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Revista Saúde em Pé N.º 61 - Julho 2021

Published by Miligrama - Comunicação em Saúde, 2021-08-13 13:34:45

Description: Já está disponível a 61.ª edição da Revista Saúde em Pé da Associação Portuguesa de Podologia.

Keywords: Associação Portuguesa de Podologia,APP,Podologia,Pé,saúde

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Saúemdpeé Número 61 | Trimestral | Julho 2021 Prevalência de lesões nos pés dos militares portugueses SOU PODOLOGISTA… PODOLOGIA Conheça as visões de dois NOS CINCO CONTINENTES… podologistas: Continente e Ilhas Saiba o que se passa dos Açores em todo o mundo

Saúemdpeé PUBLICIDADE 2

Saúemdpeé Manuel Azevedo Portela Presidente EDITORIAL Retoma dos movimentos presenciais da Associação Este primeiro semestre de 2021 fica algumas ações inspetivas por parte da IGAS marcado pela retoma dos movimentos e, nesse sentido, gostaríamos de relembrar presenciais da Associação Portuguesa para os deveres que os podologistas devem de Podologia, cumprindo com as normas ter presentes na sua atividade profissional, da DGS, que representam a confiança designadamente a necessidade do dos podologistas e a necessidade de consentimento informado. participar ativamente nas atividades sociais e científicas da podologia. A necessidade do consentimento infor- mado do doente para ser sujeito a um A retoma da formação contínua presencial, determinado tratamento na área da saúde, designadamente do curso de feridas e do visa permitir ao doente decidir se quer ser curso de ortopodologia; a participação submetido a um determinado tratamento nas Jornadas de Podologia Infantil e a e correr os eventuais riscos que o mesmo manifestação do dia do podologista, 8 de possa importar. julho; na retoma aos Caminhos de Santiago, patrono dos podologistas, foram algumas Informar e esclarecer devidamente o doente das atividades que tiveram lugar nos sobre o diagnóstico e a índole, alcance, primeiros meses de 2021. envergadura e possíveis consequências da intervenção ou do tratamento, sendo Lamentavelmente, foi o segundo ano sempre exigido o consentimento escrito; é consecutivo que não nos foi possível prestar o comumente designado “consentimento o apoio aos peregrinos de Fátima, durante informado”. o mês de maio, atividade com quase duas dezenas de anos de história, mas que É da responsabilidade do podologista dar acreditamos que em 2022 será possível toda a informação sobre a intervenção ou retomar. tratamento que propõe realizar, explicando as vantagens e eventuais riscos ou A atividade dos podologistas, regulamen- consequências, devendo ficar ciente de tada desde 2014, tem padecido da falta de que o doente percebeu o que lhe foi dito, e legislação de alguns diplomas indispensáveis que valida o consentimento de forma livre e ao exercício livre, seguro e independente. esclarecida. A APP tem vindo durante estes anos a O podologista deve responder a todas alertar para a prática ilegal da atividade de as questões que lhe foram colocadas e podologia, quer em termos de habilitações, assegurar-se de que houve um período de competência, quer em termos de condições reflexão para a tomada de decisão, e deve para o exercício da profissão. igualmente garantir, em caso de recusa, serem assegurados os melhores cuidados Neste sentido as diferentes entidades de mantendo a assistência necessária. saúde têm sido alertadas pela APP, e de acordo com as suas competências, estão Votos de bom trabalho e muito sucesso! a atuar no sentido preventivo, inspetivo e sancionatório. O que é louvável e esperado O Presidente da APP por nós podologistas. Manuel Azevedo Portela Recentemente têm sido levadas a cabo 3

Saúemdpeé ÍNDICE 03 EDITORIAL FICHA TÉCNICA da Revista Saúde em Pé Revista da Associação Portuguesa de Podologia 04 ÍNDICE DIREÇÃO 05 DESCONFINAR SEM DESCONFIAR Diretor: Manuel Azevedo Portela, MsC Diretor-adjunto: Miguel Oliveira, PhD Artigo de Opinião da Dr.ª Ana Paula Casais, assistente sénior graduada de Saúde Pública Aces, e do Dr. Vítor CONSELHO EDITORIAL Pereira, CD Feirense futebol SAD Presidente do Conselho Diretivo da APP Presidente da Mesa da Assembleia-Geral da APP 07 NOTÍCIAS APP Presidente do Conselho Fiscal da APP Coordenador do CIAPP - Centro de Investigação I Jornadas em Podologia Infantil da APP Curso Teórico e Prático de Suturas Coordenador do Centro de Formação da APP Confeção e desenho de suportes plantares através dos Editores Responsáveis sistemas de impressão 3D e da Técnica de Adaptação em Miguel Oliveira, PhD (Podologista, Professor Direto (TAD) Adjunto da CESPU, Coordenador do Mestrado Dia do Podologista em Podiatria do Exercício Físico e do Desporto) Eventos Futuros Manuel Azevedo Portela, MsC (Podologista, Professor Adjunto da CESPU, Coordenador do 10 Curso de Podologia e do Mestrado em Podiatria ARTIGO CIENTÍFICO Infantil) Prevalência de lesões nos pés dos militares portugueses Editores Associados Prevalence of injuries at the feet of portuguese military Luciana Garcia, MsC (Podologista, Mestre em Godinho, J. e Oliveira, F.M. Podiatria Clínica) Duarte Pinheiro, MsC (Podologista, Mestre em 15 PODOTALKS Podiatria Clínica) Novo Caso clínico Comissão Editorial Assessora Resposta ao caso clínico Revista n.º 60 Ana Silva, MsC (Podologista, Mestre em Desenvolvimento da criança na variante 17 de Desenvolvimento Motor) PODOLOGIA NOS CINCO CONTINENTES Jani Magalhães, Lic. (Podologista) Jorge Freitas, MsC (Podologista, Mestre em 2 5 SOU PODOLOGISTA Podiatria Infantil) 26 Luísa Borges, MsC (Podologista, Mestre em Podiatria Clínica) EVENTOS INTERNACIONAIS Miguel Mota, MsC (Podologista, Mestre em Podiatria Clínica) 2 6 ECOS DA IMPRENSA Sara Vieira, MsC (Podologista Mestre em Podia- tria Desportiva) PAGINAÇÃO Miligrama Comunição em Saúde, Unipessoal, Lda. PROPRIEDADE Associação Portuguesa de Podologia Sede Av. da Boavista, 80 Sala 20 4050-112 Porto, Portugal NIPC 504453262 Depósito legal 471631/20 Periodicidade Trimestral Distribuição Gratuita Tiragem 2500 exemplares 4

OPINIÃO DESCONFINAR SEM DESCONFIAR Dra. Ana Paula Casais, assistente sénior graduada Saúde Pública Aces Dr. Vítor Pereira, CD Feirense futebol SAD Aadoção de um estilo de vida sedentário, em vez de Nos últimos 20 anos, na viragem para o século XXI, ocorreu um comportamento nómada, favoreceu a dissemina- uma pandemia provocada por influenza e outras três por ção de doenças infeciosas na população humana. A coronavírus. Em 2002-2003, surge a primeira nova doença proliferação do comércio, entre as comunidades, aumentou grave e facilmente transmissível, o SARS-CoV, que mostrou as interações entre humanos e animais, facilitando a transmis- uma clara capacidade de propagação ao longo das rotas de são de patógenos zoonóticos. Posteriormente, o aumento da viagens aéreas internacionais. (3) A “Gripe Suína” (causada pelo densidade populacional em cidades, a extensão de territórios influenza A (H1N1)) surgiu em 2009, estimando-se que tenha comerciais, o aumento das viagens, bem como os efeitos provocado a morte de 100 a 400 mil pessoas.(2) O coronavírus sobre os ecossistemas, devido ao aumento da população da síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV) é humana, potenciaram o surgimento e a disseminação de um vírus transferido para humanos, a partir de dromedários doenças infeciosas, levando a maiores riscos de surtos, epi- infetados, tendo sido relatado casos desde 2012, levando a demias e até pandemias. (1) 858 mortes conhecidas, devido a esta infeção e complicações Três pandemias de influenza ocorreram, com intervalos de com ela relacionadas. (4) algumas décadas, durante o século XX, a mais grave foi a A 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial de chamada “Gripe Espanhola” (causada por um vírus A (H1N1)), Saúde (OMS) foi informada de casos de pneumonia de que se estima ter causado 20 a 50 milhões de mortes, causa desconhecida na cidade de Wuhan, China. Um novo entre 1918 e 1919. As pandemias mais brandas ocorreram, coronavírus foi identificado como a causa, pelas autoridades posteriormente, em 1957-1958 (a “Gripe Asiática” causada chinesas, a 7 de janeiro de 2020, e foi temporariamente por um vírus A (H2N2)) e em 1968 (a “Gripe de Hong Kong” denominado “2019-nCoV”. A 11 de março de 2020, o rápido causada por um vírus A (H3N2)), que se estima terem causado aumento do número de casos fora da China levou o Diretor- 1 a 4 milhões de mortes cada. (2) -Geral da OMS a anunciar que o surto poderia ser caracterizado como uma pandemia. Até então, mais de 118 mil casos Tabela 1 - Pandemias do séc. XX tinham sido notificados em 114 países, e registavam-se 4.291 mortes. Em meados de março de 2020, a Europa tinha-se Anos Pandemia Patogénico Mortalidade tornado no epicentro da pandemia, relatando mais de 40% 1918-1919 influenza H1N1 dos casos confirmados globalmente. A 28 de abril de 2020, o Gripe 20-50 Milhões continente registava 63% da mortalidade global pelo vírus. (5, 6) 1957-1958 Espanhola influenza H2N2 pessoas 5 Gripe Asiática influenza H3N2 1-4 Milhões pessoas 1968 Gripe de Hong-Kong 1-4 Milhões pessoas

