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SUMÁRIO 3 1. APRESENTAÇÃO 4 2. HISTÓRICO DO PROJETO 5 5 3. CONCEPÇÕES QUE ORIENTAM O PROJETO 6 3.1. CONCEPÇÃO DE AGROECOLOGIA 9 3.2. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO 9 3.3. CONCEPÇÃO DE SAÚDE 10 3.4. CONCEPÇÃO DE TRABALHO 12 3.5. CONCEPÇÃO DE SER HUMANO 3.6. VIDA COMUNITÁRIA 14 4. QUEM SÃO OS EDUCANDOS E EDUCANDAS DO PROJETO 16 16 5. OBJETIVO GERAL 18 5.1. OBJETIVO ESPECÍFICO 18 20 6. DESCRIÇÃO DAS ETAPAS 21 6.1. ETAPA 1: ACOLHIMENTO 6.2. ETAPA 2: CURSO 23 6.3. ETAPA 3: MONITORAMENTO 23 25 7. PLANO DE AÇÃO DAS ATIVIDADES / OFICINAS 28 7.1. AGRICULTURA URBANA AGROECOLÓGICA 7.2. PSICOLOGIA 32 7.3. CÍRCULO DE ESTUDO 33 8. REFERÊNCIAS 9. ANEXOS

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APRESENTAÇÃO A Horta Escola visa a contribuir para restaurar e documento que expressa a visão integrada e as preservar a integridade e autonomia das pessoas em concepções que orientam o desenvolvimento do situação de vulnerabilidade e risco social, amparada trabalho da Horta Escola. São descritas as concepções pela Rede Socioassistencial Municipal. Entende que que orientam o desenvolvimento das ações a partir para isso, é necessário atuar a partir da agroecologia, da Agroecologia, Educação, Saúde e Trabalho. educação, saúde e trabalho. São apresentados o histórico A educação neste contexto acontece para e as concepções que orientam o além dos espaços escolares, pois compreende-se Projeto, o perfil dos educandos e que as pessoas aprendem nas relações umas com as educandas, os objetivos gerais outras mediadas pelo mundo. e específicos, o plano de A saúde, alinhada com os princípios do ação das atividades e Sistema Único Saúde (SUS), visa a integralidade da oficinas contendo pessoa, ou seja, busca a compreensão integral, e seu respectivo não parcial, do ser humano. Visa ouvir e entendê- detalhamento. lo em seu contexto social, por isso a importância da atuação em rede e em parceria com outros 3 serviços e instituições como Centro de Acolhida (CA), Centro Temporário de Acolhimento (CTA), Hotel Social, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Droga (CAPS AD), Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (CRATOD), Centro de Convivência e Cooperativa (CECCO), dentre outros. O trabalho é um dos pilares do desenvolvimento do ser social e da realidade do adulto, por meio dele é possível ele se reconhecer como produtor de cultura e capaz de intervir em sua realidade. Os profissionais que atuam neste Projeto são das diferentes áreas, a saber: educação, psicologia, ciências agrárias, serviço social, sociologia, jurídica e administrativa que trabalham de forma integrada e interdisciplinar com vistas a garantir o alcance dos objetivos. Os educandos e educandas são jovens, adultos e idosos a partir dos 18 anos, homens e mulheres que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco social. O Projeto Político Pedagógico é um

HISTÓRICO DO PROJETO A Associação de Resgate à Cidadania por Amor à é reorganizado em sua essência, passando a ser Humanidade (ARCAH) foi fundada em 2012 por um gerenciado apenas pela Associação e abrange os grupo de pessoas sensibilizadas pela problemática projetos do Acolhimento, da Horta Escola e da Horta social da população em situação de rua. Desde então, Comercial. foi incorporado à Associação a visão e modelo da O Acolhimento compreende o processo Permacultura pautada por 3 princípios éticos: o anterior da entrada dos educandos no Curso, pois cuidado com a Terra, o cuidado com as pessoas e trata-se de todo o processo de escuta e integração a partilha justa, influenciando na forma como os com as pessoas que estão em situação de rua para a projetos são construídos e o modelo Comunitário de participação no curso da Horta Escola. San Patrignano, após anos de pesquisas e visitas a A Horta Escola se desenvolve num período esta comunidade situada na Itália, em Rimini. Todo de aproximadamente 15 semanas, momento em que formato metodológico do projeto é feito a partir de os educandos e educandas participam das oficinas de vivências e relações em comunidade, permitindo agroecologia, psicologia e os círculos de estudo. resultados terapêuticos e pedagógicos. A Horta Comercial é o projeto que tem Nesse sentido, a Horta Social Urbana como objetivo o desenvolvimento da autonomia da tinha o desejo de unir Permacultura, Agroecologia população em situação de rua por meio da geração de e Psicologia Humanista promovendo a autonomia renda, através de hortas urbanas com fins comerciais, e renda para a população em situação de rua em apresentando-se como uma possibilidade para o parceria com a rede pública de assistência e saúde. educando que se forma no projeto Horta Escola. Além disso, visava promover a alimentação saudável Neste sentido, esta Proposta Pedagógica no entorno da região do Jabaquara, uma região de abrange o desenvolvimento do trabalho na Horta São Paulo que possui alto índice de desnutrição. Escola que compreende um dos projetos do Horta O projeto Horta Social Urbana nasce com Social Urbana, cujo objetivo é desenvolver uma o Projeto Cidadão Sustentável, em parceria com educação agroecológica que promova a autonomia e a Fundação Banco do Brasil. E a partir de 2019 a reintegração social para o mundo do trabalho. 4

CONCEPÇÕES QUE ORIENTAM O PROJETO Na Horta Escola, compreendemos que aAgroecologia, David Holmgren. Tais autores partiram da Educação, Saúde e Trabalho se relacionam e se observação de sociedades tradicionais, bem integram contribuindo para restaurar e preservar a como de suas técnicas de agricultura. A integridade e autonomia da população em situação etimologia da palavra é a fusão das palavras de vulnerabilidade e risco social. Neste sentido, o agricultura e permanente, ou de cultura e Projeto desenvolve as ações em formato de oficinas permanente, pois parte do princípio de que que em sua totalidade visam o desenvolvimento a espécie humana não poderá se perpetuar integral dos sujeitos. muito tempo no planeta sem uma cultura, ou Neste capítulo apresentamos as concepções uma agricultura que seja, de fato, permanente. que orientam este trabalho. (HENDERSON, 2012). 3.1. CONCEPÇÃO DE Como pilares dessa atuação sustentável a PERMACULTURA E AGROECOLOGIA Permacultura elenca 3 princípios: 1- O Cuidado com a Terra, 2- O cuidado com as pessoas e, 3- a partilha Compreendemos que a relação do ser humano com a dos excedentes. natureza extrapola o sentido de retirar dela o que o O primeiro princípio está na sua relação serve, numa relação de subserviência. O ser humano sustentável com a terra e seus seres vivos. O segundo faz parte da Terra e é neste movimento de relação princípio destaca dentro desse sistema o ser humano de respeito e de integração que compreendemos o e põe em foco as necessidades das relações éticas e sentido do trabalho. do cuidado para com todos os seres humanos que Por isso, a relação sustentável entre a habitam o planeta. O terceiro e último princípio natureza e o ser humano é a premissa do nosso destaca a necessidade de partilharmos a produção trabalho, tendo na permacultura uma possibilidade excedente a fim de manter o equilíbrio do sistema e de estabelecer uma relação harmoniosa entre não gerar desperdício de energia. as pessoas e o ambiente, permitindo a produção Dessa forma, podemos ressaltar que a sustentável de alimento, abrigo e energia. produção, tanto de conhecimento, como de relações Para essa construção sustentável a humanas, de abrigos ou de produção de energia Permacultura leva em consideração o planejamento está pautada por uma ética com o equilíbrio do e a utilização racional e responsável dos recursos ecossistema e com relações de respeito entre os naturais. Outra característica da Permacultura é seres humanos e dos seres humanos com os demais ser uma ciência prática transdisciplinar. As demais seres vivos. áreas de conhecimento, bem como os conhecimentos Dentro desse amplo sistema de produção tradicionais, são bem vindos na construção de seus da vida humana está também a Agroecologia, saberes. responsável pela produção do alimento a partir de um modelo que compactua com a Permacultura O conceito de permacultura surgiu nos anos seguindo, desse modo, os princípios acima descritos. 70, em virtude dos trabalhos e observações do No capítulo 7.1, será apresentada a oficina de Australiano Bill Mollison e do estadunidense agroecologia desenvolvida no curso. 5

3. Concepções que orientam o projeto 3.2. CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade A educação se consolida por meio dos diferentes de estudos nos ensinos fundamental e médio movimentos que promovem a aprendizagem e, na idade própria e constituirá instrumento entendemos que esta aprendizagem se dá em para a educação e a aprendizagem ao longo diferentes esferas e contextos, e pela integração da vida. entre as pessoas. Considerando que o público atendido no Ressalta-se ainda que o parecer² 11/2000 Projeto Horta Escola é formado por jovens, adultos apresenta as funções da EJA: e idosos as ações se respaldam pela legislação internacional, nacional e regional acerca deste A função equalizadora da EJA vai dar público. cobertura a trabalhadores e a tantos outros É possível identificar que a maioria dos segmentos sociais como donas de casa, educandos e educandas não tiveram garantido migrantes, aposentados e encarcerados. o que está assegurado pelo artigo 205 da nossa A reentrada no sistema educacional dos Constituição Federal de 1988, que tiveram uma interrupção forçada seja pela repetência ou pela evasão, seja pelas Art. 205. A educação, direito de todos e dever desiguais oportunidades de permanência ou do Estado e da família, será promovida e outras condições adversas, deve ser saudada incentivada com a colaboração da sociedade, como uma reparação corretiva, ainda que visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, tardia, de estruturas arcaicas, possibilitando seu preparo para o exercício da cidadania e aos indivíduos novas inserções no mundo do sua qualificação para o trabalho. trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na abertura dos canais de participação. [...] As ações visam a assegurar direitos básicos A função reparadora da EJA, no limite, aos educandos jovens, adultos e idosos na educação, significa não só a entrada no circuito dos em parceria com órgãos públicos, como é o caso do direitos civis pela restauração de um direito acesso à escolarização básica e complementar. negado: o direito a uma escola de qualidade, Na Declaração de Hamburgo (1997) a mas também o reconhecimento daquela educação de adultos é definida como igualdade ontológica de todo e qualquer ser humano. Desta negação, evidente na história Todo processo de aprendizagem, formal brasileira, resulta uma perda: o acesso a um ou informal, em que pessoas consideradas bem real, social e simbolicamente importante. adultas pela sociedade desenvolvem suas Logo, não se deve confundir a noção de capacidades, enriquecem seu conhecimento reparação com a de suprimento. […] e aperfeiçoam suas qualificações técnicas e Por isso que a EJA necessita ser profissionais, ou as redirecionam, para atender pensada […] e satisfazer necessidades de suas necessidades e as de sua sociedade. aprendizagem de jovens e adultos. As Diretrizes e Bases da Educação Nacional [...] propiciar a (9.394/96) na Seção V trata especificamente da todos a atualização de educação de jovens e adultos, o artigo 37¹ conhecimentos por toda a 1 Redação reformulada pela lei pela Lei nº 13.632, de 2018. ² Parecer CE 11/2000 de Carlos Roberto Jamil Cury. 6

