Important Announcement
PubHTML5 Scheduled Server Maintenance on (GMT) Sunday, June 26th, 2:00 am - 8:00 am.
PubHTML5 site will be inoperative during the times indicated!

Home Explore capela Campus III

capela Campus III

Published by engenheir0, 2018-07-25 08:37:34

Description: capela Campus III

Search

Read the Text Version

Capela de São Francisco de Assis O presente trabalho apresenta o que pesquisamos sobre a história da Capela de São Francisco de Assis, localizada no Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), município de Bananeiras – Pb. Nosso principal objetivo é destacar a importância desta Capela como parte do patrimônio histórico-cultural do Campus III A promessa Nelson Dantas Maciel, foi diretor do Patronato Agrícola Vidal de Negreiros entre os anos de 1929 e 1947. Sua gestão durou 16 anos. Foi um diretor exemplar que deu continuidade e concluiu os núcleos de Agricultura e Zootecnia, entre outras dependências do Patronato, organizou a Turma de Administração Escolar (TURAE), mantendo um sadio entendimento entre seus auxiliares imediatos e alunos. O seu trabalho durante esses 16 anos foi abrangente em todos os aspectos. Foi em sua Gestão que sua esposa - Maria José Salazar Pessoa Maciel - mais conhecida como D. Sinhá, atuava no desenvolvimento da instituição, prestando apoio e acolhimento aos alunos residentes do Patronato. De acordo com Silva (2014) os alunos viam em D. Sinhá uma diretora espiritual, uma mãe.

Durante a seca de 1932, uma das piores secas enfrentadas no Brasil, houve a proliferaçãode diversas doenças, entre elas a LEPRA. Mas o que acometeu os alunos do Patronato foidenominado como sendo um surto de doenças gastro-intestinais. No final de dezembro de 1932, quando as chuvas finalmente começaram a cair no Nordeste, o inevitável aconteceu através de um impressionante combinado de infecções que Orris Barbosa, em célebre e clássico livro intitulado “Secca de 32 – Impressões sobre a crise nordestina”, distinguiu como sendo do grupo colitífico-desintérico. Em janeiro, fevereiro e março de 1933 as cifras da mortandade entre os “cassacos” alcançavam números impressionantes. Proliferação de moscas em verdadeiros enxames contribuiu acentuadamente para disseminar os germes causadores de doenças gastro- intestinais. Em pouco tempo os campos de trabalho estavam atulhados de cadáveres da desdita da seca do século XX. Crianças, portadoras de um quadro lastimável de desnutrição, foram as mais penalizadas, registrando a maioria dos óbitos da grande epidemia que assolou o nordeste brasileiro na década de 301 Apesar de doenças intestinais tomarem a escola, doenças como a Lepra2 e a Bouba3também pareciam ser comuns na cidade durante a década de 1930. Muitas pessoas saíam de suascidades em busca de refúgio em outros locais, chegando, dessa forma no município deBananeiras/PB. Denominados como 'flagelados' ou 'retirantes', a chegada destas pessoas foiassociada a um surto desta doença, que passou a acometer significativo número de que jáfrequentavam o então Aprendizado Agrícola. Neste contexto, a construção da Capela de São Francisco de Assis veio de uma promessarealizada por d. Sinhá. Movida pela preocupação e pelo cuidado para com os discentes, e sendodevota de São Francisco de Assis, ela fez a promessa consistia na construção de uma Capela, queseria denominada de \"São Francisco de Assis\", caso o Santo curasse os alunos enfermos. Houve então a celebração de uma missa, realizada em memória da alma de um aluno quehavia falecido, em um terreno dentro da propriedade do Aprendizado Agrícola. Tal lugar, onde amissa foi celebrada, marcaria o local onde a capela seria construída. A doença cessou e os alunos antes enfermos foram curados da mazela. E tão logo assim aconstrução da Capela aconteceu. De acordo com Silva (2014, p. 254) tal acontecimentomobilizou toda escola, e teve o apoio do médico Dr. Mariano Barbosa, que desdobrava-se emesforços para combater o mal. D. Sinhá sempre sob a orientação dele, contando com aparticipação e ajuda das esposas dos funcionários, assumiu os cuidados com as dietas e aalimentação dos doentes e dos demais alunos, orientando a preparação das mesmas.1 Nota disponível em: <http://blogcarlossantos.com.br/notas-sobre-a-seca-de-1932/>. Acesso em 24/07/2018;2 A Lepra é conhecida popularmente no período como \"catapora\". A doença tomava todo o corpo com feridas. Seutratamento dava-se muitas vezes, na época, por banho de cachaça (por não existir remédio específico), o queocasionava infecção e morte. Em conversas informais, coletamos dados que anunciam a criação dos chamados\"ranchos de bichiguentos\", locais onde os acometidos pela doença ficavam isolados da sociedade . Dentro doterritório da escola, havia um desses ranchos, atualmente localizado onde hoje se situa o matadouro. Segundo algunsalunos, até hoje existem cruzes que marcam as mortes que aconteceram no local.3 A Bouba é uma doença infecciosa que atinge a pele e as cartilagens. Atinge especialmente as crianças com menosde 15 anos. Nas atas de documentos do período, encontrados na Câmara Municipal de Bananeiras, havia adiscriminação de verbas e até doações de locais destinados para a construção de Casas de Tratamento para a Bouba.

A construção da Capela Os recursos adquiridos para a construção chegavam vagarosamente, levando a construçãoa perdurar por quase nove anos para ser concluída. Suas telhas eram francesas e foram doadaspelo interventor da Paraíba, Dr. Gratuliano de Brito. Após coberta a Capela e postas suas portas ejanelas foi que o altar foi construído, com “ uma simplicidade única para receber a imagem dosanto” Silva (2014, p.255), trazida do Rio de Janeiro.Inauguração No dia 04 de outubro de 1941, dia de São Francisco, a capela foi inaugurada com toda asolenidade. Celebrações como: a do dia de São Francisco; novenas em honra à Maria, no mês demaio; Procissões e missas aos domingos, congregavam toda a comunidade escolar. Foto das autoras (2018) Nos dias atuais a capela continua funcionando. São celebradas missas solenes, sobretudoem ocasiões como, por exemplo, a festa dos ex alunos que ocorre todos os anos no dia sete desetembro. Além disso, acontecem reuniões semanais de grupos de oração da RenovaçãoCarismática onde os alunos do campus (técnico e superior) são convidados a participar.

No ano de 2017 a capela sofreu uma Reforma. Pela ausência de fotos antigas de sua áreainterna não conseguimos visualizar se seus aspectos originais foram mantidos. No entanto,fomos informadas que sua estrutura original foi conservada, tendo sido trocados os bancos e aCapela apenas pintada.Uma das primeiras Missas celebradas Fonte: Memorial do CAVN, 2018 Fonte: Memorial do CAVN e Acervo das Autoras, 2018

Imagens internas Fonte: Acervo das Autoras, 2018 Fonte: Acervo das Autoras, 2018

Fonte: SILVA, 2014 Fonte: SILVA, 2014Referências BibliográficasBANDEIRA, Astolfo Ribeiro Pinto. Um Agrônomo no Ensino Agrícola do Nordeste.Fortaleza, 1989.

SILVA, Manoel Luiz. História do Patronato ao Colégio Agrícola nos seus 90 anos.Bananeiras, 2014. 2. ed.Memorial do CCHSA/CAVN – documentos diversos e fotos catalogadas, retratando o PatronatoAgrícola.


Like this book? You can publish your book online for free in a few minutes!
Create your own flipbook