Saúemdpeé Tabela 2 - Características do SARS-CoV, Influenza 2009 e os distúrbios do sono podem tornar-se fatores de risco para e SARS-CoV-2 comportamentos suicidas. Da mesma forma, alterações na atividade física e nos padrões alimentares têm comprometido a Transmis- Hospitalização Cuidados saúde das pessoas. (11) sibilidade Intensivos Além das medidas não farmacológicas, temos também as medidas farmacológicas, para tratamento e prevenção. Sendo SARS-CoV 2,4 >70% 40% a maioria dos casos ligeiros a moderados, o principal trata- mento é sintomático, para alívio dos principais sintomas (febre, Influenza 2009 1,7 Poucos 1/104.000 cefaleia, mialgias, etc.). (12, 13) No sentido de se procurar combater a progressão da doença, diminuir a severidade dos casos e SARS-CoV-2 2,5 <20% 1/16.000 o número de mortes devido à Covid-19, foram desenvolvidas vacinas. Estas vacinas desenvolvem uma resposta imunológica, Neste contexto mundial e europeu, sabemos que as doenças que é mais robusta a partir do 15° dia, após o indivíduo ter infeciosas ainda representam ameaças à saúde humana, e que completado o esquema vacinal. As vacinas aprovadas têm com as condições comerciais e viagens globais podem ser evidenciado uma eficácia elevada, revelando-se como uma rapidamente disseminadas. Programas de vigilância e medidas ajuda preciosa na preservação da Saúde Pública. (14, 15, 16) de prevenção e controlo, farmacológicas e não farmacológicas, Vacinas seguras e eficazes são uma ferramenta importante são necessárias para limitar a disseminação entre humanos. (1) para um desconfinamento seguro e eficaz. Ainda assim, a Em Portugal, os primeiros casos suspeitos surgiram no final de vacinação deve ser acompanhada pelo reforço das medidas fevereiro (7), tendo sido detetados os primeiros infetados a 2 de básicas de proteção, como o uso de máscara, lavagem das março de 2020.(8) Desde então os níveis de alerta e resposta mãos, boa ventilação dentro de casa, distanciamento social foram sendo rapidamente ultrapassados,(9) evoluindo a e evitação de multidões.(17) Em desconfinamento, devemos resposta de estado de alerta, no dia 13 de março, até estado manter-nos atentos aos problemas criados pelo isolamento. de emergência e confinamento obrigatório, no dia 18 do Assim, devemos focar-nos não só nos sintomas físicos, mas mesmo mês. (8) também psicológicos, nos comportamentos alimentares e no O confinamento, distanciamento físico, utilização correta de desenvolvimento da atividade física, não esquecendo as áreas máscara e etiqueta respiratória são algumas das atitudes não sociais e económicas. Tal como aconteceu com os loucos farmacológicas disponíveis para o controlo da disseminação da anos 20 do século passado, e como Nicholas Christakis refere, doença. De todas elas, a mais extrema é o confinamento,(10) as pessoas vão, sem qualquer dúvida, buscar mais interação tendo sido utilizado em diversos locais do mundo, a bem da social. (18) saúde pública, apesar das suas consequências na saúde individual. Alguns dos sinais e sintomas ligados ao confinamento social são: stress, medo, ataques de pânico, ansiedade e depressão. Emoções negativas reduzem a qualidade do sono, (1) - Piret J and Boivin G (2021) Pandemics Throughout History. Front. Microbiol. 11: (10) - ECDC. Guidelines for the implementation of non-pharmaceutical interventions 631736. against COVID-19. 24 september 2020. (2) - World Health Organisation (WHO) Europe. Influenza, Pandemic influenza, Past (11) - Aguirre-Loaiza H, Mejía-Bolaño A, Cualdrón J and Ospina S (2021). Psychology, Pandemics. Available online: https://www.euro.who.int/en/health-topics/communicable- Physical Activity, and Post-pandemic Health: An Embodied Perspective. Front. Psychol. diseases/influenza/pandemic-influenza/past-pandemics. 12:588931. (3) - World Health Organisation (WHO). Home, Health Topic, Severe Acute Respiratory (12) - World Health Organisation (WHO) (2021). Covid-19 Clinical Management Syndrome (SARS). Available online: https://www.who.int/health-topics/severe-acute- respiratory-syndrome#tab=tab_1. (13) - DGS (2021). Abordagem do Doente com Suspeita ou Confirmação de Covid-19. Norma 004/2020 actualizada a 19/04/2021 (4) - World Health Organisation (WHO). Home, Health Topic, Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-Cov). Available online: https://www.who.int/health-topics/ (14) - Pritchard, E., Matthews, P.C., Stoesser, N. et al. Impact of vaccination on new middle-east-respiratory-syndrome-coronavirus-mers#tab=tab_1. SARS-CoV-2 infections in the United Kingdom. Nat Med (2021). (5) - World Health Organisation (WHO), Europe. Health Topics, Health Emergencies, (15) - Abu-Raddad LJ, Chemaitelly H and Butt AA (2021). Effectiveness of the Coronavirus disease (COVID-19) outbreak, About the virus. Available online: https:// BNT162b2 Covid-19 Vaccine against the B.1.1.7 and B.1.351 Variants. N Engl J Med www.euro.who.int/en/health-topics/health-emergencies/coronavirus-covid-19/novel- 2021; 385:187-189 coronavirus-2019-ncov. (16) - World Health Organisation (WHO). Home, Newsroom, Feature stories, Detail, (6) - Peterson, E. et al (2020). Comparing SARS-CoV-2 with SARS-CoV and influenza Vaccine efficacy, effectiveness and protection. Available online: https://www.who.int/ pandemics. Lancet Infect Dis 2020; 20: e238–44 news-room/feature-stories/detail/vaccine-efficacy-effectiveness-and-protection (7) - DGS. Comunicação de Crise e Perceção de Riscos. Available online: https:// (17) - World Health Organisation (WHO). Home, Diseases, Coronavirus disease covid19.min-saude.pt/comunicacao-de-crise-e-percecao-de-riscos/ (COVID-19), COVID-19 vaccines. Available online: https://www.who.int/emergencies/ diseases/novel-coronavirus-2019/covid-19-vaccines. (8) - DGS. Boletim Informativo nº 001 | 26/02/2020. Available online: https://covid19. min-saude.pt/wp-content/uploads/2020/03/Boletim-Informativo-1.pdf (18) - Nicholas Christakis. Entrevista por Cecilia Barría. BBC News 16, Jan de 2021. Available online: https://www.bbc.com/portuguese/geral-55670066. (9) - DGS (2020). Plano Nacional de Preparação e Resposta à Doença por novo coronavírus (COVID-19) 6

NOTÍCIAS APP I Jornadas em Podologia Infantil Com o apoio institucional da Associação Portuguesa de Podologia, as I Jornadas em Podologia Infantil decorreram no passado dia 10 de abril e foram organizadas pelo Núcleo de Estudantes de Podologia da Escola Superior de Saúde do Vale do Ave - Instituto Politécnico de Saúde do Norte (CESPU). Este evento foi dirigido aos profissionais de saúde e alunos da área das Ciências da Saúde e Médicas, com o objetivo de promover a Saúde Podológica, contando com um programa diferenciador em Saúde Pediátrica. Curso Teórico e Prático com necessidade de encerramento por sutura. de Suturas Sendo a prática de suturas muito importante no tratamento de feridas, entendemos que os podologistas Nos dias 21 e 22 de maio, realizou-se o Curso Teórico presentes aprimoraram esta técnica para as inúmeras e Prático de Suturas, constituído por quatro horas situações clínicas, com uma lesão de maior ou menor teóricas online e quatro horas práticas, nas instalações dimensão. da Associação Portuguesa de Podologia, com grupos de três pessoas por cada marquesa, respeitando a distância recomendada de segurança. A formação teve como objetivo geral dotar o podologista de conhecimentos na área das suturas, para a prestação de cuidados específicos ao indivíduo portador de feridas, 7

Saúemdpeé NOTÍCIAS APP Confeção e desenho 3D e a Técnica de Adaptação em Direto (TAD) para de suportes plantares demonstrar, de forma prática, algumas das possibilidades através dos sistemas terapêuticas que uma ortótese plantar nos oferece, de impressão 3D e da tendo em conta a evidência científica mais atual em Técnica de Adaptação biomecânica. em Direto (TAD) Este curso decorreu nos passados dias 18 e 19 de junho, nas instalações da Associação Portuguesa de As ortóteses plantares personalizadas são uma das Podologia. ferramentas terapêuticas de que dispomos como podologistas. Desta forma, é fundamental conhecer o seu efeito no plano frontal, sagital e transverso, bem como saber elaborar um correto desenho da mesma, tendo em conta a densidade, forma, altura e inclinação. Das diversas formas de confeção/produção de ortóteses plantares personalizadas, elegemos o sistema 8

