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Revista_Você+Ed25

Published by Jorge Penedo, 2020-09-24 00:29:30

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EDIÇÃO 025 ANO IV SETEMBRO 2019 R$ 12,00



ÍNDICE MESSES Desenvolvimento com envolvimento Páginas 08 a 09 E muito confira... 05 12 Entrevista: Matéria: 30 anos Sérgio Misse do Sicoob Sul 24 26 Internacional: FatorH : O poder do De Cachoeiro para o fator humano na realização pessoal e no mundo inteiro desempenho profissional

editorial De volta à casa... EXPEDIENTE Inicio este Editorial pedindo desculpas aos nossos Leitores: a Você+ deixou de circular por período longo. Fatores endógenos, exógenos etc e tal, mas econo- Diretor-Executivo: mizo tempo, espaço e a paciência do Leitor não os enumerando... Agora, bola Renato Ramos Magalhães prá frente e ajustar um cronograma permanente para a circulação regular da Você+. E o que temos de bom nesta edição? Muita coisa. Vamos conferir. 28 99273-4547 Nas págs. 5 a 7 apresentamos entrevista especial com Sergio Misse, cachoeiren- se ilustre radicado no Rio de Janeiro, expressão nacional na área de projetos ferroviá- Editoração e Design: rios. Vejam o que ele tem a dizer sobre ferrovias no Brasil e temas correlatos, inclusive Marcelo Mothé sobre o porto de Presidente Kennedy. Em matéria de Capa, nas págs. 8 e 9, uma apresentação de corpo inteiro do MES- 28 99907-0254 SES-Movimento Empresarial Sul do Espírito Santo. Muito bom saber que nesses tempos de calmaria econômica que o Brasil vem enfrentando, lideranças sob o manto Depto. Jurídico/Financeiro: dessa instituição vêm trabalhando junto às classes empresarial e política da Região Rodrigo Magalhães Sul do Estado em prol do desenvolvimento. Contamos às págs. 12 e 13 fragmentos da meteórica trajetória do Sicoob Sul, 28 99975-4344 que tem em Rubens Moreira o seu Marechal de Campo. Vejam um pouco mais de perto a força das Cooperativas... Assessoria Contábil: Esta edição também presenteará os Leitores com seis Produções de cachoei- Eraldo Luiz Fonseca dos Santos renses notáveis: Thais C. Rebouças (pág.10), Mario Herkenhoff Coelho (pág.14), Dr Anderson Zerbone (pág.16), Toninho Miranda (págs.18 e 19), Prof. Antonio Marcos 28 3521 7031 (pág.22), Sérgio Garschagen (pág.23), Jorge Penedo (págs.26 e 27) Vejam, ainda, o já tradicional Portraits com o irreverente Gilson Leão; o À mesa Jornalista Responsável: com... produzido pela bela e jovem Maria; fotografias da Foz do Itapemirim clicadas Renato Magalhães por Reynaldo Monteiro; a 3º Expovinun e as delícias do vinho; a experiência enrique- cedora vivida pelo intercambista André Magalhães, na Alemanha... Enfim, produções Mtb-3462/ES boas de se ver, de se ler e de se curtir que tornam a Você+ a sua revista de cabeceira preferida. Impressão: Nas págs. 28 e 29 a Coluna RM fala um pouco sobre quem “transita pelo andar Gracal - Gráfica e Editora de cima”, apressando-se em explicar o aforismo: no ponto de vista da Coluna, transi- ta pelo andar de cima quem, nos diversos aspectos saudáveis da vida, coloca-se em 28 3522-2784 uma situação confortável sob o ponto de vista da admiração do próximo. Conhecem aquela expressão: “fulano está de bem com a vida”? Pois é, por aí... Grana é bom, saúde Contato/Atendimento: também, sucesso empresarial idem... mas o fundamental mesmo é manter no olhar – de manhã, de tarde, de noite – aquela serenidade que transmite paz até durante um 28 99273-4547 blackout de energia ou um terremoto. Poucos são os escolhidos para esse protagonis- [email protected] mo na vida e a Coluna RM faz questão de saudá-los sempre que pode. Alguns dirão: no creo em brujas. Em resposta, direi: pero que las hay los hay! Desse jeito... Tiragem: 2.500 exemplares Novo Endereço: Mais? Sim, tem mais. É só ir folheando com vagar a Você+ e mergulhar no mundo da boa leitura. Rua Mário Romanelli, Nº 67 Bairro Gilberto Machado Só mais uma coisa: paleontólogos dizem que a galinha é CEP: 29303-260 - Cachoeiro - ES a descendente mais próxima do dinossauro. É vero! Ora, se essas adaptações naturais foram necessárias ao longo de eras A Revista Você+ é uma publicação e eras geológicas para a sobrevivência das espécies, acho que mensal. Seu objetivo é divulgar fa- alguns pequenos ajustes que faremos na Você+ a partir da tos e versões relacionados ao in- próxima edição, passarão até despercebidas. Afinal, estamos teresse de Cachoeiro de Itapemi- falando sobre a inexorável luta pela vida, sem perda de qua- rim e região, privilegiando pessoas, lidade... acontecimentos, perspectivas e ou- tras temáticas indispensáveis. Prati- Boa leitura e, brincadeiras à parte, mais do que nunca camos um jornalismo ético, aparti- permaneçamos juntos. dário, atualizado com o seu tempo e, acima de tudo, independente. A Revista Você+ não se responsabiliza pelos artigos assinados, que são de in- teira responsabilidade de seus autores. 4

entrevista A viabilidade da ferrovia Vitória - Rio de Janeiro sob análise por Renato Magalhães Em 04 de julho de 1918, jornal de grande circulação nacional estampou a seguinte manchete: “Governo anuncia construção de estrada de ferro entre Vitória e Rio – Obra será realizada pela iniciativa privada e entregue ao governo depois de pronta’. E complementa: ‘O governo incluirá na carteira de projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), a construção de uma estrada de ferro (EF-118) que vai ligar Vitória ao Rio de Janeiro. A obra deverá ser realizada pela concessionária da Ferrovia Centro Atlântica (FCA). Depois de pronta, ela será entregue à União para licitação dentro do novo programa de renovação antecipada de contratos já existentes”. Esta foi a notícia que circulou e que encheu de esperanças todos aqueles que, de uma forma direta ou indireta, estavam relacionados com o Porto Central, megaprojeto portuário idealizado para ser instalado na orla marítima do município vizinho de Presidente Kennedy, aqui no Espírito Santo. A revista Você+, em furo de reportagem, conversou com o Engenheiro Ferroviário e Empresário, Sergio Misse, cachoeirense ilustre, uma das maiores autoridades brasileiras sobre o complexo e sempre palpitante tema “ferrovias”. Colheu informações valiosas a respeito e as oferece ao leitor para que, em cima de comentários técnicos, robustos e atualizados, forme a sua própria opinião sobre a realidade desse tema estratégico para a redenção econômica da Região Sul do nosso Estado. 5

entrevista Sergio Misse, a sua exper- Recentemente, um nam, Berkeley era o centro SA. Já no início da década tise em ferrovias foi adqui- acordo entre os da revolta dos estudantes de 70, a RFFSA contratou rida ao longo de carreira Estados do Rio de americanos contra a guer- a empresa de engenharia com muitas viagens ao re- Janeiro e Espírito ra. Mas, sinceramente, foi SONDOTÉCNICA para fa- dor do mundo, debruçan- Santo permitiu a uma experiência inenarrá- zer novo projeto Campos – do-se sobre essa realidade. realização de um vel. Fora a alta qualidade Vitória, pelo litoral, parale- Mas a sua vida começou novo estudo de de ensino e instalações, lo à BR 101. O projeto nun- por aqui, por Cachoeiro de traçado para a principalmente a enorme ca saiu do papel. Dali prá Itapemirim, pela Praça Dr. ferrovia. biblioteca, a UCB me ofe- frente vários estudos fo- Luiz Tinoco da Fonseca, pe- receu a oportunidade de ram realizados nessa área, lo Liceu... Vamos lembrar com especialização em ser testemunha de gran- sem sucesso. Na década de um pouco dessa fase que, Estradas, se deu há 50 des manifestações, o que 90, a ADERES realizou no- sabemos, foi mágica em sua anos atrás, em dezembro era proibido por aqui. Em vo estudo e o Governo Es- vida? de 1968. Tempos difíceis 1972, conclui meu mes- tadual licitou a obra do tre- Comecei minha vida aca- e complicados. Em 1966, trado, Master of Scien- cho Flexal-Viana, Mesmo dêmica na Escola do Sin- durante o terceiro ano do ces, pelo ITS – Institute of assim, nada saiu do papel. dicato dos Ferroviários da curso, fui cooptado pelo Transportations Studies, Recentemente, um acor- Leopoldina, bem na subi- Professor José Himério de com grau “A”. Imaginem só, do entre os Estados do Rio da do Morro Faria, onde Oliveira, para estagiar na em 1972, o meu trabalho de Janeiro e Espírito Santo fui alfabetizado. Com se- Cia Vale do Rio Doce. Fi- final foi o ESTUDO DA IM- permitiu a realização de te anos fui para o Grupo quei na CVRD por 12 anos PLANTAÇÃO DO TREM um novo estudo de traça- Escolar Bernardino Mon- e ocupei vários cargos na DE ALTA VELOCIDADE do para a ferrovia. Este es- teiro e conclui o que, na Estada de Ferro Vitória a ENTRE LOS ANGELES E tudo consta do PIL – Plano época, era chamado de Minas e na Rio Doce En- SAN FRANCISCO Hoje, de Investimento e Logís- Primário e, no Liceu Muniz genharia e Planejamento, passados 47 anos, o em- tica, do Governo Federal. Freire, cursei até o segun- quando do projeto da Es- preendimento está em fa- Ou seja, está nos planos do do ano do Científico, em trada de Ferro Carajás. A se inicial de implantação. Ministério da Infraestru- 1962. Tive a sorte de ter, CVRD me deu oportuni- Indo agora diretamente pa- tura. É o que temos neste por onde passei, os me- dade de conhecer as prin- ra o tema central da nossa momento. lhores professores, pes- cipais ferrovias do mundo, Entrevista - a Ferrovia Vi- soas humanas incríveis e além de “bancar” minha tória-Rio de Janeiro - trace Numa fotografia realista da inesquecíveis. E os servi- ida para os EUA. Até ho- um breve retrospecto do malha ferroviária, no caso dores? Quem passou por je cometo ato falho ao di- que ocorreu nos últimos 50 do Espírito Santo, em que lá e não se lembra do Ca- zer: nós, da CVRD... Saí da anos. Teríamos nesse cená- situação nos encontramos tiquinha? Obrigado, Rena- CVRD, em 1977, para fun- rio algo para elevar a auto- hoje com relação à logística to, por me fazer recordar dar a empresa que dirijo estima dos Capixabas? de transporte de cargas e de esse tempo tão rico para até hoje: ENEFER - Con- Essa ferrovia, construída passageiros? mim. Decidi, então, ir para sultoria, Projetos Ltda. pelos ingleses, no final do A operação da ferrovia Vi- Vitória terminar o Curso A sua formação acadêmi- século 19, parte da Estra- tória-Rio de Janeiro está Científico e prestar o ves- ca não se encerrou aí. Co- da de Ferro Leopoldina, suspensa. Como dissemos, tibular na UFES. Meu tio, mo foi a sua experiência na hoje de responsabilidade a notícia otimista que te- Elias Moysés, professor do Universidade da Califórnia, da VLI, controlada pela Cia mos hoje, é que a nova li- Liceu, disse para mim: “vá mais exatamente em Berke- VALE Foi construída para gação está incluída nos pla- tranquilo porque você es- ley, nos EUA? escoamento da produção nos do Governo Federal, tá saindo da melhor escola Vocês não podem imaginar cafeeira. Este é o motivo sofrendo forte pressão dos do Estado”. Ele tinha razão. o “choque cultural” que en- de seu trecho crítico, Vitó- Estados do Rio de Janeiro e Cumprida a sua infância e frentei, em 1971, quando ria-Cachoeiro. Saindo de Espírito Santo para implan- início da juventude em Ca- lá cheguei. Saindo de Vitó- Vitória, cota zero, subiu a tá-la. O Governo Capixaba choeiro, a próxima estação ria, direto para lá, foi uma montanha, região produ- trabalha no sentido de que foi Vitória, mais especifica- mudança radical. Em pleno tora de café no ES e desceu a VALE aplique na Ferrovia mente a UFES e a Cia. Vale período da Guerra do Viet- até Cachoeiro de Itapemi- Rio-Vitória o valor devido do Rio Doce. Fale a respeito. rim, cota 40, o que obrigou à União, pela provável re- Terminei o Científico no o uso de rampas e curvas novação da concessão da Colégio Americano de Vi- muito fortes, reduzindo a Estrada de Ferro Vitória a tória, no final de 1963 e capacidade de transpor- Minas. Isto é possível, mas entrei na Escola Politéc- tes do trecho. Em 1957 difícil. A falta de uma liga- nica da UFES, no início de esta ferrovia passou para ção ferroviária, para carga 1964. Minha formatura, a administração da RFFSA e passageiros, entre estes como Engenheiro Civil, – Rede Ferroviária Federal dois estados, é inexplicável. O ES sedia grandes empre- 6

