Important Announcement
PubHTML5 Scheduled Server Maintenance on (GMT) Sunday, June 26th, 2:00 am - 8:00 am.
PubHTML5 site will be inoperative during the times indicated!

Home Explore EM 3-2022

EM 3-2022

Published by EmbalagemMarca, 2022-07-26 18:28:53

Description: Revista EmbalagemMarca 3-2022 - maio/junho

Search

Read the Text Version

EDITORIAL SALDO POSITIVO Wilson Palhares, Editor Como ocorre em todos os anos, neste 23º aniversário de EmbalagemMarca, que se registra no mês de junho, reiteramos nossa disposição de continuar nos esforçando “MANTEMOS para entregar a nosso público cada vez mais informação isenta e de alta qualidade NOSSO ÂNIMO sobre o packaging brrasileiro e internacional. Além da revista em formato impresso e digital, EM CONTINUAR ao longo deste quase quarto de século, a missão que nos impusemos de contribuir para NA TRILHA DA o fortalecimento da cadeia brasileira de embalagem foi ampliada pela adição de canais INOVAÇÃO E DA sintonizados com os avanços tecnológicos da comunicação ISENÇÃO NA META DE OFERECER AOS Dentre essas iniciativas sobressaem a newsletter semanal que há bom tempo chega a mais INTERESSADOS de 8.000 assinantes, boletins eletrônicos e estudos documentais em profundidade ligados ao NOS NEGÓCIOS mundo da embalagem, produzidos por nossa associada The Packaging Academy, bem como DE EMBALAGEM fóruns e seminários sobre diferentes temas de interesse do setor. Todas essas atividades se dis- INSTRUMENTOS tinguiram e se distinguem por diferenciais inovadores em comparação com o que o mercado era QUE CONTRIBUAM por assim dizer presenteado. PARA SEU Neste aniversário entendemos merecer citação especial a criação do Prêmio Grandes AVANÇO E SEU Cases de Embalagem, que já em sua primeira edição, no hoje um tanto remoto ano de 2007, FORTALECIMENTO” sobressaiu por inovar totalmente a maneira como eram realizadas premiações semelhantes. O grande, talvez o principal, diferencial dessa iniciativa é que as embalagens inscritas para concorrer a troféus são analisadas sob a ótica de estudo de casos, não “por categorias”, o que abriria espaço para números infinitos – como aliás acontece nas promoções com esse formato. Outra distinção do Prêmio em relação aos demais é que não há espaço para patrocínios por parte de empresas fornecedoras de recipientes a marcas usuárias e muito menos para estas, eventuais concorrentes a troféus e, a rigor, principais alvos de homenagens Patrocínios somente são aceitos e desejados quando vêm de empresas situadas na faixa primária de suprimentos, como no caso de equipamentos, matérias-primas para a conversão de embalagens e comple- mentos. Igualmente livre de influências devido a preferências é a formação do júri que analisa os cases inscritos, composto a cada edição do Prêmio por profissionais e acadêmicos sem vínculos com as embalagens concorrentes. A própria cerimônia de premiação introduziu a prática inaudi- ta de explicar ao público as razões da escolha dos agraciados por parte dos jurados. É por esse conjunto de razões que a formatação do Prêmio Grandes Cases de Embalagem passou a ser copiada por iniciativas paralelas, como já havia ocorrido no caso desta revista por publicações já então existentes quando do lançamento de nosso título, em junho de 1999. Passados 23 anos, ao fazer um balanço de acertos e equívocos que tenhamos cometido, concluímos que o saldo é positivo, não obstante tenhamos padecido, como em geral se deu com outros tipos de negócio, devido a fatores externos, ou seja, as intermitentes crises econô- micas e de outros tipos (como a da Covid-19, para citar só o mais grave exemplo da série). Nem por isso, já que o saldo a nosso ver é positivo, deixamos nem deixaremos abalar-se nosso ânimo em continuar na trilha da inovação e da isenção na meta de oferecer aos interessados nos negó- cios de embalagem instrumentos que contribuam para seu avanço e seu fortalecimento. Até breve. EXPEDIENTE Publisher: Wilson Palhares ([email protected]) • Chefe de Redação: Flávio Palhares Publicação bimestral da ([email protected]) • Comercial: Marcos Palhares ([email protected]) Bloco Comunicação Ltda. • Diagramação: Departamento de Arte ([email protected] • Administração: Eunice Fruet Rua Carneiro da Cunha, 1192 ([email protected]) • Circulação e Assinaturas: ([email protected]) 6º andar • CEP 04144-001 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 • (11) 3805-5930 www.embalagemmarca.com.br Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

EM 3-2022 • mai+jun SUMÁRIO 3 EDITORIAL – Mantemos nosso ânimo em continuar na 6 trilha na inovação e da isenção, na meta de oferecer instrumentos que contribuam para o avanço dos negócios SUSTENTABILIDADE – Tecnologia de barreira 100% nacional viabiliza embalagens flexíveis feitas 100% em PP ou em PE para alimentos 8 FECHAMENTOS – Adição de carvão vegetal à cortiça por empresa espanhola melhora desempenho de rolhas 12 REPORTAGEM DE CAPA – Redução de volume das embalagens sem queda de preços pode decepcionar os consumidores e abrir espaço para concorrentes 20 DADOS VARIÁVEIS – Tecnologia linerless laser promete eficiência e legibilidade sem gerar resíduos 22 BEBIDAS – Com aquisição da Scholle IPN, SIG amplia gama de tamanhos de embalagens oferecidas ao mercado 23 ENVASE – Nova tecnologia 24 reduz peso de garrafa PET 25 para enchimento a quente 26 EQUIPAMENTOS – Inovação e ANUNCIANTES investimentos em celebrações da Optima, no Brasil e na Alemanha CBA................................................ 18 E 19 CONGRAF.............................................. 5 ASSÉPTICAS – Tetra Pak testa barreira GRANDES CASES........................6 E 7 à base de fibra em substituição ao KRONES................................................ 15 alumínio nas suas embalagens NOVELPRINT....................................... 13 OPTIMA....................................4a CAPA ENTREVISTA – Yuri Tomina, da Braskem, SIMEI......................................................... 5 fala sobre o Cazoolo, laboratório de SYNTEGON...........................................31 desenvolvimento de embalagens da companhia TPA............................................. 2a CAPA 30 WHEATON............................... 3a CAPA 32 MATERIAIS – Papel avança em mercados dominados mai+jun 2022 por outros materiais 34 PARCERIA – Com cerimônia presencial após dois anos de afastamento, Prêmio Grandes Cases de Embalagem espera grande público a faz convênio com rede de hotéis ALMANAQUE – A história do sabonete Phebo – O que há no logotipo da Unilever – Quem é a Elma, da Ekma Chips? 4







SUSTENTABILIDADE PASSO IMPORTANTE PARA O MONOMATERIAL TECNOLOGIA DE BARREIRA 100% NACIONAL VIABILIZA EMBALAGENS FLEXÍVEIS FEITAS 100% EM PP OU EM PE, APROVADAS PARA CONTATO COM ALIMENTOS Sustentabilidade é, sem dúvida, um dos temas Embalagens monomaterial para o estruturas usadas para acondicionar seus produtos. mais discutidos entre profissionais do setor de mercado de café apresentadas em Seguindo essa lógica, as embalagens flexíveis tornam- embalagem. A grande pressão de parte dos -se uma opção interessante, pois ajudam a reduzir consumidores, ampliada pelo olhar muitas vezes con- evento realizado em maio drasticamente o peso das estruturas, especialmente denatório da grande mídia (e pelas vozes – às vezes quando substituem alternativas rígidas – a popula- pouco tranquilas – de ativistas com grande alcance nas ridade dos refis é um exemplo disso. Por outro lado, redes sociais) traz o assunto para a mesa de priorida- para assegurar os níveis de proteção ao conteúdo e a des dos fabricantes de bens de consumo. vida de prateleira desejada pelos fabricantes, muitas vezes é preciso recorrer à combinação de diferentes Pelo senso comum, o grande vilão é o plástico. materiais, muitas vezes incompatíveis no processo de Quem trabalha com embalagem, no entanto, sabe reciclagem – o que é um complicador enorme. que não é exatamente assim que as coisas funcionam. Há situações em que o material pode ser removido É nesse ponto que se concentram muitos inves- com vantagens ambientais, mas nem sempre é este timentos em tecnologia. Há um grande esforço em o cenário. Por isso, em geral esse tipo de movimento curso, rumo a soluções monomaterial, prontas para acaba se restringindo a mercados de nicho. As grandes a reciclagem, mas que assegurem níveis de proteção marcas, hoje, colocam suas fichas principalmente em similares aos obtidos com estruturas mais complexas. projetos de redução de materiais de embalagem e em desenvolvimentos que favoreçam a reciclabilidade das Em maio, um evento chamado Coffee Innovation, realizado em São Bernardo do Campo (SP), voltado a 8 mai+jun 2022

