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Eurobike_magazine #11

Published by eduardo, 2020-07-22 09:45:27

Description: Eurobike_magazine #11

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Mas o dia seguinte prometia e todos precisa- vam pular cedo da cama para o passeio. Nem é preciso dizer que todos desmaiaram logo após o jantar. No domingo bem cedo, mais uma vez, a fila de Land Rovers se for- mou para subir a serra. Em direção ao distrito Olhos D’Água, o comboio seguiu por um ter- reno ondulado até a encosta da serra. Lá ini- ciou a subida. Foram 30 quilômetros por um terreno pedregoso até uma altitude superior a mil metros, com paisagens deslumbrantes e cenários paradisíacos. Para alguns a difi- culdade era maior, mas valeu cada momento da subida. Condomínio de Pedras, assim denominada a região de formação rochosa, chamou a atenção dos turistas por apresentar diversos tipos de piso: eram pedras soltas, travessia de riachos, estradão batido e terra branca. A Cachoeira do Luquinha, o destino final, tem um poço bem grande com uma praia de pedras igualmente grandes onde se pode descansar e apreciar a bela queda d’água. Após o banho de cachoeira, chegou a hora Eurobike magazine . 49

emoção Em sentido horário: Gessé, Flavia, Daniela de deixar este paraíso natural. Uma breve tiva dos clientes. “Fiquei muito feliz com ta- e Alexandre Muniz; David Cordeiro, Filippe e Willian; parada na pousada e todos pegaram a es- manha adesão ao evento e com o compan- Marcos Zangelmi e Marina; Andrea Biagi e Sérgio trada para retornar ao lar. heirismo da turma, que se destacou quando Miranda, organizador do evento muitos se mobilizaram para ajudar a retirar o O intuito da Eurobike de reunir famílias foi carro atolado. Isto nos aproxima dos clientes 50 . Eurobike magazine alcançado com sucesso. Roberto Grassano e permite mostrar a eles como realmente po- saiu de Arapongas, interior do Paraná, para demos usar um Land Rover. participar do evento e revela que o fato de o concessionário ser o organizador dá se- Produzido pela Blue Media, o 1º Eurobike gurança para trazer a família. “Fomos muito Adventure Trip foi patrocinado pela Coca- bem recebidos e o sacrifício da viagem de Cola, Nestlé Águas, Banco Alfa, Cervejaria mais de quatrocentos quilômetros valeu a Colorado e Sítio Caju. O próximo evento pena quando nos deparamos com esse vi- está previsto para junho. Fique ligado na sual maravilhoso”, afirma. Já o casal de en- agenda e não perca essa oportunidade genheiros ambiental e integrantes da ONG de participar com seu Land Rover de um de Piracicaba Instituto Ambiente em Foco, passeio off-road. Para mais informações, Igor e Marcela Filippini, buscavam diversão. acesse o portal www.eurobike.com.br. Se “Já fizemos várias trilhas pelo mundo, mas preferir, entre em contato com a Eurobike esse lugar é incrível”. pelo telefone (16) 3965-7000 ou com a or- ganização pelos e-mails mirandalandover@ O gerente Passalacqua se mostra satisfeito yahoo.com.br ou contato@bluemediagroup. com o resultado do evento e a resposta posi- com.br.

O Oyster Perpetual Yacht-Master II é a referência máxima escolhida por profissionais que navegam pelo mundo. É o primeiro relógio a apresentar uma contagem regressiva programável com memória mecânica. Indispensável para a largada de qualquer regata, ele pode ser rapidamente programado e se necessário é capaz de voltar ao ponto inicial para sincronizar a contagem regressiva com o tempo oficial da competição. Originalmente projetado para atender a demanda de velejadores profissionais, o Yacht-Master II é a nova geração de relógios para todos navegadores e apaixonados pelo esporte. Visite rolex.com e descubra mais. yacht-master ii

CAROL DA RIVA 52 . Eurobike magazine

prazer Boa é a vida Mas melhor é o vinho Fernando Pessoa Eurobike magazine . 53

prazer Entre livros e vinhos Da saga de uma uva criada nos terraços seculares do rio Douro, até tornar-se a essência de um Porto Vintage, celebrada no cálice do livreiro mais festejado de Portugal. E de todos os prazeres deste caminho POR EDUARDO PETTA | FOTOS CAROL DA RIVA 54 . Eurobike magazine

