na direção, fugir do stress do dia-a-dia, e, é 51 | Eurobike magazine claro, experimentar um pouco da adrenalina de pilotar um carro de corrida. A escola de pilotagem da Eurobike surgiu no ano passado, mas foi neste ano que tomou ares mais concretos, com cronograma plane- jado e cursos mais frequentes. De acordo com o gestor comercial da Eurobike de Porto Alegre, Fábio Bernardes, em 2010 o curso formou cem pilotos, em capacitações dividas por quatro níveis. “Não existe nenhuma escola de pilota- gem com a estrutura como a da Eurobike no Brasil”, pontua ele. Marcelo Casagrande, empresário do ramo de telecomunicações em Porto Alegre, conhece bem a qualidade da escola de pilotagem. Isso
EMOÇÃO 52 | Eurobike magazine porque já está em seu quarto curso e não pretende parar por sobre as atitudes corretas na pista. Com calma e segurança, ele aí. “É uma fonte para desestressar e testar os próprios limites”, passa a técnica desenvolvida ao longo dos anos de experiência explica ele. Os amigos de Juiz de Fora, Ângelo Navarro e José aos ainda inexperientes pilotos. Cláudio Braga, ambos empresários, compartilham da mesma opinião de Casagrande. Em seu primeiro curso de pilotagem, os No curso, os alunos têm a oportunidade de pilotar um Volvo mineiros atestaram que disciplina, autocontrole e equilíbrio são C30, do mesmo modelo que participa de competições de corrida essenciais na direção. oficiais. Durante as aulas, uma regulagem é feita para que ele chegue até os 150 km/h, mas a velocidade do carro pode atingir Mesmo com a técnica aprendida, nos momentos que antecedem os 260 km/h. Ao final da capacitação, eles são submetidos a a entrada no carro o nervosismo e a ansiedade são quase inevi- uma avaliação prática, onde é verificado se o aluno está ou não táveis. E é aí que entra a experiência dos instrutores Airton Dinel, apto a obter uma chancela para ter sua carteira de piloto junto Ricardo Landi, Carlinhos de Andrade e o filho Tiel de Andrade. à federação. Para o próximo ano, Fábio Bernardes projeta um Carlinhos convive com o mundo automobilístico desde 1975 e é crescimento significativo para o curso, devido à mudança de lo- um dos professores mais experientes. Ele explica que o grande cal, para o Velopark, em Nova Santa Rita, e à abertura de novas desafio de pilotar é controlar a emoção, de modo que ela não modalidades, como o Racing for Family, onde todos os membros ultrapasse a concentração do piloto e os princípios de segurança da família vão se unir pelo amor ao automobilismo. do carro. O tempo todo Carlinhos é questionado pelos alunos
53 | Eurobike magazine
54 | Eurobike magazine EMOÇÃO
ASAS DA MEMÓRIA Eurobike leva seus clientes para um passeio no belo Museu TAM, em São Carlos, SP, no 1º Eurobike Air Trip Por Patrícia Cornils | Fotos Kriz Knack Tudo começou com um avião abandonado no meio de um ca- pinzal, um Cessna 195 B. Era 1981, João Francisco Amaro ad- ministrava a ORA-Táxi Aéreo, em Cuiabá, e todos os dias via o monomotor, com a porta aberta balançando ao vento, a se acabar. “Era uma situação indigna para um avião tão bonito e charmoso”, escreve ele. Convenceu o administrador do aero- porto a leiloar o avião e decidiu reformá-lo. Foi o primeiro de um acervo que hoje tem 72 aviões restaurados, dos quais cerca de 40% estão em condições de voo, no Museu TAM. 55 | Eurobike magazine
EMOÇÃO 56 | Eurobike magazine Ouvir a história dessas aeronaves — e observá- 2008, foi fechado ao público e passou por uma las no museu — é quase como voar. Está lá um reforma em que teve sua área ampliada de 9,5 Neiva L 42 Regente, da empresa brasileira Nei- mil metros quadrados para os atuais 22 mil. O va, que voou pela primeira vez em 1967 e foi acervo foi ampliado e deve continuar crescen- o primeiro avião fabricado em série no Brasil. do nos próximos anos. Isso porque há, no pátio A Indústria Aeronáutica Neiva, comprada pela em frente a um dos hangares do museu, vinte Embraer em 2006, foi a primeira empresa no modelos que ainda vão passar por restauração. mundo a fabricar um avião movido a etanol, em Muitos desses aviões não têm mais projetos 2005. ou plantas. Há um Focke Wulf Stieglitz, bom- bardeio da Segunda Guerra Mundial, cujos Está lá também o primeiro avião projetado por manuais só existem na Inglaterra, no Museu uma mulher, Cassel de Hibs, e vendido em for- Aeronáutico de Shuttleworth. Há aeronaves ma de kit por iniciativa de outra, Lilian Holden. que demoram quatro anos até serem paciente- O American Flea Ship é uma aeronave minús- mente restauradas. É o caso do Miles M.2H cula, voou pela primeira vez em 1935, pesa 188 Hawk, da década de 1930. Existem apenas quilos, tem um comprimento de 4,9 metros e seis aeronaves desse modelo no mundo e a uma envergadura de 7 metros. Também está lá que está em São Carlos é a única ainda capaz o mais antigo avião em condições de voo que de voar. Algumas aeronaves vieram para o mu- há no Brasil, um Curtiss-Robin C2 fabricado em seu voando, como o Supermarine Spitfire Mk 1928. IX, caça britânico que era o único, na Segunda Guerra, capaz de superar os caças alemães. O Museu TAM foi inaugurado em 2006, dez Outras chegaram desmontadas, como o Lock- anos depois de os irmãos João Francisco e heed L-049 Constellation que, depois de ficar Rolim Amaro começarem a comprar e restau- abandonado por 34 anos no Paraguai, viajou rar aviões, simplesmente por paixão. Na época, para o Brasil desmontado e em seis carretas. tinha cerca de trinta modelos restaurados. Em
