EVOLUÇÃO MUNDIAL DOS ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS 105 114 20 12 LESTE SUDESTE OCEANIA DA ÁSIA DA ÁSIA 34 24 34 13 0,4 0,6 207 69 80 AMÉRICA LATINA NORTE 154 24 24 E CARIBE DA ÁFRICA 50 31 44 28 213 201 103 182 70 62 36 18 ÁFRICA SUBSAARIANA 22 25 57 35 ORIENTE SUL DA ÁSIA PRÓXIMO Bairros miseráveis, uma evolução paradoxal Em 1990 Em 2012 Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Crescimento do número de habitantes em favelas... PETER FORSBERG/ALAMY/FOTOARENA 18 36 Cidadãos vivendo em habitações precárias, por grandes regiões (em milhões de pessoas) ... mas, como a população urbana aumenta, sua porcentagem diminui Parte da população urbana vivendo em favelas (em %) Fonte: LE MONDE Diplomatique. El atlas de las metrópolis. Paris: Le Monde, 2014. p. 109. Análise cartográfica Mobilidade urbana 1. Em que região ocorreu maior diminuição proporcional dos A mobilidade urbana deve fazer parte da política de transportes dos assentamentos precários? municípios. Dependendo do tamanho da cidade, a política de transportes também depende de investimentos dos governos estaduais e do governo 2. Apesar da diminuição propor- federal, como é o caso da construção das linhas de metrô, transporte fluvial cional, em que região mos- e ferroviário. Mas a mobilidade urbana não depende apenas da ampliação trada no mapa ocorreu maior do sistema multimodal, que conecta diferentes meios de transporte. É crescimento da população preciso disseminar informações a respeito do funcionamento do sistema de vivendo em assentamentos transporte coletivo (horários, trajetos e conexões) e incentivar a população precários entre 1990 e 2012? a abrir mão do transporte individual de automóvel, que se transformou na opção dominante na grande maioria das cidades desde a década de 1960. Devido ao tamanho das cidades e à diversidade de situações de deslocamento pelo espaço urbano, muitas vezes não é possível utilizar um único meio de transporte para se deslocar no menor tempo e custo, muito menos seria o automóvel o meio mais eficiente. É preciso utilizar todas as alternativas disponíveis, até mesmo fazer certos trechos a pé ou de bicicleta, evitando, assim, os congestiona- mentos e a emissão de poluentes, como o dióxido de carbono. A Alemanha estimula o uso de bicicletas nas áreas urbanas, por meio de campanhas educativas, aumento da malha cicloviária e medidas que visam dar mais segurança para os ciclistas. Na foto, ciclistas em Berlim (Alemanha, 2014). 133
Mobilidade urbana no Brasil RUBENS CHAVES/ No Brasil, o planejamento de transporte integrado é uma agenda polí- PULSAR IMAGENS tica recente. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (PMU), lei 12.587, sancionada em 2012, estabeleceu a obrigatoriedade da definição do Plano de Mobilidade Urbana para todos os municípios com mais de 20 mil habitantes. Como um instrumento do planejamento urbano, a elaboração do PMU deve envolver a participação da população e garantir o acesso aos meios de transporte para todos, favorecendo o transporte coletivo e o não motorizado. Nesse processo de planejamento, a discussão sobre o valor das tarifas do transporte coletivo e a utilização do espaço nas vias públicas para outras formas de transporte são temas de interesse crescente. Isso talvez explique a visibilidade que ganhou o Movimento Passe Livre (MPL) no país. Criado durante a Plenária Nacional pelo Passe Livre e realizado em Porto Alegre em janeiro de 2005, o movimento luta pelo estabelecimento do transporte público e gratuito para todos. Ao convocar protestos contra o aumento das passagens de ônibus em diversas localidades em junho de 2013, o MPL desencadeou uma mobilização popular sem precedentes no Brasil, envolvendo mais de um milhão de manifestantes em pelo menos 120 cidades, por melhor qualidade e menores tarifas nos serviços públicos, além de outras reivindicações. Nas últimas décadas, a falta de incentivo ao uso de transporte coletivo e de meios de locomoção não motorizados tornou comuns os grandes congestionamentos nas grandes cidades. Na fotografia, trânsito de veículos na cidade de São Paulo (SP, 2013). 134
