Filosofar e Viver 6.º ano 51 Exercícios de sequências lógicas, de raciocínio lógico Para pensarmos a Lógica na vida: N É fácil aprender a pensar logicamente, sendo duas coisas indispensáveis: a concentração e os exercícios. É preciso atenção e prática para o raciocínio lógico, pois a mente acostuma-se ao trabalho. N O raciocínio lógico é para a vida, tendo a mente que estar “preparada para pensar”. N Preparar-se para ter um raciocínio lógico é estudar, exercitar e sempre evoluir. Resolução de problemas envolvendo sequências (com números, figuras, palavras), questões de raciocínio lógico, porque precisamos nos habituar a pensar, a raciocinar. A atenção necessária com relação às questões é conseguir encontrar a regra de formação da sequência, seja com números, letras, palavras ou figuras. Agora vamos aprender a empreender realizando as atividades em grupos. 1. Observe a sequência: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, x, 21 O número x será: a) 9 b) 11 c) 13 d) 15 e) 19 2. Dada a sequência lógica: 3, 7, 9, 13, 15, ... Assinale a alternativa que representa seus próximos quatro números. a) 17, 19, 23, 27 b) 17, 21, 23, 25 c) 19, 23, 27, 31 d) 19, 21, 25, 27 e) 19, 23, 25, 27 3. Cada número, do terceiro em diante, é obtido a partir dos dois anteriores de acordo com certa regra: 12, 20, 32, 52, 84, 136, ... O próximo número é o: a) 220 b) 224 c) 228 d) 232 e) 236 3.2 Preparando o bem pensar com e pela Lógica ! Ela (a Lógica) lhe dará a clareza de pensamento, a habilidade de ver seu caminho através de um quebra-cabeça, o hábito de arranjar suas ideias numa forma acessível e ordenada e, mais valioso que tudo, o poder de detectar falácias e despedaçar argumentos ilógicos e inconsistentes que você encontrará tão facilmente nos livros, jornais.... Fonte: CARROLL apud SOARES, Flávia; DORNELAS, Geovani N. A Lógica no cotidiano e a Lógica na Matemática. In Acesso em 10 de maio de 2015. Disponível em: <www.sbembrasil.org.br/files/ix_enem/Minicurso/.../MC03526677700T.rtf>
52 A organização das ideias Capítulo 3 O filósofo Aristóteles é considerado o fundador da Lógica. Aristóteles Foi ele o primeiro a investigar cientificamente as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram reunidas sob o nome de Organon. As leis do pensamento por ele formuladas se caracterizam pelo rigor e pela exatidão, por isso foram adotadas pelos pensadores antigos e medievais, e ainda hoje são aceitas por muitos filósofos. ! Curiosidade filosófica O Organon está dividido nas seguintes partes: N Categorias (escritos sobre a teoria dos tipos, isto é, uma teoria na qual os objetos são classificados de acordo com o que se pode dizer significativamente acerca deles). N Tópicos (escritos para orientar todos aqueles que tomam parte em competições públicas de dialética ou discussão). N Refutações dos sofistas. N Interpretação (escritos sobre os juízos). N Primeiros analíticos (escritos sobre o silogismo em geral). N Segundos analíticos (escritos sobre a demonstração). Fonte: ARISTÓTELES. Organon. Lisboa: Guimarães, 1987. A palavra “lógica” vem do grego logos, que significa expressão, palavra, pensamento, discurso, razão. A Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicá- las corretamente à procura e à demonstração da verdade. Ao afirmar que é uma ciência e uma arte, estamos dizendo que é um sistema de conhecimentos certos e fundados em princípios universais. Assim, temos uma distinção entre: Copyright_stockyimages. Shutterstock.com N Lógica espontânea ou empírica - é a capacidade que faz parte da nossa estrutura intelectual, são regras do pensamento utilizadas no dia a dia. Em outras palavras, todos temos um pensamento lógico quando percebemos as coisas, a organização, o desenvolvimento de algo. Exemplos: N Sabemos as regras de um esporte e o praticamos dentro de uma lógica. N Conhecemos o funcionamento da escola e aceitamos ou não a sua organização. N Aprendemos a ler e a escrever dentro de uma estrutura que é aceita por todos...
Filosofar e Viver 6.º ano 53 N Lógica filosófica ou científica - O filósofo Leibniz disse: “as leis da Lógica não são mais do que as regras do bom senso colocadas em ordem e por escrito”. O bom senso é sempre necessário, mas nem sempre é suficiente, por isso, ao observar as regras de um pensamento correto, temos mais probabilidades de fazê-lo quando essas regras são conhecidas e familiares. Com a lógica filosófica, não queremos só conhecer a verdade, mas afastar as dificuldades e não aceitar os erros. Em outros termos, a lógica filosófica é necessária para tornar o entendimento mais seguro e ajudar na organização das ideias, recorrendo aos princípios que lhes dão sentido e validade. Leibniz 3.3 Os princípios básicos da Lógica Estudar e conhecer a Lógica de maneira sistematizada, a partir do 6.º ano, é perceber que na filosofia ocidental os filósofos sempre perguntaram e hoje nós continuamos a questionar: N Qual a origem do conhecimento? N Qual a essência (o ponto principal) do conhecimento? N Quais os tipos de conhecimento? N Qual o critério da verdade? N É possível o conhecimento? Para a ciência das leis ideais do pensamento (= Lógica), não interessa nenhuma dessas perguntas em especial, apenas dar as regras do pensamento correto. A Lógica é, portanto, uma disciplina que serve de introdução para a busca da verdade. Seu objetivo é o estudo da inteligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento. Ela fornece o instrumento e a técnica necessários para a investigação segura da verdade. A Lógica, sendo ciência e arte, se preocupa com a extensão e a compreensão do conceito, o juízo e o raciocino, o argumento, o silogismo e o sofisma (= raciocínio falso, feito com o objetivo de enganar; ato praticado com má-fé). Estudar Lógica é conhecer a verdade e não aceitar os erros. E só se consegue alcançar isso com a exatidão no pensar. Buscando a validade dos raciocínios, a Lógica tem diversas aplicações, tais como investigação da consistência, análise das sentenças, efetivação das leis, fundamentação da aritmética, testes de raciocínio, criação de máquinas inteligentes, cibernética, informática, inteligência artificial e vida escolar. N Investigação da consistência: uma das mais antigas aplicações da Lógica consiste em analisar a validade e não contradição das ideias filosóficas, científicas, matemáticas. Um exemplo é a organização do sistema planetário defendido por Ptolomeu, que, mesmo contendo sentenças falsas acerca do número de astros, do movimento e da posição desses, é internamente consistente, pois as sentenças que o compõem não se contradizem. Ptolomeu
54 A organização das ideias Capítulo 3 N Análise das sentenças: determina quais as condições para que uma sentença seja verdadeira ou falsa. Por exemplo: a afirmação “todo gato é preto” é falsa, porque há gatos de outra cor. Há sentenças que sempre são verdadeiras. Por exemplo: todo A é A (= Todo livro é livro). N Efetivação das leis: são várias as formas de utilização da Lógica na tomada de decisões judiciais. Ela é utilizada como arma eficaz na busca do ideal de justiça, fundamentando as decisões judiciais ou dando coerência às petições dos juristas. N Fundamentação da aritmética: filósofos no final do século XIX e início do século XX tinham um projeto chamado “logicismo”, o qual consistia na fundamentação da aritmética sobre a Lógica. Neste momento é importante sabermos que a motivação era o entendimento dos conceitos difíceis de definir. Por exemplo: você provavelmente sabe somar dois números naturais, mas sabe definir adição e número natural? O logicismo parecia a solução para essas dificuldades, tanto pelos recursos que oferece quanto pela concepção filosófica que os filósofos tinham da própria Lógica. N Testes de raciocínio: raciocínio lógico é uma característica das pessoas, e alguns testes podem medi-lo, como os testes de QI (quociente de inteligência). Pessoas lógicas que conseguem pontuação acima de 126 no teste de QI são consideradas pessoas que têm maior eficiência nos raciocínios (genialidade). N Criação de máquinas inteligentes: não é nova essa ideia. Já no Renascimento (a partir do século XVII) havia a ideia de conceber máquinas capazes de substituir o homem em tarefas. René Descartes, por exemplo, criou uma nova visão mecânica do Universo inspirada no modelo de um relógio. As plantas, assim como os animais, eram simples máquinas criadas para executar funções muito precisas. Se o corpo humano era uma máquina, já a razão fazia operações que as máquinas não conseguiam, como a elaboração de cálculos matemáticos. Apesar disso, nesse século apareceram as primeiras máquinas de calcular. Assim começou uma sucessão de notáveis investigações e invenções que iriam conduzir à inteligência artificial.
