Capítulo XII: Utopias de um Mês de Verão -

ESPECULATÓRIO CAPÍTULO XII \"Utopias de um Mês de Verão\" AGOSTO 2017

Agosto 2017 2 ÍNDICE 27 ESTANTE ESPECULATIVA Páginas que WARGAMING POUPANÇA: MORDHEIM 14 dão Asas O JOGO NOS JOGOS NARRATIVOS: SEGUNDA PARTE - A ESPETACULARIDADE EM JOGO 22 Lancem Iniciativas MEMORIES OF RIUNN: PARTE IV 28 Folhas e ESCRITA: PESSOAS NARRATIVAS PARTE II - TERCEIRA PESSOA 10 Rabiscos AVENTURAS FANTÁSTICAS 32 Especulando CALENDÁRIO DE EVENTOS 13 a Realidade MAIS UM ANO, MAIS UM SCI-FI LX 18 Uma Caixa KICKSTARTER DO MES: THE BRIGADE 31 Cheia de Peças A UTOPIA ESTÁ NOS OLHOS DO AUTOR 4 DIÁRIO DE UM INTERNAUTA PERDIDO NO ESPAÇO ESPECULATIVO 26 Outras Especulações

Ficha Técnica EDITORIAL 3 EspeculatórioRevista Especulatório – Capítulo XII: Utopias de umMês de Verão - Agosto 2017 Bem, chegámos ao mês 12 da nossaISSN: 2183-8682 Revista Especulatório. Estamos deProprietários, autores, produtores, editores, parabéns! E queremos agradecer a todosdesigners…enfim, tudo: Equipa Especulatório e todas as que têm acompanhado estaEsta revista foi escrita ao abrigo do antigo Acordo viagem pela ficção especulativa.Ortográfico. O conteúdo editorial da revista é da totalautoria do EspeculatórioQueremos deixar claro que Para marcar o Capítulo XII e paranão estamos afiliados com as entidades que aqui celebrar o mês em que habitualmentedivulgamos nem podemos ser responsabilizados pela deitamos a chave do escritório pela janelaqualidade de eventos exteriores à organização do e vamos de férias, o tema não poderia serEspeculatório. outro – bem-vindo ao mês das Utopias!Porque reconhecemos a igualdade de género comoum Direito Humano e queremos promover a sua É verdade que nas utopias também seconcretização até na escrita, onde se lê “o” deve ler- escondem conflitos e preocupações…se “a” sempre que aplicável..Contacto: [email protected] Mas porque queremos que este mês elas só aconteçam nas páginas e não na EQUIPA DO ESPECULATÓRIO vida real, atrevam-se a descobri-las aqui enquanto fogem das preocupações que MARIA INÊS SANTOS vos assolam os restantes 11 meses do Educação para a Cidadania Global ano! ocupa-me 35 horas semanais, ser geek ocupa-me a vida toda. Viciada Para o Especulatório, a busca por em ler sempre,boardgamer ocasional uma utopia, um mundo perfeito que não e jogadora de D&D novata existe, parece-nos a desculpa perfeita CARLOS ALMEIDA para novos jogos e livros. Programador durante o dia, geek inveterado durante... bem, sempre! Esse Mundo sem igual poderá estar já Seja com boardgames, RPGs livros, ao virar da página do livro de regras de filmes, series, jogos de computador e um jogo de tabuleiro novo. consola, vão sempre encontrar-me a fazer qualquer coisa geek! Boas férias! INÊS FRAGATA Sou uma Bióloga Evolutiva que tem uma paixão por jogos, livros e RPG’s. Um dos meus projectos é tentar criar um jogo que permita juntar os meus hobbies e a biologia! CATARINA SANTOS Estudei Biologia da Conservação por gosto, trabalho à secretária por necessidade, mas as minhas paixões incluem a escrita, os livros e todo o tipo de jogos.! Viciada em podcasts, webseries e clubes literários. DIOGO FIGUEIREDO Biologia, cozinha, eletricidade, vários oficíos mestre de nenhum. Gigantesco nerd por comida, cerveja, RPG’s, videojogos, boardgames, cinema e continuamente em busca de mais.

Outras EspeculaçõesAgosto 2017 4 A UTOPIA ESTÁ NOS OLHOS DO AUTOR.. Já que no mês passado falámos sobre todos estes ideais são incorporados, já que muitas vezes entram em conflito. distopias e como estamos a entrar no tradicional mês de férias,faz sentido dedicarmo-nos agora Uma coisa que me espantou, foi na aos Mundos Utópicos na ficção especulativa. verdade a quantidade de obras em que existe a descrição de Utopias. Isto porque numa Uma coisa que aprendi sobre o termo utopia, supostamente, não existe um conflito Utopia é que na verdade a palavra original, óbvio (pensava eu!) para levar ao desenrolar que vem do grego, quer dizer lugar que não da história. No entanto, aprendi que existem existe, mas o seu significado foi-se misturado várias formas de desenhar utopias, e que com o da palavra Eutopia, que descreve um podem muitas vezes ter falhas. lugar bom. Misturando os dois, temos então Utopia como descritor de uma sociedade ou Na verdade os conflitos das Utopias podem mundo ideal que não existe. ser classificados em termos gerais em conflitos internos ou externos, sendo que os externos Os mundos ou sociedades utópicas são são os menos provocativos para a consistência construídos normalmente à volta de ideais da nossa utopia.Ou seja,se a nossa sociedade específicos, sejam eles sociais, económicos, perfeita é ameaçada por outras sociedades ou religiosos,políticos,ecológicos ou tecnológicos. mesmo outros povos, então não tem de haver No entanto, é relativamente difícil (senão necessariamente uma falha na nossa Utopia, mesmo impossível) escrever uma utopia onde e o conflito centra-se na questão de como é

Outras EspeculaçõesS 5 Especulatório.. que a sociedade vai lidar com a ameaça externa. batalhas (com armas e com papel) e muita Os conflitos internos já são um pouco mais modificação da forma de pensar de muitas pessoas. difíceis, porque aí corremos o risco de criar uma distopia. Se existe um conflito interno é porque, Se quiserem saber mais sobre os vários ou existe insatisfação na população, o que quer Mundos Utópicos que podem ser construídos dizer que as coisas não são assim tão utópicas, à volta dos vários ideais, alguns exemplos ou então porque os ideais em que a sociedade na ficção especulativa e também possíveis foi moldada são prejudiciais para algumas partes conflitos que podem ser gerados, dêem uma da sociedade. espreitadela ao esquema abaixo! É claro que um ponto que até nem é muito Boas férias! explorado em Utopias é o percurso de criar uma. Confessem,até seria uma coisa muito gira de ver, Inês porque suponho que seja cheio de altos e baixos,