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prazer Hoje é o meu grande dia. Após vinte anos, finalmente, a libertação do corpo terrestre, ou melhor, líquido. O etéreo, o eterno, me aguarda. Hoje cumprirei a sina de minhas antepassa- das. O senhor sentado na poltrona de couro Todo o autor do Porto sonha um dia casa — onde outro sonho começa. É o que me fita e me balança pelo cálice, ter a sua obra exposta aqui. O sonho sonho de todo autor acomodar nome, admirando-me e sentindo meus aro- dos músicos é estrelar na futurística sobrenome e obra junto aos grandes mas pronunciados, chama-se Antero Casa da Música. A dos artistas plásti- nas prateleiras da livraria Lello. Juntar- Braga. Ele mira a minha cor, observa- cos no Museu de Serralves, com suas se a Camilo Castelo Branco, Eça de me a textura. Posso vê-lo sorrir ao inalar linhas em perspectiva — uma obra- Queiroz, Camilo Pessanha, Fernando meu perfume em forma de vinho. Toda prima projetada por Siza Vieria (o Oscar Pessoa — e passar a eternidade en- a minha vida passa pela memória neste Niemeyer português), com jardins ao carando a escada escarlate em cara- instante. Volto ao útero da mãe-videira, estilo de Versailles. Jardins perfumados col, duas janelas, uma porta e quanto quando ainda era uma pequena uva. de eucaliptos, cidreiras e de amendoei- sonho. Minha mãe-videira lança suas raízes a ras em flor. Perfumadas como eu a girar mais de dez metros de profundidade no líquida neste cálice. Tenho sorte de ter vindo encerrar minha solo. Traz das profundezas da terra o história aqui. A garrafa que me carregou alimento e a água do meu viver. Mas o sonho de quem escreve é ou- foi manuseada com carinho pelo senhor tro: um dia estar aqui, na rua das Car- Antero Braga, assim como toda a obra Antero Braga continua sentado. Os ol- melitas 144, dentro da branca fachada que chega à Lello. Este senhor ama os hos de sonhador. Possui setenta e pou- neogótica de anjos pintados à porta, livros. Menino miúdo, cresceu lendo cos anos e é um amante dos li-vros. bem diante da Torre dos Clérigos — o quadrinhos. Adolescente, fez a travessia Livreiro há mais de 40. Hoje é um grande ponto mais alto da cidade, onde tudo aos livros. E nunca mais os abandonou. dia para ele também. Sua livraria, onde se vê com olhos de pássaro ao bada- Fez carreira na Bertrand: foi o mais jo- estamos neste momento, de nome Lello lar dos sinos. Todos querem estar aqui vem vendedor, o mais jovem gerente e Irmãos, faz 140 anos de histórias no na Lello, onde estou agora pela última da casa, o mais jovem diretor admin- coração do Porto. vez, neste prédio inaugurado em 1906. istrativo. Até que um dia, certamente Eu sei, todos querem ter seu nome lido celebrado com alguma de minhas irmãs Hoje foi um dia agitado na Lello. Pela mentalmente por desconhecidos, ser em forma de vinho — como hoje está escada barroca em forma de caracol embrulhado em presente e levado para sendo — entrou para e piso escarlate passaram muitas pes- soas, levando para casa os clássicos, os novos sucessos, livros de arte, livros de bolso. Vi gente de todas as idades. Muitos estrangeiros. Tinha crianças descobrindo mundos mágicos e pla- netas invisíveis, senhores a buscar a última poesia de Walt Withman, jovens deglutindo Umberto Eco. 56. Eurobike magazine

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prazer a sociedade da Lello, a sua grande paixão. “São 42 anos dedicados aos livros” o es- cutei dizer a um repórter brasileiro que o en- trevistou à tardinha. “Eu penso como o seu compatriota, o Monteiro Lobato” ele disse ao repórter: “um país se faz de homens e de livros”. Antero Braga bate ponto de segunda a sábado das 10h às 20h na Lello. Paletó e gravata, sempre a sorrir, vê-lo manusear um livro é ver um artista a criar. Atende ao telefone, aos clientes, confere as estantes, não descansa. Só tem tempo para os li- vros a noite, na cama, onde estica uma pilha deles junto ao criado-mudo. Não adormece nunca sem ler. E lê de tudo: de Joyce aos quadrinhos de sua infância (Asterix e TinTin), “a leitura ideal para os dias em que o estado de espírito não anda lá tão bem”, vi ele as- sumir ao repórter tupiniquim. Mas hoje não é o caso. É um dia especial para nós. São 140 anos de história da Lello. Antero celebra a sua vida. E eu me despeço da minha. A girar... Mas tive que ter paciência. Foram vinte anos pergunta até justa, mas por que tanta per- O pior para um artista é a indiferença.” Deste de espera. “Quais seus autores lusos preferi- gunta senhor repórter? Isso lá não acaba! veneno nunca sofri. Não houve enólogo ou dos, senhor Antero?” E mais uma tarde de — pensei. Mas o Antero teve boa vontade provador que resistisse aos encantos do perguntas do repórter que nunca acabava. e paciência com o homem. “Brasileiros! meu tom rubi, do meu roxo-vivo, da minha “Poesia? Eugênio de Andrade, Herberto Adoro! Dos clássicos, vou de Machado de lágrima viscosa, ou do meu aromático per- Elder, Fernando Pessoa e Sofia de Melo Assis. Dos contemporâneos, Chico (ele nem fume de frutas. Meus atributos eram muitos. Breyner. Prosa? Antonio Lobo Antunes, José disse Chico Buarque), das letras e música. E ainda o são neste momento derradeiro. Rodrigues dos Santos, Miguel Torga — e Também gosto e conheço pessoalmente o Vejo o brilho nos olhos de Antero ao erguer- coloca o Saramago, vai.” “Internacionais?” João Ubaldo Ribeiro. Sua A casa dos budas me no cálice. “Olha o livro que me inspirou a vida literária ditosos (A Luxúria da série Pecados Capitais) foi O fio da navalha, de Somerset Maugham. chegou a ser censurada numa rede de su- A livraria do Antero é mesmo especial. Estou Amo 100 anos de solidão, de Gabriel Gar- permercados daqui. Foi o de melhor que po- feliz de transcender aqui. A atmosfera é de cia Marques. Gosto muito também da Isabel dia acontecer.” Polêmica e sucesso? “Claro. boa onda. Deve ser a egrégora de amor Allende, Marguerite Yourcenar e de uma au- tora chinesa fabulosa, chamada Jung Chang, autora de Cisnes selvagens”. “Brasileiros?” — quis saber o repórter —, 58 . Eurobike magazine