Dia do Podologista Neste ano de 2021, queríamos manter a celebração do Dia do Podologista, com mais uma etapa entre Viana do Castelo (última paragem) e Caminha. A boa disposição, espírito de equipa, partilha e companheirismo têm preenchido os nossos dias de caminhada e são fundamentais para superar mais uma etapa de um percurso com fantásticas paisagens. O desafio manteve-se e a etapa foi realizada no dia 8 de julho. Com saída junto à Praia Norte, pelas 9h00, os podologistas e familiares rumaram a Caminha, num percurso de aproximadamente 25km junto à costa, pelos Caminhos a Santiago, com momentos de pausa, para desfrutar da paisagem, almoço e missa de ação de graças pelos podologistas. Eventos  XVI Congresso Nacional de CURSO PRÉ CONGRESSO Futuros APP Podologia 3 e 4 de setembro. | 02.SET SETEMBRO Terminal de Cruzeiros do Porto de QUINTA-FEIRA Leixões (presencial). DAS 19H00 ÀS 22H00 = 3 HORAS  Curso Pré-Congresso do XVI Congresso Nacional de Podologia OUTUBRO | LOCAL - SEDE APP 2 de setembro. AVENIDA DA BOAVISTA Nº 80 – 2º ANDAR – SALA 20 Terminal de Cruzeiros do Porto de  Curso/Formação em Anestesia/ 4050-112 PORTO Leixões (presencial). Infiltração e Cirurgia MIS Data e local a definir. TERAPIA COM ONDAS DE CHOQUE NOVEMBRO FORMADOR FRANCESC XAVIER DOMÈNECH ROGER (FISIOTERAPEUTA)  Podoposturologia Data e local a definir. PROGRAMA 1. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA TERAPIA COM ONDAS DE CHOQUE 2. PRINCÍPIOS FÍSICOS 3. TIPOS DE ONDAS DE CHOQUE: FOCAL VS RADIAL 4. EFEITOS BIOLÓGICOS 5. INDICAÇÕES: CLASSIFICAÇÃO OFICIAL SEGUNDO I.S.M.S.T. 6. CONTRAINDICAÇÕES 7. PARÂMETROS DE APLICAÇÃO. DESENHO DA SESSÃO. 8. EVIDÊNCIA CIENTÍFICA ATUAL NO ÂMBITO DA PATOLOGIA DO PÉ/TORNOZELO 9. CASOS PRÁTICOS DE PATOLOGIA PÉ/TORNOZELO CUSTO DE INSCRIÇÃO | 45,00€ VAGAS LIMITADAS | 25 PUBLICIDADE 9

Saúemdpeé ARTIGO CIENTÍFICO PREVALÊNCIA DE LESÕES NOS PÉS DOS MILITARES PORTUGUESES PREVALENCE OF INJURIES AT THE FEET OF PORTUGUESE MILITARY Godinho, J. 1 e Oliveira, F.M. 2 1 Podologista pela Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa (ESSVS) do Instituto Politécnico de Saúde do Norte (IPSN) da CESPU; Investi- gador do Centro de Investigação da Associação Portuguesa de Podologia (CIAPP) [email protected] 2 Podologista, Professor Adjunto da ESSVA. Doutor em Engenharia Biomédica pela FEUP-UP; Mestre em Psicologia da Dor pelo ISCS-Norte. Coordenador do Curso de Mestrado em Podiatria do Exercício Físico e do Desporto na CESPU e Professor no Curso de Máster em Podologia Infantil da Universidade de Barcelona. Coordenador e Investigador do Centro de Investigação da Associação Portuguesa de Podologia (CIAPP) e Investigador do IINFACTS-CESPU. [email protected]; [email protected] RESUMO: O objetivo principal deste As lesões mais frequentemente recruitment phase in Artillery Regiment trabalho foi avaliar a prevalência de encontradas foram o eritema, infeção No. 5, participated voluntarily in the lesões nos pés dos militares portugueses fúngica, a hiperqueratose, flitenas, study, allowing direct observation of da zona litoral norte do país. equimose, onicocriptose e onicogrifose, the feet in the search for observable sendo ainda registadas outras lesões injuries, and size and width of the foot Este estudo do tipo observacional, des- com menor representação. Concluímos and military boot were also quantified. critivo, teve como objetivo observar os que existe uma elevada prevalência pés dos recrutas durante dois períodos, de lesões nos pés dos recrutas e que After analyzing the data with the o primeiro, uma semana após o contacto estas podem estar associadas ao tipo SPSS®, it was considered that about com as botas e, o segundo, decorrido um de cuidados de higiene podal, fatores 46% of the soldiers reported having mês e meio após a primeira observação. biomecânicos e ao calçado. foot injuries prior to recruitment. At the Neste estudo, 102 militares, que se en- first observation, about 90% of the contravam a frequentar a fase de PALAVRAS-CHAVE:PODOLOGIA,PÉS, military personnel had foot injuries, recruta no Regimento de Artilharia Nº 5, RECRUTAS, BOTAS, MILITARES reaching the entire sample in the participaram voluntariamente no estudo, second observation. The most fre- permitindo a observação direta dos pés, ABSTRACT: The main objective of this quently found lesions were erythema, na pesquisa de lesões observáveis, study was to assess the prevalence of fungal infection, hyperkeratosis, blisters, sendo ainda quantificado o tamanho e foot injuries among Portuguese military ecchymosis, onychocriptosis and ony- largura do pé e bota militar. personnel on the northern coast of the cogryphosis, with other lesions with country. less representation being registered. Após ter sido feita uma análise aos da- We conclude that there is a high dos com o SPSS®, considerou-se que This observational and descriptive prevalence of injuries to the recruit’s cerca de 46% dos militares referiram ter study aimed to observe the recruit’s feet feet and that they may be associated lesões nos pés prévias ao recrutamento. for two periods, the first, one week after with the type of foot hygiene care, Aquando da primeira observação, cerca contact with the boots, and the second biomechanical factors and footwear. de 90% dos militares apresentavam period, one and a half month after first lesões nos pés, atingindo a totalidade observation. In this study, 102 military KEYWORDS: PODIATRY, FEET, da amostra na segunda observação. personnel, who were attending the RECRUITS, BOOTS, MILITARY. 10

1. Introdução A população deste estudo foram os militares portugueses da zona litoral norte do país, que integraram o regime de recruta Um pé saudável, querendo dizer, com esta expressão, o facto no quartel militar da serra do pilar em Vila Nova de Gaia, Re- de não ter alterações na pele e, um membro a funcionar fisiolo- gimento de Artilharia Nº 5, sendo estes indivíduos do género gicamente bem, é essencial para resistir aos efeitos adversos masculino ou do género feminino. O critério de exclusão do de vários agentes mecânicos e tentar evitar o seu traumatis- presente estudo foram os militares que já concluíram a fase mo. As botas utilizadas pelos militares numa marcha prolonga- de recruta e usarem elementos ortopédicos dentro das botas. da serão uma fonte de fricção bastante exagerada1. Configurámos uma amostra de 108 elementos. É reconhecido por muitos autores que as botas causam e 3.1. Materiais e métodos agravam lesões1-4, ou seja, alterações que podem variar em Foi utilizado um questionário e uma grelha de observação para profundidade, atingindo órgãos ou tecidos, alterações anató- registo dos dados, e o método foi observacional em que foram micas patológicas, como exemplos de lesões são de referir: observadas diretamente as lesões nos indivíduos relacionadas feridas incisas ou contusas; uma equimose; uma inflamação; com o calçado, descritas por alguns autores1, 5, 6, 10, 11, lesões uma degenerescência; um tumor; e muitas mais, pois existem não observáveis, mas descritas através de possíveis sintomas tantos tipos de lesão que levam a inúmeras variedades5. que o indivíduo possa ter, referenciadas no enquadramento teórico, e as lesões do indivíduo que diretamente ou indire- Aos militares estão associadas lesões como hiperqueratoses, tamente estão relacionadas com o calçado e estão referen- fraturas de stress, flitenas, dermatites, entre outras1, 2, 6. Estas ciadas no seu registo hospitalar (fraturas). Foi feita também acabam por ser um mal necessário, em muitos dos casos, uma medição da longitude do pé e da sua largura metatársica, pois, se por um lado, é um facto que as botas fazem uma através da utilização de um medidor de pés, sendo a longitude proteção preciosa dos pés contra o frio, a humidade, objetos do pé medida em pontos paris, no qual 1 (um) ponto equivale afiados e terrenos ásperos, proteção essa que é extremamen- a 2/3 de cm12, e a largura metatársica sendo medida em cm, te importante, por outro lado, as botas podiam sofrer algumas para poder ser comparado o tamanho do pé com o tamanho alterações no seu fabrico, nomeadamente, alterações no seu da bota, que também foi medida em longitude e em largura desenho, no conforto e na absorção de choques, de forma metatársica. a evitarem-se tantas lesões nos pés, e inclusive a introdução de uma palmilha2, 7, existindo ainda autores que referem não 3.2. Procedimento existir grande beneficio na prevenção de lesões através da Após a receção das devidas autorizações para dar ínicio ao utilização de palmilhas8. Outros autores, defendem que estudo, explicado à amostra o objetivo do estudo, e quais estas alterações devem surgir no desenvolvimento de uma os passos que se iriam a seguir, cada elemento da amostra bota mais apropriada à atividade, desenhada e fabricada preencheu um consentimento informado, respeitando assim especialmente para tal3. os princípios éticos, e de seguida um questionário sócio- -demográfico, que permitiu caracterizar a amostra. Cada 2. Objetivos elemento da amostra foi sujeito a uma medição do pé, em longitude e em largura, e a uma avaliação com base na Avaliar a prevalência de lesões nos pés dos militares portugue- observação e pesquisa de sintomas e, em casos justificáveis, ses da zona litoral norte do país. a uma consulta dos registos do hospital militar do indivíduo em questão, no momento um e posteriormente, passados 30 3. Métodos dias, no momento dois. Quando se processa um trabalho de investigação existem 3.3. Tratamento estatístico dos dados sempre várias questões e preocupações de índole ética. Vá- Para se fazer um tratamento estatístico dos dados foi utilizado rias questões éticas podem surgir quando se está a fazer a o programa informático SPSS versão 17 (Statystical Package interpretação de um problema e se está a tentar obter dados for Social Sciences) recorrendo a estatísticas descritivas como válidos e de confiança. É importante, aquando de uma investi- as frequências, médias, medianas e desvios padrão. gação, obter consentimento e cooperação dos indivíduos, das instituições ou organizações, dando dessa maneira facilida- 4. Resultados des de pesquisa. Para haver uma informação completa tem de existir um consentimento informado e completo, acerca de Relativamente à amostra analisada, foram recolhidos dados de todos os aspetos do estudo. A partir do momento em que a 108 militares da zona litoral norte do país numa primeira fase instituição e os indivíduos aceitam, assinando o consentimen- e, aquando da segunda observação, de 102, devido a seis to informado concordando em participar no estudo pode-se desistências que ocorreram de entre todos os indivíduos. A dar inicio ao mesmo9, podendo desistir do mesmo em qual- média de idades na globalidade foi de 19.68 anos, compreen- quer momento sem que isso lhes traga qualquer benefício ou dida entre os 18 anos e os 26 anos, para o género masculino, prejuízo. 11