sas, geradoras e receptoras produtos. É evidente que, ferrovia trará, sem dúvidas, ferrovias, têm que ser ana- de cargas, e possui portos se a solução que o Gover- novos investimentos priva- lisados sob dois enfoques: eficientes em toda a sua no Federal adotar for PPP dos ao setor. o público e o privado. Para costa. Sem falar nos proje- – Parceria Público Privada Em conclusão, gostaríamos o setor público, a viabilida- tos portuários em evidên- ou Concessão, elas terão de ter a sua análise pessoal e de tem relação com custo/ cia, como Presidente Ken- que participar ou ficarão técnica sobre tema tão fun- benefício, ou seja, tem que nedy e São Mateus. Os po- dependentes de um ou- damental quanto o trans- ser bom para o país e seu los Álcool/Açucareiro e de tro grupo para transportar porte ferroviário no Espírito povo. Como exemplo redu- Mármore/ Granito, escoam seus insumos e produtos. Santo e no Brasil. Em qual zir o custo Brasil, atender suas produções por rodo- E o Governo Federal, ainda estágio de desenvolvimento o conceito de segurança vias, o que é um absurdo, no contexto do transporte nos encontramos e qual o ce- nacional, permitir o abas- causando danos ambien- ferroviário, tem bem defi- nário desejável para os pró- tecimento de combustí- tais e ceifando vidas nos nidas as suas estratégias e ximos anos? veis e alimentos e reduzir acidentes rodoviários. A prioridades? Investimentos em ferrovia, o preço de produtos para ferrovia projetada, em bi- Entendo que sim. Pelas en- na implantação, renova- o consumidor. Se tivésse- tola de 1,60m, ligaria os po- trevistas e ações do Minis- ção ou manutenção, têm mos um sistema ferroviário los de produção, os Portos tro da Infraestrutura pode- caráter de investimento adequado, o povo brasilei- de Tubarão, Vitória, Ubú e mos dizer que a prioridade intensivo, o que significa a ro não perderia tanto com o futuro Presidente Kenne- para o setor é a renovação necessidade de recursos a greve dos caminhoneiros. dy ao sul do país, nossa re- das concessões ferroviá- de monta para implantá- Para o setor privado o re- gião consumidora. A obri- rias, hoje em operação, e -los. A falta de recursos sultado esperado é o lucro, gação de ter um serviço de a conclusão das FNS-Fer- para investimentos em in- ou com cobrança de frete transporte de passageiros rovias Norte-Sul e FIOL fraestrutura tem sido uma ou com a venda de seu pró- consta do novo projeto. A – Ferrovia de Integração constante no Brasil, o que prio produto. O exemplo é estação de Cachoeiro de Oeste-Leste. O Ministério dificulta a implantação de o setor mineral. Se o estudo Itapemirim está prevista da Infraestrutura colocou ferrovias, mesmo com to- de viabilidade para expor- para a região de Cobiça, em leilão a FNS, obtendo da a sociedade civil e a co- tação do produto englobou pois não há mais possibili- um estrondoso sucesso: munidade política, quando a construção da ferrovia, dade de acessar o centro um ágio de mais de 100% consultadas, insistirem que ela será construída como do município. sobre o valor básico, leilão o setor é prioritário. Não é parte do centro de custo Nessa equação complexa vencido pela RUMO Logís- o que temos visto. Sempre do produto. O exemplo foi que envolve logística X de- tica. Agora, prepara o leilão me perguntam: tal projeto a renovação e duplicação manda X investimento pú- da FIOL que, com certeza, ferroviário é viável? Eu res- da EFVM e a construção blico e privado X desenvol- também será um grande pondo com outra pergunta: da EF Carajás, pela VALE. vimento, qual a classificação sucesso. Cabe ao Espírito viável para quem? O que Em todo o mundo, quando que o senhor daria para o Santo continuar lutando, talvez a população não en- o poder público não tem Espírito Santo em termos de e pressionando, para que tenda é que projetos de in- recursos suficientes para desempenho e resolução na a outorga que a União re- fraestrutura, aí incluídas as implantar projetos ferrovi- atual quadra do tempo? ceberá pela renovação das ários de interesse nacional, Como falei, o Governo do concessões da FCA e EF- A introdução, ele procura se associar ao Estado e a Bancada Federal VM, ambas da VALE, seja pelo Ministério da setor privado, ou por CON- têm exercido forte pressão aplicada na Ferrovia Rio- Infraestrutura, do CESSÃO ou por PPP e ago- junto ao Governo Federal -Vitória. Fica claro, tam- ra, no Brasil, por AUTORI- para que a União encontre bém, que o transporte fer- instrumento da ZAÇÃO. Entretanto, os ob- uma solução de engenharia roviário de grãos está na AUTORIZAÇÃO jetivos, insisto, continuam financeira para a implanta- pauta governamental e, no processo de os mesmos: o setor privado ção do projeto. A classe po- certamente, terá um trata- “privatização” da procura obter lucro com o lítica estadual vem fazen- mento prioritário no setor. ferrovia trará, sem valor que investiu e o setor do seu papel. Infelizmente, Neste caso estão os proje- dúvidas, novos público procura atender a não contam com o efetivo tos da FICO – Ferrovia de investimentos necessidade da população. apoio das maiores empre- Integração Leste-Oeste e privados ao setor. O benefício público é o lu- sas que seriam beneficia- a FERROGRÃO que visam cro da nação e o valor mo- das: VALE, que é a proprie- ao escoamento da produ- netário, o lucro do poder tária da SAMARCO e a CST. ção de soja do Mato Gros- privado. Conjugar adequa- Estas empresas com fortes so e de Goiás. A introdução, damente estes interesses raízes capixabas no passa- pelo Ministério da Infraes- nem sempre é fácil, mas ca- do, hoje são geridas de lon- trutura, do instrumento da be ao poder público encon- ge e como diz a população: AUTORIZAÇÃO no pro- trar uma engenharia finan- só deixam a poeira de seus cesso de “privatização” da ceira que atenda a ambos os lados. É como penso. 7

economia Desenvolvimento com envolvimento Movimento Empresarial Sul do Espírito Santo (Messes) trabalha para estimular progresso econômico sustentável da região, mediando soluções para aprimorar ambiente de negócios e qualidade de vida da população local Perguntaram a um al- ele. Planeje como e quando Espírito Santo (Messes) a em prol de uma sociedade to executivo qual o alcançá-lo. Junte forças e resposta seria esta, espe- mais justa e sustentável. conselho que daria a trabalhe incansavelmente lhada no início de suas jor- “A atuação é de forma ar- alguém que está iniciando para conquistá-lo. nadas corporativas. ticulada, com entidades a carreira profissional. Ele Acreditamos que se a per- Tecnologia, desenvolvi- e instituições”, explica o respondeu: tenha um gran- gunta fosse dirigida aos mento, sustentabilidade... presidente do Movimento de objetivo. Mentalize um representantes do Movi- Com base nestes três pila- Empresarial, Luiz Carlos motivo que o faça lutar por mento Empresarial Sul do res, a proposta do Messes Bicalho Nemer. é estimular o progresso Ele compõe a diretoria econômico sustentável na executiva do Messes com região, sendo o mediador José Bessa Barros (vice- de soluções para a melho- -presidente institucional), ria do ambiente de negó- Maria Helena Vargas de cios e da qualidade de vida Azevedo (vice-presidente da população local. operacional) e Ricardo Co- A organização é compos- elho de Lima (secretário- ta por lideranças que têm -executivo). como principal objetivo Exaltando valores como mobilizar as classes em- ética e transparência, par- presarial e política sulinas ceria, cidadania, compro- 8

metimento, e visando ao cial e as qualidades regio- como para universalizar os belezas naturais, os seto- fortalecimento das relações nais para as demais áreas serviços de saneamento res econômicos avança- público-privadas, o Messes do Estado e do Brasil que até 2025. dos e as políticas públicas foi fundado em 06 de no- proporcionem interação Em relação à infraestrutu- bem-sucedidas, o Messes vembro de 2007, em Ca- comercial e de desenvolvi- ra, a proposta é de tornar trabalha para criar solu- choeiro de Itapemirim , com mento. a Região Sul corredor de ções para a mobilidade e o propósito de ser referên- Dentro desse contexto, a importação e exportação, o urbanismo das cidades cia no Espírito Santo como gestão do Movimento Em- aproveitando sua localiza- sulinas, tanto para melho- instância de representação presarial atua para o avan- ção privilegiada. rar o bem-estar da popu- do setor empresarial da Re- ço da competitividade dos O turismo não fica de fo- lação quando para servir gião Sul capixaba. empreendimentos sulinos, ra. Além de difundir as de atrativo para o desen- “Consideramos o cenário com especial atenção à potencialidades locais, as volvimento turístico. sociopolítico local, à época, educação, saúde, infraes- e a necessidade de unir li- trutura e meio ambiente. deranças que tinham a prá- As metas são ambiciosas. tica de discutir assuntos Quanto à educação, por relacionados com o desen- exemplo, o presidnte escla- volvimento, para mobilizar rece que a atuação é plane- os atores políticos, outros jada no sentido de identifi- empresários e entidades car e apoiar projetos vol- sulinas”, lembra Luiz Carlos tados para inovações no Bicalho Nemer. ensino com foco no desen- volvimento humano. Potencial “Uma das ações é replicar em escolas da rede mu- A Região Sul do Espírito nicipal a metodologia da Santo, com população de educação de tempo inte- cerca de 600 mil habitan- gral onde o aluno é prota- tes, é composta por 27 gonista de sua história, im- municípios. Quanto à eco- plantando assim um novo nomia, representa 28% do modelo de ensino na esco- PIB estadual. Mostra ro- la pública”, anuncia o presi- bustez nos setores de ro- dente. chas ornamentais e calcá- No que diz respeito ao rio, metalmecânico, agro- meio ambiente, o Messes pecuária, serviços, saúde, - de forma articulada com comércio. a Rede Empresarial do ES Promover os produtos lo- em Ação, que congrega as- cais e ampliar o mercado sociações de todo o Estado é o que articula o Messes. - colabora para o aumento Para isso, segundo o pre- do percentual de cobertu- sidente, trabalha para fo- ra vegetal nativa do Espí- mentar e divulgar o poten- rito Santo para 16%, assim 9

