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ECONOMIA Aula 1 - Economia

Published by Instituto Universal Brasileiro IUB, 2023-07-07 19:24:31

Description: ECONOMIA Aula 1 - Economia

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ECONOMIA O objetivo das aulas de Economia é dar os fundamentos desta ciência, com reflexões sobre suas bases teóricas e aplicações, partindo das experiências do cotidiano para entender melhor as relações comercias e empresariais. • A aula 1 será introdutória, apresentando as definições de Economia e seus objetivos, destacando também os problemas econômicos fundamentais e desenvolvendo os conceitos de microeconomia e macroeconomia. • Na aula 2, os pontos centrais de estudo serão a Empresa e a Produção: custos, lucros, produtos e benefícios, bem como a informatização das empresas e suas relações com o em- prego e a produtividade. • A aula 3 apresenta o tema do Desemprego, suas causas e as diferentes situações que levam à falta de emprego. Serão abordadas ainda as relações entre demanda e oferta na for- mação dos preços. www.portaldaeconomia.com.br Entrevistas, artigos, reportagens com foco na Economia. Entre os temas especiais destaca-se: Histórico da Inflação no Brasil. Instituto Universal Brasileiro 11 Módulo 1 Volume 1

Consumo: Compra e venda de produtos; o que se gasta. Demanda: Qualquer bem ou serviço procurado no mercado. Desenvolvimento: Crescimento, adiantamento, progresso. Economia: Ciência que estuda a produção, distribuição e consumo de bens materiais necessári- os ao bem-estar; aproveitamento racional e consciente de recursos materiais; controle ou moderação nas despesas. Escassez: Falta, carência, privação. Equidade: Senso de justiça, imparcialidade, respeito à igualdade de direitos, correção, lisura na maneira de proceder, julgar, opinar. Macroeconomia: Ramo da economia que estuda os fenômenos econômicos em escala global, analisando fatores que determinam a formação da renda e os caminhos das políticas econômicas. Microeconomia: Estudo do comportamento de agentes econômicos na esfera individual, in- vestigando a dinâmica da concorrência e dos direitos do consumidor no mercado financeiro. Sazonal: Relativo a estação do ano. Em economia existe a análise dos chamados produtos sa- zonais, pois sua produção e comercialização concentram-se em determinadas épocas do ano. Pode também aplicar-se a emprego e desemprego, de acordo com as variações na procura de trabalho em determinadas circunstâncias: época de férias, carnaval, período de plantio e colheita. Variável: O que pode variar, apresentar um novo aspecto, alternar, mudar. Conceitos Importantes ! Liberalismo: Doutrina política e econômica a favor da livre iniciativa e contra a intervenção do Estado na economia. Segundo esta doutrina, a vida econômica seria regida por uma ordem natural, formada a partir das livres decisões individuais, controlada pelo mecanismo de preços. Neoliberalismo: Doutrina político-econômica que representa uma tentativa de adaptar os princípios do liberalismo econômico às condições do capitalismo moderno. Defendem a disciplina na economia de mercado para garantir sua sobrevivência, pois, ao contrário dos antigos liberais, não acreditam na autodisciplina do sistema. Atualmente, o termo vem sendo aplicado à defesa da livre atuação do mercado com o término da intervenção do Estado, e a privatização das empresas, aber- tura da economia e sua integração no mercado mundial. Módulo 1 Volume 1 12 Instituto Universal Brasileiro