Filosofar e Viver 6.º ano 55 N Cibernética: por meio da Lógica, propõe a criação de uma ciência interdisciplinar para o estudo dos sistemas de controle e comunicação nos animais e nas máquinas. Um dos ramos mais importantes desta ciência tem sido a robótica (estudo e construção de máquinas inteligentes). N Informática: ciência que se dedica ao estudo do tratamento automático da informação, que é fornecida a uma máquina a partir do meio exterior. N Inteligência artificial: ciência que se dedica ao estudo da construção de máquinas capazes de simular atividades mentais, tais como a aprendizagem por experiência, a resolução de problemas, a tomada de decisões, o reconhecimento de formas de compreensão da linguagem para produzir máquinas com condutas inteligentes. N Vida escolar: a Lógica serve para Copyright Poznyakov. Shutterstock.com distinguir argumentos válidos dos inválidos para os argumentos e sua análise. Vamos filosofar e criar... 1. O que é Lógica e qual a importância para a sua vida como estudante? 2. Quem foi o filósofo que na Grécia Antiga iniciou a sistematização da Lógica? 3. Escolha uma das aplicações da Lógica e faça um comentário, ampliando o seu entendimento e o de toda a sua turma da COM.A.I.
56 A organização das ideias Capítulo 3 Vamos criar e filosofar... 4. Seguem alguns testes para ver seu raciocínio lógico (depois de você tentar respondê-los, olhe as respostas no final).1 a. O pai do padre é filho único do meu pai. O que eu sou do padre? b. Dois pais e dois filhos entraram num bar e pediram três refrigerantes. Cada um tomou uma garrafa. Descubra como foi possível. c. O que é, que é? É inteiro e tem nome de pedaço? d. Paulo, naquele negócio, ganhou vinte e cinco menos. Quanto ganhou Paulo? e. O que é, o que é? Aparece duas vezes num momento, uma vez só numa semana, uma vez, também, num mês, nunca num ano e jamais num século? f. Qual é o animal que, pela manhã, anda com quatro pés, durante o dia, com dois e, ao vir a noite, passa a andar com três? Sessão “Acenda as luzes”: Filme “Rain Man” Sinopse: No filme, Tom Cruise interpreta um homem que, enquanto partia para um fim de semana de descanso com a sua parceira, recebe a notícia de que seu pai, com o qual não estabelecia contato há muitos anos, falecera. Mais interessado em receber sua herança do que lamentar a morte de seu genitor, devido ao relacionamento de ódio e amargura mantido entre os dois, acaba descobrindo que todo o dinheiro, estimado em mais de três milhões de dólares, fora destinado a um portador desconhecido. Para surpresa maior, descobre que o homem, na verdade, é seu irmão, um autista que passara a maior parte de sua vida em uma instituição para doentes mentais. Com a intenção de conseguir metade da generosa quantia, foge levando seu irmão a uma viagem e, em meio a ela, acaba descobrindo nele uma peça importante de seu passado. Consequentemente, passa a dar mais valor àquilo que mais desprezava em sua vida: o amor e a família. Poderá ser encontrado no canal: https://www.youtube.com 1 Respostas em: [email protected]
Filosofar e Viver 6.º ano 57 ! Curiosidade sobre a síndrome: as pessoas com a síndrome de Savant, em geral, são descritas como gênios. A síndrome de Savant é uma condição rara que normalmente afeta as pessoas que são autistas ou têm problemas de desenvolvimento. As pessoas que sofrem dessa síndrome têm um desempenho espetacular em uma tarefa ou habilidade determinada. O filme “Rain Man”, de 1988, retratou um homem com essa síndrome. A lógica das piadas O humor é um produto da capacidade humana para criar julgamentos rápidos e intuitivos. Homens e mulheres reagem de maneira diferente à mesma anedota. Algumas pessoas podem levar um pouco mais de tempo do que outras para considerar as piadas como engraçadas ou não. Porém, piadas sendo inteligentes levam todos ao divertimento. Piada lógica Um professor de Matemática quis pregar uma peça em seus alunos e lhes disse: - Aqui vai um problema: um avião saiu de Amsterdam com uma velocidade de 780 km/h e com destino a Aruba. A tripulação era composta de dois pilotos russos e quatro aeromoças chinesas; a capacidade era de 180 passageiros. Agora descubra: Quantos anos eu tenho? (Aí ele deu aquele risinho de superioridade.) A classe obviamente não tem a menor ideia de como chegar à resposta, todos ficam quietos. Então, o Joãozinho, lá no fundo da sala e sem levantar a mão, diz de pronto: - 46 anos, professor! O professor, espantado, o olha e diz: - Puxa vida, está correto, tenho 46 anos. Mas como você descobriu? - Bem, eu deduzi pela lógica – disse Joãozinho. Meu vizinho é MEIO babaca e tem 23 anos, então... O desafio no final deste capítulo é pesquisar outras piadas (inteligentes, é claro) que tratem do(s) assunto(s) deste capítulo.
Capítulo 4 4 O comportamento humano: penso, vivo e ajo Cantar e filosofar ! Ética Colocar música em uma cena é como escolher Fonte: MORAE, Eduardo Étice. Intérprete BANDA FINIS AFRICAE. in: palavras para um poema. CD ao vivo. Brasília. Selo do Disco, 1985. Como disse Arthur Finis Africae Shopenhauer: “as palavras A Finis Africae foi uma banda de rock brasiliense que emplacou expressam a razão e a hits como “Ética”, “Van Gogh”, “Armadilha”, “Deus Ateu” e “Mentiras”. música, a emoção”. Encontre a música no canal: https://www.youtube.com Vamos refletir e dialogar em COM.A.I. a. Na música temos a afirmação: “Esta é a era da razão”. Apresente alguns exemplos contrários a essa afirmação que você escuta nos noticiários.
Filosofar e Viver 6.º ano 59 b. Qual o seu entendimento para a letra: “É a idade da razão e da Ética, ética, ética /Que desaprova a emoção”? c. “Circo e pão não anestesiam mais/Dessa caverna não sai dragão”, o que isso significa? d. Agora é com você, crie mais uma estrofe para essa música falando sobre a importância de pensar bem para viver bem, filosofando e sendo ético. REFLEXÃO: Construindo pontes Certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro. Durante anos percorreram uma estreita, porém comprida estrada que corria ao longo do rio para, ao final de cada dia, poderem atravessá-lo e desfrutar um da companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam-no com prazer, pois se amavam. Mas agora tudo havia mudado. O que começara com um pequeno mal-entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta. Ao abri- la, notou um homem com uma caixa
60 O comportamento humano: penso, vivo e ajo Capítulo 4 de ferramentas de carpinteiro em sua mão, que lhe disse: – Estou procurando por trabalho, talvez você tenha um pequeno serviço aqui e ali. Posso ajudá-lo? - Sim! – disse o fazendeiro. – Claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do riacho. É de meu vizinho, na realidade, meu irmão mais novo. Brigamos muito e não mais posso suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você me construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não mais precise vê-lo. - Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. – Mostre-me onde estão o martelo e os pregos que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito. Como precisava ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu. O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia, medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra, ao mesmo tempo que o fazendeiro retornava. Porém, seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca! Em seu lugar estava uma ponte que ligava um lado do riacho ao outro. Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou: - Você é muito insolente em construir esta ponte após tudo que lhe contei. No entanto, as surpresas não haviam terminado. Ao erguer seus olhos para a ponte mais uma vez, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com seus braços abertos. Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram um na direção do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte. Emocionados, viram o carpinteiro arrumando suas ferramentas e partindo. - Não, espere! – disse o mais velho. Fique conosco mais alguns dias, tenho muitos outros projetos para você. O carpinteiro então lhe respondeu: - Adoraria ficar. Mas tenho muitas outras pontes para construir. (Autor desconhecido) Pode ser encontrado no site: http://metaforas.com.br/construindo-pontes 4.1 O que somos obrigados a fazer, o que fazemos a respeito do bem e do mal? Por que e para que filosofar? Poderíamos responder essa pergunta de inúmeras maneiras. Respostas favoráveis ou contrárias, com sentido ou somente levando em conta a sua viabilidade, numa sociedade que é imediatista e prática. Porém, utilizando a ideia do filósofo Sócrates, podemos começar a dar resposta(s) significativa(s) e importante(s) para cada um, como seres racionais: “ao não examinarmos, questionarmos, investigarmos sobre nós, os outros e o mundo, não há muito interesse em viver”. Copyright Sergey Nivens. Shutterstock.com
Filosofar e Viver 6.º ano 61 Nossa racionalidade nos garante pensar nas causas e nos efeitos, nas vantagens e nas desvantagens, nos ganhos e nas perdas, no que posso ou no que não posso fazer, no bem e no mal, enfim, numa vida melhor, tanto para mim quanto para aqueles que vivem junto comigo. Podemos, portanto, uma vez que somos capazes de filosofar, fazer inúmeras outras perguntas. Muitas chegaremos a responder, outras podem nos deixar perplexos e sem resposta objetiva. Assim, perguntamos num ou noutro momento de nossas vidas: N Por que preciso comer certos alimentos? N Por que devo praticar atividades físicas? N Tenho que respeitar as regras de convivência em sociedade ou posso fazer o que quero? N O que me leva a ir à escola todos os dias? É um direito, uma obrigação ou um privilégio? N Quem garante que tudo tem que ser como é e que não poderia ser de outra forma? N O que devo fazer para ser feliz e viver bem? N Por que devemos ser éticos? É fácil ser ético no mundo em que vivemos? N Por que há tanta discordância em relação à Ética? N As pessoas são realmente livres ou nossas ações são determinadas pela genética e pelo meio ambiente? Você já deve ter feito inúmeras outras perguntas. Para algumas, você teve respostas, outras podem deixar você pensando. Como você percebe, há vários tipos de questionamentos que fazemos – e só nós é que fazemos tais perguntas –; portanto, filosofamos. Com certeza, as respostas às perguntas que fazemos durante nossa existência podem ser diferentes de pessoa para pessoa. Alguém poderá dizer que faz algo ou pensa de tal maneira porque todo mundo faz assim. Outros poderão dar respostas vendo que as coisas são óbvias, têm de ser assim, sempre foram e serão do mesmo jeito. Alguns buscam, desde pequenos, pensar por si mesmos, ser autores de suas ideias e visões de mundo. Muitos podem ainda não ter se perguntado sobre essas ou outras questões e talvez nunca o façam. Educação afetiva e ética sexual Presente de amigo N Participantes: Toda a turma. N Tempo estimado: 20 minutos. N Modalidade: Avaliação afetiva dos participantes da COM.A.I.