artigo Um cafezinho, por favor por Thais Cardinali Rebouças Para a maioria das pessoas, o café pode ser for- zer minhas próprias compras. No supermercado, co- te ou fraco, doce ou amargo e nada muito além mecei a ter contato com uma variedade de marcas e disso. Nas minhas experiências mundo afora, o termos escritos nos pacotinhos de café, as opções são café é muito mais do que isso. A bebida mais consu- muitas e vão desde o tradicional, superior ao gour- mida do mundo, depois da água, possui uma ampla met. Curiosa que sou, fui pesquisar para entender o complexidade sensorial e assim como o vinho e mais que esses nomes significavam. Também nesta época, recentemente a cerveja, o café é uma bebida que comecei a frequentar as poucas cafeterias que exis- merece nossa atenção. São diver- tiam na cidade, onde marcávamos sas nuances, aromas e sabores as reuniões de trabalhos da facul- que deixam a questão da cafeína dade, ou para me distrair acompa- quase que de escanteio. Definiti- nhada de um bom livro. Do café vamente, café não é tudo igual. coado feito em casa para o espres- Me chamo Thais, sou bióloga, so da cafeteria foi um pulo para a adoro viajar, conhecer novos lu- minha primeira experiência com gares e pessoas, viver novas ex- café de qualidade e aí, meus caros, periências e mergulhar de cabeça me apaixonei na primeira xícara. O em outras culturas. Não trabalho universo se expandiu! no ramo, mas sou uma apaixona- O café de qualidade vai muito além da por café. Em casa, me aventuro do “café preto” ou “café amargo” testando diferentes métodos de com os quais estamos acostuma- preparo de café e degusto grãos dos. Você também vai esbarrar por de diferentes regiões do Brasil e aí com o nome de “café especial”. do mundo. Nas minhas viagens Não quero aqui te encher de no- sempre tenho espaço no roteiro mes pomposos e complicados, mas para conhecer as cafeterias da ci- para entender de café de qualida- dade que visito. de você vai precisar abrir a cabeça A minha história com o café co- Ilustração por Giulia Bermond sobre o que já conhece em relação meçou na adolescência, na época @giubermond a bebida. Os cafés tradicionais, que da faculdade, como um estimu- estamos acostumados a beber no lante para espantar o sono, a bebida me acompanha- dia a dia, são torrados excessivamente de propósito va nos estudos madrugada adentro e nas conversas para esconder seus defeitos. Ficou curioso? Quero nos intervalos das aulas. O cheirinho de café passan- dividir com você, na simplicidade da pausa do cafezi- do era uma delícia, mas lembro também de achar a nho, uma forma de consumir café, ainda mais praze- bebida um pouco amarga e em alguns casos quase rosa. No próximo artigo vou falar sobre as principais nada gostosa, ainda assim sempre preferi beber café características da análise sensorial de café. sem açúcar (vou falar mais disso em uma outra opor- tunidade). Aos 18 anos, mudei de cidade e entre as Thais Cardinali Rebouças é Bióloga, mestre em responsabilidades de morar sozinha, comecei a fa- engenharia ambiental, não é barista, só passa café ([email protected]) 10



economia Sicoob Sul comemora três décadas de sucesso No fim da década de 1980, a dificuldade para a obtenção de recursos para o financiamento da agricultura mobilizou 25 visionários produtores a fundar a Cooperativa de Crédito Rural de Cachoeiro de Itapemirim, que deu origem ao Sicoob Sul. Como é comum em cidades-pólo regionais, há iniciativas pelo conselho administrativo no último balanço anual (de- empreendedoras que marcaram profundamente a eco- zembro de 2018). nomia local pela dimensão que alcançaram. É o caso da história do Sicoob Sul. Expansão No fim da década de 1980, a dificuldade para a obtenção de recursos para o financiamento da agricultura mobilizou 25 As atividades iniciaram em 1989 dentro das instalações da visionários produtores – em sua maioria, ligados à pecuária Selita, de forma modesta porém com gestão de ponta. “Reco- leiteira e integrantes da Selita – a fundar a Cooperativa de nhecemos e agradecemos aos 25 fundadores e à Selita, ma- Crédito Rural de Cachoeiro de Itapemirim, que deu origem drinha da nossa cooperativa de crédito”, lembra Rubens Mo- ao Sicoob Sul. reira, que há mais dez anos preside o Sicoob Sul. A hoje pujante instituição, que teve como seu primeiro presi- Ele já estava à frente da instituição no momento em que co- dente Vicente Paulo de Miranda, acaba de completar 30 anos meçava sua forte expansão. Pois, o Sicoob Sul fora autorizado de atividade (dia 12 de setembro). E, seguindo à risca o le- pelo Banco Central, em 2006, a se transformar numa coope- ma “cooperar é crescer junto”, figura há tempos entre as 100 rativa de livre admissão, podendo associar pessoas físicas e maiores cooperativas de crédito do país. jurídicas de todas as classes e atividades econômicas, o que Os seus números, portanto, são expressivos: o Sicoob Sul ad- possibilitou abertura de novos mercados. ministra atualmente mais de 1,1 bilhão em ativos, conta com A performance da instituição desde então foi invejável. Atual- cerca de 40 mil associados (pessoa física e jurídica), movimen- mente, o Sicoob Sul tem 30 agências; sendo 14 no Estado do ta carteira de crédito de R$ 551 milhões e tem patrimônio lí- Rio de Janeiro e as 16 restantes no Estado do Espírito San- quido de R$ 300 milhões, de acordo com dados divulgados to, sendo que 3 delas em Cachoeiro de Itapemirim, inclusive a Matriz. 12

Rubens Moreira preside o Sicoob Sul há mais dez anos Toda esta estrutura gera, se- vismo é que os associados gundo Rubens Moreira, 249 são donos do seu próprio empregos diretos. negócio, podem acompa- “A expansão requereu muito nhar o seu próprio negócio, planejamento e coragem por e também recebem uma par- parte da direção, pois com- ticipação naquilo que os seus promete muito investimen- negócios na cooperativa to financeiro e montagem de proporcionaram. Participam equipes competentes, alme- da gestão da cooperativa, jando única e exclusivamente podem eleger e ser eleitos. levar para esses municípios a O lucro do banco vai para o oportunidade de contar com banqueiro. Já nas cooperati- uma instituição financeira de vas, não. O resultado vai para propriedade de todos, que o próprio bolso do coopera- esteja alinhada com as suas do”. necessidades e particulari- dades, fomentando assim o Valores humanos, Produtos, serviços de crédito estudantil. desenvolvimento das pesso- a essência e negócios Boa parte dos negócios do as, das empresas, das comu- Sicoob Sul ainda está ligada nidades”, avalia o presidente. Uma das razões do sucesso O Sicoob Sul dispõe de am- ao crédito rural, envolvendo O desenvolvimento regional do Sicoob Sul, além da com- plo portfólio de produtos e sobretudo cafeicultura e pe- está no bojo do cooperativis- petência dos gestores e coo- serviços. Antenada com os cuária leiteira. mo, que visa ao crescimento perados, pode ser explicada novos tempos, de preocupa- Mas a carteira comercial sustentável, à inclusão social. pela essência das coopera- ção com a conservação da também vem conquistan- Os recursos, para isso, são tivas: “uma organização de natureza, a instituição lan- do segmentos industriais. A aplicados localmente. pessoas que se baseia em çou a linha de crédito “Eco- instituição leva crédito a inú- valores de ajuda mútua e ar”, destinada ao financia- meras pessoas e empresas Cooperativismo responsabilidade, democra- mento de energia limpa e a da região, que demandam financeiro cia, igualdade, equidade e so- outros investimentos de pre- financiamentos para investi- lidariedade. Seus objetivos servação ambiental. Dando mentos, contratam recursos O Sicoob (Sistema de Coo- econômicos e sociais são co- o próprio exemplo, o Sicoob para capital de giro e para perativas de Crédito do Bra- muns a todos os associados, Sul concluiu a validação do desconto de recebíveis. “As- sil) é o maior complexo finan- que acreditam nos valores sistema de compartilhamen- sim, financiamos a abertura ceiro cooperativo do país. éticos da honestidade, trans- to da geração de energia fo- e ampliação de diversos em- Oferece aos associados con- parência, responsabilidade tovoltaica. preendimentos nos vários ta corrente, crédito, investi- social e preocupação com o Completamente inserido na municípios onde atuamos”, mento, cartões, previdência, semelhante”. era tecnológica, lançou ainda comemora o presidente Ru- consórcio, seguros, cobran- Fundamentado na democra- o projeto “Faça Parte”, que é bens Moreira as três déca- ça bancária, adquirência de cia, participação, direitos e a associação entre abertura das de cooperação no Sicoob meios eletrônicos de paga- deveres iguais para todos, e movimentação digital de Sul, sempre somando inte- mento, entre outros produ- sem discriminação de qual- contas. Outra novidade é a resses individuais à disposi- tos e serviços com custos quer natureza, para todos os “Faça Acontecer”, uma linha ção do bem comum. menores do que os do mer- sócios, o cooperativismo é cado. uma doutrina que considera O Sicoob, explica Rubens as cooperativas como forma Moreira, é uma cooperativa ideal de organização da hu- de crédito aberta a empre- manidade. sas e a pessoas físicas e que trabalha com os mesmos SÓCIOS-FUNDADORES DO SICOOB SUL produtos e serviços que os bancos tradicionais ofere- AFONSO COSTALONGA JOSÉ DAMASIO DE CARVALHO cem. No entanto, entre as ANTÔNIO WANDERLEY BASONI JOSÉ EURICO ALTOÉ vantagens disponibilizadas, ARLINDO MOREIRA MACHADO JOSÉ FARDIN PERIM há divisão dos lucros com os DANIEL VANTIL JOSÉ GERALDO CARVALHO cooperados. DARCY CYPRIANO JOSÉ SPÓSITO “Temos todos os produtos e DORCINO FARDIN PERIM LUCÍNIO BRAGA MACHADO serviços que os bancos têm, ECK MOREIRA DA FRAGA MARCOS ANTÔNIO SANTOS BAPTISTA mas com vantagens compa- ÉDIO FORNAZIER MAURÍLIO MORGAN rativas em relação a eles”, ga- EDSON COSTALONGA NÍLTON FARDIN PERIM rante o executivo. GABRIEL LELLIS MACHADO REMY VIEIRA MARQUES Para fundamentar, enumera: GILBERTO PINTO SANTOS VICENTE PAULO DE MIRANDA “o diferencial do cooperati- HENRIQUE CELSO DE MIRANDA WILLIAM HASSEN SANTOS ILTON MACHADO 13