Saúemdpeé e entre os 18 anos e os 24 anos, para o género feminino. Mais No que diz respeito à largura da zona metatársica do pé dos de 50% da amostra está entre os 18 e os 19 anos. militares, obtiveram-se valores que oscilaram entre os 7 cm e os 11 cm, com uma média de valores de 8.54 cm. Verifica-se Quanto ao género, 69.4% dos participantes eram do género ainda na fig. 3 que a largura metatársica mais vezes encon- masculino, com 75 indivíduos. trada, com uma representação superior a 44%, foi de 9 cm. Observámos também que os militares, com as suas diferentes Quanto às características antropométricas do pé dos indiví- larguras metatársicas, escolhem o calçado com uma medida duos constituintes da amostra, observámos que os valores metatársica, igual ou superior ao tamanho do seu pé (Fig. 4). oscilaram entre o tamanho 35pP e o tamanho 46pP, com um valor mediano de 40pP. Verificando-se, como aponta a fig. Largura Metatarsal 1, que o tamanho do pé mais frequente é o 39pP, verifican- do-se também uma frequência elevada de militares com um 0,93% tamanho de pé 38pP. Já o número da bota utilizada pelos militares oscilou entre o tamanho 36pP e o 48pP, com um 11,11% 15,74% valor mediano de 41pP. O tamanho de bota que se verificou ser mais frequente é o 41pP, como se pode ver na fig. 2, 27,78% 7 verificando-se também uma grande utilização dos tamanhos 8 40pP e 42pP. 9 10 44,44% 11 Tamanho do Pé 1,85% 2,78% 35 36 6,48% 1,85% 37 38 2,78% 39 40 6,48% 11,11% 41 42 9,26% 14,81% 43 Fig. 3 – Gráfico com as percentagens da largura metatársica da amostra 44 12,96% 18,52% 45 11,11% 46 Figura 1 – Gráfico com a distribuição dos diferentes tamanhos dos pés. 20 Número da Bota Contagem Largura Metatarsal 5,56% 0,93% 0,93% 36 15 da Bota 8,33% 7,41% 37 3,70% 38 9,0 39 10 9,5 8,33% 40 41 10,0 11,11% 5,56% 42 10,5 43 5 11,0 14,81% 15,74% 44 11,5 45 17,59% 46 0 48 7 8 9 10 11 Fig. 2 – Gráfico com a distribuição dos números das botas usados pelos Largura Metatarsal do Pé militares Fig. 4 – Gráfico comparativo entre a largura metatársica do pé dos militares e a largura metatársica das botas usadas pelos mesmos. Como se pode verificar, à medida que vai existindo um aumen- to da largura metatársica do pé, este vai sendo acompanhado pelo aumento da largura metatársica da bota (Fig. 5). 12

11,5Mean of Nos resultados obtidos, para a segunda observação, verifi- Largura Metatarsal da Bota ca-se uma maior percentagem de recrutas com três lesões, 11,0 seguida de recrutas com duas lesões (Fig 7). 10,5 Patologias depois 2,78% 0,93% 10,0 0,93% 9,5 9,26% .00 1.00 9,0 17,59% 2.00 3.00 7 8 9 10 11 25,00% 4.00 5.00 Largura Metatarsal do Pé 37,96% 6.00 7.00 Fig. 5 - Gráfico com a relação entre o aumento da largura metatársica do pé e o aumento da largura metatársica da bota. Fig. 7 – Gráfico com o número das patologias verificadas na segunda observação 4.1. Lesões prévias Relativamente às lesões prévias, foi introduzido, no ques- Foi também realizada uma análise com o tamanho do pé e tionário, um registo que permitisse saber se existiam lesões o tamanho da bota e as suas relações com a distribuição prévias ao regime de recruta, pois, quando se fez a primeira das lesões prévias, assim como das lesões observadas no observação, já os militares se encontravam em contacto com primeiro e no segundo momento (tab. 1), não se observando as botas há uma semana, conforme foi referido no capítulo qualquer associação. da metodologia. Foi registado que 46.3% dos participantes possuíam lesões prévias, e destes, 57.58% são recrutas do Eritema 1ª Observação 2ª Observação género feminino. Infecção Fúngica 47.22% 59.26% Ao número de lesões prévias obtidas, através da resposta de Hiperqueratose 15.7% 53.7% cada militar, deu (46.3%), este valor aumenta para 90.7% de Flictena 18.52% 47.22% lesões na primeira observação, uma semana após o contacto Onicocriptose 37.96% 45.37% com as botas, e na segunda observação aumenta para 100%, 7.41% 9.26% uma vez que todos os militares apresentaram pelo menos uma lesão podal. Tab. 1 – Lesões mais frequentes nos pés dos militares. Foi também elaborada uma análise em que se pretendia obter resultados quanto à temática do número de lesões, Além das lesões acima referidas, também foram encontradas, numa primeira observação em comparação com a segunda ainda que em menor número e sem um aumento tão notório observação. Os resultados que obtivemos, para a primeira da primeira para a segunda observação: equimoses, úlceras, observação, permitem verificar a existência de uma maior onicolises, onicorrexis, onicomicoses, eritema pernio, hemato- percentagem de recrutas com duas lesões, seguida de ma subungueal, acrocianose, fenómeno de Raynaud, eritema recrutas com uma lesão (Fig 6). AB IGNE. Patologias antes 5. Discussão 4,63% Através da análise dos dados recolhidos nas duas fases de 10,19% observação e após o tratamento estatístico, verificou-se que na nossa amostra foi ligeiramente menor o número de recru- 20,37% 31,48% .00 tas, quando em comparação com estudos de outros autores 33,33% 1.00 como Larsen, Weidich, & Leboeuf-Yde13, que utilizou 146 mi- 2.00 litares, com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos, 3.00 e em que apenas um era do género feminino, e maior em 4.00 relação a outros, como é exemplo Sormaala, Niva, Kiuru, Fig. 6 – Gráfico com o número das patologias verificadas na primeira 13 observação.

