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Anuário Brasileiro de Cemitérios e Crematórios

Published by fabio, 2019-10-23 15:26:20

Description: Anuário Brasileiro de Cemitérios e Crematórios

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O cemitério de Forest Lawn é conhecido por abrigar os tú- anuário 2009 | mulos de várias celebridades de Hollywood, como Humphrey Bogart, Errol Flynn, John Wayne e Clark Gable. O consultor trônico, que transmite uma mensagem muito profunda. “As técnico de funerais especiais e serviços cerimoniais, Nelson imagens mostram quem somos, tecendo comentário sobre Pereira Neto, foi conferir de perto as ações criadas especial- as pessoas que contribuíram de alguma maneira com desen- mente para a despedida do ídolo pop. No entanto, encontrou volvimento da humanidade, como cientistas, médicos, educa- alguns obstáculos para conseguir as informações com Ken dores, artistas, religiosos, políticos, heróis de guerras e, até Sunshine. Como a investigação ainda está sendo realizada, mesmo o lixeiro é citado, já que seu papel é fundamental para ninguém pôde fornecer dados, mesmo que fossem pertinen- sociedade”, descreve o especialista. tes as investigações. Isso não impediu que Neto visitasse Fo- rest Lawn, um gigantesco cemitério situado na. “Ao final desta cerimônia, abre-se uma cortina e atrás de muitas luzes aparece uma grande vitrine com uma reprodu- “Estive no mausoléu onde foi sepultado Michael Jackson, ção de A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, além de uma que é vigiado 24 horas por dia por sistema de câmeras locais réplica em mármore de Pietá, de Michelangelo”, finaliza Neto. e seguranças, não só por causa dele, mas pelas celebridades De acordo com ele, sua entrada foi assistida por dois oficiais ali sepultadas”. e é proibido de forma rígida que qualquer um use câmeras fotográficas. Naquele mausoléu estão sepultados George Neto revela que quem adentra ao mausoléu nesta parte, Burns, Clark Gable, Nat King Cole, John Wayne, Walt Disney, não tem como sair sem antes assistir a um cerimonial ele- Charlie Chaplin, Albert Einstein, John F. Kennedy, Abraham Lincoln, Bette Davis, Jean Harlow e Walt Disney. ForeSt lawn memorial Park O cemitério Forest Lawn Memorial Park ou Hollywood Hills é um cemitério de alto luxo, onde são enterradas muitas pessoas famosas e ricas. Nesse cemitério, o es- paço pode ser aproveitado para caminhadas. Periodicamente, também é utilizado para a realização de eventos dedicados à preservação da história norte- americana. Além disso, Forest Lawn Memorial Park pos- sui pontos turísticos como o Tribunal da Liberdade, o Ter- raço Lincoln e a Praça do Patrimônio da Mesoamérica. Serviço: www.forestlawn.com/ | 51

pnQ e eVentos | Em 2007, o SINCEP e a ACEMBRA iniciaram a Setor busca mais implantação do PNQ, promovendo entre seus profissionalização associados à conscientização e valor agregado para a qualidade e a produtividade e a facilitação de troca de informações sobre as práticas modernas e bem sucedidas de gestão empresarial 52 |

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pnQ e eVentos | I Eduardo Alfano Vieira Falar sobre profissionalização é falar sobre qualidade de serviços. Em qual- quer empresa, de pequeno, médio ou grande portes, dos mais diversos se- tores da economia, a profissionalização está intimamente ligada à qualida- de e aos bons resultados. Pensando nessa necessidade de aprimoramento do setor, o SINCEP e a ACEMBRA apostaram na implantação do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), que foi concebido para ser desenvolvido em ci- clos, de modo a permitir que o empreendimento, por meio da adoção das práti- cas de gestão, atinja ao longo do tempo a excelência no seu desempenho. Os critérios de avaliação foram estabelecidos pelo SINCEP/ACEMBRA e por profis- sionais com larga experiência, baseados em informações de outras fundações com prêmios similares. Neste primeiro ciclo, denominado de “Inclusão”, os critérios de avaliação estabelecidos correspondem a um desempenho considerado pelas enti- dades como mínimo para um empreendimento obter sua primeira certificação. Para os presidentes das duas entidades, a certificação dos primeiros empreendi- mentos no PNQ aponta a profissionalização das empresas e a preocupação com as boas práticas de gestão. No Brasil, o PNQ foi proposto em 1991, pela Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, entidade privada e sem fins lucrativos, institu- ída por 39 organizações privadas e públicas. O empresário Eduardo Alfano Vieira, sócio da Qualimetria Engenheiros Consul- 54 |

anuário 2009 | tores – empresa responsável pela auditoria do PNQ -, acredita nossa responsabilidade nas avaliações dos ciclos futuros”, que o primeiro passo é entender o PNQ como um instrumento de diz Vieira. aprimoramento da gestão dos empreendimentos. “Não se trata de requisitos que devam ser cumpridos, mas sim de uma indica- O Crematório e Cemitério Parque Saint Hilaire, localiza- ção objetiva de quais pontos de atenção os gestores devem se do na divisa entre Porto Alegre e Viamão, completou, dia 26 preocupar para, em médio prazo, ter informações que os ajudem em março deste ano, seu primeiro ano de funcionamento. a melhorar seus processos e prestar um serviço mais adequado Mesmo sendo um empreendimento jovem, foi o primeiro cre- aos clientes.” matório brasileiro a cumprir todas as exigências da certifica- ção do Prêmio Nacional da Qualidade SINCEP/ACEMBRA. Para a Qualimetria, que trabalha desde 1988 desenvolvendo O empreendimento está numa área verde de mais de 15 hecta- sistemas de gestão da qualidade para inúmeras organizações res e 4,3 mil m² de área construída, conta com o Bosque In Me- dos mais diferentes segmentos, realizar esse trabalho é mais moriam – um amplo espaço diferenciado junto à natureza para uma prova de que estão no caminho certo. “Quando fomos pro- amigos e familiares espargirem as cinzas de seus entes queridos curados pelo SINCEP/ACEMBRA para desenvolver os critérios em momentos de contemplação, lembranças e homenagens. e regras para o PNQ, houve uma integração muito forte entre Para Lorena Dias, gerente do departamento de Comunicação e nossos valores e métodos de trabalho com os praticados pelas Mercado do Grupo Cortel, “foi muito importante receber essa cer- instituições. Concluído o trabalho de criação do PNQ, o convite tificação, pois representa um reconhecimento da categoria espe- para sermos os avaliadores do programa foi natural e desde en- cializada ao nosso empreendimento e trabalho desenvolvido ao tão investimentos em treinamentos dos auditores para assegurar longo dos anos”. a consistência do processo de auditoria e a homogeneidade da avaliação.” Empreendimento localizado em Novo Hamburgo, no Rio Gran- de do Sul, o Cemitério Jardim da Memória também recebeu a “O retorno dos empreendimentos já avaliados quanto ao certificação do PNQ SINCEP/ACEMBRA, pois atendeu plena- nosso trabalho é bastante positivo e isso aumenta ainda mais mente aos critérios da qualidade, meio ambiente, saúde, segu- | 55