BARREIRAS EM DIFERENTES ESTRUTURAS SUBSTRATO ESPESSURA GRAMATURA PESO VERNIZ TPO2 TPO2 MOPE de 25μ OTR = 2.000 BOPP (transp.) (μ) (g/m²) (g) (sem verniz) (com verniz) Análises: ASTM D3985 (2010) 20 18,2 0,5 TPO2 cm³/(m²/dia) 0% UR 3.000 5,96 BOPP (transp.) 20 18,2 1,0 3.000 1,33 BOPE (transp.) 25 22,5 1,0 1.500 1,73 PEBD (branco) 73 65,7 1,0 8.000 0,52 MOPE (transp.) 25 23,7 0,5 2.000 6,00 Com aplicação de verniz, MOPE (transp.) 25 23,7 1,0 2.000 0,52 embalagem garante barreira adequada para café sem necessidade de camadas de EVOH ou alumínio produtores de café, trouxe boas notícias nesse campo. A Allianza Brasil Inovações Sustentáveis, depois de cinco anos de estudos, ensaios laboratoriais e testes em linhas de conversão e envase, divulgou uma tec- nologia capaz de agregar barreiras técnicas a gases, gorduras, aromas e umidade em substratos como polipropileno (PP) e polietileno (PE), dispensando o uso de outros materiais como EVOH, metalização e até alumínio. A iniciativa contou com o apoio de outros elos da cadeia produtiva, parceiros da Allianza Brasil nesse processo de desenvolvimento: FCO Group (Plaszom, Parnaplast e GDM), Polo films e Masipack. Juntas as empresas apresentaram uma solução inédita no mundo, com tecnologia 100% Nacional. “Neste primeiro momento, estamos olhando para produtos secos, como café, pet food, cereais, leite em pó, entre outros, mas já existem testes em andamento com alimentos líquidos e viscosos”, conta Miguel Ascoli Neto, diretor da Allianza Brasil. “A barreira é dada por vernizes já homologados para contato com alimentos pela Anvisa e pela EFSA, e que estão em processo de certificação pela FDA.” Ascoli celebra os resultados obtidos em laboratório e confirmados na conversão e no envase. Segundo o empresário, com a aplicação de quantidades pequenas, entre 0,5g/m² e 1,0g/ m² do verniz, é possível chegar em níveis elevados de barreira em estruturas mono- material (ver tabela). Segundo o executivo, há a pos- sibilidade de incorporar barreiras elevadas em filmes transparentes ou pigmentados (TPO2 ≤ 1 cm³/m²/dia*, e TPVA ≤ 1,5g/m²/dia**). A empresa também possui soluções para o mercado de papel e cartão. De acordo com informações da Allianza Brasil, o custo final de aplicação é competitivo com o das estru- turas atualmente usadas. “Há uma variação se a apli- cação for feita em linha ou offline, mas em ambos os casos o valor é alinhado com o que se paga hoje, com a vantagem de as embalagens serem recicláveis.” *(23°C, 0% UR) / **(37,8°C, 90% UR) 9 mai+jun 2022

FECHAMENTOS ROLHA SUSTENTÁVEL COM ADIÇÃO DE CARVÃO VEGETAL À CORTIÇA, FABRICANTE ESPANHOLA PROMETE MELHOR DESEMPENHO TÉCNICO E MENOR IMPACTO AMBIENTAL AEstal, empresa espanhola especialista no QUALIDADES ASSEGURADA desenvolvimento de embalagens premium, apresenta a rolha Corkcoal, que se diferencia Segundo a Estal, a rolha Corkoal com carvão ativo tem as seguintes propriedades: pela inovação nos materiais, pelo compromisso com a • Gera menos resíduos sem renunciar à qualidade sustentabilidade e pelo design cuidadoso. • Necessita de menos lavagens e não usa agentes branqueadores químicos • Reduz a pegada de carbono Segundo a companhia, na fabricação de rolhas • Tem níveis de tricloroanisóis (TCA) não detectáveis tradicionais de cortiça microgranulada são utilizados • Tem melhor desempenho organoléptico processos industriais complexos, com o consequente desperdício de água, energia e agentes químicos. Tudo isso com o objetivo de eliminar propriedades indeseja- das, como sabor, odor e cor. Na rolha Corkoal, desenvolvida pela Estal, a cortiça é combinada com o carvão ativado, elemento que neu- traliza e retém naturalmente as substâncias indesejadas da cortiça, além de integrar as variações de cor e tama- nho do microgranulado. De acordo com a fabricante, a nova rolha é única em termos de sustentabilidade, porque reduz as devo- luções e desperdícios de matéria-prima sem sacrificar a qualidade, porque os processos industriais de lavagem da cortiça são reduzidos e não são utilizados branque- adores químicos. Portanto, a sua pegada de carbono é menor. Além disso, o carvão ativo acelera o processo de biodegradação da rolha. Comparado com outros vedan- tes, a Corkcoal oferece, graças aos seus materiais, uma menor transferência de sabores para o produto, porque, sendo neutra, apresenta melhores propriedades orga- nolépticas. A Estal garante que o carvão ativo neutraliza completamente o TCA (tricloroanisol, uma das princi- pais causas de contaminação e responsável pelo cheiro a mofo que pode aparecer nas rolhas) da cortiça, até níveis não mensuráveis pelos laboratórios. Este é um feito sem precedentes para um problema histórico e inerente à cortiça como material orgânico. A coleção Corkcoal é composta por três modelos: Sharp, Barrel e Cornice, com dois tamanhos disponíveis de 21,5 e 18,5 milímetros. O design foi desenvolvido especialmente para bebidas destiladas. O carvão é um elemento chave no processo de elaboração de vinhos e bebidas destiladas e a utilização de uma rolha com este material confere autenticidade a estas garrafas. 10 mar+abr 2022



REPORTAGEM DE CAPA 12 mai+jun 2022

NA HORA DE DRIBLAR O CARRINHO VAZIO, O MUNDO NÃO É COR-DE-ROSA A PRÁTICA DE MEXER EM FÓRMULAS E REDUZIR VOLUMES DAS EMBALAGENS SEM DIMINUIR OS PREÇOS PODE DECEPCIONAR OS CONSUMIDORES E ABRIR ESPAÇO PARA CONCORRENTES mai+jun 2022 13

Assim como a Covid-19, o “inferno” – como o Mudanças na fórmulação ou no PODE MEXER, MAS ministro Paulo Guedes descreve a inflação – conteúdo nem sempre são aceitas PRECISA MOSTRAR não acabou. Está dia a dia mais forte, batendo com tranquilidade pelo consumidor, nos 12% nos últimos doze meses, agora na forma como mostram as postagens nesta No Brasil, a lei permite que os fabricantes de uma variante, do mesmo modo que a ômicron alterem a quantidade ou os ingredientes dos (e subvariantes), cepa vigente do Coronavírus na e nas próximas páginas produtos comercializados. Mas isso deve ser pandemia, revigorada. Na doença econômico-financeira informado aos consumidores, para que não que assola o Brasil e praticamente todas as economias haja engano. do planeta, o bicho atende pelo nome já assimilado Segundo o Código de Defesa do Consumidor por boa parte das populações de “reduflação”, ou seja, e a Portaria 392, de setembro de 2021, do redução (de peso, volume ou quantidade) dos produtos, Ministério da Justiça e Segurança Pública, o mas sem diminuição dos preços. aviso deve estar presente nas embalagens dos produtos que foram alterados em letras São vários os motivos que estão por trás dessa maiúsculas, em negrito e em contraste de estratégia da indústria. O principal deles é a diminuição cores com a embalagem. O aviso deve ser do poder de compra da população brasileira, que caiu reproduzido nas embalagens por no mínimo cerca de 30% em cinco anos (hoje a renda média do três meses, para que as pessoas tenham brasileiro baixou para o nível de cerca de dez anos atrás). tempo hábil necessário para compreenderem Outro fator é o aumento de insumos, refletido no preço a alteração e estarem cientes do produto que dos produtos – a famosa inflação. Hoje, em junho de estão levando. 2022, ela está em torno de 11% ao ano. Outro caminho Os fabricantes que descumprirem essas regras para se chegar ao mesmo lugar – a possibilidade de devem responder judicialmente, com multas não elevar o preço final ao consumidor – é mexer na que podem chegar a 10 milhões de reais, em formulação do produto. Nesta reportagem, entretanto, casos de reincidência. não se entrará na discussão sobre ingredientes. Dada a especialidade desta publicação, aqui se abordarão os aspectos dessas estratégias que impactam diretamente as embalagens. A prática dessa espécie de “pague mais, leve menos” é permitida legalmente, mas com ressalvas, isto é, desde que as mudanças feitas sejam corretamente informadas nas embalagens, conforme determinações do Ministério da Justiça e do Código de Defesa do Consumidor. Em síntese, durante pelo menos três 14 mai+jun 2022

