Cuiabá 2019
Nasce em Campo Grande/MS, em 04 Abril de 1943, Humberto Augusto Miranda Espíndola, Artista Plástico (Pintor, Desenhista, Objetista), começou a pintar 1964; formou-se em 1965 em Jornalismo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica do Paraná, no ano seguinte, organiza a Primeira Exposição dos Artistas Mato- Grossenses, em Campo Grande, onde funda, em 1967, a Associação Mato-Grossense de Arte. Volta-se a temáticas regionais e produz pinturas inspiradas na bovinocultura*. Cria, em 1973, o Museu de Arte e Cultura Popular, ligado à Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, dirigindo-o até 1982. Realiza mural para o Palácio Paiaguás, sede do governo estadual de Mato Grosso, em 1974. Em 1977, recebe o prêmio melhor do ano em pintura da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA. Em Campo Grande, é co-fundador do Centro de Cultura Referencial de Mato Grosso do Sul, em 1983, e realiza o Monumento à Cabeça de Boi, de ferro e aço, instalado na praça Cuiabá, em 1996. Apresenta mostra retrospectiva, em 2000, na Casa Andrade Muricy, em Curitiba, e, em 2002, no Museu de Arte Contemporânea, em Campo Grande, e no Museu de Arte e de Cultura Popular, em Cuiabá. Homenagem aos 450 anos de São Paulo, 2003 (*)Cria e desenvolve o tema da Bovinocultura desde 1967, conquistando uma posição histórica no capítulo da descentralização da arte brasileira. Seu trabalho é Técnica Acrílica sobre cartão registrado em bibliografias de referência e livros de arte contemporânea. 73 cm x 110 cm
• 10ª e 11ª Bienal de São Paulo, 1969 e 1971; O Passeio do General, 1978 • 36ª Bienal de Veneza, Itália, 1972; • 3ª Bienal de Arte Coltejer, Medellin, Colômbia, 1972; Óleo Sobre tela • 1ª Bienal Latino-americana de São Paulo 1978; • 1ª Bienal Ibero-americana de Pintura do México, 1978; 130 x 170 cm • 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, Kioto, Nekai, Tóquio, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Acervo Museu de Arte Contemporânea – MARCO, CAMPO GRANDE 1981; • 1ª Bienal de Havana, Cuba, 1984; • 2ª Bienal Internacional de Cuenca, Equador, 1989; Pintura Contemporânea de Brasil, Casa Rômulo Gallegos, Caracas, Venezuela, 1990; Viva Brasil, • Museu de Arte Contemporânea da Universidade do Chile, Santiago, 1996; Seis Artistas Brasileiros: • Dimensões do Ser e do Tempo, Museu de Arte de Cochabamba, Museu de Arte de La Paz, Bolívia, • Kingsman Foundation, Quito, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, 1997; • 4º, 7º e 12º Festival América do Sul, Corumbá/MS, 2007, 2009 e 2015; Simpósio de Tradição Oral, • Brazilian Endowment for the Arts, 2013, From Mato Grosso and Havana via NYC, Gallery 35 e Terra, Gallery 69, 2014, Nova Iorque.
▪ Prêmio Prefeitura Municipal no 3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, SP, 1968; Da série Peito do Senhor Bovino, 1969 ▪ Grande Prêmio Cidade de Santo André no 1º Salão de Arte Contemporânea de Santo Óleo sobre tela 151 x 224 cm André, SP, 1968; X Bienal Internacional de São Paulo (Convidado) ▪ Prêmio aquisição no 1º Salão Oficial de Arte Moderna de Santos, SP, 1968; Coleção UFMS/Aquidauana, MS ▪ Referência especial do júri na 2º Bienal Nacional de Artes Plásticas de Salvador, 1968; ▪ Indicado à VI Bienal de Paris (a representação brasileira foi impedida pela censura), 1969; ▪ Isenção de júri no 18º Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, 1969; ▪ Prêmio aquisição na 3ª Exposição Jovem Arte Contemporânea, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, 1969; ▪ Prêmio Prefeitura Municipal no 1º Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, 1969: ▪ Prêmio Bolsa-de-estudo no Exterior na 11º Bienal Internacional de São Paulo, 1971; ▪ Prêmio aquisição no 2º Concurso Nacional de Artes Plásticas da Caixa Econômica de Goiás, Goiânia, 1975; ▪ Melhor do Ano em Pintura pela Associação Paulista de Críticos de Arte, 1977; ▪ Prêmio aquisição no 35º Salão Paranaense de Belas Artes, Curitiba, 1979; ▪ Artista convidado no 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, ▪ Museu de Arte Moderna/MAM, Rio de Janeiro, 1984; ▪ Sala especial no 20º Salão de Arte Contemporânea de Santo André/SP, 1993; ▪ Homenagem Especial da Associação Brasileira de Críticos de Arte - ABCA pela contribuição à cultura brasileira, 2004.