pnQ e eVentos | rança e responsabilidade social. troca de exPeriênciaS e creScimento No planejamento estratégico do SINCEP e ACEMBRA está destacado um ponto importante: a realização de eventos. A agenda é de interesse de todos os associa- dos, pois envolve palestras, cursos e encontros Com o objetivo de proporcionar debate, troca de experiências sobre gestão e administração de seus negócios, reunindo donos de empreendimentos, admi- nistradores e colaboradores, o SINCEP e a ACEMBRA tem promovido o Encon- tro Nacional de Cemitérios e Crematórios, evento que chega a sua 10ª edição este ano, no mês de novembro, e será realizado em Natal (RN). Os encontros apresentam aos associados palestras enfocando os mais diversos assuntos: economia, meio ambiente, es- tratégia, planejamento, gestão empresarial, tributos. Entre as cidades que sediaram os encontros estão Campos do Jordão (SP), na Costa do Sauípe (BA), Costão do Santinho, em Florianópolis (SC), Ma- ceió (AL), Foz do Iguaçu (PR), no Rio de Janeiro e em Angra dos Reis (RJ). Também foram realizados outros eventos, como: Jornada de Recursos Humanos; cursos de Ven- das, de Técnicas de Vendas Produtos Cemiteriais, de Agente Funerário no Atendimento às Famílias, de Cobrança e Negociação e de Excelência e Hu- manização no Atendimento ao Enlutado; e o Encon- tro Nova Geração, todos na própria sede do SINCEP. Outro evento promovido pelas entidades é o En- contro de Administradores de Cemitérios e Crema- tórios, que caminha para a sexta edição e já reuniu profissionais do segmento na capital paulista, em hotéis diferentes da cidade a cada edição. Neste evento, são apresentadas aos associados palestras enfocando os mais diversos assuntos, como economia, meio ambien- te, estratégia, planejamento, gestão empresarial, tributos, entre outros. 56 |

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anuário 2009 | Ambientes pensados para aquecer corações Na mente da maioria das pessoas, os cemitérios e crematórios são ambientes tristes e repletos de dor. Para os profissionais que trabalham com paisagismo e arranjos florais, essa afirmação não é verdadeira, pois os ambientes estão transformando-se em espaços acolhedores e suaves | 59

paisagismo | Não é tendência, é realidade que os ambientes dos cemitérios e crematórios devem, em geral, proporcionar tranqüilidade e leveza, já que quem passa por lá está triste e vul- nerável. É nesse sentido que, atualmente, os gestores aproximam-se cada vez mais do ideal, desmistifi- cando que esses espaços devem ser sombrios e aproximando as pessoas da natureza, valo- rizando a vida. Não basta apenas um jardim, o paisa- gismo envolve tudo, quanto o assunto é principalmente os cemitérios. As cores devem proporcionar bem-estar aos clientes, seja na vegetação, nas ruas de acesso aos jazigos, nas árvores dentro e do lado de fora, calçadas e os portões de acesso à área. Nos crematórios, arquitetura e a decoração interna é que vão definir o empreendimento, dando-lhe ar me- nos frio e acolhedor. Gustavo Saieg Humsi Tamega, arquiteto e urbanista da Retak Arquitetura, já se conscientizou de seu papel e investiu num atendimento exclusivo ao setor cemiterial. “Queremos dar novas concepções arquitetônicas para harmoni- zar esses empreendimentos, unindo espiritualidade e natureza”, esclarece. 60 |

Para as empresas especializadas, os cemitérios de- anuário 2009 | vem apresentar um projeto de tratamento paisagístico | 61 externo e interno, com árvores de raízes pivotantes – raiz principal, geralmente maior que as demais, que penetra verticalmente – e que a vegetação apresente predomi- nância das nativas e com flores, fora do alcance humano. Também é desejável que esteja previsto ao menos um conjunto sanitário interno e rede de água para as regas e, ainda, que sejam localizadas adequadamente caixas coletoras de lixo. elemento Fundamental Para Claudia Schützer Magalhães, artista plástica que agora se dedica aos arranjos florais, a humanização do lugar é o principal foco para se conseguir o ambiente ideal. “Sempre quando entramos em um lugar que tem um vaso com flores, já podemos sentir o ambiente menos duro. A cor das plantas e flores provoca sentimentos agradáveis, sensações acolhedoras, tudo fica mais gostoso quando temos plantas no local. Costumo dizer que as plantas são um presente de Deus para nós.”

paisagismo | Projeto eSPecial De acordo com Cláudia, alguns desenhos e cores devem ser evitados. Com sua expertise, ela revela que há duas coisas prin- cipais, “as árvores com raízes invasivas, como a Figueira, por exemplo, e pavimentação que não favoreça o escoamento da água. Devemos usar sempre pavimentação drenante”. Essa pa- vimentação diminui o acúmulo de águas de chuvas. “Em cada região temos um tipo de vegetação que se adapta melhor. Não tenho nada contra o uso de plantas de um clima tem- perado em uma região de clima tropical, o único problema é que ela não vai se desenvolver tão bonita como se tivesse no seu ha- bitat”, explica a artista plástica, esclarecendo que às vezes a ideia pode não acompanhar a natureza e é necessário um estudo sobre determinadas plantas. Deve sempre ser usado, conforme a orientação de Cláudia, o que melhor se adapta em cada região. Isso, para que as plantas desenvolvam-se mais vigorosamente. “Aqui no Brasil, por exem- plo, temos tanta variedade de árvores e arbustos, que há situa- ções que fica difícil escolher o que usar.” 62 |

anuário 2009 | “ A Morte é um Portal que separa a Saudade dos que ficam do Descanso dos que Partem” O maior Cemitério Parque do Sul de Estado do Rio de Janeiro Rodovia dos Metalúrgicos, 1707 Volta Redonda - RJ Fone: 24. 3342 5977 | 3343 2236 [email protected] | 63

paisagismo | critério Para arranjoS FloraiS As formas, cheiros e cores transmitem diferentes sensações aos seres huma- nos. Rosas, crisântemos, orquídeas, cravos, gérberas, antúrios, margaridas, as- tromerias, gladílios, flores do campo, orquídeas, lírios e copos-de-leite. No caso coroa de flores, buquês para prestar condolências ou arranjos para enfeitar um jazigo ou velório, o que usar para compor um arranjo bonito para homenagear um ente querido? A escolha das flores para os arranjos é outro desafio, que deve ser pensada com cuidado e antecedência. “Procuro escolher cores quentes, como vermelho, amarelo, laranja e suas combinações, e pouco azul, violeta e outras cores que remetem a tristeza. É preciso humanizar os ambientes e aquecer os corações daqueles que estão dentro de cemitérios e crematórios”, afirma Cláudia. Hoje, a artista plástica atua muito mais com decoração com flores do que com o paisagismo. “Sinto que quando faço um arranjo ou um buquê é como se eu esti- vesse colocando alegria em cima da mesa, trazendo o jardim para dentro da minha casa. É agradável ao coração quando entro em minha casa e vejo flores. Gosto de usar muita cor no meu dia-a-dia”, diz. É esse mesmo conceito que Cláudia leva ao seu trabalho, a chance de levar com cores e delicadeza um pouco de alegria aos corações que sofrem. 64 |

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tecnologia & noVidades | edfiiSnicstaeimêmasndiecsinimfaormoaaçãoeo trsazeemtor Com uso de softwares, empresas do segmento de cemitérios e crematórios conquistam ganhos em organização e produtividade 66 |