aos livros. Ou a sua posição estratégica, ladeiras repletas de história. Um aconchego Passei a minha vida toda a frente do Douro. bem no centro, na espinha dorsal da cidade junto aos livros depois de flanar pelas gale- O Douro é o rio mais belo do mundo. Pois invicta, aquela que não se curvou aos fran- rias de arte da Bombarda, manjar uma é o rio que corre em minha aldeia, na terra ceses, nem fugiu de mansinho para o Bra- francesinha (sanduíche típico do Porto, ins- onde nasci. sil, como a turba de Lisboa comandada por pirado na tosta francesa, servido de vários Dom João com seus franguinhos debaixo tipos de carne de porco) na praça Carlos Assim como o senhor Antero, tenho muita da casaca e da princesa maluca Carlota Alberto, comprar as frutas exóticas da Mer- história pra contar. Joaquina, em 1807. Ou talvez seja por estar cearia do Oriente, antes de descer pela rua pertinho da estação São Bento e de seus in- das Flores e sair na Ribeira, às margens do Já faz vinte anos que atravessei a Serra do críveis portais e azulejos, onde os comboios Douro, na margem oposta às caves de vinho Marão a bordo de um barco Rabelo — era continuam a partir e a chegar. Ou talvez seja do Porto, em Gaia. Foi numa destas caves assim que nos transportavam antigamente, o ponto de respiro, a busca de bibliografia que passei tantos anos da minha vida. nestes barquinhos de madeira que você vê e fotografias depois de andar pelas ruas e levar os turistas até a foz nos dias de sol Eurobike magazine . 59

prazer — e cheguei à minha cave de destino aqui na beira do Atlântico. Você não conhece a Serra do Marão? Pois devia. É ela quem di- vide o Alto Douro Vinhateiro dos rigores do clima atlântico, mais homogêneo e úmido — coisas boas para as caves, não para os vi- nhais. Tive sorte de crescer numa quinta do vale do Douro, ali onde as cidades, serras e vales se sucedem. Terra de Moncorvo, Maceda do Cavalheiro, Vila Nova de Foz Côa, São João da Pesqueira, Pinhão, Peso da Régua. Não me recordo ao certo aonde foi — já faz tanto tempo. Mas lembro bem de crescer num ter- raço esculpido a pá e aterrado por muros de rochas — empilhadas uma a uma artesanal- mente. Cresci ali, com vista para as margens escarpadas e rochosas do Douro, onde se cultivam as videiras desde os tempos pré- romanos. Sei que é a zona demarcada mais antiga do mundo, desde 1756, pela régia do Marquês de Pombal — este você conhece? E não faz muitos anos, nesta era em que os homens devem “tombar” as belas paisagens para protegê-las, que a minha terra foi no- meada Patrimônio Cultural da Humanidade — deve ser chique isso. Eu sempre tive sorte na vida. Cresci nessa Tinta Barroca; e a inconfundível Tinto Cão, vores milenares produzir durante o inverno, paisagem selvagem e montanhosa de beleza das mais antigas do Douro. Uvas secular- enquanto os vinhais descansam. austera, à beirinha de desfiladeiros que desa- mente adaptadas ao solo de xisto — uma fiam a geometria e onde o homem vai buscar rocha laminada que constitui a base dos Vou ter saudades das oliveiras, a árvore do com as mãos, na bendita vindima de cada melhores terrenos do Douro — e ao clima “pai” do simbolismo cristão, do bálsamo, do ano, a nós, a uva santa de todo o vi-nho: do árido, de invernos severos e verões tórridos unguento de Cristo. Sempre tive lembranças vinho do Douro, do vinho do Porto. e secos. meio nebulosas delas misturadas a caste- los de pedra, igrejas barrocas, a gente do Cresci junto com uma grande variedade de Quem sempre acompanhou a minha infância campo. Lembro-me bem de todo janeiro e castas tradicionais, como a touriga nacional foram as oliveiras — nossas grandes irmãs fevereiro, quando as azeitonas pontilhavam e a touriga francesa — a matéria-prima per- de terraço. Gostava muito de ver essas ár- os olivais. Os pastores e camponeses feita para os grandes vinhos com alta con- centração e potência aromática. Eram min- has vizinhas: a Tinta Roriz, rica em tanino e aromas de cedro; a delicada e aromática 60 . Eurobike magazine

