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Eurobike_magazine #15

Published by eduardo, 2020-07-22 10:21:28

Description: Eurobike_magazine #15

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No alto, o grupo reunido para uma foto no centro de Brotas mundo adorou e foi super divertido”. Já Bob Harrison, um dos Acima, percorrendo as trilhas da fazenda Primavera da Serra pioneiros proprietários de Land Rover no Brasil, que já passou com seu Defender 130 pelo Jalapão, Pantanal, Lençóis Mara- nhenses, Ushuaia, entre muitos outros cartões postais, conta 51 | Eurobike magazine que o fator decisivo, na hora de decidir se vai comparecer a um evento como esse, é a trilha que o espera e o contato que terá com a natureza. “Se o percurso me agradar, eu topo na hora”, revela. Enquanto alguns se refrescavam no rafting, quatro Defenders seguiam por uma trilha de mata quase fechada dentro da pro- priedade. Athaliba envia alguns avisos pelo rádio. “Primeiro

EMOÇÃO obstáculo: descida de 45 graus. Vá em primeira reduzida, sem vida associado à marca há mais de 60 anos”. Valdir Fedrizzi foi pressa e sem ansiedade. Se precisar, controle o carro no freio.” com a mulher, Ana Rosa Corrente, que nos nos conta: “Graças O segundo obstáculo era um tronco de pau d’alho no meio da a eventos como esse que eu tiro o meu carro da garagem. Eu pista. Com um machado em mãos, problema resolvido. Fernando não faria isso sozinha. Além, claro, de conhecermos lugares e Torres, um dos mais experientes por ali, conta que para um kit pessoas novas”. SOS eficaz, não basta ter água, GPS e pneus, é preciso acima de tudo ter paciência. Já de noite, a rodovia conduz cada um de volta para a casa. Desta vez, sem solavancos. “O que a gente leva daqui? Muitas vezes, a falta de conhecimento técnico e um certo receio Companheirismo, amizade e equipe”, resume Armelinda Bu- são fatores que interferem na hora de levar o carro para uma zatto, que foi ao evento com o marido José Eduardo Buzatto. aventura 4x4. Por essas e outras o Eurobike Adventure Trip tem papel importantíssimo neste setor. As viagens procuram sempre levar os proprietários de Land Rover para treinar em um lugar com muita segurança e infraestrutura. 52 | Eurobike magazine E mais uma vez o evento conseguiu reunir admiradores de um lifestyle único. Gente que têm espírito aventureiro de sobra e que não abre mão de estar sempre entre amigos e em contato com a natureza. E para que tudo saia conforme o planejado, não poderia faltar um automóvel que represente melhor esse estilo de vida arrojado. O Land Rover é sem dúvida um carro versátil, que se sai muito bem nos centros urbanos e tem todas as condições técnicas para enfrentar uma trilha no fim do expe- diente. Para Miranda, o objetivo verdadeiro do evento é “resgatar a história da Land Rover e proporcionar para todos esse estilo de

AVENTUREIROS 1 23 4 5 67 8 9 10 11 12 13 14 15 1 Guilherme Marcolini, Olavir Moré e Valdir Fedrizzi; 2 Sylvio Baggio, Cristina e Isabella; 3 Antonio Carlos (Tatá) e Elaine Mendes; 53 | Eurobike magazine 4 Ademir e Fátima Trizolio; 5 Fernando Torres e Samuel Passalacqua; 6 Fernanda Passalacqua e Ana Rosa Corrente; 7 Saul e Mirian Dutra Nascimento; 8 Celso Ortolan; 9 Rosemary Ortolan e Cátia Moré; 10 Thiago Bezerra e Ramon Ishihara; 11 José Eduardo Buzatto; 12 Flávia Costallat e Guilherme Passalacqua, da Eurobike; 13 Rhianne Ishihara e Natália Amorozo; 14 Leonardo Cardoso e Eduardo Baptista, da Eurobike; 15 Robert Leslie Harrison e Ederli P. Harrison

EMOÇÃO MINI COUNTRYMAN COOPER S Ricardo Landi testou para nós o mais recente lançamento da MINI Olá pessoal, Outra característica que deixa o nosso Coun- tryman Cooper S muito mais na mão, numa Meu nome é Ricardo Landi, sou piloto da condução mais esportiva, são os sistemas de Eurobike Motorsport. A partir desta edição esta- Distribuição de Forças de Frenagem “EBD” e o rei por aqui, testando os lançamentos das mar- sistema de Controle de Frenagens em Curvas cas disponíveis nas concessionárias do Grupo “CBC”. Com tudo isso funcionando em conjunto Eurobike para contar a vocês em primeira mão. podemos utilizá-lo como um típico esportivo, tanto “on-road” como “off-road”, sempre na Hoje estamos à bordo do mais novo lançamen- mão em conduções apimentadas ao volante. to mundial da MINI, o charmoso MINI Coun- tryman Cooper S, a quarta geração da família Quanto ao conforto, o mesmo já conhecido pe- MINI. los fãs do MINI, porém com muito mais espaço nos bancos traseiros, proporcionando mais Uma “mini-SUV” da marca, com a robustez de comodidade aos passageiros. O Countryman um fora de estrada e a agilidade de um típico Cooper S também faz parte da família MINI de MINI Cooper. 5 portas, com um porta-malas adequado para o carro. O Countryman Cooper S tem como principal característica a tração integral, chamada de 4 É equipado, também, com um excelente teto ALL, sendo o primeiro carro da família MINI a solar dianteiro e traseiro, com ótima visibilidade apresentar tal inovação, e conta com um motor externa para o “piloto” e passageiros, com todo de 4 cilindros de 1.6 litros turbo com 184 hp, o o conforto. mesmo usado nos tradicionais MINI S. 54 | Eurobike magazine Como a MINI faz parte do grupo BMW, o Coun- Vem com sensores de estacionamento, com Acima, indicativos de uma performance séria tryman Cooper S traz toda a tecnologia embar- gráfico na tela de LCD instalada no centro do cada nos “carrões” alemães. Tem câmbio de tradicional velocímetro, de fácil visualização e 6 marchas Steptronic, com trocas no volante manuseio, com sistema parecido com o “iDrive” ou na alavanca, e também um botão Sport no dos carros BMW, que controla rádio, telefone, painel, que deixa o carro muito mais “nervoso” agenda e informações sobre o veículo. Conta ao acelerar. O sistema de direção assistida ele- ainda com sensor de chuva e faróis de xenon tricamente o deixa com toda a agilidade do ir- e milha embutidos nos parachoques dianteiros. mão menor, o MINI Cooper S. Possui Controle Dinâmico de Estabilidade “DSC”, sistema de Ar-condicionado digital, CD player e entrada controle de tração que funciona em conjunto para USB e AUX. Um exclusivo e lindo porta- com o ABS. óculos com o logo MINI no console central,