62 O comportamento humano: penso, vivo e ajo Capítulo 4 N Objetivo: Enaltecer qualidades dos participantes da turma. N Material: Lápis e papel. N Descrição da atividade: O professor dividirá a turma em grupos de quatro a seis integrantes e, em seguida, deve expor o seguinte: “Muitas vezes apreciamos mais um presente pequeno do que um grande. Muitas vezes ficamos preocupados por não sermos capazes de realizar coisas grandes e deixamos de fazer coisas menores, embora de grande significado. Na experiência que segue, seremos capazes de dar um pequeno presente de alegria para alguns integrantes do grupo”. Prosseguindo, o professor convida para que cada um escreva mensagens para os integrantes de seu grupo. As mensagens devem seguir essas formas: N provocar sentimentos positivos no destinatário com relação a si mesmo; N ser mais específicas, descrevendo detalhes próprios da pessoa em vez de características muito genéricas; N indicar os pontos positivos da pessoa dentro do contexto do grupo; N ser na primeira pessoa; N ser sinceras; e N ser ou não assinadas, de acordo com a vontade do remetente. As mensagens são dobradas e o nome do destinatário é colocado do lado de fora. Então, elas são recolhidas e entregues aos destinatários. Depois que todos tiverem lido as mensagens, segue-se à conclusão da dinâmica com um debate sobre as reações dos integrantes. Também é importante perceber como somos vistos pelos outros e como enxergamos os outros (= educação afetiva). Podemos realmente fazer o que queremos ? Somos convidados e desafiados a pensar bem. A tarefa não é fácil, ainda mais quando tudo e todos que estão à nossa volta preferem o caminho mais fácil. Querem respostas prontas, pensam pouco e não têm o hábito de investigar, refletir, discutir ideias. Lemos no livro Aprendendo a viver juntos:2 [...] Analisando nossas vidas, vemos que muitos dos nossos atos são automáticos, fazem parte das regras da casa, da sociedade, das normas estipuladas para se viver em grupo. [...] Por isso podemos entender que regras/normas e costumes parecem ter algo em comum, vêm de fora e não podem ser contrariados. Os hábitos são a repetição desses costumes, que podem ser regras/normas, mas que, por segui-los constantemente, estranhamos quando não são feitos. 2. WONSOVICZ, Silvio. Aprendendo a viver juntos: investigando sobre Ética. Florianópolis: Sophos, 2014. p. 14.
Filosofar e Viver 6.º ano 63 E por isso é importante termos claro o sentido etimológico dos termos: N MORAL: do latim mos-mores, que quer dizer costumes ou regras que determinam a vida, por isso dizemos que a moral refere-se às normas, às regras, aos costumes, aos hábitos e aos valores que orientam a vida do homem dentro da sociedade; e N ÉTICA: do grego ethos, que significa modo de ser, a forma usada pela pessoa para organizar sua vida em sociedade. É a transformação dos valores do grupo e da cultura em que se vive em normas e regras práticas. O papel da Ética é o de analisar as opções feitas pelas pessoas, avaliar os costumes e os hábitos e ser a reflexão crítica da moral do grupo no contexto social e histórico em que ele se encontra. Copyright Luis Molinero. Shutterstock.com O que é o bem e o que é o mal? Essa pergunta sempre foi feita ao longo de toda a história humana. É uma pergunta filosófica. Muitas respostas já foram dadas, e alguns filósofos acharam que suas respostas trouxeram a solução definitiva. Outros pensadores buscaram responder por meio de um código de mandamentos ou princípios de conduta. Ainda hoje continuamos a nos questionar sobre o bem e o mal. Certamente, você já pensou sobre isso quando fez ou deveria fazer algo. Também na vivência religiosa ocorre essa discussão. Será que poderemos ter uma ideia universal do que venha a ser o bem e o mal? Ou essa resposta passa a ser de cada um? Vamos filosofar e criar... 1. Marque com M para indicar o comportamento moral e com E para indicar o comportamento ético. Saiba justificar suas escolhas tendo o entendimento dos conteúdos iniciais. a. Uso de roupas () b. Honestidade () c. Ter atitude filantrópica () d. Namoro () e. Leis de trânsito () f. Religiosidade das pessoas ( ) g. Ser um bom profissional ( ) h. Respeitar os mais velhos ( ) i. Preservar a natureza () j. Hábitos alimentares ()
64 O comportamento humano: penso, vivo e ajo Capítulo 4 2. Escreva com as suas palavras o que você entendeu sobre cada termo abaixo. N Regras/Normas N Costumes/Hábitos N Bem/Mal Vamos criar e filosofar... 3. Escolha e examine nos jornais e em revistas uma notícia atual. Dessa notícia você fará um resumo do que o jornalista apresenta. Logo após, fará uma análise sobre a questão bem/mal que está sendo apresentada na notícia e, em seguida, reproduzirá a reportagem. N Como vejo a questão bem/mal:
Filosofar e Viver 6.º ano 65 N A reportagem: 4.2 Como me manifesto na sociedade: a liberdade Somos convidados a pensar bem e melhor. Precisamos ser cada vez mais cidadãos conscientes de nossos direitos, deveres e obrigações. Ser cidadão participante é algo para se construir no dia a dia. Devemos investigar sobre o mundo, as ideias, as nossas ações e as ações daqueles que vivem conosco. Queremos viver bem, viver em comunidade, ser cidadãos participantes e ativos. É importante observarmos as pessoas que se tornam famosas na sociedade. Muitas podem ser as explicações para isso ocorrer. O pensador Krishnamurti dizia que o mérito dessas pessoas, muitas vezes, estava no fato de simplesmente serem famosas. Hoje temos exemplos de manifestações pessoais, em nossa sociedade, de pessoas famosas em suas áreas de atuação porque aprenderam a administrar bem algumas habilidades pessoais. Veja os exemplos de esportistas, religiosos, políticos, empresários, professores... A questão de fundo é a liberdade. O ser humano quer ser livre sendo famoso ou não. Como falar da liberdade humana não levando em conta a condição de vida concreta, histórica e socialmente localizada? Liberdade é o que existe realmente, sendo possível dentro dos condicionamentos humanos, sociais e políticos em que vivemos.
66 O comportamento humano: penso, vivo e ajo Capítulo 4 O que é liberdade? Na busca por uma definição, poderíamos contrapor ser livre ao que não é ter liberdade de ação, pensamento, desejos. Ou querendo encontrar um ponto comum, poderíamos dizer que liberdade é, por essência, a capacidade de escolhas.3 Somos levados a fazer algumas coisas, apesar de definirmos liberdade como possibilidade de escolha, de autodeterminar-se. Sofremos pressões internas e externas que chamamos de coações: N coações internas: são as manifestações do inconsciente, os instintos, as energias vitais, os sentimentos reprimidos, a nossa herança genética; e N coações externas: quando as obrigações vêm do mundo em que vivemos. Alguns consideram essa forma de relação uma violência, que pode ser física (ameaça à vida), moral (ameaça à integridade) e psicológica (adotando certos comportamentos que são impostos por alguém). Ser livre e escolher implica responsabilidade, que deriva da palavra “resposta”. Na verdade, a noção de responsabilidade baseia-se na escolha, e a noção de escolha é essencial ao conceito de liberdade limitada. Em outras palavras, a liberdade está ligada às nossas escolhas e às responsabilidades que vêm dessas escolhas. APRENDER A EMPREENDER: Empreendedorismo social Construir juntos a Comunidade de Aprendizagem Investigativa, exercitando o diálogo e as regras para construir sempre uma nova “inteligência coletiva” e desenvolver o protagonismo juvenil. Responsabilidades sociais A COM.A.I. será dividida em equipes. Cada equipe irá escolher um grupo social (grupo profissional, classe econômica, atividade religiosa...) e entrevistar pelo menos duas pessoas. Após o relato do trabalho em equipe, toda a classe irá discutir sobre as respostas dadas às duas questões e cada aluno deverá registrar a sua resposta no quadro a seguir. Da liberdade muito se fala e também muito se busca conquistá-la. Vamos procurar saber, com uma pesquisa e entrevista, o que grupos de pessoas pensam sobre: N O que é ser livre? Entrevistados: N A liberdade existe ou é só um desejo? Entrevistados: 3. WONSOVICZ, Silvio. Aprendendo a viver juntos: investigando sobre ética. Florianópolis: Sophos, 2014. p. 26.