Perspectiva Transporte público e gratuito, tema polêmico cidadã que exige o posicionamento de todos Texto 1 – Uma utopia real meados de 2015, assim como na própria gestão dos atuais contratos até lá. Ou seja, possibilitou-se que “O MPL colocou na pauta da discussão políti- o serviço seja organizado de modo mais racional ca a proposta da tarifa zero, isto é, do transporte e eficiente, o que certamente ampliará o direito público gratuito. [...] A tarifa zero se justifica se ao transporte [...] Somando tudo, o quadro geral o preço total dos impactos sociais positivos for ficou assim. Para o estudante que não pode pagar, tomado como base para o pagamento público das zerou. Para o que pode, o Poder Público garante tarifas de cada usuário. Dentre os impactos positi- meia. Para o trabalhador formal virá a benéfica vos está a drástica diminuição dos custos sociais migração para o BU mensal, que ampliará muito relacionados à poluição e ao trânsito quando o suas possibilidades de deslocamento e, em última meio de transporte principal é o automóvel indi- instância, sua cidadania. Para idosos segue gratuito, vidual. A contaminação do ar ocasiona doenças como a CF prevê [...] Sobram ainda autônomos e respiratórias e, consequentemente, gastos médicos, precarizados. Os primeiros (advogados, dentistas, para o cidadão e o Estado. Na medida em que tais médicos, engenheiros...) utilizam majoritariamente doenças respiratórias incapacitam os membros o transporte individual, de modo que o prejuízo de uma sociedade, levam também a uma possí- está principalmente em não lhes dar esse incentivo vel desaceleração econômica — trabalhadores a mais para utilizarem o público, o que provavel- cansados e sem saúde não produzem no mesmo mente pouco adiantaria. A política mais eficaz nível que trabalhadores sadios. Há outros gastos para essa migração é a melhora da qualidade do relacionados ao uso do automóvel em massa, serviço e o aumento da velocidade do transporte como a manutenção de uma rede de fiscais de público em relação ao individual (como vem sendo trânsito, necessária para organizar cidades com feito com os corredores e faixas, responsáveis pelo tráfego intenso, custos de internação hospitalar em recente aumento de cerca de 50% na velocidade casos de acidente de trânsito — a segunda causa nos ônibus). Por fim, os trabalhadores informais, de internação em hospitais públicos, só superada que podem ter sido prejudicados, de algum modo, pelas relacionadas a doenças respiratórias — e o com as mudanças anunciadas. Mas que também tempo (produtivo) perdido em engarrafamentos. são, sem sombra de dúvida, aqueles que mais Quem paga a conta pelo trânsito travado são, de precisam de investimentos em outras áreas, como novo, o cidadão e o Estado.” educação, saúde, moradia e o próprio transporte, que teriam seu orçamento ainda mais desfalcado PESCHANSKI, João Alexandre. Apud MARICATO, Ermínia et al. Cidades com o aumento do subsídio da tarifa. A defesa de rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as rua do Brasil. direitos, sobretudo desse grupo, não pode jamais se limitar ao debate exclusivo da tarifa [...] Em abstrato, São Paulo: Boitempo/Carta Maior, 2013. p. 60 e 61. aumentar a tarifa é bom? Lógico que não. Mas será que no quadro concreto piorou ou melhorou? Fica Texto 2 – Tarifa e direitos: a pergunta e o anseio por um debate mais profundo uma via de muitas mãos de uma questão de alta complexidade, que não combina com uma visão binária. Principalmente “Em relação à busca de uma solução de longo se adotada por quem luta por mais direitos. prazo para o transporte público da cidade de São Paulo, as manifestações de junho de 2013, motivadas ARAÚJO, Thiago de. Visto em aula do Passe Livre em SP, inicialmente pelo aumento da tarifa de então, não Frederico Haddad rebate ideias do MPL e aponta ganhos, tiveram seu principal êxito na revogação do aumen- to. A conquista imediata dos protestos que mais mesmo com o aumento de R$ 3,50. Disponível em: contribuiu para uma solução profunda do transporte <www.brasilpost.com.br/2015/01/06/frederico-haddad- urbano, além de jogar luz sobre o tema, foi evitar a renovação dos contratos nos mesmos moldes aos mpl_n_6422798.html>. Acesso em: jan. 2015. atuais (que ocorreria em meados de 2013) e, ao mesmo tempo, inspirar a contratação da auditoria l Questões internacional pela Prefeitura para abrir as contas dos contratos de transporte de ônibus vigentes, algo 1. De acordo com o primeiro autor, a tarifa inédito na história da cidade. A recém-concluída zero deixaria de ser um gasto para ser auditoria mostrou, sim, várias irregularidades na um investimento em qualidade de vida. prestação desse serviço público essencial, o que Explique por quê. deve obrigatoriamente trazer uma série de mudanças e correções nas novas contratações, marcadas para 2. De que forma o segundo autor se con- trapõe à gratuidade para todos? 135
