O túnel de eucaliptos faz o início da tarde parecer entardecer Antonio Carlos (Tatá) e Elaine Mendes aproveitam uma parada para relaxar um pouco Guilherme Passalacqua e Flávia Costallat condu- zindo a Discovery 4 da Eurobike Celso Ortolan concede entrevista a Vitório Pagliuso Eurobike magazine . 49
emoção grupo pudesse se conhecer melhor”, explica. À noite, os clientes foram surpreendidos com um churrasco, música ao vivo e fogueira no espaço gourmet do hotel. Todos estavam muito animados, especialmente Ana Rosa Corrente, que ganhou um belíssimo colar da Nina Joalheira e Gueto Pratarias, empresa patrocinadora do evento, que ofereceu uma peça para sorteio e expôs a coleção 2010 com peças exclusivas. Outro diferencial do Eurobike Adventure Trip em São Pedro foi o número limitado de carros e pessoas, o que permitiu aumentar a qualidade do evento, proporcionando um clima familiar e amigável. “Nesta edição conseguimos acompanhar de perto a reação das pessoas durante os passeios e sentir 50 . Eurobike magazine
o que elas estavam achando do evento”, No alto, à esquerda, as mulheres em animado afirma Passalacqua. bate-papo O casal Antônio Carlos e Elaine Mendes, À direta, o show do músico Jimmy proprietários de um Land Rover Freelander com apenas cinco mil quilômetros rodados, Acima à esquerda, Ana Rosa Corrente recebe de se sentiu muito à vontade. “Achei as pessoas William Gomes o maravilhoso colar criado por Nina simpáticas e acolhedoras. Somos novos Joalheira aqui e fiquei muito feliz com a forma com que fomos recebidos”, afirma Elaine. Já Antônio À direita, a fogueira que aqueceu a todos até a Carlos ficou satisfeito com a oportunidade de madrugada sentir o carro numa estrada de terra. “Dá um pouquinho de pena do carro, mas é essa a finalidade do 4x4, andar na terra!”. O clima de amizade e descontração continuou durante o domingo, quando a trilha ficou um pouco mais apimentada. Para chegar até Cachoeira do Saltão, o Eurobike magazine . 51
emoção grupo percorreu 80 quilômetros ladeando os paredões da Serra, enfrentando erosões, poças de lama e riachos que fizeram a felicidade dos aventureiros. Mas, para quem buscava fortes emoções, o passeio estava apenas começando. Obra da natureza. Imponente com seus 75 metros de queda d’água, a Cachoeira do Saltão é uma das mais altas da região. Ali é possível praticar inúmeros esportes de aventura, como tirolesa de 800 metros de comprimento e quase 110 de altura. A maioria topou o desafio. O destaque vai para Guilherme Passalacqua, que desceu pendurado de cabeça para baixo. O casal Gilmar Chrusciak e Ana Paula Pezzotto chamou a atenção do grupo por levar as filhas, a mais velha com seis anos e a mais nova com quatro meses. “Confiamos na Eurobike e sabíamos que a organização do evento seria impecável, com estrutura 52 . Eurobike magazine
para trazer as crianças”, afirma Ana Paula. O Eurobike Adventure Trip, promovido pela Eurobike Land Rover e produzido pela Blue Media, teve patrocínio de Nina Joalheira e Gueto Pratarias. Os roteiros foram criados pela Galera Ecoturismo. Os passeios não param por aqui, acesse o site www.adventuretrip.com.br ou, se preferir, entre em contato com a Eurobike pelo telefone (16) 3965-7000, ou ainda com a coordenação do evento pelos e-mails [email protected] ou eduardo@ adventuretrip.com.br. Na página ao lado, Celso Ortolan mostra perícia ao entrar na erosão Gilmar Chrusciak registra a própria chegada na tirolesa Acima, a impressionante vista da plataforma de partida Ao lado, os onze que se penduraram a 100 metros de altura Eurobike magazine . 53
emoção Test-drive multimarcas Eurobike reúne superesportivos em test-drive no interior de São Paulo, em evento organizado pela revista Driver POR ANGELITA GONÇALVES | FOTOS ÉRICO HILLER Patrocinador master do Driver Experience, o A programação, que começou logo cedo bem recebidos no lounge da Eurobike. “Além Grupo Eurobike disponibilizou doze modelos com um café da manhã na concessionária de fortalecer o nome Eurobike em São Paulo, das marcas que comercializa — Audi, BMW, BMW na avenida Dr. Gastão Vidigal, em São o Driver Experience é uma oportunidade para Land Rover, MINI, Porsche, Toyota e Volvo — Paulo, para recepcionar os clientes Eurobike os convidados conhecerem as marcas que o para test-drive durante o evento organizado e leitores da revista Driver, se estendeu até o grupo representa, testá-las e analisarem qual pela revista Driver, no dia 10 de abril, na sol se pôr com muita emoção e adrenalina. delas atende mais às suas necessidades”, Fazenda Dimas de Melo Pimenta — DIMEP. ressalta o presidente do Grupo Eurobike, Os convidados seguiram em direção à Henry Visconde. Fazenda DIMEP, localizada no quilômetro 204 da Rodovia Castelo Branco, chamando a Cliente Eurobike há quinze anos, Thiago atenção por onde passavam. Se é incrível ver Corazza, testou seis carros e confessou sua mais de cem superesportivos de diferentes preferência. “O Porsche Panamera Turbo marcas lado a lado, imagine a sensação de e o Audi R8 superaram. Eles são demais”, andar na estrada em meio a esses carros. afirma