Filosofar e Viver 6.º ano 67 O que é ser livre? A liberdade existe ou é só um desejo? Vamos criar e filosofar... 4. Vivemos numa sociedade que nos proporciona muitos momentos de escolha e nos impõe muitas necessidades. Escreva sobre isso fazendo um texto justificando suas ideias e falando sobre escolha, responsabilidade e liberdade. Título:
68 O comportamento humano: penso, vivo e ajo Capítulo 4 Sessão “Acenda as luzes”: Filme “O Senhor das moscas” Sinopse: O filme trata da história de um grupo de garotos, vítimas de um acidente aéreo, que vão parar em uma ilha deserta. Inicialmente, apesar da pouca experiência, os meninos tentam se organizar e respeitar regras e acordos a fim de sobreviver na ilha e enviar sinais para um possível resgate. No entanto, com o passar do tempo, o líder democraticamente escolhido parece fraco e desnecessário diante de um jovem caçador que conquista seu espaço à força. Mais do que conquistar a liderança do grupo, mostrando as suas habilidades e utilizando- se de artifícios como comida farta e muita diversão, os jovens, ainda que sem perceberm, são pouco a pouco transformados, passando a ter um comportamento selvagem e irracional, despertando seus instintos mais primitivos e chegando a matar aqueles que se voltam contra as ideias da maioria. Numa brilhante metáfora sobre o comportamento de líderes democráticos contra líderes autoritários, tendo um grupo – que no caso representa o povo – como massa de manobra, “O Senhor das moscas” é uma crítica contundente à formação da sociedade e à maneira bestial que o ser humano pode adotar quando manipulado e sob o efeito de estar participando e sendo aceito em determinado grupo. Elementos como o medo ou a política do “pão e circo”, disseminados por Jack (Tom Chapin), um dos postulantes à liderança, democraticamente derrotado, denotam um ar fascista e levemente anárquico ao colocar a manutenção de sua liderança como prioridade diante das possibilidades de resgate. Poderá ser encontrado no canal: https://www.youtube.com A lógica das piadas O humor é um produto da capacidade humana para criar julgamentos rápidos e intuitivos. Homens e mulheres reagem de maneira diferente à mesma anedota. Algumas pessoas podem levar um pouco mais de tempo do que outras para considerar as piadas como engraçadas ou não. Porém, piadas sendo inteligentes levam todos ao divertimento. Último desejo (ou poder de decidir) Dois homens condenados à cadeira elétrica foram levados para a mesma antessala no dia da execução. O padre lhes deu a extrema-unção, o carcereiro fez o discurso formal e uma prece final foi rezada pelos participantes. O carrasco, voltando-se ao primeiro homem, perguntou: - Você tem um último pedido? - Tenho. Como eu adoro pagode, gostaria de ouvir o CD dos Travessos, de Negritude Jr., de Karametade, de Katinguelê, d’Os Morenos, do Belo e, pela última vez antes de morrer, se for possível, os CDs do É O Tchan, do Araketu, do KI-Loucura e do Créu. - Ok! O carrasco virou para o segundo condenado e perguntou: - E você, qual seu último pedido? - Posso morrer primeiro? O desafio no final deste capítulo é pesquisar outras piadas (inteligentes, é claro) que tratem do(s) assunto(s) deste capítulo.
PENSAR BEM E AGIR (= PROTAGONISMO SOCIAL) Política Estética 3UNIDADE
Pensar bem e agir 3 (= Protagonismo social) Pensar e agir são atos políticos – essa afirmação vem ao encontro do que é natural em nossa existência. Somos pessoas que realizam ou não as ações. Quando fazemos ou não alguma ação, dizemos que é um ato político. Portanto, escolher fazer ou não fazer é uma ação política, assim todo ato humano é um ato político. E por isso temos a necessidade de pensar bem e agir (o que é um protagonismo social). O que significa protagonismo? É uma palavra latina protos, que significa primeiro, principal; e agonistes, que significa lutador, competidor. Portanto, protagonistas sociais somos nós quando pensamos bem e agimos individual ou em COM.A.I. para que a realidade ao nosso redor possa ser modificada para melhor. Copyright AndreyPopov. Shutterstock.com Esse é um dos propósitos dos nossos estudos filosóficos na Coleção Novo Espaço Filosófico Criativo. É importante cada aluno perceber que começamos no livro Filosofar e viver discutindo elementos iniciais sobre o Diálogo filosófico e a Teoria do Conhecimento, sobre a Lógica e a Ética e agora vamos iniciar um entendimento sobre a Política e a Estética. É sempre importante ter presente que os conteúdos do nosso livro vão continuar sendo ampliados e aprofundados nos anos que virão, esse é o objetivo da coleção. Dessa forma, estamos dando passos e podemos olhar a dimensão a que chegaremos. Política e Estética Copyright Singkham. Shutterstock.com Atos humanos são atos políticos N O ser ético e o ser político: uma reflexão filosófica e ação transformadora N Uma diferença significativa: a presença e os direitos do homem no mundo
5 Capítulo 5 Atos humanos sao atos politicos ! Colocar música em uma Cantar e filosofar cena é como escolher Disparada palavras para um poema. Como disse Arthur Shopenhauer: “as palavras expressam a razão e a música, a emoção”. Fonte: VANDRÉ, Geraldo; BARROS, Theo de. Disparada. Intérprete: Jair Rodrigues. In: JAIR RODRIGUES. 500 Anos de Folia – 100% ao vivo. São Paulo: Trama, 1999. Faixa 9. Encontre a música no canal: https://www.youtube.com Os autores fazem uma comparação entre a exploração das classes sociais pobres pelas mais ricas com a exploração das boiadas pelos boiadeiros. A letra mostra nas entrelinhas a maneira de lidar com o gado e com a gente. Vamos refletir e dialogar em COM.A.I. a. Qual o significado de “Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar”? b. Qual a relação que você pode fazer da ideia “Na boiada já fui boi” com o mundo de consumo em que vivemos hoje? c. Vamos discutir e registrar os significados para as estrofes da música: “Então não pude seguir, valente em lugar tenente/E dono de gado e gente, porque gado a gente marca/Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente/Se você não concordar, não posso me desculpar/Não canto prá enganar, vou pegar minha viola/Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar”.
72 Atos humanos são atos políticos Capítulo 5 d. Quando penso bem, organizo minhas ideias e ações, faço escolhas, sou um ser político ou não tem nada a ver? Após responder essa questão, é hora de pensar em como colocar para toda a escola essa música e a(s) reflexão(ões) da COM.A.I. Usem a criatividade... (vale a pena uma pesquisa sobre a origem da música, o festival no qual ela foi apresentada...) REFLEXÃO: A divindade dos homens Uma velha lenda hindu conta que, numa época imemorial, todos os homens da Terra eram deuses, mas os homens pecaram e abusaram tanto do Divino que Brahma, o deus de todos os deuses, decidiu que a divindade fosse retirada dos homens e escondida em algum lugar onde jamais fosse encontrada. Um dos deuses disse: - Então vamos enterrá-la profundamente na terra. Brahma replicou: - Não, o homem pode escavar a terra até encontrá-la. Outro deus disse: - Então, vamos jogá-la no oceano mais profundo. Brahma não concordou: - Não, o homem aprenderá a mergulhar e um dia vai encontrá-la. Um terceiro deus sugeriu: - Por que não escondê-la na montanha mais alta? Brahma então disse: - Não, o homem pode escalar. Tenho um lugar melhor. Vamos escondê-la no interior do próprio homem. Ele nunca vai pensar em procurar lá. Fonte: SUPRIYA, Ma Deva. Pequenas histórias... grandes mestres. Giftbook, 2010.