artigo Cultura de segurança: minimizando crônicas de mortes anunciadas? por Mário Herkenhoff Coelho áreas incluídas dentro das manchas de inundação. Como resultante, têm total desconhecimento dos Recentes e não tão recentes tragédias provoca- planos de ação emergencial e dos procedimentos das pela natureza ou pela inépcia humana pon- para salvamento. Como sequer falar em uma cultu- tuam o mapa-múndi. Nossas atenções estão ra de segurança? especialmente focadas nos acontecimentos ocorri- Cultura de segurança só se evidencia quando é dos em Minas Gerais e que resultaram em centenas aprendida e apreendida pelas pessoas e pela socie- de mortos, desaparecidos, desabrigados e que pro- dade, POR TODOS. Enraizada em cada indivíduo vocaram graves impactos ambientais. minimamente envolvido neste contexto, represen- A Herkenhoff & Prates tem atuado em alguns des- tando normas sociais e demais aspectos da cultura tes grandes acidentes decorrentes do rompimento de uma sociedade. Necessariamente incorporadas de barragens de mineração e muitos têm sido os às tradições e costumes que são transmitidas pelas aprendizados. Também, muitas, as reflexões. Dentre estas, a Cultura da Segurança. Um tema complexo, gerações e reconhecidos por to- novo para muitos e aqui aborda- dos, independentemente de suas do de forma relativamente sim- diferenças e interesses. Esta plificada. pode ser adquirida e acumulada São diversas e reconhecidas as como resultante das vivências falhas observadas nas práticas das várias gerações. de alerta, sinalização, comunica- Não se “implanta”, então, em uma ção para emergência e procedi- sociedade uma cultura de segu- mento para salvamento. Some- rança. Não existe e não existirá -se a isto, o desconhecimento, como uma imposição legal, como por parte dos impactados, sobre uma prática empresarial ou como rotas de fuga e práticas para sal- uma transferência de responsa- vamento de outras pessoas ao bilidade a um grupo social em ad- longo das áreas atingidas. De um quiri-la. lado falhas observadas nas práti- Empresas, instituições, poder cas das instituições nos quesitos público precisam agir com har- preventivos de segurança e, de monia e foco, para que a cultura outro, o desconhecimento dos de segurança seja internalizada indivíduos sobre os impactos pelo grupo social, a partir de seu conhecimento, de que poderão ser provocados. Sem dúvida, é campo suas definições, de suas demonstrações, de ações propicio para as tragédias anunciadas. conjuntas que possam ser entendidas como um ati- Cabe, então, promover um novo modelo de atuação vo cultural a ser incorporado e que, cada vez mais, onde, de início, se dê maior rigor e atenção às situ- impeça e elimine a repetição de situações que colo- ações de risco, ofertando transparência sobre seu quem em risco o indivíduo e seu meio. efetivo impacto, pois evidenciar tais situações tor- Não pode e não deve ser um esforço isolado. Faz-se na-se fator mobilizador das ações que irão minimizar necessário um esforço provocado por todos. Vejo os efeitos deletérios dos eventos. Ao mesmo tempo, a Herkenhoff & Prates, como um desses atores, os estudos sobre os eventos precisam de resultados atuando no papel de articulação desses múltiplos mais precisos e detalhados sobre causas e sobre a agentes, para que hoje se minimizem as perdas, e no ausência ou falhas nas práticas adotadas nos siste- futuro elas sejam eliminadas. mas de segurança, de emergência e de salvamento. Observa-se, em situações recentes, que as pessoas Mário Herkenhoff Coelho é sócio da empresa Herke- desconhecem - em muitos casos literal e integral- mente - que residem, trabalham, procuram lazer em nhoff & Prates 14

artigo Levantando a bola... O mercado das pedras por Renato Magalhães cifras muito altas, de até difícil avaliação. Temos aí uma âncora econômica de inestimável magnitude Tenho ouvido aqui e acolá que por estas bandas e importância para a nossa região. as coisas estão difíceis na área da economia, e A par e passo dessa realidade deveria estar nave- acrescento: está de vaca não reconhecer seu gando com igual desenvoltura no setor um outro bezerro. elemento imprescindível nessa equação: sua exce- Refiro-me à região que gira sob a influência de lência o capital de giro. Ao que tudo indica, contu- Cachoeiro e mais especificamente com relação ao do, não é o que acontece na atual quadra do tempo segmento de mármores e granitos e seus arranjos e é exatamente neste ponto que retorno ao primei- produtivos (mão de obra especializada, fábrica e ro parágrafo deste texto: os tempos atuais estão comercialização de máquinas e equipamentos, in- economicamente difíceis. sumos diversos, abrasivos e por aí vai). São, real- Senão, vejamos: aqui no mercado interno estamos mente, muitas atividades envolvidas até que essas amargando uma retração econômica que está du- pedras (na forma de blocos, chapas ou produtos rando, o dólar oscila sem cerimônia ao sabor das acabados) sejam carregadas e transportadas em notícias políticas e do mercado, os juros que de- caminhões, composições ferroviárias e finalmente em navios para o Brasil e exterior. veriam manter níveis É de conhecimento civilizados espantam geral que parte im- os empreendedores, portante da economia o mercado imobiliário regional gira em torno encolheu por um bom dos humores dessa período, inexistem po- atividade empresarial, líticas de governo que ora combalida. Em ou- realmente estimulem tro sentido, não tenho o investimento, incer- percebido ações, ini- tezas políticas nacio- ciativas ou movimentos nais estimuladas pela corrupção elevada à enésima corporativos, públicos ou privados que acenem na potência... Feia a coisa! direção de soluções compartilhadas para o problema. Lá fora temos a China entulhando o mercado, in- Com relação às atividades de transformação, re- clusive o imobiliário, com produtos inovadores em presentadas por serrarias e marmorarias, estão quantidades oceânicas e preços para lá de convi- elas hoje espalhadas às fartas por todo o Brasil. dativos. A cadeia produtiva do M & G em Cachoei- Mas é em Cachoeiro de Itapemirim, verdadeiro ro conta com ilhas de exceção e algumas empresas entreposto das rochas, que se concentra a maio- vão muito bem, obrigado. Há, contudo, crise ins- ria dessas empresas. Boa parte delas conta com talada e apreensão rondando outras que estão aí matérias primas de rara beleza e são cobiçadas no “ralando” para sobreviverem a mais esse espasmo mercado em geral. Têm instalações modernas e fa- econômico. Até quando? bricam produtos de qualidade final superior, aptos Nossa torcida é de fé e de esperança para que essa a concorrerem nos mercados de todo o mundo em nuvem negra se dissipe logo e que tudo volte a ser pé de igualdade com tradicionais países produto- como dantes no quartel de Abrantes, mas que o res como Itália, Espanha, Alemanha e outros cen- negócio está bonito, não está não... tros de excelência. Digo tudo isso para afirmar que o capital investido Renato Magalhães é jornalista. nesses equipamentos, estoques e fábricas alcança 15

artigo Prevenção por Anderson Zerbone alimentação deve ser saborosa, respeitar a cultura local, proporcionar prazer e saúde e incluir alimentos regionais. Aprevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença. Mantenha o peso corporal adequado. O objetivo da prevenção primária é impedir que o Umas das principais formas de evitar o câncer é ter uma câncer se desenvolva. Isso inclui a adoção de um modo de alimentação saudável, ser fisicamente ativo e manter o vida saudável e evitar a exposição a substâncias causado- peso corporal adequado. Estar acima do peso aumenta ras de câncer. as chances de desenvolver câncer. Por isso, é importante O objetivo da prevenção secundária do câncer é detectar controlar o peso por meio de uma boa alimentação e reali- e tratar doenças pré-malignas (por exemplo, lesão causa- zar atividade física. da pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais. Pratique atividades físicas. Você pode, por exemplo, caminhar, dançar, trocar o eleva- Fatores de risco dor pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar da O termo “risco” é usado para definir a chance de uma pes- casa ou do jardim ou buscar modalidades como a corrida soa sadia, exposta a determinados fatores, ambientais ou de rua, ginástica, musculação, entre outras. Experimente, hereditários, desenvolver uma doença. Os fatores asso- ciados ao aumento do risco de se desenvolver uma doen- ache aquela modalidade que você ça são chamados fatores de risco. O goste, aproveite e busque fazer des- mesmo fator pode ser de risco para sas atividades um momento coletivo, várias doenças – o tabagismo e a prazeroso e divertido, com a família obesidade, por exemplo, são fato- e amigos, ou faça da atividade física res de risco para diversos cânceres, um momento introspectivo no qual além de doenças cardiovasculares e você se conecta consigo, enfim, é respiratórias. possível encaixar a atividade física Vários fatores de risco podem estar na rotina de cada um, seja através do envolvidos na origem de uma mes- deslocamento ativo indo ao trabalho ma doença. Estudos mostram, por ou outras atividades caminhando ou exemplo, a associação entre álcool, de bicicleta, são diferentes possibili- tabaco, e o câncer da cavidade oral. dades. Os fatores de risco podem ser en- contrados no ambiente físico, her- Amamente. dados ou resultado de hábitos ou O aleitamento materno é a primei- costumes próprios de um determi- ra ação de alimentação saudável. nado ambiente social e cultural. A amamentação até os dois anos ou mais, sendo exclusi- va até os seis meses de vida da criança, protege as mães DICAS PARA PREVENIR O CÂNCER contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade Não fume! infantil. Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame pre- Essa é a regra mais importante para prevenir o câncer, ventivo do câncer do colo do útero a cada três anos. principalmente os de pulmão, cavidade oral, laringe, farin- As alterações das células do colo do útero são descober- ge e esôfago. Ao fumar, são liberadas no ambiente mais de tas facilmente no exame preventivo (conhecido também 4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas que são inaladas como Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade por fumantes e não fumantes. Parar de fumar e de poluir o dos casos. Por isso, é importante a realização periódica ambiente é fundamental para a prevenção do câncer. deste exame. Tão importante quanto fazer o exame é sa- ber o resultado, seguir as orientações médicas e o trata- Alimentação saudável protege contra o câncer. mento indicado. Uma ingestão rica em alimentos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e ou- Anderson Zerbone é Médico Mastologista e Cirurgião tras leguminosas, e pobre em alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para Oncológico, Coordenador do Serviço de Cirurgia Oncológica aquecer e bebidas adoçadas, pode prevenir o câncer. A do HECI e Preceptor da Residência Médica de Ginecologia. 16

Revisitando o Cachoeiro antigo Por Renato Magalhães nida Monte Castelo, no Bairro Independência. Foi um O professor Manoel Gonçalves Maciel nasceu em Ale- dos mais importantes historiadores da nossa cidade e gre, mas foi adotado “ad eternum” por Cachoeiro. Ca- do seu Livro “Voltando ao Cachoeiro Antigo”, volume II sou-se com Dª Lucy Cagnin Maciel e teve os filhos Luiz (edições I e II esgotadas), garimpamos, por autorização Carlos, Mauro e Margaret. Morou ali nos altos da Ave- de Margaret, narrativas históricas da nossa terra para compartilhá-las com os leitores da Você+. É do professor essa frase lapidar: “Uma cidade que não constrói sua memória, não pode ter identidade própria”. SOCIEDADE RURAL DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM Anacleto Ramos, uma das mais luxuosas da época e se desta- Venturosa essa luta do homem da lavoura, que muito fez o mu- cava por possuir jardim externo, jardim de inverno e pomar; nicípio prosperar. O desenvolvimento chegou a um sentido tão favorável que, em 25 de novembro de 1928, foi fundada a So- Álvaro Ramos, cujas principais construções foram o Grupo Es- ciedade Rural de Cachoeiro de Itapemirim, cuja diretoria ficou colar “Bernardino Monteiro” e o “Grande Hotel da Estação”. O assim constituída: Presidente Honorário – Dr. Francisco Gon- projetista dos melhores prédios da cidade daquela época foi o çalves; Presidente Efetivo – Cel. Francisco Alves de Athayde; 1º Vice-Presidente – Cel. Marcondes Alves de Souza; 2º Vice- agrimensor Samuel Duarte. -Presidente – Cel. J. J. Cerqueira e Souza; 1º Secretário – Ar- mando de Carvalho Braga; 2º Secretário: Ary Lima; 1º Tesou- reiro – Reynaldo Souto Machado; 2º Tesoureiro – Gilbert Fer- reira Machado. CONSTRUTORES DE OBRAS LADO NORTE E LADO SUL Em 1928, contava Cachoeiro com ótimos construtores: Antigamente, as pessoas diziam: “lado norte” e “lado sul”, quan- do se referiam à cidade da margem esquerda do rio ou à mar- Gladstone Rubin que construiu, na Capitão Deslandes, os so- gem direita, respectivamente. brados que vão hoje da Praça Jerônimo Monteiro até a esqui- na frontal às Casas Pernambucanas; Jayme Santos que, entre ESTAÇÃO METEOROLÓGICA outras obras, construiu a Catedral de São Pedro; Carvalhaes, A 12 de maio de 1928, foi inaugurada nesta cidade uma es- que construiu o “Grande Hotel Brasil”, onde está hoje o novo tação meteorológica. Destinava-se ao serviço de Previsão do prédio do Hotel Itabira, construiu também o “Palace Hotel”, na Tempo que dispunha de barômetro, cata-vento, termômetro de máxima e mínima, termômetro seco e úmido, e pluviômetro. Bernardo Horta, de propriedade de Amador Lima dos Santos – este hotel possuía panificadora elétrica e máquina de fazer gelo; Attilano Lambrano, que construiu uma grande murada de proteção onde hoje é o Cine Plaza, também construiu na Avenida Operária (atual Pinheiro Junior), a residência do Sr. AS MATAS O livro Município de Cachoeiro de Itapemirim, de Domingos Ubaldo, diz o seguinte: “As matas deste Município são de ótima terra, como mesmo de longe, se avista, pois têm uma cor verde carregada, escura, azulando à distância, com grandes árvores subindo alto, aparecendo algumas, como imensas sombrinhas coloridas inteiramente de flores vermelhas, amarelas, ou de cor rosa como a das palmeiras, floridas de cima a baixo. Abertas sob a romaria das árvores gigantes...” N.R. Voltaremos com o “Revisitando o Cachoeiro antigo” nas próximas edições. 17