logo abaixo do estiloso freio de mão que pa- mitiu toda a agilidade e dirigibilidade típicas do No alto, linhas robustas e harmonio- rece muito com uma manete de acelerador de MINI, que o torna muito fácil e gostoso de guiar. sas, sem perder a característica da barcos de luxo. O motor, apesar de baixa cilindrada, com ape- marca nas 1.6 litros mas muito forte e com bastante Sem contar as travas, vidros e espelhos elé- torque por causa de seu turbo e 184 cavalos Acima, bom espaço interno e muitos tricos e air bags de série, sempre importante de potência, chega facilmente a 100 km/h, em “mimos” para quem gosta de con- frisar, e um conforto extra que é o sistema de apenas 7,6 segundos, e velocidade máxima de forto e tecnologia frenagem de partidas em ladeiras, que segura 215 km/h. Apesar de termos testado o carro o carro no freio por alguns segundos antes de nas ruas e estrada, não ultrapassamos os 120 55 | Eurobike magazine você começar a acelerar. km/h, velocidade permitida por lei... Com tudo isso, minha impressão sobre o Country- Mesmo sendo um crossover, o Countryman man Cooper S, no início, foi meio de “nariz tor- Cooper S tem comportamento de um esportivo. cido”, achei que seria uma SUV convencional. Conta com excelente sistema de freios e óti- Mas me enganei completamente, pois estava mos e bem dimensionados conjuntos de rodas entrando num típico MINI Cooper. Ele me trans- e pneus, que proporcionam bastante aderência ao “mini carrão”, juntamente com a tração inte- gral e uma suspensão com características de esportividade. Tão bom de guiar que a MINI voltará para o Campeonato Mundial de Rally, o WRC, com este modelo. Certamente vai dar o que falar! Um ótimo “brinquedo” para desfrutar com ami- gos e família, no asfalto ou fora dele.

EMOÇÃO DRIVER TOURING CAR CUP Divulgação Uma nova categoria estreia no automobilismo brasileiro e promete esquentar o asfalto nas melhores pistas do país. A DTCC (Driver Touring Car Cup) acontecerá em seis etapas nas cidades de São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Campo Grande. Por Ricardo Ribeiro 56 | Eurobike magazine Não é só o nome que é de campeonato internacional. A lo profissionalmente. Geralmente, são pessoas que tiveram organização e ritmo de competição também. Criada pela revista que deixar o esporte para se dedicar a uma carreira mais Driver, com patrocínios  da Audi (que pela primeira vez em sua convencional, ou que estão descobrindo o automobilismo apenas história, investe em uma categoria) e do grupo Eurobike, a em uma fase mais adiantada da vida. Mas, como regra, são Driver Touring Car Cup terá 16 carros no grid e uma disputa bem apaixonados pelo automobilismo, e buscam uma oportunidade equilibrada. Há ainda um carro para convidados darem uma de pilotar de maneira competitiva e segura. voltinha na pista e uma unidade de reserva. De acordo com a organização, serão aceitas inscrições de A DTCC é uma categoria de pilotos não profissionais que pilotos amadores que disputaram o Driver Cup 2009 e 2010 pagarão para correr, como acontece em outras competições, (www.drivercup.com.br), pilotos de outras categorias que como a Porsche GT3 Cup. A categoria surge com o objetivo de tenham graduação PCG “B” e “C”, recém formados, e outros atender a demanda de um público especial. São amantes do pilotos interessados em competir neste perfil de categoria. esporte a motor que, por diversos motivos, não podem praticá-

Os pilotos competirão em carros equalizados e não precisam Cada equipe poderá ser formada por até dois pilotos. A troca de ter equipe própria de manutenção. O modelo escolhido para piloto será entre a primeira e a segunda bateria. Quem optar por a disputa foi o Audi A3 Sport. Um modelo de estilo esportivo e correr sozinho dará continuidade na segunda bateria. fácil dirigibilidade nas pistas, projetado para oferecer ao piloto um carro simples de comandar mas, ao mesmo tempo, capaz A brincadeira custa R$ 178 mil para cada carro/equipe, o que de proporcionar fortes emoções. O motor 2.0, com um turbo permite dividir o custo entre os dois pilotos, quando for o caso. intercooler, entrega 200 cv de potência (limitados nas primeiras Os pilotos não terão que pagar pela manutenção e nem pela provas, com possibilidade de 290cv), ao melhor estilo dos revisão dos carros, mas terão de arcar com o custo dos jogos engenheiros de Ingolstad. O hatch da montadora alemã que de pneus e dos danos causados por batidas durante as provas. será usado nas provas ainda recebeu uma preparação mais do que especial para devorar as pistas. Agora é só aguardar a luz verde e acelerar. Ainda há vagas para participar. O A3 recebeu um sistema de injeção para competição, suspensão Mais informações no www.dtcc.com.br completa com amortecedores reguláveis e molas da KW. As unidades também contam com volante da Sparco, com engate Confira as datas do DTCC: rápido, além dos bancos e cintos de segurança 5 pontos para Autódromo de Pinhais – Etapa Curitiba: 08/09/10 de abril e clip “Hans” indicados para corrida. As rodas de 18 polegadas 16/17/18 de setembro. foram desenvolvidas com exclusividade para os modelos da Autódromo de Interlagos – Etapa São Paulo: 27/28 de agosto. DTCC e serão calçadas em pneus slick da Pirelli, importados, Autódromo Velopark – Etapa Porto Alegre: 17/18/19 de junho e na medida 235/645/18”. O bólido conta ainda com transmissão 7/8/9 de outubro. manual de seis velocidades e painel de instrumentos multi- Autódromo de Campo Grande – Etapa Mato Grosso do Sul: funções de competição com “logging”, que garante aferição mais 15/16/17 de Julho precisa durante as provas. Ficha técnica A modificação de todos os carros é de responsabilidade da MC O DTCC utilizará o modelo AUDI A3 Turbo, preparado para Tubarão, empresa da região metropolitana de Porto Alegre, oferecer ao competidor um carro simples de pilotar mas ao com ampla experiência na montagem de modelos turismo para mesmo tempo capaz de proporcionar fortes emoções. diversas categorias brasileiras. - Audi A3 Sport O calendário da competição é dividido em seis etapas, com - Motor 2.0l turbo Intercooler com 200cv duas provas em formato de baterias, disputadas em autódromos - Injeção de competição nacionais. Em São Paulo, no Autódromo de Interlagos, em Porto - Cambio manual de 6 marchas Alegre, no Autódromo Velopark, em São José dos Pinhais, no - Rodas especiais desenvolvidas para a categoria Autódromo de Pinhais, e em Mato Grosso do Sul, no autódromo - Pneus Pirelli importados do tipo slick, medidas 235/645 - 18 de Campo Grande. As provas, realizadas durante o final de - Amortecedores e molas KW de competição com regulagens semana, terão duas baterias de 25 minutos cada e estão - Banco e cinto Sparco para “Hans” e direção de competição previstos treinos livres e um oficial. Sparco com engate rápido - Peso 1.040kg - Substituição dos vidros laterais e traseiro por acetato transparente - Santo Antônio homologado - Apêndices aerodinâmicos Divulgação 57 | Eurobike magazine