Problemas ambientais O espaço urbano é uma natureza artificial, ou seja, uma “segunda na- tureza”. Principalmente nas grandes cidades, a natureza é completamente transformada, a ponto de se tornar impossível reconhecer qualquer ca- racterística original do sítio onde se assenta a mancha urbana. Os rios são retificados ou canalizados. A cobertura vegetal é plantada e passa a exibir espécies inexistentes na vegetação original. Já os morros são arrasados; lagoas, pântanos e praias são aterrados. ZÉ MARTINUSSO/OPÇÃO BRASIL IMAGENS O Aterro do Flamengo, na cidade A maioria das cidades apresenta altos índices de poluição, e nelas são Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. do Rio de Janeiro, foi feito após gerados muitos problemas ambientais. sucessivos despejos de terra e rochas em trecho da baía de À medida que as cidades se expandem e novas áreas são ocupadas, Guanabara. Além de abrigar um ocorrem mudanças ao redor, como a ocupação de terras agricultáveis, parque, serviu para a construção perda de áreas de vegetação e consequente aumento da erosão dos solos, de importantes vias de acesso obstrução de leitos de rios, contaminação de fontes de água etc. entre as zonas sul, norte e centro da cidade (RJ, 2014). A principal consequência da expansão do espaço urbano é a imper- meabilização do solo, devido principalmente à cobertura asfáltica das vias 136 públicas e ao adensamento de construções provocado pela verticalização das edificações. As cidades utilizam grande parte dos recursos naturais do planeta, como energia, alimentos, matérias-primas e petróleo, produzindo um volume muito grande de lixo doméstico e industrial. Alterações climáticas urbanas Um problema comum nos grandes centros urbanos é a poluição do ar e das águas. Além disso, a vegetação escassa e o excesso de concreto e de asfalto podem formar ilhas de calor, elevando a temperatura urbana. A inversão térmica é um fenômeno meteorológico que provoca grandes danos para a saúde da população urbana. Nas cidades, em dias frios de pou- co vento e baixa umidade (geralmente no inverno), o solo e o ar próximos à superfície resfriam-se muito depressa, formando uma camada densa que permanece estacionada sobre a cidade. A temperatura, por sua vez, diminui, e os poluentes que normalmente seriam levados pelo ar quente ascendente e dissipados na estratosfera ficam retidos nas camadas baixas da atmosfera, próximos à superfície, o que provoca inúmeros problemas respiratórios. Esse fenômeno é comum em metrópoles como São Paulo, Cidade do México, Mumbai e Londres.
Outra consequência da poluição do ar é a chuva ácida, produzida pela RICHARD ELLIS/ALAMY/LATINSTOCK precipitação de gotas de água com acidez alterada. As indústrias, os veículos automotores e a queima de carvão liberam resíduos gasosos, como óxido de Na década de 1980, a Cidade do enxofre e de nitrogênio. Esses resíduos reagem quimicamente com a água México foi considerada a cidade suspensa no ar, formando os ácidos sulfúrico ou nítrico, que se precipitam mais poluída do planeta. Após a em forma de chuva, neve ou neblina. Por ação dos ventos, as nuvens e o ar adoção de medidas para a redução contaminado podem se deslocar por muitos quilômetros e se precipitar em de emissão de poluentes, a capital lugares bem distantes do local de origem da poluição. Esse tipo de chuva mexicana deixou de constar entre afeta lagos, rios, solos e plantações, provocando a morte da vegetação e as dez cidades mais poluídas do de animais e prejuízos à saúde humana. mundo; porém, em somente metade dos dias do ano, a qualidade do ar é Deslizamentos de terra em solo urbano considerada boa (México, 2013). O deslizamento é um fenômeno natural de modelagem do relevo e en- Análise de imagem volve o escorregamento de grandes massas de terra pela força da gravidade em áreas de maior declividade. Ele se torna um problema ambiental urbano Observe o tipo de material na quando ocorre a expansão das cidades em terrenos de topografia inclinada encosta e tente explicar o mo- e geologicamente instáveis. É o caso da ocupação de vertentes de morros tivo do deslizamento. ou de obras efetuadas em áreas extremamente suscetíveis à erosão pluvial. Nessas áreas podem ocorrer grandes deslizamentos de terra, principalmente quando os processos naturais, decorrentes das características do sítio no qual a cidade foi instalada, são associados à erosão provocada por obras civis (empreendimentos imobiliários ou obras viárias). De acordo com a ONU, o maior desastre relacionado a um deslizamento de terra ocorreu na Rússia, em 1949, quando morreram 12 mil vítimas. O segundo maior deslizamento de terra ocorreu no Peru, em dezembro de 1941, provocando a morte de aproximadamente 5 mil pessoas. Vários deslizamentos de terra que ocorreram no Brasil estão neste ranking das Nações Unidas, como o que ocorreu na região serrana do Rio de Janeiro, que matou mais de 700 pessoas, em janeiro de 2011. ISMAR INGBER/PULSAR IMAGENS GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS Fotografia de Teresópolis, região serrana fluminense, mostra a Rua interrompida devido a deslizamento de terra causado pelas destruição provocada por deslizamento de terra das encostas. chuvas, em Santa Maria (RS, 2015). (RJ, 2011). 137