Filosofar e Viver 6.º ano 73 5.1 O ser ético e o ser político: uma reflexão filosófica e ação transformadora Nesta unidade iniciamos uma reflexão e investigação sobre Política e Estética. É bom lembrar que sempre houve uma preocupação durante os seus estudos, alguns alunos vêm filosofando desde o 1.º ano, buscando N alertar que pensamos sempre e podemos pensar melhor sobre o mundo, as ideias e os outros; N incentivar para que, cada vez mais, suas ideias possam ser lógicas, estruturadas com coerência; e N despertar uma reflexão filosófica e investigação ética, pois não vivemos sozinhos. Precisamos aprender a viver juntos e a ser coerentes com as nossas ideias e práticas. Durante este ano você vem estudando que filosofar é usar a razão, refletir, enfim, ter uma ação intelectual e um entendimento social da vida. O filosofar acontece pelo raciocínio, pela argumentação lógica e pelo desenvolvimento de uma força intelectual. Existem caminhos que a Filosofia e o filosofar iniciam quando a ciência termina, isto é, quando terminam as possibilidades de observação imediata e concreta. Por essa visão, concluímos que o conhecimento filosófico prossegue pela reflexão e pelo esforço da razão. Vamos exemplificar: N na Matemática: quando há possibilidades de cálculos exatos e demonstrações deles, dizemos ser ciência. Mas, no momento em que questionamos o valor do zero ou entramos no cálculo infinitesimal, estamos começando a trilhar um pensamento filosófico; N na Psicologia: quando são analisados e estudados fenômenos que podem ser testados e submetidos ao “reflexo condicionado”, dizemos que é ciência. Porém, quando procuramos entender a natureza e as propriedades da alma, do íntimo das pessoas, suas angústias, sonhos, frustrações, entramos no campo filosófico; e N na Política: quando os compromissos políticos pelo interesse do bem público, como as políticas públicas de governo (em todos os níveis de poder), estão a serviço de toda a população num regime democrático, dizemos que é uma administração justa. Mas, quando vemos que administradores “eleitos” fazem uso do bem público ou estabelecem políticas públicas em favor próprio ou de grupos, então é hora de uma Copyright GrandeDuc. reflexão e ação filosófica. Shutterstock.com Como você vê, diante de todas as ciências, quando excendem os limites da simples observação concreta e sensível, estamos no campo filosófico. Seguindo a tradição clássica do pensamento europeu, entendemos que filosofar é a busca do ser sempre gruiada pela pergunta: “O que é, em si e afinal, isto?”. E também reforçada no diálogo de Platão Teeteto: “o filósofo quer saber não se o rei que tem muito ouro é feliz ou não, mas o que é a felicidade.
74 Atos humanos são atos políticos Capítulo 5 O privilégio de refletir Como alunos e seres humanos, somos privilegiados diante da natureza, podemos fazer reflexões filosóficas. A origem da palavra “reflexão” – re-flectere – significa a ação do pensar sobre si mesmo, refletir sobre o próprio saber, interrogar-se sobre ele. A Filosofia leva a pessoa a um acréscimo de consciência e lucidez sobre seus conhecimentos. Qual é o ganho, o valor, para cada um de nós de uma reflexão filosófica? Muitas são as opiniões e respostas a esse questionamento, principalmente em nossos dias e na cultura em que vivemos. Somos frutos de uma sociedade e educação imediatistas, pragmáticas e superficiais, não acostumadas ao pensar e ao refletir filosófico (porque este exige esforço, paciência, enfim, dá trabalho e é inquietante). Quem nega ou duvida da importância de uma reflexão filosófica está negando ou duvidando do próprio homem. O que nos faz ser diferentes, diante de toda a natureza, Copyright mizar. Shutterstock.com não é só o fato de pensarmos, mas porque podemos pensar sobre nós mesmos e nossos pensamentos, sobre os outros e seus pensamentos e sobre o mundo e suas razões. Daí a conclusão de que a reflexão é um dos mais altos e nobres esforços humanos. Ao adquirirmos o hábito de pensar filosoficamente, aprendemos a pensar bem, a viver melhor, sendo esse um ato político. Isso é garantido? A “fórmula mágica” está na reflexão filosófica? Por ela, tudo e todos seriam melhores? Não podemos ser tão ingênuos a ponto de não olharmos o “outro lado da moeda”. O filósofo Nietzsche dizia: “Certas doutrinas dependem de uma filosofia política e policial, submissa aos governantes, às Igrejas, às Academias, aos costumes, a todas as covardias humanas”. Conforme o significado de refletir – re-fletere – visto anteriormente, a pergunta !é: sobre o que reflete a Filosofia? A vida interior do homem, sob seus múltiplos aspectos; o mundo do sentimento, do espírito, da vontade; mundo invisível, tão real, senão mais real que o visível. O filósofo não despreza, aliás, este mundo visível, que também ele faz parte do mundo invisível: as coisas são feitas de nossos estados de alma. O exterior é, de início, um interior. A vida interior do homem compreende ainda suas aspirações ao verdadeiro, ao belo, ao bem, sua necessidade de infinito, seus devaneios metafísicos e religiosos, seus esforços por criar a ciência e a arte, por melhorar a sociedade, por devassar o mistério do destino humano, do universo e do além. Daí ser levada a filosofia a propor problemas de importância vital: o papel da experiência e da razão no conhecimento; liberdade ou determinismo; relações entre alma e corpo; existência e natureza de Deus; os valores. A filosofia é uma reflexão sobre a vida, sobre toda a vida. Ensinar os outros a pensar melhor e até a agir melhor. Melhorar o indivíduo e, pelo indivíduo, a sociedade; aumentar a sabedoria e, pela sabedoria, a felicidade. A filosofia é uma reflexão sobre a vida que deve ajudar o homem a viver bem.3 3. CHALLAYE, Felicien. Pequena história das grandes filosofias. São Paulo:Nacional, 1978, p. 278
Filosofar e Viver 6.º ano 75 Na filosofia grega, a Ética e a Política estavam intimamente ligadas. Essa ligação era tão forte que se considerava o ideal da filosofia política como uma continuação da filosofia moral. Ambas têm a mesma finalidade, estão intimamente ligadas, pois querem que se viva bem. Como vimos no capítulo anterior, a Ética é a arte de escolher aquilo que mais nos convém e de viver do melhor modo possível. Agora veremos que o objetivo da Política é organizar da melhor maneira possível a convivência social. Dessa forma, cada um poderá escolher o que lhe convém. Como vimos, o ser humano responde ! eticamente por sua ação quando é livre, responsável e criador do seu próprio destino. Mas, ao mesmo tempo em que escolhe livremente, há uma série de contradições históricas que exigem novas opções e escolhas a cada momento. Destas escolhas feitas temos a ação, e política é essencialmente ação. Esta se compreende como ação dentro de uma determinada coletividade social. Qualquer pessoa que queira viver bem, portanto eticamente, não pode omitir-se do seu papel Copyright Kuttelvaserova Stuchelova. Shutterstock.com político.5 Uma reflexão filosófica, com aspectos de uma atitude ética e política, é uma forma de levar em conta a ação. A ação aqui é entendida como uma maneira de empregarmos a nossa liberdade. Portanto, N ser ético é, antes de tudo, uma opção, pois cada um escolhe atendendo ao que é melhor para seu bem-estar em determinado momento e sem querer convencer os outros de que assim é melhor e mais satisfatório viver. Vemos que não vivemos sozinhos, mas em comunidade; e N ser político é levar os outros em consideração, já que é preciso haver coordenação, organização, pois há fatos que afetam muitos. Queremos refletir filosoficamente sobre as ações humanas. A ação ética é pessoal, está sob o nosso controle. A ação política conta com a vontade dos outros e aí é preciso a criação das instituições, das leis, das formas administrativas, para a vivência em comunidade. 5. WONSOVICZ, Silvio. Somos filhos da pólis. Florianópolis: Sophos, 2014. p. 12.
76 Atos humanos são atos políticos Capítulo 5 Vamos filosofar e criar... 1. “Vivemos num mundo que nos obriga a pensar e exige que reflitamos”. Você concorda ou não com essa afirmação? Justifique a sua resposta. 2. O homem, como ser pensante, sempre busca novos meios para superar os obstáculos e encontra soluções para as suas crises. Isso significa que somos obrigados a refletir? Você consegue ampliar essa questão? 3. Somos seres de um mundo em mudanças em que crises deixam pessoas e nações em busca de saídas. É possível elencarmos situações que nos preocupam como cidadãos de nosso país? Por exemplo: guerras, violência, poluição, desmatamento das florestas, corrupções... 4. Para essas e outras angústias, que soluções você apresentaria? 5. Você acha que a Filosofia pode contribuir para você ser um cidadão ético e político? Justifique a sua resposta. 6. Toda pessoa que vive dentro de uma ética está tendo uma atitude política? Tente justificar a sua resposta.
Filosofar e Viver 6.º ano 77 Educação financeira Individualmente e juntos na Comunidade de Aprendizagem Investigativa, precisamos desenvolver o entendimento de uma educação financeira. Essa aprendizagem começa e se desenvolver de várias maneiras, uma delas é relacionada com os SONHOS que temos e aqueles que projetamos. E por isso vamos fazer A viagem. A viagem Objetivo Definir as prioridades e os sonhos pessoais e os da COM.A.I. Material Papel e caneta para cada aluno. Participantes Copyright Carlos Castilla. Shutterstock.com Descrição: O professor pede a cada aluno que escreva cinco sonhos pessoais. E começa a dizer: lembre-se de que esses sonhos serão nossa bagagem de uma viagem muito especial, a viagem da nossa vida, iremos para outro país, numa longa jornada. Com os nossos sonhos em mãos e saindo de casa, temos nossa primeira dificuldade, nem todos os nossos sonhos cabem no carro que vai nos levar, assim temos que abandonar um. Qual deles seria? Seguindo viagem, nosso carro quebra e temos que seguir a pé, mas, devido ao peso das nossas bagagens, temos que tirar outro sonho, ficando somente com três. Qual sonho você abandonou? Agora, caminhando nos deparamos com um cachorro que começa a correr atrás de nós para nos atacar. Para podermos escapar de uma mordida, temos que deixar outro sonho, ficando com dois sonhos. Qual sonho ficou para trás? Após um caminho tortuoso até a entrada no outro país, encontramos uma alfândega na qual somos barrados e temos que seguir somente com uma mochila, qual sonho deixamos agora? Qual o meu e o nosso maior sonho que nunca abandonamos? Essa é a pergunta feita para cada um e para a COM.A.I.