Decompor a vida em cores, 58 | Eurobike magazine

aromas, texturas, sons... 59 | Eurobike magazine

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Pra lá de Marrakesh Uma viagem pelos sentidos através do maior mercado do Marrocos Por Eduardo Petta | Fotos Carol da Riva Poemas de lençóis suados, histórias de sexo, experiências alu- em Tânger, na costa mediterrânica, a um ferry-boat de distân- 61 | Eurobike magazine cinógenas, drama e contos das mil e uma noites. De 1947 à cia da Espanha, por 52 anos. A partir dali viajava, via e dava 1962, à bordo de um velho jipe Land Rover, o escritor, composi- asas a romances célebres, como O céu que nos protege (The tor e viajante norte-americano Paul Bowles (1910 – 1999) rodou Sheltering Sky, publicado em 1954). Ambientado nas paisagens milhares de quilômetros pelo deserto do Sahara, no Norte da insólitas do deserto pós segunda-guerra, o livro fala de amor e África. Na bagagem lápis, papel, mapas, máquina fotográfica loucura em meio a tempestades de areia e foi adaptado para e um gravador, com o qual capturou para a eternidade a efer- as telas do cinema na década de 1990, pelas lentes do diretor vescência da gente marroquina, suas lendas e sons. Bernardo Bertolucci, com Debra Winger, John Malkovich e uma linda trilha sonora assinada por Ryuichi Sakamoto. Apaixonado pela “paixão de viver” do Magrebe, Bowles morou

PRAZER Muito do imaginário marroquino veio ao mundo ocidental pela pena de Bowles. Sua casa em Tânger (onde faleceu em 1999) era ponto sagrado de peregrinação de toda a geração beatnick. Na varanda de sua casa, entre copos de chá de menta e traga- das de haxixe, eram longas as tertúlias com Alain Ginsberg, William Burroughs e Gregory Corso, num ambiente de animada efervescência cultural. 62 | Eurobike magazine Das andanças pelo país, Bowles tinha peculiar apreço por Mar- tas são os vendedores de suco de laranja, fresquinhas e doces, rakesh. A “cité rouge”, com suas enormes muralhas cor-de-rosa, espremidas na hora. Logo depois abrem as barracas de tâma- cor de ocre, erguidas de adobe, a circular toda a Medina (a al- ras (dezenas de tipos), damascos, amêndoas, azeitonas e frutas medina, ou cidade fortificada), vitalizada pelos almorávidas no secas. Assim que o sol esquenta, o som de flautas e tambores século 11. Uma cidade plana como uma mesa, cercada de pal- invade os espaços e começa o espetáculo. Basta olhar para meiras, de onde se avista os contornos da cordilheira do Atlas e ver: os encantadores de serpentes domam najas como se fos- as suas montanhas cobertas de neve, com picos que ultrapas- sem minhocas, quase as beijam na boca; dançarinos berberes sam os 4 mil metros. Um patrimônio da humanidade que ainda ensaiam passinhos e depois passam o chapéu; contadores de hoje resguarda em seu interior as mesquitas, palácios, pórticos história declamam poesia; velhas árabes pintam as mãos das e praças que a tornaram famosa e fabulosa. jovens de rena com motivos florais; acrobatas dão cambalhotas; Em Marrakesh, assim como há centenas de anos, quando rece- bia as caravanas do Magrebe, tudo gira em torno da “Velha Praça”, a Djemaa el Fna. Ela é o coração da Medina e pulsa todos os dias a partir do alvorecer. Os primeiros a abrir as por-

barracas de comida vendem escargot, couscous e tajines; sen- 63 | Eurobike magazine horas assam o chapat (o pãozinho redondo) para acompanhar a harira, a tradicional sopa marroquina. E o dia passa zunindo. Mas à medida que a luz do sol se vai, aumentam-se as vozes e o burburinho. Milhares de turistas de todas as partes do mundo se acotovelam com a gente local: nômades, berberes e árabes. Tempo de subir aos cafés que circundam a Djemaa el Fna. To- mar uma cadeira nos altos terraços e de lá, entre copos e mais copos de chá de menta, admirar o sol se pôr e o acender das luzes iluminando milhares de imagens. “Dos mais de 100 países que conheci, a praça Djemaa el Fna é o local mais autêntico. Um lugar que sempre que puder vou revisitar”, diz a viajada apresentadora do Fantástico, Glória Ma- ria. Mas a “Velha Praça” é apenas o ponto de partida para uma aventura muito maior: a de ingressar na mandala de labirintos do grande Souk (Mercado). Um conjunto de ruas estreitas onde pessoas, bicicletas e motocicletas se espremem e serpenteiam para ver e comprar as mais lindas mercadorias do mundo árabe. Você vai se perder pelos becos. Mas isso faz parte do ritual de descoberta, da imersão cultural. Relaxe. E gaste sem dó a sola do sapato pelo Souk de Marrakesh.

PRAZER 64 | Eurobike magazine Tudo aqui é dividido por praças. Ali está a dos tapetes árabes, acolá a dos tecidos de panos de seda cintilante, adiante, a dos artigos de couro, curtidos nos curtumes a céu aberto. Em outra praça, os entalhadores de madeira esculpem delicadas marche- tarias em portas, janelas, mesas, luminárias e espelhos. Mais um pouco e lá estão homens musculosos a bater com força hercúlea, moldando o bronze das lâmpadas de Aladim ou for- jando o aço das adagas berberes. Metais que brilham, mas nem tanto como as que enfeitam as butiques de pratarias, um mundo de joias e de sonhos. São colares, pulseiras, brincos e adornos para deixar qualquer mulher vestida de princesa Sherazade. No Souk, para onde apontar, a retina ganha diversão, cores. Um caleidoscópio de bolsas, vestidos, sapatos, xales, cangas, cerâmicas. E basta um olhar mais demorado para o vendedor lhe convidar para entrar, sentar, oferecer-lhe um chá de menta, perguntar-lhe da vida e o quanto você deseja pagar pelo produ- to. Caso entre na dança, prepare-se. A cerimônia da barganha

não leva menos de meia hora. Se for de manhã, ele dirá que 65 | Eurobike magazine você é o primeiro cliente e lhe trará sorte. Se for de noite, talvez te relembre da tradição de levar lembrancinhas para as pessoas queridas. Ele lhe dará um preço até cinco vezes maior do que quer e cabe a você ditar o ritmo da música. Vire de costas, finja desistir. Ou diga que volta amanhã. Mas, saiba: negociar é uma matéria milenar da vida que se aprende desde criancinha nesse mundo árabe. Mas não se acanhe por isso. Os vendedores são muito amáveis. E comprar é apenas uma parte da diversão para os sentidos no Souk. Deixe-se levar pelos aromas e siga caminho até à Praça das Especiarias, uma viagem para se entender como o homem europeu se lançou ao mar bravio em busca destes sabores, aro- mas, pigmentos e temperos que podem deixar nossa vida mais feliz. Ajeitados em pirâmides cônicas, ali estão o cominho, o curry, a pimenta-do-reino, a mostarda, a noz-moscada, a canela, o gengibre, o cardamomo e a flor do açafrão, o tempero mais caro do planeta, uma raridade que cresce na região de Talouine, no sul do Marrocos. Nas prateleiras dos cosméticos, sabonetes e essências de flor-de-laranjeira, cidreira e rosa branca exalam perfume e invadem as narinas com uma lufada de frescura. O sândalo e o âmbar refrescam a pele. E não há como resistir aos derivados do óleo de argão, o “óleo de ouro da juventude da pele”, extraído da árvore que se espalha por todo o país e só