Outras EspeculaçõesAgosto 2017 6 IDEAIS U Económicos Nestas sociedades, ou mundos, é muitas vezes abolido o uso de dinheiro e as pessoas trabalham para um bem comum. Outro dos sistemas é que toda a gente recebe o mesmo dinheiro e tem acesso às mesmas coisas,de modo a que toda a gente tenha a mesma riqueza.Curiosamente,este tipo de pensamento é muito ligado ao Socialismo e apareceu como resposta ao desenvolvimento do Capitalismo! Exemplos: “Looking Backward”,“News from Nowhere” e “Modern Utopia”.Politico-Sociais Caracterizadas pela existência de paz entre povos e sociedades multiculturais, estas Utopias focam-se na coexistência entre mundos diferentes (às vezes mesmo fora da Terra). A sociedade ou mundo permite a coexistência de várias culturas e acolhe todas a gente.Alguns tipos de utopias focam-se maioritariamente na igualdade entre pessoas,raças e géneros.Muitas vezes abolem mesmo a sexualidade ou formam socie- dades com apenas um género. No entanto, isto não impede que haja uma certa estratificação de classes, principalmente se houver muitas raças à mistura. Exemplos: “Andromeda: A Space-Age Tale”, “Men like Gods”, “Herland”,“Woman on the Edge of Time”Religiosos Muito semelhante às utopias políticas e sociais, estas Utopias contêm muitas vezes vários credos a coex- istir dentro de uma sociedade. Existe também a alternativa de ter uma só fé, mas que toda a sociedade se rege por essa fé e vive em comunhão. Em qualquer um dos casos, a tolerância, comunhão e a igualdade entre membros da comunidade são os factores em que maior parte dos autores se focam. Um pormenor giro é que este tipo de utopias levou ao nascimento de várias comunidades reais, com todos os membros pertencentes a um credo a viver segundo ele, mas nenhuma conseguiu durar muito tempo. Exemplos: “Utopia”, “City of God”

Outras EspeculaçõesUTÓPICOS 7 EspeculatórioConflitos: Como podem imaginar, um dos conflitos associados a este tipo de Utopia é o dehaver pessoas que querem mais do que os outros, ou que não querem trabalhar se já têm odinheiro garantido.Outro dos conflitos que se pode também gerar, advém da falta de atençãoaos aspectos sociais, tais como estratificação, desigualdades entre sexos ou entre raças.Conflitos: Muitas vezes devido à convivência entre muitas raças diferentes, é difícil haveruma coexistência pacífica e é fácil haver influências exteriores (ou mesmo de dentro dasociedade) que queiram explorar antigas quezílias. É claro que existe sempre a possibili-dade de que é tudo uma farsa e a suposta utopia é na verdade uma distopia.Conflitos: Utopias em que existe apenas uma fé,que toda a gente tem o mesmo credo,sãodifíceis de manter,já que as pessoas questionam e mudam de opinião.Ao mesmo tempo,umautopia onde toda a gente pode acreditar em fés diferentes, pode levar a que membros deuma particular fé queiram impor essa mesma fé a toda a gente, ou que comecem a sabotara sociedade de modo a conseguirem mais gente para a sua própria fé. E o que acontecequando alguém de fora tenta impor a sua fé?

Agosto 2017 8Outras Especulações Ecológicos Numa Utopia focada no aspecto ecológico, as sociedades vivem em comunhão com a natureza, tirando aquilo que precisam e mantendo o equilíbrio com o sistema à sua voltaCiência e Exemplos: “Pacific Edge” ,“Ecotopia: The Notebooks and Reports of William Weston” ,“The Dispossessed” Tecnologia São talvez das Utopias mais comuns, com sociedades em que é tudo automatizado e que as pessoas não precisam de trabalhar. Não existe fome, nem doenças e muitas vezes existe engenharia genética que permite curar problemas de desenvolvimento. Toda a gente está em comunicação e as pessoas podem deslocar-se para onde querem e quando querem. Exemplos: “New Atlantis”,“Star Trek”, “Wall-e”, “Childhood’s End” , “Walden Two” POSSÍVEIS CONFLITOS EM QUE NUN Adolescentes - são sempre rebeldes, ninguém os entende, será que isso também acontece numa Utopia? A Bactérias, vírus, fungos e doenças em geral - Por mais Utópica que uma sociedade seja, isso não impede qu dizimar a população? Resistência a Antibióticos - Ainda relacionado com o ponto anterior, numa sociedade Utópica, toda a gente t bióticos. Como é que eles vão lidar com isso? Vai haver espécies cada vez mais resistentes a tratamentos... Festas - se existe uma Utopia, então as pessoas devem poder fazer festas. Se sim o que é acontece a todos alhar no dia seguinte? Álcool, tabaco e drogas - E quanto ao abuso de substâncias viciantes? Não existiram nas Utopias? Mas tenh Espalhar a sua própria Utopia - Quando as pessoas vivem em mundos Utópicos podem querer que outros partir de um herói que quer ajudar outras pessoas e espalhar a mensagem da Utopia na sua sociedade nat

Outras Especulações 9 Especulatório Conflitos: Nestas Utopias é difícil haver uma exploração industrial forte, o que pode levar ao aparecimento de fome. Também pode haver o problema contrário, falta de espaço para a população inteira de modo a não destruir a natureza. Será que isso vai levar à quebra da Utopia? Ou então se existe comunhão com a natureza, nem sempre pode haver uma forte componente tecnológica, o que é acontece à televisão, internet, meios de transporte? Conflitos: As pessoas podem querer explorar universos nunca antes encontrados,e isso já se sabe que pode dar origem a muitas estórias. Como é que eles lidam com o dilema moral da engenharia genética? Ninguém sofre problemas e toda a gente é perfeita à custa de mod- ificarem as pessoas à nascença? Literalmente vamos ser todos iguais,sem traços imperfeitos que nos definam? E se há robots, tratamo-los como escravos? Será isso correcto? Existem também aquelas Utopias onde há controlo da população através de drogas, para manter as pessoas felizes. Será isso uma verdadeira Utopia?NCA NINGUÉM PENSA EM UTOPIAS... Aí de certeza que nem toda a gente está feliz! ue existam doenças e estas têm de ser tratadas. Qual é a reacção das pessoas quando existe uma doença a toma os medicamentos com conta, peso e medida, mas mesmo assim vai sempre haver resistência aos anti- os anti sociais? Esses não serão felizes de certeza. E as festas que acabam tarde e as pessoas têm de trab- ho a certeza que há pessoas que dizem que não poderiam ser felizes sem o seu tabaco ou a sua cerveja! mundos também possam viver na alegria constante em que vivem. Muitos conflitos podem ser gerados a tal.

A g o s t o 2 0 1 7 10 Folhas e Rabiscos ESCRITA: PESSOA PARTE II - TERCEI Neste capítulo vamos continuar com o Isto acontece frequentemente em épicos fantásticos onde temos um capítulo, ou talvez tema das Pessoas Narrativas e seguir para a até só uma cena, escrita do ponto de vista de Terceira Pessoa. uma personagem secundária (que muitas vezes morre no final dos seus 15 minutos de fama) VANTAGENS GERAIS para nos mostrar algo que a nossa protagonista A grande vantagem da terceira pessoa é o não sabe ainda,normalmente relacionado com número de pontos de vista que conseguem os nossos vilões,e assim aumentar a tensão da mostrar. Na 3ª pessoa podem estar mais nossa estória. à vontade com o número de personagens principais que querem escrever. São, aliás, os Como na terceira pessoa têm um só grandes elencos que ajudam a dar a percepção narrador para toda a vossa história, com um de um conto épico! Isso, e o facto de os tom narrativo igual do início ao fim, podem vossos leitores nunca saberem se uma dada escapar-se a ter que investir muito na criação personagem vai sobreviver até ao final ou não! de vozes diferentes para cada personagem - Isso ajuda também a criar um maior sentimento algo que não é possível em primeira pessoa de urgência no vosso conto. onde a voz do protagonista é das coisas mais importantes. Quando escrevem na 3ª pessoa podem mostrar coisas que a vossa protagonista Com um narrador na terceira pessoa podem não sabe, através dos olhos de uma outra descrever todo o vosso mundo através da voz personagem. narrativa, mesmo que as vossas personagens não fossem descrever o mundo dessa forma, o que vos dá mais liberdade para serem mais