Saúemdpeé Mattila, & Pihlajamaki,6 que utilizou uma amostra de 51 re- observados, cerca de 90% tinham algum tipo de lesão, na pri- crutas, com idades médias de 20 anos e essencialmente do meira observação, e todos os recrutas apresentavam alguma género masculino (49 recrutas). lesão na segunda observação. Aparentemente, a nossa amostra escolheu bem as botas em Entre o vasto número de lesões encontradas destacaram-se: o função do tamanho de pé, no entanto, isto não quer dizer que eritema, a infeção fúngica, as hiperqueratoses, as flictenas, as seja a bota mais adequada, pois é verdade que os recrutas onicocriptoses e as onicogrifoses. escolheram as botas que em princípio teriam um tamanho acertado, em função do tamanho do pé e da largura meta- A Podologia, no âmbito desta área, tem um papel fundamental, társica, mas também é certo que tiveram um grande apareci- quer na componente preventiva (tentando evitar lesões) quer mento de lesões, num curto espaço de tempo, lesões essas na vertente terapêutica, tentando melhorar a “saúde dos pés que se mantiveram e, em alguns casos, até aumentaram em dos militares”, o seu conforto e consequentemente a sua qua- pouco tempo. Portanto, poderemos pôr a hipótese de as bo- lidade de vida. tas poderem não estar bem adaptadas ao tipo de pé, ainda que com dimensões acertadas em função do utilizador, pois 6. Agradecimentos este facto pode levar ao aparecimento de lesões, como afir- mam Jones e colegas10, uma vez que o número de lesões nos Ao Coronel José Luís Sousa Dias Gonçalves e ao Sargen- pés dos militares em fase de recruta, aumentou desde que os to Joaquim Capela por toda a disponibilidade e interesse recrutas fizeram o contacto inicial com o calçado militar. demonstrados neste trabalho. Este facto apoia o que é defendido por alguns autores, como Agradeço também a todos os militares do quartel da Serra do Kaufman, Brodine, & Shaffer7 Windle, Gregory, & Dixon2: que Pilar, regimento de Artilharia Nº5, pela colaboração prestada, as botas podiam sofrer algumas alterações no seu fabrico, os militares que, aquando do estudo, eram recrutas e aceita- alterações no seu desenho, no conforto, na absorção de ram de bom grado a participação neste estudo. choques, de forma a evitar lesões nos pés, nomeadamente, com a introdução de uma palmilha. 7. Referências Relativamente às lesões que os recrutas referiram possuir e [1]. Oumeish OY, Parish LC. Marching in the army: common cutaneous disorders of que afetavam quase metade da amostra, houve um aumento the feet. Clin Dermatol. 2002;20(4):445-51. para cerca de 90% na primeira observação, em que as lesões foram realmente observadas pelos investigadores, existindo [2]. Windle CM, Gregory SM, Dixon SJ. The shock attenuation characteristics of uma média de duas lesões por militar e, aquando da segunda four different insoles when worn in a military boot during running and marching. Gait observação, uma média de três lesões por militar. Posture. 1999;9(1):31-7. Como o objetivo principal do trabalho foi avaliar a prevalên- [3]. Williams KM, Brodine SK, Shaffer RA, Hagy J, Kaufman K. Biomechanical cia de lesões nos pés dos militares portugueses, temos então Properties of Infantry Combat Boot Development. . N - Navy And Marine Corps, que o eritema, a infeção fúngica, flictenas e as hiperqueratoses 1997 OCT 1997 Report No. foram as lesões dermatológicas que mais se verificaram, quase em 50% dos militares aquando da segunda observa- [4]. Brar KJ, Shenoi SD, Balachandran C, Mehta VR. Clinical profile of forefoot ção, a nível ungueal, a alteração mais notória e com maior eczema: a study of 42 cases. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2005;71(3):179-81. aumento foi a onicocriptose, afetando quase 10% da amostra. [5]. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa: Editorial Enciclopédia, As outras lesões referidas nos resultados também estiveram Ltd; 198? presentes ainda que em menor número. [6]. Sormaala MJ, Niva MH, Kiuru MJ, Mattila VM, Pihlajamaki HK. Bone stress A hipótese de as botas poderem não estar bem adaptadas ao injuries of the talus in military recruits. Bone. 2006;39(1):199-204. tipo de pé, ainda que com dimensões acertadas em função do utilizador, pode ser colocada, podendo levar este facto ao [7]. Kaufman KR, Brodine S, Shaffer R. Military training-related injuries: surveillance, aparecimento de lesões como afirmam Jones et al 10. research, and prevention. Am J Prev Med. 2000;18(3 Suppl):54-63. Assim, parece que vamos ao encontro do que afirmam outros [8]. Withnall R, Eastaugh J, Freemantle N. Do shock absorbing insoles in recruits autores, relativamente ao facto de as botas poderem causar undertaking high levels of physical activity reduce lower limb injury? A randomized algumas lesões nos pés1-3. controlled trial. Journal of the Royal Society of Medicine. 2006;99(1):32-7. Durante a fase de recruta, os militares da zona litoral norte do [9]. Cohen L, Manion L, Morrison K. Research Methods in Education. 1 ed. New país sofreram bastantes lesões, sendo que dos 102 recrutas York: Routledge; 2007. 14 [10]. Jones BH, Thacker SB, Gilchrist J, Kimsey CD, Jr., Sosin DM. Prevention of lower extremity stress fractures in athletes and soldiers: a systematic review. Epidemiol Rev. 2002;24(2):228-47. [11]. Dawber R, Bristow I, Turner W. Text atlas of podiatric dermatology. London: Martin Dunitz; 2001. [12]. Goldcher A. Manual de Podología. Barcelona: Masson; 1992. 234 p. [13]. Larsen K, Weidich F, Leboeuf-Yde C. Can custom-made biomechanic shoe orthoses prevent problems in the back and lower extremities? A randomized, controlled intervention trial of 146 military conscripts. Journal of manipulative and physiological therapeutics. 2002;25(5):326-31.

PODOTALKS Caso clínico Abre o QR CODE Avaliação Clínica: e responde às Paciente género feminino nossas questões. 17 anos de idade A 18 de janeiro de 2021 (figura 1 e 2), recorreu a urgência hospitalar. Foi observada por lesões vesiculares pruriginosas e dolorosas da face dorsal D3 e D4 do pé esquerdo de agravamento progressivo Questão 1: Qual o teu diagnóstico? Questão 2: Qual o protocolo de tratamento que seguirias? Fig. 1 Fig. 3 Fig. 4 Fig. 2 Recorre a consulta de podologia, a 18 de março 2021, com lesões eritematosas pruriginosas de cor púrpura localizadas em D2, D3 e D4 pé esquerdo + bordo interno Hallux direito (figuras 3 e 4 ). Fig. 5 – Após tratamento 27.03.2021. Fig. 6 – Após tratamento a 03.04.2021. 15

Saúemdpeé PODOTALKS Resposta ao caso clínico anterior – Revista n.º 60 - abril 2021 ResOoqluuçeãoacdheasstesocbarseo?este caso? Diagnóstico: Carcinoma verrucoso QR CODE para o inquérito do caso anterior. O carcinoma verrucoso (CV) é uma forma rara do carcinoma risco de recorrências. O CV é um CEC com baixo grau espinocelular (CEC). A expressão carcinoma verrucoso de displasia, de incidência infrequente. A agressividade (CV) foi definida por L.V. Ackerman em 1948, para biológica é limitada ao local, sendo um tumor de caracterizar uma neoplasia verrucosa, bem diferenciada, crescimento predominante horizontal, e com maior de crescimento lento e sem tendência a metastatizar. A tendência para erodir do que infiltrar. Tem bom prognóstico sua localização preferencial é a cavidade oral. O carcinoma e raramente determina metástases regionais, e não cursa espinocelular (CEC) acomete, preferencialmente, áreas com metástases à distância. fotoexpostas, e a apresentação clínica no pé é atípica e com pouca capacidade de desenvolver metástase. O carcinoma espinocelular (CEC) surge a partir dos queratinócitos e apresenta diversas variantes clínico- histopatológicas, incluindo o carcinoma verrucoso (CV). Apesar de maligna, esta variante cursa com algumas características de tumor benigno. As características “benignas” do carcinoma verrucose (CV) são o crescimento lento, o padrão evolutivo mais expansivo do que invasivo, e a boa diferenciação celular. O tratamento de escolha é a exérese cirúrgica, devendo o paciente ser regularmente acompanhado devido ao Referências: Maurício Z, Wulkan C, Paschoal FM, Maciel M, Filho C. Carcinoma verrucoso: uma variante clínico-histopatológica do carcinoma espinocelular. Anais Brasileiros de Dermatologia. 2014; 79 (5). Moreira M, Pelliccioni C, Mançano V. Carcinoma espinocelular no pé: apresentação atípica Squamous cell carcinoma in the foot: an atypical presentation. Surgical and cosmetic dermatology. 2018; 10 (3): 65-7. PUBLICIDADE 16

PODOLOGIA NOS 5 CONTINENTES Esta rubrica sobre a Podologia nos cinco continentes é da responsabilidade do corpo editorial e procura fazer uma breve revisão sobre o que se pode ler na web, nos últimos 3 meses, sobre a Podologia. Para tal, recorremos a informações disponíveis em sites de associações profissionais, jornais da especialidade e blogs. Iniciamos com a notícia da Federação No combate à intrusão profissional, o Consejo General de Internacional dos Podiatras (FIP), com a Colegios Oficiales de Podólogos de Espanha, com a condenação publicação de diretrizes sobre a covid-19 de uma casa de Ortopedia e do seu técnico em La Rioja, com para todos os podologistas, um documento um ano de prisão e inibição do exercício com pena suspensa de que está em linha com as diretrizes prisão por dois anos, por diagnosticar indevidamente patologias emanadas pela Associação Portuguesa de do pé e sugerir tratamento, conseguiu provar que as casas de Podologia. Ortopedia não podem diagnosticar patologias do pé, e que devem apenas realizar tratamentos prescritos por Podologistas ou outros No mesmo sentido, durante estes profissionais de saúde habilitados para o fazer. últimos três meses, o Colégio de Podiatras do Reino Unido também Ainda sobre as notícias deste Conselho, surge a notícia do seu atualizou as diretrizes, relativamente apoio às brigadas de Podologia sem fronteiras em Honduras, com à infeção por novo coronavírus, o objetivo de melhorar o atendimento podológico e a qualidade recordando que, embora as de vida de mais de 100 utentes, altamente vulneráveis e sem restrições de bloqueio estejam a recursos, e também de um estudo entre 315 peregrinos, realizado diminuir, as orientações sobre a por professores de três universidades espanholas, que conclui covid-19 ainda estão em vigor. que as palmilhas personalizadas, o controlo da humidade dos pés e caminhadas num solo mais macio (terra) protegem contra as flitenas. 17