urbanismo Cachoeiro: localismo não é aqui Por Antonio Miranda rios e prostíbulos ficavam, te coletivo - sobre trilhos, teou a insensatez de R$ prudente, moral e higieni- sobretudo - e highways 200 milhões – composta A última palavra interna- camente, fora dos limites para desfilar seus carrões, por shopping, torres re- cional em conforto e fun- urbanos. cá nos trópicos temos re- sidenciais, office towers, cionalidade urbana é o Depois, passamos a ma- des inviárias. o escambau – no único que arquitetos e urbanis- caquear, sem planejamen- Estradas para carroças grande terreno remanes- tas já apelidaram de loca- to, sem plano diretor, o – muares e asininos, aos cente na saturada e mori- lismo: trabalhar, passear modelo americano de su- volantes – ridícula e suca- bunda avenida Jones dos e consumir o máximo pos- burbanizar a moradia e teada malha ferrroviária, Santos Neves. sível dentro do bairro em concentrar o consumo em transporte coletivo que, Se consumado, o empre- que se mora. shoppings distantes. Além trezentos anos depois, endimento jogará de vez No Brasil-colônia era as- de estimular o individua- elevam navios negreiros no lixo nosso malfadado sim. A cidade trazida pelos lismo, antissocial e consu- a confortáveis transatlân- Plano Diretor Municipal, colonizadores europeus mista, essa praga custou, ticos. Ao fundo, a especu- rebotalho de 1994, ora ia nascendo de parto nor- mas pariu o famoso rolezi- lação imobiliária – prefei- em processo de revisão. mal no entorno da igreja, nho brasileiro. Enquanto a tos e vereadores, quase A preocupação com o ur- da venda de secos e, prin- gringalhada dispõe de efi- sempre cúmplices, por banismo cachoeirense re- cipalmente, molhados, cientes redes de transpor- ação ou omissão – vive do monta a 1947, conforme da padaria, do coreto, da crescimento desordenado artigo de Samuel Duarte praça, da escola... Cemité- e provoca o caos urbano, e José Duarte, que ilustra que só pode resultar em este ensaio sobre a ce- imobilidade, barafunda e gueira. Antes da abertura violência. das avenidas Lacerda de Aguiar e Jones dos Santos Queriam o quê? Neves, os dois já anteviam Empurrada para a perife- a saturação das vias urba- ria, a velha classe média nas. brasileira foi viver em gue- Desde então, a tentativa tos, refém do tráfico. Gil- mais consistente de orde- son Caroni ficaria escan- nar o crescimento urbano dalizado com a destruição e evitar os gargalos do sis- de Cachoeiro, 220.000 tema inviário de hoje foi o habitantes e todas as ma- Plano de Desenvolvimen- zelas das metrópoles. Em to Local Integrado – PDLI, 2012, fiquei perplexo com do arquiteto e urbanista a ideia de se construir no- Ary Garcia Roza. Datado va Meca do consumo no de 1974, quando da pri- aprazível terreno campes- meira gestão de Theodo- tre do Café Campeão. Ao rico Ferraço à frente da que parece, a crise econô- PMCI, o PDLI acabou li- mica lulofascista escan- teralmente no lixo. Uma 18

pena, sobretudo porque o a montante, em Morro Avenida Beira-Rio, a Praça sua postagem: cachoeirense Garcia Ro- Grande-São Joaquim. de Fátima abriga, às mos- “Deve-se fazer justiça a za viveu a experiência dos Pontua o jornalista Valerio cas, Centro de Formação Valadão, Wilson Márcio gênios Lúcio Costa e Os- Fabris: “Acabaram-se os de Jovens (algo vazio as- e Toninho Miranda, que, car Niemeyer na constru- sim), batizado pelo prefei- por todos os meios e ção de Brasília. espaços públicos em Ca- to do PT de “Arildo Vala- modos, no início dos 80, Se o lépido e automó- dão”, contra a vontade da tentaram reverter o pro- vel leitor não está ligan- choeiro. A grande maio- família do homenageado, cesso do esvaziamento do nosso caos urbano ao especialmente do irmão e humano da cidade, crian- labirinto atual, pode en- ria das pessoas se enca- ex-prefeito Roberto Vala- do o Ponto de Encontro contrar nosso natimorto dão. Contemporâneo de e a Praça da Paz, a Casa PDLI, arquivado em forma ramujou em suas conchas Valerio Fabris, Arildo foi da Memória, a Casa dos digital na Universidade do assassinado por forças do Braga. Aproveitaram as Texas. Com um pouco de particulares, sejam essas Exército na Guerrilha do remanescentes pilastras sorte, abre-se o documen- Araguaia, início dos anos da antiga ponte munici- to completo em http:// conchas as respectivas 70. Seus restos mortais pal para abrir um novo www.worldcat.org/title/ casas ou chácaras”. Com até hoje não foram encon- corredor de pedestres. plano-de-desenvolvimen- sua notória lucidez e notá- trados. Revitalizaram a Praça de to-local-integrado-cacho- vel sensibilidade, Valerio Soubessem da sua histó- Fátima. E convocaram as eiro-de-itapemirim. lembra que a democracia ria e as causas pelas quais crianças para que, todos se dá com a arte cívica da lutava Arildo, nossos jo- os domingos, pintassem “Foto original, histórica, de arquivo” conversa entre os diferen- vens, em vez de rolezi- na Praça Jerônimo Mon- tes, nos terceiros ambien- nhos, estariam ajudando a teiro. É uma linha de tra- Interessante observar co- tes: “Nossa cidade deixou construir um Brasil menos balho que jamais deveria mo o hoje tão falado de- desigual. E se você ainda ter sido quebrada”. senvolvimento sustentá- de lado essa arte, a qual acha que isso não tem na- vel já norteava o trabalho da a ver com urbanismo e De minha parte, agradeço de Garcia Roza, há quase exercitou com maestria gestão, leia o comentário a gentil menção. E tam- meio século. Para evitar a com o qual Valerio fecha bém acho que é o fim. poluição dos mananciais até, quem sabe, meados urbanos e os gargalos lo- gísticos, ele defendia a dos anos 70. Cachoeiro expansão industrial de Cachoeiro para as bandas encasulou-se no indivi- da Safra. Deu-se o inver- so, com a industrialização dualismo, apequenando- -se. (...) O quadro é bem esse, lamentavelmente. A aridez nos potenciais territórios do intercâm- bio social impede muitos jovens de amadurecerem intelectualmente”. Com efeito, no início des- ta década, durante horas, o pátio do “Palácio Ber- nardino Monteiro” virou campo de concentração, com a PMES revistando quase trezentos jovens da periferia. Pelas redes sociais, nossa jeunesse do- reé anunciou que faria um rolezinho no Shopping Ca- choeiro. Com eles, drogas, armas, toucas black blocs e até coquetéis Molotov. A poucos metros dali, na 19

resgate histórico por Gilson Leão Praça Jerônimo Monteiro Durante muitos anos este foi o centro social, cultural e boêmio de Cachoeiro. De frente para o jardim, os bares Alaska, Restaurante Belas Artes, a Sinuca e Bar Pelicano, e a Sorveteria Polar. Pois é, o cachoeirense para amenizar o calorão senegalesco se refrescava no Alaska ou na Polar, apesar de nenhum dos dois possuir um mísero ar refrigerado. Os bancos da praça eram na sombra das árvores, e de noite serviam de púlpito para conversas fiadas e politicagens ge- rais. Muitas carreiras políticas iniciaram alí. Um dos frequentadores, que chegou até a prefeito pelo MDB, foi a nossa grande decepção política. O nome dele ? - Como diria Arara: “Nada a acrescentar....... mano.......” Por incrível que pareça, Cachoeiro já teve centro Wilson a palavra de sua vida: “perplexo “ . Passou a usá-la da cidade com vida própria. Muitos não acreditam, mas com exuberância, entre gestos largos e trejeitos intelec- a cidade em certa época tinha até prefeitos. Eles eram tuais. A gente ficava ao lado dando deixas pra Dequinha atuantes e comandavam a cidade com mãos de ferro poder usá-la, e não nos decepcionávamos. Bobeou, De- em luvas de “arnica”. Nomeavam seus auxiliares entre os quinha ficava “Peerplexxxo”. Sergio Garschagen, que se próprios cidadãos, ardesse a quem ardesse........ ou me- dividia entre a turma de Dr.João ou a proximidade com lhor, ardesse onde (?) ardesse. Bujão, vivia trocando de assento. Os bancos do centro eram comandados por Byron Tavares, fotógrafo. Na foto acima a praça principal, a famosa Jerôni- mo Monteiro, onde de madrugada a moçada senta- Ele morava em frente e, como não conseguia dormir, va e ficava de papo até as três da manhã, esperando juntava-se a rapaziada para discutir música, fotografia e de- os boêmios do Alaska e do Pelicano terminarem seu mais parolagens. Eram os Cadernos B, que não militavam, expediente. Os bancos eram divididos: os da esquer- mas eram contra-revolucionários, alegres e corajosos. da, comandados por João Madureira, Wilson Depes e Dequinha, uma faculdade a céu aberto. Dequinha Os da direita eram reservados aos “dedo-duros” e sorvia as aulas extasiado, e depois tentava repetí-las, membros da Arena, comandados por Piva e Quitiba. De- nem sempre com sucesso. Certo dia ele aprendeu com dos duros, era a forma pejorativa que nós, da“esquerda fes- tiva” e do “caderno B” , alcunhávamos os “corajosos” que se diziam de Direita. Hoje não vale pois depois que o PT des- moralizou a esquerda, todos se dizem de direita. Alguns tem coragem de ser Bolsonaristas, Olavistas e até Milita- ristas. Na calçada em frente, nos balcões do Pelicano, reu- niam-se os fans de Edmilson Dardengo, que jogavam ovos pra cima, atingindo os politizados. Durante muitos anos culpamos Dona Adélia Villas, uma santa senhora, morado- ra do prédio em cima da Caixa Econômica. Elegância em pessoa, não tinha paz, mas jamais seria autora de tama- nha agressão. Quando o ovo acertava em alguém, a gritaria era geral: Adééélia.......Adééélia....., pobre coitada, não sabia porque seu nome era tão popular. A partir de determinada hora, a calçada era engrossada pelos garçons do Alaska, que atravessavam a rua pra jogar búzios; pelos perdedores da sinuca, que duros, saiam aborrecidos pra curtir sua má- goa; pelos bebuns, expulsos por Motinha que queria fechar o bar, enfim, pela turba da madrugada. 20