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floresce no Marrocos. 67 | Eurobike magazine Mas nem só de mercado se faz a Medina. Há muitas outras atrações: como o Palais Baía, com sua arquitetura moura, para se ver; banhos turcos e massagens nos “hammans”, para se receber; e excelentes restaurantes de comida típica marroquina, como o Dar Moha e o Le Fondouk, para degustar. Dormir nos hotéis que se espalham pela Medina também é a melhor opção para vivenciar a cidade a pé (dispense o carro). Uma dica é o lendário La Mamounia, parada dos astros de Hollywood, reis e rainhas. Mas há opções mais acolhedoras, os chamados Riads, as antigas casas dos ricos, transformadas em pousadas. Algu- mas delas são decoradas com muito charme, conforto e bom serviço, como o Riad Dar Sholmes, com ótima localização. Com um milhão de habitantes, Marrakesh já ultrapassou os mu- ros da Medina e pulsa também em seu lado moderno, executivo, mais ligado na Europa do que na África, com avenidas ajardina- das e canteiros floridos, como as do recente bairro de Gueliz, repleto de cafés elegantes, lojas de marcas, bares e discotecas. Não há muito com o que se preocupar. Os habitantes da cidade são muito simpáticos e tolerantes aos não muçulmanos e seus trajes e hábitos ocidentais. As ruas são muito policiadas e des- de que o jovem rei Mohamed VI assumiu o poder, em 1999, o país investe maciçamente no turismo, o que torna a viagem por suas ruas milenares relativamente seguras (claro, é uma cidade grande e não se deve contar dinheiro na rua). Se você tiver mais dias, viaje para lá de Marrakesh. A partir da cidade se pode organizar saídas até às aldeias berberes do Atlas, as praias de Essaouira e Agadir, à histórica Fez, ou ainda para roteiros fora-de-estrada pelos contornos do Sahara, quem sabe para um trekking nas altas dunas de Merzouga, sob um céu de estrelas.

PRAZER 68 | Eurobike magazine Eu recomendaria no mínimo duas e no máximo quatro noites em guém volta indiferente lá de Marrakesh. É que lá, parafraseando Marrakesh. E não perderia de jeito nenhum a chance de dar um Caetano, nem a sanha arranha o carro, nem o sarro arranha a pulinho ao Jardim Majorelle, considerado um dos mais belos do Espanha. E qualquer coisa doida, dentro mexe. século 20. Seus canteiros, espelhos d’água e espécies de plan- tas dos cinco continentes resumem uma vida inteira que o pintor HOTÉIS francês Jacques Majorelle (1886 – 1962) dedicou ao local, ad- http://www.mamounia.com/fr/index.php quirido na década de 1980, pelo celebrado estilista francês Yves http://www.darsholmes.com/ryad-marrakesh/ Saint Laurent (1936 – 2008). Pintada em tons de um azul espe- cial, o azul majorelle (uma cor criada por Jacques), a casa que RESTAURANTES YSL passava as férias com Pierre Bergé foi transformada em um http://www.darmoha.ma/ pequeno museu que conta um pouco sobre a paixão arrebata- http://www.foundouk.com/ dora do artista pela “cité rouge”, e de como suas cores, formas e aromas passaram a influenciar o seu papo, a sua manha. É Hammans - BANHOS compreensível. Assim como Majorelle, Yves e Paul Bowles, nin- http://www.lesbainsdemarrakech.com/spa-en.html

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PRAZER Reescrever a vida Destino: Gramado, região serrana do Rio Grande do Sul. Motivo: reaprender a viver. Essas são as coordenadas de quem segue rumo ao Kurotel, considerado o melhor spa médico da América do Sul. Um lugar de experiências únicas, onde as pessoas descobrem a possibilidade de viver mais e melhor, equilibrando o corpo e a mente Por Bianca Bassani | Fotos Fabricio Barreto 70 | Eurobike magazine Descubra o Kurotel O Kurotel foi criado em 1982 com base em es- tudos científicos sobre medicina preventiva e tratamentos baseados nas Estações de Cura da Alemanha (Kura), que recomenda a combi- nação de seis pilares para que qualquer pessoa possa ter uma vida considerada ideal. Desse preceito nasceu o “Método Kur”: dieta balance- ada, exercícios e atividades físicas, fitoterapia, hidroterapia, equilíbrio emocional e tratamento individualizado. No Kurotel, os tratamentos têm duração média de sete dias, por isso costuma- -se dizer que lá a pessoa vive a primeira sema-

na da sua nova vida. A filosofia é tratar a saúde gismo, beleza, juventude prolongada, longe- e não a doença, por isso uma equipe multidisci- vidade saudável e o Kinder Kur, voltado para plinar desenvolve roteiros personalizados para mães e bebês de até um ano de idade para a necessidade de cada cliente, reciclando ve- recuperação pós-parto e desenvolvimento de lhos hábitos e agregando novos. Como define o uma maternidade saudável. diretor executivo do Kurotel, Luis Cusin, “é uma nova gestão para o estilo de vida”. Nova rotina Em um espaço de seis mil metros quadrados No Kurotel o cliente terá um dia a dia completa- 71 | Eurobike magazine de ar puro e sossego, 120 profissionais se divi- mente novo. Logo na chegada ao spa, em meio dem para atender os 35 apartamentos do Cen- a mimos e atenção especial, a pessoa é dire- tro de Longevidade. São seis diferentes tipos cionada ao médico para realização da consulta de tratamentos disponíveis, planos focados no inicial, onde será realizada uma bateria comple- emagrecimento, controle do estresse, antitaba- ta de exames. É preciso avaliar a necessidade

PRAZER 72 | Eurobike magazine e as limitações do cliente de forma individual. A pessoa sai da sala com a agenda completa para sete dias, o que inclui os horários e locais das refeições, exercícios e tratamentos estéti- cos. Mas é claro que não será preciso decorar, pois a cada noite o roteiro do dia seguinte será levado ao quarto. Também será impossível per- der a hora, já que o spa tem três profissionais para cada cliente, e eles certamente lhe encon- trarão para lembrar da próxima atividade. Os ambientes do Kurotel têm diferenciais enor- mes, não só pela qualidade dos materiais, mas também pela modernidade dos aparelhos e a sofisticação de cada detalhe; há uma atmosfe- ra cativante, que inspira prazer e tranquilidade. Na academia, por exemplo, a entrada dos re- flexos solares pelas amplas janelas parece ser um convite à prática dos temidos exercícios físi- cos. Os recipientes refrescantes e belos de chá gelado, disponíveis em todos os ambientes, e