Nas margens escarpadas e rochosas do rio Douro cultivam-se oliveiras e videiras desde os tempos pré- romanos. Nessa paisagem selvagem e montanhosa, de beleza austera, à beira de desfiladeiros que desafiam a geometria, o homem vai buscar com as mãos, na bendita vindima de cada ano, a uva santa de todo o vinho do Porto. Prazer bebido em cálice, quem sabe ao sabor de memorável companhia, quem sabe na companhia de uma obra memorável como tantas que desfilam na centenária Livraria Lello Eurobike magazine . 61

prazer saindo ao labore com as suas famílias, para um prato de bacalhau à Braz, das sardinhas crer que o homem possa subir e descer por apanhar o fruto ao pé. Azeitonas à grande dos meses juninos, dos leitões assados na tão íngremes escadas com pesados cachos lona, às cestas tingidas de preto e, depois, brasa mansa, das vitelas cozidas com batata de boa cepa nas costas. E pensar que nos azeitonas nos baldes, para curar e comer in ao murro, dos polvos à lagareiro regados em tempos de vovó eram cinquenta quilos no natura. Ou para jogar no lagar comunitário e muito azeite. Azeite! Azeite! Lembro sempre lombo. Hoje: vinte no máximo. confeccionar o azeite. Azeite para a família, dos olivais quando penso em minha infância. por vezes, um pouco mais, para os amigos, Crescemos juntos das azeitonas. E dos ho- Tenho saudades desses tempos. De ver para a vendinha. “Sem azeite não se pode mens do campo que estavam sempre a repe- as vinhas no inverno cobertas de neve. viver. Sem azeite e sem vinho um português tir: “Sem azeite não se pode viver. Sem azeite Assisti-las ganhar verde e vida na primavera, não existe” escutava os homens a falar. e sem vinho um português não existe.” florescer e frutificar no verão e serem apa- nhadas no outono, quando as folhas das Eles usam o vinho pra tudo. E pra nada As paisagens do Alto Douro Vinhateiro onde parreiras avermelhavam, amarelavam e de- também. Vi vinhos mais suaves harmoniza- nasci, e me criei também, não existem. Não pois caíam, deixando-as nuas. dos com frutos secos, com doces e com as existem em nenhum outro lugar do mundo. sobremesas conventuais regadas a clara de Imensos terraços, seguidos de escadas Cada vindima era uma festa. A minha não neve, como a baba de camelo e os pastéis que subvertem a geometria. Linhas desen- me sai da memória. Foi uma vindima muito de nata. Vi vinhos pronunciados a acompan- hadas nos morros, ligadas ao Atlântico pelo comemorada. Os homens da quinta, fami-li- har uma mesa de queijos e embutidos como cordão umbilical do Douro. E deste oceano ares e amigos, sorriam a nos pisar e a cantar chouriço de porco preto, morcela e alheiras separadas pela Serra do Marão. Paisagem por duas horas seguidas. de caça. Vi vinho tinto, verde, branco e ma- de terraços de trabalho humano hercúleo, duro em cima da mesa, a brilhar ao lado de erguido a alturas inimagináveis, onde custa 62 . Eurobike magazine

Daquele dia segui caminho diferente de mi- De lá já lhe contei. Viajei pelo Douro, cruzei a guerrear com a França e ficar sem o seu fa- nhas irmãs. Sabe como é, cada uma com o Serra do Marão e fui morar numa cave. Mais buloso Bordéus, os ingleses vieram bater na seu destino. Fui selecionada para encorpar uma vez tive sorte. Era a Cave da Taylors, porta dos portugueses. Levaram o seu vinho um vinho do Porto. E depois de dois invernos de todas, a de mais bela vista do Douro e frutado para vossa majestade, mas muito se de maturação numa cuba de carvalho, um do Porto, com a ponte de ferro projetada por estragou na difícil travessia. Passaram en- enólogo da Quinta disse que tinha potencial Gustave Eiffel ao fundo. Os donos da Tay- tão a adicionar aguardente para protegê-lo. para ser celebrada como um Porto Vintage lors são uns ingleses muito sabidos e detém Depois aprimoraram o saber e perceberam — coisa que acontece cerca de três vezes a técnica há mais de 300 anos. É até uma como o sabor se realçava. Nascia o vinho em cada década — o que deixou os homens história interessante essa do vinho do Porto, generoso do Porto. O meu destino enquanto muito contentes. você sabia? Vem lá do século XVII. De tanto uva. Eurobike magazine . 63