3. Concepções que orientam o projeto vida é a função permanente da EJA que pode Estatuto do Idoso que visa a assegurar direitos às se chamar de qualificadora. Mais do que uma pessoas com idade igual e superior a 60 anos. As ações função, ela é o próprio sentido da EJA. Ela desenvolvidas no Projeto consideram e respeitam as tem como base o caráter incompleto do ser peculiaridades da idade e reconhece a vivência entre humano cujo potencial de desenvolvimento e as gerações como forma de integração e valorização de adequação pode se atualizar em quadros das memórias e identidades culturais. escolares ou não escolares. O público jovem, adulto e idoso possui Mais do que nunca, ela é um apelo especificidades que o diferencia das crianças e dos para a educação permanente e criação de uma adolescentes. Neste sentido, as ações do Projeto são sociedade educada para o universalismo, a planejadas considerando e se empenhando a fim solidariedade, a igualdade e a diversidade. de compreendê-las para atuar de forma integrada, respeitando estas especificidades. Compreendemos que o Estatuto³ da As atividades e oficinas se respaldam pelos Juventude é um marco importante para o princípios e concepção de educação popular e do desenvolvimento do trabalho com os educandos que Educador Paulo Freire: estão de 18 a 29 anos, tendo como princípios: A educação que se impõe aos que I. Promoção da autonomia e emancipa- verdadeiramente se comprometem com ção dos jovens; a libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres “vazios” a II. Valorização e promoção da participa- quem o mundo “encha” de conteúdos; não pode ção social e política, de forma direta e basear-se numa consciência especializada, por meio de suas representações; mecanicistamente compartimentada, mas nos homens como “corpos conscientes” e na III. Promoção da criatividade e da partici- consciência como consciência intencionada pação no desenvolvimento do País; ao mundo. Não pode ser a do depósito de conteúdos, mas a da problematização dos IV. Reconhecimento do jovem como homens em suas relações com o mundo. sujeito de direitos universais, geracio- (FREIRE, p. 38.) nais e singulares; Todas as ações são desenvolvidas com V. Promoção do bem-estar, da expe- a participação e envolvimento dos educandos e rimentação e do desenvolvimento educandas, tendo o diálogo como premissa. O integral do jovem; planejamento das oficinas e as ações são elaboradas a partir da leitura de mundo, tendo como foco a VI. Respeito à identidade e à diversidade possibilidade do desenvolvimento integral dos individual e coletiva da juventude; sujeitos, respeitando seu o percurso pessoal e social. A Leitura do Mundo é um dos princípios da VII. Promoção da vida segura, da cultu- Pedagogia Freiriana, por ser um caminho pelo qual ra da paz, da solidariedade e da não se busca conhecer os educandos e seus contextos, de discriminação; e forma que se estabeleça uma relação de organicidade entre a proposta de educação e a vida dos educandos VIII. Valorização do diálogo e convívio do e educandas. jovem com as demais gerações. Considerando a concepção de educação Considerando as especificidades dos perfis de educandos e educandas e dada a participação de pessoas idosas, nos embasamos também pelo ³ Lei nº 12.852, de 5 de Agosto de 2013. 7

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3. Concepções que orientam o projeto as ações serão desenvolvidas por meio das oficinas questões emocionais nem sempre conscientes (como semanais, orientações quanto à continuidade dos exemplo, alívio do sofrimento extremo, ausência estudos na rede pública de ensino e na organização de repertório para lidar com frustrações, entre do trabalho pedagógico que é desenvolvido. outros). Sendo assim, as estratégias ou métodos para uma intervenção junto à pessoa que se encontra 3.3. CONCEPÇÃO DE SAÚDE em situação de vulnerabilidade são pautadas no princípio da escuta, no respeito à história e ao seu Compreendemos a pessoa como um ser projeto de vida. biopsicossocial, ou seja, consideramos seu aspecto A partir desta compreensão, as ações em biológico (orgânico), seu aspecto psicológico e saúde desenvolvem aulas, oficinas, atendimentos seu aspecto social. A conjunção desses fatores é individuais que promovem a reflexão sobre o complexa e não é a simples soma de três fatores. Se funcionamento pleno do sujeito. Essas atividades tempos atrás a saúde era entendida como ausência possibilitam a ampliação do repertório emocional de doença, hoje, pelo contrário, ela é compreendida e do modo pelo qual cada sujeito acessa seus como prevenção de agravos e promoção do bem- sentimentos e emoções e proporcionam com que estar físico, mental e social. os educandos ampliem seu repertório de atitudes De acordo com a Lei Orgânica de Saúde Lei frente às dificuldades de seu contexto social. n. 8.080 art.3 Fujisaka e Carrenho (2012, p.131) afirmam que a pessoa em funcionamento pleno apresenta “uma Os níveis de saúde expressam a organização abertura crescente à experiência e uma percepção social e econômica do País, tendo a saúde como de si não como uma estrutura rígida e imutável, mas determinantes e condicionantes, entre outros, como um ser humano pleno de possibilidades e que a alimentação, a moradia, o saneamento pode se reconhecer em sua experiência, porque ele básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, é a sua experiência.”. Assim o Projeto busca em suas a educação, a atividade física, o transporte, o intervenções, a possibilidade do sujeito em modificar lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. sua autopercepção, ressignificar suas lembranças e sentimentos e se abrir para novas experiências. Essa ampla compreensão do conceito de saúde expressa na Constituição brasileira nos 3.4. CONCEPÇÃO DE TRABALHO mostra que o sujeito não pode ser pensado como ser isolado. Seu bem-estar depende de uma rede de Trabalho é a ação humana, dotada de finalidade, vínculos significativos que lhe dão o sentimento de sobre o meio natural que o circunda. A partir dessa pertencimento, dignidade e protagonismo em seu interação a pessoa vai dando sentido e significado ciclo social. ao seu contexto. Nessa construção de sentido, o Por isso as ações em saúde visam auxiliar mesmo pode transformar sua realidade e pode ser o educando na construção de sua rede de vínculos transformado por ela. significativos, na construção de sua autonomia e Compreendemos que as ações desenvolvidas em sua formação cidadã. Nessa construção, a Horta no Projeto corroboram para a ampliação de Escola trabalha com outros serviços e instituições repertório, desenvolvimento integral das pessoas como Centro de Acolhida, Centro Temporário de e inclusão no mercado de trabalho. Pretendemos Acolhimento, Hotel Social, CAPS, CAPSad, CRATOD, assegurar o diálogo sobre uma dimensão que tenha CECCO, dentre outros. importância significativa na vida das pessoas; A Horta Escola, como projeto que contribui pretendemos estabelecer relações de parcerias que para restaurar e preservar a integridade e autonomia possam contribuir para a formação e integração das de pessoas em situação de vulnerabilidade e potencialidades dos educandos e educandas. risco social, compreende que o uso frequente A situação de emprego e trabalho pode de substâncias psicoativas é desencadeada por ser um dos fatores que causam e/ou impactam na 9

3. Concepções que orientam o projeto situação de vulnerabilidade das pessoas, seja pela possibilidade de geração de renda, seja pelas relações Deste modo, a adesão e permanência do sociais que podem ser estabelecidas. educando nas atividades do curso está diretamente relacionada à capacidade do curso de dialogar com a A transformação do mundo do trabalho é uma realidade do universo adulto e, portanto, do universo questão que apresenta aspectos múltiplos, trabalho. O lugar na sociedade que o adulto ocupa de importância enorme para a educação a partir da sua geração de renda, contribui para a de adultos. A globalização e as novas saúde de sua autoestima, a construção de planos tecnologias têm um impacto considerável, e para o futuro e, portanto, a construção de seu projeto sempre crescente, sobre todas as dimensões de vida. da vida individual e coletiva das mulheres e dos homens. A dificuldade de encontrar 3.5. CONCEPÇÃO DE SER HUMANO trabalho e o aumento do desemprego causam crescente inquietude. Nos países em Orientamos as ações deste Projeto com a Abordagem desenvolvimento, além do emprego, trata- Centrada na Pessoa (ACP). Rogers, como principal se de garantir meios seguros de subsistência autor da ACP traz que “(...) o homem tem uma para todos. A necessária melhoria da produção tendência inata para desenvolver todas as suas e distribuição na indústria, agricultura e capacidades destinadas para manter ou melhorar seu serviços requer aumento de competências, organismo – a pessoa total – mente e corpo.” (Rogers o desenvolvimento de novas habilidades e a e Wood, 1978, p.193). Este postulado transparece que capacidade de adaptar-se, de forma produtiva o ser humano possui uma sabedoria interna que visa e ao longo de toda a vida, às demandas em a sua conservação e seu desenvolvimento. Para constante evolução no tocante ao emprego. Fujisaka e Carrenho (2012): O direito ao trabalho, o acesso ao emprego e a responsabilidade de contribuir, em todas No ser humano, essa as idades da vida, para o desenvolvimento e tendência não visa bem-estar da sociedade são exigências que a ape-nas a subsistência educação de adultos deve procurar satisfazer. das necessidades (Declaração de Hamburgo, 1997, p. 44) básicas, como respirar 10

