Na mulher adulta as tubas uterinas ou Trompas de Falópio tem cerca de 10-12 cm de comprimento por 1 cm de diâmetro. Elas são duas Portfolio do Museu 3D estruturas tubulares ocas semelhantes a chifres de veado, que se originam lateralmente a partir do útero (Fig. 15). As tubas servem para capturar o ovócito que deixa o ovário e promover um local para a fecundação (em uma região chamada ampola) e depois, servem para conduzir 49 o zigoto (resultante da fecundação do ovócito pelo espermatozoide) em transformação (clivagem) até o útero. As tubas uterinas se dividem em 4 segmentos: infundíbulo, ampola (onde ocorre a fecundação) istmo e porção uterina. Quando ocorre a ovulação, a tuba se aproxima do ovário, e executando movimentos de contração e relaxamento, lança suas fímbrias (expansões digitiformes) que se movem sobre o ovário fazendo uma varredura e puxando o ovócito para dentro. Os espermatozoides (gametas masculinos), que entram pela vagina são direcionados por movimentos de contração do útero e das tubas até a região da ampola (a parte mais dilatada da tuba uterina) onde então encontram o ovócito para fecundá-lo. O próprio ovócito atrai o espermatozoide com sinais químicos. Ocorrendo a fecundação se forma o zigoto (Fig. 18), que seguirá lentamente até o útero passando pelo processo de clivagem. Se não ocorrer a fecundação (gravidez ectópica), o zigoto degenera. Mas, se por algum erro a fecundação ocorrer em outro local da tuba uterina, po- derá causar uma gravidez tubária que não segue adiante, mas poderá romper a tuba e gerar sangramento grave. A fertilização ou fecundação começa com o contato dos dois gametas e termina com a mistura dos cromossomas materno e paterno. Quando o espermatozoide entra no ovócito ele completa a meiose II. Na fecundação, o espermatozoide dispersa as células da coroa radiada usando enzimas apropriadas e começa a penetrar no ovócito usando sua cauda móvel para auxiliar seus movimentos. O espermatozoide possui um capuz (tipo bolsa) em sua cabeça que contém enzimas que são liberadas para atacar as células da coroa radiada e a zona pelúcida (amorfa) que está colada ao ovócito. Quando o espermatozoide (o primeiro que chegou lá, o mais viável) chega a esta região ocorre uma reação zonal (uma mudança na zona pelúcida) que torna o ambiente envolta do ovócito impermeável à passagem de outros espermatozoides, permitindo assim que só este espermatozoide mais viável, possa ligar a sua membrana plasmática com os receptores da zona pelúcida (glicoproteínas ZP1, ZP2, e ZP3).Assim, deixando sua membrana plasmática fundida com a própria membrana plasmática do ovócito, a cabeça e cauda do espermatozoide entram no ovócito, que então, termina sua meiose II, forma um ovócito maduro e o segundo corpúsculo polar. O momento real da fecundação é quando os núcleos destes gametas se transformam em núcleos com cromossomas não condensados (os pró-núcleos feminino e masculino), e se fundem. Os cromossomas materno e paterno se arranjam e se misturam criando uma nova combinação genética no zigoto.O zigoto (Fig.18) leva, geneticamente, me- tade dos cromossomas paterno e metade dos cromossomas materno refazendo o número diploide 46 (2n). Fig. 18: Zigoto – Imagem de domínio público. Wikimedia Commons. Autor Nina Sesina Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Zygote1.jpg/ Acesso: 09/07/2021 Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D Logo após o zigoto se formar ele começa a sofrer mitoses, num processo denominado clivagem, gerando um aumento rápido de células enquanto o zigoto se move ao longo da tuba em direção ao útero. A clivagem é uma divisão celular (que leva cerca de 7 dias) e que gera, seguidamente, 2 células (2 blastômeros) (30 h após a fertilização), depois 4 células, 8 células, e assim vai ao longo da tuba uterina. A cada divisão os blastômeros vão se tornando menores e se compactando, grudando um no outro, até chegar a forma de mórula, uma mas- sa com muitas células a semelhança de uma amora. A mórula tem uma massa de células mais interna, rodeada por uma camada de células (cerca de 32 células) externa. Esta mórula está formada 3 dias após a fecundação. Logo que a mórula entra no útero, cerca de 4 dias da cliva- gem, ela vai se transformar em um blastocisto. Isto acontece porque o líquido da cavidade uterina vai penetrando na mórula e abrindo espaços, os quais se unem formam a cavidade blastocística ou blastocele. Esta cavidade divide o blastocisto em duas porções: uma camada externa de blastômeros que formam o trofoblasto (que dará a placenta) e uma massa de blastômeros, o embrioblasto, que dará origem ao embrião. O blastocisto vai se encostando na parede do útero (com a porção do embrioblasto voltado para ela) e através de digestão enzimática penetra nesta parede, no endométrio. Todo este processo de clivagem e implantação ocorre na primeira semana embrionária. Quando não há fecundação, este endométrio que estava se preparando para receber o blastocisto (futuro embrião) degenerará e o sangue perdido representa a menstruação. O útero (ver Fig. 13 ANEXO) é constituído por três camadas de fora para dentro: perimétrio (externa, ou peritônio visceral), miométrio (intermediária, músculo liso) e endométrio (interna). O endométrio é formado por um epitélio cilíndrico simples (revestimento interno do útero) e por tecido conjuntivo que contém inúmeras glândulas tubulares simples (glândulas endometriais). Esta é a camada que se torna espessa, se 50 preparando para receber o blastocisto, e que se desfaz sendo eliminado como a menstruação. O útero é um órgão oco, situado atrás da bexiga e à frente do reto. Tem a forma de uma pera invertida, com cerca de 8 cm de comprimento, entre 3 a 4 cm de diâmetro na sua parte mais larga, e tem um peso um pouco inferior a 100 g. Suas dimensões se alterem significativamente durante a gravidez, ao longo da qual o útero aumenta milhares de vezes e alcança um peso superior a 1kg. Os órgãos externos do sistema genital feminino são: o monte púbico com pelos na vida adulta (monte de Vênus) e vulva (que engloba os grandes e os pequenos lábios, e o clitóris. Os grandes lábios são dobras da pele que recobrem tecido adiposo e contém pelos. Os pequenos lábios, não tem tecido adiposo e nem pelos. Na sua porção superior está o clitóris, uma massa de tecido erétil (cerca de 2 cm) cuja função e ser anatomicamente a área capaz de proporcionar prazer sexual. É do tamanho de uma ervilha e tem mais de 8.000 terminações nervosas, é anterior a uretra, local por onde a urina é liberada. A vagina é um canal fibromuscular, revestido por uma membrana pregueada. Tem cerca de 10 a 12 cm de comprimento. A vagina comunica a vulva e o útero e suas funções são: servir como o canal do parto, pois apresenta grande elasticidade, dar saída ao fluxo menstrual, e receber o órgão copulador masculino (pênis) para direcionar os espermatozoides até o útero. O assunto sistema genital masculino e feminino desperta a curiosidade de crianças e adolescentes. Em muitas escolas é um assunto difícil de explicar devido a várias situações. Sendo assim, atividades pedagógicas extraclasse, como as oficinas socioeducacionais acabam tendo que elaborar maneiras de responder a estas questões, principalmente quando tratam de câncer de útero, gravidez e até mesmo, abusos sexuais. Portanto, os extensionistas precisam estar preparados para responder questões dentro deste tema. O uso de modelos 3D, como sem- pre é feito no Projeto Museu 3D, associado a informações simples mas corretas e precisas, ofereceu um excelente suporte para as oficinas que envolvem os sistemas genitais masculino e feminino, a fecundação, a menstruação, e outros relacionados. Volume 2 - As Oficinas
3.2.2. As Glândulas Mamárias – Amamentação – Trabalhado nas oficinas: Portfolio do Museu 3D Oficina n°: 06 - Tema: Gravidez na Adolescência e as Drogas. 51 Oficina n°: 27 - Tema: Amamentar Promove Saúde! As glândulas mamárias (mama, busto, seio, peito) fazem parte da genitália externa feminina do sistema reprodutor feminino. As mamas são órgãos estruturalmente dinâmicos que variam com a idade, o ciclo menstrual e o estado reprodutivo da mulher. A mama se desenvolve como uma proliferação (crescimento da pele) da epiderme ao longo de uma linha (linha ou faixa mamária) oblíqua que vai da axila até a virilha. Não tem uma altura certa para a mama se desenvolver em todas as pessoas, mas uma área comum. Na face posterior da mama está a sua musculatura, separada do músculo peitoral por fina camada de tecido conjuntivo e de tecido adiposo. A face anterior da mama é revestida pela pele e a mama tem ao centro a aréola, um disso que possui cerca de 20 tubérculos areolares que são glândulas sebáceas. Na gravidez eles aumentam, e no aleitamento produzem uma substância oleosa que protege a aréola. No centro da aréola está a papila, uma área pequena, irregular e rugosa, o mamilo (ver Fig. 227 do ANEXO). A mama normal, internamente, possui um tecido de preenchimento (tecido conjuntivo denso) e o tecido glandular, com 10-20 lobos formandos por lóbulos e ácinos (ver Figs. 225 e 226 do ANEXO). Há cerca de 15 a 25 lóbulos em glândulas tubuloalveolares compostas que secretam leite. Cada lobo é drenado por um canal excretor, o canal lactífero, que apresenta uma dilatação, o seio lactífero, e se dirige para as papilas. Cada lóbulo se separa do outro por tecido conjuntivo denso e muito tecido adiposo. Estes lóbulos são como glândulas individuais com seus ductos excretores – ductos galactóforos – e pequenos alvéolos, as unidades secretoras onde o leite é produzido e fica armazenado até sua expulsão. Assim, a glândula mamária contém um sistema de ductos e unidades secretoras. As transformações que a mama sofre na gravidez são importantes e têm o propósito de preparar o corpo para amamentar. Em torno dos seis meses de gravidez o colostro já começa a ser produzido. Esse líquido é nutritivo e o bebê irá se alimentar dele nos primeiros dias de vida. Com o nascimento do bebê, os níveis de estrogênio (hormônio relacionado com o controle da ovulação e desenvolvimento das características femininas) diminuem e em 48 horas após o parto, sob comando da hipófise no cérebro, há um pico de prolactina, hormônio responsável pela produção de leite materno. Nesse processo, os lóbulos mamários, que se parecem com cachos de uva (ver Figs. 225 e 226 do ANEXO) e estão localizados no final dos ductos começam a produzir e armazenar o leite materno. O sistema reprodutor masculino é constituído por órgãos externos (pênis e o saco escrotal) e internos (testículo, epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra e glândulas acessórias). O pênis (ver Figs. 248 e 249 do ANEXO) é o órgão responsável pela cópula e o saco escrotal é a região onde estão localizados os testículos. O saco escrotal tem uma temperatura mais baixa em 2°C que o resto do corpo, para não prejudi- car a sobrevida dos espermatozoides que estão nos testículos. Os testículos são as a gônadas masculinas e possuem túbulos enrolados deno- minados de túbulos seminíferos, onde são formados os espermatozoides. Os testículos também produzem o hormônio masculino testosterona. O epidídimo é o local onde os espermatozoides completam sua maturação e adquirem mobilidade. Os espermatozoides saem do testículo através do ducto deferente que se projetam para os ductos ejaculatórios que se abrem na uretra.A uretra percorre o pênis e serve de caminho para o sêmen (o líquido que nutre e mantém os espermatozoides) e para a urina. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D O sistema masculino (ver Fig. 250 do ANEXO) possui glândulas acessórias que são: (a) as vesículas seminais, que participam com secreções para a formação de 60% do sêmen (a frutose esta nestas secreções e garante energia para os espermatozoides); (b) A próstata, uma glândula exócrina, abaixo da bexiga que produz a maior parte do sêmen. A próstata em homens jovens tem o tamanho aproximado 4 cm transversalmente, mas seu tamanho aumenta com o avançar da idade. (c) as glândulas bulbouretrais, que também produzem uma secreção que lubrifica a uretra antes da ejaculação. A próstata (ver Figs. 246 e 247 do ANEXO) é uma glândula que apresenta grande possibilidade de desenvolver câncer, sendo um câncer muito frequente entre os homens, depois do câncer de pele. As estimativas apontam cerca de 68.000 novos casos só em 2018, sendo a segunda causa de morte por câncer em homens no Brasil, com mais de 14 mil óbitos. A doença é confirmada após fazer a biópsia da próstata, que é pedida caso o médico perceba alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou mesmo alteração no tamanho da próstata ao fazer um toque retal. O câncer de próstata, na maioria dos casos, cresce de forma lenta e pode não dar sinais durante a vida, mas em outros casos pode crescer rapidamente (metástase) se espalhar para outros órgãos e causar a morte. No Brasil existe a Campanha Novembro Azul que envolve tudo que se sabe sobre o câncer de próstata. Como o Projeto Museu 3D sempre atuou nesta campanha, é muito importante que os extensionistas conheçam a anatomia masculina e possam auxiliar com conhecimentos, diversos participantes em oficinas e eventos desta campanha, inclu- sive em ambulatórios hospitalares. Modelos 3D especiais de próstata e pênis são usados nestas oficinas, com excelentes resultados. 