Saúemdpeé O The Diabetic Foot Journal apresenta um guia de referência rápida, que permite uma abordagem lógica para reduzir o risco de úlceras nos pés, em pessoas com diabetes nos cuidados primários. O objetivo da série “Como fazer” é fornecer aos leitores um guia para procedimentos clínicos e aspetos do tratamento da diabetes, que são abordados no ambiente clínico. No seu editorial, Su Down destaca recentemente as desigualdades no tratamento da diabetes tipo 1, com alguns desenvolvimentos interessantes no acesso à tecnologia da diabetes. E ainda contempla um conjunto de 12 artigos sobre úlceras plantares. EUROPA Destacamos assim: Na Revista Espanhola de Podologia, numa edição • Um relatório de 12 meses de dados reunidos numa clínica que contém seis artigos originais, um caso clínico, dois artigos de revisão e um tema de atualização, de pé diabético, num hospital público em Phnom Penh, destacamos os trabalhos de revisão sistemática: Camboja, que apesar de representar 0,4% do potencial de • Marta Giménez Martínez e colaboradores úlceras plantares do país, permite alguma análise, podendo ser útil no planeamento futuro dos serviços; revêem a eficácia dos tratamentos ortopodo- • Aditya Dutta, Ashu Rastogi e Edward Jude que fazem lógicos, em pacientes com apofisite do cal- uma atualização sobre a infeção do pé diabético (DFI) e câneo, e concluem que tanto as calcanheiras que destacam a classificação, avaliação da gravidade, como as ortóteses plantares personalizadas, papel dos testes sorológicos e radiológicos e as escolhas com calcanhar encapsulado, podem ser de antibióticos para o tratamento da DFI. Concluindo aplicadas como tratamento conservador para o que níveis alterados de mediadores inflamatórios se alívio da sintomatologia do paciente, sem que correlacionam com o risco de desenvolver úlcera no pé este tenha de parar a atividade física; diabético. A implementação de uma medida confiável, que • Tatiana Rodríguez Macías e Eva Lopezosa Reca, identifique diabéticos em risco de desenvolver úlceras de na sua revisão sobre a relação do desenho das pé diabético, por meio de mediadores inflamatórios, pode botas de futebol e as lesões nesta modalidade, ajudar a diminuir a incidência dessa complicação e os concluíram que a configuração dos pitões custos associados; das chuteiras é desenhada de acordo com a • Duncan Stang e Willie Munro, numa visão geral do novo penetração e amortecimento do terreno, para documento de consenso ‘Redefining and Demystifying o qual são indicadas. Diferentes configurações Offloading for Diabetes Foot Care’, refletem sobre o termo destes podem estar relacionadas com ‘descarga’, que é amplamente utilizado no tratamento diferentes lesões que ocorrem no futebol, em multidisciplinar da doença do pé em pessoas com diabetes. constante interação com fatores intrínsecos e No entanto, pode ser deturpado por definição, bem como extrínsecos; em termos do que pode realmente oferecer. Muitas vezes, • E o tema de atualização de Michael S. está associado à aplicação de moldes e ao vocabulário Downey, sobre descompressão do neuroma preciso dos componentes básicos de ‘redistribuição de de Morton: visão atual e recomendações, que pressão’, ‘distribuição de carga’ e ‘descarga axial’, que não explica a abordagem pessoal do autor a esta são de uso comum e, portanto, nem sempre devidamente patologia, por meio de uma descompressão compreendidos. O documento de consenso oferece a nervosa, seccionando o ligamento transverso possibilidade de um novo olhar sobre os componentes e metatársico profundo de forma minimamente conhecimentos necessários para permitir o tratamento invasiva. Neste trabalho, é feita uma descrição mais apropriado e eficaz, administrado e implementado detalhada da técnica e a discussão inclui todas na primeira oportunidade possível, para ajudar a garantir as evidências mais atuais sobre esta técnica, e a mobilidade do paciente, dias sem úlcera e a manter a a abordagem cirúrgica em geral, do neuroma qualidade de vida. de Morton. 18

A revista Podologia Clínica, com edição em espanhol e português, lançou, neste último trimestre, a primeira edição em português correspondente ao primeiro trimestre. Com três artigos, destacamos o trabalho de Garcia Claveria e colaboradores, com uma revisão narrativa da eficácia da terapia laser como tratamento para pontos de gatilho miofasciais (PGMs), que aponta para a eficácia deste tratamento nos PGMs. Na Podiatry Today deste último trimestre são abordados temas AMÉRICA muito variados para a Podologia, entre eles: • O editor Jennifer Spector fala-nos sobre as top 10 inovações em Podologia, já Jonathan Furmanek e colegas apresentam- -nos o papel da cirurgia de mínima incisão na reconstrução do pé de Charcot; • Kelsey Millonig e Noman Siddiqui compartilham a sua experiência, juntamente com evidências da Literatura, num esforço para auxiliar numa maior compreensão do processo de tomada de decisão sobre as opções cirúrgicas disponíveis para correção de hálux abducto valgus; • Devin Bland e colegas, a propósito de uma Pyoderma Gangrenosum, refletem que ao tratar feridas avançadas, os podologistas devem manter uma variedade de diagnósticos diferenciais em mente. Aqui, os autores descrevem um diagnóstico desafiador, que geralmente é de exclusão, mas para o qual os provedores devem ter um índice de suspeita, para evitar diagnósticos incorretos ou atraso no tratamento. A JAPMA traz-nos, mais uma vez, um conjunto de artigos merecedores de uma leitura mais cuidada: • Tae Im Yi e colaboradores, sobre os efeitos de sapatilhas de desporto no equilíbrio postural, de acordo com o tipo de pé, concluem que pessoas com pés pronados e supinados podem precisar de intervenções adicionais, como ortóteses plantares ou treino de equilíbrio; • Timothy Greene e colegas refletem sobre o nível de concordância entre o exame Doppler sistemático da extremidade inferior e a angiografia diagnóstica, no contexto de doença arterial periférica, e concluem que um dispositivo Doppler pode servir como um substituto inicial razoável para a angiografia diagnóstica em alguns pacientes com doença arterial periférica; • Caner Kararti e colegas avaliam se as características biomecânicas do pé e do tornozelo estão relacionadas ao controle motor lombo-pélvico, e concluem que existe uma relação significativa entre as propriedades biomecânicas e musculoesqueléticas do pé-tornozelo e a estabilidade lombo-pélvica. Adicionalmente a estes três artigos, podemos ainda ler mais onze artigos originais, um de revisão e treze casos clínicos que irão despertar a vossa curiosidade. 19

Saúemdpeé O International Journal of Foot and Ankle publicou cinco artigos, em acesso livre, dos AMÉRICA quais destacamos: • O trabalho de Vitale Castellano, Robert Jackson e Michael Zabala, com o objetivo de estudar formas de reduzir o erro da utilização do monofilamento de Semmes- Weinstein na determinação da neuropatia, modelou (o trabalho) os efeitos da profundidade de inserção e do diâmetro do monofilamento na força de contacto e na tensão normal produzida na superfície plantar do pé, concluindo-se que pequenas diferenças na profundidade de inserção e diâmetros do monofilamento tiveram um grande efeito na força aplicada. Portanto, recomenda-se cautela ao usar monofilamentos aplicados à mão, por causa das variações das propriedades da pele humana entre os pacientes e os níveis subsequentes de força aplicada; • E os trabalhos de José Cymet Ramírez e Julio César Vázquez Mondragón, que realizaram um estudo retrospetivo, de dois anos, a cirurgias realizadas por instabilidade crónica do tornozelo. Este estudo concluiu que os resultados foram satisfatórios, obtendo uma melhoria média de 21,4 pontos na classificação AOFAS e uma reinserção integral ao Desporto em 95% dos casos, num período que consideram mais curto do que o observado com as técnicas tradicionais. Isso porque, com essa técnica, não é utilizada imobilização rígida permanente, permitindo reabilitação imediata e deambulação livre, após três semanas. O The Foot é o jornal oficial da American College of Foot & Ankle Orthopaedics & Medicine e da British Orthopaedic Foot and Ankle Surgery (BOFAS) e publica, nesta edição, trinta e dois artigos. Destacamos os trabalhos de: • Patrick Nicholas e colaboradores que, com uma revisão sistemática da artrodese primária do tornozelo no tratamento de fraturas de Pilão, destacam que artrodese primária do tornozelo é um método que pode ser usado para tratar fraturas de pilão, o que envolve restaurar a superfície articular e reconstituir o alinhamento mecânico, para produzir um resultado satisfatório. Atualmente, há uma carência de Literatura sobre o tema em quantidade e qualidade, e este artigo serve de referência para estudos futuros, apesar de considerarem que a artrodese primária do tornozelo produz resultados razoáveis, em comparação com a redução aberta da fixação interna e externa; • Akshay Tiwari, Vivek Verma e Anilkumar Yadlapall, nos seus trabalhos sobre tumores ósseos de células gigantes no tornozelo, entendem que, sendo raro, a Literatura disponível sobre o seu comportamento clínico e opções reconstrutivas é escassa. Num acompanhamento médio de 46 meses, dois pacientes dos 17 operados apresentaram recorrência local. Este tipo de tumor, que afeta o pé e o tornozelo, tem um curso clínico comparável ao de outras localizações. Devem ser tratados com abordagem conservadora, onde a ressecção radical e a amputação são reservadas apenas para os tumores não curetáveis; • Sulejman Menzildzic, Nosheen Chaudhry e Carol Petryschuk escrevem sobre o uso da classificação da Escala de Manchester de Hallux Valgus, como uma ferramenta valiosa para determinar a categorização de risco, apropriada durante o rastreio inicial do pé diabético, em ambientes de cuidados primários de saúde, reforçando as ideias que: identificar a gravidade da deformidade do pé, faz parte da avaliação do risco de pé diabético; a distribuição/quantidade de pressão correlaciona-se com a deformidade de Hallux Valgus na Escala de Manchester, no qual o limiar crítico de pressão (500kPa) ultrapassa-se apenas para deformidade de Hallux Valgus em estadio grave; e que a Escala de Manchester pode ser usada na avaliação de risco, na atenção primária em pacientes diabéticos; • E por fim, uma revisão da Literatura com um caso clínico de um osteocondroma não subungueal nos dedos dos pés, apresentado por Hemant Bansal e colegas, relembrando-nos que, embora a apresentação subungueal de osteocondroma ou exostose nos dedos dos pés seja bastante comum, a surpreendente apresentação não subungueal também deve ser lembrada como um diagnóstico diferencial plausível de edema ósseo benigno dos dedos dos pés. Uma revista muito extensa e completa que tem interesse para todos os podologistas, pela sua variedade e qualidade científica. 20