AULA 1 - ECONOMIA Esta ciência é praticada em quase todas as relações desenvolvidas nas sociedades, mesmo que de forma não consciente. Economia é uma palavra que faz parte do vocabulário e das ações das pessoas em seu dia-a- dia. Como ponto de partida para nosso estudo, vamos analisar algumas situações do cotidiano em que se aplicam alguns princípios da Economia. Na vida em família A mãe alerta os outros membros da família que é preciso tomar banhos mais curtos, para que no final do mês haja uma economia de água e de energia elétrica. O controle é feito por meio das contas de água e luz. A colaboração de todos resulta numa economia considerável para a vida em família. Nas compras do Supermercado Ao entrarmos em um supermercado, podemos verificar muitas pessoas avaliando preços, quan- tidade, qualidade, promoções, descontos etc. As variáveis de preços podem ser bastante grandes, o que faz com que as pessoas comprem em supermercados diferentes. Todos estes fatores referem-se, justa- mente, à economia, pois, uma boa análise dos produtos ali expostos para a venda, pode ocasionar em uma economia no valor total das compras. Nestes dois casos, a economia refere-se às relações comerciais, e pode ser entendida como a busca de controle ou de moderação nas despesas. Instituto Universal Brasileiro 13 Módulo 1 Volume 1

Objetos de estudo da Economia Mas o objeto de estudos da economia, não se restringe tão somente às relações estabelecidas entre consumidores e fabricantes. A economia é uma ciência que também estuda estas relações, porém, seus estudos vão muito além e são muito mais complexos do que podemos imaginar. Vamos analisar as definições dadas por vários autores de economia, com a tentativa de demon- strar alguns objetivos e problemas econômicos fundamentais. Vamos ainda conhecer o desenvolvi- mento desta ciência por meio de um breve histórico. Será abordado ainda o estudo de conceitos importantes como os de macroeconomia e micro- economia e suas implicações no sistema econômico e financeiro. ANÁLISE DO PROBLEMA DA ESCASSEZ DE RECURSOS Para iniciarmos o estudo da economia, torna-se necessário, compreendermos um dos princi- pais problemas sociais que ela tenta colocar em harmonia e que muitos críticos afirmam que foi a causa do surgimento desta ciência: o problema da escassez dos recursos. Você já parou para pensar na relaçãoque existe entre os recursos naturais e sua exploração? E que a escassez de recursos é um dos maiores problemas da sociedade moderna? Como sabemos, um dos principais problemas universais, que a sociedade moderna enfrenta, é o da escassez dos recursos, que são justamente os componentes ou os próprios objetos que tanto desejamos. Fatores da Escassez de Recursos Vamos partir da questão ecológica para melhor compreendermos este problema, que é um dos pontos principais da economia. Olhemos ao nosso redor e analisemos os objetos que nos cercam: estante, cadeira, mesa, cama, violão, livro, lápis, caderno, porta, janela, prateleira, guarda-roupas etc. Módulo 1 Volume 1 14 Instituto Universal Brasileiro

Todos estes objetos, como sabemos, geralmente têm como matéria-prima a madeira. Porém, ao analisarmos a forma como esta madeira é extraída da natureza, deveríamos ficar muito preocu- pados. Muitas empresas responsáveis por esta extração, não têm a menor preocupação com o plantio de novas árvores, fazendo com que a escassez dos recursos naturais se torne um problema cada vez mais preocupante. Muitas regiões que, em tempos não muito distantes, eram densamente povoadas por in- úmeras espécies de animais silvestres, graças à preservação de seu ambiente natural, nos dias de hoje, demonstram o descaso do ser humano para com a natureza, sendo uma área devastada pela ganância e incompreensão das pessoas que só conseguem enxergar o dinheiro. Como pode uma pessoa se dizer preocupada com a preservação da natureza e com os recursos naturais de nosso planeta, exigindo móveis que sejam fabricados com madeiras provenientes de árvores quase extintas? Um exemplo desta má utilização dos recursos naturais de nosso país, se deu justamente na época de seu descobrimento, quando os europeus retiraram quase todas as árvores de pau-brasil (árvores que aqui existiam em abundância e que deu origem ao nome de nosso país), hoje raras nas florestas brasileiras. Até o momento, só demonstramos os fatores da escassez dos recursos naturais relacionados ao meio ambiente, porém estes problemas não podem ser limitados somente ao meio ambiente. Segundo o filósofo Arthur Schopenhauer, a essência da natureza humana é a aspiração constante, sem objetivo ou repouso, ou seja, Schopenhauer afirma que viver consiste em sempre querer mais e aquilo que não temos, para quando as tivermos, sentirmos a necessidade de outras coisas, e assim sucessivamente. Como podemos perceber, o problema de escassez dos recursos torna-se um problema univer- sal, ou seja, está presente em todos os países, sejam eles desenvolvidos ou subdesenvolvidos: Como suprir as necessidades básicas do ser humano? Observe as diferenças nestes dois casos Nos países pobres, a população precisasuprir suas necessidades básicas, tais como: alimentação, vestuário, educação, saúde etc. Instituto Universal Brasileiro 15 Módulo 1 Volume 1

