Era um dia qualquer, no começo deste ano. Marina Lafer, 65, a 51 | Eurobike magazine respeitada designer têxtil que fez de sua casa seu ateliê, pediu que a cozinheira fosse à feira e trouxesse de lá limão-siciliano e lima-da-pérsia. Marina precisava observar mais de perto — bem mais — o tom daqueles frutos, que iriam lhe valer de inspiração para entrelaçar fios que dessem vida a um tecido encomendado naqueles dias. Desde o começo da década de 1980, Marina Lafer vive nesse universo colorido — e encantador e mágico — das linhas e dos fios, que se combinam assim e assado e formam texturas e jo- gos de cores infinitas. Foi rabiscando papel branco, com os lápis de cor dos filhos, quando ainda eram pequenos, que descobriu certa vocação para o desenho — e que aqueles desenhos po- diam lhe valer belos papéis e que a estampa daqueles papéis podiam dar vida a tecidos.
PRAZER À procura de um caminho — para a vida —, ela se enfiou num curso de gravura no Sesc Pompeia, começou a trabalhar com tapeçaria e, sem demora, deixou florescer o amor pelos tecidos. Pelas tramas, pelas combinações de cor, pelo fazer artesanal. “O tear é comparado com a vida. O urdume, aqueles fios ver- ticais, são os dados que você herdou da sua história, é a sua herança biológica e cultural. A trama (os fios horizontais) é a forma como você lida com a sua vida.” A depender da trama e do urdume (os tais fios verticais que dão a base para o trabalho), é possível mudar completamente o resultado dos tecidos. Aí se combinam, em um sem-número de possibilidades, cores, fios, técnicas, formas. Sua casa exibe um pouco dessa essência, desse processo de interligar, de estabelecer contatos e conexões — aqui e acolá. Depois de tocar a campainha, um breve cumprimento. “Antes de tudo: café, água, café e água?” “Café e água, pode ser?” “Gela- da?” “Gelada.” Marina Lafer recebe as pessoas com delicadeza naquele espaço onde vive, onde trabalha, onde convive, onde deixa à mostra os tantos tecidos de sua autoria — sem com isso sufocar o ambiente. Eles forram camas, sofás, almofadas. “Aqui é uma mistura, é uma casa, é um ateliê, tudo integrado. Eu me sinto bem num lugar integrado, é como a trama que junta com outra e se completam. Acho que tem a ver.” 52 | Eurobike magazine
Resquícios de atividades mais antigas também estão presen- TOQUE 53 | Eurobike magazine tes: as tapeçarias, os bloquinhos forrados de pano, a vibrante obra de tecido que pendurou em uma parede de pé-direito alto, “O último problema que eu tenho nesta casa é o tapete dessa de onde se avista, através de largas portas de vidro de correr, sala aqui”, e indica com a mão, num gesto manso, a única sala um jardim bem desenhado, de grama verde brilhante, árvores, que ainda não havia sido desbravada. “Eu tinha tapetes colom- orquídeas. bianos lindos e eles acabaram. Para substituí-los está a coisa mais difícil”, diz Marina Lafer. Ela, alinhadíssima, com calçados Num caminhar lento e delicado, ela abre a porta de um quarto, a combinar com a roupa, tira o pé direito de dentro do sapato de outro, de outro. “Aqui, são três almofadas, com três tipos de e o esfrega no chão, sobre o tapete, tocando aquela superfície técnicas diferentes e cores diferentes e tecidos diferentes, viu com leveza, calada, como se estivesse apalpando com as mãos, como ficam?” Em um quarto, prateleiras acomodam algumas para senti-la em detalhes. “Os tapetes daqui têm três quesitos linhas, à mostra. Em um outro, abre-se uma porta interna e ali fundamentais: precisa ter o tamanho certo, ser agradável de está um “closet de fios”. Um closet de fios! Um lugar apertadinho pisar e ser original. Este peca pela originalidade.” e abarrotado — sem perder a organização, impecável. São fios enrolados em novelos gordos, de cima a baixo. Em um canto, Mas não. O tapete estava ali, em perfeita harmonia, naquela cestas coloridas acolhem as linhas, separadas por grupos de sala que (também) dá vista para aquele mesmo jardim, cuidado cores. Aqui tem tons de rosa, roxo, lilás; ali tem laranja, verme- com minúcia por uma amiga de Marina, “essa minha amiga tam- lho, amarelo. bém adora cozinhar, vem aqui em casa, ensina as cozinheiras”. E você? Gosta de cozinhar? Não. Marina não se aventura na
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cozinha. Mas gosta de receber os amigos para o almoço, para Mudou-se para aquela casa espaçosa em que vive e trabalha há 55 | Eurobike magazine o chá. Mora só, mas não se sente só. “O contato com as pes- quase trinta anos. Ali era a casa de sua avó e, ao se separar e soas é uma coisa muito prazerosa para mim.” E também gosta se acomodar por lá, montou, congregado, seu ateliê. “Comprei das artes. E também gosta de cinema. “Pausa para um café?” a casa ao lado, que estava à venda.” É cheia de detalhes, tem E pede para servir um cafezinho e um copo d’água. Depois do peças antigas, como as porcelanas chinesas, tem arte africana, gole derradeiro, suspira, “estava sentindo falta de um cafezinho” tem objetos folclóricos. Mas não é congestionada, nem desar- — e levanta novamente para mostrar outros fazeres, as cúpu- mônica, tampouco. Na sala dos fundos, a coleção de bules anti- las para abajures, as mantinhas para bebê, a amostra do tecido gos de um lado. Do outro, a cortina que fez no tear. para moda, “que ainda ninguém encomendou”.