Na Podiatry Management, como revista bimestral, podemos Na Foot and Ankle Clinics, de um encontrar artigos relacionados com a intervenção dos conjunto de onze artigos, na sua maioria, podologistas como voz ativa no calçado diabético, novos tipos relacionados com patologia do ligamento de retenção com suturas, patomecânica dos problemas mais deltóide, destacamos os trabalhos de: comuns do pé, viver com e tratar da gota, e depois um outro • Jarrett Cain e Miki Dalmau-Pastor, conjunto de artigos mais focados na atividade profissional, desde questões financeiras, licenciamento, renovação da equipa, como primeiro artigo desta edição, que codificação de tratamentos, atendimento online, até à formação apresenta a Anatomia do Complexo do dos podologistas. Muito para consultar numa leitura mais leve. Ligamento Deltóide, que permite um conhecimento profundo da anatomia O Foot & Ankle Specialist (FAS) é um jornal bimestral, revisado do complexo deltóide, que é importante por pares, que oferece informações clínicas para cuidadores de para o tratamento das deformidades que pés e tornozelos, e que apresenta doze artigos online dos últimos impactam no pé e no tornozelo; meses, de abril a junho de 2021. Na sua maioria, são artigos • Gastón Slullitel e Juan Pablo Calvi que relacionados com processos cirúrgicos. Destacamos o trabalho refletem sobre os conceitos atuais no de: tratamento da instabilidade aguda do • Akhil Sharma e Selene Parekh, que fazem uma revisão da deltóide. As evidências que confrontam o tratamento cirúrgico versus conservador, patologia dos peroniais e visam elucidar os métodos mais em lesões agudas do ligamento deltóide, atuais para diagnosticar esses distúrbios, bem como práticas são amplamente ancoradas no cenário de baseadas em evidências para um tratamento ideal; fraturas de tornozelo. Em última análise, • Robert L. Parisien e colaboradores, que nos apresentam um as decisões de tratamento dependem da estudo com 524 respostas online, que avalia as considerações avaliação clínica e de imagem de cada sobre o tratamento e as técnicas cirúrgicas, utilizadas paciente individualmente. Este artigo por especialistas em Medicina Desportiva Ortopédica e discute o comprometimento isolado especialistas em pés e tornozelos na intervenção a roturas agudo do ligamento deltóide; do tendão de Aquiles. E concluem que a intervenção cirúrgica • Cesar de Cesar Netto e John Femino, no paciente jovem e ativo é o tratamento preferido para a no seu artigo sobre o estado da arte maioria dos especialistas, que mais comumente detetam essa no tratamento da instabilidade crónica patologia; medial do tornozelo, descrevem a • Alex Burton, Michael Aynardi e Umur Aydogan fazem um estudo técnica preferida para reconstrução dos retrospetivo de 10 anos sobre a distribuição demográfica de componentes profundos do ligamento cirurgias de pé e tornozelo, entre ortopedistas e podologistas, e deltóide, visto que a instabilidade mostram as tendências nos volumes cirúrgicos e as diferenças residual de longo prazo pode causar entre ambos os profissionais, bem como a evolução desses artrite pós-traumática do tornozelo. volumes ao longo de um período de dez anos. Mesmo que o tratamento conservador possa ser tentado, para casos estáveis ou ligeiramente instáveis, o tratamento cirúrgico geralmente é necessário para os pacientes mais instáveis ou quando as medidas conservadoras falham; A Clinics in Podiatric Medicine and Surgery, com treze artigos em impressão, nesta edição apresenta o extenso tópico da deformidade do pé cavo. O pé cavo representa uma pérgula de condições únicas e complexas. Embora represente um emaranhado de condições neurológicas complexas, também pode ser parte de uma condição não neurológica mais subtil. Esta edição serve para percorrer tópicos extensos, desde a revisão sobre a deformidade em si, a imagiologia, as condições neurológicas, as alterações digitais e neuromusculares, e os tratamentos cirúrgicos do pé cavo, nas suas diferentes etiologias. 21

Saúemdpeé Na Diabetes Care, com 27 artigos, um conjunto de 13 e-letters, são abordadas múltiplas temáticas sempre relacionadas com a diabetes e as suas complicações. Destacamos os trabalhos de: • Jonathan Valabhji e colaboradores, que nos falam sobre o impacto da pandemia de covid-19 na incidência de amputação, em populações com diabetes, e concluem que este estudo populacional na Inglaterra sugere reduções significativas nas taxas de procedimentos de revascularização e amputação major e minor de membros inferiores, e reduções significativas no número de amputações minor e procedimentos de revascularização em pessoas com diabetes, durante a primeira onda da pandemia, em comparação com os mesmos períodos, nos três anos anteriores. A redução na incidência de amputações major foi predominantemente confinada àqueles com mais de 65 anos, portanto, o desfecho competitivo da mortalidade relacionada com a covid-19 pode ter contribuído. A menor incidência AMÉRICA de amputações minor pode ter resultado da menor incidência de úlcera devido à redução da deambulação, no contexto de confinamento domiciliar, embora não haja dados confiáveis sobre a incidência de úlcera em toda a Inglaterra; • Jung-Im Shin e colaboradores, que analisam as tendências na receção de cuidados recomendados pelas diretrizes da American Diabetes Association, entre adultos com diabetes nos EUA: NHANES 2005–2018, e concluem que os cuidados recomendados pelas diretrizes da ADA aumentaram apenas entre adultos com diabetes ≥65 anos, na última década. Em 2017–2018, apenas um em três adultos com diabetes nos EUA relatou ter recebido os cuidados recomendados pelas diretrizes da ADA, com uma receção de cuidados ainda menor entre aqueles com <65 anos de idade. São necessários esforços para melhorar a prestação de cuidados de saúde e a equidade no tratamento da diabetes. O status do seguro é um importante determinante modificável para receber os cuidados recomendados pelas diretrizes da ADA. A Revistapodologia.com, sendo uma revista sul-americana, incorpora artigos em português e espanhol. Nesta edição, podemos ler os artigos de: • Isabel María Arias Martín e colaboradores, referente ao estudo da eficácia das ortóteses plantares nas patologias mais frequentes do pé. Num estudo realizado na Universidade de Sevilha, relativamente ao tipo de ortótese plantar mais utilizado para o tratamento de um conjunto de patologias, sendo as mais prevalentes o pé plano valgo, pé valgo, pé cavo-valgo, pés cavos e pé varo, os autores concluem que o polipropileno foi o material mais frequentemente escolhido como corpo das ortóteses, e que o uso de uma capa amortecedora e um suporte interno ou externo no calcanhar foram os elementos mais utilizados nesses tratamentos; • José Lourenço Kutzke, Fabiana Renata de Oliveira e Patricia Falkievicz apresentam um artigo sobre a análise do arco longitudinal medial após a intervenção da Podoposturologia com esqueleto de aço: um estudo randomizado duplo cego. E concluíram que foi possível observar melhorias significativas, após a intervenção nos dois grupos, porém o grupo que foi beneficiado com a Podoposturologia obteve melhores resultados após a intervenção; • Leanne Atkin, Chloé Géri, Raymund Horch e José Luis Lázaro Martínez sobre as expectativas dos médicos no tratamento de feridas durante a pandemia de covid-19: março de 2020 a janeiro de 2021. Os autores concluíram que a pandemia afetou profundamente a forma como a prática clínica é realizada, o que resultou, principalmente, na falta ou no diagnóstico incorreto e atrasos no atendimento ao paciente. O foco na prevenção é a chave para aliviar os desafios associados à pandemia e, ao mesmo tempo, manter o atendimento ao paciente no centro de toda a prestação de serviços. Seguir caminhos baseados em evidências, que incorporam o uso de tecnologia com altos níveis de pesquisa clínica, pode ajudar a padronizar o cuidado e fornecer uma estrutura para o cuidado contínuo. Educar os pacientes, cuidadores e pessoal de assistência não ferida sobre os “sinais de alerta”, especialmente infeções e inflamação, e quando procurar atendimento especializado, é fundamental para garantir que os desafios da pandemia sejam minimizados no tratamento de feridas. 22

No Podiatry Arena, como fórum de discussão no âmbito da Podiatria, os temas mais abordados, nesta altura, são as investigações que estão a decorrer sobre as plataformas de carbono nas sapatilhas de corrida, a temática da covid-19 e a Podiatria, quer pelo boom de corredores, quer por possíveis implicações nos pés, assim como temas relacionados com a disfunção do tendão tibial posterior, atualizações sobre investigações clínicas e muito mais. Pelo que devem passar por lá. OCEÂNIA O Journal of Foot and Ankle Research, o jornal oficial da Australian Podiatry Association e The College of Podiatry (Reino Unido), é um jornal de acesso aberto que, nestes três últimos meses, publicou 23 artigos online, que abrangem múltiplos aspetos relacionados com a Podiatria, mais uma vez destacamos os trabalhos de revisão sistemática: • Shaily Modi, Deborah Turner e Kym Hennessy que fazem uma revisão sistemática sobre as intervenções não farmacológicas e injeções de corticosteroides para o tratamento do tendão de Aquiles na artrite inflamatória. E que concluem que existem poucas evidências disponíveis sobre a eficácia das injeções de corticosteroides na redução da dor e evidências inconclusivas para a melhoria de características detetáveis por US anormais. Nenhum estudo foi identificado para intervenções não farmacológicas. É evidente, pela falta de Literatura relevante, que há uma necessidade urgente de mais estudos que avaliem as intervenções não farmacológicas para o TA em pessoas com AI; • Chiao-I Lin e colaboradores que, na sua revisão sobre a epidemiologia da instabilidade crónica do tornozelo com a perceção da instabilidade do tornozelo, concluíram que a prevalência de instabilidade crónica do tornozelo mostra uma ampla variação. Isso pode ser devido aos diferentes critérios de exclusão, idade, disciplina desportiva ou outros fatores entre os estudos incluídos. Para estudos futuros, são necessários critérios padronizados para investigar a epidemiologia da instabilidade crónica do tornozelo. A epidemiologia da ICT deve ser prospetiva. Fatores que afetam a prevalência de instabilidade crónica do tornozelo devem ser investigados e claramente descritos; • Benedictine Yen Chen Khor e colaboradores que, na sua revisão sobre a espessura e rigidez dos tecidos moles plantares e do tendão de Aquiles em pessoas com diabetes, encontraram algumas evidências de diferenças estruturais dos tecidos moles entre pessoas com e sem diabetes. No entanto, permanece a incerteza se essas diferenças contribuem de forma independente para ulcerações nos pés relacionadas com a diabetes. A heterogeneidade das abordagens metodológicas dificultou a comparação entre os estudos e a qualidade metodológica foi geralmente inadequada. Estudos de alta qualidade usando técnicas de avaliação padronizadas e validadas em populações bem definidas são necessários para determinar mais completamente o papel das propriedades estruturais do tecido na patogénese das ulcerações do pé relacionadas com a diabetes. 23