78 Atos humanos são atos políticos Capítulo 5 Reflexões que o professor poderá levantar em cada situação: N O carro cheio representa a nossa família e/ou amigos que nos fazem desistir de alguns sonhos. N O peso das malas representa o tempo no qual tentamos realizar esse sonho do qual pelo cansaço desistimos. N O cachorro tem conotação de perseguição, de desânimo diante das dificuldades... N Finalmente, a alfândega pode significar o momento da escolha, daquilo que realmente interessa em nossos sonhos... N Qual momento foi o mais difícil para abandonar um sonho? N O que o motiva durante as dificuldades? N Que retribuição devo esperar se seguir corretamente todos os meus passos nessa viagem? N Qual o sonho que devemos ter como COM.A.I. agora e pensando para os próximos anos? 5.2 Uma diferença significativa: a presença e os direitos do homem no mundo O que é ou quem é o homem? (= nossa presença no mundo construindo a história) Buscar uma definição é reportar-nos à história e também a visões filosóficas, nas quais muitas vezes e de vários modos se falou do homem. Comecemos pelos antropólogos, mas também os filósofos, os historiadores, os sociólogos, os políticos..., que, em todas as épocas, qualificam o homem como: N Homo sapiens, estabelecendo a diferença com os primatas que não evoluíram. Sapiens pois o homem é inteligente, criador de cultura, aberto ao novo. Encontramos em <http://www.dicionariodelatim.com.br> O homem sábio. 1 Nome da espécie homem na nomenclatura de Lineu. 2 Expressão usada por Henri Bergson para indicar o homem, único animal inteligente diante dos demais. N Homo faber, isto é, trabalhador, construtor, modificador da natureza. Encontramos em <http://www.dicionariodelatim.com.br> O homem artífice. Locução empregada por Henri Bergson para designar o homem primitivo ante a necessidade de forjar ele próprio os utensílios indispensáveis à manutenção da vida.
Filosofar e Viver 6.º ano 79 Os sociólogos preferem N Homo socius, isto é, aquele que é companheiro porque ajuda e precisa ser ajudado pelos outros. Os filósofos caracterizam o homem como N Zoôn politikón, um ser social por excelência porque organiza a pólis, cidade, a sociedade, a comunidade política. Vendo os aspectos de presença e dos direitos do homem no mundo, muito mais difundida e conhecida é a conceituação de homem como um animal racional. Características do homem? (= aqueles atributos que são os nossos direitos e distinções) O homem pode fazer com que as coisas que “estão aí” possam começar a “estar para” ele, por isso transforma o ferro, o alumínio, o barro, entre outras matérias-primas, em panelas, e essas matérias passam a desempenhar um novo sentido, com a utilidade de instrumento. Nada mais do que o homem transformando parte da natureza em uma cultura. Somente o homem tem essa e outras características, porque ele é capaz de se abstrair do “aqui e agora” e projetar-se para o futuro. Assim, podemos ver em nós:
80 Atos humanos são atos políticos Capítulo 5 N Individualidade: somos únicos, insubstituíveis, inéditos, distintos, por isso não há no mundo duas pessoas iguais. Querer que o outro seja como eu é reduzir esse outro a alguém sem identidade. N Liberdade: será que o homem nasce livre na natureza? A liberdade é uma conquista que só nós podemos ter, por isso não somos seres determinados a agir de uma forma ou outra, mas a agir com liberdade de escolha(s). N Consciência: podemos saber o que fazemos. Diante de uma ação, do que iremos fazer, usamos o julgamento da nossa consciência. N Responsabilidade: respondemos pelos atos que praticamos ou não, livres e conscientes. Diante de cada ato, impõe-se a nós o dever de responder por ele. N Racionalidade: pelo pensamento, identificamo-nos como pessoa humana. E esse pensamento manifesta-se por meio da ação. N Sociabilidade: é a forma como nos deixamos conhecer. Isso através da comunicação, por meio da qual modificamos, socializamos e temos a possibilidade de desenvolver nossas qualidades, realizando-nos. N Direitos: temos direitos, brigamos por eles e sabemos que a cada direito corresponde !um dever. Somos humanos e vivemos como humanos, ou seja, em sociedade, isso é inegável. Podemos até pensar em uma outra forma de viver, mas precisamos dos outros. Na Grécia Antiga aqueles que não queriam saber de política eram chamados de idiotés, palavra cujo significado retrata uma pessoa isolada, sem nada para oferecer, mesquinha em suas coisas, manipulada pelos outros. Dessa palavra vem o idiota atual.6 Como pessoas no mundo, temos de ter presente que todos os nossos atos são políticos. Nossa vida em sociedade se pauta por decisões e escolhas que são atos políticos. Ao pensarmos, falarmos e agirmos, estamos fazendo política. Vamos, a partir de agora, cuidar e zelar para que ninguém se aposse das nossas palavras e muito menos as pronunciem em nosso lugar. Isso é ser o autor (ser político no exato significado da palavra) do que pensamos, dizemos e fazemos. APRENDER A EMPREENDER: Empreendedorismo social Construir juntos a Comunidade de Aprendizagem Investigativa, exercitando o diálogo e as regras para construir sempre uma nova “inteligência coletiva” e desenvolver o protagonismo juvenil. E agora? Objetivo A partir da história que será lida e discutida em sala de aula, os alunos deverão fazer uma relação entre o conteúdo deste trimestre e uma ação coletiva. 6. WONSOVICZ, Silvio. Somos filhos da pólis. Florianópolis: Sophos, 2014. p. 14.
Filosofar e Viver 6.º ano 81 Realização Participantes N Cada aluno irá fazer a sua ilustração do texto. Toda a sala de aula. N A COM.A.I. será dividida em pequenos grupos nos quais cada aluno irá justificar a sua ilustração do texto. N No grupo farão uma discussão sobre: E agora, o que fazer como turma do 6.º ano neste final de livro para que algo mude para melhor na escola, na sociedade ou em nossas famílias? Reflexão: Querer fazer a diferença no mundo, ser autor e protagonista é pensar no centésimo macaco, história que pode ser entendida como uma metáfora para um convencimento individual e coletivo. No interior de cada pessoa fazer é tornar-se e, se repetirmos várias vezes um comportamento, motivados por uma atitude ou princípio, ao final de um espaço de tempo podemos nos tornar o que fazemos. O centésimo macaco: um mito contemporâneo Um grupo de etólogos japoneses fez uma série de estudos sobre o comportamento animal num arquipélago formado por minúsculas ilhas e pôde observar que os macacos da região comiam batatas-doces sem lavar, ou seja, sujas de terra. Certo dia, um macaco pequeno resolveu lavar sua batata antes de comê- la e gostou do paladar do tubérculo sem a terra. Correu para mostrar a descoberta à sua mãe, que lhe deu uns empurrões. Porém, o macaquinho não desistiu, e seguiu mostrando sua descoberta para outros filhotes. De vez em quando um deles resolvia experimentar e gostava da comida sem a terra. Um belo dia, os pesquisadores observaram que, de um momento para o outro, todos os macacos daquela ilha começaram a lavar a batata antes de comê-la e, para surpresa de todos, constataram que não somente os macacos daquela ilha, mas também de todo o arquipélago aderiram à novidade – esse experimento eles denominaram de “centésimo macaco”. Fonte: Adaptado de: KEYES Jr. Ken. O centésimo macaco. São Paulo: Pensamento, 1995.