um cheiro de natureza, conferem aos hóspedes exercício que ache chato ou comer algo de que 73 | Eurobike magazine uma gostosa sensação de aconchego. não goste. Por falar em comida, quem disse que A equipe também se destaca: médicos, nutri- em um programa de emagrecimento se passa cionistas, fisioterapeutas, educadores físicos, fome é por que não conhece o Kurotel. Lá são psicólogos e esteticistas atuam, realmente, em sete refeições diárias, com um cardápio sofisti- conjunto, para potencializar a eficácia dos trata- cado e delicioso. Chefs internacionais elabora- mentos e tornar os resultados perceptíveis em ram os mais incríveis e saudáveis pratos para um curto espaço de tempo. Porém o que im- causar sensações em uma degustação como pressiona não é somente a qualidade dos pro- nunca antes apreciada. Entre a gama de chefs fissionais, mas a forma de tratar cada pessoa, o que assinam os pratos do spa está o renomado que se mostra um grande diferencial. Não é em Jean Paul Bondoux. qualquer lugar que você vai ser chamado pelo nome em todos os ambientes em que estiver. Para mexer o corpo há caminhadas, aulas de Sem falar na alegria transmitida no olhar e nas dança, alongamento, musculação, hidroginásti- palavras dos funcionários. Impossível estar de ca (Hidro Flutuação, Hidro Axé e Power Hidro), mau-humor sendo tão bem tratado. ginástica localizada e step. Para tranquilizar corpo e mente e promover também benefícios Isso não é mera casualidade. Tudo foi pensado à saúde há massoterapia, massagens na água para que nenhum dos tratamentos seja sacrifi- com essências, banho de extremidades (ativi- cante, mas prazeroso. Cada parte do dia tem dade com contrastes térmicos para melhorar que ser alegre. Ninguém é obrigado a fazer um a circulação) e circuito das águas, que inclui

PRAZER banho com lodo, com sal, fonte de gelo, ducha de espuma antioxidante e piscina ozonizada com jatos de água e correnteza. Isso apresen- tado de uma forma básica, porque o Kurotel conta com um centro chamado Kur Estação das Águas, voltado a tratamentos estéticos. Uma estrutura com mais de quarenta terapias corporais e faciais que o cliente pode acrescen- tar no seu tratamento como opcional, conforme seu gosto. 74 | Eurobike magazine Reconhecimento Essas distinções fazem sentido para os profis- sionais do Kurotel, pelo trabalho desenvolvido Para o médico Luis Carlos e a administradora com carinho e dedicação. Principalmente por Neusa Silveira, criadores do Kurotel, o gran- se preocuparem não só com os sete dias do de reconhecimento é a valorização vinda dos cliente no local, mas também em como será clientes. Em 2010, por exemplo, o índice de a vida dele fora de lá. É por isso que todos satisfação obtido foi de 97%. Mais importante que passam por esse spa aprendem o que que isso, é ver as pessoas saindo de lá com a estão comendo e praticando, com aulas de culi- convicção de que realmente é possível ter uma nária, palestras e dicas. Tudo para que o cliente vida com mais qualidade, constatando que o volte ao lar com seu corpo mudado e seu pen- Kurotel mudou suas vidas. samento totalmente reciclado, sabendo como aproveitar a nova vida com mais prazer e qua- É satisfatório para toda a equipe receber tam- lidade. Para desfrutar dessa oportunidade de bém a valorização de especialistas, por meio reaprender a viver e curtir muito mais tempo dos diversos prêmios já conquistados. O Kurotel ao lado de quem se gosta. é considerado por anos consecutivos, em pre- www.kurotel.com.br miações nacionais e internacionais, o melhor [email protected] spa médico do continente e está entre os 10 me- Tel.: 0800 970 9800. lhores do mundo.

75 | Eurobike magazine www.gregory.com.br I www.twitter.com/lojasgregory I lojavirtualgregory.com.br | inverno 2011

PRAZER GOSTO DO SERTÃO Um cheiro de pão, não se sabe bem do quê, surgia no ar todas as vezes que Rodrigo Oliveira, chef do Mocotó, abria aquele forno combinado high-tech, no qual se controla ponto de cocção, grau de cozimento, ajuste de tempo, temperatura e umidade. Ele dedicava um tanto do seu tempo – cada dia mais curto – para testar uma receita nova Por Luiza de Andrade | Fotos Clovis França 76 | Eurobike magazine Era sua segunda tentativa. Numa fala preços, atrai clientela da cidade inteira – e às mansa, descreveu aquela massa, de “receita vezes mais. É ali que se oferece uma cozinha tradicional de brioche” misturada à banha de do sertão nordestino, revisitada com técnicas porco, feita artesanalmente das aparas do mais apuradas do que se encontra na roça. famoso torresmo da casa, que, aliás, polvilha Ainda assim, a essência daquela culinária a massa com delicadeza. Ficou suave, macio e caseira, aconchegante e farta é rigorosamente deu vontade de repetir. Mas ainda há testes de mantida. Por isso nos faz voltar. complementos de sabor por fazer: alho, limão, alecrim. Tem mais: um atendimento carismático de garçons do bairro, que não acertam sempre no No Mocotó as coisas correm assim, com português mas descrevem os pratos com tanta leveza e simplicidade, ao som do baião de paixão que pode-se visualizar o requeijão do Luiz Gonzaga. Alojado na região norte desde Norte, a casquinha crocante do peixe de rio, o a década de 1970, na Vila Madeiros, bem coco queimado sobre o pudim de tapioca. distante do eixo gastronômico de São Paulo, o restaurante, despretensioso e com bons Para escoltar, uma infinidade de cachaças, que

podem ser escolhidas com uma mãozinha extra. salgada matura por uma noite em câmara fria e No alto, salão da cachaçaria e restau- 77 | Eurobike magazine Um dos funcionários estudou a bebida, visitou vai para um braseiro para desidratar e defumar. rante Mocotó, que teve seu embrião alambiques e hoje pinça no meio daquele tanto Depois de dourada, é embalada a vácuo e assa em uma casa do Norte na década de rótulos a “branquinha” ou “amarelinha” que por 12 horas em baixa temperatura. Resultado: de 1970 você vai gostar mais. Para acompanhar isso muito saborosa e, sem esforço, se desfaz na ou aquilo. Também dão forma a caipirinhas de boca. Acima, à esquerda, pães feitos frutas brasileiras – ou não. Aparecem umbu, de macia massa de brioche, incre- carambola, frutas vermelhas. Do cardápio, tudo salta aos olhos. Para mentados com torresmo começar, algo batizado de “dadinho de Da cozinha no subsolo, numa contínua (e tapioca”. São mesmo dadinhos. E as bolinhas Acima, à direita, carne de sol com intensa) movimentação, saem carne seca, típicas da tapioca estão ali, mas prensadas. pimenta-biquinho e o irresistível escondidinho, atolado de bode. Um pedido Uma cor tostada, num dourado atraente, escondidinho de carne seca com purê especial: a carne de sol. Feita de um (inusitado cobre a superfície e indica o que vem adiante: de mandioca, gratinado com queijo e esquecido) corte de coxão duro de um gado crocância. O que ainda não se sabe, porém, de coalho do sul da África – o bonsmara –, a carne é que na primeira mordida irá desmanchar na