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E esse jardim belíssimo, te inspira para trabalhar? “Eu diria para 57 | Eurobike magazine você que nada dessas coisas da natureza é inspiradora para mim. O que me inspira é um visual, uma textura, uma estampa.” Foi em um quadro do artista Gonçalo Ivo, um óleo sobre tela batizado Rio São Francisco, por exemplo, que buscou nuances para um dos vários jogos americanos que teceu. “Tudo aqui é feito com amor, com muita atenção. Os grandes co- zinheiros, você vê, colocam um pouco disso, um pouco daquilo e criam uma comida que é diferente. São processos que levam um pouco de cada coisa. Acho que poderíamos comparar a cor com o tempero. Um pouco mais de cor, um pouco menos de cor. Um pouco mais de cominho, um pouco menos de pimenta.” Marina tenta colocar em palavras o passo a passo de seu tra- balho. Uma, duas, três vezes. Mas se cala. “É muito complexo” — e respira mais profundamente. Num tecido convivem os fios, as tramas, as técnicas, as cores. Quando muda uma cor, tudo muda. Quando muda um fio, tudo muda. Quando muda a téc- nica, tudo muda. TEAR A tecelagem é considerada uma das artes mais antigas do mundo. Os homens das cavernas exploraram as tramas pela primeira vez como proteção — entrelaçavam galhos e folhas. Pouco depois, surge a arte da cestaria, quando o homem passa a manipular as fibras com os dedos. E, disso, o trabalho evoluiu até dar forma aos mais primitivos tecidos. Das pesquisas arqueológicas, pode-se pinçar dados sobre a presença dos fios, dos tecidos, das ferramentas para girar e tecer, em remotas habitações humanas. “Antigas civilizações nos deslumbram com as avançadas técnicas utilizadas milhares de anos antes de Cristo”, registra Dinah Bueno Pezzolo, autora de Tecidos – História, tramas, tipos e usos (editora Senac, 328 páginas.). Segundo seus relatos, os tecidos surgiram de teares manuais nos países mediterrâneos por volta de 1400a.C., com estrutura básica que se assemelha à usada pelos artesãos con- temporâneos. Na casa de Marina Lafer, uma sala espaçosa, ladeada por por- tas de vidro, que dão vista para aquele mesmo jardim de grama brilhante, acolhe quatro teares — um deles pequenino, usado para testar ideias. São teares de modelo sueco cujo projeto ela obteve de uma de suas professoras, que havia estudado naquele país. Quem deu forma àquelas complexas hastes de madeira foi um marceneiro filho de uma amiga. “O tear é uma máquina em que se faz tecidos artesanais”, expli- ca. O tear é aquela geringonça de madeira, cheia de peças, que
PRAZER recebe os fios trançados anteriormente, passando, um a um, em ser feito. “Sou psicóloga de formação, já dei aula para criança, já buraquinhos minúsculos, para que depois se faça a trama, já fiz tapeçaria e já teci. Hoje fico na criação, no conceito, escolho com a medida exata dessa cor e daquela. É isso que Marina faz. o tecido, o fio, cor, a textura.” O tempo que desprende na criação “Você acha que sou habilidosa com as mãos? Não, não sou. Eu é maior do que o tempo reservado ao fazer do tecido. “É muito aprendi a manusear, mas hoje fico só na criação, isso dá dor trabalhoso. É como criar um prato.” E é exatamente o que a dei- nas costas.” xa feliz. Transparece. 58 | Eurobike magazine Marina se empenha nisso: em fazer de uma ideia um projeto, que pode ser executado por uma de suas funcionárias, no tear. Ela define a proporção das cores, o tipo de tecido, a técnica. E tudo isso é organizado em uma “receita”, um papel ininteligível para leigos, em que estão todas as informações do que há de
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PRAZER Museu de grandes novidades Fomos até o interior de São Paulo conhecer o maior acervo de motocicletas raras, curiosas e históricas do Estado, além de seu estúdio de restauração. Literalmente, uma verdadeira viagem Por Betto D’Elboux | Fotos André Hawle 60 | Eurobike magazine