prazer Mas a vida não foi fácil. Durante dez anos fiquei no tonel. Retirada, higienizada e rein- troduzida a cada ano. Fui provada centenas de vezes. Ganhei corpo, caráter, até o dia em que meu provador disse algumas pala- vras como: “sabor sublime e opulento”. Fui engarrafada. Ganhei um rótulo, e o status de safra especial: Porto Vintage, 20 anos. Vesti de paletó de vidro a minha alma e fui dada de presente ao senhor Antero, que me guardou para um momento tão especial. Hoje, meu dia chegou. Liberta da rolha de cortiça, flutuo pelo cálice enquanto toda a minha vida passeia pela memória. Antero está sentado no sofá de couro da Lello es- cutando música e relaxando, como faz todos os dias após fechar as portas ao povo. É o momento do seu prazer. Ele, a boa música e todos os grandes nomes da literatura como companhia. Hoje também é um dia especial para ele. Sua vida inteira também passa em flashback. Por isso me trouxe com ele. Antero toca-me com os lábios. É quase um beijo sagrado. Ele volta a respirar meu buquê pronunciado. Uma respiração curta, outra longa. A sedução chegou ao clímax. Antero não pode mais esperar. Fecha os olhos e de- ita os lábios no cálice a me sorver. Um último ato, um último gole em meu corpo de vinho e me juntarei a tantos daqueles nomes escritos nos livros. Chegou o meu grande dia. Virarei memória. Lembrarei de minha vida enquanto uva. Ele, talvez de mim, enquanto vinho. E a memória de um bom vinho é como a de um bom livro. Quanto melhor, maior, eterna, enquanto dure o homem da memória, ou a memória do homem. Ainda me lembro de escutar um último estalo de prazer. Mas não houve tempo para um último desejo. 64 . Eurobike magazine

foto ilustrativa Eurobike magazine . 51

CAROL RIBEIRO 66 . Eurobike magazine

devaneio transversal do tempo o passado se revela de olho no futuro Eurobike magazine . 67

devaneio 68 . Eurobike magazine

Refazenda História, pioneirismo e tradição reescrevendo a antiga fronteira agrícola de São Paulo POR CAROL RIBEIRO E GUTO CARVALHO Antigo lago com moderação. Silêncio e tranquilidade. Os vidros fechados para ruídos externos. Pista dupla, estrada bem traçada, caminhos Falamos baixo. O ar condicionado mantém abertos. Pelo retrovisor nossa casa, os filhos, a temperatura agradável e o sol de verão, os compromissos. À frente, o destino insólito suavizado pelo teto solar, ilumina. Seguimos. de revisitar a fronteira agrícola de São Paulo no século XIX. Passear por antigas fazendas Castelo Branco, Raposo, Itapetininga. Uma e genealogias. Descrever um arco de sul a serra ao longe. Ali, onde Paranapiacaba, norte, do Paranapanema ao Rio Grande. Paranapanema começa. Trava-línguas, pista Partimos. simples, estrada velha, Raposo ainda. Seguir até a placa que indica: Campina do Monte Destino traçado, caminhos arcaicos. Rumo Belo, zona antiga, falta pouco. Imponentes sudoeste, São Paulo se espalha em pistas eucaliptos na entrada, uma guarita ao lado: bem asfaltadas. Entre pedágios e radares, Casa do Lago. Chegamos. o poderoso motor desenvolve seus cavalos Eurobike magazine . 69

devaneio O sol poente transborda do lago, algumas poucas nuvens coloridas de mudança climática. Estamos na Casa do Lago. Uma casa ao lado do lago. Uma mulher à frente da casa. É Diva quem nos recebe com um largo e familiar sorriso. De cara percebemos que não é uma casa qualquer num lago qualquer. Espaço de charme e requinte. Lugar de lendas, mitos e sabores aperfeiçoados pelo tempo. Nossa anfitriã, dona de um carisma ins- pirador, nos deixa logo à vontade; a sala ampla, decorada com especial bom gosto, é bastante acolhedora. Diva Nassar apresenta sua casa, o lago, os detalhes delicados e discretos que compõem a magia do lugar. Pede três caipirinhas, uma receita especial. Até a mesa tem história própria. Um brinde! A brisa que sopra do lago se mistura com do cresce segundo Fibonacci. Nem todo Casa do Lago, do amanhecer ao entardecer, hospi- o frescor das pedras de gelo e do limão — passarinho está nos livros. A noite foi longa talidade e bom gosto nas mãos de Diva Nassar folhas verdes secretas —; algo mais, tento e o céu estrelado. Pleiades... Onde cai o raio adivinhar o que é. Um pedaço de parmesão nasce uma pedra... No quarto arrumado, um sobre a mesa e a conversa voa. Aceito chá de cidreira. Detalhes de renda. A cama uma segunda dose. Reconheço o toque do convida. Dormimos e sonhamos. manjericão. Pouco açúcar. Perfeita. Na casa perfumada os ruídos da noite se acomodam, Acordamos com os passarinhos, a tempo estamos no mato. de fotografar o movimento das sombras na paisagem. O dia amanhece. Aos poucos as Rimos. Lembramos. Celebramos imagens no lago vão ficando mais nítidas. Reconhecemos o território. Refletimos. O bom “papo” se transfere para a sala de jantar. De entrada, um caldo verde Tomamos o café da manhã típico da fazenda, de bacalhau, inventado pela Diva, divino! recheado de delícias preparadas ali mesmo. O serviço impecável revela atenção a cada detalhe, o resultado surpreende. Bons vinhos, boa companhia. Jantamos. Diva é a filha mais nova de imigrantes libaneses. Observa a natureza com olhar de quem viveu a metrópole, Diva é ex- urbana. Aqui, inteligência urbana encontra a sabedoria rural. A casa de marimbon- 70 . Eurobike magazine