Na página da esquerda, réplica do 14 Bis de Santos 57 | Eurobike magazine Dumont Abaixo, o monoplano São Paulo e o caça a jato Goster Meteor, o primeiro jato da FAB Para preparar as aeronaves a serem expostas a partir da segunda inauguração do museu, em junho, 23 pessoas, entre mecânicos, pin- tores, chapeadores e estagiários de escolas de aviação, trabalharam na oficina do museu. O responsável pela oficina, José Hass de Aze- vedo Jr., é outro aficcionado por aeronaves. Aprendeu com o pai, que há trinta anos tem uma oficina de reparo e manutenção de aviões em Americana. “Meu pai era piloto, brevetou e voou a vida inteira”, ele conta. “Quando eu ain- da era criança, abriu a oficina. Aprendi lá”, diz ele, que antes de trabalhar no museu passou quinze anos em empresas de construção e re- construção de aeronaves. Hoje cerca de dez pessoas trabalham na ofi- cina, que faz parte do complexo do museu. Há uma sessão de dioramas, onde se pode ver uma do Cessna 140 que em 1960 pousou na floresta amazônica boliviana com o piloto Mil- ton Terra Verdi e seu cunhado, Antonio Augusto Gonçalves. Eles ficaram à espera do socorro, que chegou quatro meses depois. Verdi sobre- viveu setenta dias e escreveu um diário, que se tornou um livro: Diário da morte – a tragédia
58 | Eurobike magazine EMOÇÃO
do Cessna 140, de Walter Dias. A aeronave foi recuperada em 2000. Na página da esquerda, o motor do Cessna 195B O Museu TAM conta com um auditório para pa- 59 | Eurobike magazine lestras, conferências e eventos culturais, uma Nesta página, no alto, à esquerda, o Cessna 140 da aviadora brasileira Ada área para receber os visitantes, lanchonete, Rogato, repleto de mensagens escritas deixadas por pessoas por onde ela pas- uma área de turbinas (onde se explica o fun- sou; à direita, o caça britânico Supermarine Spitfire. cionamento dos equipamentos que impul- No centro, à esquerda, o Gloster Meteor; à direita, o Jahu, hidroavião brasileiro sionam os grandes jatos), espaço moda (que que atravessou o Atlântico mostra a evolução dos uniformes de compa- Acima, o P47 Thunderbolt da FAB nhias aéreas do mundo todo) e o espaço Rolim (que conta a história e a trajetória da TAM e de seu fundador, o comandante Rolim Amaro). Museu TAM. Rodovia SP 318, km 249,5, São Carlos, tel.: (16) 3306-2020. Quarta a domingo, 10h às 16h (a bilheteria fecha uma hora antes). R$ 25,00. Grátis para crianças de até 6 anos e pessoas com mais de 60. Estacionamento grátis. www.museutam.com.br
EMOÇÃO Air Trippers Clientes Eurobike partiram de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto com seus carros e motos rumo a São Carlos, para o tour pelo Museu da TAM. Após a visita todos se reuniram para um almoço no Dahma Golf Clube 60 | Eurobike magazine 1 4 5 2 6 3 1 Aledson Alves Pereira e familia, 2 Ricardo Castanhari, seus filhos e Paulo Roberto de Carvalho, da Eurobike, 3 Luiz Carlos de Mello e Edilaine Martins de Mello, 4 José Teixeira de Mello e Tereza Lucas Teixeira de Mello, 5 José Luiz Johnson e familia, 6 Valdir Fedrizzi e Ana Rosa Corrente
61 | Eurobike magazine
EMOÇÃO 500 KM DE INTERLAGOS Fotos Kriz Knack 62 | Eurobike magazine
Os 500 Km de Interlagos, 53 anos de história: uma 63 | Eurobike magazine das mais tradicionais provas de longa duração do automobilismo nacional
EMOÇÃO 64 | Eurobike magazine Carros de rua preparados, protótipos e superesporti- vos em suas versões de competição. A variedade de modelos torna o campeonato de Endurance bonito de se ver
Carro e piloto não são os únicos fatores importantes. 65 | Eurobike magazine Uma parada nos boxes consome segundos essen- ciais durante a prova. Nesse momento, uma equipe rápida é tudo
66 | Eurobike magazine EMOÇÃO
1957: 3h46m37,2s 67 | Eurobike magazine 2010: 3h15m31s Mais tecnológica, mais segura e mais rápida a cada ano
68 | Eurobike magazineprazerprazerprazerprazerprazerprazer prazerprazerprazerprazerprazerprazerprazer prazerprazerprazerprazerprazerprazerprazerp prazerprazerprazerprazerprazerprazerprazer p prazerprazerprazerprazerprazerprazer prazerprazerprazerprazerprazerprazerprazerp prazerprazerprazerprazerprazerprazerprazer p prazerprazerprazerprazerprazerprazer
extrair beleza de69 | Eurobike magazine dentro da terra, do grama de ouro à imensidão do deserto prazerprazerprazer prazerprazerprazerprazerprazerprazerprazer prazerprazerprazer prazerprazerprazerprazerprazerprazerprazer
70 | Eurobike magazine PRAZER
DESERTO VIBRANTE 71 | Eurobike magazine Cinco dias de intensa convivência com o deserto mais seco e mais alto do planeta, com o onipresente vulcão Licancabur ao fundo, Atacama é uma experiência sensorial Por Heloisa Vasconcellos | Fotos Lalo de Almeida