meses o dono da marca deve deixar claro, em 15 caracteres legíveis e destacados na rotulagem, que houve diminuição no conteúdo ou alteração em sua formulação (ver quadro na página ao lado). AQUI ENTRA EM PAUTA uma questão que no entendimento das equipes de EmbalagemMarca e de sua associada The Packaging Academy deve estar no centro das atenções de designers e responsáveis por projetos de desenvolvimento de embalagens nas empresas donas de marcas. A prática, embora fundamentada no aumento do custo de matérias-primas e de outros insumos de produção predominantemente por causas externas, como a desestruturação das cadeias de suprimento e a guerra na Ucrânia, pode ser justificada pela necessidade de a comercialização dos produtos ser feita a preços que não prejudiquem a rentabilidade e a saudabilidade dos negócios. O mote é que os itens expostos nas gôndolas continuem acessíveis – embora menores – aos consumidores, com desencaixes iguais aos que faziam para levar mais produto. É corriqueira a informação de que a decisão de compra pelas pessoas nos pontos de venda leva alguns poucos segundos. Grosso modo, isso se deve ao fato de que o consumidor escolhe os produtos impulsionado por informações subconscientes, acionadas pela imagem, guardada em seu cérebro, do conjunto apresentado pela embalagem exposta – o que elimina etapas no processo decisório. Uma barra de chocolate ou uma caixa de cereal matinal de marca internacional, por exemplo, com os mesmos equities visuais (logotipo, cores, tipologia) num país ou em outro, independentemente do idioma com informações detalhadas sobre o conteúdo, costuma ser comprado sem hesitação. Apoiadas nesse fenômeno, algumas empresas não só têm diminuído as quantidades dos produtos como também têm alterado suas composições (muitas vezes criando novos produtos ou categorias de produtos), utilizando nas embalagens visuais semelhantes aos originais, embora descrevendo explicitamente – mas com marcas, tipologia e layouts já sedimentados no processo de leitura dos consumidores – o que o freguês levará se fizer a compra. Os exemplos são muitos: manteiga misturada com margarina, leite condensado que é composto por mistura láctea, soro de leite e amido, requeijão que é fórmula “parecida” com esse derivado e assim por diante. O drama, ou a sequela decorrente, poderá se dar quando o consumidor decidir, em sua casa, usar o produto e constatar que o que adquiriu “é, mas não é”. As empresas que apresentam novas fórmulas para seus produtos tradicionais argumentam que se trata de “mais uma opção ao consumidor”, com menor desencaixe financeiro, e que os produtos originais continuam sendo produzidos normalmente e estão à mai+jun 2022

disposição no varejo. “A adoção de novos formatos tem NOVA ONDA DE o objetivo de acompanhar as tendências de mercado, OPORTUNIDADES? garantir a adequação a inovações tecnológicas ou também padronizar a gramatura dos produtos das Embora desagrade os consumidores no mundo marcas, de forma a manter sua competitividade”, inteiro, como demonstram crescentes queixas diz, por exemplo, a Nestlé, em nota sobre alterações nos mais variados meios de comunicação, a das embalagens e da formulação de alguns de seus prática da reduflação (do inglês “shrinkflation”) produtos. é compreensível enquanto recurso das marcas para manter sua rentabilidade na crise eco- A Unilever, também em nota, ressalta que nômica. Um efeito colateral (positivo) dessa “mudanças na apresentação dos produtos não são mudança pode ser a oportunidade que se abre uma prática recorrente. Cada segmento de atuação da para reduções futuras de custos e de impactos companhia segue sua estratégia de negócio, que pode ambientais. envolver alterações que são pontuais para produtos Hoje, a diminuição de volumes de conteúdo específicos, sempre seguindo as normas estabelecidas em geral é apenas sinalizada nas embalagens, pela legislação e as tendências de mercado”. que se mantêm inalteradas na maior parte dos casos. Com isso, as empresas dispensam a É claro que essas modificações no produto, bem necessidade de investir em novos moldes, novas como a redução das embalagens, quando ocorrem facas, ou mesmo de fazer alguns ajustes nas sem diminuição proporcional dos preços – ou, em linhas de envase. De quebra, a manutenção da alguns casos, vêm até com aumentos – não passam embalagem com as mesmas medidas faz com desapercebidas pela totalidade dos consumidores, e que a batalha frente a concorrentes que não as redes sociais são um termômetro disso. Nos últimos fizeram o mesmo movimento se dê em parida- meses, explodiram as reclamações de pessoas que se de, ao menos no que se refere ao “facing” do sentem enganadas ao comprar produtos menores ou produto nas prateleiras. então “similares” aos originais. Olhando-se para o sistema de embalagem como um todo, entretanto, vislumbra-se espaço Ante esse quadro, seria o caso de os estrategistas para que projetos de otimização tragam uma de marketing e desenvolvedores de embalagens nas onda de ganhos para as marcas. Por que uma empresas considerarem a possibilidade de decepção, caixa de papel cartão de alimento granulado desencanto e até revolta de clientes antes fiéis às ou de sabão em pó que habitualmente marcas de seus produtos. Isso, pode-se pensar, poderá continha 1 quilo de produto e passou a abrir espaço e criar oportunidades para que itens conter 800 gramas continua com as mesmas concorrentes passem a ser incluídos no rol de escolha dimensões que o consumidor encontrava antes dos consumidores. Afinal, na disputa por preferências nas prateleiras dos supermercados? Talvez no varejo, nenhum espaço costuma ficar vazio. seja confortável mudar somente o aspecto visual das embalagens, mas não deixa de ser REDUFLAÇÃO É UM TERMO que foi criado nos custo desnecessário. Ou, para usar um jargão Estados Unidos – em inglês, a palavra é “shrinkflation”, do setor, “overpackaging”. A ideia vale para e claramente não é um fenômeno que ocorre apenas incontáveis tipos de produtos e de embalagens. no Brasil: está acelerando em todo o mundo. De papel Cabe lembrar que a norma de que o conteúdo higiênico a iogurte, de café a salgadinhos de milho, dita a forma permanece válida. Colocá-la em os fabricantes estão diminuindo silenciosamente os prática sem dúvida abrirá espaços para pro- tamanhos das embalagens sem baixar os preços. jetos de efeitos positivos em termos de custos, de maior eficácia logística e de sustentabilida- Nos Estados Unidos, uma caixa de lenços de de. Trata-se, simplesmente, de reduzir não só papel que antes tinha 65 unidades, agora é vendida conteúdos, mas sobretudo de reduzir o uso de com apenas 60. A garrafa de Gatorade passou de materiais. São questões que ficam para exercí- 950 mililitros para 830 mililitros. O xampu Pantene cio de criatividade. reduziu sua quantidade em cerca de 59 mililitros, por exemplo. No Reino Unido, as latas de Nescafé mai+jun 2022 passaram a acomodar 10% a menos de produto (de 100 gramas para 90 gramas). Na Índia, uma barra de detergente Vim encolheu de 155 gramas para 135 gramas. Os exemplos são inúmeros, e vêm do mundo inteiro – Japão, Austrália, Canadá... enfim, dos cinco continentes. A contração não é uma novidade, mas prolifera em tempos de alta inflação, à medida que as empresas lidam com custos crescentes de ingredientes, embalagens, mão de obra e transporte. A inflação 16

global de preços ao consumidor subiu cerca de 7% em Fenômeno global: Gatorade e El Monterey, nos maio de 2022, um ritmo que provavelmente continuará Estados Unidos; Toblerone, no Reino Unido; e Kit Kat, até setembro, segundo a S&P Global. no Japão, reduziram conteúdo das embalagens De acordo com especialistas, a redução de conteúdo nas embalagens atrai os fabricantes porque eles sabem que os clientes perceberão os aumentos de preços, mas não acompanharão os pesos líquidos ou pequenos detalhes, como o número de folhas em um rolo de papel higiênico. Há registros, também, de diminuições que vieram acompanhadas de “truques” para desviar a atenção do downsizing, como a adoção de novos rótulos brilhantes que atraem os olhos dos compradores, desviando a atenção da informação sobre a mudança no conteúdo. Em qualquer caso, a pergunta que fica no ar é: se alterar a formulação ou a quantidade de produto é uma maneira de manter as vendas por não mexer no valor desembolsado no momento da compra, é legítimo disfarçar essa diferença, ainda que se argumente que tudo foi comunicado conforme orientado pela legislação? Padrões visuais, e mesmo embalagens que se mantêm inalteradas (salvo por pequenos detalhes que não são capturados no processo de compra habitual) podem ajudar a bater metas no curto prazo. Mas o risco de danos à marca é real, e pode comprometer os objetivos de longo prazo. mai+jun 2022 17