Corazza, que não poupou elogios No entanto, mais extraordinário ainda é ao evento. “É muito bom conhecer outras pilotar um desses em alta velocidade e com marcas, experimentar novos modelos, rever segurança. Alguns convidados preferiram os amigos e trocar ideias e opiniões com a comodidade dos aviões. A fazenda, que outros proprietários.” Marcos Zangelmi, cli- conta com pista de pouso, recebeu doze ente Land Rover, também aprovou a ideia da aviões e cinco helicópteros. Eurobike de propiciar test-drive de diversos carros. Além de utilizar os próprios carros, Se o intuito era unir os apaixonados por veícu- tanto durante a viagem como na pista, é uma los premium para um dia com muita emoção, oportunidade fantástica de pilotar outras o evento foi um sucesso. Aproximada- marcas, afirma Zangelmi. mente quatrocentas pessoas prestigiaram e vibraram na pista de teste. Com uma Diretor-sócio da revista Driver, publicação infraestrutura de primeira, todos foram muito bimestral com foco nos proprietários de 54 . Eurobike magazine
carros de luxo, Decio Rodrigues Junior explica que há três anos a revista reúne leitores para um passeio e percebeu o interesse em acelerar. “Por conta da vontade que nosso público tem de pisar fundo e sentir a potência do carro, organizamos o Driver Experience numa pista que proporciona segurança para test-drive e track day, que é colocar os próprios carros na pista”, diz. Com o intuito de fidelizar os clientes Eurobike, e diante da vasta experiência da revista Driver em promover esse tipo de evento, o Grupo Eurobike é o patrocinador master do evento. “Propomos a parceria de um evento exclusivo para propiciar momentos em uma fazenda refinada, como nossos clientes merecem, e prospectar novos amantes de carros”, explica Patrícia Braga, gerente de marketing do Grupo Eurobike. Entre os carros disponíveis para teste estavam BMW X1; BMW Z4; Porsche Panamera Turbo; MINI John Cooper Works; Audi S3; Audi A4; Audi Q5; Audi TTS; Land Rover Discovery 4; Audi R8 V10. A programação ainda incluía apresentação do Alex Barros, um dos pilotos mais experientes da história da motovelocidade, que correu com uma BMW S1000 RR, e de pilotos profissionais, que mostraram suas performances no Volvo C30 de competição, o que despertou a maior euforia nas pessoas que aplaudiram os convidados de honra. Eurobike magazine . 55
LALO DE ALMEIDA 56 . Eurobike magazine
prazer Prazer com vista para o mar Eurobike magazine . 57
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O homem e o sonho Era noite de lua cheia. O Atlântico estava calmo. O som das ondas embalava a imensidão azul-escuro, quase negra. O veleiro singrava lentamente, seguindo o curso das águas do alto- oceano. Era seu turno, ele tinha que ficar acordado, tomando conta do barco enquanto o resto da tripulação dormia. Os pensamentos navegavam. De repente ele se sentiu feliz, envolvido por uma certeza tranquila. Se deu conta que o mar era mesmo o seu lugar, seu habitat. E ali, naquele instante, fez um acordo definitivo consigo mesmo: iria perseguir até o fim o seu sonho de desenhar barcos. Pensou nisso e continuou a velejar. POR SIMONE FONSECA | FOTOS LALO DE ALMEIDA Eurobike magazine . 59
prazer Fernando de Almeida é brasileiro, paulistano do ano de 1963. Adoles- cente, sempre que perguntavam a ele o que queria ser quando crescesse respondia que seria designer de barcos de lazer. Uma profissão curiosa para a família, pois ninguém ali tinha uma relação forte com o mar. Talvez a escolha do menino fosse sua interpretação da profissão do pai, que é arquiteto, ou talvez fosse um desejo bem particular mesmo. O fato é que ele foi amadurecendo com esse sonho na cabeça. Sempre que podia, entre os intervalos das aulas, descia para o mar. Aos vinte anos começou a velejar. A primeira aventura foi com mais dois amigos a bordo de um Hobie 16 que zarpou de Salvador e ancorou em Cumuruxatiba, vinte dias depois. Como o veleiro não tinha cabine, eles dormiam onde dava: em construções desabitadas, em casas de pescadores, na areia. Essa estreia no mar serviu para aguçar a vontade do jovem que logo programou uma próxima jornada, dessa vez com mais quatro amigos e três barcos. O trajeto seria entre Fortaleza e Belém do Pará. A aventura, realizada em 1988 e batizada de Expedição Caju, ganhou o aval da então recém- criada SOS Mata Atlântica, organização não-governamental com ênfase na preservação da biodiversidade brasi- leira, e, graças a essa parceria, deram entrevistas, apareceram em revistas, tiveram grande visibilidade. Foi o maior acontecimento para os jovens aventureiros. Viajaram por lugares até então inacessíveis e desconhecidos pela grande maioria dos brasileiros. “Naquela época ninguém falava em Lençóis Maranhenses, nem no Delta do 60. Eurobike magazine