52 3.3. A Gravidez, as Drogas ilícitas, o Suicídio – Trabalhado na oficina: Oficina n°: 06 - Tema: Gravidez na Adolescência e as Drogas. A gravidez humana é um processo que leva cerca de 40 semanas (280 dias) e que acontece devido a fecundação e implantação do embrião no útero, no endométrio, para que se desenvolva. Caso o bebê nasça antes deste tempo será um parto prematuro. A gravidez é um momento delicado na vida de uma mulher que envolve o seu preparo psicológico, a sua idade, a sua condição social, entre outros fatores. E mais, envolve modificações no corpo e alterações psicológicas profundas. Alguns sintomas são característicos de uma gravidez como atraso menstrual, aumento do volume dos seios, hipersensibilidade dos mamilos, aumento do volume abdominal, aumento do sono e fome, náuseas e vômitos, tonturas e cansaço. A gravidez certamente sur- preende por suas mudanças, a mulher como um todo e quando a gravidez é esperada pode ser um período mágico, produtivo, especial. Mas, caso não seja desejada, pode ser um grande transtorno capaz até mesmo de levar ao suicídio ou ao abandono do bebê após seu nascimento. Estatísticas globais mostram que uma em cada cinco meninas foi mãe antes dos 18 anos e que a cada ano, cerca de 50 mil adolescentes morrem durante a gravidez ou o parto. Outro dado constrangedor é que o risco de morte para recém-nascidos aumenta em 60% se a mãe tem menos de 18 anos. Um ponto divulgado por organizações de saúde relata que a América Latina é a única região do mundo com uma tendência crescente de gravidez entre adolescentes menores de 15 anos. O Brasil, está entre os países com muitos bebês nascidos de mães adolescentes de 15 a 19 anos. O índice brasileiro está acima da média latino-americana. O SUS, em 2007, já registrava que 23% dos partos realizados eram de adolescentes e jovens (faixa até 19 anos) e dentro deste percentual, 1% era de adolescentes entre 10 e 14 anos. Lamentavelmente, os números crescem Volume 2 - As Oficinas
a cada ano e em especial quando se considera o uso de drogas ilícitas, aumentando também como consequência, uma gravidez indesejada. Portfolio do Museu 3D Na Europa, a cocaína é uma das drogas mais utilizadas por mulheres no período gestacional. Nos Estados unidos, 5% das gestantes relataram ter usado droga ilícita, sendo o uso da canabis o mais comum, seguido da cocaína. O uso de drogas lícitas como álcool e cigarro, durante a gestação, também geram comprometimento por vezes irreversível da integridade da saúde da adolescente. A gestante que costuma usar álcool pode ter abortamento ou o feto pode apresentar lesões orgânicas e neurológicas, podendo nascer com um conjunto de sinais e sintomas denominados síndrome alcoólica fetal (SAF), que é reconhecida como a maior causa de retardo mental no ocidente. O uso de drogas ilícitas ocorre em 5-8% das gestantes, e o uso frequente de drogas por familiar residente no domicílio da adolescente é um fator fortemente associado à gravidez na adolescência. 53 Quadro 3: Taxa de nascimentos a cada mil adolescentes entre 15 e 19 anos (OMS) Segundo Martinez et al (2014), o uso de opiáceos, morfina, cocaína e heroína pode causar a Síndrome de Abstinência ao nascer, caracterizada por sinais de flacidez e hiporreflexia muscular, dificuldade de sucção e irritabilidade no bebê. Outras drogas também podem causar danos como a maconha, podendo ocorrer um retardo da maturação do Sistema Nervoso (através de alterações no córtex pré-frontal), alterações da memória e problemas na fala do bebê, assim como aborto, deslocamento de placenta e baixo peso ao nascer. Yamaguchi (2008) afirma que em estudo feito em um hospital escola, 10% das gestantes sofreram deslocamento da placenta por conta do uso de cocaína, o que causou mal- formações urogenitais, cardiovasculares e no Sistema Nervoso central da criança, além de acidose fetal. A gravidez na adolescência é uma realidade vivida nas escolas, nos ambulatórios hospitalares, nas ONGs, inclusive de igrejas, ou seja, em vários locais onde o projeto realiza oficinas socioeducativas e eventos. Isto implica em preparar extensionistas para esta ação, um preparo que tem mão dupla e pode auxiliar inclusive o próprio extensionista, pois muitos estão ainda na fase de 18 a 19 anos. E esta proximidade etária do extensionista com o público-alvo adolescente, dá à oficina um caráter dinâmico e impactante. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D 3.3.1. Suicídio – Trabalhado na oficina: Oficina n°: 28 - Tema: Setembro Amarelo – O Mês Pode Ser Amarelo, Seu Sorriso Não. A campanha nacional “SETEMBRO AMARELO” é um tema bastante discutido no país e objetiva passar uma mensagem para os adoles- centes sobre a importância da vida. A vida como um objetivo e não a morte. Esta campanha fala do suicídio, um fato grave que tem se difundido entre os adolescentes e, portanto, é necessário passar a eles informações importantes sobre o domínio que áreas cerebrais específicas têm no controle de nossas ações, inclusive com informações sobre os sentimentos de tristeza, alegria, medo etc. Nas oficinas realizadas na Semana de Conscientização sobre o assunto, o adolescente precisa ser incentivado a falar sobre suicídio de uma maneira clara sem se sentir coagido. Para que isto aconteça de uma forma educacional, é preciso preparar o extensionista permitindo que este jovem possa conversar com os outros jovens, e o assunto seja discutido, as causas erradas que podem levar a isto sejam faladas, e as formas de combater este mal e suas consequências sejam expostas. Nas oficina sobre o suicídio na adolescência, o jovem precisa entender a respeito da maturação do cérebro humano, o qual segue pela adolescência e pode continuar inclusive até idade mais adulta, um fato que pode explicar determinados comportamentos. A substância cinzenta 54 (onde se alojam os neurônios) em relação a branca (que representam as fibras nervosas), vai ao longo da adolescência sofrendo um refinamento para alcançar o padrão adulto, enquanto que a substancia branca aumenta, devido ao aumento na mielinização dos axônios. Isto não muda a massa total do cérebro que permanece relativamente constante, mas, o funcionamento vai se aprimorando graças às mudanças estruturais (como a mielinização das fibras nervosas formando a bainha de mielina das fibras nervosas) e as mudanças bioquímicas. O que se chama de “poda” de sinapses (período no qual o número regular de sinapses vai se estabelecendo), pode avançar até os 30 anos, e mesmo o aumento na substância branca, pode mesmo ir além de 20 anos. Essas descobertas podem levar muitos adultos a questionar a própria maturidade cerebral. A melhoria adquirida com a mielinização dos axônios (as fibras nervosas) permitem que diferentes partes dentro do córtex pré-frontal se comuniquem melhor. A formação desta bainha de mielina, uma estrutura lipoproteica depositada ao redor de axônios (mielinização) ocorre em segmentos, separados pelos nódulos de Ranvier (sem bainha de mielina) e isto permite a condução saltatória, uma condução rápida e eficaz do impulso nervoso no Sistema Nervoso dos vertebrados. A maturação do cérebro não é homogênea, há ritmos diferentes em cada região. Neuroimagens mostram que a última parte do cérebro a amadurecer – é o córtex pré-frontal, justamente a região onde se processam comportamentos tipicamente de adultos. Pacientes adultos que sofreram lesões no córtex pré-frontal podem apresentar comportamentos típicos de adolescentes. No córtex pré-frontal, uma região chamada córtex orbitofrontal (localizada atrás dos olhos) é a última a amadurecer e promove as capacidades de usar emoções para nortear decisões e criar empatia pelos outros – características fundamentais da vida adulta. Ao contrário da criança, que tende a ser alegre, o adolescente é mais irritadiço e nega ou questiona o que vem antes dele. O cérebro ainda está se consolidando e oscilações de humor são comuns e provocam um comportamento reativo. O lado emocional não está totalmente amadurecido, gerando muitos embates com os adultos e com a família. Nessa fase começam a se desenvolver o comportamento autorreflexivo, a autorregulação e o raciocínio, levando a uma maior consciência crítica de si e dos outros, um excesso de críticas ao mundo dos adultos e mesmo que percebam incoerências, não sabem como lidar com elas. Adolescentes são mais impulsivos, reativos e intensos. Volume 2 - As Oficinas
O adolescente precisa de muito mais para sentir prazer ou alegria que as crianças, em especial, devido ao nível bioquímico no cérebro em Portfolio do Museu 3D relação a dopamina. Uma mudança fundamental no adolescente, ocorre no sistema de recompensa, onde há centros cerebrais responsáveis por premiar com prazer ou bem-estar, comportamentos que acabaram de se mostrar úteis ou interessantes. Diante de um fato ou algo que 55 desencadeia prazer (ex.: uma caixa de chocolate, um beijo) ou um sentimento como o amor, o córtex cerebral sinaliza a área do tegmento ventral (no mesencéfalo) para liberar dopamina. A dopamina atinge outras regiões como a amígdala (no lobo temporal) envolvida com o posi- cionamento da pessoa diante do mundo, o núcleo acumbens (localizado na parte mais anterior do núcleo caudado, um dos núcleos da base do cérebro) e o córtex pré-frontal, e são estas regiões do cérebro que compõem o sistema de recompensa. Os adolescentes possuem um terço dos receptores para dopamina (um neurotransmissor que é considerado como um neuro-hormônio do prazer), por isso os adolescentes precisam de experiências mais intensas, que estimulam mais a liberação da dopamina para terem uma sensação mais plena de prazer. A dopamina seria principal responsável pela maioria dos comportamentos típicos do adolescente, como a busca de novidades, a vontade de impressionar os amigos, os excessos (como o som escutado muito alto, a bebida em excesso), a busca pela aprovação dos outros adoles- centes (o que implica em ações as vezes erradas) e pelo comportamento de risco (este gera grande euforia e produção de dopamina) como o uso de drogas e álcool. A experimentação inadequada e a maior vulnerabilidade na atuação sexual, são outros fatores que só se tornam possíveis na adolescência, porque o sistema de recompensa é sensível aos hormônios que promovem o prazer sexual e está sem controle absoluto no adolescente. Comportamentos adolescentes, como a ação irritadiça quanto a dependência em relação aos pais, entre outros com- portamentos, alguns bons outros maus, podem gerar comportamentos adquiridos os quais podem permanecer durante a vida adulta. Muitos adolescentes não têm coragem de conversar com seus pais e o grande volume de descobertas neste período da vida, podem confundir o adolescente que em geral não está pronto para tantos impulsos e precisa ser acolhido e orientado. A quebra de valores e comportamentos padrões, pode ser um gatilho para o suicídio como uma forma de não suportar o enfrentamento da situação. O bullying, a violên- cia doméstica, a ameaça de abuso, a intimidação ou a agressão por parte de outras pessoas, de forma frequente e habitual, é também um fator que pode levar o adoles- cente ao suicídio. Seja qual for a causa é importante que os educadores, no caso os extensionistas, jovens como muitos dos estudantes, possam mostrar e conscientizar sobre este grave problema que assola muitos jovens em muitos países. As oficinas na Campanha Nacional de Prevenção ao Suicídio são muito bem recebidas, e a resposta dos alunos participantes é sempre boa mostrando que o adolescente quer conversar sobre o assunto, quer expor o que lhe aflige. Para isto funcionar o extensionista precisa se preparar com o conhecimento sobre a adolescência, a gravidez indesejada, o des- preparo em relação à maturidade cerebral, entre outros temas, inclusive a depressão. Fig. 19: Pensamentos saudáveis produzem química saudável – Imagem livre do Pinterest. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/333688653640795846/ Acesso: 09/07/2021. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D 4. O Olho Humano – Trabalhado nas oficinas: Oficina n°: 09 - Tema: A Visão Normal e as Alterações da Visão. Oficina n°: 12 - Tema: Daltonismo. Oficina n°: 24 - Tema: Entenda Sua Visão. A educação moderna considera que o aprendizado da criança é mais produtivo quando esta entra em contato com o que se está estudando. No caso dos sentidos humanos é relevante que os estudantes entendam aquilo que ouvem e veem. No caso da visão, o olho é o órgão fotorreceptor com papel importante na interpretação do mundo pelo ser humano. O poder que ele tem não depende apenas de olhar, mas também de compreender o que foi visto. O olho possui partes que em conjunto realizam a percepção da luz e da imagem captada. Mas, será no cérebro, no córtex visual que ocorrerá a montagem correta da imagem e sua interpretação. Este córtex reconhece as cores, as formas e sobrepõe as imagens dos dois olhos, e combina os movimentos das imagens captadas. O olho humano (Fig. 20) pode ser considerado um instrumento óptico constituído por uma lente biconvexa chamada cristalino. Tomando o cristalino como uma demarcação é possível imaginar, figurativamente, o globo ocular como uma esfera separada pelo cristalino em duas porções, a parte anterior e a parte posterior (o fundo do olho), local onde está a retina, que é a estrutura sensível à luz (daí o nome fotorreceptora) e onde 56 a imagem do que é visto será projetada de forma invertida. Os elementos básicos do globo ocular são: (1) Esclera é a parte branca do olho que serve de proteção; (2) Córnea que é uma estrutura transparente e resistente que permite a passagem da luz para dentro do olho e ajuda a focá-la na retina; (3) Íris, a parte que dá a cor dos olhos; (4) Pupila é uma abertura na íris que aumenta ou diminui, controlando a quantidade de luz que penetra no olho, como o diafragma de uma máquina fotográfica. (5) Cristalino que é uma lente biconvexa que auxilia na focalização da imagem sobre a retina. (6) Retina, res- ponsável pela transmissão para o cérebro das imagens recebidas com auxílio do estímulo elétrico (luz). Da retina partirão através do nervo óptico, informações para o cérebro (que acertará a posição da imagem que estava invertida na retina). São também elementos do olho a câmara anterior (fica antes da íris), a câmara posterior (antes do cristalino) e o humor vítreo (atrás do cristalino) e, as camadas epitélio pigmentado da retina e coroide, adjacente a este epitélio (Fig. 20). Fig. 20: Diagrama esquemático do olho humano – Imagem livre, retirada de Wikipedia [modificada]. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Olho_humano/ Acesso: 23/06/2020. Volume 2 - As Oficinas