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sua boca um queijo coalho, numa inesperada vale a pena. Peixes de rio também marcam Página da esquerda: O chef Rodrigo 79 | Eurobike magazine consistência cremosa. Para intensificar a presença. Asinhas de pintado levemente Oliveira em seu Engenho Mocotó, no experiência, que certamente já será motivo empanadas na tapioca servidas com maionese andar superior do restaurante, com para fazer voltar ao bairro de difícil acesso, de limão cravo e pimenta-de-cheiro; pintado no cozinha experimental e biblioteca tente combinar com o molhinho de pimenta molho de coco com tomatinho, cebola-pérola e gastronômica, voltado para o servido à mesa. Não é um mero “molhinho pimenta cambuci; e pirarucu na manteiga com desenvolvimento da equipe da casa de pimenta”. Tem sabor suave que mistura vinagrete de feijão-fradinho e mandioca cozida. picância e doçura numa textura que lembra Na reta final, a escolha fica cada vez mais No alto, carne seca desfiada, puxada na geleia – um pouco mais rala, talvez. difícil. Sorvete de rapadura ou musse de manteiga de garrafa, com cebola-roxa chocolate com cachaça? Doce de abóbora ou Num segundo passo, escolha o óbvio, um ambrosia? Fique com o pudim de tapioca. É Acima, dadinhos de tapioca com queijo escondidinho de carne seca com purê de uma combinação imperdível de texturas, com de coalho e molhinho agridoce de mandioquinha e requeijão do Norte. O prato creme delicado por baixo, depois o granulado pimenta certamente já é (mais do que) sabido, mas da tapioca e o coco integral ralado e torrado no Mocotó ganha bossa. Chega fumegante por cima, bem crocante. Na calda aparecem à mesa, coberto por uma delicada crosta de caramelo, leite de coco fresco e anis, que dá mandioquinha gratinada. Na primeira colherada um “toque picante de especiarias”. se encontra a tenra carne seca embalada num leitoso requeijão do Norte com purê aveludado Para se despedir, duas alternativas (que não do tubérculo. se anulam): cafezinho da fazenda Pessegueiro (passado no coador e adoçado com açúcar Sarapatel, dobradinha, atolado de bode podem mascavo) ou licor de cachaça feito na casa, causar certo espanto. Mas Rodrigo transformou envelhecido com fava de baunilha, que dá um essas receitas de miúdos e carnes improváveis sabor açucarado – único e inesquecível. (para nós paulistas) numa experiência que

PRAZER Achados e imperdíveis Por Patricia Miller Notebook ASUS NX 90 Com design de David Lewis, traz tecnologia desenvolvida em parce- ria com a Bang & Olufsen ICEpower®. O notebook atinge a qualidade de áudio dos sistemas surround graças à tecnologia ASUS SonicMaster. www.fnac.com.br Gift Ponta dos ganchos Câmera Leica D- Lux 5 Uma caixinha que levará ao seu presenteado Com design elegante, a Leica D-LUX 5, tem uma excelente um mar de sensações. performance óptica. Com 10 MP e sensor 1/1.63, maior do 48 3262-5000 que as compactas tradicionais, produz imagens excepcio- www.pontadosganchos.com.br nais e filma em HD. Leica Store São Paulo - Shopping Cidade Jardim (011) 3758-3609 80 | Eurobike magazine RAM’S Lamp Baccarat Omega Speedmaster Automatic Ladies Baccarat Shopping Iguatemi Relógio automático cronógrafo com mostrador em 11 3811-9556 madre-pérola, aro de diamantes e pulseira de couro. Casa Affonso Ribeirão Shopping- (16) 3602-9957 Brincos Ara Vartanian Casa Affonso Santa Ursula (16) 3607-0900 Brincos em ouro amarelo, lápis lazuli e safira incolor. www.casaaffonso.com.br www.ara.com.br

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DEVANEIO 84 | Eurobike magazine As Minhas Gerais Uma viagem de carro até Belo Horizonte e Inhotim, uma incrível mescla de museu de arte e jardim botânico, pode ser uma experiência surpreendente em todos os sentidos Por Simone Fonseca | Fotos Lalo de Almeida Belo Horizonte vista do bairro das Mangabeiras

Dia 1— São Paulo, Ribeirão Preto, Belo Horizonte O despertador tocou. O visor mostrava 4h20. Levantei depressa, dentro de uma hora deveria estar no aeroporto de Congonhas para pegar o voo para Ribeirão Preto, que partiria às 6h30. A ideia era buscar o Volvo S60, o mais novo lançamento da mon- tadora sueca, para ir até Belo Horizonte e Brumadinho, cidade onde fica o museu de Inhotim. Pontualmente, às 8h, estávamos — Lalo e eu — na porta da Eurobike. O Volvo estava sendo preparado. Enquanto isso aproveitei o tempo para olhar outros carros, folhear revistas e pesquisar o caminho no Google Maps. O melhor trajeto para chegar a BH seria pela estrada MG-050, via Passos, Formiga e Divinópolis, passando pela represa de Furnas e por seus belos cânions. Pensando nas estradas, lembrei das músicas de Minas Gerais e na hora vieram à minha memória as canções que minha mãe — legítima mineira de uma cidade à beira da tal represa — can- tarolava baixinho. Canções antigas, que falavam do homem e da terra, da vida no campo, da água e do céu, de silêncio e contem- plação. Apareceram também na lembrança o Clube da Esquina, Milton Nascimento, Skank, Pato Fu. Então pensei em sugerir um setlist para acompanhar esse relato. Ao final da matéria, vai a dica. Algumas belas músicas que nos ajudam a entrar no clima tão particular desse estado que vive entre as montanhas, com saudades do mar. Decidi acrescentar também uma outra lista: de escritores nascidos nas Minas Gerais e que ajudaram a dei- xar nossas letras mais belas, poéticas e profundas. Só para citar dois dos maiores representantes: João Guimarães Rosa, cidadão de Cordisburgo, e Carlos Drummond de Andrade, nas- cido em Itabira. Esses primeiros devaneios culturais chegaram ao fim com a notícia de que o carro estava pronto. Malas no porta-malas, computador e câmera fotográfica no banco de trás, documento, chaves e garrafinhas de água na mão, lá fomos nós pegar a estrada. Dali a 512 km estaríamos na capital mineira. A estrada estava ótima e a viagem correu tranquila. O Volvo deslizava com suavidade, silêncio e força. Pena que não dava para testar a velocidade, afinal estávamos em uma pista simples e fortemente fiscalizada, mas a tentação era grande. 85 | Eurobike magazine