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prazer em um escritório europeu de design de barcos. Parnaíba”, conta Fernando. Foi uma viagem Preparou uma mochila com alguns calções, de descobrimentos vários. Ele lembra que camisetas, um currículo em inglês e um ficou assombrado com a coragem dos caderno com dicas da Polinésia. Pegou o jangadeiros, que saíam para o mar em passaporte, reuniu as poucas economias embarcações sem nenhuma estrutura. Diz que tinha, comprou uma passagem que aprendeu muito com a relação próxima, promocional para o Caribe. E lá se foi. “Meus quase familiar, que esses homens têm com pais ficaram de cabelo em pé, principalmente o mar. Bem-humorado, recorda um dia em porque a passagem era só de ida, mas que dois jangadeiros chegaram perto de seu depois me apoiaram”, conta Fernando. Hobie 16, bateram no casco e disseram: “moço, o senhor tem mesmo muita coragem Desembarcou em Barbados e foi direto para a de sair pro mar num barco feito de plástico”. marina. Deu uma olhada geral, escrutinando as dezenas de barcos ancorados. Superou A Expedição Cajú durou 900 milhas e trinta sua timidez natural e conversou com alguns dias e foi uma espécie de rito de passagem. proprietários; no mesmo dia, conseguiu uma Nas águas do norte brasileiro, Fernando se vaga num Ketch 30 de um inglês chamado aprofundou no vocabulário do mar, viveu as Derek. O barco não era nada de especial, dificuldades da navegação, aprendeu com mas, em troca de uma ajuda na lida diária os imprevistos. Ali, foi ganhando confiança — o que, em linguagem de navegadores, para empreender a sua próxima jornada, que quer dizer trabalho pesado — ele embarcaria determinaria toda a sua vida. para Antigua Sailing Week, onde estava acontecendo a Semana Mundial da Vela. Volta ao mundo de carona de barco Essa semana é um acontecimento. Como no Brasil não existem cursos de Considerada um grande evento da vela design ou arquitetura de barcos, mundial, reúne barcos de todas as cores, na época de prestar vestibular, Fernando tamanhos, formatos e nacionalidades. Uma pensou em fazer Engenharia Naval. Mas curiosidade é que tão logo termina o evento, considerando que essa faculdade é muito começa a temporada anual dos furacões voltada para o mercado de grandes navios nos mares caribenhos, o que faz com que os comerciais e, definitivamente, esse não era barcos zarpem rapidamente, indo em busca seu caso, optou por Engenharia Mecânica. dos verões de outras paradas. Formou-se pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, e acabou entrando como Em Antigua, Fernando tinha certeza que sócio do irmão gêmeo em uma empresa encontraria um barco que estivesse indo de instrumentos eletrônicos. Os negócios em direção ao Pacífico. Era essa a sua iam bem, mas lá no fundo havia um certo meta: chegar na Europa via mares da Ásia e incômodo, desses que aparecem quando Oceania. Mas, depois de alguns dias fazendo não realizamos nossos sonhos antigos. Dois contatos, não conseguiu nenhuma carona e anos depois, sua vocação e coragem falaram tinha que se decidir logo, porque os furacões mais alto e ele largou tudo. Avisou o irmão, estavam chegando. que lhe deu um abraço e desejou boa sorte. Chegou em casa e comunicou aos pais que Então, aceitou a proposta do Darius, um estava indo dar a volta ao mundo de carona veleiro holandês de 70 pés, impecável de barco e que depois iria procurar emprego (especialmente se comparado ao barco do 62 . Eurobike magazine
CAIO GUATELLI Derek), tripulado por um casal de ingleses. Ele, por sinal, era um ótimo chefe de cozinha, formado pela prestigiada escola de culinária francesa, Cordon Bleu. Além de Fernando, o casal contratou mais quatro pessoas, dois americanos, uma inglesa e um alemão. Partiram rumo a Nápoles, na Itália, com escalas em Bermudas, Açores, Gibraltar e Palma de Mallorca. Foram dias de viagem com muito trabalho, muitos aprendizados e momentos memoráveis. Entre eles, a noite de lua cheia em alto-mar, quando se deu conta que aquele era o seu lugar. O mar era sua vocação. No balneário espanhol, os companheiros desembarcaram e Fernando seguiu até o porto de Nápoles com o casal de ingleses. Primeiros desenhos Em terra firme, despediu-se de seus amigos e procurou outro barco para trabalhar. Era verão e ele precisava arranjar dinheiro. O inverno estava chegando, ele tinha que comprar roupas de frio e encontrar um lugar para ficar enquanto batalhava emprego em um escritório de projetos. Por fim, encontrou um veleiro que ia para a Córsega e Sardenha, onde deu para ganhar alguns trocados. Foi uma viagem bem tranquila. Na volta, conheceu um arquiteto naval que lhe indicou um escritório em Monza e lhe cedeu um quarto em sua casa, para que Fernando ficasse enquanto não encontrava seu próprio canto. Com o dinheiro ganho no barco comprou uma roupa e foi pedir estágio. Conseguiu. No primeiro mês trabalhou de graça, mas no segundo já foi contratado. Ficou um ano. Depois foi para outro escritório chamado Nauta, em Milão. Ali foram mais quatro anos aprimorando seu ofício. Nada mal para quem tinha saído do Brasil com uma mochila nas costas e um sonho no coração. Mas, depois desse tempo todo na cidade, estava com saudades do mar. Precisava morar em uma cidade litorânea. Partiu para Miami, onde ficou um ano redesenhando Eurobike magazine . 63
prazer CAIO GUATELLI Equipamentos eletrônicos de última geração sofisticam a experiência do navegar 64 . Eurobike magazine