DADOS VARIÁVEIS LINERLESS E LASER PARA DADOS VARIÁVEIS FABRICANTE DE EQUIPAMENTOS DESENVOLVE TECNOLOGIA PARA VMELHORAR EFICIÊNCIA E REDUZIR RESÍDUOS NA APLICAÇÃO DE ETIQUETAS Uma das atividades mais presentes nas linhas LINERLESS LASER (LLL) X TRANSFERÊNCIA TÉRMICA (TT) de produção, da qual se fala pouco no dia a dia, é a aplicação de etiquetas de dados variá- LLL TT veis. Fundamentais para assegurar a eficiência logís- TOTAL: 63g/m² TOTAL: 136,3g/m² tica, necessidade que se torna ainda mais premente DESCARTE: 0 DESCARTE: 66,3g/m²* com o avanço do e-commerce, essas etiquetas autoadesivas muitas vezes são tratadas como mera * Especificação: etiqueta papel 70g/m² + liner papel 60g/m² + Ribbon PET 4,5 micra compra de insumos, conduzida pela área de supri- FONTE: Identilabel mentos. Mas há muitas oportunidades “escondidas” nesse item. Tanto no já citado bom funcionamento do sistema logístico quanto em experiência de marca e em sustentabilidade. A Identilabel, startup residente no CIETEC (Cen- tro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), a incubadora de empresas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) da Universidade de São Paulo, afirma ter chegado a uma solução com capacidade de agitar o mercado de impres- são de dados variáveis. “Desenvolvemos um sistema linerless para marcação a laser, que não gera resíduos e garante legibilidade superior ao tradicional conjunto de etiquetas de termo- transferência”, explica Régis Sá, gerente geral da empresa. Segundo o empreendedor, o uso do laser traz muita flexibilidade e resulta em ótima legibi- lidade das informações gravadas, com boa resis- tência. “Há um ganho de definição nos dados impres- sos, com ampla possibilidade de criação de textos, códigos de barras e QR Codes, numeração sequen- cial, randômica e até microimpressão de segurança”, enumera Sá. Outra vantagem apontada por ele é a segurança. “Quando se grava uma informação com termotransferência, ela fica registrada na sobra da bobina. Se não houver descarte adequado, informa- ções sensíveis podem parar nas mãos de terceiros.” Além dos ganhos em processo, a solução pro- mete também vantagens em termos de sustentabi- lidade. Isso se dá pela possibilidade de se trabalhar com estruturas mais delgadas, viabilizadas tanto pela tecnologia linerless quanto pela não aplicação do rib- 20 mai+jun 2022

O CAMINHO PARA PRODUZIR A ESTRUTURA LINERLESS Material Linerless A tecnologia linerless é uma forma de eliminar os resíduos compostos pelo liner (ou suporte) Autoadesivo das etiquetas autoadesivas após sua aplica- Abertura ção. O processo patenteado pela Identilabel do Material transforma o material autoadesivo tradicio- nal com liner fílmico (PET ou BOPP) em uma Liner Aberto estrutura linerless, através da laminação do liner sobre o frontal, e não no verso. Laminado Autoadesivo + Liner No caso de etiquetas pré-impressas, o liner é desolcado do verso para a frente, como mostrado no esquema ao lado. A bobina já impressa é colocada num equipamento em que o frontal adesivado é separado do liner, e depois é reaplicado na parte frontal, para permitir o embobinamento e a posterior transferência das etiquetas para a superfície desejada. bon (veja tabela comparativa na página ao lado). “Em Tecnologia linerless com gravação a média, nossas etiquetas têm 53% menos material laser: boa visibilidade em diferentes quando comparadas com as de termotransferência, e ainda eliminam os resíduos tanto da bobina de rib- tipos de códigos e textos bon quanto do próprio liner”, aponta Sá. O sistema de marcação de dados variáveis a laser, baseado na tecnologia linerless, é patenteado, e segundo a Identilabel pode ser destinado, sobre- tudo, a aplicações industriais que possam ser auto- matizadas. A empresa mira, além das etiquetas de impressão de dados variáveis voltadas ao e-commer- ce e às atividades de logística e expedição, espaços em segmentos e processos de prime label seleciona- dos, como nos mercados farmacêutico, fitossanitário e de proteína animal. “Nossa tecnologia funciona bem tanto com etiquetas em branco como em bobi- nas pré-impressas”, justifica Sá. A solução, segundo o fabricante, requer baixa manutenção, e pode ser instalada em linhas de produ- ção já existentes sem a necessidade de modificações. mai+jun 2022 21

BEBIDAS PORTFÓLIOS COMPLEMENTARES COM AQUISIÇÃO DA SCHOLLE IPN, SIG AMPLIA GAMA DE TAMANHOS DE EMBALAGENS OFERECIDAS AO MERCADO No início de fevereiro deste ano, a SIG, empresa litros a 2 litros. Já a Scholle IPN tem bags de 1 litro a Rodriguez, da SIG: “Nosso especializada em sistemas de envase e 1,6 litro, e pouches que variam de 80 mililitros a 400 objetivo é trabalhar com embalagens cartonadas, anunciou a aquisição mililitros. A aquisição irá, portanto, expandir o portfó- inovações combinadas” de 100% da Scholle IPN, líder em sistemas e soluções lio da SIG tanto para formatos maiores quanto meno- para embalagens sustentáveis de bebidas e outros res, ampliando a gama de categorias e tamanhos 22 líquidos, por um valor de cerca de 1 bilhão de euros. de produtos. “Isso significa que poderemos oferecer uma nova gama de soluções de produtos, como por A aquisição diversifica a exposição da SIG em exemplo sistemas de embalagens assépticas com efi- mercados emergentes. O portfólio de soluções de ciência e flexibilidade de tamanho e volume desde 50 embalagens cartonadas sustentáveis para alimentos e mililitros até 2 litros, até soluções de embalagem bag- bebidas da empresa será expandido para bag-in-box e -in-box para faixas de tamanho maiores, de 1,5 litro spouted pouches para clientes varejistas, institucionais a 2 litros, e soluções de spouted pouch também em e industriais. Além de permitir que a SIG desenvolva vários tamanhos. Ou seja, nossos clientes terão muito sua força principal na tecnologia asséptica e amplie mais opções de embalagens para agregar valor aos seu uso tanto em pouches como em bag-in-box. O seus produtos de maneira inovadora e sustentável”, negócio também impulsionará a expansão da empresa explica Rodriguez. em novas categorias, como vinho e água. No primeiro momento da integração, não haverá “A SIG e a Scholle IPN têm muitas semelhanças mudanças nas operações e nos atendimentos das duas e são negócios complementares em termos de siste- empresas. “Para não interromper processos críticos mas e oferta de produtos”, afirma Ricardo Rodriguez, de negócios, nossos clientes continuarão tendo dois presidente e gerente geral das Américas da SIG. Ele contatos separados de SIG e da SIPN”, assegura o pre- acredita que a combinação abrirá oportunidades sig- sidente da SIG. Ricardo Rodriguez conta que o objeti- nificativas de crescimento e valor. “Essa aquisição é vo é integrar o mais rápido possível os processos das uma oportunidade única de crescer mais rapidamente duas empresas de maneira combinada. “Enquanto o e de fornecer novos produtos e serviços aos nossos plano está sendo desenvolvido e os detalhes elabora- clientes. É uma transação complementar e consistente dos, todos os processos existentes serão mantidos. A com a estratégia da SIG, desde o IPO, de impulsionar médio prazo nosso objetivo é combinar nossas capa- o crescimento por meio da expansão geográfica e por cidades de P&D e trabalhar em inovações e soluções categoria”, ressalta o executivo. combinadas”, ele conclui. A SIG atua com volumes que variam de 50 mili- mai+jun 2022