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PRAZER Nesse conjunto de motos, pertencentes a um empresário da região, todas belíssimas, a maioria é famosa ou importante. No O conceito de restauração — do grego, ανακαίνιση; em inglês, entanto, talvez a peça mais rara desta “tropa de elite das motos” refurbishment; em francês, remise à neuf; em alemão, sanie- é uma Mondial, de 1956, que em sua época disputava e vencia rung; em italiano, ristrutturazione; e em espanhol, renovación — provas na categoria até 175 cc. Depois, trocou de piloto e de ca- requer muito mais do que a disciplina exigida por um “capitão tegoria, e ganhou outras corridas também. Seu motor, 4 tempos, Nascimento”, e, principalmente, paciência e muita dedicação. gira em 11 mil RPM. Ela era feita pela própria fábrica — pouquís- simas motos foram feitas pela Mondial para corridas — e era Essa é a base do trabalho de Alex Sandoval Machado, o Alex, parte de um lote muito raro de motos de competição que foram nascido em Ituverava, interior de São Paulo, e que com dois exportadas para a Itália. Este modelo, que está no acervo cui- meses de idade se mudou para a bela e calorosa (e calorenta?) dado por Alex, pertenceu ao colecionador Roberto Nascimento, Ribeirão Preto. Ali, Alex encontrou, mais do que os chopes do de Campinas, SP — que, coincidentemente, tem o mesmo nome Pinguim, as principais razões da sua vida: a esposa, o filho Lu- da personagem de Wagner Moura no filme Tropa de elite. cas e uma coleção de motos históricas, raras, ou apenas inte- ressantes, e para as quais devota um inspirado e apaixonante Conta-se que o Roberto Nascimento, colecionador, o da vida trabalho de restauração. real, há muitos anos havia conseguido o valor de venda que ele desejava, mas no porto, antes do embarque para a bota euro- Alex é o consultor do que, hoje, é um acervo de 121 motocicle- peia, desistiu de vendê-la e tirou-a da caixa. Assim, essa moto tas, das quais cerca de 88 já estão perfeitas, como novas, e as ficou no Brasil enquanto outras, também bastante raras, foram restantes passam, pouco a pouco, por suas mãos e ferramentas. para a Itália, para as mãos de outro colecionador que havia mo- “Eu me concentro em três ou quatro motos por ano. Porque a rado no período em que foi mecânico e piloto aqui no Brasil, restauração de uma moto — às vezes, quase uma reconstrução algum tempo antes, o Michelle. E essa Mondial 1956, do ponto completa — exige bastante pesquisa, muito estudo e paciência”, de vista de raridade — e até pelo pouquíssimo material publi- ensina Alex. É preciso mais do que amor pelo que se faz?, ouso cado que existe sobre ela — é, provavelmente, a mais rara da questionar. “Mais!”, afirma categoricamente. coleção. Mondial de corrida 175cc ano 1956 62 | Eurobike magazine
Outro modelo de encher os olhos é uma Norton Manx de 500cc, Norton manx de corrida 500cc de corrida, igual a de nº 46 utilizada pelo piloto Edgard Soares e ano 1950 com a qual ele foi campeão paulista de motociclismo nos anos de 1949, 1950, 1951. Historiadores contam que, em 1953, ao disputar na Argentina mais uma edição das Cien Millas Moto- ciclistas Ciudad de Buenos Aires — terminando em segundo lugar, em 1950 —, Soares estava liderando a prova quando o seu pedal do câmbio quebrou. Naquele momento, ele perdeu a posição para dois argentinos e, ainda assim, seguiu lutando, mesmo com a peça quebrada que fez um buraco na sola de sua bota e resultou em um ferimento em seu pé. Soares seguiu em frente, superou os hermanos e, no pódio, recebeu o Troféu Eva Perón das mãos do próprio Juan Perón! E tudo isso com a bota furada e o pé machucado. Falando em argentinos… Essa moto usada nas competições por Soares ainda é simboli- camente importante para a coleção por outro motivo: ela é do mesmo modelo que aparece no filme Diários de motocicleta, de Walter Salles, que conta uma viagem de Che Guevara pela América Latina. Na película, o guerrilheiro argentino apelidou a sua Norton ES 2, de 500cc, de “La Poderosa II”. 63 | Eurobike magazine