Já nos países ricos, onde em geral, a situação financeira da população é melhor, estas necessidades básicas, na maioria dos casos, já foram supridas. Dificilmente as pessoas destes países sofrem por não terem condições para eliminarem suas necessidades básicas. Mesmo assim, as pessoas destes países mais ricos não deixam de sentir a necessidade de sempre melhorarem seu padrão de vida. Estas necessidades são supridas através de uma alimentação mais vari- ada, aparelhos eletrônicos sofisticados, automóveis, viagens etc. Portanto, como fora dito anteriormente, independentemente da sociedade, meio social, idade ou situação financeira em que se encontre qualquer indivíduo, sua vontade será insaciável, restando à economia colocar em harmonia o seguinte dilema: VONTILAIDMEITHAUDMA ANA X LRIEMCIUTARDSOOSS Como distribuir os recursos que são limitados por um número determinado, para uma vontade que é ilimitada, que não tem fim e não para de querer sempre mais? Módulo 1 Volume 1 16 Instituto Universal Brasileiro

Necessidades Humanas (ilimitadas) • Vitais ou primárias: são aquelas que referem-se justamente a conservação da própria vida. Ex.: água, comida, vestimentas básicas para se proteger do frio etc. • Secundárias: são as que se referem ao aumento do bem-estar do indivíduo, dando-lhe mais conforto e segurança em sua vida. Ex.: viagens, roupas de marca, almoço ou jantar em bons restau- rantes etc. Bens de Consumo (recursos limitados) Livres: por serem encontrados em abundância na natureza e pelo fato de não poderem ser apropriados pelos homens, estes recursos não são controlados pela economia. Ex.: ar. De Consumo: atendem à satisfação direta de necessidades. Podem ser subdivididos em: • Duradouros: que se destinam a um uso por um espaço de tempo prolongado. Ex.: televisão, carro etc. • Não-duradouros: acabam em um intervalo de tempo menor. Ex.: biscoito etc. • Intermediários: são os bens de consumo que certamente irão sofrer modificações, até se transformar em recursos para serem consumidos. Ex.: farinha de trigo, que irá se transformar em um bolo. • Finais: são recursos prontos para serem consumidos e satisfazerem as necessidades dos in- divíduos. Ex.: bolo. Economia, neste sentido, pode ser compreendida como a ciência que trata dos fenômenos relativos à produção, distribuição e consumo dos bens. DEFINIÇÕES DE ECONOMIA Estudando o sentido etimológico da palavra economia, podemos constatar que ele deriva de duas palavras gregas: oikos – que significa casa, e nomos – que quer dizer norma ou lei. Teríamos, então, partindo do estudo etimológico, a palavra oikonomia que em seu sentido literal seria a “administração da casa”, ou em um sentido mais abrangente: “administração da coisa pública”. Instituto Universal Brasileiro 17 Módulo 1 Volume 1