Apesar de velhos, não somos deste tempo. Essa foto deve ser da década de 40, quando já haviam removidos os bondes, e os ônibus da “Carleto” rompiam as artérias cachoeirenses sem preocupações com motos coreanas ou guardas multadores. Depois dessa foto quiseram instituir a mão única na Capitão Deslandes, mas lem- braram que o “Maluco” do Ferracinho ainda não havia construído a Beira Rio. Quando Ferraço começou a Bei- ra Rio, muita gente criticava. Por isso que dizem que é preciso muita lucidez para descobrir o óbvio. Depois disso, o máximo que criaram foram os guardas com bloquinhos. Eles nem usam mais apito, só atuam com a caneta, multando e aumentando a receita, ou então permanecem na sombra, dentro de carros de alto luxo, com ar refrigerado ligado, punindo a população. Nunca ví um guarda municipal desses correndo atrás de ladrões. Pois é, os ladrões somos nõs. Por falar nisso, tem uma guarda municipal que já foi apelidade de “po- etisa”. Ela ficava na esquina da Bernardo Horta com sua canetinha ligeira, escrevendo sem parar. A mulher deve ser mais profícua que Evandro Moreira, que já escreveu mais de 100 livros e nunca lavrou uma MULTA. As apostas também eram engraçadíssimas. O Alaska dos que o pai assumia a dívida, tinham crédito ilimitado nessa hora ficava com meia porta, pra turma da limpeza em seu Bar. lavar o bar. Certo dia Ronan Perna Torta perdeu tudo que tinha na sinuca, saiu puto do Pelicano, subiu na árvore em Willian Ceotto, marrento como sempre, gritava lá frente, pendurou os pés nos galhos e ficou de cabeça pra da porta: Mota, pendura a conta e me adiante 50. Na baixo expiando culpa. Depois de 15 minutos ele cansou semana seguinte, seu Mathias pagava. Ou então paga- e começou a pedir baixinho: “me tira daquí”. “me tira da- va os táxis que Paracatú do Banco do Brasil teimava em quí”........ Todo mundo olhando e achando graça, ninguém chamar: sempre tres de cada vez. Chegavam os táxis e o o atendeu. Ele se soltou, bateu com a cabeça na calçada. cliente era um só. Queriam comer Paracatú de porrada, Tivemos que chamar Zé Peidão, do táxi, pra mandá-lo pro mas Motta interferia, pagava a saída de dois e Paraca hospital. A Praça tinha essa peculiaridade. Afinal, quem pagava ao infeliz que tinha o azar de o levar em casa. no mundo pode divulgar que chegou ao hospital levado Eram tres andares carregando Paraca, com alto risco de por Zé Peidão? Altamirão, cozinheiro do Alaska que nos levar uma golfada no trajeto. protegia com porções dobradas mediante gorjetas dire- cionadas a ele, e não aos garçons, era mestre em pegar Osvaldo Passoni, com seu tipo de roceiro, nos expli- apostas. Moreia saiu da sinuca escoltado por 5 parceiros, cava na maior cara de pau como roubava na conta. Faço desafiado a beber 50 copos dágua. Altamirão apostou e a conta certa do número de cervejas e roubo na soma. se ferrou. O cara conseguiu. Outro se animou e apostou Ninguém confere a soma. Mesmo assim adorávamos ir que tomava 5 biscoitadas duplas ......... sem vomitar. Nessa ao Passoni pra sermos roubados e comermos a fabulosa Altamirão se deu bem. Fez as biscoitadas e lotou de açu- lagosta de Lucy, a melhor do Brasil em todos os tempos. car. O cara engoliu a gororoba e começou a andar pra lá e pra cá, tentando segurar o fluxo. De repente deu uma gol- Zé Nemer ficava no Caixa do Pelicano e na hora da fada mais alta que a água do repuxo. Altamirão deu uma conta do freguês ele propunha apostas insólitas. A me- piscadela, pegou a grana e confessou: o segredo é tripli- lhor delas era a montagem de dois montinhos de açú- car no açúcar. Motinha foi um dos tres maiores donos de car para apostar em qual dos dois pousaria primeiro a Bar de Cachoeiro, competindo com Osvaldo Passoni , lá mosca varejeira. A conta: ele nem ligava pra receber, no Noventa e com Zé Nemer, gerente do café no Pelica- queria era apostar. no. Motinha era um sujeito aventureiro e decidido, joga- dor inveterado, tornou-se um responsável comerciante Esses personagens fizeram a história e a glória da que sabia em quem podia apostar. Os sérios e os filhos Praça Jerônimo Monteiro, hoje um deserto de bares e restaurantes que só nos trazem grandes lembranças. O último a desertar foi o Belas Artes, que também dei- xou grandes saudades de seu cardápio criativo e de alta qualidade. 21

artigo O sabiá dá crônica por Antônio Marcos da cabeça próximo ao bico; a poca, no final de julho, o bico vai deixando a cor parda-escura Osabiá é minha ampulheta. e tornando-se avermelhada. Descobri essas Lá pelo terceiro ano, desde que habi- coisas no olho. Às vezes, vêm as três ao mes- to este cep, que fui relacionar o canto mo tempo e, quando uma não espaventa a do sabiá à passagem do tempo. (No velório da outra, aguarda a vez. Tia Isaura uma laranjeira cantava). Até então, Estamos des-existindo. Ignoramos as fases me perguntava por onde voava no restante do que a lua vai se elaborando noite a noite – ano. Aqui, ora, sempre nos muros e nos telha- não sabe em qual fase está? Segue o grupoas- dos. Só não dava um pio. Daí a minha cegueira. É justamente no início de agosto que solta o trope no instagram; seu canto ensaiando a mudança de tempo a temporada de na- anunciada pela erup- moros, construção ção de cupins de seus de ninhos, cuidados cupinzeiros; o canto com filhotes. Esse ro- da cigarra e as primei- teiro em que nós, se- ras chuvas de verão – res vivos, somos eno- afixa o widget clima velados. Num desses e tempo na tela prin- anos, só fui me ati- cipal do smartphone. nar para o calendá- A desconexão com a rio após a cantoria: natureza inaugurou a segunda semana de era da inexistência. agosto, fidedigna- Trago das minhas peraltices ouvido afiado. mente. Seja uma roda de conversa ou uma algazar- Construí uma fruteira rústica e, terrivel- ra de canários belgas e periquitos, nada disso mente feia, presa à grade do muro por fio de me impede de captar aquele piado diferente. arame. Fica a um metro da varanda. Batem Porém, o sabiá não é novidade para ter assim ponto prá se alimentar: gaturamo fim-fim, ga- minha atenção. Daí que ando encabulado: sa- turamo-verdadeiro, guaxe, sanhaço azul, sa- biá já aprontando o canto desde os primeiros nhaçu-do-coqueiro e os sabiás. Três espécies: dias de julho. Mudou o tempo ou mudou eu? Sabiá-poca, Sabiá-barranco e Sabiá-laranjei- Onde não canta o sabiá é um exílio. ra. Nenhum dos machos canta até findar ju- lho; têm em comum listras na parte inferior Antônio Marcos é professor com Z57 22

artigo A nova praça da aldeia global por Sergio Garschagen tas até por volta da meia noite. Era uma vida social intensa. A TV e suas novelas acabaram com esta in- Muita gente ainda não se deu conta que vi- tegração social na praça, atualmente vazia nas noi- vemos em uma cultura tecnológica desa- tes de domingo. gregadora, causada pela internet e a livre Observem bem uma lan house: jovens, em frente aos circulação de notícias em tempo real. O mundo se computadores, conversam com desconhecidos e ig- transformou na aldeia global profetizada por Mar- noram solenemente quem está ao seu lado. Nos res- shall McLuhan e as relações trabalhistas, antes ver- taurantes as pessoas de uma mesma família estão ticais ficaram horizontais. Profissionais podem ser juntas, mas invariavelmente separadas pelos seus contratados pela internet. Muitas vezes em outros smartphones. países. Bill Gates, um dos fundadores da Microsoft, des- Metade das declarações do imposto de renda de tacou que a internet se transformou na praça cen- cidadãos norte-americanos é preenchida hoje por contadores indianos, por um preço 80% menor que tral da aldeia global. Nas pagariam em seu país. praças de antigamente Sumidades médicas do a opinião de uma pessoa primeiro mundo são con- comum não passava da es- tratadas por hospitais de quina. Hoje pode ganhar países pobres para diag- dimensão nacional e, em nosticar exames com al- alguns casos, repercussão guma complexidade. No internacional. Sabemos nosso dia a dia essas mu- o que ocorre no mundo e danças também são co- desconhecemos o que se muns: taxistas protestam passa na nossa vizinhança. contra o Uber mais bara- O sociólogo Zygmunt to; as vendas on line tiram Baumann explicou que a clientes das lojas tradicio- internet nos dá a sensa- nais; hotéis perdem clien- ção de proteção e abrigo, tes para o airbnb; jornais afastando o medo incons- perdem leitores. Velhas ciente de sermos abandonados nas cidades cada profissões somem e outras nascem, assim como no- vez maiores e impessoais. E concluiu: “Na verdade, vos termos que escrevo em itálico. Vivemos a era da muitas vezes o internauta está cercado de pessoas livre circulação de notícias em tempo real nas redes tão solitárias quanto ele”. sociais e blogs. Infelizmente ainda sem qualquer Esta é a grande contradição do nosso tempo. As pes- checagem sobre a sua veracidade. soas de hoje nas grandes cidades vivem solitárias en- Donald Trump se elegeu presidente dos EUA com tre multidões. É uma relação off line com os vizinhos a força das redes sociais. Bolsonaro, contra tudo e cada vez mais distantes, ao mesmo tempo em que todos, usou e ainda utiliza a força da internet e já mantêm uma vida social profícua on line. Não partici- escorregou nas chamadas fake news, o termo do par das redes sociais parece uma morte em vida. momento que substitui o velho boato paroquial. Pontificou o escritor italiano Umberto Eco, que a in- As pessoas, cada dia mais plugadas, tomam conhe- ternet permite que todos se manifestem ao mesmo cimento dos fatos universais pela internet e, estra- tempo, “inclusive os imbecis”. nhamente, se separam. Lembremos da nossa Cachoeiro dos anos 60, antes Sergio Garschagen é cachoeirense e jornalista (Jornal de da TV. As pessoas à noite saiam de casa e se encon- travam nos cinemas ou na praça central da cidade, Brasília, Correio Braziliense, O Globo e Gazeta Mercantil) onde conversavam e trocavam olhares com as garo- [email protected] 23

internacional De Cachoeiro para o mundo inteiro Nasci em Cachoeiro de Itapemirim, amo esse lugar, não pretendo falar aqui sobre mármores e granitos - que são produtos de alto valor - mas sobre estudantes de intercâmbio que saem ano após ano de suas casas para conhecer outras culturas e idiomas, por períodos aproximados de 10 a 12 meses. Por André Baptista Magalhães do, mas é preciso usá-lo no cotidiano; então, querendo ou não, tenho que aprendê-lo. Hoje, com sete meses por aqui, Apresento-me: sou cachoeirense, meu nome é obviamente não domino a língua, mas isso não chega a me André Baptista Magalhães, filho de Fernanda trazer problemas mais sérios de comunicação, o que já con- Baptista e de Rodrigo Magalhães e irmão de Ma- sidero uma grande evolução. Afinal, quando cheguei aqui fa- theus. Estou fazendo intercâmbio na cidade de Bonn, na lava o básico ou menos até. Alemanha. Vim através da empresa World Study, de Vitó- ria. Os profissionais da World Study são muito atenciosos Acho que uma das coisas que tive mais facilidade para e competentes, o que passou muita confiança para a minha me adaptar, foi com a comida local. A minha família fazia pra- família e para mim nos momentos necessários. Cheguei aqui tos brasileiros para mim, sempre com muito carinho. no dia 01.09.2018 e a minha volta para o Brasil está prevista para julho de 2019. Tenho certeza de que estou tendo a experiência mais A ideia do intercâmbio começou de repente, conver- incrível da minha vida, lembranças que levarei para a vida sando com meus pais e com o tempo foi se tornando reali- toda. As saudades de minha família e da minha casa no Bra- dade. A princípio não tinha a Alemanha em mente, mas de sil são inevitáveis, mas no final vale à pena, uma experiência repente decidi vir para cá... Por quê? Não sei. Mas agora es- única, que só entende quem vive. tou aqui e não me arrependo nem um pouco dessa decisão. Brasil e Alemanha são países bem distintos quanto à SOBRE A ESCOLA, O TRANSPORTE cultura, ao clima, à língua, aos hábitos alimentares... Às vezes a adaptação não é muito fácil, mas isso é normal e eu parti- E A SEGURANÇA GERMÂNICAS cularmente me dei muito bem. A maioria das crianças e dos adolescentes estuda em Estou em uma família que desde o começo tem sido escolas públicas e o ensino pode até ser considerado melhor muito acolhedora e paciente comigo, até porque cheguei do que o das particulares, o que não vemos no Brasil. Na mi- aqui sem saber falar o idioma local. Com certeza a boa rela- nha escola, as aulas começam às 8 horas e varia na hora de ção com a nova família tem sido essencial para a minha rápi- terminar, dependendo do plano escolar que o aluno tem. O da adaptação aqui. Tive muita sorte e agradeço a Deus por último ano é o 12º - terceiro ano no Brasil - que é quando isso! os estudantes mais estudam para adquirir boas notas e con- Para nós brasileiros, o clima alemão pode ser conside- seguir entrar em uma universidade. As turmas são divididas rado muito frio, com a temperatura variando entre + 7ºC por matérias. Por exemplo: minha turma de matemática é e – 7ºC. Claro que pode fazer mais frio ou calor, porém de uma e a de história é outra, o que também não é comum em forma passageira. O verão aqui pode chegar a +25º, mas não nosso país. dura muito tempo... O transporte público é excelente, muito seguro e con- A princípio, achei o idioma alemão bastante complica- fiável. Crianças e adultos o utilizam habitualmente. Na es- cola, os alunos recebem um cartão que lhes permite utilizar ônibus, trem e metrô de forma gratuita, mas apenas em sua região. 24