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tecnologia & noVidades | mitério Parque da Saudade, aqui em Fortaleza. Ela fazia o controle de maneira bastante simples, em Excel. A partir das Esqueça as anotações em cadernos. Quando se tra- necessidades dela, desenvolvemos nosso primeiro sistema, ta da gestão de empreendimentos, o futuro está na uma ferramenta específica para administração de cemitérios computação. Assim como qualquer empresa hoje com a possibilidade de ser personalizada para gerar consul- dispõe dos mais avançados recursos de informática para ser tas, relatórios etc. O banco de dados sobre qual ele é desen- gerenciada, também no ramo dos cemitérios e crematórios é volvido também fica a critério do cliente”, afirma André Luis possível administrar e realizar o controle financeiro de forma Macedo, da NP. simples e ágil. O mundo dos cadastros em fichários de papel ficou para Hoje, a empresa tornou-se referência no assunto, tan- trás. Se antes tudo era consultado por meio de catálogos im- to para cemitérios como para funerárias, e atende diversos pressos e, para se entrar em contato com uma funerária, o clientes do Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País. processo poderia levar algumas horas, um cemitério moder- no hoje unifica todas as informações sobre planos e clientes Migrar para esse tipo de tecnologia não oferece compli- num mesmo servidor. Tudo pode ser acessado on-line, desde cações, a não ser quando se trata da passagem dos regis- as funções administrativas ao trabalho em conjunto com fu- tros antigos para o meio digital, segundo Antônio Carlos dos nerárias e planos para acertar detalhes, verificar disponibili- Santos Júnior, sócio da Simbolus, empresa sediada em Dois dade e validade de planos. Córregos, interior paulista, que trabalha com sistemas há dez O caso da NP Informática, empresa de Fortaleza (CE), ilus- anos e, nos últimos dois, desenvolveu um produto específico tra bem como a foram acontecendo essas mudanças. “Há para cemitérios e crematórios. “Na verdade, é muito mais fácil dez anos, nós fomos procurados pela Mayra Grisólia, do Ce- ensinar uma pessoa que nunca operou um sistema do que 68 |

anuário 2009 | 69 uma que já utiliza um”, explica. “Toda empresa hoje precisa de ferramentas que possam gerar in- formação de forma precisa e rápida. O gestor precisa enxergar o que está acontecendo com seu negócio. Nos cemitérios não é diferente”, afirma o analista de sistemas Eduardo Santis, que trabalha há 16 anos nesse segmento e há três à frente da MS Consultoria & Sis- temas, situada em Botucatu (SP). Baseada nesses anos de experi- ência, a MS desenvolveu um sistema para administração cemiterial integrado com planos, pelo qual se controla toda parte contratual e administrativa de cadastros e cobranças. diFerenciaiS Para cemitérioS Preparado para qualquer tipo de engenharia de jazigos, o sistema da MS controla sepultamentos e exumações, com o histórico de to- das as operações realizadas. Além disso, realiza a criação automáti- ca de jazigos, respeitando as posições dependentes de exumação e sepultamentos. Para os usuários de sistemas desse tipo, a busca e localização de sepultados tornou-se muito mais rápida, basta apenas alguns cli- ques de mouse ou mesmo utilizando o teclado do computador, para usuários avançados que conhecem as funções das teclas de atalho. A praticidade e informatização da rotina de trabalho e o contato dire- to com os clientes completam-se com soluções de mala direta tanto com a previsão de exumações como para envio de materiais aos responsáveis pelos jazigos. Segundo Santis, qualquer usuário com noções básicas de computa- ção está capacitado para operar o sistema, após passar por um treina- mento específico. Hoje, entre os cemitérios que utilizam os serviços da MS estão o Parque dos Lírios (Araraquara-SP), o Parque das Araucárias (Curitiba-PR) e o Cemitério Vertical Memorial (Bauru-SP). cada vez maiS hi tech Ruy Alexandre Fochi, gerente administrativo da Gold System – Consultoria e Assessoria de Sistemas, localizada em São José do Rio Preto (SP), oferece dois softwares dedicados ao ramo de cemité- rios e crematórios: um gerenciador e o outro um complemento para finanças. “O sistema é capaz de buscar informações por vários itens, como nome, sobrenome e número da inscrição. Na venda de jazigos, criamos uma área de call center embutida. Na área de vendas, ne- nhum detalhe ficou de lado, desde aferição de notas, até busca de resultados no período que a empresa solicita. Outro dado importante é que o gestor pode estabelecer todos os módulos para ter acesso ou programa alertas para ser informado data de exumação de corpos”, informa. “Também é possível implantar call centers, com pessoal trei- nado, que possa trabalhar como quesito fidelização.”

tecnologia & noVidades | Ruy Fochi vislumbra nesse segmento grande potencial. Atualmente conta com oito cemitérios utilizando seus softwares. O ideal é que esse sistema funciona desde o primeiro dia de funcionamento do ce- mitério. “Nossa primeira aplicação foi no Cemitério Jardim da Paz, de Ouro Preto (MG). O principal desafio é a substituição dos livros pelas planilhas do Sistema. O mais recente foi o caso do Belo Vale Verde, que fica em Belo Horizonte (MG).” A meta da Gold System é criar sistemas cada vez mais completos, com todas as peculiaridades que segmento cemitérios e crematórios. automação Acompanhando o crescimento da demanda por cremação, as empre- sas do setor também estão investindo em tecnologia para diminuir custos operacionais, de manutenção e aumentar a produtividade. A americana US Cremation Equipment, empresa representada no Brasil pela AI Crematórios & Incineradores, oferece o crematório Classic, que realiza até seis cremações em dez horas. O isolamento refratário para altas temperaturas e exaustão do ar otimizada permitem uma operação contínua do equipamento, sem a necessidade de paradas para resfria- mento entre as cremações. O funcionamento do Classic é totalmente automático. “Por meio de 70 |

anuário 2009 | um PLC (controlador lógico programável), o operador controla todos os ciclos de cremação, desde o início até o fim”, explica Antonio Iglesias, engenheiro e representante comercial da US no Brasil. Esse PLC é controlado por meio de um monitor LCD touch screen (que funciona com toques na tela). Desenvolvido com uma interface de operação amigável, apresenta os ciclos da cremação por meio de diferentes telas de menu. Na tela principal ficam os comandos start/stop para porta e controle avançados dos ciclos. Ela mostra ainda o estágio de cremação e as temperaturas das câmaras. A tela de tempo e temperatura exibe estes indicadores, com a opção de controle de ajustes. Por fim, a tela de status do queimador mostra se ele está em fogo alto ou baixo, desligado ou reiniciando. A US reponde hoje por 15 dos crematórios utilizados no País, instalados do Pará ao Rio Grande do Sul. Segundo Iglesias, mais 11 crema- tórios devem ser instalados em breve. A tecnologia aplicada aos crematórios também ganha destaque quando o assunto é meio ambiente. Os fornos hoje garantem um processo ambientalmente seguro, já que a combustão completa dos gases é feita em câmaras de controle de poluição, eliminando fumaça e odores. Além disso, a utilização de fontes de energia menos poluentes, como gás natural, também é opção para empresas que prezam pelos modelos ecologicamente corretos. Produto braSileiro Na Enge-Aplic, a linha abrange produtos para a área de incineração de resíduos e combustão, englobando também o segmento fornos incineradores e queimadores. Os equipamentos de cremação para corpos humanos devem estar num ambiente confinado, de forma controlada e que atendam às legislações ambientais em vigor, como ABNT e CONAMA (316 e 386), menciona o engenheiro da Eduardo Pereira Gomes, da Enge-Aplic. Com tecnologia 100% brasileira, o forno crematório funcional mostra que a tec- nologia no País também oferece soluções de qualidade para o mercado. “Devem obedecer aos parâmetros de tempo de residência dos gases nas câmaras, tem- | 71