CAIO GUATELLI Veloz sportfisherman, barco de pesca esportiva com dois motores de 1800 cavalos, pode atingir até 40 nós de velocidade Eurobike magazine . 65
prazer arquitetos e designers: “Less is more”. interiores de barcos para o famoso Estaleiro Resgatada pelo arquiteto alemão Mies Bertram. Cansou de morar fora de casa e Van der Rohe, alguns anos depois, “less voltou ao Brasil, onde permaneceu cinco is more” é o conceito central do design anos trabalhando em projetos de estaleiros. minimalista, movimento estético que prega Quando achou que iria definitivamente uma profunda depuração da forma. Uma aportar suas âncoras em terras brasileiras, simplicidade aparente que se traduz em a Nauta, sua antiga empregadora milanesa, linhas absolutamente essenciais ao projeto. o chamou de volta para um grande desafio: Todas as linhas supérfluas são consideradas trabalhar em um grande barco na Nova desnecessárias e, portanto, descartadas. Zelândia. Lá foi ele preparar sua mala. Esse conceito foi interpretado e praticado A construção do estilo por Fernando de Almeida desde seu primeiro Quando já estava bem estabelecido, surge croqui. Acredita que “fazer complicado o grande convite de sua carreira. Luca é fácil, o difícil é fazer simples”. Essa é a Bassani, o inovador desenhista de barcos, máxima que rege seus conceitos. Também uma espécie de Steve Jobs de seu mercado, não acredita em inovação pela inovação. chamou Fernando para integrar sua equipe Acha que em alguns casos o que o cli- de criação, considerada a nata mundial dos ente quer precisa de uma inovação. Mas criadores de barcos. Era um time muito isso é uma consequência, nunca a causa. enxuto de projetistas que desenvolviam os “O que importa é um projeto eficiente e novos conceitos para o estaleiro de Bassani, essencial. Tudo que está nos meus bar- chamado Wally. cos é absolutamente necessário. Nada é puramente ornamental”, afirma. Reconhecido por seus barcos de linhas retas e minimalistas, e por um pensamento Sua temporada europeia terminou em 2003, visionário, Luca Bassani fez escola. E, quando descobriu que a mulher estava segundo Fernando, não foi por acaso que grávida. Decidiram voltar ao Brasil. Ele abriu trabalharam juntos por três anos. Suas um escritório no mesmo ano, em São Paulo. visões de mundo e seus traços se afinavam. Na Wally, Fernando apurou seu olhar e afiou Design brasileiro seu talento nato. Ali trabalhava somente com Projetar um barco não significa apenas barcos a vela e desenvolveu os conceitos do desenhar as linhas que definem o estilo da que viria a ser o Wally 143 e da linha Wally embarcação, mas também se preocupar 80. Dois barcos belíssimos e de design com centenas de detalhes. E, da mesma premiadíssimo. forma que acontece com uma casa, é consenso que, quanto mais elaborado for um projeto, mais fácil será sua execução. Fazer complicado é fácil, o difícil é fazer Dependendo da complexidade, um projeto simples pode durar mais de seis meses. Tempo No final do século 18, o poeta inglês Robert para Fernando conhecer as expectativas Browning escreveu um poema chamado e necessidades de seu cliente, entender “Andrea del Sarto”, em homenagem a um o repertório estético e conceitual que se pintor italiano renascentista de mesmo espera dele e iniciar o desenho. Primeiro são nome. Desse poema se destaca uma frase feitos croquis a mão, depois esses croquis que ficaria mundialmente conhecida entre são ”exportados” para um programa de 66 . Eurobike magazine
CAIO GUATELLI Eurobike magazine . 67
prazer 68 . Eurobike magazine
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prazer CAIO GUATELLI computador — o CAD, o mesmo utilizado os vários ambientes da embarcação é em branco; que algumas poucas linhas se por arquitetos — e se transformam em fundamental. Gosto de áreas abertas, mas transformaram em um objeto de tamanha um projeto. E, por fim, entra em cena uma que, naturalmente, estejam protegidas da dimensão”, conta emocionado. modelagem eletrônica em 3D. Na maior chuva, sol e vento”, diz. parte das vezes são feitas maquetes. Diz que quando pensa em seu futuro, sempre Um de seus últimos projetos foi a trans- vê o mar. Esse é seu horizonte de todas as Desde que voltou para o Brasil, Fernando formação de um navio de guerra da marinha horas. Mesmo quando está na frente de uma já projetou barcos de diversos tamanhos — irlandesa de 220 pés em um superiate. folha em branco, acompanhando um projeto desde pequenas embarcações de 25 pés Foram três anos de reforma e o resultado em um estaleiro ou andando pela cidade, (aproximadamente 8 metros) até barcos de final é surpreendente. Fernando vive a vida com vista para o mar. 120 pés (cerca de 40 metros) para esta- Essa é sua grande viagem. leiros e para clientes particulares. É dele Vida com vista para o mar o único projeto de barco que a Spirit, Fernando diz que toda vez que vai criar um Os barcos que ilustram esta matéria são o Pro construtora dos famosos barcos Ferretti, barco, pensa no mar. O mar é sua inspiração Boat 70, de pesca