4.1. A Formação da Imagem e os Defeitos Visuais – Trabalhado nas oficinas: Portfolio do Museu 3D Oficina n°: 09 - Tema: A Visão Normal e as Alterações da Visão. 57 Oficina n°: 12 - Tema: Daltonismo. Oficina n°: 24 - Tema: Entenda Sua Visão. Para entender a função do olho é importante conhecer sobre a formação das imagens em si. O propósito do olho humano no processo da visão é formar uma imagem no fundo do olho, sobre a retina. Nossos olhos são como uma câmara fotográfica. Ambos têm uma abertu- ra para a passagem de luz, uma lente para focar a luz e um anteparo (o filme da câmera ou a retina do olho) onde a imagem é recebida e registrada. Deste modo, as imagens que enxergamos são resumidamente resultados do seguinte processo: a luz entra no olho pela córnea, e sendo controlada pela pupila, passa pela íris e incide sobre o cristalino, uma lente biconvexa que projeta na retina uma imagem invertida do objeto que está sendo visto. Ou seja, ao passar pelo cristalino, os raios luminosos sofrem refração (refração é quando os raios de luz alcançam uma superfície de outro material transparente ou translúcido e mudam de direção). Portanto, a imagem fica de cabeça para baixo. A retina é como uma tela que retém as imagens, e onde as várias células distribuídas em suas camadas traduzem (processo dito transdução) os estímulos luminosos em estímulo químico, que fazem disparar estímulos elétricos no nervo óptico que sai do olho e segue na direção do Sistema Nervoso central. Na retina, em uma de suas camadas, a mais profunda no fundo do olho estão os bastonetes e cones que são células fotorreceptoras, que estimuladas pela luz, traduzem o estímulo luminoso como impulsos para o cérebro através do nervo óptico, como dito. Este nervo é um feixe de fibras nervosas que são axônios das células ganglionares, células nervosas da retina que estão na camada mais interna do olho (Fig. 21).O nervo óptico é responsável por mandar a imagem invertida e captada na retina para o cérebro, onde no córtex visual, a imagem vai ser interpretada e corrigida dando a sensação da visão correta. Na retina os cones são responsáveis pela percepção das cores. Fig. 21: Estrutura da retina. Imagem livre, original: Pinterest. Disponível em: https://www.infoescola.com/visao/retina/ Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/690458186598365530/ Acesso: 23/04/2021. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D Conseguimos enxergar nitidamente os objetos porque a imagem deles se forma sobre a retina. No entanto, existem alguns casos em que a imagem não se forma exatamente sobre a retina dando origem a miopia e hipermetropia. A necessidade de lentes de óculos, em frente do olho, é determinada pela inexatidão com que esta imagem é formada na retina, devendo corrigi-la. A miopia é um erro refrativo que ocorre quando o olho é mais longo do que o normal, o que faz com que os raios de luz sejam focados muito antes da retina. A causa é hereditária, herança genética. É considerado como primeiro sintoma da miopia a má visão de longe, mantendo a visão de perto preservada. A miopia tem tipos variados: miopia patológica, miopia noturna, falsa miopia, miopia instrumental e miopia congênita. A hipermetropia é o erro de focalização da imagem no olho, fazendo com que a imagem seja formada após a retina. Isso acontece princi- palmente porque o olho do hipermetrope é um pouco menor do que o normal. Podem ser observados como sintomas o cansaço ocular e dores de cabeça, ocorrendo, muitas das vezes, ao final do dia. O tratamento de ambas as alterações é feito através do uso de óculos ou lentes de contato, que são diferenciadas em sua estrutura, sendo côncava para a miopia (mais fina no centro do que no rebordo) e espessa no centro e mais fina no rebordo, para a hipermetropia. Para a miopia há cirurgias reparatórias quando o grau é muito alto. Uma alteração semelhante à hipermetropia é a presbiopia, que ocorre com o envelhecimento da pessoa, ocasionando o relaxamento dos músculos oculares. Já se a acomodação muscular for muito grande, o presbíope também terá problemas de visão a longa distância e o problema se torna semelhante ao da miopia. Outra alteração visual é o astigmatismo, causado por uma córnea que não é simétrica. Ou seja, a córnea tem alterações no raio de curvatura, ocasionando uma falta de simetria em torno do eixo óptico. Como resultado as pessoas com astigmatismo podem ter visão distorcida 58 ou borrada. O astigmatismo pode ser familiar e na maioria dos casos está associado com a miopia ou hipermetropia. Para correção é comum que o oftalmologista indique o uso de óculos com lentes cilíndricas, capazes de compensar as diferenças de curvatura. No caso do olho, um expressivo problema que pode inclusive ser causa de bullying é o estrabismo, uma anomalia que consiste no desvio do eixo óptico do globo ocular. A correção é feita com o uso de lentes prismáticas. Nas escolas há também problemas mais graves que apenas uma alteração na visão para perto ou para longe, por exemplo, a baixa visão ou visão subnormal, quando apresenta 30% ou menos de visão no melhor olho, mesmo após procedimentos cirúrgicos corretivos ou a correção com óculos comuns. As pessoas com baixa visão apresentam dificuldades de ver detalhes, por exemplo, crianças que enxergam a lousa porém, não identificam as palavras. Ou seja, estudantes com baixa visão podem ter dificuldades não apenas na aprendizagem, se não forem reconhecidos, como também podem sofrer bullying na escola. Quando bem orientado por um oftalmologista, o aluno com visão subnormal pode ter sua vida facilitada e pode enxergar melhor com ajuda de ampliações dos materiais impressos e outros auxílios ópticos, como aparelhos especiais que ampliam consideravelmente a visão. A visão subnormal não pode ser corrigida ou atenuada com o uso de óculos, lentes de contato ou cirurgia. As principais causas de visão subnor- mal são a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), o Glaucoma e Retinopatia Diabética. O glaucoma é uma doença assintomática no seu início, mas importante para a perda visual que só será observável em fases mais avan- çadas, quando já há um comprometimento razoável da visão (as vezes de 40%), pois o campo visual se estreita progressivamente chegando até ao ponto de tornar a visão tubular, ou seja, como se a pessoa estivesse vendo algo através de um tubo longo. Sem tratamento o indivíduo poderá ficar cego. A pressão intraocular aumentada é o fator de risco investigado por um diagnóstico precoce no caso do glaucoma. A pressão alta intraocular pode lesar o nervo óptico. Assim, o tratamento padrão do glaucoma é controlar a pressão intraocular. Porém, atualmente, novos fatores entram na lista de indicadores de um possível glaucoma futuro: Dores intensas nos olhos e olhos vermelhos, dores de cabeça, dificuldades de enxergar no escuro, visão turva, náuseas, vômitos, pupilas muito aumentadas, visão periférica diminuída, visão de arcos em volta de luzes. No caso dos míopes, o próprio formato de seus globos oculares favorece a compressão do nervo óptico. Quem tem miopia alta de 6 graus ou acima, é essencial realizar consultas preventivas anualmente para pesquisa glaucoma. Volume 2 - As Oficinas
Uma anomalia visual muito importante a ser discutida nas escolas é o daltonismo (discromatopsia ou discromopsia) caracterizada pela Portfolio do Museu 3D incapacidade de distinguir todas ou algumas cores. O químico inglês John Dalton foi o primeiro a estudar as características do daltonismo, originando então o nome da deficiência no século XVIII. O daltonismo é uma deficiência visual genética que ocorre devido a um problema com os pigmentos presentes nos cones da retina. Os cones que estão presentes na retina são encarregados de perceber o comprimento de onda do espectro luminoso. As faixas espectrais são as cores vermelha, verde e azul, as demais cores são a combinação dessas três. A capacidade da retina para codificar a cor dos objetos se deve à presença destas células nervosas especializadas (Fig. 21) que são capazes de captar a luz nos mais variados comprimentos de onda e, portanto, nas diferentes faixas de cor. Os cones funcionam na presença de luz, enquanto os bastonetes funcionam no escuro (visão escotópica, na penumbra). Nos cones existem diferentes pigmentos (opsinas) fotossensíveis ao compri- 59 mento de luz azul, verde e vermelho. Estes pigmentos se dissociam em resposta a luz (radiação eletromagnética) e desta forma, ativam impulsos elétricos que vão Quadro 4: Genótipo e Fenótipo no Daltonismo ao cérebro levando informação na faixa de cor dos objetos visualizados. Como uma anomalia hereditária recessiva o daltonismo está ligado ao cromossomo sexual X, é uma anormalidade relacionada ao sexo, sendo observado com mais frequência em homens do que em mulheres, pois o homem possui apenas um cromossomo X (que pode ser Xd ou XD), o outro é cromossoma Y. Basta um único X recessivo (Xd) para ele ser daltônico. Já a mulher possui dois X (XX), portanto, para uma mulher ser daltônica, necessariamente ela deve possuir um genótipo homozigótico recessivo XdXd (Quadro 4). Existem 3 formas de daltonismo: Protanopia, Deuteranopia, Tritanopia (Fig. 22). A Protanopia, a forma mais comum envolve uma diminuição ou ausência total de reconhecer a cor vermelha, devido a falta de cones com pigmentos para o vermelho. A pessoa com este tipo troca a cor vermelha pelas cores verde, marrom ou cinza. Na Deuteranopia, o daltônico não consegue diferenciar a cor verde (faltam cones com pigmentos para verdes) trocando esta cor também pela cor marrom (ex.: uma árvore se torna-se toda marrom). A Tritanopia é a mais rara, e há uma interferência na diferenciação das cores azuis (deficiência de cones com pigmentos para o azul) e amarelo, sendo que o azul não é totalmente perdido mas visto em tons variados. Já o amarelo é visto como um tom de rosa claro. E a cor laranja não é vista. Fig. 22: Protanopia, Deuteranopia, Tritanopia – Imagem livre, retirada de Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Percezione_del_colore_in_soggetti_daltonici.svg [modificada] Acesso: 23/04/2021. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D 4.2. As ilusões ópticas - Trabalhado nas oficinas Oficina n°: 09 - Tema: A Visão Normal e as Alterações da Visão. Oficina n°: 24 - Tema: Entenda Sua Visão. Oficina n°: 32 - Tema: Brincando com Estímulos. O olho humano só capta imagens com clareza em uma pequena parte, a fóvea (Fig. 23), que tem 1 milímetro de diâmetro e fica no centro da retina. A visão em si é um processo em conjunto, com as informações que vem dos nossos olhos e com aquelas que vem das nos- sas memórias visuais. As coisas que vemos, as cores, as formas, o que pensamos sobre as coisas que vemos, surgem instantaneamente nos nossos circuitos neuronais e vão influenciar a representação da cena que estamos vendo. O cérebro busca extrair as características dos objetos a partir da enorme quantidade de informação que recebe, e é capaz ainda de deduzir a distância relativa entre dois objetos quando há sobreposição, interposição ou oclusão. O cérebro pode deduzir a forma de um objeto a partir das sombras deste, um aprendizado que tem a haver com a perspectiva linear. O que vemos é de acordo com a maneira como o nosso cérebro organiza as coisas vistas. Assim, o processo de ver é como completar o que está em frente a nós com aquilo que o nosso cérebro julga ver. É complexo, e o que vemos não é exatamente imagem na nossa retina, e sim uma imagem tridimensional criada no cérebro com base na informação da retina, mas também, com base nas nossas opiniões sobre o que estamos vendo. O que vemos é sempre de certa forma uma ilusão que será reformulada pelo cérebro. 60 As propriedades que percebemos tais como o brilho e cor, o tamanho e ângulo do objeto visto, são na verdade determinadas inconscientemente não sendo propriedades físicas reais. Fig. 23: Localização da fóvea e da mácula na retina. – Imagem: Tefi / Shutterstock.com [modificada]. ID da ilustração livre stock: 177901919. https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/07/retina-177901919-1000x561.jpg Acesso: 23/06/2020. É bastante complexa a interpretação do que vemos no mundo exterior. Várias áreas diferentes no cérebro são usadas para o processa- mento da visão, portanto, há áreas correspondentes ao movimento, à profundidade e distância, à cor, outras à direção e ao contorno. Enfim, os nossos sistemas visual e nervoso tornam as coisas mais simples do que realmente o são. Esta simplificação nos leva a fazer uma rápida apreensão, inclusive imperfeita, da realidade vista. Mas, esta captação imperfeita pode dar origem às ilusões de óptica. Assim, as ilusões surgem quando a análise inconsciente e rápida da cena entra em conflito com a análise consciente e pensada. É importante lembrar que o seu cérebro não consegue analisar as situações de forma completamente racional, avaliando todas as variáveis envolvidas, pois isto envolve muitos circuitos e gasto de energia. Portanto, a natureza trouxe um tipo de solução, que é o cérebro mentir para você, ou seja, o cérebro pode descartar informações, manipular raciocínios e mesmo inventar coisas que não existem. Volume 2 - As Oficinas