PRAZER Acima: vulcão Licancabur visto do bar do hotel Tierra Atacama O destino é Calama, Chile, a partir de Santiago; de lá para San Pedro de Atacama, a uma hora de carro, com hospedagem no Página da direita: hotel Tierra Atacama refletido nas águas da Tierra Atacama — um charmoso e inusitado hotel spa. piscina externa Visitar o deserto de Atacama é uma experiência quase 72 | Eurobike magazine obrigatória: tudo é tão intenso, vibrante e surpreendente que não se pode chamar de turismo convencional. Todo mundo deveria ir ao menos uma vez. Localizado no norte do Chile, entre o oceano Pacífico e a cordilheira dos Andes, o deserto reúne exuberantes e diferentes características geológicas como lagoas salgadas, cordilheira de sal, vulcões, gêiseres, salares, dunas de areia e lagoas altiplânicas. Entre outras vilas pré-cordilheiranas, abriga a pequena San Pedro de Atacama, a 2.438 m de altitude, onde todas as construções são feitas de adobe — tipo de barro que mantém a temperatura estável tanto no frio (e faz muito frio) como no calor (que também pode ser muito intenso). Vale da Morte: não se sabe ao certo se o nome se deve à escassez de vida — flora e fauna — no local, aos antigos aventureiros que de lá não voltaram ou aos costumes dos povos
atacamenhos de levar seus doentes terminais ao vale para lá são águas termais que descem da cordilheira dos Andes de 73 | Eurobike magazine esperarem a morte. O fato é que escavações arqueológicas já forma subterrânea e desembocam em oito poços naturais, em encontraram muitas múmias na região, hoje expostas no Museu um declive repleto de vegetação. de San Pedro. Mas o que importa mesmo é que esse vale, com dois quilômetros de extensão, que faz parte da cordilheira do Curioso é que, quanto maior a altitude em que se encontra o Sal, é de uma intrigante beleza. Imperdível o passeio por entre poço, maior a temperatura da água (que chega a 30ºC). À medida os estreitos cânions esculpidos pelo vento por milhares de anos. que os poços se localizam em áreas mais baixas, a temperatura cai — cerca de um grau a cada poço. Os hotéis mais luxuosos Depois de atravessar os cânions, chegar nas termas de Puritana: estão perto do poço mais quentinho... Fundamental: mergulho e
PRAZER piquenique com um bom vinho. Cavalgar no vale da Lua: grandes dunas de areia com vista 74 | Eurobike magazine para o vale todo rendado de branco e marrom, resultado da mistura entre sal e terra, que remete à paisagem lunar. Faz parte da Reserva Nacional Los Flamencos e também pertence à cordilheira do Sal. Os peludos cavalos atacamenhos “adoram” as dunas; ao avistá- las, saem em disparada, o que torna o passeio bem divertido. O melhor é que os guias permitem o galope, o que é raro em passeios turísticos. No fim da tarde, a hora mais bonita, além das cores intensas, o pôr-do-sol produz sombras belíssimas. O deserto tem essa característica, a mudança de cor ao longo do dia. As diferentes inclinações da luz do sol refletem de diferentes formas a grande variedade de minerais. Passeio de bike até a laguna Cejar: a partir do hotel, uma hora e meia pedalando sob o sol gostoso de inverno. Céu azul de doer a vista; raramente chove, vez ou outra no verão. Chegando lá, surpresa... uma mesa posta com uvas, frutas secas, vinho e muito charme. É o luxo no deserto. Cejar é uma lagoa com alta concentração de sal, por isso, ao nadar nela, é impossível afundar. À noite, sim, afundar na piscina quente do hotel e depois uma massagem. Afinal, estamos em um spa! Para quem não teme o frio, um observatório com telescópio, no meio do nada e ao ar livre, mostra o céu mais bonito do mundo. Mas é preciso coragem: a temperatura oscila entre zero e cinco graus negativos. Imprescindível acordar um dia às 4h30 da manhã para ver os gêiseres: impressionante manifestação geológica de vulcanismo que nos faz lembrar que a Terra é um organismo vivo. A água subterrânea que se encontra nas fissuras, cavidades e lençóis freáticos, em contato com rochas e lava vulcânica de elevada temperatura, vai aquecendo gradualmente. A elevada pressão faz aumentar seu ponto de ebulição e, quando a temperatura da água atinge um ponto crítico, entra rapidamente em ebulição subindo de forma violenta, em forma de jatos que podem atingir cerca de dez metros de altura e temperaturas de 70 a 100°C. Um espetáculo. É preciso chegar antes do sol, pois assim que os primeiros raios começam a esquentar o ambiente, a “fumaça” — resultado do contato com o ar frio da manhã — deixa de ser visível. A temperatura antes do sol nascer, em julho, fica em torno de 16ºC negativos. Ao nascer do sol, os guias preparam ali mesmo o café da manhã com chocolate quente, cuja garrafa é aquecida no próprio gêiser, tal qual uma boca de fogareiro, chás, inclusive de coca, pães e salmão. Para os mais experientes em altitude e preparo físico, há vários vulcões nessa área que podem ser explorados.