Chorume: líquido proveniente da O lixo urbano decomposição do lixo. Com o crescimento e a multiplicação das cidades, surgiu outro grande Em muitos lugares pobres do problema ambiental: a escassez de áreas para a disposição final do lixo sólido. mundo, as pessoas utilizam os O maior consumo de produtos industrializados e, sobretudo, de produtos lixões para coletar materiais descartáveis aumentou o volume do lixo urbano assustadoramente, tornando recicláveis e objetos que possam seu destino final um dos maiores problemas da sociedade contemporânea. ser revendidos. Lixão a céu aberto em Guiyang (China, 2011). Na maioria das cidades dos países menos desenvolvidos, as montanhas de lixo geradas diariamente são depositadas em lixões a céu aberto. Esse modo de disposição final do lixo causa graves problemas ambientais: a deterioração dos materiais exala odores fortes, contamina as águas super- ficiais e subterrâneas pela infiltração do chorume e é foco de transmissão de doenças à população do entorno. No Brasil, o governo federal, por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, determinou em 2010 o fim dos lixões até agosto de 2014; porém, como muitos municípios não conseguiram alcançar essa meta, a data foi prorrogada para o final de 2018. O município que não extinguir os lixões dentro do prazo estará sujeito a multa ambiental. A incineração, tratamento dado ao lixo em diversas cidades, reduz entre 60% e 90% o volume dos resíduos sólidos e os transforma em gases e materiais inertes. No entanto, polui o solo, as águas e o ar com cinzas e escórias de metal. Conheça, a seguir, algumas soluções para uma melhor disposição final do lixo. • O aterro sanitário é um processo de redução do volume dos resíduos sólidos. Após a deposição no solo, o lixo é compactado e coberto dia- riamente com uma camada de terra, oferecendo menor risco à saúde pública. Muitos aterros exploram o biogás, produzido pela decomposição da matéria orgânica, e que possibilita a produção de eletricidade. Todo o chorume é captado para não poluir os corpos de água. • A usina de compostagem é uma instalação que transforma o lixo orgâ- nico (restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas, verduras, legumes, podas de jardim) em composto (adubo) para uso agrícola. • A usina de reciclagem promove a separação de materiais como metais, vidros, plásticos e papéis para reutilização, o que traz muitos benefícios, como economia de divisas, de energia e de matéria-prima. CHINA EXTRA/AFP Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. l Questões de revisão 1. Por que a moradia e a mobilidade urbana são dois direitos fundamentais dos habitantes das cidades? 2. O desenvolvimento de um sistema multimodal é a melhor alternativa para a melhoria da mobilidade urbana. Explique por quê. 3. Explique por que a inversão térmica e o deslizamento de terras são problemas ambientais urbanos que, geralmente, ocorrem em épocas diferentes do ano. 4. Atualmente, um dos grandes problemas ambientais nas cidades é o crescente aumento do volume de lixo e a falta de locais apropriados para a disposição final dos resíduos sólidos. A que se deve esse aumento considerável do lixo urbano? 138
ATIVIDADES Para além do texto b) Qual é a importância da reciclagem em termos econômicos e ambientais? 1 Explique como se dá a atuação dos incorporadores na dinâmica do mercado imobiliário. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 2 Leia o texto e responda à questão. 3 Leia o texto abaixo. “Um latino-americano produz em média entre “É a questão urbana, estúpido! um e 14 quilos de lixo por dia, isto é, até um quinto do peso médio de uma pessoa. Ao todo, trata-se de Ermínia Maricato, 1o ago. 2013. 430.000 toneladas diárias de resíduos sólidos [...]. Os números do desperdício são 60% maiores do Quem acompanha de perto a realidade das cida- que os de 18 anos atrás, mas ainda estão distantes des brasileiras não estranhou as manifestações que do que acontecerá dentro de 10 anos, quando o impactaram o país em meados de junho de 2013. mundo verá essa cifra quase duplicar, de acordo Talvez a condição de jovens, predominantemente com estudos do Banco Mundial. de classe média, da maioria dos manifestantes exija uma explicação um pouco mais elaborada, já que foi Para muitos especialistas, os aterros sanitários que antecedida pelos movimentos fortemente apoiados nas abundam na região são milhares de dólares jogados, redes sociais. Mas no Brasil é impossível dissociar as paradoxalmente, ao lixo. Quando separado na origem, principais razões, objetivas e subjetivas desses protestos, ao redor de 90% poderia ser convertido em combus- da condição das cidades [...] tível ou reciclado. Quando não, só 30% podem ser destinados a outros usos. A desoneração dos automóveis somada à ruína do transporte coletivo fizeram dobrar o número de carros Ainda que a América Latina esteja entre as regiões nas cidades. Em 2001, havia em doze metrópoles mais atrasadas na reciclagem de lixo, começa a somar brasileiras 11,5 milhões de automóveis e 4,5 milhões alguns esforços para dar aos resíduos uma destinação de motos; em 2011, 20,5 milhões e 18,3 milhões, que seja benéfica tanto ao meio ambiente quanto ao respectivamente. Os congestionamentos em São Paulo, bolso. [...]”