Pão de queijo crocante e um destaque para o caccio cavalo. Logo depois caminhamos nas trilhas da mata e visitamos uma paineira multicentenária. A árvore é cercada de lendas, dizem que o Brigadeiro Tobias ali enterrou um burro carregado de ouro, mas a gente prometeu não dizer nada sobre esse assunto. A paineira agradece. A região toda é cheia de historias, fez parte da antiga fazenda Cruzeiro do Sul, reduto integralista nos anos 1930, lugar de veraneio da lendária família Krupp. Mas isso não nos impressiona tanto quanto o carinho com que Diva recebe os visitantes, legado da cultura árabe. Voltaremos. Eurobike magazine . 71

devaneio 72 . Eurobike magazine

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devaneio piso úmido ao sub-bosque, até o dossel. De alto a baixo, do solo ao topo. E um veado A floresta histórica grande atravessa nosso caminho. Paramos Deixamos pra trás o Vale do Paranapanema, de respirar por um segundo. E prosseguimos pistas duplicadas, pedágios, rumo ao Tietê, em silêncio. destino Anhembi. De repente nem parece São Paulo. Seguimos pela estreita estrada de Perobas-rosa crescem altaneiras, árvores terra que avança mata adentro. Quilômetros raras. Musgos e líquens se espalham no meio da floresta. lentamente em suas cascas. Obras-de-arte. Muriquis, bugios, sauás, pregos, sauins. No alto da colina, as palmeiras imperiais indicam que a sede está por perto. As fazendas do século XX já tinham as casas erguidas no alto, estratégia para manter a terra ao controle dos olhos. Até onde a vista alcança há invernadas, mandioca, mata e cana. No vale, rio Tietê e Piracicaba se encontram em represa, a serra de Torrinha desenha o horizonte. Fazenda Bacury, com sua sede avarandada, seus gramados e jardins ainda seguem o paisagismo desenhado por Dierberger, nos tempos da construção. Na entrada, cinco palmeiras plantadas pelo próprio Burle Marx, daquelas que morrem depois da florada. No lado esquerdo a capela, no direito a pisicina, ao fundo a antiga casa do administrador é hoje a pousada. Tudo em ordem e bem cuidado. Fruto de uma beleza estudada. Casa grande. Esculturas. Durante o jantar, Carlos Leôncio, neto do fundador da fazenda, nos conta sobre o lendário Rei do Café, de quem herdou o nome e parte das terras. Chegou a ter seis milhões de pés plantados. Visionário, vendeu a fazenda aos ingleses poucos anos antes da derrocada da bolsa de 1929. As histórias são muitas, de um tempo de pioneiros. Boa comida, boa prosa e boa noite. Pela manhã visitamos a floresta. O sol abrasador aquieta, enquanto a estreita trilha adentra a mata de maneira tímida e respeitosa, por algum motivo nos sentimos abrigados e protegidos. A pele respira. Do 74. Eurobike magazine

Fazenda Bacury: conjunto arquitetônico e paisagístico se espalha por um gramado bem cuidado Macacos de todo jeito, duzentas espécies de aves. Porco do mato e queixadas, onças com certeza. A última anta, Carlos nos conta, desapareceu ainda nos anos 1970. Apesar de enorme, a floresta acusa o golpe. Tempos modernos. Após o saboroso almoço, quase em família, nos despedimos, subimos a serra deixando para trás o Tietê. Enquanto completo o tanque, de novo no asfalto, entendo melhor o que se diz do aquecimento global. Sem floresta resta somente o sol inclemente. Combustíveis fósseis. O motor eletrônico a diesel bem regulado. Silêncio. Lembranças da trilha coberta, onde a vida respira aliviada. Lembranças de um passado a reconstruir, fragmentos florestais. Eurobike magazine . 75