esportiva, e Pro Boat 72, desenvolveu inteiramente no Brasil. Um de toda vida. Até hoje, sempre que pode, barcos projetados por Fernando de Almeida e Platinum 460 (46 pés). ele vai para Angra, de onde sai, em barcos construídos pelo estaleiro Pro Boat. de amigos, para pescar. Adora o silêncio Para saber mais sobre o trabalho e os Em todos os seus projetos busca trazer do mar, a contemplação das águas. E diz projetos de Fernando de Almeida, visite o site: um pensamento brasileiro. “Vivemos num que o maior prazer que sente é quando vê www.fernandodealmeida.com país tropical, com tempo bom a maior um barco que projetou entrar no mar pela parte do ano, então por que projetar barcos primeira vez. “É muito emocionante vê-lo fechados? Acredito que a integração entre navegando. Saber que partiu de uma folha 70 . Eurobike magazine
Rua Eliseu Guilherme 606 | Ribeirão Preto - SP | t. 16 3632.8898 Eurobike magazine . 51
CAROL DA RIVA 72 . Eurobike magazine
devaneio “Viver não tem cura” Paulo Leminski Eurobike magazine . 73
devaneio 74 . Eurobike magazine
Na ilha das maravilhas A bordo de um BMW X1: velejar, surfar, viver e devanear na mais bela das ilhas pau- listas POR EDUARDO PETTA | FOTOS CAROL DA RIVA Quando eu era criança, adorava adormecer Sentado no cockpit da BMW X1, traço com minha mãe a me contar histórias. A passos, traço caminhos, prazeres. A viagem preferida dela era a do Peter Pan. Mamãe desde São Paulo, 210 quilômetros, foi curta dizia que amava aquele menino desde a demais. Lembro de Mario Quintana: “o que sua infância e que sempre sonhou em ser estraga uma viagem é o seu rápido chegar a Wendy, a namoradinha do Peter. Ela se ao destino”. Também, com esta máquina imaginava de mãos dadas com ele, voando produzida em Munique, capaz de acelerar por lugares mágicos da Terra do Nunca, de zero a cem em seis segundos. Queria eu lutando espada com os meninos perdidos e ter feito mais curvas, sentindo a aderência do escapando das garras do “temível” Capitão carro com sua dinâmica a grudar as rodas Gancho. E eu embarcava no sono, dando no asfalto feito chiclete. Mesmo em alta asas a um imaginário povoado de ilhas velocidade, mesmo com o piso molhado e paradisíacas, sereias e navios de piratas. escorregadio, o X1 não errou uma linha. 2010. Depois da estrada, minha nau balança Mas agora é outro ponto para o foco. A na dança do mar. É uma nau em cima de grande balsa atraca. Soa o apito. A nau X1, outra. Da grande balsa que atravessa os com seu azul metálico de um azul oceânico carros por um dos canais mais profundos do profundo, escorrega pelo cimento trepidante globo, o de São Sebastião. É tarde da noite, da ilha no rumo norte. Passa pela vilinha, quase madrugada, a chuva cessou, reina o que nessa hora adormece, pelos barcos céu estrelado. Ao olhar para trás, piscam ancorados ao longo da costa, pela praia as luzes do porto e dos grandes cargueiros, do Viana, do Pinto e joga suas âncoras na acesos como árvores de natal. No horizonte pousada da Armação dos Ventos, onde adiante, a cada ulular das ondas, aproxima- dormem os grandes velejadores. se a paisagem insular. Eurobike magazine . 75
devaneio Meu quarto tem uma varanda para o mar, para o canal, para o continente brasileiro. Lá está a grande muralha da Serra do Mar a perder de vista. Cá estou eu no arquipélago de São Sebastião: nove ilhas, algumas ilhotas, outras tantas lajes e quanto devaneio. Só três são habitadas: Vitória e Búzios, com pequenas comunidades de pescadores, e Ilhabela, 23 mil almas. É a maior ilha oceânica do Brasil, com 365 km² de área, 85% deles preservados desde 1977, como Parque Estadual. A maior área intocada de Mata Atlântica preservada do estado de São Paulo, com muitos picos acima dos mil metros, 130 quilômetros de costa, 43 praias. Meu quarto tem uma varanda para o mar tupinambás, onde resgatavam prisioneiros trezentos moradores estavam junto à capela e travesseiros macios. Uma leve brisa terral e faziam o escambo de mercadorias. assistindo a missa do galo, o pirata atacou, acaricia meu rosto e embala sonhos, por onde Cavendish se dava bem com eles. Trocava saqueou e incendiou a vila. De lá, com os passam barcos e navios de piratas. Quando riquezas pelas filhas dos caciques, diversão porões abarrotados de mantimentos, tomou eu era criança, gostava de ouvir mamãe para os seus homens barbudos e hirsutos. o rumo sul. Mas, desta vez, os deuses dos contar histórias de piratas. Dos piratas que ventos não estavam a seu favor. Das cinco assaltavam a Ilhabela, das lendas, sereias, O pirata gozava de boa fama também com naus, duas naufragaram. E as outras três se mapas de tesouros perdidos... a rainha da Inglaterra, vossa alteza, Eliza- perderam. Cavendish tomou o rumo de volta beth I, que em 1591 o chamou ao palácio até aportar completamente destroçado na A mais famosa delas era de Thomas de Buckingham para tratar de negócios. Ilhabela. Cavendish, um filibusteiro inglês. Ele amava Parabenizou Cavendish por completar a esta ilha. Dizia não haver paraíso melhor na volta ao mundo via Estreito de Magalhães 2010. Abro os olhos e conforto