PRAZER HRD Vincent Rapid 1000cc ano 1949 64 | Eurobike magazine Na oficina de Alex, é impossível não se encantar também pela incríveis — como uma Ferrari F40 e um Porsche 356 Speedster BMW R60/2, de 1969. Preta, com todas as peças e partes poli- —, ainda revela muitas Guzzi, algumas Ducati e Bimota, uma das, essa motocicleta é dotada de sidecar. Esteticamente ela HRD Vincent Rapid e até uma incrível Ariel Square Four. remete a modelos semelhantes aos usados pelos alemães na Segunda Guerra Mundial, porém, é bem mais nova e pertence De repente, ao longe, avisto um pôster na parede. Estranha- à nova geração de motocicletas da marca que, na época, dei- mente, ele destoava-se da estirpe daquela coleção e parecia xou de ser fabricada em Munique e passou a ser produzida em muito mais adequado se estivesse em uma antiga borracharia Berlim. dos anos 1970. Sim, nele havia uma bela moça, morena, “vestin- do” apenas seu par de sandálias de salto alto e debruçada so- Um passeio por três dos quatro salões que atualmente abri- bre uma moto. Aproximo-me para admi…, digo, entender aquela gam essa coleção, entremeada por alguns carros não menos cena destoante do local e, ao abaixar os olhos, percebo que ao
MV Agusta 750cc ano 1972 lado do pôster está uma Ducati 900cc Mike Hailwood réplica. Hoje, para os grandes colecionadores, o mais importante e Ou melhor, “uma” não, mas “a” moto da foto: a mesma! Então, raro são as motos de corrida ou as que tiveram produção muito entendi o porquê daquele pôster estar ali. pequena e design interessante. No caso, em se tratando de mo- tos de corridas, está ali a Harley Davidson Aermacchi 125 cc, O futuro desta bela coleção será ainda melhor: se atualmente que foi originalmente do “Paraguaio”, o famoso piloto de motos Alex consegue se dedicar à restauração de até quatro moto- dos anos 1980, Álvaro Candido Filho.N cicletas por ano, em breve ele deverá ter um espaço um pouco maior, no qual poderá se dedicar à até oito unidades simultanea- mente. “Teremos uma área para lidar com cada uma das motos de forma independente. Assim, enquanto aguardo chegar peças de uma delas, dou atenção à outra. Depois, enquanto a pintura desta segunda estiver secando, vou para a seguinte. E assim por diante, de forma que as oito motos possam ter suas restau- rações avançadas ao mesmo tempo”, diz Alex. 65 | Eurobike magazine
PRAZER 66 | Eurobike magazine Aermacchi Harley Davidson de corrida 125cc ano 1972 Ariel Square Four 1000cc ano 1952 BSA Star Twin A7 500cc ano1952
Ducati 900ss 900cc 67 | Eurobike magazine ano1978 BMW R50/2 500cc ano 1966 Triumph Thunderbird 650cc ano 1954
PRAZER 68 | Eurobike magazine No entanto, neste acervo, há muitas motos que na realidade são “comuns”. Elas são incríveis porque estão em perfeito estado e bem restauradas. “É como quando você vê um Fusca na rua, em perfeito estado: é muito legal. No entanto, ele não tem uma importância muito grande”, ensina o restaurador. O trabalho de restauração feito por ele hoje exige muito em- penho. Como a importação fechou em 1976, as pessoas, assim como faziam com os carros daquela época, tinham mania de modernizar suas motos. Trocavam motores, uma BMW 750 vi- rava uma 900 cc, por exemplo, e colocavam outros acessórios. E assim descaracterizavam-nas. “Uma parte do meu desafio hoje é trazer essas motos para as suas configurações originais. E isso demanda muito estudo, pesquisa, tempo, paciência”, re- força Alex, do alto de sua experiência de 13 anos nessa verda- deira arte.
Moto Guzzi GTV 500cc 69 | Eurobike magazine ano 1947 Além da nova oficina, um projeto maior prevê a criação de um museu que contemplará todas as motos, separadas por nacio- nalidade. A ideia é ter principalmente as europeias — italianas, alemãs, inglesas — e japonesas, além de uma ou outra ameri- cana, embora dessas só aquelas que forem muito antigas ou raras. Ou seja, haverá espaço suficiente para se ter ainda mais motos? “Não é essa a ideia”, explica Alex. “A prioridade hoje é terminar a restauração dos modelos que já estão aí e ter uma coleção com modelos bem pontuais.” Para ele, o conceito ideal para o projeto do museu é que não tenha muitas motos, mas que todas que lá estejam sejam belas, curiosas, raras ou interessantes. Em bom português, o museu terá apenas a “tropa de elite” das motocicletas.