devaneio Turismo do café com leite à tradição dos tropeiros que nestas terras amarraram suas mulas para o descanso Mococa, esse pedacinho de Minas que é merecido. Tempos das minas de Goiás. São Paulo, foi parte da Fazenda Nova um dia. Marina nos recebe com sorriso generoso, já Laura fala de ouro enquanto alguns se no início da noite. Nova? Pergunto ao me aventuravam nas lavras e garimpos, outros, deparar com o casarão. Fazenda Nova, de mais prudentes, investiam no abastecimento, 1864. Depois soubemos que ela, a mãe e logística e na infraestrutura. Assim era Diogo a irmã, Laura, assumiram a propriedade há Garcia da Cruz, açoriano que nos idos bastante tempo. Herança da avó, da bisavó, de 1700 desembarcou no Brasil, para se do trisavô. Dez gerações e um punhado estabelecer em Porto Alegre. Quando o navio de terra. Primos aos milhares. Mulheres encalhou próximo a Paraty, não teve dúvida, ímpares. embrenhou-se nas Minas Geraes. Destino. Chegaram cheias de energia e novas ideias. Estamos em Mococa. Jantar delicioso Primeiro a escola de equitação. Inventaram servido no fogão a lenha, conversa pra mais então roteiros de cavalgadas que remontam de metro. Cheiro de café dourado. Cheiro 76 . Eurobike magazine

Fazenda Nova: cavalgadas, aventura, história, da fazenda da avó. Viagem que se estende de uma geração a outra móveis, modas e modos do na noite em lençóis brancos. Outro dia passado amanhece. Os dias na fazenda começam mais cedo. O dos fotógrafos também. Uns tiram fotos, outros tiram leite. O sino toca o café da manhã, a luz é divina, últimos cliques. Depois, dividir o bolo de pão de queijo dos deuses, receita de família. Amém! O papo continua durante a cavalgada, que prevê três dias pelas fazendas do ciclo do café. Dessa vez optamos por enfrentar a trilha montanhosa com cavalos a mais e dias a menos. Seguimos com o Range Rover. Suspensão elevada, tudo eletrônico. Cada trilha tem sua trilha, paisagem sonora. Assim, descobrimos um mundo à parte, encravado nas encostas suaves da Mantiqueira. Terra de café especial, terra de gente especial. Terra fértil. Eurobike magazine . 77

devaneio João Louco e Bobolink Hoje o gado capina o mato e aduba a terra. O café, saudável, continua a produzir. As João Neto, proprietário da Fazenda Santo vacas roçadeiras aprenderam a berrar na Antônio, foi um grande produtor convencional hora de trocar o pasto. Tempos de mudança. até se desiludir com o mundo “biocida”. Intuitivo, João observa a natureza e aprende Um belo dia largou o café, literalmente. com ela. Tecnaturalista, converte inteligência Abriu a porteira e soltou o gado no meio da natural em tecnologia rural. É um mestre à plantação, passando por cima de quatro moda mineira. gerações de cultivo e tradição. Virou João Louco na mesma hora. Deixou o tempo João pode ser louco, mas não é bobo; testou passar e viu a mata crescer junto com o café, seu café com floresta e hoje exporta para o como é na Étiópia. Japão. Pureza, sabor e origem garantem Fazenda Santo Antônio: uma vida e uma varanda voltadas para a natureza 78 . Eurobike magazine

um valor meia dúzia de vezes maior que o Fazenda Fortaleza: produção de café orgânico e padrão. Café doçura, sombreado certificado destino no roteiro de cavalgadas pela mãe natureza. Tomamos o café mais doce que existe, sem açúcar, torrado no ponto, expresso e quente como o sol do meio-dia. Energia pura. Cafeína. Goiabada cascão com queijo, minha sobremesa favorita. Complementos. As plantas são amigas uma das outras, algumas não se dão tão bem assim. Eurobike magazine . 79

devaneio 80 . Eurobike magazine

Contrastes. Não é o nosso caso. Na mesa da Histórias de sucesso e de sucessão, famílias Infinitas paisagens em um mesmo estado, cozinha, enquanto o entardecer se alonga, e fazendas tradicionais que inovam e recriam São Paulo é exemplo de fartura. Mobilidade, com torradas de pau-d’alho, comungamos. a paisagem produtiva. rapidez, segurança, malha viária. Os trens A natureza é simples assim. já não passam como no passado. E a É hora de ir embora, meio atordoados com paisagem é fruto da história; a história, fruto Boas ideias em solo fértil. Bobolink é nome de tanta informação, intimamente transformados da influência das famílias que transformam a uma ave migratória americana, que mora em pelas ideias colhidas no pé. Ideias são paisagem, tempos modernos. Num piscar de Chicago e passa o inverno no Brasil. Assim sementes que a natureza espalha cada olhos estamos em Itapira, de novo no morro, como a ave, Marcos Croce e Silvia Barretto, uma a seu modo, ideias de vento, ideias divisa com Minas, mais próximo da capital. os proprietários da Fazenda Ambiental de peso... Cada uma viaja do seu jeito, as Fortaleza, vivem lá e aqui. Inspirados por João nossas, agora, viajam velozes, com conforto Sábio, produzem e exportam café orgânico. e segurança. Eurobike magazine . 81