Vejamos uma definição de economia dada pelos economistas Marco Antônio Sandoval de Vas- concellos e Roberto Luiz Troster em seu livro Economia básica: Economia pode ser definida como a ciência social que estuda a maneira pela qual os homens decidem empregar recursos escassos, a fim de produzir diferentes bens e serviços e atender às necessidades de consumo. Como foi dito anteriormente, a economia é justamente a mediadora entre os recursos escassos e a vontade humana ilimitada, ou seja, tenta colocar em harmonia estas duas variáveis. A partir destas questões básicas e introdutórias, podemos afirmar que a economia é uma ciên- cia social, pois atua justamente nas relações estabelecidas na própria sociedade. Em sua definição, a economia busca relacionar os recursos e a vontade humana. Porém, como podemos verificar em nosso dia-a-dia, sua atuação vai muito além, buscando, justamente, tornar amistosa esta relação. Outros pontos importantes Também podemos afirmar que faz parte do objeto de estudos da economia questões referentes à inflação, desemprego, salário, produtividade, como fazer com que o agricultor ganhe mais, venden- do seus produtos ao consumidor, que deve comprá-los a um bom preço, entre outras questões. Desta forma, não devemos tomar estas definições, até aqui expostas, como sendo as únicas, ou mesmo, as que contemplem com maior exatidão o que vem a ser a economia. Só podemos ter uma visão mais ampla e uma definição um pouco mais concreta do que vem a ser a economia, após termos compreendido todas as análises feitas. Módulo 1 Volume 1 18 Instituto Universal Brasileiro

HISTÓRICO DA ECONOMIA A economia foi uma prática exercida pelas pessoas, desde os tempos mais remotos, ou seja, já se fazia presente no princípio das civilizações, mesmo que de forma não sistematizada. As trocas realizadas pelas pessoas, tinham como fundamento questões econômicas básicas. Como exemplo, poderíamos utilizar o caso de um artesão que fabricava sapatos e trocava-os por objetos de seu interesse. Em uma destas trocas com um pescador, aceitou um grande peixe por uma sandália. Segundo a avaliação de ambos que estavam envolvidos na negociação, a troca era justa e vanta- josa, tanto para o artesão, que dispunha da técnica de fazer calçados, quanto para o pescador que era especialista na arte de retirar do rio grandes peixes. Estas transações entre pessoas destas sociedades poderiam ser tomadas como o início da preocu- pação econômica, em que cada um dispunha daquilo que melhor sabia fazer, para utilizar como objeto de troca e adquirir outras coisas de que necessitasse. Desde as primeiras civilizações, as pessoas sofriam com a escassez dos recursos. Tribos nô- mades se instalavam em uma determinada região até o momento em que ali conseguiam alimento. Quando as terras se tornavam estéreis, partiam em busca de lugares mais férteis. Muitos séculos se passaram para que a economia deixasse de ser apenas uma prática inconsci- ente e tornar-se uma ciência sistematizada do modo como temos nos dias de hoje. Quase que de forma unânime, os críticos da história da economia afirmam que o início da teoria econômica se deu no ano de 1776 com a publicação do livro: An Inquiry into the nature and causes of the wealth of nations, bastante conhecido como: A riqueza das nações de Adam Smith. Instituto Universal Brasileiro 19 Módulo 1 Volume 1

Grandes pensadores e suas teorias Adam Smith Nasceu na Escócia no ano de 1723, onde viveu por quase toda a sua vida. Ele é considerado como o precursor da teoria econômica, da forma sistematizada como temos nos dias de hoje. Seu livro é importante desde a época em que foi publicado, pois é o primeiro a tratar questões econômicas, tais como: aspectos monetários, distribuição do rendimento da terra e preços de pro- dutos. Na obra A riqueza das nações que é a base e o fundamento do pensamento econômico, o autor elabora um modelo abstrato completo e relativamente coerente sobre a natureza, o funcionamento e a estrutura do sistema capitalista. Neste livro são desenvolvidos modelos e conceitos que muito influenciarão o pensamento econômico dos próximos séculos. Um dos conceitos importantes é justamente o da mão invisível, em que todas as pessoas ou agentes de uma sociedade, em busca de lucrar o máximo, acabam promovendo o bem estar de toda a sociedade, ou seja, seria como se uma mão invisível orientasse as decisões econômicas. Vejamos uma citação retirada do próprio livro A riqueza das nações de Adam Smith: Ao buscar a satisfação do seu interesse particular, o indivíduo atende frequentemente ao interesse da sociedade de modo muito mais eficaz que se pretendesse realmente defendê-lo. Uma das formas de percebermos este conceito na prática, poderia ser quando avaliamos a concorrência entre determinados segmentos. Nos postos de combustíveis Módulo 1 Volume 1 20 Instituto Universal Brasileiro