tecnologia & noVidades | de todos os fatores já citados”. Na Tanatus, por exemplo, to- dos os equipamentos, instrumentais e produtos químicos com peraturas de operação, controle dos particulados, pressão garantia comprovada. “Também assessoramos na montagem negativa e padrões de emissão.” de tanatórios, na preparação de corpos e ministrando cursos teórico-práticos para profissionais que já trabalham na área.” ServiçoS eSSenciaiS A técnica deve ser feita em local apropriado, designado “ta- natório”, tendo em conta todas as medidas de segurança. O Oisenyl José Tamega, professor titular de anatomia e pro- responsável pela tanatopraxia é o tanatopraxista, que para prietário da Tanatus, revela que a tanatopraxia é muito mais estar apto para desenvolver essa função necessita de um que deixar o morto apresentável aos familiares. “Trata-se de curso técnico específico, que é ministrado de várias formas e uma higienização, com uso de produtos que vão conservar o entidades, relativamente a cada país. corpo e deixá-lo em boas condições para o traslado, o velório, a cremação ou sepultamento, com segurança por mais tempo.” Dentro dos cemitérios, os carrinhos elétricos para trans- Essa técnica foi sendo aprimorada ao longo dos anos e repre- porte interno de pessoas e urnas, bem como descensores senta um gesto de amor e carinho. O professor conta que já em para sepultamento são de fundamental importância. Com a 1994 eles utilizavam apenas dois produtos da fórmula norte- modernidade, algumas ações do ato de enterrar o ente que- americana. Hoje, outros produtos foram desenvolvidos para a rido foram ficando mais mecanizadas e esses equipamentos, aplicação nos diversos tipos de mortes. “São muitas variáveis com certeza, chegaram para facilitar bastante o trabalho dos quando se fala da tanatopraxia. Tudo depende da causa da colaboradores do segmento. morte, do estado do corpo e quando irá ser o sepultamento.” No embalsamento, o tratamento é dado para esterilizar É o que constata Oscar Rodrigues Froes, da empresa Cas- ou proteger o corpo da decomposição. A técnica, origina- tiçais Araçatuba. “Os descensores, por exemplo, vieram para da dos egípcios, utiliza a retirada de órgãos e a inserção tornar aquele processo onde homens tinham que descer a de fluídos embalsamadores, um processo que é obri- urna amarrada com cordas até a cova uma ação mais tran- gatório para viagens aéreas nacionais e internacionais. qüila. Eles são equipamentos duráveis e de fácil manuten- Segundo o professor-doutor Oisenyl, “é importante mostrar ção”, diz. Sejam eles de ferro ou alumínio, com ou sem roda, para as pessoas que essa técnica é de higienização e conser- manual, elétrico ou a bateria, os descensores fazem parte do vação. Os familiares podem esperar por dias para sepultar o conjunto de equipamentos de um cemitério. ente querido, levando em conta que o resultado final depende Na Tanart, empresa especializada em tanatopra- xia, o cliente encontra diversos produtos exclusivos e equipamentos para a aplicação da técnica. “Estamos desenvolvendo produtos bactericidas mais fortes que os existentes no Brasil. Criamos uma fórmula melhor, mais balanceada e adaptada a realidade do país”, garante o gerente da empresa, Pedro Patussi. “Nos Estados Uni- dos, os produtos são desenvolvidos de acordo com os costumes de funeral daquele país. Aqui, moldamos as fórmulas as nossas necessidades”. Segundo Patussi, a Tanart oferece soluções para gran- des, médias e pequenas empresas, desde a comercia- lização de produtos, como fluídos, gel e fixadores; pas- sando pelos equipamentos, como bombas aspiradoras, injetoras, pinças e cânulas; até a atuação em cursos e treinamentos para profissionais do setor. 72 |

anuário 2009 | I TAM Cargo oferece serviço de translado desde 1996 tranSPorte Há muitos trâmites que familiares e amigos devem resolver antes que o corpo chegue ao cemitério ou crematório. Há casos, por exemplo, de pessoas que sofrem acidentes e morrem longe de sua residência e, nesse caso, devem ser transporta- dos para perto de seus parentes. Apoio logístico e translado. Tanto a Aespe, quanto a TAM Cargo estão entre as empresas que oferecem o serviço ou a assessoria nessas situações. A TAM possui o translado fúnebre desde sua fundação, em 1996. Não é qualquer empresa que pode efetuar esse serviço. O transporte de restos mortais a bordo de aeronaves comerciais é amparado pelos dispostos dos IAC 1606 e RDC 68/2007. Para o transporte, é necessário efetuar a reserva no call center da companhia com no mínimo 6 horas de antecedência ao horário previsto do voo. Depois de confir- mada a reserva, o cliente deverá realizar o despacho no Terminal de Carga da TAM Cargo, com 4 horas de antecedência. Já a Aespe, especializada em atendimento ao esquife, presta todo o apoio logís- tico no translado do corpo, tendo como preocupação a assistência as famílias. “O processo de liberação do corpo pode envolver preparo, o embarque e cuidados com documentação. Há casos que precisamos preparar aplicar alguma técnica de em- balsamamento, tanatopraxia até reconstituição facial”, descreve Airton Lima, técnico de necropsia do Aespe. documentação Carlos Amodeo, diretor da TAM Cargo, explica que para aceitação e transporte são necessários alguns documentos, sendo que cada declaração e/ou certidão de- verá estar acompanhada de uma cópia simples: petição de Liberação Sanitária para o traslado de restos mortais, com visto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária | 73

tecnologia & noVidades | (ANVISA); comprovante de Reserva - número da ordem de serviço realizado pelo call center; ata de embalsamento - assinada por profissional legalmente habilitado, contendo a descrição da metodologia empregada; autorização para remoção de cadáver, expedi- do pela autoridade policial local; certidão de óbito; exumação/ossada – deve substituir a ata de embalsamento, cinzas, que substitui a ata de embalsamento pela Declaração de Exumação de Restos Mortais e Declaração de Cremação do cadáver expedida em papel timbrado; e documento do requerente, RG ou CNH original. Além disso, ainda são pedidos documentos da pessoa falecida - RG, CNH ou documen- to legalmente equivalente. Na ausência dessa documentação, deverá ser apresentada uma declaração expedida pelo Órgão de Segurança Pública/Departamento de Polícia Civil, informando o motivo de ausência deste documento ou o Boletim de Ocorrência. PreParo eSPecial Por se tratar da TAM Cargo, Amodeo conta que as equipes são capacitadas para acei- tação e manuseio de todas as cargas e principalmente artigos perigosos, restos mortais e animais vivos. Ao ingressar na empresa, os colaboradores recebem um rigoroso treina- mento, além de atualizações periódicas na Academia de Serviços Comandante Rolim A. Amaro, que têm o objetivo de assegurar os níveis de excelência na formação de todos os funcionários. “A academia foi, em janeiro de 2007, certificada pela Agência Nacional de Aviação Ci- vil (ANAC), como Escola de Aviação Civil para ministrar cursos de carga aérea em voos 74 |

domésticos e internacionais, transporte aéreo de artigos anuário 2009 | perigosos e de animais vivos”, expõe Amodeo. caPota SuStentável Ao usar aviões comerciais em vez de cargueiros ple- nos, a TAM mantém uma regularidade de voos e horá- Recentemente, a Pelican Car Veículos Especiais transfor- rios, o que para os que aguardam a chegada do corpo é mou um de seus automóveis num veículo fúnebre menos de suma importância. “Nosso sistema de rastreamento poluente ao meio ambiente, isso porque ele tem um capô de permite localizar a posição de cada envio durante o pro- plástico ( polipropileno). Trata-se de um material reciclável, cesso de transporte, além de reduzir custos. Isso por- que pesa menos, contribuindo para o consumo de menos que a solução wireless é dotada de uma estrutura de combustível, fácil de limpar e higienizar. Por ser mais leve, identificação de volumes por meio de etiquetas e lacres o carro também tem a suspensão poupada, ganhando mais com códigos de barras, bem como de um parque de co- vida útil, assim como o freio. letores de dados e pontos de acesso com transmissão on-line via radiofreqüência, disponíveis em Teças.” “Esse avanço deu-se por meio de investimentos em tec- nologia e pesquisa. O intuito da empresa é, cada vez mais, Para Amodeo, esse segmento é muito importante. criar produtos que voltem para o ciclo de produtos de ma- “A TAM Cargo valoriza esse mercado. Prova disso é terial plástico, ao invés de poluir o meio ambiente”, afirma a parceria que firmamos com o Centro de Tecnologia Jhurandir Baptista. em Administração Funerária (CTAF). Além disso, te- mos uma página dedicada a esses clientes em nosso A Kombi e Ducato Funerária são modelos de que com o site (www.funerarianet.com.br). É a primeira vez que vontade é possível ter um diferencial competitivo e compro- uma companhia aérea brasileira dá suporte diferen- metimento com o meio ambiente: ambos tem revestimentos ciado a este setor.” laterais internos e piso em polipropileno. “Com este conceito, os dois veículos podem, a qualquer momento, retornar a sua versão original sem perder seu valor comercial.” | 75