devaneio Águas Claras colonial; a fresca da tarde é antecipada pela construção sábia e adequada. Bem Entre os vales encontramos as águas claras acomodados, temos tempo para uma ducha da antiga fazenda de café, hoje integrada rápida antes do almoço. Águas fartas. a um confortável hotel de charme. Bem assim mesmo, fazenda com ares de hotel, Ao lado do quiosque bem montado, a pis- hotel com ares de fazenda. Bons ventos nos cina convida para um mergulho. Tudo de acompanham. O verde intenso, alimentado bom. Antigas margaridas contornam a pela chuva, brilha ao sol do meio-dia. No escada de pedra que leva ao chalé. Rede na céu de um azul infinito imaculadas nuvens varanda, papo de caboclo que fica de papo brancas deslizam suavemente. pro ar, sem internet. Celular nem pensar, nem pensamento. Encerramos a sesta. O carro segue tranquilo pela estradinha de terra, ao lado do cafezal, orgânico ou Mais tarde visitamos o terreirão de café, convencional... Uma casinha branca da onde o maquinário aguarda a safra que vai colônia, crianças, gansos, cavalos... Olhares de maio a agosto. Aqui, o charme encontra o curiosos. As águas calmas da represa trabalho, a lida convive com o ócio criativo.  refletem um estado de espírito. Hora de A agricultura é um bom negócio. Preservar a relaxar. natureza também. Na hospedaria, o piso de madeira corrida No fim da tarde, uma caminhada até o topo espelha o sol que esgueira pela janela do morro, para as despedidas, paisagens 82 . Eurobike magazine

cafeeiras pelo caminho, montanhas, vales, pôr do sol. Definitivo. Uma chuva corta o horizonte, a nuvem grande passa longe. Escurece. Terminamos nossa viagem voltando ao ponto de partida, matutando. A história, o tempo, a natureza — a vida também tem seu ciclo — já não somos mais os mesmos. Por estradas de pistas duplas, onde pensamentos vão e vêm, tradições se reinventam. Fazemos planos para o futuro. Fazenda Águas Claras: a sede bem cuidada e a antiga colônia refletidas nas águas abundantes Eurobike magazine . 83

devaneio Tel./Fax.: (19) 3892-3475 / (19) 3942-7249 Fazenda Bacury Reservas: (11) 5044-3301 Tel.: (19) 3483-3777 / (11) 9934-5562 / (11) Casa do Lago www.fazendaambiental.com.br 9876-0016 Estrada Angatuba – Buri, Km 14 aguasclaras@fazendaambiental.com.br Anhembi, SP Tel.: (15) 3546-1490 / (15) 3256-1385 - Tel./ Acomodações www.bacury.com Fax.: (15) 3256-1229 / 1385 8 apartamentos com móveis de época e azulejos fazendabacury@gmail.com Campina do Monte Alegre, SP pintado à mão. Acomodações Fica a 230 Km da Praça Panamericana, de São CC: Cartões Personnalité e Visa A Fazenda Bacury oferece um confortável Paulo, SP Associação Fazendas Históricas Paulistas casarão para receber de uma a quinze pessoas www.casadolago.com.br A Associação Fazendas Históricas Paulistas de um mesmo grupo ou família. casadolago@casadolago.com.br reúne propriedades históricas dos séculos XVIII, A casa tem seis quartos (suítes e quartos Acomodações XIX e início do século XX que trabalham com conjugados), com ar-condicionado, aquecimento 15 apartamentos e suítes – sistema Rota Sat turismo rural. central, telefone e TV (antena parabólica). c/ 31 canais de TV e alguns de música, DVD, Algumas propriedades oferecem hospedagem Churrasqueira, piscina e campinho de futebol camas queen size e king size, telefone, frigobar, com boas comidas típicas. Outras oferecem gramado completam o conjunto, tudo em meio a cofre, secador de cabelo e lareira, sendo oito cavalgadas, trilhas na Mata Atlântica, um grande e belíssimo jardim. com ar-condicionado, internet wi-fi. observação de aves, pequenos museus e CC: Cartão Visa, Amex, Master, Diners e atividades de vida de fazenda. Há também Personnalité as que trabalham com turismo pedagógico, agroturismo, eventos, e realizam casamentos em suas capelas. www.fazendaspaulistas.com.br Pousada Fazenda Águas Claras Fazenda Nova Fazenda Ambiental Fortaleza Estrada Itapira – SP-147, km 35 SP-340, km 271 – Mococa, SP Rua Coronel José Pereira Lima, 997 – Caixa Postal 50 – Itapira, SP Tel.: (19) 3656-0109 / (19) 3656-3634 Mococa, SP www.fazendanova.com Tel./Fax: (19) 3695-4500 84 . Eurobike magazine faznova@dglnet.com.br faf@fafbrazil.com Escola de equitação e hospedagem rural. Recebe grupos para eventos, oferece cursos e Recebe grupos para eventos, sob consulta. vivências, visitas sob consulta. Sendo uma casa histórica, a sede é aberta para visitas agendadas.

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