DEVANEIO Entre uma conversa e outra, as paisagens da memória entra- vam pela janela. Para mim, era como que uma jornada de volta à infância, afinal, naquele trajeto eu passaria ao mesmo tempo pelas cidades da minha mãe, Guapé, e de meu pai, Divinópolis. As duas na mesma estrada. Revivi os passeios na fazenda do meu avô, as tardes passadas no terreiro de café, as conversas no alpendre com os primos, o feijão do fogão de lenha, os doces de compota, as domingueiras no Divinópolis Tênis Clube, os pri- meiros paqueras, a tristeza imensa quando tinha que voltar para São Paulo no fim das férias. Minas fica na gente. Lembro que costumava dizer “Minhas Gerais”. Cerca de três horas depois de sair de Ribeirão Preto, chegamos perto do lago de Furnas, região também conhecida como Mar de Minas, talvez um jeito que o mineiro encontrou de batizar sua ausência de oceano. Esse mar mineiro é famoso por cânions e cachoeiras e pelas águas de um azul nítido, vivo. Estávamos com uma certa fome e paramos em um empório simpático, perto da cidade de Capitólio, chamado Empório do Lago, onde comemos um pão de queijo delicioso. Descobrimos que eles têm uma pousada e que, nos fins de semana, levam os hós- pedes para passear nos cânions em uma escuna. Dica anotada para uma próxima ocasião. Saindo de lá, continuamos nosso trajeto, encantados com a beleza do lago e a sinuosidade dos cânions. Realmente é uma surpresa, um lugar tão perto de São Paulo e tão pouco conheci- do. Dali até Belo Horizonte foi um pulo. A estrada estava melhor do que esperávamos e as chuvas de janeiro não causaram tanto estrago no asfalto. Chegamos já de noitinha. Fiquei assombrada com o crescimento da cidade, o último censo contou aproxi- madamente 2,4 milhões de habitantes para essa que é a sexta maior cidade brasileira. Realmente é uma diferença notável para a Beagá da minha adolescência. 86 | Eurobike magazine Fomos direto para o hotel. Escolhemos o Ouro Minas Palace, trazem os traços que seriam precursores do projeto de Brasília. um cinco estrelas super confortável. Tomamos banho, jantamos e fomos dormir. Quando apaguei a luz, o relógio marcava 10h02. Faz parte do conjunto: a Casa do Baile, o Iate Tênis Clube, o Museu de Arte (antigo Cassino) e a Igreja de São Francisco de Dia 2 – Pampulha, praça da Liberdade, Savassi, Lourdes Assis. Só essas obras já valeriam a visita pela cidade. Monu- Amanheceu um lindo dia de sol. Nosso primeiro destino seria a mentos de uma rara ousadia de formas que, de tão modernos, é lagoa da Pampulha para visitar o importante conjunto arquitetôni- incrível pensar que já sejam sexagenários. co projetado por Oscar Niemeyer, nos anos 1940, a pedido do então prefeito da cidade, Juscelino Kubistchek. Consideradas obras-referência da carreira do arquiteto carioca, as construções

Imagem ícone de Belo Horizonte, a Igreja de São Francisco de belo-horizontina. Jornalistas da época chamaram a atenção 87 | Eurobike magazine Assis ou Igrejinha, como é chamada, é uma relíquia da nossa para a forma da igreja refletida na lagoa: disseram que ela lem- história. No projeto da capela, Oscar Niemeyer inovou em ex- brava a foice e o martelo, símbolos do comunismo, movimento perimentos com concreto armado, abandonando a tradicional político ao qual Niemeyer sempre esteve vinculado. fórmula “laje sob pilotis”, e criou uma abóbada parabólica, que funcionaria ao mesmo tempo como estrutura e fechamento. O interior da Igreja abriga a Via Sacra, constituída por 14 painéis Quando ficou pronta, causou um rebuliço e tanto na sociedade do artista paulista Cândido Portinari, considerada uma de suas

DEVANEIO Página anterior: Igreja de São Francisco de Assis às margens da lagoa da Pam- pulha em Belo Horizonte, projetada por Oscar Niemeyer e coberta com painéis de Candido Portinari Acima, Museu de Arte Página da direita, praça da Liberdade, no centro de Belo Horizonte 88 | Eurobike magazine

obras mais significativas. Nas laterais, um painel de azulejos, de danças e audições musicais e, em 1957, finalmente se trans- também assinados por Portinari, retrata cenas da vida de São formou em museu. Com imensos salões envidraçados, abriga Francisco. Os jardins foram projetados por Roberto Burle Marx. uma coleção de arte moderna e contemporânea com mais de mil obras. Seus jardins, também projetados por Burle Marx, são Inaugurada em 1943, só foi consagrada em 1959, quando Jus- uma atração à parte. celino Kubitschek já era presidente. Ficou 16 anos no ostracis- mo, relegada pela conservadora comunidade católica da época, Quando deixamos o museu demos uma volta de Volvo por toda que não aceitava uma igreja com tantas sinuosidades, nem um a lagoa para contemplar a Casa de Baile e o Iate Clube. Vale a São Francisco retratado com tanta liberdade. pena o passeio. Entre a contemplação das imagens de Portinari e das formas Já estava na hora do almoço. Havíamos pesquisado os me- 89 | Eurobike magazine de Niemeyer, o tempo foi passando, e o sol estava forte quan- lhores restaurantes de BH e nos decidimos pelo Xapuri, eleito do deixamos a igreja para visitar outra joia, o Museu de Arte por publicações especializadas como um dos melhores restau- da Pampulha. Originalmente concebido para ser um cassino, rantes de comida mineira do Brasil. Fica ali na Pampulha. encerrou suas atividades em 1946, quando o jogo passou a ser proibido no Brasil. Durante uma década foi utilizado como casa O lugar é espaçoso, confortável e possui vários ambientes. Em

DEVANEIO um deles, algumas redes convidam a um descanso depois da refeição. O Xapuri chama a atenção pela movimentação nos salões, pela frequência de famílias, executivos e visitantes de negócios da cidade e o cheiro irresistível que sai das panelas de ferro. Folheando o cardápio extenso, com várias opções de dar água na boca, nos decidimos por um clássico: frango com quiabo. De entrada, uma linguiça da casa. Para beber, apesar dos fortes apelos da caipirinha, resolvemos ficar no suco de limão, afinal, a tarde nos esperava com mais encantos para ser descobertos. 90 | Eurobike magazine Em poucos minutos chegou a linguiça, muito saborosa, por si- nal. Em seguida o prato principal, que veio na própria panela de ferro, acompanhado de couve crocante, banana assada super sequinha, arroz e feijão delicioso. Um sabor de fazenda com um toque contemporâneo. Fazendo uma analogia, era como se al- guém levasse um chef moderno para uma cozinha de fazenda. Para finalizar a experiência gastronômica, um pequeno “pot- pourri” de delícias açucaradas. Nossa escolha foi por quindim, compota de limão, de mamão e o indispensável e inigualável doce de leite! A chef Nelsa Trombino acompanha de perto o trabalho dos co- Acima, restaurante Xapuri, em Belo Horizonte zinheiros e garante uma qualidade excepcional aos pratos. Não é à toa que é um restaurante tão reconhecido pelos críticos e atrai celebridades de todo Brasil. No mural de fotos, pode se ver uma porção de famosos.