o coração. Terra. Seu ancoradouro favorito era no Saco e lhe pediu que refizesse a empreita. Daria a As velas que brilham no sol contra o mar do Sombrio, onde os marujos descansavam ele uma frota de cinco navios e quatrocentos são coloridas e estão estufadas de alegria. na sombra das árvores ao trago de um bom homens armados até os dentes com Brincam timoneiros experientes e proeiros rum. Ali tinham água fresca e cristalina para canhões, pistolas, sabres e espadas. iniciantes em barcos de todos os conceitos se banharem, caça e peixes em abundância. e formas: hobbie-cats, tornados, veleiros E um abrigo perfeito para o mar bravio de Cavendish e sua trupe atravessaram o Atlân- oceânicos, dings, wind-surf, kite... Eles vão além canal. Era também o esconderijo dos tico e foram refazer-se da longa travessia e vêm. Para um lado e para o outro. Não corsários, de onde saíam para ataques no Saco do Sombrio. Para completar os saqueiam ninguém a não ser o ar, por breves surpresa às naus portuguesas que cruzavam mantimentos, o corsário preparou um ataque instantes a pertencer às suas velas, liberto a costa naquele final de século 16. à vila de Santos. Na calada da noite de 24 no próximo bordo. de dezembro, no momento em que seus Na Pousada da Armação dos Ventos, o café Daquele tempo não há registro de índios morando em Maembipe, como lhe chamavam os tupis. Era local de passagem, de pesca, mas antes de tudo um lugar neutro dos eternos inimigos tupiniquins e 76 . Eurobike magazine
da manhã é servido pelo simpático Luciano. Mamão papaia, abacaxi docinho, iogurte caseiro e pãezinhos caseiros saídos do forno chegam à mesa, enquanto as maritacas que divertiam Cavendish fazem algazarra no jardim e os veleiros singram o mar. Passeamos ao norte até o fim da estrada, na Praia de Jabaquara. O X1 corta a Mata Atlântica, atravessa um riacho e descansa à sombra de palmeiras tropicais. A Praia de Jabaquara vista de cima se parece com o mapa do Brasil. Depois dela só se pode seguir por trilha ou barco no rumo norte, onde moram comunidades caiçaras. De lá, de volta ao centro, são 14 quilômetros. E outros 24 até Borrifos, no extremo sul da ilha, onde a estrada termina. Um total de 38 quilômetros à beira-mar. Só os jipes vão além, na recém criada estrada-parque para a praia de Castelhanos, uma praia em forma de coração, pura declaração de amor à natureza. Eurobike magazine . 77
devaneio 78 . Eurobike magazine
Passamos o dia a rodar paisagens com o lágrimas do mar, emoção. O sol vai baixando. De Ilhabela enxerga-se o grande porto de São X1. Quando a tardinha cai, com ela saímos Vejo ao fundo Caraguatatuba, mais além Sebastião. Flutuando, os grandes navios brilham tal a velejar. Nosso barquinho vai: o BL3, Ubatuba, a Ilha Anchieta, Vitória, Búzios e o qual luzes de natal veleiro oceânico, branquinho imaculado de mar seguindo à África. O céu fica vermelho, limpo, de 32 pés. Um capitão paraense o vento amaina, entramos na baía. É noite. de nome Clauberto, 46 anos, 24 de vela, Muitas estrelas depois, reencontramos ter- pura simpatia, nos recebe a bordo. “O BL3 ra. Junto o azul de bordo ao azul do X1. é um veleiro-escola. Aqui ensinamos todos Sigo para a vilinha, ao centro, para jantar. os truques.” Rumamos para a Ponta das Canas, abrimos a vela mestra e ato seguinte, A ilha mudou bastante desde o tempo dos a genoa. O vento está generoso. Clauberto piratas. Batizada por Gonçalo Coelho e também. Empresta-me o controle do leme. Américo Vespúcio em 20 de janeiro de 1502 Posso sentir o pulsar do vento, orçar para como Ilha de São Sebastião, o santo do dia, não perdê-lo, brincar de xadrez com ele, só passou a ser ocupada pelos portugueses movimentando o veleiro. Não há motor, em 1608. Nesse ano, Diogo de Unhate e só vela, vento e azul. Azul que passa e vai João de Abreu, aristocratas portugueses de pintando a retina, depois a mente, contamina Santos, sulcaram sua terra fértil com mudas a alma e mistura tudo. Volto a ser água, de cana-de-açúcar. Nas roças trabalhavam oceano. Já não sei onde a viagem interna os negros, logo eles transformados em começa e onde acaba a externa. Tudo é sal, produto principal, como tráfico clandestino. Eurobike magazine . 79
devaneio Misturados aos indígenas praticavam o nhengatu, a língua geral de tronco tupi, e subsistiam com o plantio de fumo, anil, arroz, feijão e da mandioca, para substituir o trigo. A vila cresceu e se fortificou contra os piratas arroz de jasmim para continuar, mais isso, que continuaram a perturbá-la, até que em aquilo, caipirinhas de saquê e flutuamos 1805, com dez mil habitantes e a abun- para a pousada ao som das ondas do mar. dância do café, tornou-se independente. Em homenagem à Princesa da Beira, Acordar. Dessa vez com o voo das gaivotas. Dona Maria Tereza, filha de Dom João VI e Nosso destino hoje é navegar. Ao refúgio Carlota Joaquina, foi batizada Vila Bela da dos piratas, dos caiçaras, dos pescadores. Princesa. A prosperidade durou até o final Os faróis da X1 estão tristes, o para- do século 19, quando o ciclo do café entrou choque baixo, como um cão que assiste