Folhas e Rabiscos 11 E s p e c u l a t ó r i oAS NARRATIVAS RA PESSOApoéticos ou florais no modo de descrever o A única excepção é quando mostram osvosso cenário. pensamentos de cada personagem. Aqui têm que distinguir a voz de cada personagem nos No entanto, isto não quer dizer que as seus pensamentos.vossas personagem sejam todas escritas damesma forma! Este tipo de Pessoa Narrativa é das mais difíceis de escrever bem, mas isso não quer Devem sempre tentar descrever cada dizer que não devam tentar!cena de forma a mostrar um pouco mais dapersonalidade das vossas personagens. VANTAGENS E DESVANTAGENS Neste género de 3ª pessoa não têm que TIPOS DE NARRATIVAS NA 3ª PESSOA: escolher que personagem vai mostrar uma determinada cena, pois mostram a mente de OMNISCIENTE todas as personagens envolvidas em todas Na 3ª pessoa omnisciente têm um narrador as cenas.que sabe tudo e que está a contar uma história No entanto,é uma forma difícil porque nãomostrando o que todas as personagens estão a podem esconder muita coisa.pensar num dado momento.Um bom exemplo Se o traidor entra numa sala cheia de genteseria“Dune” em que,numa determinada cena, é preciso mostrar que ele vai trair o resto dassaltam de personagem em personagem e pessoas presentes (como acontece em“Dune”).sabem o que todas as personagens sabem e A tensão tem que vir de os vossos leitorespensam. Neste tipo de 3ª pessoa têm mesmo saberem que algo de mau vai acontecer a estasque ter apenas uma voz uniforme para toda personagens,e não de ficarem na dúvida sobrea história, quase como se alguém estivesse o que vai acontecer a seguir.a contar a história aos vossos leitores.

A g o s t o 2 0 1 7 12 Folhas e Rabiscos de outras personagens, nem nada que a vossa personagem não veja ou oiça! Nem sempre é algo fácil de conseguir transmitir bem! Têm é que ter cuidado com os erros de pontos de vista - ou seja, cenas em que mostram algo LIMITADA que a personagem não está a ver ou que não Na 3ª pessoa limitada o narrador existe, pode saber. Por exemplo, se o Zé está sentado e também conta uma uma história, mas de costas para a porta não podemos escrever normalmente através dos olhos de uma que a Margarida entrou na sala, mas sim que o personagem particular para uma dada cena Zé ouviu a porta a abrir, pois o Zé não saberia e apenas mostra o que essa personagem quem entrou pela porta. está a pensar. Podem mostrar o que vários protagonistas estão a ver e a pensar trocando Querem manter os pontos de vista de todas de personagem entre cenas ou capítulos,como as personagens diferentes para o leitor saber por exemplo em “The Game of Thrones”, em imediatamente que ponto de vista está a ler. que cada capítulo é focado numa personagem diferente. Uma forma de o fazer é tornar todas as Este género de 3ª pessoa é o padrão de descrições relevantes para a personagem que as quase todos os épicos (e outros géneros). está a ver.Por exemplo,se a vossa personagem é um lorde então têm que descrever o mercado VANTAGENS E DESVANTAGENS da aldeia de uma forma; se a vossa personagem Neste tipo de 3ª pessoa têm um maior for um ladrão terão que descrever a mesma foco na personagem, algo que é também uma cena de outra forma porque as coisas que as vantagem da primeira pessoa,logo conseguem personagens vão reparar vão ser diferentes. Se o melhor dos dois mundos! as descrições forem feitas através dos olhos Conseguem ter vozes diferentes para cada da personagem que estão a escrever num personagem, sem terem que ser tão diferentes determinado capítulo, tal contribui também como em 1ª pessoa, porque usam o nome das para a caracterização dessa personagem personagens e não o “eu”. Em cada cena escolhem uma personagem Também conseguem esconder coisas do leitor, para seguir e não podem mostrar pensamentos e das outras personagens, através da escolha da personagem que descreve certas cenas ou

mostrando que uma dada personagem tem Folhas e Rabiscos 13 E s p e c u l a t ó r i ouma boa razão, ou um estilo de personalidadeparticular, que justifique não querer pensar contradição com o que o narrador descreve,no assunto que estão a tentar esconder. No pode ser um excelente ponto de conflito paraentanto,os vossos leitores vão tomar isso como a história.uma promessa que eventualmente vão revelaro segredo, por isso não os desapontem! CONCLUSÃO Agora que têm uma melhor noção dos É mais difícil ter uma personagem que tipos e problemas de cada Pessoa Narrativa,minta ao leitor, mas quando se consegue e se escolham uma e partam à aventura! O quemostra que aquilo que a personagem pensa é o interessa é que escrevam.oposto do que diz,e que está também em óbvia CatarinaCALENDÁRIO DE EVENTOSOutras Especulações Webcomic9-13 ~ Worldcon 75-The 75th World Science Fiction Convention Helsinki, Finlândia, das 12:00h às 18:00h 18ISS-1Tá,9bLa~idsMobeodnaass-a1lS5de:o0xGt0ahr-ufàpesoir0ad1ed:0Ba0osha1rd8g:0a0mheràssde01L:i0sb0ohaeSe1e0g-,2A0le~m1asnthMae, ddaiesv1a2l-:W00ohrldà-sC1o8n:v0e0nhtion

Lancem IniciativasA g o s t o 2 0 1 7 14 WARGAMING POUPA Wargaming Poupança é o primeiro de uma série de artigos, da autoria do nosso convidado maneira barata e rápida, e com muito pouco investimento. Quem sabe, talvez muitos de voc Quantos de nós já não admirámos aquelas unidades. Também em termos de acessórios de jogo, muita atenção é dada ao cenário do colecções de miniaturas nas vitrines das lojas terreno na mesa (que muitas vezes tem o objec- de jogos? E nos imaginamos a comandar uni- tivo de parecer tão realista como as próprias dades militares ou esquadroes em missões miniaturas). especiais? Ao contrário de jogos de tabuleiro ou RPGs, Mas para muitos de nós, olhando para o normalmente não existe quadriculas para preço das figuras mínimas necessárias para contar o movimento das unidades: o movi- jogar, e a nossa carteira, rapidamente decidi- mento é controlado por meio de uma régua/fita mos que provavelmente conseguimos arranjar métrica, garantindo maior liberdade de movi- um hobby novo mais barato. mento as unidades e permitindo ao terreno da mesa parecer o mais realista possível. O QUE É O WARGAMING? O formato de wargaming de mesa foi o pro- Um jogo de skirmish (escaramuça) situado genitor dos jogos de roleplay de combate medi- no universo de ‘Warhammer Fantasy Battles’, eval, como ‘Dungeons & Dragons’ (que teve Mordheim é um bom wargame introdutório origem nas regras wargaming ‘Chainmail’). para os jogadores mais familiarizados com Este tipo de jogo consiste tipicamente no RPGs de papel e lápis como ‘Dungeons & jogador comandar unidades militares de sol- Dragons’. Mordheim é um misto de skirmish dados, que avançam no terreno de batalha táctico de mesa com muitos elementos de role- (uma mesa) por meio de manobras tácticas e play, que pode ser jogado por 2 jogadores ou estratégicas, para entrar em combate corpo- em versão multiplayer. a-corpo com as unidades inimigas da maneira mais favorável. No wargaming, muito ênfase O QUE PRECISO PARA COMECAR? é dado à estratégia de movimentação das As regras de Mordheim foram disponibilizadas