Esta suposta “mentira visual” começa pela visão, pois sem a pessoa perceber o cérebro pode editar a cena para ela. Na verdade, as ima- Portfolio do Museu 3D gens percebidas pelo sistema visual podem ser interpretadas de forma diferente no cérebro. No caso da ilusão de óptica, temos imagens que “enganam” o sistema visual, levando a pessoa a ver coisas que não estão presentes ou ver na imagem as coisas de um outro modo. Como 61 as ilusões são realmente criadas por nosso cérebro, elas também são fruto de opiniões e vivências visuais que possuímos em nossa mente. O Gestaltismo é uma doutrina que defende a ideia de que para compreender as partes é preciso compreender o todo. Nesta doutrina há uma lei geral “a Lei da Simplicidade”, onde todo estímulo é percebido de modo simples, como o todo. Ou seja, o todo possui prioridade no processo cognitivo, por exemplo: você é capaz de ver primeiro o carro desmontado e não suas peças complexas. Portanto, a percepção visual no caso das ilusões ópticas seguem leis que foram estabelecidas a partir da observação do comportamento do cérebro, ao longo do processo de percepção das formas e imagens, estas leis básicas são: (a) Lei da Semelhança: imagens similares tendem a se agrupar entre si, de acordo com a percepção da mente humana (ex.: a imagem para ver quantos círculos existem 12, 4, ou 6? A pessoa junta os círculos numa única imagem); (b) Lei da Proximidade: elementos próximos tendem a se agrupar formando imagens únicas (ex.: a figura com 6 pontos repetidos na vertical e próximos dando a ideia de uma unidade); (c) Lei da Continuidade: pontos que são conectados pelo formato de uma reta ou curva, transmitem a sensação de haver uma única linha que os ligam (ex.: uma sucessão de quadrados em linha diagonal levam o olhar para uma visão de conjunto de quadrados em linha); (d) Lei da Pregnância (ou da Simplicidade): os elementos presentes em determinado ambiente são vistos da forma mais simples possí vel, para que ocorra rápida assimilação do ambiente ou do elemento todo (ex.: os 5 aros interligados no símbolo das Olimpíadas); (e) Lei do Fechamento: os elementos que aparentam se completar são interpretados como um objeto completo (ex.: o exercício que é usado para as crianças ligar pontos num papel e perceber o formato de um gato); (f) Lei da Unidade ou Unificação: os espaços vazios de imagens abstratas são preenchidos, instintivamente, para que sejam compre- endidos pela menta humana. (ex.: os símbolos do yan/yang e as mandalas são exemplos desta lei). Outro aspecto interessante nas ilusões de óptica, que os extensionistas precisam compreender antes de aplicar uma oficina com o tema, são as ilusões criadas com imagens confusas, que desorientam o cérebro momentaneamente e esboçam tipos distintos de ilusão: 1) As cognitivas, 2) As literais e 3) As fisiológicas. 1) As ilusões cognitivas: São as mais comuns, envolvem diversas formas e utilizam nosso conhecimento do mundo para confundir. Isto é, ao interpretar a imagem nossos olhos cometem falhas de dimensão e perspectiva. Por exemplo: a história das linhas com medidas iguais que parecem de tamanhos diferentes. Tomar a decisão certa e dizer que tem a mesma medida é como não acreditar nisto, pois elas não parecem iguais e, psicologicamente, pode dar um sentimento de inadequação saber que você confiou nos olhos e disse que as linhas eram diferentes, intuitivamente, e não confiou no cérebro pensante que mediu as linhas. As ilusões cognitivas podem ser subdivididas em 4 tipos: a) ilusão geo- métrica-óptica: Apresenta distorções do comprimento, forma, tamanho, curvatura e/ou posição. Por exemplo, a figura Café wall (Parede de café) de Richard Gregory, em preto e branco, onde as linhas e quadrados parecem inclinados (Fig. 24A). b) Ilusão paradoxa: ilusões feitas por objetos paradoxais ou improváveis. Por exemplo, a famosa figura Waterfall (a cascata) de M.C. Escher, em que a água da cachoeira parece correr até Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D chegar no seu topo (Fig. 24B). c) Ilusão ambígua: aquelas onde a percepção pode mudar conforme olhamos. Por exemplo, a figura É um vaso ou dois rostos se olhando? (ver Fig. 274 do ANEXO) ou a figura de Salvador Dali, Casal de idosos ou músicos? (ver Fig. 271 do ANEXO); d) Ilusão ficcional: São ilusões de ficção, que tem efeito de alucinação e provocam a percepção de uma figura que não está realmente presente, porque acontecem alterações no nível perceptivo. Por exemplo: o novo triângulo, onde a pessoa vê um triângulo branco sobreposto a outro de contorno preto, mas o branco não existe é apenas uma montagem feita com figuras laterais (Fig. 24C); 2) As ilusões literais: Nestas, dependendo do que o cérebro escolhe para focar, ele pode perceber duas imagens diferentes em uma só. Por exemplo, a figura da velha e da moça juntas (ver Fig. 268 do ANEXO); 3) As ilusões fisiológicas: Estas causam um desequilíbrio fisiológico no cérebro. Os estímulos chegam com movimento, brilho, cor ou luminosidade e isto atrapalha a percepção. Nestas imagens, às vezes, quando piscamos os olhos, podem aparecer outras imagens (ex.: ilusão do vestido azul (ver Fig. 280 do ANEXO). Se a imagem se movimenta, (ver Figs. 272 e 277 do ANEXO) a ilusão atua diretamente no nervo óptico e quando o cérebro recebe a informação visual acha que há movimento por causa do jogo de cores, o tipo de objeto e a composição da arte. Ou porque o cérebro preenche detalhes ou lacunas que na verdade não existem (ver Fig. 282 do ANEXO). A atividade de entender as imagens usando as teorias do gestaltismo, tem a ver com a percepção de formas, o sentido de profundidade 62 e movimento, a percepção da orientação de contornos, a percepção de cores, a capacidade de perceber brilhos e intensidade luminosa (claros e escuros), portanto, é um treino para mente de alunos jovens que estão desenvolvendo inúmeras habilidades. E conhecimento quando o aluno entende o processo de formar ilusões de óptica e compreende o que está realmente vendo. Daí o fato de ser atrativo, divertido, incentivador, usar imagens de ilusão de óptica nas oficinas onde o projeto desenvolveu o assunto visão. Este conhecimento ajuda muito os próprios mode- radores extensionistas, em suas habilidades perceptivas. Fig. 24A: Café wall (Parede de café) de Richard Gregory Fig. 24B: Waterfall (a cascata) de M.C. Escher. A água da cachoeira Fig. 24C: O novo triângulo: a pessoa vê um triângulo branco (as linhas e quadrados parecem inclinados) parece correr até chegar no seu topo. https://upload.wikimedia.org/ sobreposto a outro de contorno preto, mas o branco não existe https://en.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9_wall_illusion wikipedia/en/e/e8/Escher_Waterfall.jpg é apenas uma montagem feita com figuras laterais. https://br.pinterest.com/pin/593912269579276805/ Volume 2 - As Oficinas
6. O Corpo Humano – Sustentação – Trabalhado na oficina: Portfolio do Museu 3D Oficina n°: 19 - Tema: O meu Esqueleto Ossificado. 63 Conhecer todo o corpo humano com o auxílio de uma oficina com atividades lúdicas e modelos reais, pode dar um grande reforço ao ensino recebido do professor na sala de aula. É importante levar atividades que intensifiquem o conhecimento, mas não apenas com imagens do esqueleto humano. O esqueleto é uma estrutura óssea, um conjunto de ossos, com funções de sustentação, locomoção e proteção dos órgãos vitais. O aluno da escola quer ver o esqueleto ou o osso! O esqueleto além de proteger os órgãos internos, fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos e o aluno quer perceber melhor o que é este músculo e como funciona. Podemos dividir o esqueleto em duas categorias: O Esqueleto Axial, formado pelo crânio (caixa craniana), tórax (caixa torácica) e coluna vertebral. O esqueleto axial, portanto, é um eixo central do corpo humano. O Esqueleto Apendicular é formado pelos membros superiores e inferiores (braços e mãos, pernas e pés), pelo ombro (escápulas e clavículas), pela cintura, pelve, articulações e ligamentos. O esqueleto apendicular esta ligado ao esqueleto axial. O corpo humano é formado por 206 ossos (Fig. 25) sendo 80 ossos no esqueleto axial e 126 ossos no esque- leto apendicular. Fig. 25: O esqueleto humano. – Imagem de domínio público. Wikimedia Commons. [modificada]. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Human_skeleton_front_es.svg Acesso: 24/06/2020. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D No esqueleto axial, os ossos da caixa craniana (Fig. 26A) são frontal, parietais, temporais, occipital, esfenóide, nasal, lacrimais, malares (“maçãs do rosto” ou zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior). O pescoço é formado por 1 osso: hioide. Outro local com ossos importantes é a orelha média, onde encontramos a bigorna, o martelo e o estribo, envolvido na audição, e que são os menores ossos do corpo humano (Fig. 26B). 64 Fig. 26A: Os ossos da cabeça (crânio). Fig. 26B: Ossículos da orelha interna, martelo, – Imagem: stihii / Shutterstock.com [modificada]. ID da ilustração stock livre: 505306069. bigorna (ao centro) e estribo de feto com 7 meses (imagem ampliada). Disponível em: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2020/04/ossos-cabeca-505306069-scaled.jpg Foto de: Embriologia e Histologia em Fonoaudiologia 2ª edição, ed. Guanabara Original em: https://www.shutterstock.com/da/image-illustration/bones-cranium-head-skull-individual-their-505306069 Koogan, 2011; autoria Elenice Maria Correa (com autorização do autor). Acesso: 24/06/2020. Volume 2 - As Oficinas
A coluna vertebral possui as vértebras e os discos vertebrais (Figuras 27A e 27B) e se divide em regiões: Coluna Cervical (região do pescoço Portfolio do Museu 3D com 7 vértebras, C1 a C7); Coluna Torácica (no tronco, com 12 vértebras, denominadas de cima para baixo, T1 a T12); Coluna Lombar (na região da cintura tem 5 vértebras, L1 a L5); Coluna Sacral (com 5 vértebras fundidas formando o sacro) (ver Fig. 158 ANEXO) e o Cóccix (um pequeno osso da parte inferior da coluna vertebral, formado por quatro vértebras coccígeas soldadas entre si e que diminuem de tamanho progressivamente, sendo as inferiores menores). Na caixa torácica ou Tórax existem 44 ossos, sendo: um osso externo e 24 costelas, ou seja, 12 pares. Destes pares, os 7 primeiros se articulam com o esterno e são chamadas costelas verdadeiras. Os outros 3 pares são as costelas falsas, que apenas se unem à cartilagem do esterno. As 2 últimas costelas são as ditas flutuantes, porque estão soltas se fixando apenas na parte de traz na coluna vertebral, mas não se articulam com o esterno. 65 Fig. 27A: A coluna vertebral e suas regiões. Fig. 27B: Figura da vértebra e disco intervertebral. – Imagem de domínio público. Wikimedia Commons. [modificada]. – Imagem livre, retirada de Atlas do Corpo Humano (CENTRALX, 2017) [modificada]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Spinal_column_curvature-pt.svg Disponível em: http://www.atlasdocorpohumano.com/p/imagem/ligamentos-longitudinais/ Acesso: 24/06/2020. Acesso: 25/06/2020. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D No Esqueleto apendicular, temos os membros superiores (Fig. 28) e inferiores (Fig. 29). O membro superior (Fig. 28) é composto pelo de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço (úmero) se articula no cotovelo com os ossos do antebraço (rádio e ulna). O pulso tem ossos pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges. Fig. 28: Membros superiores. – Imagem retirada de aula prática anatomia humana, Paresque R. (UFES) Disponível em: http://www.citogenetica.ufes.br/sites/nupea.saomateus.ufes.br/files/field/anexo/ Esqueleto%20Membro%20Superior%20-%20site.pdf. Acesso: 25/06/2020. 66 O membro inferior (Fig. 29) é constituído de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur (ver Fig. 159 do ANEXO), o mais longo do corpo. No joelho, o fêmur se articula com os dois ossos da perna, a tíbia e a fíbula. A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges. Fig. 29: Ossos dos membros inferiores – Imagem retirada de aula prática de anatomia humana, Paresque R. (UFES) Disponível em: http://www.citogenetica.ufes.br/sites/nupea.saomateus.ufes.br/files/field/anexo/ esqueleto%20membro%20inferior%20-%20site.pdf. Acesso: 25/06/2020. Volume 2 - As Oficinas