82 Atos humanos são atos políticos Capítulo 5 Conclusões a que nós e os observadores desses macacos podemos chegar: N o trabalho de conscientização é demorado, pois inicialmente poucos aceitam e uma grande maioria desqualifica; N quando determinado número de participantes do grupo social começa a ter consciência, pode contagiar a comunidade; N assim como o primeiro que lavou a batata antes de comer, é importante que cada um de nós se esforce para ter mais consciência. Vivemos numa sociedade sufocada pelo egoísmo, pelo individualismo e pelo medo, mesmo escutando discursos, lendo e discutindo textos sobre a importância da consciência e da cooperação; e N a capacidade de aprender a empreender sendo protagonistas e buscando uma transformação social vai aumentar quando mudarmos não só o nosso discurso, mas principalmente os nossos sentimentos, as nossas ações e, fundamentalmente, a nossa compreensão da vida. A partir da história lida e refletida em COM.A.I., vamos ilustrar fazendo uma ligação com o conteúdo visto neste capítulo. Este é um trabalho de criação individual. Minha ilustração
Filosofar e Viver 6.º ano 83 Vamos filosofar e criar... 1. Os exemplos modificam as pessoas? 2. A maneira diferente de atuar do macaco contagiou os outros. Isso acontece no mundo em que nós vivemos? Sessão “Acenda as luzes”: Filme “O grande desafio” Sinopse: Acredite no poder das palavras. Inspirado em uma história real, o filme conta a jornada do brilhante, mas volátil, professor Melvin, que, usando de seus métodos pouco convencionais, sua visão política radical e o poder das suas palavras, motivou um grupo de alunos do Wiley College, do Texas, a formar o primeiro time de debatedores para desafiar a tradicional Harvard numa competição nacional de conhecimentos. Poderá ser encontrado no canal: https://www.youtube.com A lógica das piadas O humor é um produto da capacidade humana para criar julgamentos rápidos e intuitivos. Homens e mulheres reagem de maneira diferente à mesma anedota. Algumas pessoas podem levar um pouco mais de tempo do que outras para considerar as piadas como engraçadas ou não. Porém, piadas sendo inteligentes levam todos ao divertimento. A despedida do padre O padre Pedro, no jantar de despedida pelos 25 anos de trabalhos ininterruptos à frente de uma paróquia, discursa: - A primeira impressão que tive da paróquia foi com a primeira confissão que ouvi. A pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos seus pais, a empresa na qual trabalhava, além de ter aventuras amorosas com a esposa do chefe. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia transmitido uma doença venérea à própria irmã. Fiquei assustadíssimo. Fez uma pausa e continuou: - Com o passar do tempo, entretanto, conheci uma paróquia cheia de gente responsável, com valores, comprometida com a sua fé, e dessa maneira tenho vivido os 25 anos mais maravilhosos do meu sacerdócio. E continuou o seu discurso por mais uns 15 minutos. No final desse tempo, o prefeito, que havia chegado atrasado, entrega-lhe uma pequena homenagem e começa o seu discurso: - Nunca vou me esquecer do dia em que o padre Pedro chegou à nossa paróquia. Como poderia? Tive a honra de ser o primeiro a me confessar… O desafio no final deste capítulo é pesquisar outras piadas (inteligentes, é claro) que tratem do(s) assunto(s) deste capítulo.
84 Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo
Avaliacoes Formativa e reflexiva N Para cada aluno perceber seu nível de entendimento dos conteúdos. N Para o professor perceber seu desempenho e dinamismo no envolvimento com a matéria. N Para sentir como se processa o nível de discussão e entendimento da turma que forma a Comunidade de Aprendizagem Investigativa. N Para que cada questão sirva para ampliar as reflexões e os entendimentos individuais e de toda a turma que forma a COM.A.I. Unidade 1 – Com e pelo diálogo, o exercício do filosofar na vida - Diálogo filosófico - 1. A partir da afirmação abaixo, procure definir com as suas palavras o que é Filosofia. Todos somos filósofos quando, de algum modo, nos colocamos diante da realidade procurando refletir sobre os acontecimentos a partir das vivências que temos conosco, com os outros e com a realidade que vivemos. Como assim? Por meio da reflexão e do diálogo, buscando as raízes e o contexto, levando em conta os valores sociais, históricos, econômicos, políticos, éticos, estéticos. 2. Qual o significado de diálogo? Dá para filosofar em Comunidade de Aprendizagem Investigativa sem o diálogo? - Teoria do Conhecimento - 3. Qual é a preocupação das áreas de estudos relacionadas na parte do conteúdo sobre a fábrica dos conhecimentos? - Teoria do Conhecimento:
86 Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo - Neurociência: - Filosofia da mente: 4. Alunos do 6.º ano desta escola, na cidade, e em nosso país somos os “amigos dos amigos da sabedoria” – ou phílo philosophos, vamos relembrar os grandes temas que estudamos e que são o alicerce de toda Filosofia em sua história: N Queremos entender como pensamos? - na Filosofia essa pergunta é investigada e discutida na disciplina: .............................................................................................................................................................................................. N Por que e como conseguimos organizar nossos pensamentos? - na Filosofia essa pergunta é investigada e discutida na disciplina: .................................................................................................................. N Como e por que agimos como agimos? - na Filosofia essa pergunta é investigada e discutida na disciplina: ......................................................................................................................................................................................... N O que nos capacita a viver em sociedade? - na Filosofia essa pergunta é investigada e discutida na disciplina: ......................................................................................................................................................................................... N De que maneira nos deixamos conhecer e como vemos o mundo? - na Filosofia essa pergunta é investigada e discutida na disciplina: ................................................................................................. 5 O que poderíamos entender com a expressão “sótão escuro das ideias” caso não houvesse todo o progresso para o entendimento do que é o nosso cérebro? 6. Filósofos afirmaram que os sentidos nos enganam. O que você pensa sobre isso? Procure exemplificar sua resposta, concordando ou não com a afirmação. 7. Escreva o que você achou mais interessante e aprendeu a partir de todo o conteúdo do capítulo “Onde se dá o pensamento?”
Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo 87 Unidade 2 – Pensar bem e agir filosofando na vida - Lógica - 1. Ampliando sempre os conhecimentos em busca da verdade, o homem criou e inventou muitas coisas. Cite algumas delas. 2. Diga qual a sua opinião sobre a afirmação: “Aprender Lógica não é iniciar- se no ‘abc’ da Lógica, mas, conhecendo as regras, as técnicas e exercitando- as, poder aperfeiçoar o raciocínio e ampliar a argumentação”. 3. Quem foi o filósofo que sistematizou o conhecimento lógico e qual livro ele escreveu? 4. O que é Lógica e quais são as suas aplicações? 5. A Lógica serve para que na vida escolar? 6. Escreva a diferença entre a lógica espontânea ou empírica e a lógica filosófica ou científica. - Ética - 7. Leia a afirmação abaixo retirada do início do capítulo e escreva o seu entendimento crítico. Utilizando a ideia do filósofo Sócrates, dê uma resposta significativa e importante para cada um de nós seres racionais: “ao não examinarmos, questionarmos, investigarmos sobre nós, os outros e o mundo, não há muito interesse em viver” (no sentido pleno do que seja viver).
88 Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo 8. Coloque o significado de cada termo: - Moral: - Ética: 9. Como vejo e qual é o meu entendimento sobre os termos “bem” e “mal”. 10. A liberdade existe ou é só um desejo? 11. Somos levados a fazer algumas coisas, apesar de definirmos liberdade como possibilidade de escolha, de autodeterminar-se. Sofremos pressões internas e externas que chamamos de coações. O que é uma coação e procure exemplificar: N coações internas: ................................................................................................................................................................................ N coações externas: ............................................................................................................................................................................... 12. O que nos proporciona momentos de escolha? Muitas necessidades nos são impostas. Escreva um texto justificando suas ideias e falando sobre escolhas, responsabilidades e liberdade.
Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo 89 Unidade 3 – Pensar bem e agir (= protagonismo social) - Política e Estética - 1. Vivemos num mundo que nos obriga a pensar e exige que reflitamos. Você concorda ou não com essa afirmação? Justifique a sua resposta. 2. O homem, como ser pensante, sempre busca novos meios para superar os obstáculos e encontra soluções para as suas crises. Isso significa que somos obrigados a refletir? Você consegue ampliar essa questão escrevendo outras ideias? 3. Você acha que a Filosofia pode contribuir para você ser um cidadão ético e político? Justifique a sua resposta. 4. Toda pessoa que vive dentro de uma ética está tendo uma atitude política? Tente justificar essa ideia. 5. Escreva um texto sobre a afirmação “Atos humanos são atos políticos”.
90 Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo ! Afinal, sou um SER pensante, faço Filosofia no 6.º ano Autoavaliação 1.º Semestre 2.º Semestre 1. Minha nota como participante da turma, pelo [ ] [ ] cuidado que tenho com os meus pertences e com os objetos da sala e da escola. 2. Minha nota como membro da COM.A.I., na [ ] [ ] qual aprendo a lidar com as minhas fraquezas e forças e com as fraquezas e forças dos meus colegas. 3. Minha nota no relacionamento com os [ ] [ ] professores de todas as matérias, os quais são profissionais que optaram por trabalhar com adolescentes. [ ] [ ] 4. Minha nota no relacionamento com os funcionários e demais responsáveis pelo andamento da escola, os quais trabalham muito para que a escola cresça. 5. Minha nota nas atitudes durante as aulas de [ ] [ ] Filosofia, diante do conhecimento compartilhado com os outros das investigações em sala ou em qualquer lugar. 6. Nota do professor por minha participação nas [ ] [ ] aulas de Filosofia. 7. Minha nota para a COM.A.I., que se forma no dia [ ] [ ] ! a dia. N Obs.: com critérios estipulados na COM.A.I. e tendo em vista como sua escola mede o desempenho e a participação nas disciplinas, estabeleça um valor numérico (de 5 a 10) ou um conceito (bom, ótimo, excelente) para a sua participação em cada semestre. Avaliação abrangente Guia para completar o quadro de equivalência: pensando em conceitos BOM, ÓTIMO e EXCELENTE. N Nota: Você irá, com critérios e coerência, estipular o valor numérico para a sua participação e envolvimento neste ano: BOM [5 – 6] ÓTIMO [7 – 8] EXCELENTE [9 – 10]
Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo 91 N Cores: Escolha até três cores e justifique o significado de cada cor, pensando nos conceitos: BOM [ ] ÓTIMO [ ] EXCELENTE [ ] N Sentimento: Escolha um destes três rostos e saiba justificá-los, conforme o conceito dado. BOM [ ] ÓTIMO [ ] EXCELENTE [ ] N Símbolo: Crie três símbolos para utilizá-los em sua avaliação e justifique-os. BOM [ ] ÓTIMO [ ] EXCELENTE [ ] Quadro de notas ou conceitos que mereci ao fazer Filosofia neste ano juntamente com a COM.A.I. Critérios para avaliação Semestre Cor Sentimento Símbolo Nota N Os outros melhoram e isso 1.º acontece também por causa do 2.º meu incentivo. Percebo, cada vez 1.º mais, que sou responsável pelo 2.º bem comum. N Cresço a cada dia, mas sei que sou capaz e posso melhorar mais. Acomodando-me aqui, estarei mentindo para mim mesmo. N Percebi que não é difícil mudar 1.º aquilo que em mim prejudica os 2.º outros. De minha parte, tenho ficado muito contente com as minhas melhoras. N Estou naquela de deixar para 1.º amanhã o que posso mudar hoje. 2.º Tenho que reconhecer que estou escondendo minhas capacidades. N Estou naquela situação: se não 1.º largar os amigos e as ideias egoístas 2.º que tenho, nunca virão as ideias e os amigos novos. Tenho que ousar mudar. N Preciso de uma boa conversa 1.º com alguém maduro. Meu orgulho 2.º me enganou, pois pensei que poderia viver e ser feliz sem a ajuda de ninguém. N Na formação da COM.A.I. durante 1.º 2.º o 6.º ano participei ativamente das atividades: Aprender a empreender; Educação afetiva e ética sexual; Educação financeira.