HOT-FILL MAIS LEVES 23 NOVA TECNOLOGIA AJUDA A REDUZIR PESO DE GARRAFAS PET PARA ENCHIMENTO A QUENTE Base ajuda a absorver o vácuo, o que AAmcor Rigid Packaging anunciou o desenvolvi- permite reduzir espessura das paredes mento de uma tecnologia de garrafas PET para enchimento a quente (hot-fill) que promete uma embalagem até 30% mais leve que as similares de 600 mililitros disponíveis no mercado atualmente e que pode ser produzida com material 100% reciclado. Ao deslocar ativamente o vácuo no recipiente após o enchimento, a empresa diz que a solução gera redução de 30% no consumo de energia durante o processo de produção. A embalagem também oferece uma melhor experi- ência ao consumidor: não há mais derramamentos por transbordamento quando a garrafa é aberta pela primei- ra vez, Batizada de PowerPost, a embalagem para bebi- das com envase a quente baseia-se na tecnologia paten- teada de absorção de vácuo da Amcor, a PowerStrap. A base da PowerPost tem duas tecnologias princi- pais: uma coluna central invertível que desloca ativamen- te o vácuo e o PowerStrap, anel flexível que envolve essa coluna. Após o enchimento, a coluna é invertida para deslocar ativamente o vácuo dentro do recipiente e, à medida que o produto esfria, o anel circundante se flexio- na para absorver passivamente qualquer vácuo restante. Ao eliminar os painéis de vácuo, o PowerPost oferece maior liberdade de design e apelo ao consumidor, ao mesmo tempo em que atende às demandas de sustenta- bilidade. Segundo a Amcor, a eliminação dos painéis no corpo da embalagem também gera melhorias operacio- nais no enchimento. Os rótulos das garrafas são aplica- dos de forma mais eficiente. “Nossos engenheiros desenvolveram uma tecnologia que ultrapassa os limites da redução de peso na área de enchimento a quente para ajudar nossos clientes a aten- der às suas necessidades de custo e sustentabilidade”, disse Terry Patcheak, vice-presidente de sustentabilidade e gerenciamento de projetos da Amcor. “Essa inovação de última geração vai melhorar a experiência do consumidor, ao mesmo tempo em que aborda compromissos generalizados para reduzir o uso de materiais e diminuir as emissões de gases de efeito estufa”, finaliza o executivo. mai+jun 2022

EQUIPAMENTOS SEMPRE JOVEM PERMANECER ATUALIZADO, INOVAR E ACOMPANHAR DEMANDAS DOS CLIENTES SÃO OS SEGREDOS DA OPTIMA AOS 25 ANOS DE BRASIL E 100 ANOS DE VIDA Em maio, a Optima celebrou, em sua fábrica em outras palavras, buscar constantemente a inova- Rolf Geissinger, diretor geral localizada em Vinhedo (SP), 25 anos de ção e acompanhar os rumos escolhidos pelos clien- da Optima do Brasil: aposta presença no Brasil, data que coincide com as tes. Jürgen Kuske, ex-CEO do grupo, também dirigiu certeira na produção local comemorações do centenário de sua fundação na palavras de agradecimento aos convidados. Alemanha. Após o encerramento das falas, iniciou-se a festa Em seu discurso de boas-vindas a clientes, par- propriamente dita, com direito a samba, dança e ceiros e colaboradores, Rolf Geissinger, diretor geral descontração. da filial brasileira, resgatou a trajetória da operação local, que iniciou apenas com equipamentos impor- tados, mas que em 2000 fez uma aposta na produção nacional de equipamentos – o que se mostrou uma decisão certeira, responsável pelo crescimento sólido da Optima do Brasil desde então. A empresa vê no fornecimento local de peças e serviços um diferencial importante. Os clientes presentes foram levados a uma visita à fábrica, e puderam assistir a algumas palestras. Antonio Grandini, sócio-fundador da AGrandis Con- sultoria Operacional em Inovação, falou sobre ecos- sistema de inovação aberta. Paula Ferreira Maga- lhães de Souza, diretora de produção do Laboratório Cristália, discorreu sobre tendências do mercado far- macêutico. E Rafael Domingues, consultor comercial da Suzano, apresentou inovações do setor de papel e celulose. Em meio às celebrações, Stefan König, CEO do Optima Group, relatou seu otimismo com os próximos anos, e revelou o segredo para que uma empresa centenária continue com vigor para crescer: “permanecer sempre jovem”, em termos literais. Ou, mai+jun 2022 EXPANSÃO NO ANO DO CENTENÁRIO Em 5 de maio, o Grupo Optima inaugurou o Centro CSPE (Comprehensive Scientific Process Engineering) II, na Alemanha. A área de mais de 4.000 metros quadrados é voltada à mon- tagem e ao comissionamento de sistemas de envase para o setor farmacêutico. Com isso, é possível testar e validar os equipamentos, bus- cando aprimoramentos e otimizações antes do envio à planta do cliente, dando mais agilidade ao processo 24

ASSÉPTICAS TROCA DE CAMADAS TETRA PAK TESTA BARREIRA À BASE DE FIBRA EM SUBSTITUIÇÃO AO ALUMÍNIO ATetra Pak está trabalhando em soluções para Danilo Zorzan, da Tetra Pak: a remoção do alumínio. A primeira nós já fizemos, que chegar em barreiras alternativas ao alumínio objetivo de chegar a uma foi o uso de uma poliolefina. A segunda está sendo em suas embalagens. A camada de alumínio apresentada agora, que é o uso de fibras de papel. das caixinhas desempenha um papel importante na embalalagem monomaterial Nosso objetivo então é passar de três materiais para segurança do alimento, mas, embora represente dois e depois para apenas um”, afirma Danilo Zorzan, apenas 5% de sua composição das embalagens, diretor de Marketing da Tetra Pak Brasil. “A questão contribui para um terço das emissões de gases de da fibra de papel tem alguns desafios, e a principal é a efeito estufa geradas por elas. proteção do alimento. Os testes com polímeros mos- tram uma proteção maior, que ainda não atingimos Após quinze meses de testes e análises, uma bar- com a fibra de papel. Mas trabalhamos com o objetivo reira alternativa em polímero foi validada no Japão de explorar essas duas vertentes, da poliolefina e da para substituir o alumínio desde o fim de 2020. Agora, a fibra, para que atinjamos, passo a passo, nosso obje- companhia testa também uma barreira à base de fibra. tivo, que é aumentar cada vez mais o teor de fibras, e a partir daí maximizar cada vez mais a quantidade de Os estudos a partir da barreira de polímero já trou- fibra em uma embalagem”, ressalta o executivo. xeram aprendizados interessantes, como entender os impactos na cadeia de valor e a quantificar a redução A iniciativa reforça a abordagem da Tetra Pak da pegada de carbono, além de comprovar a prote- de desenvolver embalagens com design focado na ção adequada de oxigênio para sucos e possibilitar o reciclagem. Essa premissa também atende às expec- aumento das taxas de reciclagem. Um primeiro lote tativas dos consumidores, que estão cada vez mais piloto de embalagens individuais com barreira à base conscientes. Segundo pesquisa recente Consumo de de fibra está sendo testado, com validação programa- Embalagens Sustentáveis (Sustainable Packaging da para o final de 2022. Consumer Research 2021), cerca de 40% dos consumi- dores mencionaram intenção de realizar a separação Os primeiros resultados sugerem redução subs- para a reciclagem se as embalagens forem feitas intei- tancial de CO2 a partir das embalagens com uma ramente de papel e não tiverem plástico ou alumínio barreira à base de fibra quando comparada às emba- em sua composição. lagens assépticas tradicionais, mantendo a proteção do alimento e o prazo de validade. Outro diferencial A Tetra Pak tem investido 100 milhões de euros está no aumento do interesse pelas fábricas de papel por ano e continuará neste caminho nos próximos em embalagens com maior teor desse material, o que cinco a dez anos a fim de melhorar ainda mais o perfil fortalece o ecossistema da economia circular de baixo ambiental das embalagens para alimentos, incluindo carbono. pesquisa e desenvolvimento de estrutura simplificada e mais conteúdo renovável. “O objetivo é em 2030 ter a embalagem mais sus- tentável do mundo, e isso se dá por duas pernas, com mai+jun 2022 25