Os membros superiores e inferiores estão unidos ao corpo pelo sistema ósseo que recebe o nome de cintura superior (cintura torácica ou Portfolio do Museu 3D escapular) formada pela clavícula e pela escápula ou omoplata, e a cintura inferior (cintura pélvica) (Fig. 30), popularmente conhecida como bacia, que é formada pelo sacro que é um osso volumoso e por um par de ossos ilíacos (ver Fig. 158 do ANEXO) e pelo cóccix. A cintura escapular sustenta o úmero e com ele todo o braço, e a cintura pélvica dá apoio ao fêmur e a toda a perna. Os ossos do quadril, sacro e cóccix, formam a pelve (bacia). A pelve feminina é mais arredondada e larga que a masculina, uma característica que lhe dá melhor acomoda- ção durante o desenvolvimento do feto e o parto. Fig. 30: Cintura pélvica (bacia) feminino e masculino. 67 Disponível em: https://www.todamateria.com.br/sistema-esqueletico/ – Imagem original livre em Pinterest: https://br.pinterest.com/pin/607493437219606160/ Acesso: 25/06/2020. Portanto, os ossos dos membros superiores são formados por 64 ossos sendo 4 na cintura escapular (2 clavículas e 2 omoplatas), 6 ossos nos braços (2 úmeros, 2 ulna, 2 rádio) e 54 ossos nas mãos: escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezoide, capitato, hamato, metacárpicos, falange proximal, falange média, falange distal. Os membros inferiores são formados por 62 ossos: 2 na cintura pélvica, 8 nas pernas (2 fêmur, 2 patelas, 2 tíbias, 2 fíbulas) e 52 ossos nos pés (os ossos do tornozelo, calcâneo, tálus, navicular, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio, cuneiforme lateral, cuboide, metatarsais, falanges proximais, falanges médias, falanges distais. Vimos que o esqueleto de um adulto é formado por aproximadamente 206 ossos, porém quando nascemos possuímos muito mais que isso. Os 270 ossos que acompanham nosso nascimento, com o passar do tempo, vão se fundindo para formar ossos maiores. É o caso dos ossos do crânio, que são pequenos e separados no nascimento para permitir o crescimento do telencéfalo. Os espaços entre um osso e outro que na cabeça do feto estão ainda separados, formam o que se chama popularmente de moleiras (nome correto fontanelas), formadas por tecido conjuntivo. Na vida adulta estes ossos já estão unidos uns aos outros. A mesma coisa acontece com os ossos da bacia. Nascemos com ossos mais distanciados, o ílio, ísquio e o púbis. Apenas na adolescência é que esses ossos vão se fundir formando a bacia. Há diferenças entre as estruturas ósseas de um homem e de uma mulher, por exemplo, as mulheres apresentam a pelve e o esterno mais largos, contudo, a maioria dos outros ossos são mais estreitos que os do homem. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D 6.1. Constituição dos Ossos. Podemos classificar os ossos quanto a forma em: ossos curtos (ossos do carpo), longos (fêmur), laminados ou planos (frontal), alongados (costelas); irregulares (vértebras), pneumáticos (ossos ocos), sesamóides (patela),suturais (do crânio).Os ossos se conectam aos músculos pelos tendões, que são como cordões fibrosos formados por tecido conjuntivo denso e servem para auxiliar os movimentos do esqueleto e o equilíbrio do corpo. Já os ligamentos, são estruturas resistentes e pouco elásticas, formadas por tecido conjuntivo fibroso esbranquiçados devido à presença de colágeno, e que atuam como faixas unindo dois ou mais ossos para reforçar e estabilizar as articulações. Os ossos são feitos de tecido conjuntivo especializado e rígido devido à presença de uma matriz óssea rica em sais de cálcio, fósforo e magnésio. Esta matriz é uma matriz extracelular rica em fibras colágenas que fornecem certa flexibilidade ao osso. Os ossos são estruturas irrigadas pelos vasos sanguíneos. Quando observados no microscópio óptico, o osso consiste de inúmeras unidades chamadas sistemas de Havers, que têm canais ósseos centrais, envoltos por camadas concêntricas de matriz óssea mineralizada (as lamelas ósseas). Nestes canais há os vasos sanguíneos e nervos que servem o osso. Os canais de Havers comunicam-se entre si e com a superfície externa do osso através de canais transversais – os canais de Volkmann. As células ósseas do tecido ósseo são: os osteócitos (as definitivas), os osteoclastos e os osteoblastos. Os osteoblastos são na verdade, células ativas na formação de tecido ósseo (as lamelas ósseas) pois sintetizam os componen- tes orgânicos desta matriz óssea e assim, vão ficando aprisionados em lacunas dentro das lamelas ósseas da matriz e passam a se chamar 68 osteócitos. Os osteoclastos são células fagocitárias que permitem a remodelação óssea, ou seja, fazem a reabsorção óssea onde a estrutu- ra óssea é dissolvida e digerida pelos ácidos e enzimas produzidos pelos osteoclastos. O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva desse íon. A concentração no sangue de cálcio (calcemia) deve ser mantida constante para o funcionamento normal do organismo. Algumas doenças relacionadas ao sistema esquelético são: a) a osteoporose – diminuição da massa óssea caracterizada pela fragilidade e porosidade dos osso. A osteoporose é uma perda acelerada da massa óssea, comum no envelhecimento, provocada pela diminuição da absorção de cálcio e minerais, principalmente por influência da diminuição do estrogênio; b) o raquitismo, muito comum em crianças subnutridas, é uma patologia associada à má formação dos ossos, por carência de vitamina D e de cálcio. A deficiência severa de vitamina D no raquitismo gera deformação dos ossos em crianças em desenvolvi- mento, as quais podem apresentar pernas muito arqueadas, dor nos ossos, atraso do crescimento, alguma deformação do crânio e até dificul- dade de dormir, entre outros fatores complicadores como muitas fraturas ósseas e deficiência intelectual. O tratamento consiste na aplicação da vitamina D e também em frequentes banhos de sol. A principal finalidade de fazer oficinas de extensão que tratam do tema esqueleto humano surgiu após tomarmos conhecimento de estudos sobre o quanto a compreensão da anatomia humana, auxilia o entendimento dos jovens diante das mudanças do seu corpo na transformação da infância para a fase adulta (Alencar et al, 2008). E mais, o quanto é difícil para o adolescente em seus estudos regular, conceituar e detalhar a anatomia do seu esqueleto. Outros fatores que incentivaram este tipo de oficina envolvem as propostas educacio- nais das escolas, pois muitos mencionaram não ter estudado ou não saber nada sobre o tema, ou mesmo em qual profissão poderiam usar o conhecimento mostrando não ter base no assunto. Para Baptista et al (2012 e 2015) é muito importante discutir em escolas públi- cas e privadas, aspectos mais relevantes sobre o ensino de anatomia, e projetos de extensão no ensino de anatomia humana deveriam ser implantados nos níveis de ensino básico, pois haveriam lacunas em relação as estruturas e funções dos órgãos do corpo humano. Desde modo, as oficinas do Museu 3D buscaram suprir algumas destas lacunas para que no futuro não houvesse um impacto profundo da ausência destes conhecimentos na vida acadêmica de possíveis alunos que buscam o ensino universitário. Volume 2 - As Oficinas
6.2. A Formação da Face – Trabalhado na oficina: Portfolio do Museu 3D Oficina n°: 08 - Tema: Formação de Face e Fenda Palatina. 69 A formação da face é outro tema não estudado nas escolas de ensino fundamental e médio, porém, este conhecimento pode ser um caminho para evitar o bullying devido à ocorrência de malformações como a fenda labial (lábio leporino) e a fissura palatina, defeitos con- gênitos associados à formação da face. Nas escolas, o bullying em relação a isto traz sérios problemas para os acometidos. Quanto mais jovens os estudantes maiores as possibilidades dos defeitos da formação da face causarem mal estar aos colegas, pois a fisionomia do acometido desta alteração facial é complexa. O tratamento, tanto para o lábio leporino quanto para fenda de palatina, é longo e é finalizado apenas com a consolidação total dos ossos da face, que ocorre aproximadamente aos 18 anos de idade. Pensando nisto a elaboração e aplicação de oficinas sobre este assunto objetivou dar algum conhecimento que proporcionasse o enten- dimento necessário aos estudantes dos ensinos fundamental e médio, para compreenderem o magnífico e complicado processo de formação da face, de uma forma natural e positiva que pudesse minimizar o desconforto daqueles com lábio leporino e/ou fissura palatina, e permitisse a sua inclusão educacional. A maioria das alterações importantes na face em desenvolvimento ocorrem entre a 5ª e 9ª semana de gravidez. Por volta da 3ª semana de gravidez, se estabelece o eixo do corpo e cada um dos três folhetos embrionários que são a ectoderme, mesoderme e endoderme que surgem para dar origem a todos os tecidos e sistemas de órgãos do embrião. Resumidamente, o ectoderma dá origem ao Sistema Nervoso, à pele, aos pêlos em geral, as glândulas externas e unhas. O mesoderma origina tecido de preenchimento do corpo, os ossos, os dentes, os músculos, o coração, o tecido sanguíneo e outros. O endoderma é responsável principalmente pela formação dos epitélios do tubo gastrointestinal. Na 4ª semana surge os arcos faríngeos, estruturas especializadas que entre outros elementos originarão a face (ver esquema resumido abaixo). É interessante ressaltar que cada arco possui o seu componente muscular, o nervoso e arterial. Os arcos faríngeos (Quadro 5) aparecem no embrião humano da 4ª à 6ª semanas de desenvolvimento, e eles são estruturas embrionárias típicas do desenvolvimento da cabeça e pescoço. Estes arcos encontram-se dispostos bilateralmente ao redor da boca em desenvolvimento (Fig. 31). Quadro 5: Arcos faríngeos Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D Neste início do desenvolvimento do embrião, a face do embrião ainda é formada por um aglomerado de massas celulares em volta da boca primitiva, que são: o processo frontal (1), os processos maxilares em formação (2) e os processos mandibulares (3), delimitando o estomodeu ou boca primitiva (4). No início da 4ª semana de desenvolvimento, a face é muito pequena, cerca de 40 vezes menor que o crânio, e está pra- ticamente comprimida entre a cabeça e o coração em formação. As proporções do crânio e da face são alvo de constantes alterações durante o período embrionário. A formação da face é complexa e requer que os estudantes tivessem maior conhecimento de embriologia, portanto, é preciso na oficina resumir a explicação e torná-la clara e compreensível, o que conseguimos fazer com os modelos 3D reconstruídos no projeto (ver Fig. 79 do ANEXO). Estes modelos, associados a figuras em cartazes, ensinam que a face se forma pelo crescimento e aproximação das massas celulares envolta da boca primitiva, em especial as maxilares e mandibulares, uma na direção da outra, ou seja, indo cada uma na direção da linha media da face, para que o lado direito e o esquerdo possam se fundir corretamente formando o nariz, queixo etc. 70 Fig. 31 Formação da face – Imagem livre de uso não comercial. OZAWA, Terumi Okada et al. Embriologia da Cavidade Oral. Sistema Digestório: Integração Básico-Clínica. cap. 5 (2016). Disponível em: https://openaccess.blucher.com.br/article-details/embriologia-da-cavidade-oral-20114. DOI: 10.5151/9788580391893-05. Acesso: 25/06/2020. Por volta da 7ª semana de desenvolvimento, resumidamente, os processos maxilares estão ainda caminhando em direção à linha média da face para se fundir, e neste momento um complexo sistema de fusão determinado geneticamente entra em ação, o que culmina com a for- mação do lábio superior. O lábio inferior, se forma apenas pela união dos processos mandibulares. No momento destas fusões é que podem se formar erradamente as fendas labiais e deixar fissurado o palato. Assim, o fechamento incorreto da face pode acometer somente o lábio (lábio leporino) ou o lábio e o palato (Fig. 32). Estas malformações são congênitas. O lábio leporino é uma abertura que aparece sempre na lateral do lábio superior e isto praticamente divide este lábio em dois segmentos. A falha pode ser apenas no lábio ou pode se estender entre os dentes e até atingir a gengiva, o maxilar superior e o nariz. Quando a abertura atinge todo o céu da boca e a base do nariz, temos a fenda palatina que pode atingir a úvula, que ficará dividida. Volume 2 - As Oficinas