92 Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo Considerações sobre a avaliação (para os pais e os professores) No programa filosófico pedagógico Educar para o Pensar: Filosofia com Crianças, Adolescentes e Jovens, avaliar é N valorizar o ser humano, pois defendemos que ele é responsável, generoso, solidário e quer ser feliz; N acreditar no desenvolvimento de todas as suas potencialidades; N incentivar para que assimile a importância de participar ativamente da Comunidade de Aprendizagem Investigativa. Assim, perceberá a importância para a sua vida de saber trabalhar e aprender em grupo, de dialogar em equipe, agora e para a sua vida profissional; e N considerar cada aluno como protagonista de seu crescimento, incentivando a pesquisa, a argumentação e a clareza de suas ideias, bem como estimulando a estar aberto ao pensar do outro, aos avanços científicos e sociais e às inovações tecnológicas. O Programa propõe desenvolver os conceitos filosóficos de maneira equilibrada e condizente com a faixa etária, relacionando-os aos demais conteúdos. De cada aluno e turma buscam-se o respeito aos aspectos físicos e estéticos, o equilíbrio no tocante à afetividade, à inteligência, aos conhecimentos, à valorização das dimensões comunitária e social, formando os valores humanos. Isso tudo feito em equipe, com a qual, tecnicamente, defendemos formar em sala de aula a Comunidade de Aprendizagem Investigativa – COM.A.I. Defendemos que o processo de avaliação é amplo e complexo, tem um papel importante na vida de cada aluno, do professor e do grupo de alunos. Deve essa avaliação mais ampla mostrar o desenvolvimento do estudante e da COM.A.I., analisando seus resultados para a construção dos conhecimentos. Quais são os caminhos para avaliar o desempenho intelectual, social e filosófico interativo? Defendemos que o ensino, a aprendizagem e a avaliação acontecem de maneira integrada no cotidiano de cada aluno e turma de sala de aula. Em outras palavras, a avaliação é um processo coletivo no qual a participação de cada um soma para o todo, de modo que é possível perceber o desenvolvimento de cada aluno. Portanto, nos momentos de ensino e aprendizagem todos na COM.A.I. avaliam e são avaliados, pois promovem diálogos, investigações e aprendizagens. O professor dispõe de recursos, metodologia e instrumentos diversos para a regulação da aprendizagem, tendo possibilidade de diferentes intervenções e
Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo 93 práticas pedagógicas, conforme as ideias filosóficas apresentadas para investigação e discussão, sempre tendo presente (ao professor e aos alunos) que o estabelecimento do diálogo é fundamental, explicitando os objetivos a serem atingidos e as estratégias a serem adotadas. Na avaliação proposta pelo Programa, devem-se levar em conta os objetivos traçados para os diferentes assuntos levantados, tendo presente que toda a abordagem dos conteúdos é interdisciplinar, pois queremos que os alunos e os professores aprendam a filosofar. Para isso, são utilizadas observações feitas na COM.A.I., nos cadernos e nos livros (digital e físico), nas atividades avaliativas (roteiros de avaliação), nas atividades de produção (individual e coletiva), nos trabalhos em grupos, nos roteiros de estudos e em pesquisas para construções de conhecimentos e saberes. A discussão racional em sala de aula se estabelece por meio do diálogo e da participação ativa em todas as atividades, incluindo reflexões e ações. A avaliação é um momento importante no processo de conhecimento e, no Programa, um marco valorativo do trabalho e da participação de todos – alunos, professores, pais -, sempre tendo presente que tudo é um processo e não um produto da aprendizagem. “Boas vibrações para todos nós, que juntos aprendemos e vamos seguir nossos caminhos...” “Sonhar um sonho sozinho parece loucura ..., Sonhar com os outros é o começo de uma arte ..., Sonhar em comunidade é a possibilidade da realização. ! Vamos sonhar e realizar juntos a caminhada e ser FELIZES.” Lembrete filosófico Neste seu livro impresso Filosofar e viver – 6.º ano –, da Coleção Novo Espaço Filosófico Criativo, além da sua participação e dos seus colegas da Comunidade de Aprendizagem Investigativa – COM.A.I., estão registradas várias de suas ideias construídas durante este ano. Lembre-se sempre, você é o coautor deste livro. Portanto, um conselho: “guarde seu livro num lugar especial”. Assim, nos próximos anos e na sua história intelectual que está construindo, você poderá recordar e verificar o seu crescimento na arte de aprender a pensar bem para viver e conviver melhor, para ser FELIZ.
94 Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo Aos educadores e aos educandos do século XXI: Construir um filosofar vivo? Espera-se que o professor desenvolva no seu aluno, em primeiro lugar, o Homem de Entendimento, depois, o Homem de Razão e, finalmente, o Homem de Instrução. Esse procedimento tem esta vantagem: mesmo que, como acontece habitualmente, o aluno nunca alcance a fase final, terá mesmo assim se beneficiado da sua aprendizagem. Terá adquirido experiência e se tornado mais inteligente, se não para a escola, pelo menos para a vida. Se invertermos esse método, o aluno imita uma espécie de razão, ainda antes de o seu entendimento ter se desenvolvido. Terá uma ciência emprestada, que usa não como algo que, por assim dizer, cresceu nele, mas como algo que lhe foi dependurado. A aptidão intelectual é tão infrutífera como sempre foi. Mas ao mesmo tempo foi corrompida num grau muitíssimo maior pela ilusão de sabedoria. É por esta razão que não é infrequente nos depararmos com homens de instrução (estritamente falando, pessoas que têm estudos) que mostram tão pouco entendimento. É por esta razão, também, que as academias enviam para o mundo mais pessoas com as suas cabeças cheias de inanidades do que qualquer outra instituição pública. Em suma, as pessoas não devem reproduzir pensamentos, mas aprender a pensar para formar seu entendimento. Quem (aprende) deve ser conduzido, se assim quisermos nos exprimir, mas não levado nos ombros, de maneira que no futuro venha a ser capaz de caminhar por si e sem tropeçar. Fonte: KANT, Immanuel. Anúncio do Programa do Semestre de Inverno de 1765-1766. In: WALFORD, David; MERBOTE, Ralf (Ed.). Theoretical Philosophy, 1755-1770. Tradução de Desidério Murcho. Cambridge University Press: Londres,1992. p. 2.306-2.307
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96 Filosofar e Viver Novo Espaço Filosófico Criativo ! “NINGUÉM TRABALHA MAIS DURO PARA APRENDER DO QUE UMA CRIANÇA CURIOSA.” Thomas Friedman Sobre o autor Silvio Wonsovicz nasceu em Curitiba/PR e aos 10 anos decidiu estudar em um seminário salesiano. Fez os cursos de Filosofia, de Letras e de Administração Escolar. Trabalhou como professor no Ensino Fundamental e Médio. Fez seu mestrado em Filosofia na PUC/RS e foi morar em Florianópolis (SC) para ser professor universitário, onde fundou o Centro de Filosofia Educação para o Pensar e a Editora Sophos (1989). Fez seu doutorado em Filosofia na Unicamp/Campinas-SP. Escreveu inúmeros livros para coleções de Filosofia, é palestrante e assessora escolas por todo o país. Casado e feliz, tem três filhos maravilhosos e é apaixonado pelo que escolheu fazer em sua vida – ser um educador. Sonha e vibra com um mundo melhor, com pessoas reflexivas, críticas e, cada vez mais, criativas e felizes.
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