Lancem IniciativasANÇA: MORDHEIM 15 E s p e c u l a t ó r i o o Nuno Martins, demonstrando como é possivel entrar no hobby do wargaming de uma cês até já tenham miniaturas suficientes em casa, de outros jogos, para começar a jogar!de graça pela Games Workshop há vários anos, representar o terreno. Isto inclui edifícios emem formato PDF. Neste momento podem ser ruínas,árvores,colinas e muralhas,e para real-encontradas facilmente pela internet, junta- ismo adicional um tapete de jogo (represen-mente com muitos outros suplementos para o tado erva, rochas ou a calçada duma cidade).jogo. Podem encontrar uma lista das regras esuplementos aqui. Como o jogo envolve armas como arcos e flechas, bestas, pistolas e mosquetes, peque- Cada jogador necessita de 12-20 miniaturas nas peças de cenário (como árvores, rochas,(escala de 23-25mm) representando os guer- muros, etc.), são essenciais para dar coberturareiros do bando que pretende controlar.A gama as figuras e evitar que seja demasiado fácilde miniaturas vendida pela Games Workshop acertar com armas à distância.cobre todos os bandos para os quais existemregras, e devido a muitas envolverem monta- COMO SE JOGA?gem e colagem de peças diferentes (sem falar Cada jogador controla um bando/equipa dena pintura) proporcionam ao jogador custom- guerreiros que são representados na mesa porizar os seus guerreiros para que se pareçam miniaturas individuais. O período é fantástico-com as regras que os representam.Além disso, medieval mas com elementos de armas deserá necessário uma mesa de 4x4 ft (122x122 fogo, semelhante ao Renascimento Europeu.cm) como superfície de jogo, e material para Cada jogo/batalha passa-se no contexto SOLUCOES DE MESAS DE JOGOA solução mais prática é encontrarem uma loja local onde se venda e jogue wargames, que muitoprovavelmente já possui um leque de terreno para os clientes jogarem,de graça ou por uma quantiamuito barata (~1-3 euros/dia). Para os mais aficionados, podem coleccionar o próprio terreno emcasa, usando as opções mais detalhadas em plástico e mesmo modelagem, ou optando por edifí-cios em cartão impressos (ou uma mistura dos dois).

A g o s t o 2 0 1 7 16 Lancem Iniciativas Agora, vários bandos de guerreiros sem escrúpulos aventuram-se pela cidade arruin- duma missão, em que existem objectivos e ada em busca de fragmentos do cometa, que instruções sobre como dispor o cenário na possuem apropriadas místicas, e conseguem mesa.Depois de cada batalha,os guerreiros de ser vendidos a preço alto. Infelizmente, essas cada bando que caíram em batalha vão desco- mesmas propriedades místicas contamina- brir (ao rolar numa tabela) o quão graves foram ram a cidade, e todo um tipo de assombra- as suas feridas. ções, eventos sobrenaturais e mutantes agora dominam o local. Se sobreviverem ganharão experiência que aumentam as suas habilidades ou permitem O tom do universo Warhammer em que o aprender skills novas. Ou podem acabar por jogo se passa é bastante sujo e duro,com uma sofrer feridas horríveis como amputações ou boa mistura de humor negro e sarcasmo.Uma dores crónicas ou traumas psicológicos, que mistura de “Evil Dead” com Lovecraft e os Três lhes vão afectar a performance dai em diante. Mosqueteiros. Ao longo de vários jogos, os bandos de Os jogadores encarnam todo um leque de cada jogador irão perder guerreiros, recru- equipas, desde Mercenários e Caçadores de tar novos (incluindo mudanças de Líder do Bruxas,a Necromantes e Vampiros,aos engen- bando) e treinar heróis altamente capazes (se hosos homens-rato Skaven e até aos próprios sobreviverem). Cultos de mutantes que agora controlam a cidade. No final de cada jogo, os sobreviventes da batalha põem-se ao trabalho a tentar explorar Mas em Mordheim também se podem a região,vasculhando por zonas abandonadas à encontrar equipas de Anões caçadores de procura de tesouro e equipamento,que podem Tesouros ou destacamentos dos serviços secre- vender para financiar o bando e comprar mais tos dos Elfos, e até bandos de Orcs e Goblins. e melhor equipamento. Com cerca de ~20 bandos oficiais, e mais BACKGROUND E HISTÓRIA de 30 desenvolvidos (e testados!) pela comu- Lançado inicialmente em 1999 pela Games nidade fiel de jogadores ao longo dos últimos Workshop,o jogo original toma lugar na cidade 18 anos, qualquer que seja o tipo de bando devastada de Mordheim,depois de um cometa favorito de um jogador,existem regras para ele. místico ter arrasado a cidade.

FLEXIBILIDADE DO JOGO Lancem Iniciativas 17 E s p e c u l a t ó r i o Desde o seu lançamento, o jogo tem sidocomplementado com uma série de artigos (lan- profissional, com grande popularidade.çados na altura no suplemento Town Cryer) que Novos modos de jogo, como objectivosintroduziram novos bandos, novas missões enovos eventos random que ocorrem ao longo de campanha, missões narrativas (em que osda partida. bandos têm de proteger civis ou explorar uma Mas, mais importante, foram introduzidos catacumba,em vez de simplesmente andaremnovos ambientes de jogo além da cidade de à bulha) e locais que os Heróis podem visitarMordheim, o que tornou possível fazer bat- depois da batalha (como tavernas, casas dealhas nas selvas de Lustria, nos florestas e jogo e combates de gladiadores),aumentaramplanícies do Império de Sigmar, nas areias as possibilidades de história e roleplay do jogo.do deserto e catacumbas de pirâmides, e ate O maior fórum da comunidade mundial decombates navais e actos de pirataria.Todo um Mordheim é o ‘Tom’s Boring Mordheim Forum’.leque de ambientes de jogo é possível nestemomento em Mordheim, incluindo uma boa O formato de jogo de Mordheim e a sim-velha “Dungeon Crawl”. plicidade do sistema de jogo também torna Ao longo dos anos, Mordheim sempre teve muito fácil a criação de novas regras e forma-uma comunidade dedicada,com uma presença tos de jogo, incluindo a incorporação de umonline muito forte. Neste momento existem Game Master, controlando inimigos e introduz-vários suplementos não-oficiais de qualidade ingo regras mistério. Em conclusão, se desejam um wargame de Fantasia com uma componente muito forte de pen-and-paper roleplay, Mordheim é o jogo para vocês. Nuno Martins CUSTO MÍNIMOMiniaturas: Caixa de 10-20 figuras (Games Workshop ©) - €22-32 (+ pintura)Caixa de 20 figuras (Frostgrave ©) - €35 (+ pintura)2x Caixa de 6 figuras (D&D © ou Pathfinder ©) - € 50 (já pintadas!)Livro de Regras: PDF online + expansões - €0Acessórios: Mesa de jogo + terreno (ex. Devir Arena ou Kult Games, Lisboa) - €0