ENTREVISTA INOVAÇÃO ABERTA A TODOS NOVO LABORATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS DA BRASKEM AJUDA NA CRIAÇÃO DE SOLUÇÕES VOLTADAS PARA A ECONOMIA CIRCULAR Yuri Tomina, Gerente de Desenvolvimento de Mercado e PE Verde para o Fruto de um investimento de 20 milhões de Negócio de Embalagens e Bens de Consumo na América do Sul da Braskem reais, o Cazoolo – Centro de Desenvolvimento de Embalagens para Economia Circular da 26 Braskem deve ser inaugurado em agosto. Localizada no complexo de inovação State Innovation Center, na zona oeste de São Paulo, a área da Braskem tem cerca de 450 metros quadrados, equipamentos de ponta para prototipagem rápida e espaço para cin- quenta pessoas trabalhando simultaneamente. O Cazoolo é um hub de inovação, por meio do qual a companhia estabelecerá parcerias com clientes, brand owners, designers, startups e univer- sidades para desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis por meio de melhorias no design e na compreensão da jornada dessas embalagens, desde sua concepção até o pós-consumo, visando à circula- ridade e ao menor impacto ambiental. O projeto tem como base conceitos de Design for Environment (DfE, ou design para o meio ambiente, numa tradução livre) e Análise de Ciclo de Vida (ACV), para desenvolvimento de embalagens inovadoras e sustentáveis. O Cazoolo estará aberto a toda a cadeia de embalagens, especialmente a embalagens plásticas, e terá como objetivo acelerar o avanço da economia circular. A ideia é que seja um centro de colaboração, visando agilizar processos e acelerar a chegada de soluções inovadoras ao mercado. Yuri Tomina, Gerente de Desenvolvimento de Mercado e PE Verde para o Negócio de Embalagens e Bens de Consumo na América do Sul da Braskem, conta nesta entrevista a EmbalagemMarca como vai funcionar o Cazoolo, quais seus objetivos e quem poderá ser beneficiado pelo projeto, que é totalmen- te bancado pela empresa. mai+jun 2022

O que é o Cazoolo? “ESTAMOS O Cazoolo é um lab de desenvolvimento de embalagens para a economia circu- COLOCANDO À DISPOSIÇÃO UMA lar. A ideia é que seja um hub de inovação, um espaço aberto para toda a cadeia de INFRAESTRUTURA embalagens, em especial para a cadeia de embalagens plásticas, para que a cadeia se PARA EXERCÍCIOS encontre e colabore, e co-crie novas soluções de embalagens com foco na economia E DINÂMICAS DE circular. O que estamos colocando à disposição da cadeia nesse lab é uma infraestru- CO-CRIAÇÃO E tura para esses exercícios e essas dinâmicas de co-criação, de ferramentas de design, FERRAMENTAS de metodologias de design e desenvolvimento de embalagens, e um laboratório de DE DESIGN, DE prototipagem, para que abordemos todo o processo, desde a concepção, da co-cria- DESENVOLVIMENTO ção até a prototipagem, e com isso consigamos acelerar a inovação em embalagens DE EMBALAGEM E para a economia circular. Em desenvolvimento de mercado, o que focamos hoje para UM LABORATÓRIO embalagens, basicamente, é a viabilização de soluções mais sustentáveis. Isso passa DE PROTOTIPAGEM” por modelos de design para reciclagem, design para circularidade, otimização, reuso, refil... Tudo isso pensando no impacto, ou seja, em como se projeta uma embalagem 27 para que ela tenha menos impacto ou para que ela seja mais segura. Como vai funcionar esse espaço? A ideia é que o Cazoolo esteja aberto para toda a indústria de embalagens, em especial para a indústria de embalagens plásticas. O que percebemos neste primeiro momento como público de muito interesse são principalmente as marcas, as empre- sas que consomem embalagens, os fabricantes de embalagens, transformadores e convertedores que estão produzindo as embalagens, designers, que estão desen- volvendo e criando novas soluções, e até mesmo novos modelos de negócios que passam pelas embalagens. E startups que estão trabalhando com tecnologias, novas soluções, novos modelos, para que também prototipem e façam a validação de fit de mercado desses desenvolvimentos dentro desse ambiente. Principalmente esses quatro grupos: marcas/brand owners, transformadores/convertedores, designers e startups, junto com a Braskem, co-criando e colaborando. Como esses grupos podem se beneficiar desse centro de desenvolvimento de embalagens? Estamos desenvolvendo e desenhando programas e formas de interação com cada um desses grupos. Desde challenges e sprints de inovação até programas que- trarão soluções de impacto ambiental menor ou que já estejam desenhadas para a economia circular e que estão prontas para que as marcas tenham acesso e possam sair daqui já com um protótipo e pensando em como levar isso para o seu portfólio de embalagens. Como as empresas fazem para participar de projetos do Cazoolo? A ideia é que esses agentes convivam, estejam presentes, venham até aqui, visi- tem, trabalhem daqui. Temos uma área de co-working justamente para isso. Acre- ditamos que é muito importante a visita quando se tem um objetivo claro, quando se vem para desenvolver uma coisa. Mas é também muito rico quando as pessoas apenas estão no local e começam a criar novas conexões. Aí a inovação surge dessas conexões, que no começo podem parecer meio despretensiosas. Estamos convidan- do essas empresas para estarem sempre aqui, para visitar, para trazer projetos ou alguma solução de desenvolvimento. Mesmo quando não tiverem nenhum projeto, podem participar dos nossos eventos, dos debates. E convivendo nesse espaço, por- que daí alguma conexão potencial pode surgir, alguma ideia pode aparecer e algum projeto pode criado a partir daí. Tem algum custo para as empresas participarem? Neste primeiro momento de operação, abrimos o Cazoolo sem custos para esses mai+jun 2021

“UMA VEZ QUE quatro atores. O serviço é oferecido pela Braskem. Temos de testar e entender junto OS CONCEITOS com o mercado o que faz sentido para a cadeia de embalagem, para acelerar os SÃO APROVADOS, desenvolvimentos voltados à economia circular. Vamos aprender junto com a cadeia, A BRASKEM ENTRA testar modelos junto com a cadeia e evoluir. A partir do feedback que recebermos de quem estiver habitando e convivendo no Cazoolo vamos construir o modelo de opera- COM TODO O ção para a frente. SEU NETWORK DE Qual a estrutura do Cazoolo, em termos de instalações e de equipamentos? INOVAÇÃO” Temos uma área de 450 metros quadrados dentro desse hub de inovação, onde 28 haverá um espaço para esses movimentos de co-criação, de desenvolvimento. Tem arquibancada para eventos, salas de reunião, auditório, uma ala de co-working para que quem estiver desenvolvendo projetos junto com a gente possa trabalhar. Temos um bom espaço dedicado a esse laboratório de prototipagem rápida. Do ponto de vista mais amplo, essa é a parte de infraestrutura. Nesse lab de prototipagem rápida o foco vai ser em protótipos de baixa tiragem. Ou seja, fazer a primeira materializa- ção do design, de um desenvolvimento de embalagem. Para isso temos um parque de impressão 3D em diferentes tecnologias, com diferentes materiais, como plotter, corte laser, termoformagem, tudo que dá acesso ao time de design para poder mate- rializar aqueles conceitos. Isso para que as empresas, as marcas e os transformadores possam sair com aqueles conceitos materializados numa solução de embalagem para um processo de validação, para aprovar esse conceito de desenvolvimento dentro das companhias. Mas o projeto do Cazoolo não vai parar aí. Uma vez esses conceitos aprovados, a Braskem entra com todo seu network de inovação, seja com o centro de tecnologia de inovação em Triunfo, no Rio Grande do Sul, ou em Pittsburgh, nos Esta- dos Unidos, seja com parcerias com universidades, com centros de pesquisa, seja para fazer o scale up dessas soluções, para fazer try out, para fazer os primeiros testes de produção industrial, para fazer os primeiros pilotos de produção industrial. Isso vamos fazer através dessa rede de inovação que temos, para fazer a aprovação final do proje- to e colocar a embalagem no mercado. Quantas pessoas vão trabalhar no Cazoolo? Hoje ainda não está definido quantas pessoas vão trabalhar no time. Estamos testando os primeiros modelos, exercitando essas dinâmicas e desenhando as com- petências necessárias para rodar o projeto. O espaço está desenhado para ter cerca de cinquenta pessoas convivendo ao mesmo tempo, entre o pessoal da Braskem, parceiros, designers e startups que vão estar residentes desenvolvendo algum pro- jeto. É um espaço aberto. Ele não foi criado para ser ocupado apenas por pessoas da Braskem. É um espaço que será ocupado pela cadeia. Seremos mais um grupo que vai estar lá dentro trabalhando e desenvolvendo junto. Qual a previsão de inauguração do espaço? A previsão de inauguração é no início de agosto. As obras estão a todo vapor. Correndo tudo bem e em segurança, a partir de agosto as portas estarão abertas para receber as pessoas. Qual foi o investimento no Cazoolo? Para implementar e operar o Cazoolo durante os três primeiros anos, a Braskem está fazendo um investimento de 20 milhões de reais, entre colocar a infraestrutu- ra, equipamentos e a operação do lab nesse período. Esse investimento faz parte de um total de 130 milhões de reais que a Braskem anunciou em diferentes frentes voltadas para a economia circular, que inclui a planta de reciclagem mecânica de Indaiatuba, no interior de São Paulo, que já está em operação, em uma nova planta mai+jun 2022