Página da esquerda, no alto: montanhas da cordilheira de Sal 75 | Eurobike magazine No centro: Nina e a amiga Manuela descem correndo as dunas do Vale da Morte Em baixo: Nina fotografa no Vale da Morte Acima: Nina, Vera e amigos nadam em uma das piscinas naturais das termas de Puritana
PRAZER Acima: cavalgada pelas dunas da cordilheira de Sal À direita, no alto: Nadia pedala pelas ruas de areia de San Pedro de Atacama Abaixo: aperitivo servido nas termas de Puritana pelos guias do Tierra Atacama 76 | Eurobike magazine
Em uma tarde, um passeio de bike a San Pedro de Atacama, — o Licancabur vai se apagando de baixo pra cima. Totalmente 77 | Eurobike magazine monocromático em terracota. vermelho com o sol mais alto, vai perdendo a cor à medida que os raios deixam de incidir na base. Dá pra querer mais alguma Programa descolado: tomar um vinho ao redor da fogueira coisa? no pátio de um dos restaurantes de San Pedro. Eles não têm telhado porque não precisam! A comida não é lá essas coisas, Lagunas altiplânicas: a 4.600 m, são lagoas formadas pela mas o ritual compensa. erupção de um vulcão há milhares de anos. O contraste da vegetação amarelada com o azul intenso das lagoas é incrível. A No pueblo se vendem excelentes mantas de alpaca, agasalhos, trilha é muito bem demarcada porque corta a Reserva Nacional tecidos para decoração — tudo 100% natural. Los Flamencos, de ecossistema extremamente delicado. Essa área é rota de aves migratórias, que fazem parada nas lagunas, Happy hour no hotel: pisco sour e empanadas com cineminha principalmente os flamingos.
78 | Eurobike magazine PRAZER
79 | Eurobike magazine
PRAZER Página anterior: vicuñas caminham pelas margens cobertas de sal da Laguna Miñiques, a mais de 4 mil metros de altitude Acima: turistas posam para foto nos Geisers del Taito Página da direita: pôr-do-sol no Salar de Atacama 80 | Eurobike magazine
É um deserto realmente vibrante. São três vulcões ativos, 81 | Eurobike magazine terremotos frequentes — aos quais ninguém dá importância, tal a harmonia geológica —, cenários que mudam de cor, vapores saindo das entranhas da terra, tempestades de areia: tudo em movimento. Parece a terra se formando. Só faltaram os dinossauros!
PRAZER Joalheria de raiz brasileira O que uma música tem a ver com um anel? Colar combina com cocar? Um brinco pode interpretar um movimento de dança? E uma cadeira inspira uma pulseira? Por Simone Fonseca | Fotos Arquivo H. Stern 82 | Eurobike magazine
Hans Stern, e atual presidente da empresa, quando assumiu o negócio do pai, nos anos 1990; decidiu fazer o que sempre quis: uma joalheria de design que traduzisse de forma contemporânea os conteúdos e movimentos das artes, arquitetura, moda e cultura. Nesse repertório conceitual, as expressões brasileiras foram ganhando cada vez mais força, por sua criatividade e originalidade. Caso dos irmãos Fernando e Humberto Campana, designers de móveis e objetos que foram escolhidos justamente pelo caráter inovador pelo qual utilizam materiais simples para criar suas obras. “A ideia foi interpretar em joias a simplicidade criativa dos Campana. Assim, nasceram peças que reproduzem a forma do papelão, das antigas portas pantográficas de aço e até dos ralos de banheiro”, conta Christian Hallot, embaixador da HStern. As joias da coleção foram criadas em parceria com os designers e projetadas à exaustão por uma equipe de ourives. Em uma viagem para o Alto Xingu, no início dos anos 1990, “Muitas vezes, a primeira joia de uma nova coleção leva meses Roberto Stern se encantou com a estética indígena expressa nas a ser desenvolvida, devido às dificuldades técnicas encontradas pinturas corporais e nos objetos. Fascinado com os colares de pelos artesãos para interpretar o desenho concebido pelos sementes para atrair boa fortuna, os sons dos chocalhos, a beleza criadores. Como fazer os furinhos de um ralo em um pequeno dos cocares e as crenças nos botoques — esferas de madeiras brinco de ouro? Como tornar uma peça grande leve e confortável que os índios usam nas orelhas para ampliar percepções —, para quem usa? Estas são respostas que os artesãos joalheiros foi transformando suas experiências em inspirações. E, de volta vão descobrindo ao longo do processo, sempre sob a supervisão ao trabalho, reuniu sua equipe de