Fig. 32: Esquema da fissura de lábio unilateral esquerda completa e fissura de palato incompleta. Portfolio do Museu 3D – Imagem do Pinterest, livre uso. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/470978073533475077/ Acesso: 25/06/2020. 71 Se os estudantes e mesmo os pais entenderem as alterações na formação da face, será melhor para compreender e aceitar com naturalidade as pessoas com lábio leporino e fendas palatinas, como crianças que tiveram um problema no desenvolvimento, mas que não são aqueles “monstros deformados que vinham do inferno”, como muitas opiniões de ignorantes no assunto. Algo, obviamente, muito ruim e preconceituoso para o portador da alteração facial. É preciso entender que foi um evento natural, cujos fatores ainda não se conhecem clara- mente. Algumas hipóteses para tal erro de formação são: síndrome genética ou fatores de risco como deficiências nutricionais, hereditariedade, doenças maternas durante a gestação, entre outros. As fissuras lábiopalatinas, além de alterações de caráter estético, podem causar outros problemas de saúde como nutrição inadequada, dentição com alterações, problemas respiratórios, problemas na fala, entre outros. As pessoas precisam também saber que o tratamento de lábio leporino e fenda palatina é o longo, e só termina quando os ossos da face se consolidam como dito anteriormente. Assim, o acometido terá de ser acompanhado por especialistas em diferentes áreas. Porém, há solução e aquele indivíduo poderá ser ajudado. Merece a compreensão de seus colegas nas escolas, no trabalho etc. Isto uma oficina de caráter extensionista ajuda a construir, a inclusão do portador de malformações da face. 7. Os Músculos do Esqueleto Humano – Trabalhado na oficina: Oficina n°: 10 - Tema: Os Músculos Esqueléticos como Ferramenta Educacional em Terapia Ocupacional. É importante permitir de forma lúdica que os estudantes compreendam processos superiores e complexos como o funcionamento do músculo e a força muscular. Os ossos sustentam nosso corpo em pé, mas os ossos precisam dos músculos para realizar os movimentos. As oficinas sobre músculos devem levar o conhecimento a respeito da musculatura do corpo humano e a sua importante função. A força muscular (FM) segundo autores “pode ser definida como a capacidade do sistema músculo esquelético produzir tensão e torque, e está relacionada com a aptidão física vinculada à saúde, além de ter papel relevante para o desempenho físico em diversas atividades da vida diária e/ou esportiva” (STOELBEN et al, 2016). Na idade escolar dos estudantes entender que a força muscular pode fazer grande diferença em suas atividades diárias, nas brincadeiras no colégio, mas pouco refletem sobre pretensões futuras em esportes. E isto é algo que uma oficina estimula. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D Os músculos são formados por feixes de fibras musculares que têm uma cor avermelhada e são muito resistentes (Fig. 33) e tem capacidade de contração, por isso conseguem movimentar o esqueleto. Os músculos permitem que realizemos movimentos variados como andar, correr, pegar ou manipular objetos. Os músculos que estão ligados ao esqueleto são os músculos esqueléticos, que são presos aos ossos através dos tendões. A contra- ção de um músculo esquelético depende do Sistema Nervoso central e da vontade da pessoa (são músculos voluntários). Eles são responsá- veis pelos movimentos voluntários como esticar o braço. Os músculos esqueléticos também chamados de músculos estriados esqueléticos, recebem este nome porque apresentam estriações em suas fibras que são fusiformes (ver Fig. 102 do ANEXO). A contração deste músculo é forte, rápida, descontínua. O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio), sua contração é involuntária e as fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes. 72 A estriação não existe nos músculos viscerais, por isso eles se chamam músculos lisos. Estes músculos se localizam na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor. São mús- culos também constituídos de fibras fusiformes, mas estas são muito mais curtas do que as fibras musculares esqueléticas. Além disto as fibras só tem um núcleo (os estriados são multinucleadas) e as fibras musculares lisas não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é involuntária e lenta. No músculo liso cada fibra se contrai independentemente das outras. Fig. 33: BIOLOGIA. ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANAS. Sistema Muscular. – Imagem original do Pinterest livre [modificada]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/sistema-locomotor/ Acesso: 25/06/2020. O mecanismo de contração dos músculos começa quando as terminações nervosas, no caso do músculo esquelético, entram em contato com o músculo em regiões denominadas de placa motora ou junção mioneural. Essas terminações lançam neurotransmissores que alteram as cargas elétricas da membrana plasmática, provocando a liberação de íons cálcio armazenados no interior do retículo sarcoplasmático do músculo. Os íons cálcio permitem a união da miosina e da actina que são proteínas contrateis, e os filamentos finos de actina deslizam entre os filamen- tos grossos da miosina (ocorre o encurtamento dos sarcômeros e a contração). Assim, os filamentos movem-se até que o impulso nervoso ces- se, então, o cálcio retorna ao retículo, a ligação entre a miosina e a actina cessa e o músculo relaxa. O tecido muscular é um tecido altamente vascularizado e inervado, sendo grande consumidor de energia e produtor de calor. Seus filamentos contrateis são filamentos que consumindo energia proveniente da quebra da molécula de ATP, fazem a contração. Volume 2 - As Oficinas
A contração do músculo liso é controlada pelos nervos do Sistema Nervoso autônomo, e também é regulada pela concentração intracelular Portfolio do Museu 3D de íons cálcio, porém é diferente dos músculos estriados, pois o liso tem um retículo sarcoplasmático mais reduzido. Há filamentos de actina e de miosina na fibra muscular lisa em uma trama tridimensional e não organizados como nas fibras musculares estriadas. Grande número de filamentos de actina estão ligados aos chamados corpos densos, proteicos, e alguns ligados à membrana celular, e outros dispersos no inte- rior da célula muscular lisa. Alguns corpos densos, na membrana de células adjacentes, estão conectados por pontes de proteína. Por essas conexões a força da contração é transmitida de célula a célula. A contração muscular no músculo liso é ativada pelo aumento da concentração sarcoplasmática de cálcio, através da abertura de canais de cálcio na membrana plasmática e na membrana do retículo sarcoplasmático. O entendimento sobre a musculatura do nosso corpo tem o mesmo valor que o entendimento dos ossos, conforme comentado anterior- mente e ainda, serve para incentivar nos jovens o exercício físico, o desenvolvimento de práticas esportivas e uma vida saudável. Mas pode também ajudar a perceber patologias que envolvem o desenvolvimento em crianças que tem músculos fracos e são malnutridas. 8. O Sistema Cardíaco – Trabalhado nas oficinas: 73 Oficina n°: 03 - Tema: Sangue: Bombeando Conhecimento. Uma Visão Cardiovascular em 3D. Oficina n°: 06 - Tema: Gravidez na Adolescência e as Drogas. Oficina n°: 07 - Tema: Conhecendo o Coração. Estruturas e Funcionamento em uma Didática Diferenciada. O tema sistema cardiovascular é um dos mais complexos para os jovens estudantes entenderem. É preciso simplificar a passagem deste conhecimento tão importante para a vida, de forma que o ensinamento não se torne cansativo e difícil. Os alunos devem entender a importância de saber como o coração e os vasos sanguíneos estão ligados a uma vida adulta mais saudável. Desde cedo os estudantes precisam saber sobre o que faz mal e o que faz bem para este sistema vital, ou seja, a alimentação adequada, os exercícios físicos etc., que são capazes de melhora e conservar a saúde cardíaca. Isto significa preservar vidas, preservar a sociedade, e diminuir o índice de jovens obesos. O sistema cardiovascular possui o coração (Figs. 34 e 35) como seu órgão central. O sistema cardiovascular ou sistema circulatório humano é responsável pela circulação do sangue, de modo a transportar os nutrientes e o oxigênio por todo o corpo. O coração humano é um órgão muscular oco, um músculo estriado, involuntário, com cerca de 12 cm de comprimento e 9 cm de largura. Pesa, em média, de 250 a 300 g nos adultos. Está localizado na parte central da caixa torácica, pouco inclinado para a esquerda. Situa-se anteriormente, entre os pulmões e posterior a ele encontram-se o esôfago e a artéria aorta. Fig. 34: Anatomia do coração humano – Ilustração: BlueRingMedia / Shutterstock.com. Gratuita [modificada]. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/anatomy-human-heart-illustration-131979947/ Acesso: 26/06/2020. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D O coração divide-se internamente em quatro cavidades: Dois átrios, cavidades superio- res por onde o sangue chega ao coração, e dois ventrículos, cavidades inferiores por onde o sangue sai do coração. Estas cavidades são separadas por septos, uma espécie de parede divisória. Uma falha na formação ou na separação ou no estreitamento (este- nose) dos septos pode provocar cardiopatias congênitas graves. A parede cardíaca é formada por três túnicas: pericárdio (membrana que envolve o coração), endocárdio (revestimento das cavidades e válvulas cardíacas) e miocárdio (a massa muscular em si) responsável por sua contração. O pericárdio possui 2 folhetos; o visceral (ou epicárdio) que fica aderido ao coração e o parietal, que faz contato com a parede do tórax e órgãos vizinhos. Entre eles há um fluido formado pelas células dos folhetos que impedem o atrito durante as contrações cardíacas. Fig. 35: Parede do coração – Imagem livre: Pinterest [modificada]. Disponível em: https://ar.pinterest.com/pin/722616702706451165/ 74 A passagem de sangue pelas cavidades do coração depende de válvulas cardíacas, as válvulas atrioventriculares (entre os átrios e os ventrículos) que são: a mitral (do lado esquerdo) e a tricúspide (do lado direito). As válvulas podem apresentar problemas mesmo em jovens, por exemplo, o chamado prolapso da válvula mitral, e neste caso a válvula não se fecha totalmente e permite que pequena quantidade de san- gue retorne para a cavidade esquerda. Assim o sangue não é bombeado corretamente, diminuindo a capacidade da bomba cardíaca como se houvesse um regurgitamento mitral (é a insuficiência mitral). Os sintomas da insuficiência mitral podem ser muito pequenos, como alguma arritmia (palpitações ou taquicardia) quando a palpitação é muito rápida, dor no peito, tonturas, alguma dificuldade de respirar, fadiga, tosse noturna, inchaço nos pés e tornozelos. Mas estes sintomas nem sempre são claros, e só aparecem quando o prolapso é muito grande. Nas arritmias simples e pequenas, o indivíduo pode nem perceber e a situação só ser descoberta através de uma auscuta (escuta de sons internos através de um estetoscópio) pelo médico. Ou seja, o médico usando o estetoscópio auscuta o indivíduo e, se logo após o ventrículo começar a se contrair ele ouvir um estalo, um clique, é porque houve pressão sobre a válvula mitral anormal e houve refluxo, regurgitação do sangue de volta para o átrio esquerdo. Se logo após o estalo é ouvido um sopro, este som cardíaco ou sopro cardíaco semelhante a um sopro de ar, se deve a passagem de sangue através do coração. Muitos adolescentes apresentam prolapso da mitral e precisam as vezes usar medicação ou mesmo ter que fazer a troca da válvula. Para impulsionar o sangue o coração funciona como uma bomba dupla, onde o lado esquerdo bombeia sangue oxigenado (arterial) para diversas partes do corpo, e o lado direito bombeia sangue venoso para os pulmões. O coração funciona impulsionando o sangue através de dois movimentos: a sístole, que é o movimento de contração, onde o sangue é bombeado para o corpo, e a diástole, que é o movimento de relaxamen- to, quando então o coração se enche de sangue. Quando os átrios ficam cheios de sangue, eles se contraem (sístole), as válvulas se abrem e o sangue é bombeado para os ventrículos que estão relaxados (diástole). Em seguida, os ventrículos se contraem (sístole) e nesse momento, os Volume 2 - As Oficinas