de reciclagem avançada. São ações que olham para o final do ciclo, para o final da “O PLÁSTICO TEM jornada de embalagens, para como eu recupero e valorizo esse material, inserindo-o E VAI CONTINUAR novamente na cadeia produtiva e na economia. E do outro lado está o Cazoolo, que TENDO UM PAPEL vai pensar em como a gente desenvolve melhores embalagens, para que tenham IMPORTANTE maior valor no momento em que forem recicladas. Todo o conceito de design para NO FUTURO DO circularidade, simplificação, soluções monomaterial, também se encontram nessa MERCADO DE dinâmica. De um lado, há os investimentos para recuperação e valorização desse EMBALAGENS” material, e do outro, com o Cazoolo, colocando no mercado uma nova geração de embalagens que já são pensadas nisso, que levam em conta como essa embalagem 29 vai influenciar e performar no processo de reciclagem. Esse ciclo também foi pensa- do em nossos investimentos em economia circular. Como surgiu a ideia do Cazoolo? Como ele foi gerado? O Cazoolo surgiu de uma leitura de que o mercado de embalagens está passan- do por uma transformação intensa. E essa transformação está vindo de uma deman- da do consumidor em relação ao que consome, o que isso impacta. Aí vêm grandes marcas que assumem compromissos de circularidade, de sustentabilidade, em espe- cial com relação a suas embalagens, para responder a essa demanda do consumi- dor. Esses compromissos vão puxar inovações, vão puxar novos desenvolvimentos de embalagens. Tem uma nova geração de embalagens vindo para o mercado, e a Braskem entendeu que tinha um papel importante nesse processo, que podia ter um papel ativo de acelerar a migração desse mercado e embalagens de um modelo de economia linear para um modelo de economia circular de baixo carbono. O Cazoolo veio para materializar isso. É a nossa forma de contribuir para que o mercado de embalagens faça uma transição mais rápida e mais eficaz para uma economia circu- lar de baixo carbono. E isso passa muito pelo plástico... Esse modelo sem dúvida nenhuma passa pelo plástico, pelos seus atributos e pelos desafios que ele precisa enfrentar. Dados técnicos científicos nos mostram onde estão os impactos, e vemos isso claramente no plástico. Observamos todas as contribuições ao longo da jornada do produto que o plástico traz, por ser mais leve, por reduzir emissão, por reduzir desperdício, por proteção. O plástico tem e vai continuar tendo um papel importante no futuro do mercado de embalagens e num mercado pensado para a circularidade, numa solução de embalagem já pensada para a circularidade. O principal é deixar esse convite, para que a cadeia de emba- lagens, em especial a cadeia de embalagens plásticas —­ que esteja buscando novas soluções com vistas para a economia circular, com objetivo de sustentabilidade, de redução de impacto das suas embalagens — que venha fazer parte desse movimen- to, que venha a colaborar, que venha a inovar aqui no Cazoolo. Já estamos traba- lhando em cima do modelo de design for environment há alguns anos na Braskem, junto com clientes, junto com marcas, e o que vemos é que trazendo todos os elos para a mesa, trabalhando juntos em prol de um objetivo, teremos soluções mais eficazes numa velocidade mais rápida, que seja uma sustentabilidade real para a embalagem. Quando digo sustentabilidade real é que de fato consigamos mensurar que o impacto daquela solução é menor, que a gente tenha escala para atender a demanda que o mercado precisa e que ela tem custo dentro da realidade do mer- cado. Soluções de sustentabilidade existem várias, mas em diferentes níveis de maturidade, em diferentes níveis de acesso. O que a gente quer fazer no Cazoolo é trazer essas soluções de sustentabilidade de embalagens para uma sustentabilidade real, para um produto que uma marca consiga colocar no mercado em curto prazo e trazer isso como benefício para toda a cadeia. mai+jun 2021

MATERIAIS O PAPEL AVANÇA DOIS PROJETOS DE COMPANHIAS GIGANTES MOSTRAM QUE PAPEL PODE SER ALTERNATIVA A OUTROS MATERIAIS DE EMBALAGENS Tampas à base de fibras para garrafas de Vodca e ketchup não combinam com SABONETE vidro devem estar no mercado em 2023 embalagens de papel. Na realidade, não NO PAPEL combinavam. Duas gigantes desses mercados Protótipos da – Absolut e Heinz – acabam de apresentar projetos A fabricante de sabonetes garrafa de papel que levam seus principais produtos também para Luky passa a utilizar embalagens alternativas. embalagens de papel sem anunciada pela plástico para a linha Nips. Absolut em 2020 Após anunciar no final de 2020 que passará Produzido pela multinacional a utilizar garrafas de papel, produzidas em italiana Gualapack Brasil, 30 conjunto com a The Paper Bottle Company o envoltório é composto (Pabco), a The Absolut Company está investindo por papel + termosselante no desenvolvimento de uma tampa à base de fibra polimérico, com fechamento para garrafas Absolut Vodka. As tampas serão do tipo portfólio. A solução feitas de materiais de base biológica, combinando elimina a tradicional camada um corpo feito de material de fibra de papel com plástica utilizada nas garantia de manejo florestal (selo FSC) com uma fina embalagens nesse segmento. camada de barreira de vedação superior (um liner Os envoltórios de papel são biodegradável), tornando-a reciclável como papel. O recicláveis no pós-consumo. desenvolvimento é feito em conjunto entre a Pernod Ricard, dona da Absolut, e a Blue Ocean Closures (BOC), uma startup com sede na Suécia, Juntos, a BOC e a Absolut Company desenvolverão a tampa para uso nas garrafas de vidro atuais, como uma adição às soluções de tampas existentes, bem como uma possibilidade para futuras inovações em embalagens. A parceria prevê várias etapas de prototipagem e testes em 2022, com planos de uso comercial já a partir de 2023. “Sabemos que a colaboração em toda a cadeia de valor está no centro do progresso de longo prazo e do verdadeiro impacto ambiental, econômico e social. Como parte de nosso pensamento circular, temos o prazer de trabalhar com a BOC para continuar projetando materiais de uso único e usando inovação em embalagens para o benefício do planeta”, diz Eric Näf, diretor de desenvolvimento de embalagens da The Absolut Company. A ação faz parte das metas da The Absolut Company e da Pernod Ricard de criar um negócio totalmente circular, trabalhando com fornecedores e parceiros para garantir que 100% de suas mai+jun 2022

embalagens sejam reutilizáveis, recicláveis o​​ u 31 compostáveis ​até 2025. A Kraft Heinz segue o mesmo princípio. A companhia que está se unindo à Pulpex para desenvolver para seu tradicional ketchup uma garrafa renovável e reciclável, feita à base de papel 100% de origem sustentável. A Heinz é a primeira marca de molhos a testar o potencial da embalagem de papel patenteada pela Pulpex para sua linha de condimentos. O design da embalagem segue o mesmo padrão da icônica garrafa de vidro. “O desperdício de embalagens é um desafio de toda a indústria, e devemos fazer nossa parte para resolver esse problema”, diz Miguel Patricio, CEO da Kraft Heinz. “É por isso que estamos comprometidos em tomar medidas para explorar soluções de embalagens sustentáveis ​e​ m nossas marcas na Kraft Heinz, oferecendo aos consumidores mais opções. Essa nova garrafa da Heinz é um exemplo de como estamos aplicando criatividade e inovação para explorar novas maneiras de fornecer aos consumidores os produtos que eles conhecem e amam, ao mesmo tempo em que pensam de forma sustentável”. A próxima etapa do processo envolverá a produção de protótipos para avaliar o desempenho da embalagem, antes de testá-la com os consumidores e levá-la ao mercado. “Esperamos trazer essa garrafa ao mercado e ser a primeira marca de molho a oferecer aos consumidores essa opção em suas decisões de compra, já que muitos consumidores hoje estão procurando opções de embalagens mais sustentáveis”, afirma Rashida La Lande, diretora de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Kraft Heinz. A garrafa à base de polpa se tornaria a mais nova opção disponível para os consumidores do ketchup Heinz, juntando-se à garrafa de vidro e às embalagens de PET, além dos frascos plásticos squeeze com 30% de conteúdo reciclado (disponível apenas na Europa). De acordo com a Kraft Heinz, o projeto da garrafa de papel é o último passo em sua jornada de redução de pegada ambiental. O projeto vai ao encontro das metas sustentáveis ​d​ a empresa, na medida em que se alinha com o objetivo de tornar globalmente todas as embalagens recicláveis, reutilizáveis o​​ u compostáveis ​até 2025. Heinz mantém o tradicional design da garrafa de vidro nas embalagens de papel mai+jun 2022