designers e, juntos, criaram dos criadores, até que se chegue à joia ideal”, conta Hallot. os esboços da Purãngaw (beleza, em tupi-guarani), a primeira coleção de joias da HStern criada a partir de um elemento da cultura brasileira. Dividida em três linhas mestras: Espíritos do Ar, do Céu e da Terra, as joias reproduziam os chocalhos e folhas em ouro, traziam botoques de diamantes e pendentes de pau- de-chuva. Foi uma inovação na história da joalheria brasileira, até então voltada principalmente para as referências do outro lado do Atlântico. Das tradições indígenas, a HStern passou para a música e criou 83 | Eurobike magazine em parceria com compositor baiano Carlinhos Brown a coleção Miscigens, com quatro linhas de joias. Para batizá-las, o músico escolheu nomes de suas canções — Latinha, Aruanda, Magano e Indiado. As peças tinham design inovador, como exemplo, um anel articulado, que envolve quase todo o indicador, mas sem comprometer o movimento do dedo e da mão. Justamente por isso, é perfeito para percussionistas usarem durante suas apresentações. Um ano e meio e 65 joias de design A história de ter o Brasil como fonte para suas criações começou a crescer para Roberto Stern, filho do fundador da joalheria,
PRAZER No caso dos irmãos Campana a empreitada durou um ano e meio, mas a espera deu belos frutos: uma coleção de 65 peças, incluindo um colar de cordas de ouro branco com 2.538 diamantes incrustados e uma estola com 80 mil fios de ouro finíssimos, cada um com 6 centímetros de comprimento. Se todos fossem emendados, a extensão seria de cinco quilômetros. Além dessas peças únicas e icônicas, a base do resto da coleção foi o mobiliário da dupla. Brincos e colares inspirados em suas luminárias ganharam microlâmpadas internas, os ralos que compõem a famosa mesa dos designers foram miniaturizados e se transformaram em pulseiras e anéis. O movimento das joias “As joias da coleção Grupo Corpo têm, a meu ver, um desenho Quando chegou a notícia de que o próximo tema de coleção extremamente contemporâneo. Para mim, a obra não se encerra seria o Grupo Corpo, os designers da HStern reuniram fotos em si mesma: é sempre alguma coisa apontando para outra. e vídeos, foram assistir aos espetáculos e entrevistaram Não é óbvia. É preciso que se olhe várias vezes para que ela coreógrafos e bailarinos. A intenção era entender o espírito da seja percebida em todos os seus detalhes e nuances. E, para dança, mergulhar nas nuances dos movimentos, nas formas mim, esta coleção exige este olhar,” afima Paulo Pederneiras, e contornos dos corpos. Após meses de traços e desenhos, fundador do Grupo Corpo. chegaram a um conjunto de 63 peças divididas em dez linhas. Cada uma com o nome de um dos espetáculos da companhia, como Pas de Deux, Ongotô e Nazareth. São joias formadas por finíssimas lâminas de ouro com acabamentos acetinados que remetem à textura da pele humana. Considerado um dos melhores grupos de dança contemporânea internacional, o Corpo nasceu em Belo Horizonte, em 1975, e mostra o valor e riqueza da dança contemporânea, com raízes brasileiríssimas. E ao olharmos para um brinco ou anel que nasceram inspirados em suas coreografias, podemos responder que, sim, um brinco pode muito bem ser capaz de interpretar um movimento de dança. 84 | Eurobike magazine
Do projeto à entrega das chaves. 85 | Eurobike magazine Excelência em custos, prazos e qualidade. Utilizando materiais de qualidade e mão de obra altamente qualificada, a CBN firma-se como a construtora que mais entrega obras comerciais em diversos segmentos aliando cumprimento de prazo e acabamento impecável. Prova disso são as mais de 100 obras comerciais entregues no prazo e dentro do orçamento aprovado pelo cliente. Isto é economia para sua empresa e uma recompensa para nós, que apostamos em resultados. www.cbnconstrutora.com.br - Rua Garibaldi, 2368 • Alto da Boa Vista • (16) 3519.3111
PRAZER Achados e imperdíveis Óculos de sol BMW feminino Aluminio e acetato. As lentes de policarbonato garantem 100% de proteção contra radiação UV-A, UV-B e UV-C Eurobike 11 3883-7100 Cronógrafo BMW masculino em aço Eurobike 11 3883-7100 BMW 850 CSi by David Hockney Réplica do BMW Art Car em escala 1:18 http://www.bmw-online.com/ProductDetail.aspx?p=1376 86 | Eurobike magazine Pulseira ouro amarelo com lápis lazuli e Mesa Gaivota do designer Sergio Fahrer, miçanga amor perfeito – Silvia Furmanovich em madeira multilaminada de reaproveitamento, recria Casa Affonso em sua estrutura uma gaivota em pleno voo 16 3602-9957 www.sergiofahrer.com.br www.casaaffonso.com.br