Quando um determinado posto de combustível resolve abaixar seus preços, a fim de aumentar suas vendas e eliminar a concorrência, ele atende ao interesse da sociedade que, a partir de um interesse particular, poderá pagar menos pelo combustível, forçando a concorrência a abaixar o preço, se houver interesse em se manter no mercado. Este pensamento é a base do liberalismo econômico, uma vez que o interesse individual con- tribui para a satisfação do interesse geral, portanto, devemos deixar plena liberdade de ação aos interesses privados. Smith ainda afirmava que a origem da riqueza se dá justamente no trabalho das pessoas, e não como afirmavam correntes anteriores ao seu pensamento que diziam que a origem da riqueza está no ouro ou na terra. Thomas Robert Malthus Em seu livro Principles of political economy, publicado no ano de 1820, afirma que é o con- sumidor com sua vontade efetiva de comprar quem faz com que a produção aumente. Malthus tinha uma visão bastante pessimista do desenvolvimento da humanidade em nosso planeta, afirmando que este era um problema econômico difícil de ser resolvido. O ponto essencial da teoria de Malthus: há uma falta de concordância entre a reprodução da espécie humana e as condições de criar meios para que estas pessoas, que não param de nascer, possam sobreviver dignamente. Segundo Malthus, a população mundial cresce da seguinte forma: 16 8 12 4 Ao passo que as formas de subsistência dos seres humanos em nosso planeta, cresce na se- guinte proporção: 12 3 4 5 Portanto, para Malthus, um grande problema a ser resolvido seria o de se colocar em harmo- nia a taxa de crescimento populacional com seus meios de subsistência. Segundo o autor, se estas variáveis não forem colocadas em harmonia, nosso planeta caminhará para uma grande catástrofe. Instituto Universal Brasileiro 21 Módulo 1 Volume 1

David Ricardo Outro teórico que muito influenciou o pensamento econômico de sua época, sendo ainda mui- to consultado nos dias atuais. Ele se colocou a fazer uma análise do rendimento da terra. Desta análise, Ricardo concluiu que a distribuição destes rendimentos é determinada pela pro- dutividade das terras mais pobres, ou marginais. Foi a partir deste estudo que surgiu o termo margin- alismo dentro da análise econômica. John Stuart Mill Considerado um historiador do pensamento econômico, pois sua obra condensa o pensamen- to de seus antecessores, que fazem parte da escola clássica. Porém, podemos afirmar que sua con- tribuição não se resume em apenas sintetizar a história do pensamento econômico. O avanço dado por Mill ao pensamento econômico, se deu justamente ao incorporar novos elementos ao pensamento da escola clássica da economia. Muitos outros autores tiveram grande importância no desenvolvimento da economia até che- garmos nos moldes que temos hoje em dia, dentre eles, podemos destacar o pensamento do filósofo alemão Karl H. Marx, o qual estudaremos a seguir. Karl Marx e o Capital Foi em sua grande obra O capital que Marx desenvolveu grande parte de seus conceitos que muito serão discutidos em economia. Seu pensamento pode ser dividido em: filosófico que se refere às questões sobre o material- ismo histórico e a luta de classes, e econômico, referente à exploração e a evo-lução, porém alguns aspectos não permitem que se faça esta distinção. Neste tópico, iremos abordar mais as questões econômicas, visto que é nosso objeto de estu- dos. Segundo Marx, as questões econômicas se dividem em: Exploração Evolução estáticCaaeuaspal:icativa dinCâmonicsaeqeudêensccirai:tiva Módulo 1 Volume 1 22 Instituto Universal Brasileiro