em decadência. A população minguou para três mil. Gente a viver dos engenhos de aguardente e da pesca. Dos peixes levados para Santos nas enormes canoas de voga. Na década de 1970, com a estrada que ligou Caraguatatuba ao Vale do Paraíba, chegou o tempo do turismo. E a Ilhabela de todas as velas voltou a crescer. Casas incríveis na beira dos penhascos, pousadas de charme, marinas, bares, dis- cotecas, lojas, livrarias, restaurantes, gente bonita. Para um simples jantar é preciso saber escolher para não se perder. Optamos pelo Marakhutai. Nesse tailandês estrelado encontramos: história, a jovem chef Renata Vanzetho, 20 anos, que aprendeu com a tia, ainda menina, os segredos desta culinária asiática (hoje com filial na capital paulista); e sabor sublime, a alquimia perfeita entre o salgado, o doce e o picante. Cada receita (servida em prato, cumbuca ou taça) é uma obra de design, que faz lembrar as de Ferran Adrià do espanhol El Bulli. Nas mesas iluminadas, com velas fincadas na areia em frente aos barcos coloridos dos pescadores, degustamos: guacamole com salmão fresco, selado com gergelim preto, cortado em cubos no espetinho com bastante gengibre e pimenta para começar; atum com queijo de cabra, damasco e 80 . Eurobike magazine
seu dono arrumar as malas para uma longa viagem. “Não fique triste, voltamos logo. É um automóvel perfeito.” Ele parece sorrir. “Vamos para o Bonete e nenhum carro pode chegar lá”, lhe explico. Só a pé: quatro horas por trilha, cruzando quatro cacho- eiras e mirantes oceânicos; ou de barco. “Tanto de barco, quanto a pé, só se a previsão do tempo permitir. Não sou eu nem vocês quem decide. É a metereologia”, nos avisa Daniel, o dono da pousada Canto Bravo do Bonete, ao telefone. Sorte que o sol reina e o mar está calmo. No portinho da Armação, esperamos Daniel chegar. Enquanto aguardamos, coisas acon- tecem. Na praia, a consertar sua rede, Seu Bidico, 80 anos, nos conta como fazem o cerco aos peixes, ilustrando os movimentos com desenhos na areia. “Passamos vinte dias no mar. Voltamos para buscar gelo, descarregar e mar de novo.” A pele de Bidico tem o tempo do mar. Outra história, de outro tempo: um rapaz ajeita vela e prancha para entrar na água. É Paulo dos Reis, o Paulão. Menino nascido no sertão da Bahia, nas margens do rio São Francisco, que só viu o mar aos 18 anos, não sabia nadar e hoje, aos 30, é vice-campeão mundial de fórmula Wind (a fórmula 1 do windsurf). Faça chuva, faça sol, Paulão treina todos os dias. Paulão não acredita no impossível. Antes que outras coisas aconteçam, Daniel chega ao portinho e seguimos com ele. Lanchinha rápida. A Ilhabela inteira passa diante de nós nessa perspectiva aquática. No final do canal, continuamos a costear, agora por mar aberto, calmo feito piscina. Sorte. Muitos outros não tiveram. Na comunidade do Bonete, noites e dias ainda batem no mesmo compasso sem pressa das tardes vadias de tradições centenárias Eurobike magazine . 81
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Bonete. Conversa mole, sossego, rede balançando na varanda, brisa a lamber o rosto, retina no mar. Entre um mergulho e outro, uma vida inteira para sonhar “Quando aqui é mar bravio, até a alma Sem sustos, uma hora depois, entramos se arrepia”, diz Daniel, dez anos nesse na praia do Bonete pelo canto direito da itinerário. Jaz no fundo do mar um cemitério praia, onde ficam os ranchos das canoas de cargueiros, vapores e tantas outras e apetrechos dos pescadores. Pescadores embarcações que naufragaram. O caso mais com cabelos loiros e olhos claros nos famoso: o Príncipe das Astúrias. Uma terça- recebem de sorriso no rosto. Seriam eles feira de carnaval, tempestade, colisão nas descendentes dos piratas? De Cavendish e rochas, quinhentos tripulantes, 477 mortes. de seus marujos? E jaz o Príncipe das Astúrias no fundo do mar da ponta da Pirabura. A pousada Canto Bravo é o éden no paraíso. Toda ela foi harmonizada com a Eurobike magazine . 85
devaneio Bonete: tempo e espaço dissolvidos. Velhos lobos vida sossegada do Bonete: uma praia de areia, subindo em árvores e tomando banhos do mar, um dia começaram assim enorme faixa de areia branca e fofinha, inteira de cachoeiras e de mar. O que você mais ladeada de chapéus de sol, protegida pela gosta daqui Daniel? “De observar o mar costeira nos dois lados. Os nove bangalôs debaixo do chapéu-de-sol, assim como os foram erguidos com madeira reciclada, nativos. Não é não fazer nada. É observar: barro e restos de canoas. Por dentro, bom quem chega, quem sai, as correntes, os gosto: uma prancha de surfe da década de cardumes, as ondas, o tempo, o vento...” 1970 serve de mesa para o café da manhã. De toda a pousada vê-se o mar. Mas do No Bonete estão viva as tradições, as mar não se vê a pousada. Quem cuida de procissões, festas religiosas, os rituais da tudo é Daniel. Ele que nasceu na ilha e fez pesca e o culto ao mar dos caiçaras. Basta faculdade em São Paulo, vê seus dois filhos parar e reparar. No rio, o garoto Logan, de brincarem o dia todo de pés descalços na 7 anos, chama seus dois amigos para irem 86 . Eurobike magazine