Caixa acústica da MoMA Design Store FOTOS DIVULGAÇÃO O MoMa, um dos mais famosos e importantes museus de arte moderna do mundo, reúne em sua loja verdadeiros objetos de desejo assinados pelos mais renomados designers como Frank Lloyd Wright, Charles e Ray Eames, Andy Wharhol, Eric Janssen, entre outros. Marché Art de Vie www.marcheartdevie.com.br Extrator de rolhas da L´Atelier du Vin Termômetro e hidrômetro digital Para ser usado nas laterais das rolhas para Permite controlar a temperatura e a umidade do abrir a garrafa. É ideal para vinhos com rolhas local onde as garrafas de vinhos estão arma- ressecadas ou mais antigas zenadas, da marca francesa L´Atelier du Vin Spicy Spicy www.spicy.com.br www.spicy.com.br Balde de gelo Christofle Escultura INFINITY TOUR Casa Affonso Designer: David Gerstein 16 3602-9957 Feitas de aço com pintura eletrostática, as obras www.casaaffonso.com.br expressam calor e movimento www.marcheartdevie.com.br Kit difusor de perfume para ambientes O refil de Frutas Confeitadas é o perfume Eurobike collection ideal para encher a casa com uma fragrância T-Shirts by Vuarnet delicada e uma atmosfera acolhedora Eurobike www.loccitane.com.br 11 3883-7100 87 | Eurobike magazine
88 | Eurobike magazineddddddddddeeeeeeeeeevvvvvvvvvvaaaaaaaaaannnnnnnnnneeeeeeeeeeiiiiiiiiiiooooooooooddddddddddeeeeeeeeeevvvvvvvvvvaaaaaaaaaannnnnnnnnneeeeeeeeeeiiiiiiiiiiooooooooooddddddddddeeeeeeeeeevvvvvvvvvvaaaaaaaaaannnnnnnnnneeeeeeeeeeiiiiiiiiiiooooooooooddddddddddeeeeeeeeeevvvvvvvvvvaaaaaaaaaannnnnnnnnneeeeeeeeeeiiiiiiiiiiooooooooooddddddddddeeeeeeeeeevvvvvvvvvvaaaaaaaaaannnnnnnnnneeeeeeeeeeiiiiiiiiiioooooooooodddddddddd dddddddddeeeeeeeeevvvvvvvvvaaaaaaaaannnnnnnnneeeeeeeeeiiiiiiiiiooooooooodddddddddeeeeeeeeevvvvvvvvvaaaaaaaaannnnnnnnneeeeeeeeeiiiiiiiiiooooooooodddddddddeeeeeeeeevvvvvvvvvaaaaaaaaannnnnnnnneeeeeeeeeiiiiiiiiiooooooooodddddddddeeeeeeeeevvvvvvvvvaaaaaaaaannnnnnnnneeeeeeeeeiiiiiiiiiooooooooodddddddddeeeeeeeeevvvvvvvvvaaaaaaaaannnnnnnnneeeeeeeeeiiiiiiiiioooooooooddddddddd
ddddddddddeeeeeeeeeevvvvvvvvvvaaaaaaaaaannnnnnnnnneeeeeeeeeeiiiiiiiiiiooooooooooddddddddeeeeeeeevvvvvvvvaaaaaaaannnnnnnneeeeeeeeiiiiiiiiooooooooddeevvaanneeiiooddstSajPpaeeAÃãLnaaevvuoOtUmuraarllannOloaaeeptiiiooonddmaeeovvraafanneeiioo89 | Eurobike magazine dddddddddeeeeeeeeevvvvvvvvvaaaaaaaaannnnnnnnneeeeeeeeeiiiiiiiiiooooooooodddddddeeeeeeevvvvvvvaaaaaaannnnnnneeeeeeeiiiiiiioooooooddeevvaanneeiiooddeevvaanneeiiooddeevvaanneeiioo
DEVANEIO SÃO PAULO CIDADE LUZ! Enquanto a cidade se espalha pelo vale do Tietê, o espigão da Paulista se impõe como referência a todos que chegam. Torres, antenas, prédios: São Paulo também é para ser vista do alto. Em plena marginal, o skyline urbano desenha-se no espaço, nosso carro desliza tranquilo em meio ao fluxo se- miordenado. Cidade vazia, São Paulo, feriado Por Carol Ribeiro | Fotos Guto Carvalho 90 | Eurobike magazine
91 | Eurobike magazine
DEVANEIO Marginal do rio Pinheiros vista da varanda do Shopping Cidade Jardim. Seguindo pelas alamedas, vemos que o verde persiste na zona Na página anterior, o artísta Rafael Gentile faz um “rolê” de luz na noite pau- Oeste, Alto de Pinheiros, Boaçava, Morumbi, Pacaembu. Aqui listana existe uma cidade arborizada, com vegetação pujante, onde dezenas de espécies de aves, resquícios da Mata Atlântica, con- vivem tranquilamente. O verde se espalha: ao lado dos prédios, no meio do shopping, São Paulo tem necessidade de plantas... arquitetura e paisagismo. Nada disso nos detêm, seguimos para a Paulista. 92 | Eurobike magazine A cidade surpreende, parece que o mundo inteiro veio morar aqui, tamanha diversidade que se vê pelas ruas. O choque da chegada, o trânsito, a marginal, de repente tudo se dissolve nas luzes dos edifícios, de onde o deus Hipnos nos observa. As op- ções por aqui vão muito além do imaginário. Escolhemos um hotel único. A suíte ampla, confortável e requintada abre suas janelas para a metrópole, coberturas, heliportos, vista para os Jardins. Tudo perfeito nos detalhes.