3. Concepções que orientam o projeto e se alimentar, mas também ao aprendizado do Eu com os outros, com o ambiente e com a vida intelectual, social (...) ela é individual e em geral, com os valores que o sujeito associa a estas universal, sendo sua expressão única para distintas percepções.” (Rogers; Kinget, 1977, p.164). cada indivíduo, mas também, a força motriz Importante relembrar que o self é um processo de de todos os organismos. (...) Segundo Rogers constante construção que se inicia na infância e vai et al. (1983, p. 40), essa tendência pode ‘ser até o final da vida. frustrada ou desvirtuada, mas não pode Para Rogers (1997, p.198) “(...) a necessidade ser destruída sem que se destrua também o de afeto ou consideração positiva é universal, organismo’. É um processo seletivo que objetiva considerando-se que ela existe em todo ser uma diferenciação e complexidade crescentes, humano e que se faz sentir de uma maneira visa à manutenção, ao desenvolvimento, à contínua e penetrante”. “Necessitamos ser aceitos integridade e à autonomia do indivíduo. E e compreendidos, por isso nos afastamos de quem possui uma natureza essencialmente social. realmente somos e, quanto menos recebemos aceitação, mais fazemos manobras para consegui-la.” Desta forma, a função da equipe é trabalhar (Fujisaka e Carrenho, 2012, p. 127) o ambiente que pode criar condições do sujeito de se Assim podemos enxergar na ACP a noção de desenvolver. Criar um ambiente de empatia, escuta, self real e self ideal. O self real é o resultado de nossas aceitação, respeito, faz com que esse educando experiências, desejos e capacidades reais. Já o self possa expressar sua singularidade e reconhecer seu ideal é o que gostaríamos de ser, nossa idealização potencial. sobre nós mesmos. “Tanto o self real como o self ideal A Horta Escola entende que as pessoas são estruturas móveis que passam por constantes que estão em situação de vulnerabilidade e risco redefinições.” (Fujisaka e Carrenho, 2012, p. 128). No social tiveram interrompidos quase todos os entanto, os valores absorvidos do externo para a seus vínculos sociais significativos. Com isso não construção do self ideal, são mais rígidos. A distância conseguem sustentar uma teia de sentidos que entre o self real e ideal geram conflito no interior do os mantém aderidos às atividades do dia a dia ou sujeito. mesmo ao autocuidado. Apesar de interrompidos, esses vínculos significativos podem ser refeitos ou “Tal dissociação leva a uma tensão interna novos podem surgir. O papel da equipe técnica é e a uma sensação de perigo e ameaça em permitir a reflexão desse educando de que ele tem a relação ao seu autoconceito ideal, pois a possibilidade de reconstruir essa teia de sentido. autoimagem idealizada não pode suportar O rompimento desses vínculos com o experiências que não sejam compatíveis com trabalho, familiares ou amigos muitas vezes se dá ela [self ideal]. É por essa razão que o indivíduo por conflitos internos não conscientes que a pessoa apresenta comportamentos e reações de modo é incapaz de administrar e, consequentemente, gera a defender a tudo custo a imagem de si que desorganização e frustrações. foi criada sobre condições de valor.” (Fujisaka e Esses conflitos internos muitas vezes Carrenho, 2012, p. 128) revelam a distância entre o que a pessoa gostaria de ser e o que realmente é. A não aceitação dessa Dessa forma, as experiências que o sujeito distância causa negações e dificultam a pessoa vivencia podem estar em conformidade com sua visão manejar situações do cotidiano. de si e, nesse caso, são simbolizadas e integradas à Esse conflito diz respeito à construção da consciência ou, podem não estar em conformidade imagem de si que a pessoa faz ao longo de toda a sua com seu self ideal e, por isso, são distorcidas ou negadas vida. Rogers denomina “self” a formação da imagem à consciência. Surge aqui o conflito entre self ideal e de si mesmo, a formação do seu autoconceito. O self real. Esse conflito produz muitos comportamentos é compreendido como “A configuração experiencial que buscam confirmar para o sujeito sua imagem formada por percepções referentes ao Eu, às relações de self ideal. Esses comportamentos que se repetem 11

3. Concepções que orientam o projeto formam o padrão comportamental do sujeito, suas visões de mundo e experiências de vida. muitas vezes inconsciente para o próprio sujeito. Assim exercem o companheirismo e o respeito à Esse padrão comportamental pode levar o sujeito singularidade de cada um. a repetidas vezes tomar decisões que põe a perder Para que o companheirismo e o respeito suas conquistas. aconteçam é fundamental o Acolhimento, ou seja, o Esse padrão pode ser modificado a partir da desenvolvimento da empatia, o colocar-se no lugar do tomada de consciência que o sujeito tem sobre si e outro. É ser capaz de reconhecer a emoção do outro seus conflitos internos. Essa tomada de consciência sem perder a capacidade de reagir a esta emoção. permite a ressignificação de seus valores. O trabalho É poder avaliar e compreender as necessidades e do eixo saúde visa propiciar a tomada de consciência sofrimentos de seus semelhantes e, assim, poder tanto do padrão relacional, como dos conflitos gerar uma atmosfera de aceitação, segurança e internos, a fim de ampliar a congruência do sujeito conforto, criar um vínculo e um elo entre seres consigo. A experiência da congruência proporciona humanos que permite a humanidade de cada um se “uma tendência para viver cada momento de sua expressar. O Acolhimento permeia e orienta as ações vida como novo, sem atitudes defensivas, sem rigidez da rotina da Horta Escola. ou organização estreita, sem imposição de uma O acolhimento está expresso na Postura estrutura à nova experiência.” (Fujisaka e Carrenho, Acolhedora. O uso da palavra Postura revela não 2012, p. 132). uma técnica, mas sim um princípio. Esta postura, Como a maioria dos conflitos internos do ou seja, esta disposição de estar no mundo praticada sujeito não são conscientes, é apenas na relação pelos educadores e, transmitida aos educandos, com o outro que podemos nos tornar conscientes visa criar uma atmosfera de aceitação no ambiente. e mudar nossos comportamentos. É apenas ao se Entendemos que “a melhor maneira de ajudar esforçar para se fazer ser entendido pelo outro em alguém é acreditar na condição natural da pessoa de seus conflitos e dores, procurando as melhores pensar, sentir, buscar e se direcionar no caminho de palavras, que o sujeito vai reconstruindo a imagem- suas próprias necessidades.” (Pinto, p.61). de-si e encontrando um lugar para suas feridas que Para estimular os três níveis de percepção 1- a não o impeça de prosseguir. percepção de si, 2- a percepção do outro, 3- a Assim entendemos que todos os educandos percepção do Eu na relação com o Outro, utilizamos que iniciam o curso têm a capacidade de modificarem duas posturas: a postura acolhedora, como descrita seu autoconceito, melhorarem sua autoestima, se acima e, a postura indagatória. tornarem mais responsáveis por suas atitudes e suas A postura indagatória é o princípio que vidas, podendo construir seus projetos de vida. faz com que o sujeito perceba que ele não conhece a situação vivida de forma onisciente, e sim de 3.6. CONCEPÇÃO DE VIDA forma consciente. Por conta disso ele é impelido a COMUNITÁRIA questionar aos atores da situação o que se passou. Esse princípio garante a suspensão de julgamentos Nossa metodologia está baseada na Vida Comunitária prévios das ações. Ao questionar e perguntar sobre pois entendemos que o sujeito se transforma na o que se passou, acrescenta-se novos pontos de vista relação com o outro. O “Eu” se observa, o “Eu” e novos fatores que podem resultar em decisões e observa o Outro. É na relação Eu-Outro que o “Eu” atitudes diferentes das que seriam tomadas apenas se transforma. Considerando essa prerrogativa, a com um primeiro olhar. A postura indagatória maioria das atividades do Curso da Horta Escola são pode ser aplicada em dois níveis. Primeiro quando feitas em grupos. o educador não esteve presente e precisa mediar O termo Vida Comunitária remete-nos um conflito, perguntando aos educandos o que à palavra comunidade, trazendo a noção de uma aconteceu e escutando-os antes de julgar ou concluir existência entre educandos, os quais compartilham o que aconteceu. 12

No segundo de enfrentar questões e dificuldades que surgirão. nível, o educador pode Na Horta Escola tem-se como princípio que mesmo aplicar para si e se perguntar onde há discordância há possibilidade de reconhecer como tem agido, aprofundando e transformar a si mesmo. Essas questões podem seu olhar sobre si mesmo. O aprendizado de perpassar forças sociais e políticas, as quais, por indagar-se, questionar a si mesmo e suas escolhas vezes, condicionam, mas não determinam, como se é o movimento de passar da onisciência para a efetivará a reconstrução da vida de cada educando. consciência de si e do outro. Ao naturalizar a postura A Horta Escola compreende que o uso indagatória e refletir sobre suas atitudes o educador abusivo de substâncias psicoativas pode trazer pode se tornar uma referência para o educando e danos ao corpo, levando posteriormente a um o estimular a desenvolver a postura indagatória uso crônico que pode ser revertido, mesmo que perante a vida. A postura indagatória auxilia o demorado e não completamente. Entendemos educando a encontrar um caminho alinhado com seu ainda que essa problemática está inserida numa projeto de vida. estrutura social na qual quem é acometido por uso As relações educando-educador e educador- danoso e problemático é impulsionado por questões educando são acolhedoras e humanizadoras, existenciais. Acreditamos, portanto, que existe a baseadas em laços solidários e estabelecidas por necessidade de lidar com essa questão por meio meio de diálogos constantes, levando em conta de uma vida comunitária, na qual se destaque o o protagonismo pessoal e comunitário, como acolhimento, o cuidado consigo, com os outros e com característica que permite o desenvolvimento da o ambiente. reconstrução do projeto de vida do educando que se Durante o Curso, o educando passará encontrava em extrema vulnerabilidade social. por etapas que levam em conta a conscientização O trabalho da equipe multiprofissional a respeito dos direitos e deveres das pessoas procura dar importância à singularidade do sujeito dentro de uma sociedade, de forma a repensar a e busca compreender a realidade de cada um a realidade na qual está inserido e poder promover a partir de diferentes saberes, podendo assim, dar reconstrução de seu projeto de vida. O currículo visa um suporte mais aprofundado ao atendimento a resgatar a autoestima, promover a descoberta de de suas especificidades e necessidades. Dessa si e a percepção do outro, à medida que o educando maneira, compreendemos que quanto maior for participa de atividades que desenvolvam o prazer e a o conhecimento do indivíduo sobre a sua própria satisfação de fazer parte de uma comunidade. singularidade, maiores serão as chances tanto de sua integração ao curso quanto da construção de seu 13 projeto de vida alinhado com seus desejos. A reconstrução do projeto de vida não será possível sem autonomia e empoderamento do educando, isto é, através de um engajamento pessoal e comunitário, de modo que se construa maneiras