átrios em diástole (relaxamento) se enchem de sangue de novo. Esse conjunto de movimentos é denominado de ciclo cardíaco. Quando o sangue Portfolio do Museu 3D entra nos ventrículos e estes se contraem, as válvulas ditas semilunares se abrem para que o sangue possa passar para os vasos, que são a aorta (que recebe o sangue do ventrículo esquerdo) e a artéria pulmonar, que recebe o sangue do ventrículo direito, o sangue que irá para o pulmão 75 para ser oxigenado. Estas válvulas logo se fecham para que o sangue não retorne aos ventrículos, que estariam então relaxados. O barulho que ouvimos dos batimentos cardíacos corresponde ao movimento das válvulas, que acontece de modo ritmado. Um importante exemplo compara- tivo para os estudantes, é mostrar a força de batimento do nosso pequeno coração, diante da baleia azul, que é o ser vivo com o maior coração, que chega a pesar 680 kg, e em mergulho profundo só tem 4 a 8 batimentos/min. o que permite ficar mais tempo submersa. O nosso bate 60 a 100 batimentos/min. Os estudantes de escolas também se interessam em saber sobre o que representa a medição de pressão arterial, mesmo porque muitas vezes eles têm alterações da pressão e desconhecem os motivos. Assim é importante explicar que cada vez que os ventrículos se contraem, eles impulsionam o sangue para as artérias (aorta e artéria pulmonar) e este bombeamento do sangue faz pressão sobre as paredes dos vasos sanguíneos que se expandem e se contraem. Essa pulsação dos vasos é chamada de pressão ou pulso arterial, e através dela é possível verificar a frequência dos batimentos cardíacos. Em uma pessoa adulta em repouso, o coração bate cerca de 70 vezes por minuto, e em uma criança o coração bate normalmente cerca de 120 vezes por minuto. Nos bebês o coração bate normalmente 130 vezes por minuto. Se o coração tiver suprimento de oxigênio suficiente, pode continuar batendo mesmo fora do corpo. Essa condição permite a realização dos transplantes. A pressão arterial sistólica (PAS) é a pressão exercida pelo sangue nos vasos sanguíneos durante a sístole, ou seja, quando o músculo cardíaco se contrai. A pressão arterial diastólica (PAD) é a pressão exercida pelo sangue nos vasos na diástole, ou seja, durante o relaxamento do coração (o músculo cardíaco relaxa). Quando a pressão arterial atinge valores elevados e permanece assim por longo período está ocorrendo a hipertensão. Em geral, não provoca sintomas muito grandes, mas aumenta o risco de derrame (acidente vascular cerebral), de ataque cardíaco e outros problemas do sistema cardiovascular. A hipertensão arterial sistêmica, ou pressão alta, é uma doença cardiovascular onde a pressão arterial sistólica (a de contração) é maior ou igual a 140 mmHg (milímetros de mercúrio) e a pressão arterial diastólica (de relaxamento) é maior ou igual a 90 mmHg (se diz uma pressão arterial de 140/90 mmHg ou 14/9). Há uma grande parte da população é que hipertensa, e isto é um fator de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral. Quando o corpo apresenta pressão arterial abaixo do ideal, dizemos que há hipotensão. Ou seja, o sangue pode não chegar em quanti- dade suficiente em todos os locais no corpo, e o coração está bombeando menos sangue. Nesta pressão baixa, a pessoa está com batimentos inferiores a 90 mmHg, isto é, a pressão sistólica (de contração) é inferior a 90 mmHg, enquanto a pressão diastólica (de relaxamento) está na casa de 60 mmHg, quer dizer, a pressão total está baixa, está menor que 9/6. Na pressão baixa, as células não recebem todo o oxigênio e nutrientes necessários para sua manutenção. Os resíduos do seu metabolismo (funcionamento) não são eliminados corretamente e podem causar danos aos órgãos. Por isto a hipotensão também é uma característica preocupante como a hipertensão. O entendimento pelos jovens das condições de pressão arterial pode ensiná-los em situações como a hipotensão postural (ou ortos- tática) onde há uma queda abrupta e excessiva da pressão arterial (PA), capaz de gerar sintomas como turvamento da visão, sensação de desfalecimento, confusão e tontura. Isto pode acontecer quando nos levantamos ou deitamos muito rápido, e pode ser um pouco pior quando a alimentação ou o exercício foi exagerado. Mas outras patologias podem envolver estes sintomas quando são muito repetidos. Evidências atuais Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D sugerem que frequentes distúrbios posturais do tipo comentado, podem aumentar o risco de doença cardiovascular. Portanto, é interessante conhecer e verificar se a hipotensão postural é frequente, principalmente para os jovens estudantes que muitas vezes se alimentam inadequa- damente ou fazem exercícios em excesso. Conhecer os vasos sanguíneos fazem parte do entendimento sobre o sistema cardiovascular (Fig. 36). Os vasos sanguíneos constituem uma ampla rede de tubos distribuídos por todo o corpo e por onde circula o sangue. Existem três tipos de vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os vasos capilares. As artérias são vasos por onde passa o sangue que sai do coração e vai para as outras partes do corpo. Estas artérias têm uma espessa musculatura na sua parede, mas também tem elasticidade, o que permite que as paredes se contraiam e relaxem a cada batimento cardíaco. As artérias, à medida que se distribuem pelo corpo, vão se ramificando e se tornando mais finas quando então passam a ser chamadas de arteríolas. Estas pequenas artérias também se ramificam muito até se transformarem em capilares, vasos cuja parede é constituída por uma ou duas células que formam o endotélio. Os capilares convergem para formar as vênulas, que têm paredes menos espessas e chegam nas veias, com diâmetro muito maior que as artérias, e que levam o 76 sangue de volta ao coração, sangue vindo das diversas partes do corpo. Sua parede é mais fina que a das artérias, o que colabora para o movimento mais lento do transporte de sangue, e assim, a pressão do sangue no interior das veias é baixa. Mas a existên- cia de válvulas nesses vasos, faz com que o sangue retorne ao coração. É importante destacar que a maior parte das veias (jugular, safena, veia cerebral e diversas outras) transporta o sangue venoso, ou seja, rico em gás carbônico e que vai ser oxigenado. Somente as veias pulmonares transportam o sangue arterial que foi oxigenado nos pulmões e vai para o átrio esquerdo, e daí para o ventrículo esquerdo e sai do coração. Fig. 36: Sistema cardiovascular – Ilustração: BlueRingMedia / Shutterstock.com. Gratuita [modificada]. ID do vetor stock livre de direitos: 162654131 Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/illustration-blood-flow-human-circulatory-system-162654131. Acesso: 27/06/2020. 8.1. Circulação Placentária. Quando se fala em circulação sanguínea para jovens estudantes a curiosidade sobre a circulação do sangue no bebê dentro da barriga da mãe é aguçada. Portanto, é cabível que os extensionistas estejam preparados para aplicar oficinas que expliquem a placenta e a circulação placentária. A placenta surge pelo processo de placentação, vários eventos que vão originar a placenta. A placentação acontece dentro do endométrio (o epitélio uterino), a camada mais interna do útero, onde o embrião se implanta para se desenvolver. A placenta (Figs. 37 e 38) é uma estrutura embrionária esponjosa com cerca de 500 g, sendo um órgão materno-fetal que começa a se desenvolver a partir da implantação do blastocisto, de onde se origina o futuro embrião e anexos embrionários. Não é fácil explicar a placen- Volume 2 - As Oficinas
tação para estudantes do ensino médio, que ainda precisam aprender tanto sobre ciências. Deste modo, é preciso transformar este assunto Portfolio do Museu 3D complexo em algo digerível, inclusive porque são muitos nomes e etapas complexas. O que se pode dizer é que a placenta é um órgão que começa a se formar com a implantação do embrião no útero durante o 7o e o 12o dia de gestação, no caso dos humanos. É que nesse processo 77 de implantação, as células da camada mais externa do blastocisto (as células do trofoblasto) começam a se diferenciar em citotrofoblasto e sinciociotrofoblasto, duas camadas de células de onde se originará a placenta. É importante ressaltar aos estudantes que a placenta está pronta a partir do 2º mês de gravidez e permanece por toda a gravidez, sendo expulsa apenas durante o parto, e que o embrião em formação fica preso a ela pelo cordão umbilical. Assim, a placenta tem duas faces: uma fica em contato com o útero materno (parte materna) enquanto a outra é ligada ao bebê (parte fetal), pelo cordão umbilical. A placenta, rica em espaços sanguíneos além de ter uma função endócrina, pois secreta a HCG, gonadotropina coriônica (que mantém o corpo lúteo no ovário) um hormônio e outros como a progesterona. É a HCG que se mede para diagnosticar a gravidez. As células do trofoblasto são as mais importante da placenta, pois fornecem os principais componentes estruturais e funcionais necessá- rios para fazer com que o sistema sanguíneo fetal em desenvolvimento e os vasos maternos entrem em contato. No início, todos os alimentos, oxigênio, anticorpos e hormônios passam do sangue materno para o embrionário pela placenta, que em troca, transfere para a mãe as excretas e o gás carbônico. Quando o blastocisto está se implantando e a placenta se formando, as células do endométrio gravídico sofrem modifica- ções, um tipo de reação dita decidual que é utilizada no diagnóstico da gravidez inicial através do ultrassom. Na formação da placenta, ocorre a formação de vilosidades placentárias e a camada citotrofoblástica (originada da diferenciação do trofoblasto), a qual entra em contato com o endométrio materno é atravessada por vasos maternos, as artérias e veias endometriais. Quando a placenta está formada é constituída por: (a) uma porção fetal – o córion viloso (ou frondoso) e (b) uma porção materna, derivada do endo- métrio – a decídua, que é uma parte funcional do endométrio de uma mulher grávida (endométrio gravídico), e que se separa do restante do útero ao nascimento. O aparecimento das vilosidades coriônicas, começa já no início da 8ª semana do desenvolvimento (2 meses de gestação). O feto neste período tem cerca de 20 milimetros! As vilosidades coriônicas que estão envolta de todo o embrião, na verdade envolta de todo o saco que contém o embrião (o saco coriônico) degeneraram formando o córion liso, uma estrutura relati- vamente avascular. Somente as vilosidades associadas à decídua dita basal que é a parte materna proliferam, ramificam e crescem, constituindo o córion viloso (frondoso), que é a porção fetal da placenta. Fig. 37: Desenvolvimento da placenta humana. Figura retirada da internet [modificada]. Disponível em: https://www.coladaweb.com/biologia/desenvolvimento/placenta-e-cordao-umbilical Acesso: 27/06/2020. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D A superfície materna da placenta é chamada de placa basal e a superfície fetal chama-se placa coriônica. Quando as vilosidades coriônicas invadem a decídua basal, formam-se os septos placentários que são projeções da decídua basal em direção à placa coriônica. Estes são septos de tecido conjuntivo. Estes septos separam áreas na porção fetal da placenta (chamadas cotilédones) que apresentam os troncos viloso, com suas muitas vilosidades coriônicas ramificadas e os espaços intervilosos. Nos troncos vilosos estão os vasos sanguíneos que formam um extenso sistema artério-capilar-venoso, dentro das vilosidades coriônicas, uma rede de vasos que mantém o sangue fetal muito próximo do sangue mater- no. Esse sistema oferece uma grande área de contato para ocorrerem as trocas de substâncias e gases entre as correntes sanguíneas materna e fetal. Normalmente não há mistura entre sangue materno e fetal. 78 Fig. 38: Placenta, mostrando no seu interior os sistemas de vasos, espaços intervilosos, as vilosidades coriônicas. É também visto o cordão umbilical. Imagem modificada a partir de Moore K.L., Persaud T.V.N., Torchia M.G. Embriologia Clínica. Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: https://docplayer.com.br/docs-images/92/108969720/images/18-0.jpg/ Acesso: 27/06/2020. A circulação placentária é dividida em circulação placentária fetal e circulação placentária materna. Na parte materna, o sangue materno rico em oxigênio e nutrientes, chega aos espaços intervilosos da placenta por artérias espiraladas da decídua basal. Nas artérias espirala- das (80 a 100) o fluxo sanguíneo materno é pulsátil e é lançado em jatos nos espaços intervilosos, devido à força de pressão resultante dos batimentos cardíacos da mãe. Este sangue cheio de nutrientes e oxigênio entra no espaço interviloso pois tem pressão mais alta que a do espaço interviloso. Apenas uma membrana fina (membrana placentária) separa o sangue da mãe no espaço interviloso do sangue do feto nas vilosidades. Através do cordão umbilical, um importante anexo embrionário, o sangue do espaço interviloso e que atravessou a membrana placentária, chega ao feto. O cordão é constituído por 2 artérias e uma veia umbilical além de um material gelatinoso, um tecido conjuntivo mucoide. Um cordão longo tem cerca de 1 a 2 cm de diâmetro e em media 55 cm de comprimento. Cordões muito longos ou muito curtos são anormais. É muito perigoso quando o cordão umbilical que está preso também ao umbigo do feto, se enrola em torno do feto apertando-o, causando hipóxia fetal (falta de oxigênio). E se o cordão é muito curto, pode se separar de forma prematura da placenta durante o parto, causando hemorragia. A veia umbilical é um grande vaso que transporta sangue ricamente oxigenado e as substâncias, como a glicose, que chegam ao feto através de difusão simples (o gás) e difusão facilitada (a glicose). O sangue pouco oxigenado deixa o feto pelas artérias umbilicais, que na placa coriônica desembocam nas artérias coriônicas, indo em direção à mãe. O sangue materno recebe os produtos do metabolismo fetal. O que se chama de membrana placentária é a estrutura responsável em separar o sangue materno do fetal. Ela é formada pelo sinciciotrofoblasto e o citotrofoblasto (derivados do trofoblasto) e pelo tecido conjuntivo das vilosidades e o endotélio dos vasos fetais, quando estes se formam. Volume 2 - As Oficinas