gente | Democratizando o acesso à formação de profissionais 76 |

anuário 2009 | Investimento em treinamento e profissionalização é o objetivo principal do Centro de Capacitação Profissional do SINCEP. O segmento de cemitérios e crematórios não é diferente de qualquer outro, pois também exige discussões sobre a eficácia e o valor do desenvolvimento pessoal de seus colaboradores | 77

gente | 78 |

anuário 2009 | Amorte é um dos piores momentos que um ser humano enfren- ta ao longo de sua vida, de acordo com Colin Murrai Parkes, psiquiatra inglês especialista no estudo no luto. Para Parkes, a “perda daqueles que se ama é a mais profunda fonte de dor”. Nesse sentido, os clientes de cemitérios e crematórios têm uma condição psi- cológica especial, de muito sofrimento. O que esperar do atendimento dentro desse ambiente? É com essa preocupação que, em parceria com o Centro Maiêutica, o Sindicato iniciou em 2007 as atividades do Centro de Capacitação, cuja missão é oferecer capacitação especializada e contínua aos profissionais que atuam em cemitérios e crematórios, com o intuito de garantir a profissio- nalização do setor e uma atuação prática, que vise a melhor prestação de serviços aos clientes, no que se refere à qualidade, tecnologia, ética e humanização. | 79

gente | tas. Estamos organizando para o próximo ano o Centro de Capacitação volante, levando a todas as regionais do Sindi- “Os clientes desse segmento esperaram ter seus pedi- cato os treinamentos e cursos que são ministrados em São dos atendidos, que seus problemas sejam solucionados Paulo, reduzindo o custo para os associados e democratizan- e não adquirir mais um”, é o que Lélia Cássia Faleiros, do o acesso à formação de profissionais”, esclarece. psicóloga do Centro Maiêutica, passa para seus alunos, reforçando a ideia de que os clientes esperam que sua Essa prática não está ao alcance de 100% dos associados dor seja respeitada e manifestações de despedida acei- do SINCEP, seja pela distância ou pelo tempo. Mas a meta é tas. “Eles precisam que o ente falecido seja tratado como melhorar a oferta de cursos e treinamento. “Percebemos que uma pessoa e não apenas como um corpo. Também espe- havendo uma oferta regular, a demanda será maior e, para al- ram estar em contato com profissionais capacitados, que cançarmos um esse objetivo, temos que levar esse conteúdo transmitam a sensação de conhecer seu oficio e condição aos nossos associados, ao invés de trazê-los a sede em São de uma pessoa que sofreu a perda.” Paulo”, pondera o presidente do Sindicato. no caminho certo como começou De 2007 até hoje, já foram realizadas diversas atividades, “O Centro Maiêutica já atuava há alguns anos com trei- como o módulo de “Excelência em Atendimentos aos Enluta- namentos de colaboradores no atendimento e apoio às dos”, com participação 25 colaboradores de diversas regiões famílias enlutadas. Por meio de prática, observávamos do Brasil e as jornadas de RH do Segmento de Cemitérios e quanto esse segmento carecia de profissionalização. Não Crematórios, com representantes de diversos estados. havia quase nada no mercado voltado para capacitar esse público, que utilizava a própria experiência e intuição como O presidente do SINCEP, Ercy Soares, acredita que “a pro- ferramenta de trabalho”, conta Lélia. fissionalização tem importância máxima. É com o treinamen- to contínuo e a melhoria constante que podemos aperfeiçoar Em 2006 esse cenário mudou. “Fizemos o contato com o atendimento aos clientes, buscar novas soluções e respos- 80 |

anuário 2009 | o SINCEP para apresentar a proposta de desenvolvimento de um centro de formação que fosse referência nacional e que oferecesse formação em diversas áreas. Sempre com o objetivo de dar capacitação especializada e contínua para aqueles que atuam em cemitérios, crematórios e funerárias”, continua a profissional. O Centro de Capacitação surgiu para oferecer cursos nas áreas de luto, gestão, RH, atendimento e cobrança. Confor- me o depoimento de Lélia, a iniciativa da Maiêutica foi muito bem recebida pela presidência do Sindicato, que também identificava a demanda de capacitação e partilhava do mes- mo ideal de profissionalizar o setor, mudando a imagem ruim que a sociedade cultiva dos serviços pós-morte. A parceria, até o momento, tem gerado ótimos resultados. Considerado o carro-chefe do Centro de Capacitação do SINCEP, o conteúdo do curso “Excelência e Humanização no Atendimento aos Enlutados”, além da possibilidade formal de troca de experiência e crescimento profissional, oferece aos profissionais que lidam com o atendimento e cerimonial um olhar diferenciado e mais qualificado para atender às ne- cessidades dos familiares, bem como concessionários que se utilizam dos serviços do segmento. | 81

gente | I As psicólogas do Centro Maiêutica: Ana Lúcia Naletto e Lélia de Cássia Faleiros caSe de SuceSSo pessoas. Este número deve aumentar cerca de 70% para O conteúdo está focalizado em três gran- 2010, visto que a idéia da Maiêutica e SINCEP é ampliar os des objetivos: ampliar os conhecimentos temas dos cursos e estendê-los para as regionais do Sindica- sobre morte e luto, melhorar condições de to, atingindo mais colaboradores e, desta forma, mudar o pa- atendimento das equipes que atuam no radigma de desqualificação dos profissionais que trabalham pós- morte e refletir sobre as estratégias com a morte. de atuação e redefinir novos planos de atuação. Os temas dos cursos foram conceitoS de qualidade pensados para sempre atender às dife- rentes áreas de atuação do segmento. Os conceitos usados no Centro de Capacitação do SINCEP Atualmente, o Centro de Capacitação pertenciam, basicamente, ao mundo corporativo. O Sindicato está em sua 4ª Jornada de RH. vem trabalhando para construir uma filosofia que agregue es- sas dimensões no seu dia-a-dia. Os cursos procuram trazer Lélia enfatiza que, como qualquer outro sempre noções teóricas e práticas, ampliando novas possibi- empreendimento, os cemitérios e crema- lidades de recursos. “Aos poucos, a tecnologia foi sendo in- tórios são empresas que vendem, nego- corporada aos cemitérios e crematórios como forma de obter ciam, cobram, administram bens, serviços melhor fluxo de informação e agilidade, tanto para a empresa e pessoas. “Nossa tarefa é buscar sempre como para os clientes. O tratamento ético e humanizado, que cursos que possam subsidiar estas práticas cor- compreende desde a relação com o corpo morto até o trato porativas, sem desconsiderar as peculiaridades do com os familiares e rituais, vêm sendo discutido e buscado a segmento.” cada dia nas ações de cada funcionário”, revela a psicóloga. qualidade doS ServiçoS PreStadoS no PóS-morte O Centro de Capacitação é mais um importante passo na direção de uma grande mudança na imagem e qualidade dos serviços prestados no pós-morte. Em sua opinião, Lélia diz que os serviços do segmento sempre foram vistos com preconceito por uma parcela da população e, historicamen- te, pouca atenção foi reservada para a qualificação desses profissionais. “Agora, esse olhar vem se modificando e o que se busca é a urgente capacitação dos colaboradores do segmento.” Os cemitérios parques já introduziram mudanças importan- tes, oferecendo uma estrutura física diferenciada, de maior aporte aos clientes, prezando pela estética e conforto. Outra ex- celente iniciativa nesse processo de mudança é a certificação do Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ), que orienta ações voltadas para bons resultados e certifica as instituições que atendem ás especificações. “As ações que contribuirão para a grande mudança do segmento devem estar focadas também na gestão de pessoas e na qualidade do atendimento ofereci- do aos clientes. Destarte, o Centro de Capacitação se coloca na frente para o alcance desse objetivo de capacitação e reco- nhecimento profissional e, certamente, terá muito a contribuir.” Números positivos A parceria Maiêutica/SINCEP já capacitou cerca de 200 82 |