QUEM SÃO OS EDUCANDOS E EDUCANDAS DO PROJETO A partir de levantamento feito com os educandos sobrevivência que podem representar risco que concluíram o Curso, podemos constatar que a pessoal e social.(BRASIL, 2005) população atendida pelo Projeto é em sua maioria do sexo masculino, está alfabetizado e em situação de Pessoas em situação de vulnerabilidade rua até quatro anos. De acordo com os relatos dos estão expostas à exclusão social. Esse conjunto educandos e educandas, o que os levou a viver em de fatores pelos quais são permeadas as tornam situação de rua foram os conflitos familiares causados fragilizadas e excluídas socialmente. O risco social se pelo uso abusivo das substâncias psicoativas. Além configura a partir do momento que se complexifica destes fatores predominantes, outros dados surgem e se agrava as situações de vulnerabilidade. Ou seja, à margem, como o desemprego e perdas familiares. quando os direitos dos indivíduos, grupos e famílias Em relação à motivação inicial gerada para foram violados ou rompidos (DESLANDES; SOUZA, a adesão ao curso, a maior parte referiu ter como 2009). interesse principal a expansão do conhecimento, É compreendido como resultante ocupação do tempo ocioso e possibilidades de das carências sociais que impedem o pleno encaminhamento para o mercado de trabalho. desenvolvimento humano. É a situação em que As educandas e educandos convidados se encontram as pessoas ou as famílias excluídas a participar do curso Horta Escola são pessoas da sociedade. Esses sujeitos apresentam sinais em situação de vulnerabilidade e risco social. de desnutrição, condições precárias de moradia e Vulnerabilidade social diz respeito a um conjunto de saneamento, não possuem vínculo familiares, não fatores sociais que determinam o pouco acesso às possuem vínculo empregatício, além do uso do álcool informações, serviços, bens culturais; às restrições e drogas. ao exercício da cidadania; exposição à violência, Esse quadro compõe o risco social, ou baixo grau de prioridade política ou de investimentos seja, é um cidadão, mas não exerce os mesmos dados à saúde e condições de moradia, educação e direitos e os deveres. As pessoas que vivem nestas trabalho, como exposto no trecho abaixo pela Política condições tornam-se excluídas, pois muitas vezes Nacional de Assistência Social de 2004. são impossibilitadas de partilhar dos bens e recursos oferecidos pela sociedade, são abandonadas ou Indivíduos com perda ou fragilidade de expulsas dos espaços de socialização. vínculos de afetividade, pertencimento e A população em situação de rua é definida sociabilidade; ciclos de vida; identidades pelo decreto nº7.053², de 2009, como estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de Grupo populacional heterogêneo que possui deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no em comum a pobreza extrema, os vínculos acesso às demais políticas públicas; uso de familiares interrompidos ou fragilizados e a substâncias psicoativas; diferentes formas de inexistência de moradia convencional regular, violência advinda do núcleo familiar, grupos e e que utiliza os logradouros públicos e as áreas indivíduos; inserção precária ou não inserção degradadas como espaços de moradia e de no mercado de trabalho formal e informal; sustento, de forma temporária ou permanente, estratégias e alternativas diferenciadas de bem como as unidades de acolhimento 14

4. Quem são os educandos e educandas do projeto para pernoite temporário ou como moradia adultos, idosas e idosos que, acima das dificuldades provisória. e dos direitos violados que passaram em suas vidas, são capazes de fortalecer seus desejos e construírem A Horta Escola tem como princípio suas vidas de forma saudável. reconhecer o outro como sujeito de direito independentemente das condições nas quais ele se encontra. Acreditamos que apesar das dificuldades, das histórias marcadas pelas tristezas, faltas e negligências de direitos básicos, oportunizar o acesso a um ambiente mais adequado para o seu desenvolvimento, pode contribuir para que o sujeito possa se organizar e viver dignamente. Assim as educandas e educandos do projeto são jovens, adultas e 15

OBJETIVO GERAL Contribuir para preservar a integridade e autonomia das pessoas em situação de rua, por meio de formação e acompanhamento. 5.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Fomentar o interesse do educando por uma aprendizagem contínua; 2. Promover o acesso, a interação e intervenção dos educandos em dispositivos públicos; 3. Desenvolver aspectos relacionados ao autoconhecimento por meio de estudos, reflexões e o contato direto com a terra; 4. Contribuir para o desenvolvimento da compreensão crítica do contexto histórico-social em que vive; 5. Fomentar a empregabilidade. 16

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DESCRIÇÃO DAS ETAPAS As ações são iniciadas nos equipamentos de monitoramento. Assistência Social e Saúde, no processo de Descrevemos estas etapas a seguir: Acolhimento que se dá a partir de conversas realizadas com os interessados que duram cerca de ETAPAS PERÍODO um mês. Em seguida, o educando passa a participar Acolhimento 1 mês de atividades presencialmente por quinze semanas. O conjunto dessas atividades é aqui denominado de Curso 15 semanas Curso. Por fim, após o término do Curso, a equipe Monitoramento Até 6 meses permanece em contato com os formados na etapa 6.1. ETAPA 1: ACOLHIMENTO O processo de Acolhimento visa: 1) apresentar aos equipamentos de assistência social e de saúde o projeto para estabelecer parcerias; 2) reconhecer dentro dos equipamentos de saúde e assistência social possíveis educandos e educandas interessados em participar do curso; 3) realizar entrevistas iniciais com o objetivo de levantar os dados de vida, bem como os documentos que o educando e educandas possui; 4) iniciar um processo em conjunto entre educandos e técnicos de psicologia de tomada de consciência do estágio de mudança e do padrão relacional do educando e; 5) realização da matrícula dos novos educandos e educandas no projeto. 1º 2º 3º 4º MOMENTO MOMENTO MOMENTO MOMENTO Contato com os Entrevista Realização da Devolutiva e sérvios da Assis- Inicial com os EDAO. Atendimen- convite para a tência Social da interessados to entra psicólogos Visita a Horta (realização do e interessados para Saúde Escola PIA) identificação da repetição relaciona Descreveremos detalhadamente os quatro Neste estágio, o Projeto Horta Escola momentos do processo de Acolhimento que é apresentado à equipe de funcionários do permitem alcançar os objetivos acima propostos. Equipamento Social e/ou da Saúde escolhidos para o processo de prospecção de novos educandos(as). É PRIMEIRO MOMENTO: Apresentação do Projeto à o momento em que a equipe técnica de psicólogos gestão e equipe técnica do Equipamento Social e/ou apresenta a temática do curso, a duração, o público da Saúde; atendido e a proposta pedagógica. Nessa conversa é 18

6. Descrição das etapas ressaltada a importância do vínculo entre as equipes do Plano de Desenvolvimento do equipamento público e da Horta Escola a fim de Individual (PIA, vide anexo 1). garantir o desenvolvimento desses sujeitos. Nesse Esse documento levanta dados encontro é agendada uma visita da equipe técnica como: quais documentos a pessoa do serviço para uma visita à Horta Escola para que tem; qual o nível de escolarização; possam conhecer o espaço físico e ter dimensão do quais equipamentos frequentou; trabalho realizado. qual o grau do uso de substâncias A partir dessa visita dois caminhos são psicoativas. Nas duas conversas possíveis. Alguns equipamentos nos convidam seguintes é preenchida a EDAO (Escala Diagnóstica a apresentar o projeto em assembleia. Outros Adaptativa Operacionalizada, vide anexo 2). Essa equipamentos, em reunião de equipe, indicam nomes escala é composta por perguntas abertas sobre de usuários para o projeto. quatro áreas da vida: Orgânica, Afetivo-Relacional, Sociocultural e Produtividade. Nesses encontros SEGUNDO MOMENTO: Contato com os podemos conversar com os interessados sobre seus interessados. históricos nessas áreas e identificar repetições. Entendemos que esse momento pode ser terapêutico O Núcleo Psicologia vai ao Equipamento para inclusive para aqueles que não derem início ao Curso. o primeiro contato com os conviventes interessados No último encontro realizado nos equipamentos em conhecer o Projeto para a compreensão da é feita uma devolutiva individual aos conviventes, proposta. É realizada apresentação inicial da retomando as últimas conversas e orientando-os ARCAH, dos Projetos em andamento e aberto espaço como chegar a Horta Escola para a visita. É condição para esclarecimentos de dúvidas ou outras questões. necessária para a matrícula a apresentação do Esta apresentação é realizada em roda de conversa e bilhete único. em seguida é compartilhada uma lista com aqueles interessados em dar continuidade ao processo. QUARTO MOMENTO: Visita à Horta Escola TERCEIRO MOMENTO: Conversas individuais Os conviventes interessados serão convidados a conhecer a HSU em visitação de meio Para os interessados em realizar o curso período. Haverá uma roda de conversa entre os inicia-se uma sequência de encontros que tem por interessados, seguida de um passeio para conhecer objetivo conhecer e contribuir para a conscientização os espaços. Ao final da visita, serão realizadas as do sujeito sobre seu momento de vida, das situações matrículas. que se repetem em sua vida, da sua maneira de fazer escolhas, quais vínculos tem fortalecidos ou Objetivos Específicos: do interrompidos, quais são significativos bem como o • Ampliar a percepção de si do educando; grau de prontidão para mudanças. Essas conversas • Compreender as repetições relacionais têm como finalidade a promoção da consciência de si. Entendemos que este é um primeiro passo educando. para que, durante o curso, possamos intervir com o sujeito nas suas relações Eu-Outro. A partir dessas Metas: conversas, os psicólogos produzem um relatório que • Estabelecer parceria com os serviços públicos é apresentado para toda a equipe antes do início das aulas. Esse relatório visa alinhar com todos os para a prospecção de novos educandos; educadores as intervenções necessárias com cada • Realizar a matrícula de vinte novos educandos educando. Na primeira conversa é preenchida a ficha por turma; • Realizar o PIA de todos os educandos que iniciarem o Acompanhamento; • Realizar a EDAO de todos os educandos matriculados 19