A g o s t o 2 0 1 7 18 Especulando a Realidade MAIS UM ANO, M SCI-FI LX! Mais um ano, mais um Sci-Fi Lx: desafio superado! Como sempre, o Especulatório teve muito orgulho em participar em mais um grande evento, nos dias 15 e 16 de Julho, no Instituto Superior Técnico em Lisboa. Se nos podemos atrever a fazer um balanço positivo geral: foi um evento que superou as anteriores edições, com um espaço mais tra- balhado e com melhor distribuição de activi- dades, uma grande aposta ao nível da comu- nicação e das indicações, e com o tema da Sustentabilidade bem interessante como mote. Mas,porque acreditamos que existe sempre espaço para melhorar, deixamos também algumas indicações do que podemos todos fazer de diferente na edição de 2018. Talvez não sobrecarregar tanto a agenda, que torna difícil escolher em que partic- ipar, ou a que assistir, e torna painéis muito

MAIS UM Especulando a Realidade 19 E s p e c u l a t ó r i o! interessantes em salas em que o espaço vazio se fez sentir. Pareceu-nos que houve também menos aderência, mas deixaremos a organização refutar essa afirmação. Por outro lado,seria interessante consid- erar apostar mais numa zona para alimenta- ção–afinal de contas,não podemos partir à descoberta do universo de estômago vazio! Enfim, não queremos de todo focar-nos no que foi menos bom. Acreditamos que o Sci-Fi Lx é um evento de referência em Portugal, conseguido por uma equipa que não desiste e que conseguiu ultrapassar os desafios que foram aparecendo.Em nome do Especulatório, obrigada por nos acolherem mais uma vez e por trazerem à cidade de Lisboa um pouco de outros Mundos. E o que levámos nós ao Sci-Fi? Fazem bem em perguntar! Desta vez, para além das actividades que sempre queremos proporcionar aos visitantes que se atrevem a querer explorar um pouco mais da Ficção Científica, o Especulatório teve também uma banca no “Bazar Intergaláctico”. Era aqui que todos e todas puderam

A g o s t o 2 0 1 7 20 Especulando a Realidade conseguiram derrotar as doenças mas acredit- amos que todos se divertiram a tentar, mesmo folhear a nossa Revista, conversar um pouco com alguns stresses (e fome) pelo caminho! connosco e, o mais divertido, experimentar o jogo “Bring Your Own Book”. E para rematar, contámos com o apoio da Devir! Com esta parceria foi possível sortear Um jogo bem simples, em que os livros são no Domingo um exemplar do jogo “Pandemic mesmo a matéria-prima para momentos bem Iberia”,lançado em 2016,a um dos nossos par- divertidos em família ou entre amigos, como ticipantes. Parabéns ao Francisco! foi visível durante os dois dias do evento. Não foram muitos os grupos que arriscaram exper- Depois de um Sábado bem preenchido, imentar mas foi bem interessante para nós Domingo avizinhava-se mais calmo para a assistir a brincadeiras entre famílias de todas nossa equipa. as idades. O “Bring Your Own Book” voltou a marcar Para além da nossa banca, o Especulatório presença mas foi um dia perfeito para também fez uma grande aposta este ano.Quisemos nós deambularmos pelo “Bazar Intergaláctico” inovar,trazer algo bem diferente e fora da caixa: e descobrir o que as outras bancas tinham para o Pandemia Gigante! mostrar. Inspirados no jogo de tabuleiro “Pandemic”, E houve ainda tempo para um pedido criámos uma versão de 12 por 6 metros, onde surpresa! O nosso vizinho de banca, Pedro cada participante assumiu realmente a sua Cipriano, normalmente em representação da personagem (alguém pediu um médico? Uma Editorial Divergência, lançou-nos o desafio de investigadora?) e viajou pelas cidades do estarmos com ele na apresentação do seu livro Mundo para curar 4 doenças mortíferas e salvar “As Nuvens de Hamburgo”. a Humanidade.Não se pode dizer que não seja uma noite bem passada. Tinha sido a nossa leitura de Domingo de manhã, por isso não podíamos ter outra res- A primeira sessão iniciou-se pelas 19h posta que não fosse a de nos aliarmos a esta de Sábado e estivemos no átrio exterior até quase à meia noite, tendo passado pelo “tab- uleiro” 5 grupos bem destemidos. Nem todos

Especulando a Realidade 21 E s p e c u l a t ó r i o apresentação. Um livro super interessante, capaz de aliar o passado e o presente através de uma personagem que tenta mudar a história. Não querendo repetir-me demais (já chateei o autor um pouco sobre isto) mas fica a dica: que- remos o próximo livro! Mais uma vez,foi um fim-de-semana repleto de actividades Especulatório e para nós fica sempre a vontade que o ano passe rápido para chegar o próximo Sci-Fi Lx. As ideias já são muitas, por isso agora só nos resta esperar. Até ao próximo ano, Sci-Fi Lx. Contem connosco! Maria Inês

Lancem IniciativasA g o s t o 2 0 1 7 22 O JOGO NOS JOGO SEGUNDA A ESPETACULAR Uma das dimensões fundamentais dimensão espetacular.O mesmo se pode dizer do desporto onde narrativas muito simples se de qualquer arte narrativa respeita à sua revelam muito empolgantes em função da espetacularidade. espetacularidade que seja mobilizada pelo jogo. Está aqui em causa a forma e a técnica, o saber-fazer no emprego dos meios ao dispor do A dimensão espetacularidade vive muito do narrador (individual ou coletivo). As melhores imponderável, da capacidade de jogar com os narrativas são aquelas onde se equilibram a sentimentos e expetativas do espetador. complexidade das personagens, o sentido dos enredos e a riqueza do espetáculo.No entanto, Para tal muito contribui a capacidade de não raro é a espetacularidade que domina e manter em aberto a linha narrativa e preservar monopoliza o prazer do espetador ou do leitor. o suspense sobre o resultado a que essa linha vai dar lugar. É isto que torna muitas vezes Aliás,a espetacularidade pode até tornar-se empolgante o desporto competitivo, o não se de tal forma dominante que está por detrás saber o resultado que se vai verificar no final. de várias atividades lúdicas, daí falarmos precisamente em artes do espetáculo. Mas mesmo quando já se conhece o enredo ou o seu desfecho ou mesmo quando Por exemplo, embora a música incorpore estes podem ser antecipados com facilidade, uma narrativa,mesmo a música instrumental,a é possível introduzir o fator-surpresa, verdade é que esta é quase sempre de extrema precisamente jogando com a dimensão simplicidade, o que nos atrai na performance, espetacular. Mais uma vez, está aqui em causa em particular se for ao vivo, é precisamente a