De uns tempos pra cá a cidade se acostumou com turistas todos Estamos na mais paulista das avenidas. Sua geometria plana 93 | Eurobike magazine os dias do ano, de todo canto do mundo. O espaço, antes ocu- abriga eventos de ponta a ponta em inúmeros prédios de di- pado pelos empresários que frequentavam as feiras e salões, versificada arquitetura. Do Paraíso até a Consolação passamos se multiplicou para o turismo de lazer; muita gente em busca pela Casa das Rosas, Itaú Cultural, Fiesp, Masp, Trianon, até da diversidade cultural que São Paulo oferece. Museus, shows, chegar ao Conjunto Nacional, uma galeria que abriga a Livraria teatros, restaurantes. Na região da avenida Paulista, não raro se Cultura — a maior casa de livros da América Latina. Boa pedida encontram grupos de estrangeiros divertindo-se pelas calçadas para comprar um livro ou simplesmente tomar um café expresso. largas e convidativas. O tratamento ao hóspede tem se destaca- do nos hotéis, que oferecem conforto e hospitalidade. Paulista esquina com a rua Augusta, sentido centro, passando por um pedaço mais underground da cidade. Ali a programação Você pode discordar de mim, mas São Paulo é uma cidade de de cinema sempre trará opções com garantia de bons filmes interior. Plantada às margens das nascentes do planalto, a ci- e projeções em salas de arte. Seguindo para o centro, casas dade se desenvolveu aos poucos, até que desandou, e correndo noturnas badaladas mostram que a cidade não para de se re- alcançou espaço de cinco estrelas no cenário internacional. Os novar e quanto mais diversidade, melhor. No chamado “Baixo paulistanos, da clara e da gema, imigrantes, transeuntes, turis- Augusta”, inovação e criatividade expandem-se. São Paulo e tas, pedestres... por aqui todos são bem-vindos. seu lado alternativo.
DEVANEIO Oscar Freira e suas vitrines, passeio obrigatório no entardecer da cidade 94 | Eurobike magazine
Seguimos sentido inverso, Jardins, rumo oeste, em busca da Antes que a noite comece, nada melhor que uma sauna e uma 95 | Eurobike magazine luz do sol. Aqui a cidade tem estilo, São Paulo é pólo de moda massagem, regalo para os pés cansados. Uma pausa será sem- e design. Marcas famosas tem mais de um endereço, fazendo pre revigorante, servirá para recompor nosso organismo e des- da cidade um atrativo para quem quer renovar o guarda-roupa pertar o apetite. Renovados, poderemos esticar a balada pela ou decorar a casa. Bom motivo para uma caminhada pela Oscar madrugada ou simplesmente relaxar num jantar romântico. Freire e sua deliciosa sequência de vitrines famosas. As boas grifes, uma após outra, lado a lado. Hora de vagar... Por aqui encontra-se de tudo, da badalada chef Helena Rizzo, à frente do Maní, à personalidade e sobriedade do Fasano, pas- No fim da tarde a cidade se movimenta mais rápido, muita gente sando pela delicadeza do Carlota e pela tradição do Dom Curro. na rua, carros, é um bom momento para ficar na contra-mão, Cozinha chinesa, japonesa, coreana, muçulmana, libanesa, por- relentar, se aquietar e comer um quitute na Doceria Dulca, sen- tuguesa. tar na calçada, observando o bonito ir e vir das pessoas e o movimento infinito do metrópole. O sol forte já perdeu sua inten- Também podemos sair em busca de lugares alternativos, segre- sidade, uma brisa fresca convida para um happy hour. dos escondidos, desde a nona que ainda serve o supremo tortei de zucca com molho leve de tomates até um cuscus marroquino Seria necessário viver cem anos para conhecer esta cidade, divino, servido no fundo de um corredor escuro. São Paulo é São Paulo tem espaço para tudo e para todos, sempre haverá uma revelação. Surpreenda-se e, se afinal de contas, tudo uma opção para quem quer ter mais opções. Entre amigos, so- acabar em pizza, não haverá problema, por aqui consomem- zinho ou acompanhado, a cidade nos reserva boas surpresas a se as melhores pizzas do mundo. (Bem, há controvérsias e um todo instante. amigo nova-iorquino não aceita isso de maneira alguma...) Mas não se iluda, a cidade que se oferece aprendeu a se va- Pela manhã, passear pelo centro, nosso destino é a Pinacote- lorizar, tudo tem seu preço. Pouco espaço para o improviso. ca do Estado. O antigo Liceu de Artes e Ofícios cedeu espaço Fazemos a reserva antecipada para não perder a viagem, não para um amplo e arejado museu, onde a luz natural dialoga com custa nada ligar antes e confirmar os detalhes. cerca de 8 mil obras, nas mais diversas técnicas e de diferen- tes autores. Com 105 anos de idade, a Pinacoteca é responsá-
96 | Eurobike magazine DEVANEIO