gente | Todos esses conceitos aplicados centro maiêutica no Centro articulam-se em busca da qualidade, seja no atendimento, na O Centro Maiêutica nasceu com a missão de levar os conhecimentos da psi- estrutura física, área administrativa ou cologia para todos que dela possam se beneficiar, seja para educadores, no no relacionamento. “Nos eventos, pro- campo da educação, ou mesmo na relação com o cliente enlutado. É como o curamos salientar o tratamento huma- lema “psicologia ao alcance de todos”, que o Centro leva conhecimento do pro- nizado porque o serviço é prestado no cesso de luto aos que lidam com enlutados. “Levamos apoio psicológico para pior momento da condição humana e as famílias em luto. Nosso ideal é contribuir para uma quebra de paradigma por si só já deixa marcas desgastan- social, de que à morte cabe o pior lugar, profissional e atendimento. Queremos tes. Desta forma, um atendimento que aumentar a confiança e credibilidade das pessoas nos serviços prestados, evi- preza pela humanização do serviço denciando o tratamento ético e humanizado. Esta ação só se faz estabelecendo resgata o respeito á família e à sua uma rede de apoio, na qual a ação de cada colaborador do cemitério funciona dor.” como um fio, e esta rede depois de tecida, apoia a família em luto. Todos os funcionários envolvem-se e passam a conhecer qual é o seu papel nesta rede de apoio. É a junção destas ações que faz a diferença no atendimento e no apoio às famílias”, finaliza Lélia. Icnofnotartom@açceõnetrso:maieutica.com.br http://www.centromaieutica.com.br 84 |

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sustentabilidade | Quebra de paradigmas é futuro do setor A sustentabilidade ainda não é um conceito muito conhecido tecnicamente no setor de cemitérios e crematórios, e nem em qualquer outro. O tema sustentabilidade tem um entendimento técnico complexo muito além dos parâmetros propostos popularmente, mas a categoria caminha em direção a uma gestão ambiental consciente, gerando novas idéias e posturas. 86 |

anuário 2009 | | 87

sustentabilidade | I Cemitério da Paz - Foto: Rodrigo Jacob 88 |

anuário 2009 | Aspectos legais, geológicos e químicos relativos ao impacto am- biental de cemitérios já foram e continuam sendo investigados. Com implantação adequada e manutenção periódica, os cemi- térios não oferecem risco ao meio ambiente, é que atesta Célia Corrêa Bento Wada, consultora de Sustentabilidade do SINCEP. O conceito sustentabilidade é muito abrangente. Trata-se um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satis- faça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capa- cidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Mesmo muito difundida atualmente, os gestores ainda acreditam que ser sustentável é apenas não deixar de usar papel ou reciclar. Sustenta- bilidade não está apenas relacionado ao verde, mas sim é um estilo de desenvolvimento adotado, seja relacionado aos recursos naturais, posi- cionamento com relação à desigualdade social e às diferentes culturas, sempre com vistas ao consumo consciente. barreira cultural “Devido ao medo que grande parte dos seres humanos tem da morte, eles associaram os cemitérios aos mortos, como também amedronta- dores e de onde partiam os mesmas causadores de doenças mortais. Hoje, este conceito foi totalmente desmistificado nos países mais adian- tados, dentre os quais a Alemanha”, explica Flávio Magalhães, presi- dente da Associação Cemitérios dos Protestantes (ACEMPRO). Na Ale- manha, em Stutzeri – Bad Cannstatt, um cemitério situado a montante e próximo a uma fonte de água medicinal, vem sendo ampliado, dando a certeza de que um cemitério não polui. “O que polui o meio ambiente é o ser vivo e não o ser morto.” “Ainda existe em nosso meio um conceito retrógrado de que um ce- mitério representa um risco para o meio ambiente. Pesquisas em vários países, inclusive recentemente na Austrália, envolvendo 14 cemitérios, demonstrou que o impacto por eles causados é tão pequeno que não pode ser considerado gerador de poluição. O cemitério é um reciclador de matéria orgânica cujo fenômeno ocorre nas matas, campos, rios e mares, pois se assim não fosse a vida no planeta não existiria”, comple- ta Magalhães. Na opinião de Célia Wada, os dois grandes impactos de um cemi- tério estão relacionados à falta de gestão organizacional e ao apelo socioemocional. O primeiro, frente aos cuidados básicos de higiene e vigilância sanitária e o segundo, frente aos processos internos de medo das pessoas, do desconhecimento delas sobre o tema, refletindo no | 89

sustentabilidade | emocional. 90 | Polui ou não? “A resposta sempre tem que ser “depende”, pois quando se aborda o assunto sustentabilidade deve se analisar a cadeia completa”, afirma Célia Wada. A especialista revela que para as ações nomeadas de sus- tentáveis serem analisadas dessa forma depende de uma sé- rie de fatores, principalmente gestão. A sustentabilidade con- templa toda a cadeia produtiva, o consumo e o pós-consumo. No caso dos cemitérios, Célia afirma que “a grande preocu- pação não está na decomposição dos corpos produzindo o necrochorume, que sem impermeabilização adequada pode- ria descer até o lençol freático. Não há trabalhos científicos qualitativos e quantitativos reais comprovando a patogenici- dade e o grau de risco dessa suposta contaminação”. A quantidade de necrochorume que sai do corpo em de- composição é muito pequena para chegar a atingir o lençol freático ou contaminar o solo. Para se ter uma idéia, em cinco anos o corpo libera gradativamente e por toda a sua área de superfície corpórea 30 litros desse líquido, que é altamente viscoso, extremamente rico em proteínas. Um fato extrema- mente relevante é que essa eliminação faz-se em uma área extensa, o que, em termos de cálculos estequiométricos para quantificar permeabilização, difere muito de uma fonte pun- tual. “Dependendo do local onde o corpo foi deixado, essa ‘contaminação’ pode não ocorrer ou, ainda, não ser negativa”, explica a consultora. A radioterapia ou quimioterapia realizada em pessoas que morreram de em decorrência do câncer também não ofere- cem risco, na visão de Célia. “Basta parar para pensar, aque- la pessoa já recebeu tratamento e em doses controladas, que foram absorvidas pelo seu organismo como parte do trata- mento da doença. Da mesma forma, os gases, como metano, por exemplo, saem com tão pouca intensidade do corpo, que também não podem ser considerados de risco significativo. Tudo realmente depende do gestor e suas práticas dentro de um cemitério ou crematório. Deve ser uma análise conscien- te, pensando no bem-estar de todos.” A preocupação está realmente nas formas de manejo, vigi- lância sanitária e gestão de forma geral para a minimização de riscos oriundos dessas falhas Nesse contexto de mudanças de paradigmas, a resolu- ção Do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 335/2003 e suas alterações posteriores – mesmo não total- mente adequadas às peculiaridades dos cemitérios no Brasil