A exploração para Marx é apresentada sob dois aspectos que são complementares: .Econômico: adotando a teoria do valor, desenvolvida pelos clássicos, Marx afirma que o valor de uma mercadoria deveria ser determinado pelo tempo de trabalho para sua produção. .Social: o valor de uma mercadoria deve pertencer a quem fornece o trabalho, ou seja, ao operário. Partindo do pressuposto que o valor de uma mercadoria deve ser maior ou menor, levando em consideração o número de horas necessárias para sua produção, então teremos: Segundo Marx, o trabalho é a única fonte de valor, porém, os trabalhadores recebem apenas uma parcela dos frutos de seus esforços. Ele distinguia o trabalho simples do trabalho qualificado, sendo que uma hora de trabalho qualificado poderia valer por duas, três, quatro ou mesmo cinco horas do trabalho simples. Reflita sobre a exploração Um de seus principais conceitos foi o da exploração. Marx dizia que sendo o valor das merca- dorias criado pelo trabalho, o justo seria o lucro ir para a mão de quem forneceu o trabalho, que seria justamente o trabalhador. Como o trabalhador não recebe o valor integral de seu trabalho, não lhe é possível adquirir nem ao menos os produtos que produz, tornando-se, desta forma, uma vítima do capitalismo. Isto acontece porque no regime capitalista as trocas são desiguais e injustas. A exploração dos trabalhadores é demonstrada justamente nestas relações, em que os acordos entre os empregadores e empregados não são feitos com igualdade, desta forma, os trabalhadores tornam-se escravos do sistema capitalista. Porém, segundo Marx, esta exploração não é culpa somente daqueles que detêm os meios de produção, mas é inerente ao regime capitalista, ou seja, só irá cessar com o desaparecimento do próprio capitalismo. Instituto Universal Brasileiro 23 Módulo 1 Volume 1

Reflita sobre a mais-valia O salário do trabalhador é estipulado de acordo com um mínimo para sua sobrevivência, ao passo que aquele que dispõe dos meios de produção, tentará prolongar ao máximo a duração de sua jornada de trabalho, com vista a aumentar a mais-valia. Economia, neste caso, pode ser definida como a ciência social que estuda a maneira pela qual os homens decidem empregar recursos escassos, a fim de produzir diferentes bens e serviços e atender às necessidades de consumo. OBJETIVOS E PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS Um dos objetivos da economia seria o de, a partir do esforço individual de cada pessoa, criar boas políticas que tenham como funções: diminuir de forma considerável os problemas e aumentar os benefícios, ou seja, através do trabalho do indivíduo, a economia deve buscar formas que façam com que ele ganhe mais, com um mínimo possível de perdas ou prejuízos. Na feira Módulo 1 Volume 1 24 Instituto Universal Brasileiro

Ao ir a feira comprar frutas e legumes, tanto a pessoa que está comprando, como a que está ven- dendo, estão praticando questões relacionadas à economia: as variações de preços, o que está em alta, o que está em falta, a qualidade da mercadoria etc. Segundo o autor José Paschoal Rossetti em seu livro Introdução à economia, hoje a economia se ocupa também do desenvolvimento, da inflação de preços, do desemprego, do nível de renda social, das recessões e da plena utilização dos escassos recursos do sistema econômico. Vejamos alguns dos objetivos da economia e vários problemas levantados por Rossetti: · Distribuição de renda – ao observarmos o mundo em que vivemos, podemos perceber que ele pode ser dividido em dois grandes grupos, de um lado os países ricos, onde as pessoas, de um modo geral, usufruem de boas condições de vida; do outro lado, países pobres que assistem a espe- táculos cruéis como a falta de alimento e as péssimas condições de vida. Análise da situação econômica do nosso país Não precisaríamos nem ao menos analisar a questão mundial para perceber estas questões. O Bra- sil ocupa um dos primeiros lugares na lista da má distribuição de renda no mundo. Em nosso país, podemos verificar famílias vivendo nas mesmas condições de pessoas que vivem em países ricos como: França, Inglaterra, EUA etc., tendo um ótimo padrão de vida. Porém, se considerarmos o outro lado da moeda, a situação é bem diferente. Milhões de brasileiros vivem em condições abaixo do nível de pobreza, igualando-se a muitos países africanos que são muito pobres. Este é um outro problema que a economia busca resolver: melhorar a distribuição de renda entre os países e as pessoas, priorizando, desta forma, a qualidade de vida daqueles que mais neces- sitam. Instituto Universal Brasileiro 25 Módulo 1 Volume 1