vel por um dos mais abrangentes panoramas da arte brasileira aproveitar e ir direto para o Figueira Rubayat, casa tradicional na 97 | Eurobike magazine dos séculos 19 e 20. As esculturas no jardim do Parque da Luz cidade, grill, cardápio diverso e uma cave de respeito. As mesas convidam para um passeio mais atento, simplesmente sentar e se espalham por entre os galhos de uma inacreditável figueira. contemplar os mestres e algumas de suas obras , mas por aqui A arquitetura corretamente se adequou ao projeto da natureza. o tempo passa voando. É inevitável dedicar uma parte dele ao A comida é ótima, preparada em fornos de alta temperatura, acervo e à exposição no interior das salas, amplos corredores, pouca gordura. Os prazeres da carne! janelas e imagens, lembranças de um tempo que não existe mais. A Pinacoteca é talvez o mais paulista dos museus. Pausa para a siesta... descansar é importante. São Paulo é um intenso exercício de futuro. O futuro será urbano e aqui se en- Da lá partimos para Vila Olímpia, zona Sul, o carro nos abriga e saia o convívio entre o espaço construído e o espaço natural. nos transporta seguros direto ao outro lado da cidade. O trânsito Metrópole madura, diferente de outras cidades grandes por aí, é intenso e, no isolamento acústico perfeito, o compositor Itamar coisa que se percebe, seja na lida com o tráfego intenso ou Assumpção nos lembra que em “São Paulo, não há saídas, só no respeito aos ciclistas, que já começam a ganhar as ruas. ruas, viadutos e avenidas...“ Estamos bem! Pelo caminho cru- Devagar. zamos o Anhangabaú, Bela Vista, Paraíso, Itaim... espaços ur- banos intensos, onde viceja um grafite único que se espalhou Uma parada rápida no Empório Santa Maria para abastecer pelo mundo. Gêmeos ou gênios, aqui tudo pode virar negócio, nossa cozinha. Depois de comprar itens essenciais, daqueles negócio de arte, decoração, coleções. Arte que se pode com- que deixam a vida mais saborosa: vinhos, queijos importados e prar e colecionar. A cada galeria, um espaço exclusivo, coleção massas exclusivas, tomamos sorvete e café, para complemen- a mostra, objetos de desejo, investimento. Alma paulistana. tar a tarde e afastar o sono. De repente já estamos de novo no ritmo da cidade, marginal, pontes, estradas, viadutos. Não há Saudades do interior, vontade de sentar ao pé de uma árvore saídas. frondosa, sentir a brisa fresca que sai de suas folhas, relaxar e almoçar, que ninguém é de ferro, já tivemos muita arte para Pelo teto solar aberto entram vento, nuvens e sensação de liber- uma manhã de sábado... Bem, se o assunto é comida, melhor dade, até que surge a silhueta neoclássica do Shopping Cidade
DEVANEIO 98 | Eurobike magazine Jardim e suas inconfundíveis torres. Por dentro, o shopping tem um projeto ousado que integra o verde em todos seus planos. Da fachada ao térreo são grandes árvores, floreiras e jardins. Em discretas alamedas no entorno ficam as lojas de moda, joa- lherias, cinemas, restaurantes e docerias. Um shopping completo. Na cobertura, um jardim suspenso, com direito a jabuticabeiras, gramados e mesinhas ao ar livre. Ali sa- boreamos as deliciosas empanadas do Pobre Juan, enquanto, lá embaixo, a marginal continua a drenar as veias da metrópole. Hora de seguir. Passar num quiosque alguns andares abaixo apenas para provar o Melhor Bolo de Chocolate do Mundo, lem- bro a “força da grana que ergue e destrói coisas belas”, na ar- quitetura e nos slogans. Adorei o bolo. Arquitetura é biscoito fino, que demora a ser apreciado, e alguns arquitetos ainda espalham mau-gosto pelas ruas. Tudo se mis- tura por aqui. Fachadas espelhadas, vidro como material inerte a proteger os interiores do inclemente sol. Ilhas de ar-condicio- nado. Arquitetura moderna ou modernosa? Que importa, talvez o motivo seja mais prosaico, quem sabe os arquitetos ainda sonham capturar os céus em suas fachadas de vidro, aprisionar
ali o deus sol, que se recusa a descansar. Horário de verão em Páginas anteriores: Pinacoteca do Estado e almoço no Figueira Rubayat plena marginal, cidade vazia, trânsito civilizado, direito de quem Página da esquerda: visão geral do Empório Santa Maria pode determinar seu próprio ritmo. Happy hour. E a noite, o que Acima: Shopping Cidade Jardim, sofisticação e espaços criativamente verdes será que nos reserva? 99 | Eurobike magazine Entre prédios enormes e a praça, se destaca o bar Spot, reduto de modernos e longamente celebrado como ponto de encontro obrigatório da capital. Esta noite queremos mais. Logo abaixo, na Consolação, um novo bar deslocou o epicentro etílico da noite paulistana. E nesse caso o epicentro tem nome, Derivan de Souza, o barman mais premiado da capital. Bar Número. É neste novo espaço que o mestre Derivan se encontra com o chef Victor Vasconcellos, autor das melhores coxinhas do universo, e desta forma proporcionam o melhor da noite para um seleto público de celebridades, herdeiros e bem nascidos em geral. O arsenal alcoólico de martinis e baby drys foi argumento definitivo para deixar o carro na garagem do hotel e seguir de taxi. Don’t drink and drive! A noite promete. Manhã de domingo, espero que haja realmente um bom motivo para sair da cama... Café-da-manhã reforçado, traje esporte fino, seguimos rumo a matinê especial da OSESP na Sala São Paulo.
100 | Eurobike magazine DEVANEIO
Search
Read the Text Version
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
- 6
- 7
- 8
- 9
- 10
- 11
- 12
- 13
- 14
- 15
- 16
- 17
- 18
- 19
- 20
- 21
- 22
- 23
- 24
- 25
- 26
- 27
- 28
- 29
- 30
- 31
- 32
- 33
- 34
- 35
- 36
- 37
- 38
- 39
- 40
- 41
- 42
- 43
- 44
- 45
- 46
- 47
- 48
- 49
- 50
- 51
- 52
- 53
- 54
- 55
- 56
- 57
- 58
- 59
- 60
- 61
- 62
- 63
- 64
- 65
- 66
- 67
- 68
- 69
- 70
- 71
- 72
- 73
- 74
- 75
- 76
- 77
- 78
- 79
- 80
- 81
- 82
- 83
- 84
- 85
- 86
- 87
- 88
- 89
- 90
- 91
- 92
- 93
- 94
- 95
- 96
- 97
- 98
- 99
- 100
- 101
- 102
- 103
- 104