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DEVANEIO 74 | Eurobike magazine Wayna Mountain Lodge: repouso sagrado aos pés do “arisco” Salkantay
Trilha Salkantay – Machu Picchu lodge to lodge Mordomia inca Lodges confortáveis, banhos de jacuzzi e banquetes de corar de inveja um rei inca. Esqueça o tempo em que a trilha de Cuzco até a mítica Macchu Picchu era coisa de mochileiros e embarque na mordomia da rota do Salkantay lodge to lodge, durante sete dias de caminhadas, cruzando os Andes peruanos por picos nevados, lagoas coloridas, florestas tropicais e vilarejos típicos Por Eduardo Petta | Fotos Carol da Riva Após dois dias de aclimatação à altitude, na inenarrável ci- funcionário serve chá quente de coca. O outro retira os casacos 75 | Eurobike magazine dade de Cuzco, antiga capital do império inca, começamos a molhados da chuva, troca a bota suja de lama pelo chinelo lim- caminhar. A chuva fina dos Andes castiga. No ar rarefeito, falta pinho e nos acomoda ao lado de uma lareira crepitante. Logo oxigênio e cada passo na trilha é uma vitória. Após 5 horas de chegam sanduíches e guloseimas. O clima é de aconchego, o pernas em ação, surge como uma miragem a visão do lodge aos ambiente, calafetado. Hora de conhecer o quarto. Cama king- pés do nevado Salkantay — uma das montanhas mais sagra- size, edredom de plumas, travesseiro de penas de ganso, das da cosmologia inca. Ao abrir a porta, palmas e regalos. Um aquecedor elétrico, chuveiro quente.
DEVANEIO Cajados sempre na mão. Ajuda preciosa no sobe e desce pelas montanhas incas 76 | Eurobike magazine
“Vocês não querem ir à jacuzzi? Aqui estão os roupões de ba- Quinhentos anos sob o jugo da coroa espanhola não foram su- 77 | Eurobike magazine nho”, oferece o gerente Sérgio. De roupão fofinho e branco, o ficientes para sufocar na cultura inca a crença nos elementos grupo de oito brasileiros que acaba de chegar dirige-se à jacuzzi da natureza, o amor à pachamama, a obediência ao calendário ao ar livre e, entre borbulhantes espumas, deleita-se com taças das constelações e a fé nos Apus — os espíritos sagrados das de vinho e pisco sour sob o céu estrelado a emoldurar os picos grandes montanhas. Segundo a mitologia inca, quando se vai nevados. De um lado, Humantay (5.900 metros), ”o bondoso”, entrar numa trilha sagrada como a do Salkantay, é recomendado aquele que escuta os homens. Do outro, Salkantay (6.300 me- realizar ao menos uma oferenda, para não falar em sacrifício, tros), ”o arisco”, aquele que não tem controle sobre si, o pico pedindo proteção aos Apus para obter uma viagem segura. mais alto de toda a cordilheira Vilcabamba. Aquele que só tem ouvidos para Humantay.
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No lago ao sopé de Humantay, a montanha generosa, aquela que escuta ao chamado dos homens, 79 | Eurobike magazine os xamãs fazem suas preces, orando por uma travessia segura para os andarilhos
DEVANEIO 80 | Eurobike magazine E que viagem! São sete dias de caminhada, 50 quilômetros pela trilha do Salkantay, indo de lodge em lodge (são quatro no total), desde o vilarejo de Mollepata — distante quatro horas de carro de Cusco — até chegar à Machu Picchu. O trajeto é opção para a superlotada trilha inca tradicional, onde a fila de espera supera quatro meses e por onde passam 500 pessoas por dia — contra 70 do Salkantay. A grande diferença é que no esquema criado pela Mountain Lodge of Peru não é preciso carregar mochilas, acender fogareiros ou dormir em barracas. Basta caminhar. E leve. Toda a bagagem segue com uma tropa de mulas co- mandada por arrieros, que parte depois do grupo e depois o alcança. É comum ver sua mala passando por você na trilha. O grupo do lodge to lodge, de no máximo 12 pessoas, anda
Cenas cotidianas: encontros com a colorida gente andina; almoço ao ar livre sempre com dois guias. Um na frente, para os mais ligeiros, 81 | Eurobike magazine na tendinha do Mountain Lodge; banhos de jacuzzi ao chegar nos lodges e a e outro atrás, para os mais vagarosos. Fechando a comitiva, mordomia dos quartos um arriero particular, no nosso caso, seu Domingos Sierra, 68, conduzindo uma mula e um cavalo para os que por ventura se cansarem, carregando também o kit de primeiros-socorros e a garrafa de oxigênio. Apesar da mordomia, é bom se preparar para o frio de montanha (veja lista ao final da matéria), ter algum preparo físico e, principalmente, cuidar dos pés. Se você não tiver uma bota de caminhada surrada, acredite, é