Forum Ludwig Aachen, Aachen, Alemanha;, Casa de Cultura José Marti, México; Casa de Cultura Wifredo Lam, Cuba AMBA Collection - Contemporary Art from Africa, Brasil and Caribbean, Londres; MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand; MAC - Museu de Arte Contemporânea da USP (Universidade de São Paulo); Pinacoteca do Estado de São Paulo; MAM/SP - Museu de Arte Moderna, Coleção Nemirowsky e BrazilianArt, São Paulo; MAM/RJ – Museu de Arte Moderna; Jornal do Brasil, Banco Bozzano Simonsen, Rio de Janeiro; MAC - Museu de Arte Contemporânea do Paraná, MAP - Museu de Arte Paranaense e Museu Oscar Niemeyer, Curitiba; Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte; Caixa Econômica Federal, Brasília; Centro Cultural UFG - Universidade Federal de Goiás, Goiânia e MAPA - Museu de Artes Plásticas de Anápolis/GO; MACP – Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá; MARCO - Museu de Arte Contemporânea; UFMS, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UNIDERP - Universidade de Desenvolvimento do Pantanal e TV Morena - Rede Mato-grossense de Televisão, Campo Grande. Bovinocultura: Sociedade do boi, 1971 (detalhe) Arte ambiental I(Instalação), 100m² XI Bienal Internacional de São Paulo, 1971
• Mural externo Bovinocultura, Palácio Paiaguás, sede do governo de Mato Grosso (3 faces, mármore, granito e epóxi, 371 m2), Cuiabá, 1974; • Marco da Cabeça de boi (ferro e aço, 8m), Orla Morena, Campo Grande, 1996; • Painel Memórias de Mato Grosso do Sul (328 x 375 cm), • Casa da Memória Arnaldo Estevão de Figueiredo, Campo Grande 1997; • Mural externo Bovinocultura - Pavilhão (800m2), Corumbá/MS, 2006; • Monumento Bovinocultura - O Carro-chefe (ferro e aço, 4,5 x 3 x 9m), Cuiabá, 2006; • Marco Comemorativo do Centenário da Imigração Japonesa (aço, 7.20 x 1.60 x 1.20m), Três Lagoas/MS, 2008 Da série Cupins, 2002 Acrílica sobre tela 68 x 90 cm Coleção do artista
Titulo : Madona da Bovinocultura, 1997 Técnica : Acrílica sobre tela Dimensão: 210 x 145 cm Descrição da Composição: Na obra os elementos que compõe essa pintura estão muito bem definidos e ocupam quase toda a dimensão da tela, e isso parece ser marcado pelas pinceladas realizadas pelo tom de preto, há dois bois sendo um em primeiro plano e outro em segundo plano, ambos pintados em cor branca que se mistura ao amarelo, o boi que se apresenta a frente está em perfil da esquerda para a direita, e o que aparece ao fundo também se encontra de perfil, no entanto da direita para a esquerda. O boi que aparece ao fundo encontra-se coberta do pescoço para trás sobre uma intensa camada de cor preta, alguns pigmentos de vermelho, acrescidos de marrom, no primeiro plano tem sobre o primeiro boi uma mulher que parece estar usando um manto como cela, em tom de fundo verde, com detalhes em rosa, ela usa também vestido vermelho com detalhes em amarelo, os cabelos estão soltos são de cor preto com mechas avermelhadas no mesmo tom do vestido. Sobre sua cabeça tem uma coroa com cor amarela que remete ao dourado, o artista utiliza de cores fortes e vibrantes – vermelho, amarelo, verde - em seus braços uma criança que parece estar nua segurando um globo, tanto os bois quanto a mulher estão olhando na mesma direção. A mulher encontra-se descalça, enquanto o boi em que ela se encontra parece estar pulando, tendo visto a posição dos seus pés, os traseiros estão um pouco mais levantados do que os dianteiros, típico intensão de que está em posição de pulo. As formas ficam em evidências pelo uso de curvas bem marcadas pela uso de fortes pincelada, a composição demonstra perspectivas dos planos, sendo que a composição em vertical favoreceu e deixou a obra bem equilibrada.