· Emprego – este é um outro grande problema a ser resolvido pela economia. Como criar vagas capazes de fazer com que todas as pessoas que estejam desempregadas consigam uma forma hon- esta de sobreviver? A reflexão sobre esta pergunta veremos em lições posteriores. · Preços – a estabilização dos preços dos produtos é um outro objetivo perseguido pela econo- mia. O problema consiste em qual a melhor forma de fazer com que os produtos adquiridos por uma dona de casa neste mês, mantenham-se no mesmo valor para os próximos meses. Diante de tantas oscilações, em um mundo globalizado, onde, uma crise na China, pode afetar diretamente o preço dos produtos nos mercados de todo o mundo, este torna-se um problema bastante complexo de ser resolvido. · Crescimento econômico – este é o objetivo tanto de países ricos como de países pobres, pois aqueles que são ricos anseiam tornar-se mais ricos, ao passo que os países pobres sonham com o crescimento econômico para melhorar as condições de vida de sua população. O crescimento econômico é demonstrado pela solução dos problemas anteriormente descritos. Concluímos este tópico afirmando que o principal objetivo da economia é a satisfação das ne- cessidades humanas de forma justa e igualitária RENDA, PRODUTO E DESENVOLVIMENTO A economia de um país depende basicamente, do desenvolvimento de seu produto, obtido através de uma maior renda, estes são fatores primordiais para o início e sustentação econômica de uma nação. O bem-estar de uma nação pode ser observado a partir de variáveis como: pobreza, moradia, desemprego, desigualdade, condições de saúde, educação etc. Por produto podemos compreender a somatória de todas as coisas que foram produzidas no país durante um determinado período de tempo, geralmente um ano. Porém, alguns problemas surgem na tentativa de fazer a somatória do que foi produzido no país. O primeiro problema é como poderemos somar coisas tão distintas, exemplo: geladeira + au- tomóvel + telhas? Os economistas para realizarem esta somatória, expressam os valores de cada objeto distinto, em unidade monetária, que é o que viabiliza esta soma. Um outro problema no cálculo do produto nacional bruto (PNB), nome dado ao valor da somatória do produto, é o da dupla contagem. Módulo 1 Volume 1 26 Instituto Universal Brasileiro

1ª soma: valor individual dos fixadores 2ª soma: o valor dos fixadores já estaria embutido na unidade monetária do carro Problema: dupla contagem Existem alguns produtos que são utilizados como matéria-prima na produção de outros, caso sejam contados no momento em que saem da empresa que os fabricou. Seriam contados duas vez- es, pois servirão de insumo para outros produtos. Vejamos um exemplo desta dupla contagem. Uma empresa automobilística adquire de outras empresas diversos componentes que constituirão o carro que deve ser considerado como o produto final. Dentre estes componentes, está toda a linha de fixadores: porcas, parafusos, arruelas etc. Se a contagem do produto fosse feita desde a empresa que for- neceu os fixadores, teríamos uma dupla contagem. Para evitar este tipo de problema, os economistas contabilizam, no cálculo do produto nacion- al bruto, somente o produto final, que é justamente aquele que será adquirido pelo consumidor. No caso do exemplo anterior, só será contabilizado o valor monetário do automóvel. Todas as peças que Instituto Universal Brasileiro 27 Módulo 1 Volume 1