Lancem IniciativasOS NARRATIVOS: 23 E s p e c u l a t ó r i oA PARTE -RIDADE EM JOGOEsta secção é da autoria do nosso convidado, Sérgio Mascarenhas, membro da coordenaçãodo Grupo de Roleplayers de Lisboa, que nos vem falar sobre dramaturgia e roleplaying gamesa técnica e o saber-fazer. criaturas exóticas, poderes sobre-humanos ou Como se incorpora a espetacularidade num inumanos, terras distantes, leis físicas e sociais impossíveis,muitos são os caminhos a explorarjogo narrativo? Diria que há basicamente cinco na construção da espetacularidade contextual.linhas de força onde ela pode relevar. O segredo está em equilibrar o jogo entre o CONTEXTO familiar e o exótico,o esperado e o inesperado. Está aqui em causa o universo onde decorre Um universo demasiado diferente do nossoa ação.A espetacularidade resulta de se colocar torna-se incompreensível e aliena os jogadoresos jogadores num contexto não familiar, logo pois não terão referenciais para a direção a daronde são postas em causa as suas perceções, às suas personagens.valores e rotinas. Parafraseando Heinlein,há que fazer do jogador um estranho numa REGRASterra estranha. No processo há que mexer A segunda componente chave para acom as emoções, sempre no sentido de um introdução de espetacularidade num jogoenvolvimento emocional que dê prazer aos narrativo está no sistema de jogo, nasjogadores, que não os agrida nem lhes suscite componentes e mecânicas com que este opera.repulsa. Quanto mais rico o sistema, tantas maiores Não por acaso, muitos RPGs apostam forte serão as oportunidades de os jogadoresna espetacularidade do contexto: raças e acionarem componentes e mecânicas para

A g o s t o 2 0 1 7 24 Lancem Iniciativas multidão de materiais que só atrapalham e dispersam a atenção. darem forma ao que imaginam,logo maior será o potencial de espetáculo e emoção. DESEMPENHO Tenho em vista o que os jogadores Porém, ainda aqui o segredo está no fazem como jogadores, o que dizem, como equilíbrio. Importa que a complexidade não se comportam, como interpretam as suas se torne num fim em si mesmo,que a excessiva personagens, que ‘ruído’ geram, que planos formalização de procedimentos de jogo não propõem,que decisões tomam quanto às suas imponha comportamentos, que o excesso de personagens, como interagem com os outros sistema não abafe a imaginação em lugar de jogadores, que linguagem (verbal e física) a potenciar. empregam. Aqui há três princípios chave: respeitar os ELEMENTOS CÉNICOS outrosjogadores,nãose forçar aser quem se não Já o referimos noutra coluna, há um amplo é,ter sempre presente que um jogo narrativo é leque de materiais a que os jogadores podem um jogo colaborativo.Se um parceiro de mesa recorrer (em particular o mestre de jogo) para tem valores diferentes dos meus e os leva a enriquecer a experiência de jogo e a tornar peito, não devo criar situações que choquem mais espetacular, o equivalente rolístico dos com esses valores ou crenças. Se não tenho efeitos especiais do cinema. competências de interpretação, não me devo Música, imagens, mapas, documentos, forçar a desempenhar a minha personagem objetos, se bem escolhidos e introduzidos no como fazem os meus atores de referência (é momento certo, podem ser o tempero que dá uma tortura para mim e constrangedor para um gosto especial ao jogo. Neste domínio a os demais). Se um camarada dá uma sugestão vida dos jogadores está hoje muito facilitada sobre a ação da minha personagem que pois a disponibilidade de recursos é quase faz sentido e contribui para o desempenho ilimitada. do coletivo, posso perfeitamente acolhê-la, Neste caso o segredo está numa adequada mesmo se vai no sentido oposto do que tinha gestão dos meios.Funciona melhor um número em mente. limitado de elementos cénicos cuidadosamente escolhidos e verdadeiramente significativos para a cena ou para o enredo do que uma

O espetáculo ocorre quando cada um Lancem Iniciativas 25 E s p e c u l a t ó r i odá o melhor que tem para dar e quandoesses contributos convergem para a melhor sua capacidade de encontrarem o melhorexperiência comum. equilíbrio entre as várias dimensões acabadas de apresentar. DESFECHO Podemos estar a falar do desfecho das Como é evidente, esse equilíbrio varia decenas ou do desfecho do enredo que se vai pessoa para pessoa e de grupo de jogadoresconstruindo, a questão de fundo é só uma: é para grupo de jogadores,cada um colocando adesafiante? É imponderável? Confronta-me e ênfase numa ou noutra dimensão.Não há aquiaos outros jogadores com o desconhecido? regras fixas a não ser,talvez,a seguinte: a grandePõe-nos na expetativa? Força-nos a encontrar virtude dos jogos narrativos está em seremsoluções imaginativas? jogos colaborativos, o que permite distribuir Um jogo narrativo não parte de um guião, pelos vários jogadores um empenho diferenteconstrói-o e o mesmo só pode ser apreciado em cada uma das dimensões de acordo coma posteriori, depois do jogo acabado. Os as suas capacidades, de tal maneira queimponderáveis do desfecho, resultem do contributos pessoais diversificados se traduzamacionar de regras (o normal quando a decisão numa experiência comum inolvidável.assenta em mecânicas aleatórias) ou dedecisões inesperadas dos jogadores, exigem Quando isto ocorre há espetáculo.estruturas narrativas abertas e flexíveis. Não se programa, prepara-se. O espetáculo resulta aqui em particular E acontece.da capacidade do mestre de jogo de redefinirpermanentemente a linha narrativa evitando Sérgio Mascarenhasbloqueios ou deus ex machinas (decisõesarbitrárias), toda uma arte, portanto. Com este artigo ponho fim à presente série de artigos sobre jogos narrativos. A partir do Tornar um jogo narrativo num espetáculo próximo número começará uma nova série ondememorável para os participantes resulta da procurarei levar o leitor a outros mares,distantes dos percorridos ao longo dos últimos meses.

Outras EspeculaçõesA g o s t o 2 0 1 7 26 DIÁRIO DE UM INTERNAUTA PERDIDO NO ESPAÇO ESPECULATIVO Nesta altura do ano todos ansiamos por umas em mente talvez custe menos poupar ao longo do ano para poder ter a oportunidade de con- férias bem perfeitas.Nós,que vagueamos pelo hecer alguns dos locais mais emblemáticos que espaço especulativo, também, sempre em povoam o nosso imaginário geek. busca de um tempinho extra para nos pormos a par das últimas novidades em fantasia,ficção Acima de tudo tens a oportunidade de conhecer científica e horror. outras pessoas que pertencem às mesmas comunidades de fãs, de todo o Mundo, e em Mas,e se vos dissesse que podemos aliar umas conjunto podem explorar eventos e locais que férias a alguns dos nossos vícios geeks? nunca irás esquecer. Este mês encontrámos a “Geek Nation Tours” , Partam à descoberta! onde podes descobrir viagens e experiências turísticas totalmente planeadas e aliadas à Maria Inês nossa veia de fã de diferentes filmes e séries. Pretende ser um meio de juntar pessoas que partilham a mesma paixão, seja por “Game of Thrones” ou “Sherlock”, por “Harry Potter”, “Dr. Who”ou mesmo pelo imenso mundo de Anime. Sediada no Canadá, esta empresa pode levar- te a imensos países e cidades diferentes, com espaço para explorares livremente aliado a tours mais definidas. Admito, poderá ser demais para quem tem os bolsos menos fundos, mas com estas viagens