ÁFRICA Saúemdpeé Numa pesquisa sobre a Podiatria Sul Africana, verificamos que é mantida a estratégia de divulgação do papel da Podiatria, junto da sociedade, através do Facebook, seguindo a campanha internacional de educação para a saúde dos pés promovida pela FIP, tendo sido publicadas as recomendações para a vigilância dos pés das crianças, os cuidados diários a ter com os pés, em geral e em especial no verão. Também podem encontrar temas relacionados com o desporto, como a utilização de células estaminais, turf-toe, síndrome da banda iliotibial, entorses, fraturas de stress e síndrome de stress tibial, entre outros. O número de publicações, neste trimestre, foi muito forte, tendo sido estas sempre muito focadas na comunicação com a sociedade em geral e na edução para a importância da Podiatria. O Journal of Foot and Ankle Surgery, que é da Sociedade Ásia- Pacífico de Cirurgia do Pé e Tornozelo (APSFAS) e o Jornal oficial da Sociedade Indiana de Pé e Tornozelo (IFAS), que enfoca todos os aspetos da pesquisa clínica do pé e tornozelo, nesta edição, aporta ÁSIA cinco artigos relacionados com um mini-simpósio sobre pé plano em adulto, um artigo de revisão e três artigos originais. Destacamos os trabalhos de: • Uttam Saini, Sanjay Rawat, Mandeep Dhillon, que nos fazem refletir sobre a sua revisão na temática da amputação de Syme. A amputação de Syme foi, inicialmente, descrita durante a era pré-antissepsia e pré-antibióticos e mostrou- -se útil em muitas situações. Com o tempo, essa técnica de amputação perdeu popularidade, devido a complicações associadas e uma prótese cosmeticamente inaceitável. A técnica original foi modificada ao longo dos anos, com complicações reduzidas e melhores resultados. Neste trabalho, é discutida a evolução da amputação de Syme, as suas modificações, a importância da avaliação pré-operatória e etapas intraoperatórias críticas para o sucesso do procedimento; • Khalis Boksh e colaboradores, num artigo original, que nos falam sobre as fraturas por stress: uma preocupação crescente durante a pandemia de covid-19. Os autores apresentam uma visão geral sobre este tópico para profissionais de Saúde, na atenção primária e secundária, e as suas recomendações para a sua gestão durante a pandemia além desta; • Chamnanni Rungprai e Parinya Maneeprasopchoke que, refente ao mini-simpósio sobre pé plano adulto, apresentam a sua abordagem clínica para diagnosticar a deformidade do pé plano, que, sendo um distúrbio complexo, combina várias deformidades estáticas e dinâmicas, associadas a um arco longitudinal medial em colapso. A etiologia do pé plano é multifatorial e pode ser dividida em dois grupos principais: grupos congénitos e adquiridos. História, exame físico e radiografias do pé são usados para estabelecer e confirmar o diagnóstico. O sistema de estadios para pé plano demonstra a deformidade e orienta no tratamento adequado. Este artigo concentra-se nas etiologias, fisiopatologia e abordagem clínica para diagnosticar a deformidade do pé plano. Com esta resenha, esperamos ter sido capazes de vos dar uma ideia sobre o que se falou nos cinco continentes, nos últimos três meses. 24

SOU PODOLOGISTA... Raquel Rodrigues Olivério Gonçalves (Portugal (Arquipélago dos Açores) Continental) 19 anos 17 anos de profissão de profissão Por que consideras que a Podologia é a melhor profissão Por que consideras que a Podologia é a melhor profissão para ti? para ti? A Podologia foi uma paixão que desconhecia, mas desde Considero que a Podologia é a melhor profissão para o primeiro contacto com esta especialidade que não tive mim, porque foi nesta área que investi e em que me dúvidas da minha decisão para a minha vida. formei. É também uma profissão onde me sinto realizado, Qual foi a maior mudança a que assististe na Podologia, principalmente, por poder ajudar os pacientes, com desde que começaste a tua carreira? problemas que, normalmente, não encontram solução em Ser uma Licenciatura reconhecida e ter os mestrados. outros locais. Competências. Demorou, mas apareceu. Qual foi a maior mudança a que assististe na Podologia, Em criança, o que gostarias de ser quando te tornasses desde que começaste a tua carreira? adulta? Para mim, a maior mudança foi a aprovação da Lei 65/2014, Nessa altura, sonhava em ser fisioterapeuta. que veio regulamentar a nossa profissão. Ao longo da tua vida, qual o professor que mais te marcou? Em criança, o que gostarias de ser quando te tornasses O Professor Manuel Portela, porque me incentivou, desde adulto? a primeira hora, a não desistir e a tornar-me a primeira Em criança, gostava e pensava em ser cientista. podologista dos Açores. Ao longo da tua vida, qual o professor que mais te marcou? O que mais gostas de fazer nos teus tempos livres? Muitos foram os professores que me marcaram, mas recordo Gosto de conviver com amigos e sou uma aficionada por principalmente o meu professor do 1.º ano, José Ladeiro, desporto automóvel. pois foi ele que me ensinou a ler e escrever. Se tivesses a oportunidade de trocar de lugar com alguém O que mais gostas de fazer nos teus tempos livres? por um dia, quem escolhias? Nos meus tempos livres gosto de ver séries. Tenho dificuldade em responder a essa pergunta, mas Se tivesses a oportunidade de trocar de lugar com alguém confesso que gostava de passar um dia com um piloto de por um dia, quem escolhias? rali, tipo Sebastien Ogier. Trocava de lugar com um dos meus filhos. Se vivêssemos num mundo de super-heróis, qual seria o teu Se vivêssemos num mundo de super-heróis, qual seria o teu superpoder? superpoder? Escolhia ter o superpoder de erradicar a inveja das pessoas Teria o poder da paciência. e a maldade. Qual é o desporto que estás a praticar de momento? Qual é o desporto que estás a praticar de momento? De momento, pratico caminhadas. Faço, de momento, treino localizado, HITT e treino de alta Qual a comida que mais recordações te traz? intensidade. Migas. Qual a comida que mais recordações te traz? Qual a tua viagem de sonho? Sopa de cenoura. A minha viagem de sonho é à Austrália. Qual a tua viagem de sonho? Qual o filme ou série que mais gostaste de ver até hoje? Sonho viajar para as Maldivas. O filme “O Dia da Independência”. Qual o filme ou série que mais gostaste de ver até hoje? Qual foi o último livro que leste? “O Guarda-Costas” e “Lupin”. “O Império dos Espiões”, uma obra de Rui Araújo. Qual foi o último livro que leste? Qual a frase ou palavra que melhor define a tua vida? O último livro que li tem como título “Alma de pássaro”. “Sê tu mesmo” é a frase que melhor define a minha vida. Qual a frase ou palavra que melhor define a tua vida? A palavra “perseverança”. 25

Saúemdpeé EVENTOS INTERNACIONAIS P (Presencial) | V (Virtual) JULHO 10-23 julho 2021. Ohio (presencial). Madrid. Universidad Complutense  The Australian Podiatry Association Madrid (presencial).  International conference on National Conference. Podiatry and dermatology of the 3-17 julho 2021 (online).  International conference on lower limb. Podiatry and functional foot 30 agosto 2021.  The Wednesday Evening Web orthoses. Moscovo (online). Academy. Diagnosing and Treating 22-23 julho 2021. Atypical wounds. Toquio (online).  Paediatric podiatry virtual 14 julho 2021 (online). symposium.  APMA The National. 21 agosto 2021.  Hypochlorous solution and Podiatry 29 julho-1 agosto 2021. Australian Podiatry Association with Ross Walker. Denver (online e presencial). (online). 14 julho 2021 (online). AGOSTO SETEMBRO  Jornada Internacional de especialización profissional en  The International Foot & Ankle  Podología Post- Pandemica. La cirugía del tunel tarsal anterior. Conference. Nueva Podología. 16 julho 2021. 6-8 agosto 2021 (online). 18 setembro 2021 (online). Madrid. Faculdad de enfermaría, fisioterapia y podologia, Plaza de  Present Residency Education East  27 th Annual Las Vegas Seminar. Ramón y Cajal, Madrid (presencial). and Midwest Summits. 23-25 setembro 2021 (presencial). 14 e 15 agosto de 2021 (online).  Jornada Internacional de  Xornadas Galegas de Podoloxía. especialización profissional en  The 3 rd Annual North Coast Foot 25 setembro 2021. cirugía ungueal, digial y del hallux and Ankle Symposium. Colegio Oficial Podológos de valgus. 19-22 agosto 2021. Galicia (presencial). ECOS DA IMPRENSA 26

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