. onde circulam diariamente 5,2 milhões de automóveis, chegam a atingir 295 quilômetros das vias. BANCO MUNDIAL. Na América Latina, não aproveitar o lixo é um desperdício. Disponível em: <www.worldbank.org/pt/news/ O governo brasileiro deixou de recolher impostos no valor de R$ 26 bilhões desde o final de 2008 (nesse feature/2013/12/18/basura-en-latinoamerica>. mesmo período, foram criados 27.753 empregos), e Acesso em: abr. 2016. US$ 14 bilhões (quase o mesmo montante dos subsídios) foram enviados ao exterior. Há mais subsídios para a a) Quais são as perspectivas para a produção de lixo circulação de automóveis (incluindo combustível e sólido no mundo nos próximos anos? outros itens) do que para o transporte coletivo. A prioridade ao transporte individual é complemen- tada pelas obras de infraestrutura dedicadas à circulação de automóveis. Verdadeiros assaltos aos cofres públicos, os investimentos em viadutos, pontes e túneis, além de ampliação de avenidas, não guardam qualquer ligação com a racionalidade da mobilidade urbana, mas sim com a expansão do mercado imobiliário, além, obviamente, do financiamento de campanhas. 139
ATIVIDADES b) Qual é a expectativa da autora em relação às novasREPRODUÇÃO gerações? Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. O forte impacto da poluição do ar na saúde da po- pulação de São Paulo, com consequente diminuição da 4 As manifestações a favor do passe livre no transporte expectativa de vida, tem sido estudado pelo médico Paulo público em junho de 2013 contaram com o apoio dos Saldiva, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) ciclistas. Veja a imagem abaixo e responda: de que e do Instituto Saúde e Sustentabilidade. O comprometi- maneira esses dois temas se juntam no debate da mento da saúde mental (depressão, ansiedade mórbida, política de transportes? comportamento compulsivo) tem sido estudado pela psiquiatra Laura Helena Andrade, também pesquisadora da USP. É da vida, do tempo perdido, mas também da morte, literalmente, que estamos tratando. Concluindo: para fazer frente a esse quadro, aqui apenas resumido, temos no Brasil leis, planos, conhe- cimento técnico, experiência, propostas maduras e testadas nas áreas de transporte, saneamento, drena- gem, resíduos sólidos, habitação... Mas, além disso, o primeiro item necessário à política urbana hoje é a reforma política, em especial o financiamento de campanhas eleitorais. Então, que viva a moçada que ganhou as ruas. Se fizermos um bom trabalho peda- gógico, teremos uma nova geração com uma nova energia para lutar contra a barbárie.” Le Monde Diplomatique Brasil. Disponível em: <www.diplomatique. org.br/artigo.php?id=1465>. Acesso em: jan. 2015. a) De acordo com a autora do texto, a cidade que prioriza investimentos para o automóvel está dis- tante de alcançar melhorias na mobilidade urbana. Explique por quê. 140
5 A análise do risco ambiental envolve a associação, num mesmo lugar, de even- tos que fogem do controle humano (como as intensas chuvas, os ventos fortes, os tremores de terra), que podem ser medidos pelo nível de ameaça, resultando em um nível de vulnerabilidade. A intensidade de risco (alto, médio e baixo) pode ser representada em um gráfico que correlaciona o nível de ameaça (eixo horizontal) com o nível de vulnerabilidade (eixo vertical). Segundo Dagnino e Carpi Junior (2007), “mesmo que os níveis de vulnerabilidade e de ameaça sejam baixos, o risco ainda está lá e vai aumentando à medida que o nível das outras variáveis vai crescendo”. RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE AMEAÇA E DE VULNERABILIDADE NA DETERMINAÇÃO DE INTENSIDADE DE RISCOS Alto nível de vulnerabilidade Médio risco Alto risco Baixo risco Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Baixo Alto nível nível de de ameaça ameaça Médio risco Baixo nível de vulnerabilidade Fonte: DAGNINO, Ricardo de Sampaio; CARPI JUNIOR, Salvador. Risco ambiental: conceitos e aplicações. In: Climatologia e Estudos da Paisagem Rio Claro, p. 50-87. v. 2, n. 2, jul.-dez. 2007. Reveja a foto de Teresópolis, no Rio de Janeiro, e de Guiyang, na China (páginas 137 e 138), e analise qual das situações apresenta risco ambiental maior, con- siderando as correlações entre níveis de ameaça e de vulnerabilidade. 141