melhor usar seu velho tênis a sofrer com bolhas, estreando uma nova. Outra sugestão: “Cada um deve andar no seu próprio ritmo”, avisa o guia Guido Huaman Serrano, 28. Quem segue seus próprios passos no primeiro dia de caminha- da chega ao Salkantay Lodge e tem acesso a esse universo de exclusividade coberto de mimos do início do texto. Um exemplo é o cardápio balanceado, elaborado por uma nutricionista, e que vai à mesa em pratos servidos com arte por um chefe de cozinha que abusa de alimentos leves e energéticos, como a quínoa — nativa dos Andes. Há ainda surpresinhas, como os bombons em cima da cama e a bolsa de água quente colocada debaixo das cobertas na hora de dormir. Após uma noite de rei, o segundo dia do trekking é dedicado à aclimatação para os efeitos da altitude. Como? Com uma ca- minhada até a base do nevado Humantay, partindo dos 3.500 metros de altitude rumo aos 4.200m, e depois baixando — um subterfúgio utilizado por montanhistas. O ápice dessa subida test-drive guarda um dos momentos mais poéticos da viagem, os lagos Soray e Pocoy, ”os olhos de Humantay”, um verde, outro azul. O cenário perfeito para realizar o ritual de proteção aos Apus. Nuvens carrancudas cobrem o céu. Chove e venta forte quando os xamãs Victor Flores Solas, 24, e Luiz Quisep Calisina, 26, iniciam a cerimônia na beira dos olhos-lagos. Victor segura três folhas de coca e as vira na direção da montanha. Dá um sopro nas folhas e fala: “Salve Apu Humantay. Peça ao Apu Salkantay permissão para este grupo passar com saúde por seu domínio”. Todos repetem o ritual. “Agora masquem as folhas e as colo- quem debaixo de uma pedra”, solicita Victor. Alguns segundos de silêncio depois, ele saúda um a um dizendo sumaqlla (algo em quéchua como ”a sua magia”), dando apertados abraços de coração. Yo no creo em brujas pero que..., dez minutos depois, as nuvens se dissiparam. E o sol reinou pelo resto da jornada. Abençoados pelos xamãs, iniciamos o ataque ao Paso de Salkantay no alvorecer do terceiro dia com o ânimo redob- rado. “Esse trecho da caminhada é o das paisagens mais be- las, mas também o mais difícil de toda a trilha”, alerta o guia Guido Huaman. Só o aquecimento faz arder os pulmões.
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São 800 metros de subida íngreme, passando por um trecho Salkantay quase a tocar os pés, a mente devaneia. É impossível 85 | Eurobike magazine apelidado de “Sete Voltas”, até chegar ao primeiro “passe”, a não se emocionar. 4.300 metros, em Soroycocha, um lugar cercado de rochas gi- gantescas. Após rápido descanso, mais subida. Falta ar. “An- Salkantay, “arisco”, fica para trás. Começa a descida. As pernas dem devagar”, pede Guido. E devagar vamos subindo aos céus, agora flutuam. De repente, uma visão do paraíso: a tenda do onde um casal de condores faz evoluções com seus três metros almoço está montada numa campina verdejante coberta de flor- de envergadura. Considerados mensageiros dos Apus pelos in- zinhas amarelas. O chefe de cozinha Mário Cobos Mejías, 50, cas, avistá-los é sinal de sorte. Logo adiante, surgem as apa- montanhista experiente, que nos acompanha por todo o trajeto, chetas, montículos de pedras empilhadas confeccionados em preparou um almoço de gala. “Hoje temos pão com alho, sopa, oferenda aos Apus, anunciando nossa chegada ao ponto mais lomo saltado e pudim na sobremesa.” De pança cheia, o grupo elevado da trilha. A 4.700 metros de altitude, com as neves do desce saltitante até o sonhado encontro com o Wayra Lodge,
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uma construção de pedras ao sopé da outra face do Humantay, 87 | Eurobike magazine a face norte, com ovelhas pastando ao lado de um rio de águas turquesa. Faz frio cá fora. Sai fumaça pela chaminé do lodge. Entramos e a cena se repete: chazinho, chinelinho, jacuzzi, farta ceia. Dessa vez, à luz de velas, sob a sombra do Humantay, iluminado pelo luar. O Lodge Wayra marca a transição entre as paisagens nevadas e os bosques nublados. Nesse quarto dia há mais vida pelo cami- nho: orquídeas, bromélias, begônias, samambaias e borboletas colorem os espaços. Sons de pássaros rompem o silêncio. Em compensação, os nevados viram pontinhos distantes, que por vezes surgem por cima das montanhas menores. A caminhada é serena. Suave descida de 4 horas até chegar ao lodge três, o Colpa, encravado no final de uma cordilheira de montanhas que lembra a Serra do Mar. Ao chegar, uma pajelança inca se inicia: a pachamanca. Num buraco aberto na terra, são colocadas pe- dras pré-aquecidas numa fogueira. Em cima das pedras, bata- tas e carnes: de frango, boi, porco e até de cui — um parente do porquinho-da-índia, muito apreciado pelos moradores locais. Coberta com papelão e enterrada, a comida cozinha embaixo