o compõem, que foram adquiridas pela empresa que o monta, não entrarão no cálculo. É a partir da avaliação do produto de um país que podemos verificar se houve crescimento ou não de sua economia, ou seja, o desenvolvimento de um país está diretamente relacionado com sua produtividade. Então teremos o seguinte esquema: Produto Renda Desenvolvimento Nacional maior Econômico e Bruto-alto Social Importante: O desenvolvimento econômico de uma nação é verificado através do crescimento contínuo da renda ao longo do tempo, estimulado pelo crescimento do produto. MICROECONOMIA E MACROECONOMIA Estas são duas áreas de estudos distintas, cuja finalidade pode ser considerada a mesma: a compreensão da situação econômica de um país. Porém, cada uma delas parte de seus próprios ob- jetos de estudos para alcançar sua finalidade. MICRO economia MICRO Vamos então, ver o que vem a ser e quais são os objetos de estudos da microeconomia e da macroeconomia dentro de um sistema econômico e financeiro de um país. Vejamos suas definições básicas: Módulo 1 Volume 1 28 Instituto Universal Brasileiro

Microeconomia Parte da economia que estuda o funcionamento de agentes econômicos individuais. Macroeconomia Parte da economia que estuda o funcionamento do sistema econômico como um todo. A partir destas definições, podemos desenvolver o seguinte esquema para compreendermos a função da micro e da macroeconomia: Macroeconomia: ocupa-se do comportamento global do sistema econômico. sistema econômico Macroeconomia: ocupa-se da análise do comportamento das unidades econômicas. Podemos afirmar que a microeconomia ou teoria dos preços, como também é bastante conhe- cida, tem vários campos de estudos dentro de um sistema econômico. Vejamos alguns: · Consumidores · Proprietários de recursos · Empresas · Salários · Preços de produtos · Fatores relacionados à produção · Mercados A macroeconomia estuda o sistema econômico como um todo, reduzindo esta análise a um número limitado de variáveis, ou seja, na macroeconomia a economia é estudada não a partir de suas partes, mas de seu todo, de forma global. Vejamos algumas das principais áreas de estudos da macroeconomia: - Taxa de câmbio - Balanço de pagamentos Ma cro ec o nom ia -- Renda Produtos nacionais - Emprego/desemprego - Taxas de juros. Instituto Universal Brasileiro 29 Módulo 1 Volume 1

Nesta matéria, desenvolveremos aspectos relacionados a micro e a macroeconomia. Como ex- emplo, poderíamos citar o item anterior renda, produto e desenvolvimento que são aspectos estu- dados pela macroeconomia (produtos nacionais). Daremos continuidade ao estudo da economia, tratando de um outro assunto muito impor- tante para compreendermos melhor as relações estabelecidas entre as unidades de um sistema econômico: A empresa e a produção, itens referentes ao campo de estudos da microeconomia. 1 – Segundo Arthur Schopenhauer, qual a constante aspiração humana? R:_____________________________________________________________________ 2 – Bens de consumo podem ser divididos em: livres, de consumo, intermediários e finais. São características dos bens intermediários: a) ( ) o fato de não poderem ser apropriados pelas pessoas. b) ( ) atenderem à satisfação direta de necessidades. c) ( ) são bens que irão sofrer modificações até se tornarem recursos para serem consumidos. d) ( ) são produtos prontos para serem consumidos. 3 – Independentemente da sociedade, meio social, idade, situação financeira, a vonta- de do indivíduo é insaciável, restando a economia colocar em harmonia ___________ versus __________________ 4 – Qual o principal pressuposto da economia? R: ____________________________________________________________________ 5 – Associe os seguintes conceitos: ( 1 ) Macroeconomia ( ) estuda os agentes econômicos individuais. ( 2 ) Microeconomia ( ) estuda o funcionamento econômico global Módulo 1 Volume 1 30 Instituto Universal Brasileiro


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