Páginas que dão Asas 27 E s p e c u l a t ó r i o ESTANTE ESPECULATIVA Aqui estão as nossas propostas deste mês de livros e contos A LER, bem como as nossas opiniões sobrecontos já LIDOS. Vão resistir a acrescentar estes livros às vossas listas? A LER Wikihistory , Desmond Warzel (2011) E se, ao navegarem pela internet, encontrassem o Fórum da Associação Internacional de Viajantes no Tempo? Pode ser difícil mas em Wikihistory podem pelo menos espreitar o Sub-Fórum da Segunda Guerra Mundial e ver o que os viajantes no tempo discutem! Illuminae, Amie Kaufman e Jay Kristoff (2015) Ok, é verdade que este é mais um romance adolescente, de que se calhar já estão fartos. Mas o facto de ser contado através de uma série de documentos hackeados - incluindo e-mails, relatórios médicos e ficheiros militares - fez-nos considerá-lo como sugestão deste mês! Anjos, Carlos Silva (2017) Um livro bem fresco, vencedor do Prémio Divergência.No Mundo em que vivemos uma história com foco no peso e poder da informação parece vir mesmo a calhar. Com umas pitadas de mistério, conspirações e aventura, parece-me um bom livro a pegar já de seguida! LIDOS “O Futuro à Janela”, Luis Filipe Silva (1991) PRÓ: Uma enorme variedade de contos, para todos os gostos! CONTRA: Alguns contos têm a capacidade de nos sugarem para dentro daquele mundo e, quando chegamos ao fim, fica-nos a saber a pouco... “As Nuvens de Hamburgo”, Pedro Cipriano (2017) PRÓ: Uma história que conjuga o presente e o passado da II Guerra. Uma personagem principal que nos intriga e um final que surpreende. CONTRA: Se estás à procura de uma aventura que te encha as férias, este talvez seja um livro demasiado pequeno que se lê rápido. “The Veil”, Chloe Neill (2015) PRÓ: Este livro consegue juntar vários ingredientes: uma heroína kick-ass, muito mistério a resolver e uma Nova Orleães repleta de seres sobrenaturais. CONTRA: Como já começa a ser comum, é um primeiro de uma trilogia que vais querer levar até ao fim. Por isso avalia se tens essa disponibilidade para já.

A g o s t o 2 0 1 7 28 Lancem Iniciativas MEMORIES OF RIUNN: PARTE IV Esta secção é da autoria do nosso convidado, Bruno Ribeiro (@jaiaxe), pai, marido, professor, escritor, designer de boardgames, mestre de jogo e jogador. Sessão #8 Uma adaga sai do cinto de Kidon e encontra o estomago do velho. Os olhos daquele velho que impedia o grupo de avançar para o seu destino focaram-se nos O outro “stick”, gaguejava em cima do olhos de Kidon Sayaret,o paladino de Corellon corpo inerte do velho que começava agora Lorethian. a sangrar abundantemente no chão,os seus olhos viraram brancos… O pendente em forma de serpente no pescoço do velho brilhou, como se chamasse E ele murmurava algo: DINKARAZAN, o meio elfo, uma voz ecoou na sua cabeça. DINKARAZAN,NAZARAKNID,NAZARAKNID… Num momento as mãos de Kidon agarravam Este nome ia ser dito diversas vezes o pendente, fazendo o velho inclinar para a durante toda a campanha… Como uma frente,guinchando com o ar a ser cortado pelo presença imposta por algo superior… que aperto do fio, as moedas que tinha na mão agora controlava um dos jogadores do grupo… caíram no chão.

O grupo deixou os dois para trás e entrou Lancem Iniciativas 29 E s p e c u l a t ó r i opara dentro dos tuneis sem qualquer mapa,tentando perceber dentro daquele sistema prontos para um bom descanso.algum tipo de pista que levassem a uma zona Simlar que tinha alguns contactos namais utilizada, o que poderia indicar estaremmais perto de um dos covis da Blue Dragon Gold Society, questionou a possibilidadeHood. de se arranjar um mapa com os caminhos existentes nos esgotos. Depois de Guldor desenhou nos tuneis pequenos descansarem,Simlar fezo pedido à sua chefia,símbolos, como forma de se manterem num que rapidamente conseguiu desencantartrilho definido e não andarem aos círculos. na biblioteca um mapa antigo do sistema de esgotos da cidade. Após algumas horas No entanto, após várias horas, e a sensação de estudo, aperceberam-se da ausência deque continuavam a andar em círculos, caminhos numa determinada área, e todosGuldor apercebe-se que havia marcas de concordaram que poderia ser uma pista parasímbolos apagados. Pensando o pior, o grupo a possível localização de um local secreto.desembainhou as armas e manteve-se aindamais atento… O pedido do mapa foi também um pretexto para Simlar ver a sua amada. E criar um Até que, descobriram que Kidon, no fim do momento romântico e pegajoso de roleplay…grupo,ia apagando os símbolos que o seu colegaia fazendo. Munidos de sabedoria, preparados para enfrentar os perigos do submundo o grupo Confrontados com o cansaço e com a apressa-se pelo Rat District até á entradarealidade de andarem às voltas o grupo decide onde no dia anterior tinham confrontado oque não é seguro descansar dentro dos esgotos velho.e voltam para trás. Apressa terminou cedo,com a presença de Mas o caminho não foi fácil,entre descobrir um elevado numero de guardas na entrada,o caminho certo e terem que desbravar provavelmente atraídos pelo sangue e corpocaminho por meio de uma gosma gigante que que ainda jazia no chão.os impediu de avançar mais rápido o grupoconsegue chegar ao Rat District já de noite e Dando graças a existência de um mapa, descortinaram rapidamente que existia outra entrada, que também poderia ser menos

A g o s t o 2 0 1 7 30 Lancem Iniciativas visível, mas fora da cidade. SE QUISEREM OUVIR TODA A Seguindo as avenidas do Wall District CAMPANHA, SIGAM ESTE LINK até a saída mais próxima, o grupo sente-se LISTA DE EPISÓDIOS observado em cada esquina. LIVRO 1 - EPISÓDIOS 1 A 18 E era verdade… A Blue Dragon Hood tinha LIVRO 2 - EPISÓDIOS 19 A 39 olhos em toda a cidade. LIVRO 3 - EPISÓDIOS 40 A 57 A entrada dos esgotos era na zona do rio, onde enormes tubos de metal abriam a céu aberto para o que parecia um aterro junto ao rio, onde diversos homens vestidos de roupas “brancas” encharcados com água, terra e fezes andavam em cima de umas andas,empurrando o lixo de um lado para o outro, fazendo a triagem. Os homens ignoraram completamente a presença de outras pessoas, de certo modo, até parecia que nem sequer tinham reparado. Subindo pela conduta o grupo ajusta a rota planeada através da nova entrada e facilmente conseguem orientar-se para o espaço no mapa identificado pela ausência de tuneis. Com uma investigação eficaz Mike e Simlar descobrem uma serie de passagens e também provas da existência de pessoas atrás dessas mesmas portas. Estaria a Blue Dragon Hood à espera deles? Bruno Ribeiro