ATIVIDADES Leitura cartográfica 6 Observe o mapa e explique a distribuição geográfica dos aglomerados subnor- mais no território brasileiro. BRASIL: MUNICÍPIOS COM AGLOMERADOS SUBNORMAIS IDENTIFICADOS — 2010 ANDERSON DE ANDRADE PIMENTELVENEZUELA GUIANA Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.Boa VistaFRANCESA SURINAME (FRA) COLÔMBIA GUIANA EQUADOR RORAIMA AMAPÁ Macapá 0º Belém São Luís AMAZONAS Manaus Fortaleza Porto PARÁ MARANHÃO CEARÁ RIO GRANDE Velho MATO GROSSO DO NORTE RONDÔNIA Teresina Natal PIAUÍ PARAÍBA João Pessoa ACRE PERNAMBUCO Recife Rio Palmas ALAGOAS Maceió Branco TOCANTINS SERGIPE PERU Aracaju OCEANO BAHIA PACÍFICO Salvador TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO Cuiabá DF OCEANO CHILE Goiânia Brasília ATLÂNTICO BOLÍVIA GOIÁS Campo Grande MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO MATO GROSSO Belo Vitória DO SUL SÃO Horizonte PAULO RIO DE JANEIRO PARAGUAI São Rio de Janeiro Paulo PARANÁ Curitiba ARGENTINA SANTA CATARINA Florianópolis RIO GRANDE Porto Alegre DO SUL URUGUAI Municípios com aglomerados subnormais 50º O Fonte: IBGE. Aglomerados subnormais: primeiros resultados. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/pt/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=7552>. Acesso em: out. 2016. 142
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. EXAMES DE SELEÇÃO 1 (Enem, 2010) Os lixões são o pior tipo de disposição final dos resíduos sólidos de uma cidade, representando um grave problema ambiental e de saúde pública. Nesses locais, o lixo é jogado diretamente no solo e a céu aberto, sem nenhuma norma de controle, o que causa, entre outros problemas, a contaminação do solo e das águas pelo chorume (líquido escuro com alta carga poluidora, pro- veniente da decomposição da matéria orgânica presente no lixo). RICARDO, B.; CANPANILLI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2008. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2007. Considere um município que deposita os resíduos sólidos produzidos por sua população em um lixão. Esse procedimento é considerado um problema de saúde pública porque os lixões a) causam problemas respiratórios, devido ao mau cheiro que provém da decomposição. b) são locais propícios à proliferação de vetores de doenças, além de conta- minarem o solo e as águas. c) provocam o fenômeno da chuva ácida, devido aos gases oriundos da decom- posição da matéria orgânica. d) são instalados próximos aos centros das cidades, afetando toda a popula- ção que circula diariamente na área. e) são responsáveis pelo desaparecimento das nascentes na região onde são instalados, o que leva à escassez de água. 2 (Enem, 2010) Muitos processos erosivos se concentram nas encostas, principal- mente aqueles motivados pela água e pelo vento. No entanto, os reflexos tam- bém são sentidos nas áreas de baixada, onde geralmente há ocupação urbana. Um exemplo desses reflexos na vida cotidiana de muitas cidades brasileiras é Voçoroca Nível de água Fonte: TEIXEIRA, W. et al. (Orgs.). Decifrando a Terra. São Paulo: Sulcos ou ravinas Companhia Editora Nacional, 2009. p. 129. Zona temporariamente encharcada 143 a) a maior ocorrência de enchentes, já que os rios assoreados comportam menos água em seus leitos. b) a contaminação da população pelos sedimentos trazidos pelos rios e car- regados de matéria orgânica. c) o desgaste do solo nas áreas urbanas, causado pela redução do escoamento superficial pluvial na encosta. d) a maior facilidade de captação de água para abastecimento público, já que é maior o efeito do escoamento sobre a infiltração. e) o aumento da incidência de doenças como a amebíase na população urbana, em decorrência do escoamento de água poluída do topo das encostas.
EXAMES DE SELEÇÃO 3 (Fuvest, 2013) Observe a imagem e leia o texto. NELSON ANTOINE/FOTOARENA [...] EDRA O nosso som não tem idade, Pistas local e central da Marginal Pinheiros totalmente não tem raça alagadas na capital paulista, durante chuva forte que Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. E não tem cor atingiu a cidade (SP, 2012). O rio Pinheiros é afluente Mas a sociedade pra gente não dá valor do rio Tietê. Só querem nos criticar pensam que somos animais “Por muitos anos, as várzeas paulistanas foram uma Se existia um lado ruim hoje não existe mais espécie de quintal geral dos bairros encarapitados o Porque o funkeiro de hoje em dia caiu na real alto das colinas. Serviram de pastos para os animais [...]” das antigas carroças que povoaram as ruas da cidade. Serviram de terreno baldio para o esporte dos humil- MC Amilcka. Disponível em: <http://letras.mus.br/ des, tendo assistido a uma proliferação incrível de amilcar-e-chocolate/>. campos de futebol. Durante as cheias, tais campos improvisados ficam com o nível das águas até o meio Projeto de lei 4.124/2008 das traves de gol.” O movimento funk do Brasil constitui-se, hoje, em atividade das mais relevantes. Consagrado como voz Aziz Ab´Saber, 1956. da periferia, o funk põe em evidência, mais do que um Considere a citação do geógrafo Aziz Ab´Saber na aná- mero estilo musical, um modo de vida — a linguagem, lise das afirmações abaixo. os signos e os emblemas — de uma parte da juventude brasileira que até então foi praticamente invisível aos I. O processo