Curtindo a neve em um bonito parque local Foto, para mim histórica, no Portão de Brandemburgo, em Berlim INFORMAÇÃO DE FUNDO com a família ou vice-versa, e se tiver um bom motivo pode O intercâmbio é uma experiência que se você tiver entrar em contato com a empresa e ir para outra. O inter- oportunidade de fazer, deveria aproveitá-la. Claro, há difi- câmbio tem regras. Assim como no seu país de origem, o es- culdades a serem enfrentadas: estar longe da família, adap- tudante não pode fazer o que quiser, mesmo porque depen- tar-se ao idioma e cultura estrangeiras etc Praticamente tu- dendo do motivo poderá até ser deportado, ou seja, voltar do é novidade para o intercambista. Mas ao mesmo tempo, é para o seu país de origem antes do prazo estabelecido. Há uma grande oportunidade para o estudante aprender a lidar tempos livres e nessa hora é sempre bom explorar outras melhor com a vida, crescer como pessoa, além de elevar o cidades, culturas diversas, locais históricos e muitas outras seu conhecimento. Enfim, é uma grande oportunidade para novidades. Se o destino que você escolher fizer parte da vencer a timidez e outras limitações naturais da juventude. União Europeia, então fica muito fácil ir conhecer países vi- Mas isso tudo tem que ser bem considerado, até porque não zinhos, porque a circulação é livre. Além de todas as experi- é um investimento barato; porém, recompensado pela expe- ências boas e as dificuldades vividas no intercâmbio, vai ser riência de vida que se vai adquirir. A escolha do país é uma um tempo que estará sempre em sua memória e que, sem questão pessoal de cada um, mas certamente aqueles paí- dúvida nenhuma, recomendo muito para quem queira fazer. ses mais evoluídos como a Alemanha, irão lhe oferecer uma experiência e um retorno muito bons. Os momentos difíceis A segurança na Europa é uma coisa fantástica e as pes- vão estar ali, mas você vai superá-los e transformá-los em soas podem circular com tranquilidade por lugares públicos uma boa história para ser contada no futuro. sem nenhum tipo risco, mas acho que o fator mais importan- Normalmente o estudante fica hospedado na casa de te é o respeito ao próximo. Com relação a isso, infelizmente uma família, chamada família anfitriã, o que ajuda na adapta- o Brasil está muito atrasado. ção com a língua e com o país. Claro que nem tudo são flores. Há casos em que o estudante não tem uma boa adaptação André Baptista magalhães - texto prodizido durante a minha permanência na Alemanha. Por ordem: cumprindo tarefas na cozinha; com meus “pais alemães”; vista do Rio Reno; com um castelo medieval ao fundo e com o 25 meu “irmão alemão”, fantasiados para o carnaval de lá.

crescimento humano FatorH : O poder do fator humano na realização pessoal e no desempenho profissional Como o cachoeirense Jorge Penedo uniu 25 anos de experiência em grandes empresas com o fascínio pelo comportamento e valores humanos, e elaborou uma poderosa abordagem sobre a motivação humana Ah, os mistérios da alma do pela UFRJ, e com uma car- de ele é chamado a atuar. de missão e de serviço” Jorge humana... Por vezes, reira dinâmica dedicada a tec- “O H da FatorH é de humano. esclarece. energia, motivação, res- nologia, Jorge foi atraído pela Nós apostamos na grande- Em uma sociedade em crise ponsabilidade, compromisso, riqueza, mistério e idiossincra- za do ser humano, a partir do de valores, de vínculos e de alegria, harmonia e realizações. sias do comportamento huma- reencontro com aquilo que compromisso, o discurso de Em outras, desmotivação, pa- no. Foi então que, com 45 anos, lhe é mais essencial. Vivemos Jorge Penedo é um sopro de ralisia, descompromisso, con- retornou à universidade para um tempo de esvaziamento ar fresco, de vida que nos re- flitos, frustração, sensação de uma pós graduação em logo- de significados, de desuma- nova e prepara para dias me- fracasso. terapia, a psicologia do sentido nização com consequências lhores, onde o elemento es- • Por que o ser humano osci- da vida, fundada pelo austríaco nefastas como o alto índice sencial de toda organização, la tanto em sua vida pessoal e Viktor Frankl, de onde tirou os de violência e o fenômeno da o fator humano, é valorizado. profissional ? elementos humanos para com- depressão quase endêmica. Por meio de palestras e cursos • Quais os fatores que o afe- plementar sua visão, até então Necessário retornar ao que em empresas e organizações, tam e influenciam nesse oscilar predominantemente técnica. nos distingue como huma- Jorge defende uma causa: a de sentimentos e atitudes ? Da união entre a racionalida- nos: o estabelecimento de reumanização e o apontar de • O que pode ser feito para de da engenharia e o mergulho vínculos, o pertencimento e caminhos para a realização proporcionar uma melhor ins- nas ciências humanas, nasceu compromisso com aquilo que humana, em meio e através talação do ser humano na re- a FatorH Educacional, uma ini- vivemos, a busca pelo conhe- mesmo das circunstâncias de alidade em que está inserido, ciativa que se debruça sobre a cimento e pela excelência, o sua vida, em especial por meio de modo que ele conduza seus realidade humana, acredita nas encontro com o outro, o diá- do trabalho e de seus relacio- empreendimentos e relaciona- suas potencialidades e oferece logo com a realidade concreta, namentos. Trata-se de uma mentos com saudável dinâmica uma poderosa proposta de mo- a responsabilidade e elabo- causa preciosa, na qual todos e disposição? tivação, por meio da conciliação ração de sentido e propósito saem ganhando: o indivíduo, a Em uma sociedade confusa, e entre homem, e a realidade on- para nossa vida, um sentido empresa e a sociedade. por vezes até caótica, essas são questões de grande relevân- cia e de interesse de todos, em especial daqueles que tem o desafio de gerir equipes e cola- boradores, como empreende- dores e gestores dos diversos segmentos do comércio, indús- tria e serviços. O amplo espectro dos compor- tamentos e das biografias hu- manas despertou o interesse do cachoeirense Jorge Pene- do, ao longo de 25 anos de car- reira corporativa e experiência internacional, prestando servi- ços na área de tecnologia a gi- gantes como a brasileira Vale e a sueca Volvo. Engenheiro Eletrônico espe- cializado em software, forma- 26

Conhecendo um 1. VOCÊ+: Como surgiu o interesse de um engenheiro pelo com- pouco mais sobre Jorge portamento humano? Penedo e a FatorH Olhando para a realidade do trabalho, chamava-me a aten- ção a grande variação de comportamento, de satisfação e de motivação das pessoas. Via isso nos outros, e em mim mesmo. Algumas vezes, bem instalado na realidade do mo- mento, e por outras completamente estranho, desajustado e angustiado. E isso refletia na vida pessoal, com consequên- cias importantes nas relações e no ajustamento familiar. Isso me incomodava, pois era algo que eu não entendia e que se mostrava de radical importância, mais até do que questões de conhecimento técnico. Assim, desejei aprofundar meu conhecimento sobre o fenômeno humano. A partir da psico- logia e da filosofia, passei a entender que as oscilações que eu observava tinham relações com como a pessoa dialogava com as realidades à sua volta, com a força da sua personali- dade, a articulação do seu imaginário com a realidade con- creta, seus valores e o sentido que ela elaborava para cada situação. Isso mudou a minha vida pessoal e profissional pa- ra melhor, e é o que desejo partilhar com todos. 2. VOCÊ+: Por que hoje as pessoas parecem tão frustradas em seus trabalhos e em suas vidas pessoais, e quais os caminhos para superar isso? Vivemos hoje em uma sociedade em crise de significados. Numa época de grandes avanços tecnológicos e de muita informação, paradoxalmente, o humano fragmentou-se, tornou-se desorientado, perdido de si mesmo, angustiado e triste. A transitoriedade, a banalização e a falta de sentido esvaziam a realidade humana, gerando confusão e angústia, retratadas por vezes em tristeza e apatia, em outras em um ativismo desenfreado e inconstante. Uma saída tentadora para isso é a busca individual por satisfação, mas isso só cansa a pessoa. A chave para a motivação humana é ser capaz de enxergar um sentido naquilo que é chamada a fazer, e estar comprometida com algo fora de si mesmo: uma causa, a solução de um problema, a dedicação a alguém, a partir exatamente da situação em que se encontra. O ser humano é transcenden- te, isto é, ele é orientado para fora de si, e só respondendo a esse movimento ele se realiza. 3. VOCÊ+: Resuma a proposta da FatorH Educacional, e o que ela oferece aos gestores capixabas A FatorH é resultado de um olhar demorado, aprofundado e apaixonado pelo ser humano. Desejamos promover a reflexão e conscientização sobre as verdades essenciais e as vocações do ser humano, em meio às organizações, como o estabelecimento dos vínculos, a busca pela excelência, o assumir de responsabi- lidades, o seu comprometimento com aquilo de que participa, a maturidade e o bem relacionar-se com a realidade à nossa volta de forma a catalisar atitudes positivas que levem saúde e rea- lizações em seus empreendimentos e relacionamentos, tanto profissionais como pessoais. Nossa principal forma de atuação é através de palestras, cursos e workshops em empresas, e quaisquer outras organizações que envolvam pessoas se dedicando a uma causa comum. Afi- nal, esses são naturalmente lugares de desenvolvimento huma- no. Está também em gestação um canal no youtube, que servirá de complemento, apoio e divulgação dos nossos conteúdos. 27

social por Renato Magalhães Sylvia e Winston Roberto Souza V. Machado, seu marido e meu irmão do coração, moram em Cachoeiro. E em Vargem Alta também. Cá comigo penso que lá eles moram em uma vivenda dos sonhos. Acrescento: a vivenda deles é um pedacinho do céu aqui na terra, cercado de vegetação luxuriante, frutas – quantas! -, pássaros, clima de montanha e a companhia permanente de parentes e amigos. Mais prá que, meu Deus? BOUCHERIE – VIDA PRÁ SER VIVIDA - Usando A Padaria Top, de uma figura de retórica e ao está também no Bairro Gil- mesmo tempo sem tirar os pés da berto Machado, realidade, diria que a vida pode região do me- ser comparada a um potro bra- tro quadrado mais valorizado vo: difícil de ser domada. Mas há da cidade. Na- pessoas que dão o seu jeito. E que quele espaço jeito! Exemplo vivo do que afirmo chama atenção acima quem nos dá é o Cristiano o açougue, pe- Sardenberg Guimarães. Empre- la variedade de cortes espe- sário bem sucedido e bon vivant ciais de carnes (no melhor dos sentidos) até a selecionadas. Se não bastasse isso, encontramos lá, charmosa que só, a boucherie Marta Tanom. Ela é uma medula, ele é uma pessoa que sa- profissional de perfil, diríamos, aristocrático, que har- be aproveitar com responsabilida- moniza com classe 40 anos de experiência nessa ativi- de os prazeres da vida. Seu estilo? dade com a arte de bem atender. Olhem só a “pegada” da imagem que ilustra esta página. Viva Marta, açou- Acho que ele pratica o “básico”: 28 gueira de alta estirpe! carros belos e possantes, compa- nhias prá lá de agradáveis, pas- seios inesquecíveis... Aqui, Cristia- no curte o exuberante panorama noturno da Capital paulistana no festejado restaurante cinque stelle Terraço Itália. Bom, não?!