anuário 2009 | Anjo da Guarda – vão ajudar o segmento a dar importância ao assunto meio ambiente e ao planeja- mento, contemplando os riscos ativos e passivos. “Cada Estado tem sua Secretaria de Meio Ambiente assim como cada município que, a priori, são responsáveis pela orientação e legislação local para a adequação dos cemitérios à legislação ambien- tal, tanto ao CONAMA 335 quanto ao CONAMA 402, vigentes”, salienta a consultora do SINCEP. A empresa sustentável de qualquer setor deve cuidar do pós-consumo, seja com alguma ação de divulgação de informações sobre como jogar esse material fora, seja plástico, vidro ou tecido, ou com outras medidas em prol do bem-estar humano. “Nas empresas do segmento cemiterial é bem diferente. Por isso, é fundamental que, no projeto do cemitério, exista um diagnóstico ambiental, princípios e práticas sustentáveis. Esse processo deve ser muito criterioso, como em relação ao solo: o gestor deve se certificar se aquele terreno foi de alguém que polui ou até foi multado por isso. Cada ação tem uma reação”, diz Célia, lembrando a terceira Lei de Newton. Para ela, a forma mais simples de definir sustentabilidade é pensar em tudo que é considerado bom para o ser humano, seja o bem-estar físico, social ou emocional. ecologia “Para que o cemitério seja ecologicamente correto é suficiente que ele se apro- xime o tanto quanto possível do que ocorre na natureza, como por exemplo, uma floresta”, esclarece Flávio Magalhães. “O corpo é colocado diretamente na terra para que os elementos dele oriundos sejam decompostos pela fauna micro e ma- croscópica. Desta forma, os sais minerais e outros elementos existentes retornam à natureza, dentro do processo de reciclagem. É importante a presença de oxigênio para permitir a decomposição em tempo adequado. A inexistência de oxigênio ou a presença de água impedem a decomposição, podendo causar a saponificação. Por outro lado, a ausência acentuada de umidade pode causar a mumificação. Corpos I Sistema de Tratamento e Reuso da Água - Foto: Rodrigo Jacob | 91

stiupsotsednetacbeilmiditaédreio| | I Cemitério da Paz - Foto: Rodrigo Jacob que receberam doses elevadas de antibióticos pouco antes De acordo com Magalhães, os judeus consentem a exu- do falecimento geralmente apresentam um processo de de- mação e transladação somente em casos específicos. “Além composição acentuadamente longo.” dessas tradições, bastante conhecidas em nosso meio, exis- tem ainda outras práticas tradicionais, principalmente na Ín- em outraS culturaS dia, que serão mantidas rigidamente. Em nosso País, uma tendência marcante que vem ocorrendo é a aceitação pela “Muitas das práticas hoje existentes para sepultamento, cremação. Quando é introduzida em um país a aceitação de já consagradas milenarmente, evidentemente serão manti- início é pequena, mas vai crescendo progressivamente.” das”, analisa o presidente da ACEMPRO. “Cardeais, bispos e prelados que se destacaram na Igreja Católica certamen- Já os protestantes, principalmente luteranos, uma parcela te serão sepultados no interior das catedrais como sempre dos católicos e a população em geral com poucos vínculos fizeram. Várias denominações religiosas, inclusive cristãs e religiosos aceitam, conforme Magalhães, a cremação sem principalmente os judeus manterão a tradição de se sepulta- qualquer restrição. É uma solução prática e barata, pois dis- rem diretamente na terra, permanecendo o corpo intocado ad pensa o custo da titularidade de uma sepultura, taxa de ma- perpetum. Acham essa prática necessária para que o nosso nutenção, sepultamento e outras que virão no futuro. corpo, como ele é, seja ressuscitado. Essa crença é milenar e já existia entre os egípcios e os babilônios.” “Existem também algumas tendências com características estritamente ecológicas como vem ocorrendo hoje na Inglater- 92 |

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sustentabilidade | cemitério vira Parque de energia Solar ra. O corpo do falecido é envolvido com material biodegradável e sepultado numa área descampada. Sobre este local, na posi- A prefeitura de Santa Coloma de Gramenet, nas ção da cabeça, é plantada uma árvore e assim sucessivamen- proximidades de Barcelona, na Espanha, colocou te. É uma nova modalidade de reflorestamento.” em funcionamento um grande parque solar dentro de um cemitério. A energia gerada será suficiente novidadeS verdeS para abastecer 60 famílias da vizinhança. O parque conta com aproximadamente 462 painéis, A empresa paulistana Ecoime está comercializando no com potência de 100 km, espalhados sobre o teto Brasil o Eco Caixão. Agora, por meio de modelos com das galerias onde ficam sepultados os mortos. A baixo peso, resistência dinâmica de 150 kg e estática de instalação vai gerar 124.374 quilowatt-hora.Aenergia 300 kg, fabricado com 100% de papelão RL1, derivado de produzida servirá para o abastecimento do cemitério materiais recicláveis, resistente à umidade, o cliente pode e para a distribuição pela rede elétrica que chega até optar por uma urna biodegradável. O produto feito com cola Santa Coloma. Com a produção, a estimativa é de natural, tinta e verniz a base de água e alças de plástico que sejam reduzidas 62 toneladas de emissões de oxi-biodegradável, em modelos de 12 a 16 kg. dióxido de carbono (CO2). O investimento no parque solar foi de 720 mil euros. Trata-se, segundo Vicente Muniz, do departamento comercial da Ecoime, “de uma alternativa de baixo custo e mínimo impacto ambiental, que evita a contaminação do solo e do lençol freático e economizar a madeira re- tirada da natureza”. I Cemitério do Redentor - Capela 94 |

açõeS anuário 2009 | O Cemitério e Crematório Horto da Paz é um empreen- I Horto da Paz - Reflorestamento 100.000 m2 - Foto: Rodrigo Jacob dimento preocupado com a preservação e restauração do | 95 meio ambiente. Situado dentro de uma belíssima reserva florestal, em um dos poucos redutos de Mata Atlântica, na cidade de Itapecerica da Serra, interior paulista, o Horto da Paz foi projetado e idealizado para atender a demanda crescente do século XXI. Com a proposta de aumentar cada vez mais as ações sustentáveis, foram implantamos alguns projetos, como 100.000 m2 de reflorestamento com espécies nativas da região; sistema de reuso das águas residuárias; pavimenta- ção drenante; poços de retardamento de vazão das águas precipitadas; e trilhas ecológicas. Todas as ações, pequenas ou grandes, em prol do meio ambiente e da comunidade do entorno são importantes. O Cemitério-Parque Jaraguá, de São Paulo, tem cerca de 11 mil árvores e também mantém viveiro para propagação de mudas. Já o Além de ser um dos mais estruturados em- preendimentos do setor, o Memorial Parque das Cerejeiras possui uma ampla área verde de 304.452 m2, que repre- senta mais da metade destinada à preservação ambiental. 30 ANOS DE EXPERIÊNCIA PRODUTO BRASILEIRO AUTÊNTICO 100% Tecnologia Nacional - própria conceito, projeto e fabricação Enge-Aplic CONFORME NORMAS FUNDADA EM 1978 COMNaAisMdAe 230106 CEre3m86atórios e Incineradores Fabricados para o BRASIL e EXTERIOR FUNDADA EM 1978 Mais de 200 Crematórios e IncineCrOadNoFrOeRsMFEabNriOcaRdMoAsS DO MINISTÉRIO DO para o BRMAESIIOL eAMEBXITEENRTIEOCRONAMA 316 E 386 CREMATÓRIO VETERINÁRIO CREMATÓRIO PARA CEMITÉRIOS RECSRÍEDMUOATSÓDREIOEPXAURMAACÇEÃMOITÉRIOS CREMATÓRIO FUNERÁRIO AdCmR:EMR.AJToÓãRoIOMoVuErTaE, R46IN5Á-RCIeOp: 05412-001 São PauloR–ESSPÍDUOS DFoEnEesX:U(1M1)A3Ç0Ã64O-3571 / 3085-9693 Fax: 3062-8C7R6E3MATÓRIO FUNERÁRIO Fab 1: R. Dr. Rodrigo Pereira Barreto, 576 [email protected] www.engeaplic.com.br ADM: R. JOÃO MOURA, 465 - CEP: 05412-001 SÃO PAULO - SP [email protected] FAB 1: R. DR. RODRIGO PEREIRA BARRETO, 576 FONES: (11) 3064-3571 / 3085-9693 FAX: 3062-8763 www.engeaplic.com.br