de verticalização e a impermeabiliza- olhos da nossa sociedade. ção dos solos nas proximidades das vias marginais ao rio Tietê aumentam a sua susceptibilidade a Adaptado de: <camara.gov.br>. enchentes. A lei que transforma o funk em patrimônio cultural imaterial do Rio de Janeiro foi aprovada em 2009. A II. A retificação de um trecho urbano do rio Tietê e principal razão para esse reconhecimento legal está a construção de marginais sobre a várzea do rio associada à política de potencializaram o problema das enchentes na a) defesa de ritmos brasileiros. região. b) inclusão de grupos políticos. c) projeção de jovens intérpretes. III. A extinção da Mata Atlântica na região da nas- d) valorização de manifestações populares. cente do rio Tietê, no passado, contribui, até hoje, para agravar o problema com enchentes nas vias 5 (Uerj, 2014) A zona portuária do Rio de Janeiro vem marginais. recebendo muitos investimentos públicos e privados com o objetivo de promover sua renovação física e IV. A várzea do rio Tietê é um ambiente susceptível funcional. à inundação, pois constitui espaço de ocupação natural do rio durante períodos de cheias. Considerando a charge, a nova dinâmica espacial pode ter a seguinte consequência sobre o processo de urba- Está correto o que se afirma em nização nessa região da metrópole carioca: a) I, II e III, apenas. a) mudança do perfil social. b) I, II e IV, apenas. b) degradação do setor comercial. c) I, III e IV, apenas. c) aumento da atividade industrial. d) II, III e IV, apenas. d) redução da acessibilidade viária. e) I, II, III e IV. 4 (Uerj, 2014) “É som de preto de favelado mas quando toca ninguém fica parado 144
6 (Mackenzie, 2014) Observe os mapas para resolver a questão. TRAÇADO DO RODOANEL NORTE Pontos de acesso à pista Trecho Norte SERRA DA CANTAREIRA Av. Raimundo Av. Coronel Estrada de Pereira de Sezefredo Guarulhos Magalhães Fagundes 3 km Trecho Rodovia Oeste Fernão Dias Trecho Leste Av. Inajar de Souza Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Locais que vão cruzar Tipo de com o Rodoanel Norte cruzamento Tercho Norte Pres. Dutra Senna Estrada Clementina Cardoso da Silva Passagem superior 47,9 km Rod. Ayrton Rua de acesso ao Lot. Quintas da Cidade Passagem inferior Rua Julião Fagundes Passagem de veículos Rod. Estrada Coronel Sezefredo Fagundes Passagem superior Rodovia Fernão Dias Passagem inferior Trecho MdoarTgieintêal Av. Jacu-Pêssego Estrada da Pedreira Passagem superior Oeste Via Anchieta Avenida Pedro de Souza Lopes Passagem de veículos 32 km Ligação Bairro-Bairro Passagem superior MPinarhgeiinroasl Estrada Silvestre Pires de Freitas Passagem inferior Estrada do Tanque Passagem superior ImRoigdroavnitaeds os Techo Leste Rua Ivan Edmundo Passagem de veículos 40,6 km Estrada Guarulhos-Nazaré Passagem superior Estrada Albino Martelo Passagem de veículos Trecho Sul Estrada Amarilas Passagem de veículos 61,4 km Estrada Morro Grande Passagem de veículos Estrada da Parteira Passagem de veículos 6 km Estrada Francisco Beirão Passagem de veículos Fonte: O Estado de S. Paulo, Caderno Cidades, 2010. O Rodoanel, ainda não concluído, é uma obra viária para a circulação de veícu- los automotores na Região Metropolitana de São Paulo. Sua construção envolve questões econômicas, sociais, políticas e ambientais. Sendo assim, assinale a alternativa correta a respeito desse tema. a) Trata-se de um projeto que conta com unanimidade na Grande São Paulo, em razão dos benefícios que propicia ao promover a distribuição dos fluxos de caminhões e automóveis, sem maiores danos ambientais, em especial sobre a floresta tropical localizada ao norte da capital paulista. b) O Rodoanel é uma resposta inovadora, pois rompe com o modelo de trans- porte de cargas adotado no Brasil desde a década de 1950, baseado na fer- rovia como principal meio de deslocamentos para grandes distâncias. c) Economicamente o Rodoanel contribui para a fluidez de mercadorias dentro do modelo rodoviarista nacional. Contudo, tem sido alvo de críticas pelos impactos ambientais decorrentes da distribuição das fontes de emissão de poluentes em novas áreas da Grande São Paulo. d) A crítica recorrente ao Rodoanel é a de que tem priorizado o transporte de passageiros, por meio da construção de corredores de ônibus e trens metropolitanos. Desse modo, o transporte de cargas em caminhões tem sido prejudicado, com orientações e regras para que circulem pelas áreas centrais da capital paulista. e) A opção desse tipo de modalidade de transporte para o deslocamento de cargas e passageiros é a mais comum entre economias desenvolvidas, como EUA, Japão, e entre outras emergentes, como a Rússia e a China. 145