Uma Caixa Cheia de PeçasKICKSTARTER DO MÊS: THE BRIGADE 31 E s p e c u l a t ó r i o Neste mês quente, e com os fogos que A cada ronda, uma carta de evento é revelada para mostrar em que zona da cidadetêm acontecido pelo país, trazemos até vós estão a cair bolas de fogo e a incendiar os“The Brigade - The Board Game of Fantasy edifícios. Depois, os jogadores vão mover asFirefighting”. suas equipas e o seu carro de bombeiros para tentar ir apagar os fogos. Neste jogo, vocês vão salvar a aldeiade Tinderbox, onde uma tempestade de Para além disso, os jogadores vão poderfogo surgiu por cima da Universidade dos melhorar o seu quartel,aumentar a quantidadePyromancers e está a lançar bolas de fogo por de água que o seu carro de bombeiros podetoda a cidade. Magos… quando é que eles vão levar e contratar mais membros para a suaaprender? equipa. Em“The Brigade”,cada jogador vai controlar O jogo demora até quinze minutos porum fire warden, responsável por um quartel jogador,com um tempo de preparação de cincode bombeiros, na sua demanda para apagar minutos.Isso,aliado ao facto de que o tabuleiroos fogos que vão aparecendo na cidade e é sempre diferente, vai fazer com que voltemmostrando as suas competências heróicas, para salvar Tinderbox várias vezes.para serem eleitos como o próximo líder dosbombeiros de TInderbox. A cidade de Tinderbox é representada Carlospor uma grelha de 6x6 localizações, com aUniversidade no meio - que ocupa quatroquadrados - e cada quartel dos bombeiros emcada um dos quatro cantos da cidade. Comodevem perceber, este jogo é para até quatrojogadores.

FP oá lghi na as se qRuaeb di sãcoo sa s a sA g o s t o 2 0 1 7 32 Nas Aventuras Fantásticas, seguimos as aventuras de Irwer, mas quem decide o próximo passo são vocês! Basta para isso votarem na opção que mais gostarem e, no próximo mês, verem o resultado das vossas escolhas AVENTURAS FANTÁSTICAS CAPÍTULO 12: À PROCURA DE ZORA “Elfo!” exclama novamente Garnom. companheiros. “Nada de que não possamos recuperar.” “Desculpa Garnom, a minha primeira lealdade está com eles.” diz Irwer, juntando-se responde Caleb. aos Refugiados de Seabridge. “Encontrei as nossas coisas!” grita Willem “Bah! Eu vou atrás dela então, não a vou de um canto da sala, onde está a pôr às costas deixar escapar mais uma vez!” diz Garnom, a sua mochila com água. virando costas ao grupo.“No entanto,obrigado elfo. Os Filhos da Pedra estão em dívida para “Vamos então. Não há tempo a perder.” diz contigo.” Valgoria, pegando na sua espada “Irwer, por onde?” “Obrigado eu, Garnom, por acreditares em mim e não me matares.”diz Irwer,com um tom --------- jovial. As passadas pesadas de Garnom Ironhead ecoam pelos túneis escuros por baixo de “Bah!”responde Garnom,já em corrida atrás Trenkell. O anão consegue facilmente seguir o de Tizadraa. rasto da kobold, pois os seus guinchos ecoam pelas paredes de pedra e Garnom apenas se “Vocês estão bem?”pergunta Irwer aos seus

limita a seguir as suas vibrações. P á g iFnoalsh aqsu ee dRãaob iAs cs oa s 33 E s p e c u l a t ó r i o De machado empunhado,o líder dos Filhos “Alto.” diz um deles “Identifiquem-se.”da Pedra corre, seguido de perto por dois dos “Scavenger Irwer.” diz Irwer tirando aseus companheiros. A cada curva e a cada sua documentação do casaco “Venho sabercruzamento, os guinchos de Tizadraa ficam informações de uma menina que foi postamais próximos e o sorriso de Garnom aumenta. a vosso cargo. Ela, tal como estes que me acompanham, são refugiados de Seabridge.” Finalmente, os três anões chegam a “Não sei de nenhuma menina ao nossouma larga caverna sem saídas. Esta caverna cuidado, Scavenger Irwer. Um minuto.”iluminada por tochas está coberta de ouro, O guarda dá meia volta e entra dentro dojóias e outros bens preciosos e, no meio de edifício. O outro guarda fica à porta, mas tentatudo, uma pequena kobold a tremer. lentamente virar a cara para fora do ângulo de visão de Irwer. “Acabou-se, Tizadraa. Não tens para onde “Irwer, reconheces-o?” sussurra Valgoria aofugir.” diz Garnom. seu ouvido “Ele parece estar a tentar esconder a cara.” A pequena kobold para de tremer e olha o “A cara dele não me é estranha, de facto…”anão nos olhos.“Tens razão, Garnom Ironhead. murmura Irwer de volta.“Mas pode ser só maisNão há por onde fugir.” diz ela, mais coerente um guarda…”que nunca, com um brilho nos olhos.“Isto é o Largos minutos passam e o guarda nãofim.” voltou ao seu posto. “Algo está muito errado. Irwer, faz qualquer --------- coisa!” murmura novamente Valgoria. “As instalações médicas dos Peacekeeperssão por aqui.”diz Irwer,liderando a sua pequena O QUE IRÁ IRWER FAZER? BASTAtroupe pelas ruas de Trenkell.“Se tudo correubem, ela está de facto nas mãos deles. Mas CAREGARES NESTE LINK E ESCOLHER OTizadraa tem as suas patas escamosasespalhadas por toda a cidade.” QUE VAI ACONTECER. A OPÇÃO COM MAIS Eles chegam finalmente a um edifício,marcado com o símbolo dos Peacekeepers - VOTOS SERÁ A VENCEDORA!um meio círculo branco com as letras P e K avermelho - com dois guardas à porta. MAS DESPACHA-TE, APENAS TENS ATÉ DIA 26 DE AGOSTO PARA RESPONDER!

A g o s t o 2 0 1 7 34 SONHOS DE UMA NOITE DE VERÃO DE GEEKS Este espaço em branco pode ser teu, OCUPA-O! O Especulatório apoia projectos nos géneros da fantasia, ficção científica ou horror. Conta-nos a tua história e envia-nos textos, ilustrações, comics ou outros que tais, e poderás vê-los numa próxima edição da Revista Especulatório. Vais deixar passar a oportunidade? [email protected] OU PELO NOSSO FACEBOOK

NÃO PERCAM NOPRÓXIMO MÊS... Setembro marcará o aniversário Mas porque nos aniversários asdeste projecto que decidimos prendas são usualmente surpresa, oabraçar em conjunto: a Revista que a Revista Especulatório vos traráEspeculatório. no mês de Setembro ficará um misté- rio para vocês mais um pouco. Senão Foi um ano cansativo e desafi- também perdia a piada!ante, de descoberta e aprendizagenssurpreendentes… Atrevem-se a aguentar o supense? Enfim, um ano em que olhámoso nosso Mundo através da lente daficção especulativa, através de livros,jogos de tabuleiro e de personagem,eventos, nossos e de outros. Não queríamos que tivesse sidodiferente.