pescar lula de canoa. No mar, o garoto maré seca deixa a praia ainda maior. Saio viagem, atirado ao mar, aos tubarões. Micael, 10 anos, surfa com os amigos e as para caminhar com Carol pela areia juntinho amigas, uivando como lobos para chamar da água, deixando pegadas logo apagadas A noite no Bonete inspira muitas histórias na as boas ondas. Os pescadores se reúnem pelas ondas. No horizonte, destacam-se hora de dormir. Lembro-me de mamãe lendo na Praça das Mentiras para falar do mar, a sombra de alguns barcos pintados de pra mim na cama. De mãozinhas dadas com da vida. No Bonete, todos têm histórias negro pela noite. Lembro de Cavendish, ela eu gostava de imaginar sempre finais pra contar. Todo mundo senta pra ver o dos piratas. Reza a história que, depois diferentes. Cavendish não morreu naquela dia acontecer, ou não acontecer, até o dia de retornar à Ilhabela, após fracassar na viagem. Ele regressou à sua bela Ilha das anoitecer, acenderem-se as luzes movidas travessia do Magalhães, o pirata e sua trupe Maravilhas, virou bonzinho, casou-se com pelos geradores, ou as velas e tocheiros foram perseguidos pela armada lusa de a mais linda princesa tupi, desenterrou da pousada do Daniel. Hora de tomar Martim de Sá Correa e acabaram fugindo seus tesouros e viveram juntos, felizes para banho, para o arroz de lulas regado a vinho. para a Inglaterra. Muito doente, Cavendish sempre, como nos sonhos de Peter Pan e É noite no Bonete. O mar está calmo e a morrera a bordo antes de completar a Wendy de mamãe. Eurobike magazine . 87
devaneio Pousada Canto Bravo do Bonete (praia do Bonete) O que fazer Tel.: (12) 3896-5111. Acesso por barco ou trilha SERVIÇO na mata. Rústica, charmosa e romântica, com Para velejar ou alugar barcos: (veleiro oceânico, os pés na areia e redes para o horizonte, é toda kite, wind e outras velas): Como Chegar iluminada por velas e tocheiros. BL3: Praia da Armação. Tel.: (12) 3896-1271. Pode-se chegar à Ilhabela via Caraguatatuba, www.pousadacantobravo.com.br É o ponto de encontro dos velejadores de todas as descendo a Rodovia dos Tamoios e depois pela modalidades. Ministra aulas particulares do nível Rio-Santos até São Sebastião, de onde saem básico ao avançado (para crianças e adultos) as balsas que fazem a travessia do canal. Outro de todas as modalidades de vela. Passeios e caminho para chegar em São Sebastião é o charters em veleiros e lanchas. Sistema Imigrantes-Anchieta, ou ainda a Mogi- Bertioga, ambos confluindo pela BR-101, no sentido Santos-Rio. Onde Ficar Pousada Armação dos Ventos Onde Comer Tel.: (12) 3896-3439 / (12) 3896-5270 Marakuthai – Tel.: (12) 3896-3754. Av. Força Av. Perimetral Norte, 4260, Praia da Armação. Expedicionária Brasileira, 560 – Saco do Indaiá. 7km ao norte da vila. Em meio a muito verde e www.marakuthai.com.br tranquilidade, dispõe de dez confortáveis suítes com linda vista do canal de São Sebastião. Canto do Jabaquara – Av. Perimetral Norte, Serviço superatencioso, piscina e delicioso café 12997, Praia do Jabaquara. 16 km do centro. da manhã. E o que é melhor: na frente da BL3, o Quiosque bacana para ficar com os pés na areia point dos velejadores de Ilhabela. petiscando. www.bl3.com.br/pousada Viana – Av. Leonardo Reale, 1560 (Praia do Viana). 2,5 km do centro. Sua famosa casquinha Para passeios de jipe à Castelhanos, mon- de camarão em cama de broa merece ser tanhismo, cachoeiras e outras aventuras: degustada. Fernanda Bianco: Tels.: (12) 3896-4186 / 9184-6908 / (11) 2626-4919 / 9446-4747. Nova Iorque – Vale a pena ir bebericar no deck www.fernandabianco.com.br do penhasco, na hora que o sol se coloca no mar, neste trecho da costeira. Mergulho: Colonial Diver – Tel.: (12) 3894-9459. www.colonialdiver.com.br DPNY Tel.: (12) 3894-2121. Quem gosta de música eletrônica e design de coisas diferentes e transadas vai se divertir na DPNY. www.dpnybeach.com.br 88 . Eurobike magazine
ABILLE |WOW www.porsche.com.br Novo Cayenne 2011. Mais leve. Para voar sem sair do chão. Desde 1948, consideramos a eficiência como o principal princípio na construção de carros esportivos. Com a nova linha Cayenne, não poderia ser diferente: mais performance com menos consumo. Seu design totalmente renovado, apresenta um chassi 185 Kg mais leve, que combinado a tecnologia da Auto Start Stopfunction, além de melhorar o consumo em 23%, apresenta uma redução de 26% na emissão de CO2. É o que podemos chamar de Porsche Intelligent Performance. Stuttgart Sportcar Stuttgart Sportcar Stuttgart Sportcar Stuttgart Sportcar Stuttgart Sportcar Revendedor autorizado Showroom I Showroom II Showroom III Showroom IV Showroom V Ribeirão Preto - Eurobike (11) 5644.6700 (11) 3061.9544 (21) 2495.5959 (41) 3333.3113 (51) 3373.7630 (16) 3965.7080 Av. Nações Unidas, 16.461 Av. Europa, 459 Av. das Américas, 555 - A R. Des. Westphalen, 1.783 Av. Ceará, 724 Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1.650 SÃO PAULO - SP SÃO PAULO - SP RIO DE JANEIRO - RJ CURITIBA - PR PORTO ALEGRE - RS RIBEIRÃO PRETO - SP
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