EXPLORANDO OUTRAS FONTES Para navegar pelos autores, que questionam a lógica imediatista REPRODUÇÃO e irracional de produção e consumo praticados pela Cidade escola aprendiz REPRODUÇÃO sociedade. Nessa obra, os autores discutem a res- REPRODUÇÃO • www.cidadeescolaaprendiz.org.br ponsabilidade da sociedade industrial em sua inter- Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. venção sobre o meio natural. Site de notícias que pauta a educação na cidade: REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO oportunidades educativas não formais, direito à O ambiente urbano cidade, urbanismo e mobilidade urbana. Francisco Capuano Scarlato; Joel Arnaldo Pontin. São Guia Cultural de Favelas Paulo: Atual, 2006. • http://guiaculturaldefavelas.org.br A urbanização e as condi- O Guia Cultural de Favelas é um mapa colabora- ções socioambientais da popu- tivo de visualização de práticas culturais em favelas lação, bem como os impac- cariocas. Qualquer produtor cultural, artista, espaço tos decorrentes da ocupação ou iniciativa pode alimentar o Guia cadastrando sua desenfreada dos ambientes prática e fazer parte do mapa. urbanos, são os principais temas do livro, que aponta Sistema Ambiental Paulista para uma importante reflexão • www.ambiente.sp.gov.br sobre o significado da expres- são “qualidade de vida”. Site do governo do estado de São Paulo que divulga políticas públicas relacionadas a questões ambien- Canibais da natureza: tais. Na aba “O que fazemos”, clique em “Gestão de educação ambiental, Resíduos Sólidos” para conhecer medidas que visam limites e qualidade de à redução do impacto gerado pelo lixo. vida Célia Jurema Aito Victorino. Para ler Petrópolis: Vozes, 2000. A cidade do pensamento A conscientização e a ado- único: desmanchando ção de novos valores são a pro- consensos blemática central da discussão Otília Arantes; Carlos Vainer; deste livro, que ainda oferece Ermínia Maricato (Org.). dicas e conselhos para o lei- Petrópolis: Vozes, 2007. tor. A obra propõe ampla discussão sobre o modo de vida moderno e ainda lança um olhar sobre a Obra constituída de diver- questão ambiental e como conciliar o cotidiano e a sos ensaios que traçam a atual preservação da natureza. gestão urbana em suas tendên- cias elitistas e suas práticas Para assistir de exclusão, mantenedoras de privilégios. A leitura põe abaixo a hegemonia do Ilha das Flores urbanismo global, reafirmando o direito de inclusão Direção: Jorge Furtado daqueles que são esquecidos nos planos de gestão País: Brasil. Ano: 1989. urbana. Este curta-metragem Do nicho ao lixo: retrata as contradições sociais ambiente, sociedade e do Brasil, como a pobreza e a educação fome, por meio da produção Francisco Capuano Scarlato; de tomates. Acompanha o pro- Joel Arnaldo Pontin. 18. ed. cesso desde a plantação do São Paulo: Atual, 2013. tomate, passando pelas mãos do consumidor até chegar aos Os problemas ambientais lixos da região metropolitana causados pela poluição e pela de Porto Alegre. devastação do meio natural são examinados e debatidos 146
Pesquisa Produção de textos e ação e sarau literário Um sarau é um evento cultural em que os participantes expõem poe- mas, quadrinhos, charges, textos descritivos, músicas ou outras formas de manifestações artísticas para o público. Nesta atividade, vamos produzir textos que enfoquem a relação entre os jovens e o espaço urbano e, na sequência, organizar um sarau literário com a leitura pública deles. MARCOS HIRAKAWA/TURBO RF/GLOW IMAGES JOÃO CARLOS MAZELLA/JCM/FOTOARENA Nas áreas periféricas das metrópoles, parques com equipamentos de lazer bem cuidados são essenciais para a qualidade de vida da população. Na foto, o parque urbano Bosque Maia, em Guarulhos (SP, 2010). Sarau em biblioteca no bairro do Coque, na periferia de Recife (PE, 2013). l Procedimentos • Existem problemas de mobilidade? • Eles costumam ser visitados pela tur- 1. Divididos em grupos, produzam uma lista dos espaços públicos, dos equipamentos ma? Com qual frequência? e dos serviços urbanos disponíveis na • De que maneira eles podem contribuir cidade ou nos bairros próximos da escola e daqueles que são frequentados pelos para a melhoria da qualidade de vida estudantes. A ideia é que sejam citados dos jovens? os espaços que possibilitem atividades • Como os jovens podem contribuir para de lazer, culturais e esportivas. aumentar a qualidade desses espaços? 3. Considerando os elementos surgidos no 2. Organizem um debate em cada grupo sobre debate, crie, individualmente, uma poesia, as listas produzidas procurando responder um texto curto ou outra forma de expres- às seguintes perguntas: são artística enfocando sua relação com a cidade, seus espaços culturais e de lazer e • Quais dos espaços são avaliados posi- suas potencialidades de inclusão social. tivamente pela turma? 4. Façam a leitura e a mostra dos trabalhos selecionados. • Os lugares e as atividades listados são acessíveis a todos? Em caso negativo, 147 por quais razões?
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