As obras mais importantes do artista plástico Humberto Espíndola retratam exatamente a cadeia produtiva de uma das atividades mais importantes do agronegócio brasileiro, visto como símbolo da riqueza do Estado de Mato Grosso – o boi. Não o bastasse o termo Bovinocultura foi um termo criado e desenvolvido pelo artista desde 1967, suas telas eram no começo da sua carreira carregada de pinceladas ácidas e sarcásticas, raras são as oportunidades de podermos ver nosso cotidiano sendo transformado em objeto de reflexão estética, tendo em vista o período em que o país atravessava, isso na década de 60/70., em suas palavras Espíndola menciona: [...] minhas novas séries de pintura apresentam várias facetas ao mesmo tempo, o que faz com que me sinta bem diante dessa simultaneidade de portas, excitando-me a criação. O mais importante é que a simbologia do boi vem alimentando um crescente vocabulário sígnico na minha linguagem plástica. No decorrer desses anos, a bovinocultura me levou sempre a procurar relações universalizantes: pecus-pecunia, rosas/rosetas, rosa-boi, entre outras abordagens. E durante esse processo, tema e plástica foram se redefinindo, abertos para a liberdade de mergulhar no inconsciente coletivo e trazer de volta, nas tintas, sempre uma nova expressão. Tendo como base a tela Madona da Bovinocultura de 1997 o artista nesta obra retrata o Boi e a Mulher, ela a mãe reprodutora, a cuidadora, a idolatrada, que traz toda a simbologia do universo feminino, do sagrado, aqui podemos ver a referência retratada pela padroeira do Brasil Nossa Senhora Aparecida que muito é lembrada e cortejada nos rodeios brasileiros. Esse mergulho feito pelo artista uni dois grandes “produtos” um que movimenta e sustenta desde sempre a economia, e o outro retrata a fé de um mito que movimenta uma sociedade, ambos elementos de referências à Cultura Popular, a grandeza que cada símbolo representa e o valor da importância que cada um tem. Aline de Figueiredo crítica de arte menciona que a expressão, que não é surrealista, tem o alcance visionário e mesmo figurativa tem a valoração concreta da forma abstrata. No todo, a visualidade de Espíndola extrapola o temário. A forma, esta sim, é a alavanca propulsora da sua criação, que a torna capaz de desenvolver o tema, e engrandecer o assunto, juntando assim tudo em um mesma obra. Elementos tão distintos e tão próximos mostrando todas as relações envolvidas em um diálogo entre signos da cultura regional na medida correta em que o artista consegue atribuir novos significados ao combiná-los tão singularmente.
▪ Referências ▪ http://www.cultura.mt.gov.br/-/4253746-mato-grosso-historia-memoria-e-arte-e-tema- de-nova-exposicao Acesso em 18/03/2019 ▪ https://www.catalogodasartes.com.br/artista/Humberto%20Espindola%20- %20Humberto%20Augusto%20Miranda%20Esp%ED/ Acesso em 18/03/2019 ▪ http://www.humbertoespindola.com.br/001-index_frameset.htm Acesso em 18/03/2019 ▪ HUMBERTO Espíndola. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8706/humberto-espindola>. Acesso em: 19 de Mar. 2019. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 Acesso em 18/03/2019 ▪ FIGUEIREDO, Aline. Artes plásticas no Centro-Oeste. Apresentação Aline Figueiredo. Cuiabá: UFMT/MACP, 1979. 360 p., il. color. Acesso em 18/03/2019
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