6. Descrição das etapas • Quantidade de matrículas realizadas; • Apresentação dos educandos para a equipe de Indicadores: • Quantidade entrevistas iniciadas; educadores. • Quantidade de EDAO realizadas; 6.2. ETAPA 2: CURSO A participação dos educandos e educandas acontece presencialmente em dois dias na semana, a saber: terça e quinta ou quarta e sexta feira, em atividades diversas, conforme quadro de organização e funcionamento no período de quinze semanas. ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA HORTA ESCOLA HORÁRIO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA 8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 Agroecologia Agroecologia Agroecologia Agroecologia 10:00 - 11:00 Turma 11 Turma 12 Turma 11 Turma 12 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 Almoço Almoço Almoço Almoço 13:00 - 14:00 Atendimento Atendimento Atendimento Atendimento 14:00 - 15:00 15:00 - 16:00 Reunião Oficina de Círculo de Círculo de Oficina de 16:00 - 17:00 de Equipe Psicologia Estudos Estudos Psicologia 17:00 - 18:00 No capítulo 7 temos detalhado o plano para conversar sobre algo que experienciou e que de ação de cada uma das oficinas do curso, seus deseja compreender junto com o educador. Nesses objetivos, metas e indicadores. casos, as conversas são feitas fora do horário das Durante o desenvolvimento do Curso, oficinas. levando em consideração a metodologia da vida Outra atuação que visa desenvolver a comunitária, toda a equipe de educadores pode autorresponsabilidade do educando e integrar fazer uso de intervenções ao longo do dia a dia. As partes relevantes de sua história de vida são os intervenções são regidas pelas posturas acolhedora atendimentos individuais. e indagatória como descritas na sessão Vida Mensalmente, os educandos são convidados Comunitária deste documento. São conversas a olharem – em conjunto com os psicólogos – o seu que podem acontecer a qualquer momento entre percurso pelo projeto e compreender o que ainda educadores e educandos. Podem acontecer durante desejam alcançar. Juntos, pensam quais os próximos a construção de um canteiro, no preparo da salada passos para a construção de seu projeto de vida. ou em um momento de intervalo. Acontecem toda Durante o Curso, os educadores incentivam vez que o educador percebe que há experiências para que os educandos busquem e frequentem os serem elaborados junto com o educando. Por outro equipamentos da Rede Pública de Saúde como lado, o próprio educando pode buscar o educador o CAPS e CECCO com a intenção de que o 20

processo de autoconhecimento e conversa semanal com os psicólogos do Projeto acompanhamento tenha continuidade durante três meses. Essa pessoa vem à Horta Escola mesmo depois que o educando finalizar para fazer os atendimentos. Após os três meses, as atividades dentro da HSU. são oferecidas conversas quinzenais por um mês A construção de rede com os e, por fim, mensais, completando seis meses de equipamentos da Rede de Assistência e da Rede de acompanhamento. Saúde é entendida como essencial para o Projeto. Para os educandos que não estão empregados A Horta Escola não se compreende como uma o monitoramento é feito a cada três meses para instituição total ou capaz de atender a todas as saber onde estão, se estabeleceram vínculo familiar, demandas dos educandos. Assim, a parceria com empregatício, escolar ou com equipamento de saúde. a Rede Socioassistencial visa possibilitar que o Esse monitoramento é feito por meio do contato educando tenha acesso a seus direitos básicos por com os equipamentos da Assistência Social, através meio dos serviços oferecidos pelo Estado ao mesmo de diálogo com a equipe técnica do serviço de tempo que busca fortalecer a Rede Socioassistencial acolhimento. e de Saúde, uma vez que se apresenta como um projeto de diálogo e construção do projeto de vida de Objetivo Específico: seus acolhidos/pacientes/conviventes. • Manter a rede de contato com os educandos Assim, após quinze semanas de curso, o Projeto visa alcançar com o educando maior formados no projeto; consciência em suas relações interpessoais, um • Poder avisá-los de oportunidades de trabalho; maior tempo de latência entre a emoção e a ação • Avaliar e medir o impacto do projeto na vida pós de forma que o sujeito possa sentir a emoção, percebê-la, pensar sobre como agir e, enfim, agir. curso do educando. Essa dilatação do tempo entre a emoção e a ação permite ao educando evitar atitudes impulsivas Meta: que muitas vezes acarretam prejuízos para seus • Monitorar informações de vínculo familiar, relacionamentos e objetivos de vida. O Projeto visa construir com o educando novos repertórios de ação empregatício, escolar e com equipamentos de nos relacionamentos e possibilitar mudanças nos saúde de 100% dos educandos que concluíram o padrões de relacionamentos danosos da pessoa. Na curso nos últimos seis meses. etapa Curso, buscamos desenvolver ferramentas • Realizar uma roda de conversa a cada ciclo de com o educando que possam ser utilizadas ao longo formação de toda a vida. Indicador: 6.3. ETAPA 3: MONITORAMENTO • Quantos educandos após saírem do curso Na etapa Monitoramento buscamos a cada três conseguiram renda; meses saber onde o ex-educando está e o que está • Quantos educandos restabeleceram vínculo fazendo. Caso surjam possibilidades de trabalho que este educando possa exercer, entramos em contato familiar; com ele. • Quantos educandos estabeleceram vínculo com Os educandos que conquistarem emprego serão acompanhados por psicólogos em até seis equipamentos de saúde meses, e assessorados pela assistente social da Horta • Quantos educandos estabeleceram vínculos Escola. Esta etapa tem como objetivo o fortalecimento da autonomia e o apoio no momento em que o ex- escolares. educando está gerando renda. Oferecemos uma 21

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PLANO DE AÇÃO DAS ATIVIDADES E OFICINAS Este capítulo traz uma breve ementa de cada oficina/ como também pela forma transversal como inclui atividade, seus objetivos, as metas, indicadores e a as discussões sobre a estruturação da sociedade em avaliação. classes, onde estão inseridas as problemáticas das pessoas em situação de rua e da fome, e as questões 7.1. AGRICULTURA URBANA de gênero e raça. AGROECOLÓGICA CONTEÚDOS PARA UMA FORMAÇÃO A Agroecologia baseia-se na criação de BÁSICA EM AGRICULTURA URBANA agroecossistemas sustentáveis, a partir da integração AGROECOLÓGICA: (150 HORAS) dos saberes tradicionais e científicos, e da reprodução de práticas agrícolas sistêmicas, integrando os 1. Agricultura urbana: Benefícios da Prática aspectos sociais, econômicos e culturais que da Agricultura Urbana sob os aspectos sociais, permeiam a produção agrícola, para a construção de ambientais e econômicos; Outras experiências uma sociedade socialmente justa, economicamente de Agricultura Urbana em São Paulo; O Curso de viável e ambientalmente sustentável. Agricultura Urbana Agroecológica. Propõe a estruturação da produção de alimentos de forma responsável com as pessoas 2. Agroecologia versus agricultura química: e com o ambiente, com viabilidade econômica, Apresentação sobre o tema com embasamento através da otimização do uso dos recursos naturais político e social a partir da produção de alimentos, e sem a utilização de insumos químicos, para ofertar representação dos produtores de alimento no mundo alimentos diversos e saudáveis, em quantidades hoje, análise das pessoas em situação de rua como adequadas e a preços acessíveis. efeito do processo do êxodo rural. O Brasil é um país com expressiva representatividade dentro do movimento 3. Plantas espontâneas: a importância das agroecológico mundial, com experiências em plantas espontâneas para os sistemas produtivos todo o território nacional, que são articuladas agroecológicos; Reconhecimento das diferentes principalmente pelos diversos movimentos plantas espontâneas presentes na horta. Usos e sociais populares. Desta forma, a agroecologia propriedades nutricionais e medicinais das plantas no país apresenta-se, para além de uma ciência espontâneas. multidisciplinar, como uma importante ferramenta para contraposição ao atual modelo de produção 4. PANCs: Identificação e reconhecimento das hegemônico, fundamentando a criação de políticas Plantas Alimentícias Não Convencionais com maior públicas para a construção do novo modelo de ocorrência em áreas urbanas; O uso de PANCs sociedade. na complementação alimentar especialmente da A partir disso, os princípios da Agroecologia população em situação de rua; Preparo e degustação são fundamentais na composição do Projeto Político de receitas com as PANCs encontradas na horta. Pedagógico das aulas, tanto pela sua importância relacionada aos aspectos técnicos da produção de 23 alimentos e da conservação dos recursos naturais,