DEVANEIO 88 | Eurobike magazine da terra. Trinta minutos depois, suculento banquete. E tarde livre caminhando em cima de uma antiga cidade”, diz o guia Guido para ler um livro, jacuzziar, ou visitar a comunidade vizinha de Huaman. Ao final da subida, Llactapata e a recompensa: um Siaulay. visual arrebatador de Machu Picchu ao longe e de todos os grandes nevados que o circundam: a Verônica, o Pumasillo, O quinto dia leva ao quarto e último lodge, o Lucma. A pernada Chicón, Pitusiray. Abaixo, ao final do despenhadeiro, o rio Vil- é quase plana, acompanhando o rio Santa Tereza a serpentear canota desenha curvas. Ao atravessá-lo, chegamos à usina hi- pelo vale. Suas águas cristalinas parecem cubos de gelo de tão drelétrica e tomamos o trem rumo a Aguas Calientes, conhecida frias. Desencorajam mergulhos. Em vários pontos, a gente an- por suas águas termais. Dormimos cedo e às 5h30, ainda no dina colhe granadillas, deliciosa espécie de maracujá doce. Ao escuro, estamos todos a bordo do primeiro ônibus com destino cair da tarde, chegamos a La Playa. O Santa Tereza se alarga, à cidade sagrada dos incas, erguida pelo rei Pachacuti por volta forma bancos de areia, divide espaço com um vilarejo. Uma es- de 1450, abandonada por motivos incertos antes da chegada cada de pedras do tempo dos incas conduz ao Lodge Lucma, dos espanhóis e ”redescoberta” pelo pesquisador norte-ameri- escondido entre luxuriante floresta tropical. A 2.100 metros do cano Hiram Bingham, em 1911. Caminhamos em direção à Por- nível do mar, a noite de sono é livre dos males da altitude. ta do Sol e nos sentamos numa escadaria para ver o dia nascer Último dia de trilha. A caminhada é pesada. Debaixo de mata em Machu Picchu. Os primeiros raios de sol tocam a cidade de densa, quente e úmida, três horas de ascensão. O destino é pedra iluminando terraços, praças, observatórios e templos que o sítio arqueológico de Llactapata, as únicas ruínas dessa tri- o tempo não apagou. Tempo de colocar as pernas para o ar e lha, que vêm sendo restauradas desde 2003. “Podemos estar repensar a efemeridade do nosso tempo na vida.
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DEVANEIO Serviço: Quem leva: a Mountain Lodge of Peru organiza a viagem com trasla- 92 | Eurobike magazine dos a partir de Cuzco, ou saindo do Brasil. A viagem de Cuzco a Cuzco com tudo incluído sai por US$ 2,950 por pessoa. Aconselha-se uma estadia de duas noites no mínimo em Cuzco (eu ficaria três). www.mountainlodgesofperu.com Tel.: 021-8181-1557; Toll Free: 0-800-891-5372 ou no email: [email protected] Lodge to lodge – De sonho em realidade Enrique Umbert, gerente-geral do Mountain Lodge of Peru (MLP), acostumou-se a viajar com seu pai desde pequeno. Durante essas andanças, teve a ideia de fazer um produto que reunisse a natureza peruana com o conforto dos lodges. O sonho realizou-se quando seu pai, juntamente com um sócio, conseguiu a verba para a construção. Entre 2006 e 2007, com investimento de US$ 3,5milhões, Enrique le- vantou de uma só vez os quatro lodges. Como todos estão localizados em zonas sem energia elétrica, tiveram que ser trazidos geradores e todos os outros artigos no lombo de mulas. “Foram mais de duas mil viagens”, diz Enrique. Dos quatro, apenas o Salkantay Lodge, o número um, possui 12 quartos, pois recebe dois grupos – o que chega e o que passa o dia de aclimatação. Os outros três possuem apenas seis quartos. Cada um dos lodges recebeu uma decoração diferente. “O Soray é o palácio inca, todo erguido em adobe. O Wayra, de pedras, para suportar os ventos fortes da região, é direcionado aos elementos da natureza e às crenças xamânicas. Folclore andino é o tema do Colpa, enquanto o Lucma faz reverências a pachamama”, explica o empresário peruano. Todos têm no telhado a mesma mandinga: um par de touros e uma cruz, simbolizando proteção. O desenvolvimento sustentável dos lodges foi seriamente considera- do. Os lodges agregam em seus quadros de funcionários moradores da região, gerando empregos diretos e indiretos, comprando hor- taliças das comunidades vizinhas e utilizando o serviço dos arrieros, que ganharam até um escritório em Mollepata.