responsabilidade social | Responsabilidade social está no DNA das empresas do setor cemiterial Cemitérios promovem ações sociais, ganhando respeito e confiança dos clientes 96 |

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responsabilidade social | Segundo o Instituto Ethos, responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos que se relaciona e pelo estabelecimento de me- tas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitan- do a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. Esse conceito, muito em voga nos dias de hoje, sempre caminhou lado a lado com o trabalho de administrações cemiteriais, seja pelo fato delas já terem sido criadas com propósitos equivalentes ou pela própria natureza do trabalho de lidar com esse momento tão delicado para os entes e amigos que choram a perda de uma pessoa querida. Para Guilherme Augusto Santana, diretor do cemitério parque Complexo Vale do Cerrado, localizado em Goiânia (GO), os trabalhos sociais desenvol- vidos pela instituição “vem no sentido de estabelecer uma parceria e suprir a carência de atendimento do município, inclusive com o enterro de pessoas carentes”. Desse compromisso, surgiu um novo cemitério público, construí- do e doado ao município de Goiânia pela instituição, o Cemitério Jardim da Saudade, numa área de aproximadamente 33 mil m². O gestor conta que as ações junto à comunidade mudam a imagem da empresa. No caso do Complexo Vale do Cerrado, os trabalhos junto a enti- dades civis de bairro ou religiosas têm como principal foco a educação, para fazer com que a crianças, desde cedo, atentem para questões relativas à educação ambiental. 98 |

“Não fazemos nosso trabalho de maneira assistencialista, anuário 2009 | mas sim para mudar a maneira como as crianças enxer- gam o empreendimento, entendendo como ele funciona, horário letivo, em instituição onde recebem refeições, reforço pois elas serão formadoras de opinião. Estamos, na verda- pedagógico, oficinas e atividades esportivas. Uma parceria de, plantando uma semente que vai se disseminar”, afirma com o Instituto Wal-Mart também permite à FAMA oferecer Santana. “Colocamos a responsabilidade ambiental, antes cursos profissionalizantes. No total, são atendidas quase 300 de tudo, como obrigação. Quanto à responsabilidade social, crianças e jovens. quando o foco são seus vizinhos, a educação, os funcioná- rios, você ganha também um diferencial comercial. Hoje, a Para a assistente social Magna Guimarães Oliveira, imagem que a sociedade faz da empresa é também um di- “esse trabalho é fundamental por conta da missão assumi- ferencial comercial, um fator de consumo ou de venda para muitas pessoas”, completa. | 99 Aberto a visitações, o Vale do Cerrado já está transforman- do-se num verdadeiro recanto ecológico para uma população carente de áreas verdes, com suas 11 mil mudas plantadas em campo aberto, numa área que ultrapassará os 300 mil m². inveStindo na educação Também em Goiânia atua a FAMA, administradora de ce- mitérios ligada à maçonaria, que há 60 anos desenvolve pro- jetos sociais. São atendidas crianças de 6 a 16 anos, fora do

responsabilidade social | da pela entidade, de trabalhar com responsabilidade junto o apoio da entidade, durante os trabalhos de reabertura do ao poder público, ajudando e dando perspectiva para jo- Cemitério de Colônia, no bairro de mesmo nome, situado em vens e crianças”. Parelheiros, zona sul de São Paulo, encontraram casas e edi- ficações bem próximas que foram adequadas para abrigar Assim como o Vale do Cerrado e a FAMA, outros proje- uma pré-escola e um curso para alfabetização de adultos. tos desenvolvidos pelos cemitérios e crematórios em prol da comunidade que participam estão espalhados pelo País, de Como a ACEMPRO não podia ser a eterna mantenedora norte a sul. Ao contrário do que se imagina, uma parte dessas dessas iniciativas, fundou a Associação Cristã de Ensino empresas tem em seu DNA a vontade de contribuir, prevendo (ACE), que procura dar às crianças uma boa educação cristã, essas ações em seus estatutos. sem ferir a religião de origem. Os professores foram recru- tados na própria comunidade, em sua maioria católica, mas No Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, o Cemitério Ecu- também de outras ramificações do cristianismo. mênico João XXIII e o Cemitério Parque das Araucárias são desses exemplos, pois contribuem permanentemente para Em 2004, com um fundo da ACEMPRO e doação de pes- compor a renda de projetos da entidade que os administra: a soas físicas, foi adquirida uma propriedade de 7.822 m², onde Associação Cristã de Moço (ACM). foi construída a Escola Céu Azul, que hoje atende mais de 200 alunos da educação infantil e ensino fundamental. Esse Esses projetos permitem à ACM atingir seus objetivos de de- trabalho recebeu o reconhecimento da Organização das Na- senvolvimento humano, educacional e assistência social. Os ções Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNES- cemitérios repassam seus resultados financeiros para a ACM, CO), como sendo “fundamental para erradicação da pobreza que aplica nas suas três unidades de desenvolvimento social: e da falta de ensino no mundo”. ACM Fundação Cazemiro Bruno Kurtz, ACM Vila Restinga Olímpica e ACM Morro Santana e Centro Social João XXIII. Em outra iniciativa, por meio de uma parceria com a Igreja da Paz, a entidade recebeu a doação de um terreno às mar- A associação ainda ajuda financeiramente entidades que gens da Represa Billings, no bairro Gaivotas, zona sul de São realizam sepultamento de pessoas cujas famílias encontram- Paulo, projeto que foi batizado de Sítio das Águas. Em uma se em risco social; promove campanha de arrecadação, com casa de madeira também recebida em doação são prestados roupas, livros, alimentos e brinquedos; e campanha de com- àquela carente comunidade orientação nutricional a crianças bate ao mosquito da dengue. No mesmo Estado, em Cano- e mães, com acompanhamento constante do peso e altura, as, o Cemitério Parque Jardim São Vicente, que já possui além de assistência psicológica. mais de três décadas de existência, desde sua fundação é o principal responsável pelo sustento do Lar Vicentino Dr. Décio Neste mesmo local, em mais uma iniciativa de voluntários, Rosa, que assiste idosos carentes da cidade. foi implantado o projeto musical “O Acorde das Águas”, o qual visa buscar por meio da música a integração social das crian- No caso da Associação Cemitério dos Protestantes (ACEM- ças do bairro e que já conta com uma pequena orquestra, que PRO), a vontade de colaborar com o próximo veio desde o se apresenta em diversos lugares. começo, com iniciativa de Flávio Severo de Magalhães. Com 100 |


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