MAURICIO MIGNONI – Toda cida- KARLA SARDENBERG E SEU NETINHO EDUARDO – Quando decidi assinar este espaço, de precisa de referências, um íco- assumi um compromisso comigo mesmo: o de saudar pessoas do bem, em paz com a vi- ne, que marque a sua identidade. Cachoeiro tem, às fartas. Um exem- da e que na maioria das vezes nos inspiram a viver dessa maneira também. Tenho tantos plo? Mauricio Mignoni e seu cobi- çado periódico, o Mirante. Quem, amigos queridos e pessoas de espírito elevado, que só enfrento uma dificuldade: como, em sã consciência, não desejou em algum momento da vida ser Capa a cada edição, conciliar duas mínimas páginas com o turbilhão de nomes e situações que do Mirante e conhecer de perto a glória?! Parabéns, Mauricio, pelos me veem à mente? Aqui, por exemplo, a foto de Karla Ferraço e do pequerrucho Eduar- momentos de prazer que você e o do, neto primogênito, na comemoração do seu segundo aniversário. Parabéns a uma das Mirante proporcionam aos seus grandes representações da Família Imperial cachoeirense! muitos amigos e seguidores! ÁLVARO ALEXANDRE TORRES GARIOLI - O THAÍS HERINGER apresentado poderia perfeitamente ser um MOREIRA E LUIZA galã das telenovelas. Mas Álvaro Alexandre M. VASCONCELLOS Torres Garioli preferiu seguir a trilha de Hipó- - Elas são amigas, crates e optou pela Medicina. Filho do casal Ál- varo e Denise Torres Garioli, Álvaro estudou e parceiras e... um diplomou-se com louvor na FMT – Faculdade charme só. Estive- de Medicina de Teresópolis, onde está fazen- ram presentes no do Residência. A especialidade? Alegrai-vos senhoras e senhoritas: Cirurgia Plástica. Nos- Encontro de Em- sos votos de uma carreira brilhante! presários do mês de agosto, almoço que Jacó e Jua- rez Marcheti pro- movem todos os meses no Jaraguá Tênis Clube. Ali, negócios e empre- endedorismo são o cardápio da vez. E, claro, tudo com a presença de gente bonita e bem resol- vida como a Thaís e a Luiza. São pre- senças que valori- zam a Coluna RM. 29

3ª Expovinum Cachoeiro Paulo Pim, cujo nome ta na festa, para ser envol- maus azedam e os bons é sinônimo de vinhos vido pelo rico e exclusivo apuram”. de qualidade, promo- significado das seguintes “Há boas histórias dentro veu no último dia 04 de expressões: de uma garrafa de vinho”. setembro no Restaurante • Enólogo: é aquele que “Enquanto está na garrafa, Bistrô, a 3ª Expovinum transforma a uva em vi- o vinho é meu escravo; fo- Cachoeiro, o maior even- nho, ou seja, responsabi- ra da garrafa, sou escravo to da categoria do Sul do liza-se por todas as fases dele”. Estado. O grande número de elaboração do vinho, “A senha para o amor é du- de pessoas que prestigiou como: análise do solo, da as taças e um vinho”. o acontecimento delei- escolha de castas e a me- “Eu só bebo vinho. E de tou-se com uma feira de lhor forma de cultivar as preferência sozinha, que degustação de vinhos de uvas. De uma forma sim- é para ninguém me encher alto padrão, originários de pática, é considerado o pai com o fato de eu ficar mui- diversos países vitiviníco- do vinho. to filosófica e um pouco las. O evento agradou em • Sommelier: é o profis- tarada (não necessaria- cheio aos presentes e aos sional encarregado pelo mente nessa ordem) com apreciadores da “bebida vinho e outras bebidas em meia taça”, sentencia Tati dos deuses”, como o vinho restaurantes, bares e co- Bernardi, celebrada con- é tratado na intimidade mércio especializado de tista, romancista, cronista pela sua cada vez maior bebidas. e roteirista brasileira. legião de admiradores. O • Enófilo: Somos todos William Shakespeare, por encontro foi supervalo- nós, apaixonados por vinho. exemplo, do alto da sua sa- rizado com a degustação Filósofos, poetas, cien- bedoria, disse que “o bom de produtos regionais e tistas, artistas, escritores vinho é um camarada bon- do Agroturismo das Mon- e muitos outros grandes doso e de confiança, quan- tanhas, além de música nomes encontraram no vi- do tomado com sabedo- ao vivo com o saxofonista nho inspiração e fascínio. ria”. Bruno Ramos. Vejam algumas declara- Por sua vez, Flemming, E é só sentar-se à mesa em ções que se celebrizaram Nobel de Medicina, foi in- alguma oportunidade com ao longo da História: flexível: “A penicilina cura quem “é do ramo”, como “Os vinhos são como os os homens, mas é o vinho aconteceu com o jornalis- homens: com o tempo os que os deixa felizes”. 30

fotografia “Foz do rio Itapemirim” Nascido em Cacho- eiro de Itapemirim, do filme nacional “Ladrões mora em Marataí- de Cinema”. Frequentou o zes. Engenheiro com mes- Ateliê de Gravura do SES- trado em informática, mú- C-Tijuca fazendo gravuras sico e fotógrafo. É um dos em metal, participando de diretores da ONG Cami- exposições e salões de ar- nhadas e Trilhas-Preserve. tes. Participou do Coral do Foi o primeiro pandeiris- IBGE. Compôs algumas ta e um dos fundadores músicas sozinho e com do “Conjunto Galo Preto”, parceiros. Toca pandeiro, uma das referências na- violão e cajon. cionais do “chorinho” nos Na fotografia participou de anos 70. Participou como várias exposições e deu au- músico da trilha sonora las de fotografia com o en- foque do Olhar Fotográfico. 31

Fotos: Camila Santos Sala de jantar – elementos da natureza Ivan Lopes Junior, Designer Ivan Lopes Junior de Interiores, assina uma “SA- entre outros. Uma mistura de tons LA DE JANTAR” na MOSTRA terrosos com cinza, preto e tons Conceito Sier 2019/2020 – CA- naturais para harmonizar. O maior SA ACONCHEGO. O ponto cha- desafio do projeto foi uma parede ve do projeto foi desenvolver uma em argila (imitando barro seco) - sala de jantar dentro de uma pro- uma curadoria de obras de artes posta dada pela Loja Conceito inspiradas na natureza, como inse- Sier: um ambiente pensado para tos, penas de aves, madeira, o bri- viver o atual, que inspira bem es- lho do sol, pássaros, vasos de bar- tar e praticidade, onde misturo ro e muito verde... de vários artis- o rústico com o contemporâneo, tas brasileiros como: Maria Helena buscando inspirações na NATU- Nemer Salles, Ivan Coelho, De- REZA. Utilizo as cores indicadas nilson Coelho, Marcos Sertânia e para complementar todo o mobili- Carla Mognhol. A proposta de um ário em madeira nobre. Outro ele- projeto para o ambiente foi um de- mento que destaco, é a criação de safio. Misturar esses estilos, com um tapete irregular feito sob me- uma boa curadoria, me fez projetar dida com uma mistura dessas co- além do convencional. Com muita res, selecionadas uma a uma, para criatividade, pesquisa e utilizando dar mais aconchego ao ambiente. o conceito CASA ACONCHEGO, O tapete foi desenhado por mim e consegui realizar um projeto mo- batizado pela fábrica como Tapete derno, sofisticado e acessível. “IVAN”. Outros elementos usados para essa composição do ambiente Ivan Lopes Junior é Designer de são: argila, palha natural, algodão Interiores – ABD-ES nº 30909 - Telefone: (27) 99955-3503 32

A Artista Plástica MARIA HELENA NEMER O Arquiteto LÉO SHEHTMAN marcou A Anfitriã, proprietária da loja CONCEITO SALLES com o Designer de Interiores IVAN presença no ambiente, ao lado do Desig- SIER em Vitória ES DY FASSARELLA com o Designer de Interiores IVAN LOPES JUNIOR. LOPES JUNIOR. ner IVAN LOPES JUNIOR. 33

sabor À mesa com... Maria Meu nome é Maria, tenho 18 anos e sou uma amante da culinária. Em mi- nha opinião, não há demonstração mais carinhosa do que servir uma bela refeição para uma pessoa querida. Cozinhar não é serviço, tampouco um dever, cozinhar é uma declaração de amor! Por esse motivo, não me imagino fa- zendo outra coisa na minha vida que não seja cozinhar. É o que me nutre, me er- gue, acalenta a minha alma e meu coração. Cursarei a faculdade Culinary Institute of America (CIA) em San Antonio, Texas – EUA em 2020. Com total apoio de meu pai, Carlos Onofre Penha, que também adora cozinhar em suas horas vagas. TAGLIATELLE AO PESTO COM CHIPS DE PRESUNTO DE PARMA INGREDIENTES: MODO DE PREPARO: Misture a farinha com o ovo e sove a massa ate ficar consistente e ho- Para cada 100 gramas de farinha: mogênea. Faça uma bolinha e deixe descansar embrulhada em plástico 01 ovo filme na geladeira por 30 minutos. Depois do descanso, retire a massa 01 pitada de sal da geladeira e abra ate ficar bem fina. Corte em tiras com cerca de 0,5 01 fio de azeite cm. Cozinhe com água fervendo e um fio de azeite. 01 colher de sopa de água CURIOSIDADE: O Tagliatelle é uma massa típica de Bologna, uma cidade na região cen- tral da Itália. Na maioria das vezes é acompanhado com Ragu (molho de carne), típico da tradição emiliana, e em particular, bolonhesa. RECEITA DO MOLHO PESTO INGREDIENTES: MODO DE PREPARO: CURIOSIDADE: 02 xícaras de chá de manjericão fresco O molho Pesto tem origem na 01 xícara de chá de parmesão ralado 1- No pilão (tradicional): cidade de Gênova, na Itália. ½ banda de limão espremido Coloque o sal e logo em seguida, manjericão. Devido ao clima favorável, a 01 dente de alho Amasse as folhas até criar uma pasta homo- região possui uma grande va- 01 ½ xícara de chá de azeite de oliva gênea e acrescente os outros ingredientes. riedade de ervas e outros ali- ½ xícara de chá de nozes Deixe o azeite por último. mentos. E é lá que se encon- Sal e pimenta do reino a gosto tra o manjericão mais aromá- 2- No liquidificador: tico e saboroso do mundo. Coloque todos os ingredientes no liquidifi- A palavra Pesto tem origem cador, exceto o azeite. Ele deve ser incorpo- no verbo italiano “Pestare” rado aos poucos, até que o molho fique na que quer dizer macerar. textura desejada. CHIPS DE PRESUNTO DE PARMA Coloque uma fatia fina do presunto em uma forma com um fio de azeite, leve ao forno por apenas 5 minutos ou até que fique na textura de um chip. 34




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