma

Published by Paroberto, 2021-07-21 16:50:43

Description: Macunaíma

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UM MACUNAÍMA VISUAL

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Sérgio Medeiros UM MACUNAÍMA VISUAL

Para o Bruno Napoleão 4

SUMÁRIO Prólogo, 7 Macunaíma, 9



PRÓLOGO Fome, gula, cobiça, conquista, catástrofe, transformações... Este poema é uma homenagem a Mário de Andrade e ao espírito centenário da Semana de Arte Moderna. Macunaíma (ou o meu Macunaíma) compareceu ao Teatro Municipal de São Paulo, em fevereiro de 1922, embora o romance que recebeu o seu nome e que ele protagoniza só tenha aparecido em 1928. Por isso, não tomei como referência o romance em si de Mário de Andrade, mas os mitos coletados por Theodor Koch-Grünberg entre narradores taulipangue e arekuná (hoje chamados de pemon), durante uma excursão ao monte Roraima, iniciada em 1911. Nesses mitos, publicados na Alemanha em 1917, atua Macunaíma e seus quatro irmãos. Sabe-se que foi a partir das aventuras dessa família amazônica que o escritor modernista – ele as leu em alemão – elaborou o seu famoso romance, no qual se defrontam a selva e a metrópole. Minha fonte foi a primeira narrativa da antologia de Koch-Grünberg, “A árvore do mundo e a grande enchente”, narrada por Akúli, cujo nome significa cotia e denomina um personagem do próprio mito. 7

Um Macunaíma visual Os desenhos foram inspirados nos petróglifos registrados por Koch- Grünberg, que também estudou as grafias amazônicas, junto com as narrativas orais; na riquíssima plumária indígena brasileira; e, finalmente, nas pinturas de Anselm Kiefer, que já esteve no Brasil e me forneceu os prédios atuais de São Paulo, metrópole que incluí no poema. *** A fruta da palmeira inajá, com a qual o inclassificável Macunaíma, ao mesmo tempo criança e adulto, faz sexo “vegetal” (tema, aliás, de um livro que publiquei em 2009 destacando o sex-appeal das plantas), aparece em todas as páginas desta obra. Florianópolis, 2021. 8

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