EVENTO UMA PARCERIA PARA ESTIM ACORDO COM REDE HOTELEIRA VISA INCENTIVAR EMPRESAS DE FORA DE SÃO PAULO A Após dois anos de afastamento por causa VEJA COMO UTILIZAR O da pandemia do coronavírus, o retorno à CUPOM DE DESCONTO cerimônia presencial de entrega dos tro- féusaos vencedores do Prêmio Grandes Cases de De 12 a 24 de outubro, clientes do Prêmio Gran- Embalagem tem significado ainda maior do que o des Cases de Embalagem têm 20% de desconto em já habitual, que é o de ser um importante evento de hotéis da Atlantica Hospitality International. relacionamento de nossa cadeia produtiva. A festa, É muito simples resgatar o seu cupom: marcada para 18 de outubro, em São Paulo, na práti- ca se torna uma oportunidade para reencontros. Na 1. Escolha um dos hotéis abaixo ocasião em que se celebra a excelência do setor de • Transamerica Chácara Santo Antonio embalagem no Brasil, grandes profissionais — alguns • Wyndham Berrini dos quais não foi possível rever desde a retomada • Transamerica Berrini dos eventos presenciais — estarão presentes. • Park inn Berrini • Quality Suites Vila Olímpia Da experiência acumulada nos anos de divul- • Radisson Vila Olímpia gação online dos ganhadores do Prêmio Grandes Cases de Embalagem fica a certeza de que é impor- 2. Faça a reserva em www.reserveatlantica.com.br tante aproximar as pessoas – o que nem sempre é possível, dadas as dimensões continentais do Brasil e 3​. Utilize o código GCE22 os elevados custos de viagem no país. “Enxergamos o Prêmio Grandes Cases de Emba- Por isso, os organizadores decidiram manter lagem como uma grande oportunidade de negócios a transmissão da premiação pelo canal da revista para nossos clientes, e por isso entendemos que EmbalagemMarca, a ser realizada simultaneamen- era fundamental dar condições para que as pessoas te à festa. Dessa forma, mesmo à distância será viessem para o evento e pudessem emendar com possível acompanhar, em tempo real, quais são os outras atividades profissionais”, conta Marcos Palha- projetos vencedores. Mas dentro da premissa de que res, diretor da The Packaging Academy, empresa o evento é muito mais do que uma simples confra- responsável pela organização do evento. “Com essa ternização, foi costurada uma parceria com a rede parceria, ajudamos a reduzir os custos com hospeda- hoteleira Atlantica Hospitality International (AHI), gem de nossos clientes, e procuramos estimular as que tem em seu portfólio marcas como Radisson, empresas a usar os dias que antecedem e sucedem a Windham, Park Inn, Quality Suites e Transamerica, cerimônia para reuniões que gerem negócios.” para facilitar a vinda de participantes de fora da cida- de de São Paulo. Considerando que a vinda para a cerimônia pode ser combinada com reuniões e visitas profissionais, foi criado um cupom de desconto que abrange o perí- odo de 12 a 24 de outubro, válido para hotéis da AHI não apenas nas proximidades do local onde a ceri- mônia ocorrerá (o Centro Universitário Senac – Santo Amaro), mas também em regiões estratégicas como a Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, centro comercial importante da cidade. 32 mai+jun 2022

MULAR A VINDA DE TODOS A PARTICIPAR DA CERIMÔNIA DE PREMIAÇÃO E A REALIZAR REUNIÕES DE NEGÓCIOS MINIATURAS PARA CERIMÔNIA: 18 DE OUTUBRO OS INSCRITOS Os convites para a cerimônia de premiação, que ocorrerá em São Este ano, todas as empresas que realizarem Paulo, estão à venda, com valores promocionais. Consulte a tabela inscrições no Prêmio Grandes Cases de Embalagem em www.grandescases.com.br/regulamento e garanta seu lugar. receberão, como agradecimento, uma réplica em miniatura (escala 1:5) do icônico troféu PATROCÍNIO PLATINA criado pelo designer Karim Rashid. Modeladas e produzidas, com impressão 3D, pelo estúdio Lelets Design, as peças estão sendo enviadas pelo Correio para as empresas responsáveis pela inscrição, estimulando-as a comparecer à cerimônia de 18 de outubro. Inscreva-se até 12 de agosto e receba a sua miniatura. PATROCÍNIO OURO Miniatura do PATROCÍNIO PRATA troféu impressa em 3D na proporção 1:5 mai+jun 2022 33

Almanaque PATROCÍNIO Um logo, Deus grego na Amazônia vários símbolos Na década de 1920, dois O pau-rosa era sua matéria primos portugueses, Antonio prima principal. Mais tarde, o O logotipo da Unilever é e Mario Santiago, vieram para “London Otto Rosa” passou a se caracterizado por uma grande o Brasil, mais precisamente chamar “Londres Odor de Rosas”. letra “U” azul, que representa a para Amazônia. Em Belém (PA), No entanto, quando se tentou inicial da empresa. Um olhar mais fundaram a fábrica de chapéus registrar o produto, já havia detalhado percebe ser composto A. L. Silva Ltda, empresa que outra marca registrada com esse por vários pequenos desenhos. diversificou os negócios da nome no mercado, daí Antônio Cada ícone simboliza uma família, que já era proprietária Santiago sugeriu o nome Phebo, conexão única com o negócio. da Fumos Minerva. Em 1930, em homenagem ao deus do Sol São 24 ícones intrinsecamente a empresa recebeu como na mitologia grega. O “Phebo tecidos para formar um U. pagamento de uma dívida a Odor de Rosas” se popularizou, O logo atual substituiu o antigo, Perfumaria Lusitana. A partir daí, tornando-se o primeiro produto que era usado desde 1970. a companhia passou a dedicar- de sucesso da A. L. Silva. se à produção de perfumaria, De coloração muito escura, Quem é a Elma, da Elma Chips? principalmente sabonetes. Na quase preta, tinha o formato época, a maior concorrência era arredondado, rompendo o padrão Na verdade, Elma nunca existiu. A Elfriede e Maria criaram oficial- dos sabonetes importados. de sabonetes em barra quadrados palavra é  um acrônimo dos nomes mente a Padaria e Confeitaria Inspirado no sabonete inglês e brancos. de Elfriede e Maria, as irmãs para- Elma, que depois virou a indústria “Pears Soap”, a família Santiago De lá para cá, a empresa lançou naenses Elfriede Wagner e Maria Elma Produtos Alimentícios. Os lançou “London Otto Rosa”, que centenas de outros produtos. Unger, de uma família de imigran- palitinhos passaram a ser vendi- tinha uma fragrância marcante. Desde 2004, a Phebo faz parte do tes alemães que se estabeleceu dos com o nome Stiksy em emba- Grupo Granado. Até hoje, o Odor em Curitiba na década de 1950. lagem verde, cor que se mantém de Rosas é o carro-chefe da marca. Em 1959, elas começaram a pro- até hoje (em alguns momentos, duzir em casa salgadinhos que foram acrescentadas cores laranja O nome Phebo é uma homenagem faziam sucesso na Alemanha, os e depois vermelha no layout). ao deus do Sol da mitologia grega, Brezels, ou como ficaram conhe- Em 1974, a Elma foi comprada cidos por aqui, os pretzels. Tudo pela Pepsico, que na mesma mas só surgiu porque a primeira começou com uma receita que época adquiriu a fábrica paulista opção já estava registrada levava apenas farinha de trigo, de batatas fritas American Potato água e sal grosso, enviada por Chips. A junção dos nomes das ALMANAQUE EM VÍDEOhVtitnphso:/s/ebiat.rltye/em-vinhos uma tia que trabalhava em uma duas empresas deu origem à fábrica de snacks na Alemanha. Os Elma Chips, marca que só existe salgadinhos das irmãs tinham o no Brasil. Depois do Stiksy, a formato de palitos. Elma Chips lançou o Baconzitos, Os palitinhos começaram a ser ainda em 1974, e o Cheetos, em vendidos de porta em porta, e não 1976. Nos anos 1980, vieram demorou muito para que fizessem Cebolitos e Fandangos, entre sucesso. Em janeiro de 1962, outras marcas. O verde está mai+jun 2022 presente nas embalagens de Stiksy desde o início, mas tons alaranjados e avermelhados também aparecem em algumas versões 34




Like this book? You can publish your book online for free in a few minutes!
Create your own flipbook