Machu Picchu, bela e misteriosa Rodeada de abismos e montanhas, numa região fronteiriça entre os 93 | Eurobike magazine Andes e a selva amazônica, Machu Picchu ostenta o mais alto grau de Em 24 de junho de 1911, o professor de história norte-americano desenvolvimento já atingido pela civilização inca. A cidade é formada Hiram Bingham (1875-1956) finalmente encontrou o que procurava: por templos, palácios, adoratórios, praças, ruas, caminhos, escadari- as ruínas da cidade sagrada perdida dos incas, no topo da montanha as, fontes e algumas casas, que provavelmente abrigavam uma casta Machu Picchu. Há anos Bingham procurava o último reduto do inca de de nobres e escolhidos do Estado Inca. Ao redor das construções, Vilcabamba. Guiado por um nativo de nome Arteaga, depois da árdua havia uma ampla zona de terraços e muros de andaime, voltados à subida, Bingham descansou no gramado do que hoje é conhecida agricultura. Não existem fontes históricas que contem da existência como Plaza Principal. Visitou as ruínas e deu-se por satisfeito, quando desse lugar. Por conta disso, os nomes dos lugares e suas funções encontrou na Tumba Real os restos do personagem mais importante assinaladas seguiram o critério de seu descobridor (Bingham) e de da cidade. Era o que procurava. No ano seguinte, Bingham enca- outros estudiosos. São ao todo 216 construções de pedras milime- beçou uma expedição da National Geographic Society. Nas tumbas, tricamente encaixadas, sem cimentos ou barro. Engenhosos, os incas já visivelmente profanadas por “huaqueros”, encontraram 173 restos esculpiam diversos ângulos nas pedras, que impediam seu desa- humanos, sendo 150 do sexo feminino. Nenhum objeto de ouro foi en- bamento durante os frequentes terremotos – que até hoje abalam contrado, mas, sim, muitos de bronze, além de objetos de cerâmica, os Andes. Entre as construções, destaque para o Templo do Sol, que utensílios e ferramentas de metal, pedra, madeira e ossos. Hiram recebe em sua janela o primeiro raio de sol do solstício de inverno, Bingham não conhecia o nome da cidade que acabava de desco- comemorado como o Ano Novo Inca. Outras atrações imperdíveis: o brir – até hoje ninguém sabe – e resolveu chamá-la pelo nome do Templo del Cóndor, o Intihuatana (em quéchua: local onde se ata o cume onde se encontrava, Machu Picchu, que em quéchua significa sol), o Templo Principal e a Roca Sagrada, de incrível semelhança “a montanha velha”. com a silhueta da montanha à sua frente. Uma opção, para quem tiver
DEVANEIO 94 | Eurobike magazine pernas, é fazer a caminhada de uma hora morro acima até Huayna O clima na caminhada varia do muito calor ao muito frio. Tente vestir- Picchu, “a montanha jovem”, de onde se descortina um visual incrível -se em várias camadas, com fleece e anorak, para cortar o vento. Na de Machu Picchu. primeira metade você vai precisar de gorro, luvas e cachecol. Boné, trajes de banho e roupas leves são fundamentais na segunda metade. O motivo pelo qual a cidade foi abandonada é tão misterioso quanto o Óculos escuros são necessários por toda a viagem, assim como pro- de sua construção. Uma das teorias mais aceitas é que grande parte tetor solar e labial. de seus moradores fora acometido de uma epidemia, e os sobrevi- ventes teriam fugido antes da invasão espanhola. Mas como tudo que Cuide dos pés. Meias apropriadas para trekking e botas ou tênis de envolve Machu Picchu, são apenas mistérios. trekking previamente amaciados são recomendados. Sapatos novos costumam dar bolhas, e podem inviabilizar a caminhada. Na hora de fazer a mala: Leve uma mala maleável de no máximo 15 quilos, pois ela precisa ser Para atenuar os efeitos da altitude evite ingerir álcool, tome muito amarrada na mula. Se levar peso a mais, deixe a bagagem extra em líquido e chá de coca. Uma dica dos guias é tomar duas aspirinas pela Cuzco e a apanhe na volta. manhã, mas consulte seu médico.
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