7. Plano de ação das atividades e oficinas 5. Solo: Origem/Formação dos solos; Composição mento das principais plantas de uso medicinal que química, física e biológica do solo; Diferentes tipos são mais cultivadas nas hortas urbanas. Conhecer de solo; O manejo do solo nas principais correntes e pesquisar plantas comuns para as mais variadas da agricultura alternativa; Condições gerais do solo situações (dor de cabeça, pressão alta, gastrite, e a dinâmica dos nutrientes e o processo de absorção má digestão, dores musculares, ansiedade, má destes pelas raízes das plantas. circulação, dentre outras). 6. Canteiro instantâneo: alternativa de 14. Sistemas agroflorestais com prática de canteiro para produção de enfoque em hortas: Resgatar hortaliças com pequena mobilização a importância das árvores na de terra. alimentação e em outras finalidades para o ser humano. A ciclagem de 7. Compostagem: adubação orgânica, nutrientes e de água do solo, captação compostagem, técnica para se obter de gás carbônico e fornecimento de mais rapidamente e em melhores oxigênio, fornecidos pelas árvores. A condições a estabilização da matéria manutenção da serapilheira (cobertura orgânica, formando o composto orgânico. de folhas e galhos secos, fornecida pelas árvores sobre o solo, alimentando a micro e macrofauna do solo). A 8. Minhocultura: as vantagens do uso de minhocas implantação e o manejo de canteiros de hortaliças para enriquecimento do composto orgânico, na e espécies frutíferas em sistemas consorciados com produção de húmus; multiplicação de minhocas; árvores e arbustos. montagem de minhocários. Objetivos específicos: 9. Adubação Verde: espécies de plantas com • Promover a construção de conhecimento capacidade de fixação biológica de nitrogênio, identificação e cultivo. teórico e prático a respeito da produção de alimentos seguros e saudáveis no território 10. Planejamento de plantio: importância do urbano sob a perspectiva da agroecologia, para planejamento de plantio, de acordo com o objetivo o empoderamento de pessoas em situação de da produção; Aspectos naturais a serem observados vulnerabilidade social. para o consórcio de plantas; estudo sobre as • Fazer da Horta Escola um espaço de revitalização variedades p/ levantamento da época de plantio e manutenção de áreas permeáveis/agricultáveis adequada, espaçamento necessário, disposição das na cidade de São Paulo; plantas nos canteiros. • Realizar a produção agroecológica de alimentos na área da Horta Escola; 11. Propagação de plantas: Produção de mudas: • Promover o acesso dos educandos a uma diferentes estruturas de propagação das plantas; alimentação de melhor qualidade nutricional, a Experimentação da produção de mudas com partir do consumo das hortaliças produzidas na reutilização de recipientes para a produção em horta escola durante a permanência destes no pequenos espaços; - Sementes: produção de curso; sementes agroecológicas; conservação de sementes; banco de sementes; sementes transgênicas. Metas: • Realizar 28 aulas teóricas e práticas a respeito 12. Controle natural de pragas e doenças: teoria da trofobiose, preparo de caldas naturais. da produção de alimentos seguros e saudáveis no território urbano sob a perspectiva da 13. Plantas medicinais: Identificação e reconheci- agroecologia. • Formar em agricultura urbana agroecológica 24 pessoas em situação de vulnerabilidade e risco

7. Plano de ação das atividades e oficinas social, com carga horária de 150h. da relação com o outro para se transformar: para se • Produzir alimentos seguros e saudáveis para o perceber e se reconhecer. Deste modo a percepção de si está intimamente relacionada à relação e consumo próprio dos educandos aderidos ao percepção do outro. curso. Aqui cabe uma explicação sobre o porquê da escolha da palavra percepção. Ela é utilizada, Indicadores: pois abarca a capacidade de apreender um • Atividades práticas realizadas a partir da determinado fenômeno ou um acontecimento por meio dos sentidos. Assim, a experiência vivenciada consideração dos conceitos teóricos trabalhado e registrada no corpo é fundamental tanto para a em sala; aprendizagem como para que a mudança da imagem • Colheitas realizadas durante o curso; de si possa acontecer. A percepção de si é entendida • Adesão dos educandos ao curso; como apropriação de si, de sua singularidade e, a • Preparo e consumo de salada nas refeições; singularidade de cada pessoa, é fundamental no processo terapêutico, pois permite ao sujeito fazer Avaliação: escolhas alinhadas com o seu projeto de vida. • Será feita uma avaliação qualitativa dos Portanto, se na etapa Acolhimento as intervenções buscam a maior consciência do sujeito educandos durante a realização de todas as aulas sobre ele mesmo, a etapa Curso busca ampliar a teóricas e práticas de agroecologia. Estes serão consciência do sujeito sobre sua relação com o observados a respeito do desenvolvimento de Outro. Para isso, além dos atendimentos individuais suas habilidades físicas e capacidades motoras e das intervenções descritas anteriormente, para o trabalho agrícola, bem como sua postura proporcionamos às oficinas semanais. e interação com as demais pessoas e o ambiente, As oficinas de Psicologia acontecem uma vez no sentido de identificar todo e qualquer por semana das 15 horas às 18 horas. A oficina tem processo de desenvolvimento em curso nestes como objetivo desenvolver a autorresponsabilidade sujeitos durante sua trajetória no projeto. dos educandos a fim de que eles, ao término do curso, tenham maior autonomia para resolver as demandas AGRICULTURA URBANA AGROECOLOGIA do dia a dia. Para esse fim são propostos seis temas, em rodas de conversa, com a finalidade de ampliar Carga horária / dia 5h a consciência sócio-histórica do educando e buscar atitudes possíveis para combater dificuldades do dia Dias da Semana 2 dias (3ª e 5ª / 4ª e 6ª) a dia. Os temas propostos muitas vezes levantam vivências marcantes dos educandos. Em meio ao Carga horária / semana 2 x 5h = 10h acolhimento que o grupo e os técnicos oferecem, espera-se que os educandos encontrem um ambiente Carga horária total 10h x 15 = 150h facilitador para integrar partes relevantes de suas histórias de vida. 7.2. PSICOLOGIA As emoções são um pilar para o desenvolvimento humano. Compõem tanto a A fim de alcançar os objetivos propostos para a comunicação corpo-mente quanto a comunicação área saúde e fortalecer o trabalho interdisciplinar, o consciente-inconsciente. Compreender quando Núcleo Psicologia lança mão de oficinas em grupos e e onde sentimos determinadas emoções nos parcerias com serviços da prefeitura. torna mais consciente de nós mesmos e nos Compreendemos três grandes processos possibilita um novo repertório de ações a partir durante a jornada do educando pelo projeto: de sentimentos corriqueiros. Entender melhor a Percepção de Si, Percepção do Eu-Outro e Percepção pluralidade de emoções que podemos sentir amplia do Nós. Ressalta-se que esses processos não acontecem linearmente ou de forma estanque e, 25 sim, de forma concomitante. O ser humano precisa

nossas possibilidades de existência. O processo de graus de escolaridade que há dentro da oficina de conscientização e ampliação fortalece o sujeito (desde pessoas que estão em fase de alfabetização até e coloca-o em um lugar cada vez mais central e pessoas que iniciaram a graduação). autônomo de sua própria vida. Uma primeira roda de escuta dos educandos Como metodologia da oficina a cada início de é realizada. Palavras-chaves podem ser anotadas na aula são refeitos os acordos de manutenção e limpeza lousa. Na sequência, o educador apresenta novos dos espaços coletivos da Horta Escola. Quatro ou elementos para a problematização do tema. Ao final mais educandos se voluntariam para limpar, ao final da aula, os profissionais questionam os educandos se das atividades, a sala de aula, o refeitório, o banheiro o encontro alcançou o objetivo inicialmente proposto feminino e o banheiro masculino. pela questão geradora. Depois desse momento, passamos para Um relatório final é produzido ao final uma pequena recapitulação do encontro anterior, do Curso documentando as aulas ministradas, a momento que intitulamos de “memória”. Lembrando metodologia utilizada, as produções da oficina, as o que foi discutido no encontro anterior passamos metas alcançadas e a justificativa de metas não então à questão geradora do encontro daquele dia, alcançadas. O relatório também conta com sugestões explicitando a conexão entre o tema do encontro de melhora para a próxima turma. anterior e o tema do dia. Além desse, é produzido outro relatório As questões geradoras são peças-chaves contendo um parágrafo por educando resumindo para elaborar o roteiro de cada encontro. Nos seu processo e suas conquistas ao longo do curso por fazem olhar e ouvir o que cada educando pensa a meio de registro de falas e atitudes do educando. respeito dos temas levantados e permite nos manter A seguir, apresentamos as temáticas alinhados com os princípios da educação popular. tratadas nas oficinas: Esse alinhamento nos ajuda a lidar com a diversidade 26

7. Plano de ação das atividades e oficinas AULA MÓDULO TEMA OBJETIVO 1 Apresentação da oficina 2 1 Dificuldades de ter um Compreender quais dificuldades o educando Empregabilidade emprego encontra para conseguir um emprego. Qual a diferença entre emprego e trabalho? 3 1 Inclusão digital Compreender o que é internet, onde é Empregabilidade possível acessá-la. realizar um e-mail. 4 1 Entrevistas de emprego Levantar as prováveis perguntas que surgem Empregabilidade em uma entrevista e realizar uma simulação de entrevista. 5 1 O que é um currículo? Quais suas partes, o consta em um currículo? Empregabilidade Preencher um modelo de currículo com suas informações pessoais. 6 1 Fazer um currículo Realizar um currículo com a parceria do Empregabilidade Acessa São Paulo 7 2 Violência e Vida Emocional Filme: O silêncio dos homens Vida Emocional + Roda de conversa 8 2 Gradiente: Raiva e Medo A raiva e o medo no corpo e no dia a dia Vida Emocional 9 2 Depressão O que é? Como sentimos? O que fazer? Vida Emocional 10 3 Contexto Exclusão Social O que é exclusão social, como sentimos a Sócio-histórico exclusão? / filme: A Ponte + roda de conversa 11 3 Contexto Rede Socioassistencial: Sus Quais equipamentos e serviços temos Sócio-histórico e Suas direito? 12 3 Contexto Drogas Fatores de risco e proteção nos níveis Sócio-histórico individual, familiar e social 13 Avaliação da Oficina Retrospectiva do curso e Roda de conversa para avaliar e melhorar a oficina 14 Preparação para Formatura Roda de conversa e construção da fala na formatura 15 Preparação para Formatura Ensaio fala da formatura 27