Depois do almoço, apesar da vontade de nos esticarmos na rede, levantamos e fomos em direção à praça da Liberdade e aos bairros de Savassi e Lourdes, que concentram lojinhas e botecos super badalados. Nossa ideia era visitar as marcas de moda mais bacanas de Minas Gerais. A primeira que vem à cabeça é sempre Ronaldo Fraga, marca Acima, loja do estilista mineiro Ronaldo Fraga, em Belo Horizonte de um dos estilistas mais criativos de nosso país, que faz suas coleções a partir de inspirações super brasileiras, como a poe- sia de Carlos Drummond, a música de Lupicínio Rodrigues ou a vida da estilista Zuzu Angel. Suas roupas são um caleidoscópio de cores e criatividade. E sua loja em Belo Horizonte é referên- cia estética e conceitual. Um espaço harmonioso, convidativo, decorado com objetos lúdicos. No meio da loja, vários balan- ços de madeira e corda caem do teto. Para completar a boa experiência, as funcionárias são super delicadas e atenciosas, sempre prontas para ajudar. Nada parecido com algumas ven- dedoras de cara fechada que encontramos por aí. Depois do Fraga fomos andando a pé até a Coven, outra marca 91 | Eurobike magazine mineira do primeiro escalão fashion, cuja loja fica em Lourdes, bairro vizinho da Savassi. Pelo caminho, passamos por alguns cafés charmosos que abrigam pequenas livrarias e notamos o movimento típico dos bairros residenciais, com as crianças e jovens saindo das escolas, homens e mulheres voltando para casa, levando o pãozinho para o lanche. Em alguns momentos nos perdemos e pedimos informações.

DEVANEIO 92 | Eurobike magazine Invariavelmente solícitos e simpáticos, os mineiros têm sempre um sorriso nos olhos e uma prosa na ponta da língua. Depois de visitar a Coven e conhecer outra bela experiência de marca, essa mais moderna e “séria”, já era final de tarde e um programa imperdível era ir até o parque das Mangabeiras para ver a cidade do alto. Vimos uma cidade imensa, que nasceu inteiramente projetada, cresceu nem tão projetada assim, e é ladeada pela imponente serra do Curral, parte da cordilheira do Espinhaço. Quando o sol se pôs, pegamos o Volvo, abrimos o teto solar e fomos para o hotel, olhando as estrelas no céu e ouvindo as músicas de uma boa rádio de Beagá, chamada Rádio Guarani, com um repertório de super bom gosto. Quando deitei para dormir, o relógio marcava 10h48. No dia se- guinte, pegaríamos estrada novamente. Dia 3 – Belo Horizonte, Brumadinho, Inhotim Inhotim fica em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte, cida- dezinha de 30 e poucos mil habitantes. Um lugar perdido no meio do mapa e que abriga um dos maiores fenômenos culturais da última década: o Instituto Cultural Inhotim, mescla de museu de arte e jardim botânico. A história é a seguinte. Nos anos 1980, o proeminente em- presário da mineração chamado Bernardo Paz teve o sonho de fazer um museu a céu aberto. Ele já morava por ali e era proprietário de uma parte dos 200 hectares que possui hoje. Quando ficou sabendo que as áreas vizinhas estavam para ser incorporadas e transformadas em empreendimentos imobiliári- os, passou a adquirir as terras. Do total que possui atualmente, 100 hectares são reservados ao instituto, a outra metade é uma reserva particular, com florestas totalmente preservadas, onde fica a sua casa. Colocando sob outro ponto de vista, é como se Inhotim fosse o jardim da residência de Paz. Bernardo insistiu no sonho e no investimento — calcula-se que já aplicou mais de US$ 240 milhões na obra — e, em 2006, abriu as portas para o público. Dizem que a inauguração para os con- vidados foi um “boca-livre” antológico, com dois aviões fretados exclusivamente para o ir-e-vir dos convivas. E de lá para cá, Inhotim só ganha magnitude e fama. Atualmente recebe cerca de 30 mil visitantes por mês, muitos mineiros, paulistas, cario-

cas e, cada vez mais, estrangeiros franceses, alemães, ingle- Página da esquerda, entrada do ses, americanos. Instituto Inhotim, em Brumadinho Uma das principais estratégias adotadas pelo museu para Abaixo, Sons da Terra, obra do artista ampliar seu acervo é oferecer aos artistas a oportunidade de Doug Aitken criar obras que dialogam com o lugar, além de, naturalmente, comprar obras já prontas e contratar arquitetos para criar cons- Acima, Galeria Adriana Varejão truções para exibi-las de forma permanente. Os curadores do instituto têm colecionado artistas das novas gerações, reunindo conjuntos significativos de suas obras. Muitos dos nomes con- temporâneos mais importantes estão lá: Tunga, Cildo Meireles, Adriana Varejão, Miguel Rio Branco, Hélio Oiticica, Janet Car- diff & George Bures Miller, Rivane Neuenschwander, Valeska Soares, Doug Aitken. O lugar é exuberante em todos os sentidos. Atualmente são 17 93 | Eurobike magazine pavilhões dedicados à arte contemporânea produzida a partir dos anos 1960, entremeados por lagos e diversas coleções de plantas, entre as quais se destacam as orquídeas, com 350 indi- víduos de diferentes espécies, as de pata-de-elefante e uma das maiores coleções de palmeiras do mundo, com mais de 1.400 espécies. Além das maravilhas botânicas, as galerias são surpreendentes. Uma das que mais me impressionaram foi a Galeria dos Sons

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DEVANEIO da Terra, espaço redondo, no alto de um pequeno morro, onde o Galeria Cosmococa artista Doug Aitken fez um buraco de 20 metros de profundidade 96 | Eurobike magazine em direção ao centro da terra. Lá embaixo, instalou microfones que captam 24 horas por dia os sons que a terra faz. Eles vêm para cima amplificados em caixas de alto volume. A impressão que dá é que a Terra fala, tamanha a variedade dos barulhos que vêm de suas entranhas. Julio Verne adoraria a experiência. Vi também fotografias, instalações, uma sala com piscina onde se pode mergulhar, uma obra que é um quarto inteirinho ver- melho, com sofá, quadros, geladeira, ventilador, tapete, cadeira,

Galeria Cildo Meireles móveis, todos vermelhos. Um projeto composto de um imenso trator que veio de Salvador, Bahia, diretamente para Brumadi- nho. Outra que são imensas estacas de ferro que foram er- 97 | Eurobike magazine guidas por guindastes e jogadas no solo, do jeito que caíram, ficaram. Essa é a arte. Depois de um dia inteiro, percorrendo galerias, jardins e lagos, a experiência me fez entender que mesmo que uma pessoa não goste particularmente de arte contemporânea, a visita a Inhotim se torna inesquecível. Pelo conjunto da obra; pela beleza, gran- diosidade e limpeza do lugar; pelos três restaurantes que têm

98 | Eurobike magazine DEVANEIO Obra de Hélio Oiticica

Obra do artista Matthew Barney 99 | Eurobike magazine

DEVANEIO 100 | Eurobike magazine por lá e que oferecem uma comida deliciosa e um atendimento impecável; pela simpatia dos monitores — todos jovens da co- munidade de Brumadinho —, pelo profissionalismo de seus ges- tores, pelos jardins, por Burle Marx, que ajudou a orquestrá-los, pela dedicação e persistência de Bernardo Paz. Um lugar como poucos no mundo e, certamente, único no Brasil. Bem ali, em meio às montanhas das Minhas Gerais. Quando saímos de Inhotim, fomos diretos para o Hotel Fazenda Horizonte Belo, onde nos hospedamos. Terminei o dia olhando para as belas montanhas vizinhas. Fui dormir às 11h30.


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