7. Plano de ação das atividades e oficinas Objetivos Específicos: 7.3. CÍRCULO DE ESTUDO • Compreender o contexto histórico-social. • Contribuir para a melhoria da empregabilidade O Círculo de Estudo se desenvolve a partir dos fundamentos e princípios dos estudos do educador do educando Paulo Freire, visa garantir espaço de interação e • Estabelecer com os educandos a relação entre estudo entre os participantes da oficina. Todo o planejamento considera as falta de linguagem e violência expectativas dos educandos, bem como o diálogo com eles. Num primeiro momento é realizada a Metas: acolhida e Leitura de Mundo que possibilita conhecer • Incluir digitalmente 100% dos educandos e 5 algumas das potencialidades dos educandos e das educandas. Para a Leitura de Mundo é utilizado um educandas por meio da realização de um e-mail instrumental, uma espécie de roteiro, que contribui pessoal; para o diálogo e reflexão. • Cada educando e educanda produzir o seu É garantido em todos os encontros a currículo; disposição do espaço em círculo, a apresentação do • Ampliar o repertório emocional e que será abordado no início dos encontros e uma comportamental dos educandos e educandas; breve análise quanto ao alcance dos objetivos. Além • Informar os educandos e educandas dos disso, são apresentadas questões geradoras que equipamentos da Assistência Social e da Saúde contribuem para o aprofundamento das reflexões. disponíveis. Caso o educando não esteja alfabetizado será feito um planejamento específico com vistas Indicadores: estabelecer contato com o serviço que o atende • Quantidade de e-mails criados; para possíveis encaminhamentos para escolas que • Quantidade de currículos produzidos pelos atendem a EJA. Se o educando estiver alfabetizado, é disponibilizado o material do 6Instituto Nacional de educandos; Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), podendo • Relatos dos educandos de reestabelecimento ser realizadas atividade que contribuam para a identificação das dificuldades acerca dos conteúdos de vínculos familiares e intrapessoais e habilidades destinados ao ano em que o educando interrompidos; parou de estudar com vistas a desenvolvermos • Relatos de melhora da autoestima do educando e propostas de intervenções e estudos. da ressignificação de seu autoconceito; Nos primeiros dias da Oficina, os educandos • Quantidade de acessos dos educandos e são orientados quanto aos formatos que as pessoas educandas aos equipamentos da Assistência jovens e adultas são atendidas na modalidade da EJA, Social e da Saúde. inclusive sobre a prova do 7Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos Avaliação da Oficina: (ENCCEJA) elaborada a partir dos conteúdos da • Ao final da oficina cada educando preencherá matriz de referência para a EJA e quando aprovado sua autoavaliação (vide anexo 3) nesta avaliação, tem a possibilidade de adquirirem o certificado MÓDULO 1 que é válido para prosseguir os estudos (este processo acontece Carga horária / dia 3h anualmente de acordo com a agenda das provas organizado Dias da Semana 1 dia (3ª ou 6ª) pelo MEC). São realizadas atividades Carga horária / semana 3h Carga horária / mês 3h x 4 = 12h Carga horária total 10h x 15 = 150h 28

7. Plano de ação das atividades e oficinas com gêneros textuais focando nos textos dos educandos e educandas temos a oportunidade autobiográficos, a partir das histórias sobre de aprofundar com o apoio de diferentes estudos. diferentes pessoas e a garantia de momentos para O lugar do lazer e da cultura são possibilidades de que o educando reflita sobre sua própria história reflexão a partir das experiências de vida. e se houver interesse será convidado a escrevê-la. Com o objetivo de sistematizar e materializar O trabalho de gramática e ortografia acontecem a as aprendizagens e as reflexões vivenciadas durante partir das produções dos educandos e educandas e o curso é feito um planejamento com os educandos identificadas nos diferentes estudos. e educandas de um almanaque. A consolidação deste Outra dimensão estudada e refletida durante material possibilita a eles perceberem o caminho as aulas e para além delas é o conceito de lazer. trilhado. Inicialmente, o objetivo é identificar o que entendem A seguir, conteúdos: como lazer e a partir das diferentes compreensões CONTEÚDOS AULA TEMA OBJETIVO Apresentação/ Leitura do 1 Mundo inicial/ Identificação de Conhecer as expectativas dos educandos e educandas; expectativas/ Contextualização Apresentar o cenário de atendimento da modalidade da EJA; do cenário da EJA 2 Identidade e origem Construir um painel de escritas e materiais que retratam a identidade deste grupo; 3 Estudo dos gêneros textuais/ Identificar características de autobiografias, diferenciando de O que é autobiografia outros gêneros textuais; 4 História da Carolina de Jesus/ Conhecer histórias de vida de algumas pessoas relacionando Lazer com as histórias pessoais; Refletir sobre o conceito de lazer estabelecendo relação com as práticas exercidas; 5 História da Sila/ Conhecer histórias de vida de algumas pessoas relacionando Lazer com as histórias pessoais; Refletir sobre o conceito de lazer estabelecendo relação com as práticas exercidas; 6 História do prof. Dr. Roberto da Conhecer histórias de vida de algumas pessoas relacionando Silva/ Lazer com as histórias pessoais; Refletir sobre o conceito de lazer estabelecendo relação com as práticas exercidas; 7 História da Anita Garibaldi/ Conhecer histórias de vida de algumas pessoas relacionando Lazer com as histórias pessoais; Refletir sobre o conceito de lazer estabelecendo relação com as práticas exercidas; 8 Avaliação da primeira etapa do Avaliar os objetivos e a metodologia da oficina; curso/ Zoom 29

7. Plano de ação das atividades e oficinas AULA TEMA OBJETIVO Planejamento da produção 9 escrita/ Retomada dos registros Planejar com os educandos e educandas a publicação do curso; pessoais 10 Visita cultural Possibilitar a ampliação do repertório de lazer; 11 Estudo do material do ENCCEJA Conhecer e mapear os conhecimentos escolares dos educandos e educandas; 12 Revisão do almanaque Revisar a produção dos educandos e educandas; 13 Planejamento da formatura Planejar as falas para a formatura; 14 Ensaio e retomada da formatura Ensaiar as falas elaboradas pelos educandos e educandas para a formatura; 15 Avaliação do curso Avaliar o curso a partir dos objetivos e metodologia. Objetivos específicos: próximas a localização dos educandos e • Fomentar o interesse dos educandos e educandas educandas; • Produzir material que sistematiza e registra o para a conclusão da escolarização da educação processo de aprendizagem. básica; • Contribuir para o desenvolvimento das Indicadores: potencialidades dos educandos acerca do seu • Regularização da documentação escolar processo de ensino e aprendizagem; • Desenvolver aspectos relacionados à leitura, (históricos); escrita e conhecimento matemático dos • Produção de materiais a partir das temáticas educandos; • Desenvolver aspectos relacionados ao trabalhadas como autobiografias, cordéis, autoconhecimento por meio de estudos e cartazes etc. reflexões. • Matrículas realizadas no EJA; • Fomentar a reflexão acerca do lazer e cultura • Encaminhamento para a alfabetização inicial e sua importância na vida dos educandos e daqueles que chegam na condição de não educandas. alfabetizado. Metas: Avaliação: • Estabelecer contato com pelo menos 50% • A avaliação será processual, a cada 8 encontros das escolas dos educandos e educandas que será realizada uma avaliação com o uso de um estejam participando do curso para viabilizar instrumental, pautada pelo diálogo a fim de os históricos escolares daqueles que ainda não contribuir com o replanejamento das ações. O possuem; portfólio de cada educando contribuirá para • Estabelecer vínculo com as escolas que estão que ao final do curso possamos observar as aprendizagens. 30

7. Plano de ação das atividades e oficinas MÓDULO 1 Carga horária / dia 3h Dias da Semana 1 dia Carga horária / semana 1 x 3h = 3h Carga horária total 3h x 15 = 45h 31

REFERÊNCIAS Altieri, Miguel; Nicholls, Clara I. Agroecología - FUJISAKA, A. P. ; CARRENHO, E. (2012) . Teoría y práctica para una agricultura sustentable. Desenvolvimento humano na Abordagem Centrada Arquivado em 16 de junho de 2015, no Wayback na Pessoa: a tendência à atualização e as atitudes Machine. 1ª ed. México: PNUMA, 2000. facilitadoras como caminho para o crescimento. In: Marian Ávila de Lima e Dias; Karina Okajima BRASIL. Constituição da República Federativa do Fukumitsu; Aurélio Fabrício Torres de Melo. Brasil. Senado Federal. Brasília, 1988. (Org.). Temas contemporâneos em psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Vetor. p. 114 -146. BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Lei 9394/96: Lei de Diretrizes e Bases da Educação HENDERSON, Danielle Freitas. Permacultura: Nacional. Brasília: 1996. as técnicas, o espaço, a natureza e o homem. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Parecer DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE ceb 11/2000. Diretrizes curriculares nacionais para ANTROPOLOGIA, 2012 a educação de jovens e adultos. Brasília: MEC, 2000. FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio de BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Janeiro: Paz e Terra, 1987. Secretaria Nacional de Assistência Social. Política Nacional de Assistência Social. Brasília, 2004 PRIMAVESI, A. M. Agroecologia e Manejo do Solo. Revista Agriculturas: experiências em agroecologia, BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara vol. 5, nº 3 - Manejo sadio dos solos. [3][ligação de Educação Básica. Resolução Nº. 1/2000, de 3 inativa] Acessado em 3 de junho de 2010. de julho de 2000, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens PINTO, M. A. S. A. Abordagem Centrada na Pessoa e e Adultos. Disponível em: <https://siteantigo. Seus Princípios. In: Carrenho, E.; Tassinari, M. A., & portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/ Pinto, M. (2010). Praticando a Abordagem Centrada fundamentacoes-sobre-vulnerabilidade-e-risco- na Pessoa - dúvidas e perguntas mais freqüentes. social/39619> . Acesso em 20 de março de 2020. São Paulo: Carrenho Editorial p 57 - 93. Caporal, F. R., Costabeber, J. A., Paulus, G. ROGERS, C. R.; WOOD, J. K. (1978) Teoria Centrada Agroecologia: matriz disciplinar ou novo paradigma no Cliente: Carl R. Rogers. In: BURTON, A. Teorias para o desenvolvimento rural sustentável. Brasília: Operacionais da Personalidade. Rio de Janeiro: 2006. Acessado em 2 de junho de 2010. Imago. Declaração de Hamburgo de Educação de Adultos. Rogers, C. R. (1997). Tornar-se pessoa. (5a ed., M. 1997. Disponível em: http://www.cefetop.edu.br Ferreira, A. Lampareli, Trad.).São Paulo: Martins Fontes. (Originalmente publicado em 1961) KINGET, G. M., ROGERS, C. R. (1977) Psicoterapia & Relações Humanas: teoria e prática da terapia não-diretiva 1. (M. H. Bizzoto, Trad.). Belo Horizonte: Interlivros. 32

ANEXOS ANEXO 1 - PIA 1. IDENTIFICAÇÃO Data de entrada no serviço: ____/____/______ Nome completo: _______________________________________________________________________________ Nome social: __________________________________________________________________________________ Filiação: Mãe: _________________________________________________________________________________________ Pai: __________________________________________________________________________________________ Data Nascimento: ____/____/______ Idade: _________ Nacionalidade: ________________________________ Cidade de Nascimento: _____________________________________________________________ UF: ________ Telefone para Contato: ( ) ____________________ No caso de emergência gostaria que avisássemos alguém? ( ) Não ( ) Sim Nome: __________________________________________________________ Tel: __________________________ Se estrangeiros: LocalidadedeProcedência:______________________________________País:_____________________________ Chegada no Brasil: ____/____/______ Chegada em São Paulo: ____/____/______ Gênero: ( ) Agênero ( ) Cisgênero ( ) Transgênero ( ) Bigênero ( ) Não-Binário gênero ( ) Gênero Fluido ( ) Outro: _____________________________ Cor ou Raça: ( ) Amarelo ( ) Branco ( ) Indígena ( ) Negro ( ) Pardo ( ) Outro _____________________________ Deficiência: ( ) Não ( ) Sim. Se sim, ( ) Física ( ) Visual ( ) Auditiva ( ) Cognitiva Especifique: ___________________________________________________________________________________ 2. ESTADO CIVIL ( ) Casado(a) ( ) Solteiro(a) ( ) Divorciado(a) ( ) Separado(a) ( ) Viúvo(a) 3. SITUAÇÃO CONJUGAL 33

9. Anexos Companheiro(a): _______________________________________________________________________________ Telefone: _____________________________________________________________________________________ Endereço: ____________________________________________________________________________________ Filhos(as): ( ) Não ( ) Sim Quantos: _________ Nome: ________________________________________________________________________ Idade: _________ Nome: ________________________________________________________________________ Idade: _________ Nome: ________________________________________________________________________ Idade: _________ 4. DOCUMENTAÇÃO RG: ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº____________________________________________________________ RNE (só para estrangeiros): ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº______________________________________ CPF: ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº________________________________________________________ NIS (Nº Bolsa Família): ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº___________________________________________ PIS/PASEP: ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº__________________________________________________ CTPS: ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº_______________________________________________________ Título de Eleitor: ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº___________________________________________ Reservista: ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº__________________________________________________ SUS: ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº_______________________________________________________ Bilhete Único: ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº_________________________________________________ CNH: ( ) Sim ( ) Não ( ) Perdeu nº_________________________________________________________ Calçado nº: ____________ Roupa nº: ________________________________ 5. EXPECTATIVA Qual a sua expectativa com o curso? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ 6. INFORMAÇÕES PROFISSIONAIS Profissão: ___________________________________ Ocupação: ________________________________________ Quanto tempo está desempregado (a): Meses ____________________ ( ) Nunca Recebe algum benefício: ( ) Não incluído ( ) BPC ( ) Bolsa Família ( ) Renda Cidadã Renda: R$ ____________________________ 7. REFERÊNCIAS FAMILIARES Mantém contato: ( ) Sim ( ) Não Nome: ______________________________________________ Grau de Parentesco: _______________________ Nome: ______________________________________________ Grau de Parentesco: _______________________ Nome: ______________________________________________ Grau de Parentesco: _______________________ Outros/Nome: _________________________________________________________________________________ 34

9. Anexos 8. SITUAÇÃO DE VIDA (assinale a situação atual somente uma alternativa) Grau de Instrução: ( ) Analfabeto ( ) Semianalfabeto (assina o nome) Ensino Fundamental ( ) Completo ( ) Incompleto - Série: __________ Ensino Médio ( ) Completo ( ) Incompleto - Série: __________ ( ) Técnico __________ Nível Superior ( ) Completo ( ) Incompleto - Série: __________ ( ) Educação de Jovens e Adultos (EJA) Possui interesse em retomar os estudos? ( ) Sim ( ) Não Possui o Histórico Escolar? ( ) Sim ( ) Não Nome da ultima escola que estudou ____________________________________________________ UF _______ 9. SITUAÇÃO DE VIDA Centro de acolhida atual: ________________________________________________________________________ Centros de Acolhida frequentou: _________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 1. Quais motivos te levaram à situação de Rua: ( ) Desemprego ( ) Alcoolismo ( ) Conflitos familiares ( ) Dependência química ( ) Perdas familiares ( ) Outros: _______________________________________ 2. Quanto tempo está em situação de rua: ( ) Menos de 1 mês ( ) 1 a 3 meses ( ) 3 a 6 meses ( ) 6 meses a 1 ano ( ) 1 a 2 anos ( ) 2 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) Mais de 10 anos ( ) Não especificado 3. Egresso do sistema penitenciário: ( ) Sim ( ) Não Se sim, o processo já está finalizado ( ) Sim ( ) Não 4. UBS Referencia: ______________________________________________________________________________ 5. Problemas de saúde? ( ) Sim ( ) Não Se sim, quais? ( ) Diabetes ( ) Hipertensão ( ) Cardíaco ( ) Depressão ( ) DST ( ) Tuberculose ( ) Pneumonia ( ) Esquizofreni ( ) Ansiedade ( ) Bipolaridade ( ) Outros _________________________ 6. Uso de medicamentos contínuos? ( ) Sim ( ) Não Se sim, quais? _________________________________________________________________________________ 7. Fez ou faz uso de drogas lícitas ou ilícitas ao longo da vida? ( ) Sim ( ) Não Se sim, quais? ( ) Álcool ( ) Tabaco ( ) Maconha ( ) Cocaína ( ) Crack ( ) Outros ____________________________________________________________________________________ 7.1. Qual a droga de impacto? _____________________________________________________________________ 7.2. Quando foi a última vez do uso desta droga? _____________________________________________________ 8. Fez/Faz algum tratamento para dependência? ( ) Sim ( ) Não Onde? ____________________________________________________________________________________ 35

9. Anexos 9. Qual o seu projeto de vida a curto prazo? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 10. Qual(ais) a(s) maior(es) dificuldade(s) para realizar seu(s) projeto(s)? 10.1. Emocionais e Psicológicos ( ) Medo ( ) Insegurança ( ) Angústia ( ) Sente-se incapaz de iniciar algo ( ) Solidão ( ) Outros: ______________________________________________________________________ 10.2. Biossociais ( ) Desemprego ( ) Dependência química ( ) Saúde ( ) Dificuldades familiares ( ) Baixa escolaridade ( ) Outros: ___________________________________ Demandas: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ Encaminhamentos: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _______________________________________________ Acolhido _______________________________________________ Técnico responsável 36

9. Anexos ANEXO 2 - EDAO Nome: _______________________________________________________________________________________ Data de atendimento: ____/____/______ 1. PRODUTIVIDADE Área relacionada aos aspectos produtivos do sujeito. (Levantar histórico profissional, estudos, áreas de interesse, habilidades, planos para o futuro, o que fez nos últimos tempos etc.) _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ O que pode ser desenvolvido nesta área de sua vida? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Como pode realizar isso? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Padrão Relacional: _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Avaliação: ( ) Adequada ( ) Pouco adequada ( ) Pouquíssima adequada ( ) Resolução do problema ( ) Tem satisfação ( ) Não gera conflito Estágio de Mudança: ( ) Pré-contemplativo ( ) Contemplação ( ) Preparação ( ) Ação 2. ORGÂNICO Aspectos relacionados à saúde física, mental e emocional do sujeito (Como está a saúde física, mental e emocional? Qual sua disposição para a realização de tarefas do cotidiano? Pratica algum esporte? Faz/fez uso de SPA’s? Realiza algum acompanhamento de saúde?) 37

9. Anexos _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ O que pode ser desenvolvido nesta área de sua vida? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Como pode realizar isso? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Avaliação: ( ) Adequada ( ) Pouco adequada ( ) Pouquíssima adequada ( ) Resolução do problema ( ) Tem satisfação ( ) Não gera conflito Estágio de Mudança: ( ) Pré-contemplativo ( ) Contemplação ( ) Preparação ( ) Ação 3. AFETIVO-RELACIONAL Aspectos afetivos, vínculos e outras maneiras de se relacionar (Como foram suas relações ao longo de sua vida? Quais vínculos estabelecidos atualmente? Como é sua relação com sua família?) _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ O que pode ser desenvolvido nesta área de sua vida? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ Como pode realizar isso? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ 38

9. Anexos Avaliação: ( ) Adequada ( ) Pouco adequada ( ) Pouquíssima adequada ( ) Resolução do problema ( ) Tem satisfação ( ) Não gera conflito Estágio de Mudança: ( ) Pré-contemplativo ( ) Contemplação ( ) Preparação ( ) Ação 4. SOCIOCULTURAL Aspectos relacionados aos fatores ambientais e externos aos quais o sujeito possui acesso e questões ao seu cotidiano (Como é seu dia-a-dia? Quais afazeres possui? Possui alguma crença religiosa? O que faz para se distrair, ocupar o tempo? O que mais gostaria de fazer para preencher seu tempo?) _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ O que pode ser desenvolvido nesta área de sua vida? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Como pode realizar isso? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ Avaliação: ( ) Adequada ( ) Pouco adequada ( ) Pouquíssima adequada ( ) Resolução do problema ( ) Tem satisfação ( ) Não gera conflito Estágio de Mudança: ( ) Pré-contemplativo ( ) Contemplação ( ) Preparação ( ) Ação 5. OBSERVAÇÕES _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ Acolhido Técnico responsável 39

9. Anexos ANEXO 3 - AVALIAÇÃO OFICINA PSICOLOGIA Nome: _______________________________________________________________________________________ Data: ____/____/______ Preencha as respostas a seguir. Caso tenha dificuldade em escrever, solicite ajuda a um educador. 1. O que mais te marcou nessa oficina? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 2. Conte algo que aprendeu nessa oficina. _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 3. Você mudou a sua imagem sobre si ao longo desse curso? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 4. Você passou a se relacionar com pessoas que não se relacionava antes? Isso é, você ampliou sua rede de interpessoal? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 5. Você restabeleceu contato com familiares? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 6. Você passou a ser mais responsável pela sua vida? Como? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ 40

9. Anexos 7. Ao longo do curso você passou a fazer alguma nova atividade na sua rotina fora da Horta? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ 8. Você tem alguma sugestão ou comentário para melhorar a oficina? _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ AGRADECEMOS SUA PARTICIPAÇÃO NO CURSO!!! 41

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