8.2. Eritroblastose fetal. Portfolio do Museu 3D É bastante recomendável falar com os estudantes sobre a eritroblastose fetal ou doenças de Rhesus, pois é um assunto pouco comentado no 79 ensino médio. Esta patologia também conhecida como doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) ou doença da incompatibilidade de Rh, acontece quando uma mãe com sangue Rh negativo, que já havia tido um primeiro filho com sangue Rh positivo ou já tinha recebido transfusão de sangue com este fator positivo, fica grávida e dá a luz a um filho com sangue Rh positivo. Esta mãe desenvolveu antes desta gravidez a capacidade de gerar anticorpos (anti-Rh+) para o sangue que tem o fator Rh positivo. Ou seja, a mãe tem anticorpos que no momento do parto, podem passar a placenta e causar a destruição (a aglutinação) das hemácias do sangue de seu filho da segunda gravidez, se este for Rh positivo. Então ao nascer, após o nascimento, ocorrerá no organismo do recém-nas- cido uma intensa destruição de hemácias que causa anemia profunda. Outro acontecimento é a icterícia (amarelão) adquirida pelo bebê, uma resposta ao acúmulo de bilirrubina que é sintetizada no fígado a partir de hemoglobina, que devido a destruição em grande escala das hemá- cias vai se distribuir pela circulação do recém-nascido. É possível, neste caso, substituir todo o sangue do recém-nascido por um sangue Rh-, evitando assim que os anticorpos (Rh+) presentes no organismo da criança ataquem suas hemácias. Depois de cerca de 3 meses de sobrevida, as hemácias que foram transferidas ao feto pelo sangue da mãe, serão substituídas por outras, geradas pela própria criança, e assim já não haverá mais anticorpos maternos (anti-Rh+) na circulação do filho. Mas, há como fazer uma prevenção deste problema através do uso de antisoros anti-Rh(+), sem fazer transfusões. Para isso, será preciso saber o Rh do pai. Pois, quando a mãe for Rh(-) e o companheiro for Rh(+), é possível administrar na mãe por via endovenosa a gamaglobulina anti-Rh(+), já quando ocorrer o nascimento do primeiro bebê de sangue Rh(+). Esta globulina dada no soro causará o bloqueio da síntese de anticorpos (pela mãe) contra o sangue Rh(+) do primeiro feto, e portanto, a mãe não terá em seu sangue estes anticorpos quando tiver o segundo filho. Fig. 39: Eritroblastose fetal – Imagem de Pinterest [uso em vários sites, autor não identificado]. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/82190761940289094/ Acesso: 27/04/2021. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D As Oficinas no Contexto Socioeducacional As oficinas de extensão universitária precisam conhecer a estrutura do ensino fundamental e médio, e ainda, o que está acontecendo nas mídias sociais, nas notícias mundiais, para poder levar um conhecimento com embasamento científico ao público-alvo que atende. O mundo está mudando e a informação que surge muito rápido pode ser muito grande. Os estudantes, crianças e adolescentes, recebem, portanto, muitas informações de diferentes lados e nem sempre estas informações são corretas. Apesar das escolas terem os assuntos curriculares para passar, a participação em oficinas socioeducacionais é uma atividade diferente, em geral bastante lúdica, integrativa, e que desenvolve sentimentos e atitudes mais independentes nos alunos. Assim, estes se sentem atraídos, entusiasmados e participativos e o aprendizado se torna mais fácil. A confecção deste texto seguido das oficinas aplicadas, objetiva auxiliar exatamente para a consulta e elaboração de atividades extraclasse, à semelhança das oficinas implementadas pelo Projeto Museu 3D e trouxeram excelentes resultados ao longo de 11 anos de extensão universitária. Outro importante aspecto que se buscou levantar para cada oficina realizada, diz respeito às questões sociocientíficas (QSC) controversas que são importantes e atuais para contribuir com a formação de indivíduos proativos. A discussão de controvérsias sociocien- tíficas promovem a mobilização de conhecimentos científicos e o desenvolvimento de capacidades de argumentação, e deste modo, cada oficina elaborada pelo projeto traz sempre uma QSC problemática e motivadora. Sem dúvida, esta abordagem contribuiu para a proposta edu- 80 cacional dos próprios extensionistas e do público-alvo, aprimorando o processo de aprendizagem. As QSQ sempre podem propor atitudes e opiniões diferenciadas para abordar e discutir os conteúdos de ciências, de forma a dar um contexto mais significativo para o público-alvo, e, certamente isto contribui para a formação crítica dos cidadãos. Nas próximas páginas, apresentamos imagens das oficinas e seus materiais, os quais podem servir de ideias para futuras atividades educacionais. Ao fim deste volume, estão as referências usadas e também os devidos créditos. Todo o material visa contribuir com profissionais da área e não tem fim lucrativo, podendo ser utilizado, desde que sejam citados todos os créditos (desta publicação e das demais imagens que forem usadas). Quanto a esta publicação, recomenda-se citar da forma abaixo. CAMPOS, Carla Aldrin de Mello; CORREA-GILLIERON, Elenice Maria. Portfolio do Projeto de Extensão Museu 3D “Portfolio do Museu 3D”. [livro eletrônico] Volume 2: As Oficinas; 210 p. Programa de Mestrado Profissional em Educação, Gestão e Difusão em Biociências. Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2021. ISBN 978-65-00-21227-3. Volume 2 - As Oficinas
As Oficinas do Projeto de Extensão Museu 3D Volume 2 - As Oficinas
Oficina nº: 01 Metodologia: Portfolio do Museu 3D Tema: Museu 3D Ligado no Planeta. 1. Dados gerais: 83 QSC envolvida: O lançamento de esgoto em um rio pode comprometer • Oficina Teórico/Prática que foi apresentada na SNCT em 2012; minha vida? • Número de participantes: Mais de 8000 alunos na semana. Público-alvo: Alunos do Ensino Fundamental. Local Aplicado: Espaço aberto/UFRJ ou outro. 2. Recursos utilizados: Cidade: Rio de Janeiro. • Bancada para Colocação dos modelos 3D (Figs. 2, 3 e 5); Data da Execução: 2012. Extensionistas participantes: 08. • Modelos 3D do cérebro de diferentes animais e humano e modelo 3D da Giardia (Figs. 4 e 5); A Terra é o único planeta do Sistema Solar que não foi batizado em homenagem a um deus romano. Em latim, • Cartazes explicativos relacionados aos temas (Figs. 1, 2, 3, 4, 5 e 6); “terra” significa “solo, região, país” • O Tapete do saber (em EVA) com imagens para o jogo sobre impor- Objetivo: tância da água (Fig. 7); • Demonstrar como a extensão universitária pode auxiliar o aprendizado sobre a preservação da água do planeta; • O Dado inteligente para o jogo sobre microrganismos (Fig. 8); • Informar sobre a importância do ciclo da água em nossas vidas; • Mostrar a participação de certos animais, como a rã por exemplo, • Microscópio acoplado a tela de monitor e lupa estereoscópica (Fig. 9); como um elemento de importância nos ecossistemas; • Demonstrar o que é uma água contaminada e como combater os • Folder (Figs. 10A e 10B). microrganismos. 3. Desenvolvimento das atividades: Justificativa: • Estimativa de Duração das Atividades: Tempo total da atividade: O tema abordado pelo Museu 3D buscou salientar a importância da 8h/dia durante 5 dias; água no planeta e de uma água limpa e saudável, uma realidade importantíssima para os alunos nesta fase da vida, permitindo que • Esta é uma oficina muito livre, onde os alunos podem passear pelas estes cresçam respeitando o planeta. A oficina é interessante porque atividades da oficina sem uma sequência certa de inicio e fim; de forma livre e lúdica (com seus jogos e modelos tridimensionais e a atividade de microscopia) chama a atenção dos participantes que • Foi colocada uma bancada expositiva com modelos 3D de vários aprendem brincando. órgãos de vertebrados para ensinar a importância da água e de sua preservação e benefícios para todas as espécies. As explicações fo- ram dadas por extensionistas usando os modelos e os cartazes ex- plicativos; • Foram disponibilizados um microscópio e uma lupa para mostrar alguns microrganismos que podem contaminar as águas, entre eles a giárdia. E para compor a explicação sobre a Giardia, foi construído um modelo 3D deste microrganismo, para que os alunos pudessem tocar exploratoriamente este modelo, tendo assim uma visão em realidade aumentada de como é este microrganismo. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D • A atividade lúdica apresentada como o “Tapete do Saber” consistia 2) Quanto tempo uma pessoa consegue sobreviver sem ingerir água? em um tapete feito em EVA, onde quadrados eram utilizados de acordo a) 10 dias com um jogo de perguntas e respostas (ver adiante). O objetivo era en- b) 20 dias sinar sobre a importância da água e de sua preservação. No jogo cada c) 15 dias aluno recebeu um cartão com perguntas e devia buscar a resposta no d) 3 dias (correta) tapete. Ao encontrar ele escolhia um número do tapete que seria a pró- Deixando de beber água uma pessoa tem apenas três dias de vida. Em xima pergunta para o colega. Se errar ele sai da rodada e só volta na 72 horas perde 13 litros de água do corpo e morre. A água é mais essen- próxima. Imagens com “dicas” nas respostas estavam nos desenhos no cial à sobrevivência do que a comida. Sem alimento, uma pessoa pode tapete. Podem jogar 20 alunos numa rodada. resistir cerca de 30 dias. DICA: IMAGEM DE 3 SÓIS • Através da atividade lúdica, o “Dado Inteligente”, que é um jogo de ação, tratava-se das patologias que envolvem a água contaminada. 3) Na sua opinião a quantidade de água diminuiu em nosso planeta nos No jogo cada aluno (ou grupo) jogava o dado para escolher a face últimos anos? sobre a qual responderia. Cada face correspondia a uma patologia, a) Verdadeiro cujo nome estava escrito. As perguntas envolviam saber até onde o b) Falso (correta) aluno ou grupo conhecia sobre aquela patologia. Caso o aluno não A quantidade de água no mundo é praticamente a mesma há milhares e 84 soubesse responder, passaria vez para outro aluno ou grupo compe- milhares de anos. Mas o número de pessoas que vivem na Terra aumen- tidor, assim com a resposta correta, que também podia ser dada pelo ta a cada dia. Mais gente para a mesma quantidade de água. extensionista, caso ninguém soubesse, todos estariam aprendendo; • Nestas oficinas didáticas as ações bem-sucedidas eram recompen- DICA: TORNEIRA PINGANDO ÁGUA sadas com brindes; 4) Existe diferença entre água poluída e água contaminada? a) Sim (correta) • Folders com informações sobre todos os assuntos foram distribuídos b) Não. para os participantes. A poluição representa alterações à qualidade de água, porém sem prejuí- 4. Atividades lúdicas: zo à saúde. A contaminação representa alterações na qualidade da água, podendo apresentar sérios riscos à saúde. Portanto, “água poluída não QUESTÕES PARA O TAPETE DO SABER: significa necessariamente água contaminada, mas água contaminada é certamente água poluída.” A água poluída: esgoto residencial e esgoto 1) Qual destes setores consomem mais água? mar. Água contaminada: tem aspecto limpo, não tem cheiro nem sabor, a) Agricultura (correta) não é potável, tem micróbios causadores de doenças. Água poluída: tem b) Têxtil aspecto sujo, mal cheiro, é tóxica, não é potável, tem manchas de óleo, c) Apicultura tem lixo. d) Pecuária DICA: IMAGEM DE ÁGUA COM FONTE A agricultura concentra o maior gasto de água. DICA: IMAGEM DE FOLHAS Volume 2 - As Oficinas
5) Em nosso planeta possuímos mais água doce ou salgada? 9) Qual a única substância encontrada em forma natural que possui Portfolio do Museu 3D a) Doce 3 estados? b) Salgada (correta) a) Vapor 85 b) Água (correta) 97% da água do planeta é água do mar, 2% está contida nos glaciares e c) Fogo icebergs. A restante (1%) está no interior da terra, muitas vezes a gran- d) Ar des profundidades impedindo a sua exploração. Assim, apenas 3% da DICA: IMAGEM DE UMA CHALEIRA DE ÁGUA água existente na terra é doce. 10) As gotas de chuva tem formato de: DICA: IMAGEM DE UMA ONDA a) lágrima b) triângulo 6) Qual o lugar em nossa casa que mais se gasta água? c) esferóide (correta) a) Cozinha d) quadrado b) Banheiro (correta) As gotas de chuva não tem forma de lágrima como muitos pensam. c) Sala Usando câmeras de alta velocidade os cientistas comprovaram que têm d) Quartos forma esferoide. DICA: IMAGEM DA TERRA Da água que gastamos em nossa casa, cerca de 75% é usada no 11) É possível uma pessoa ser alérgica a água? banheiro. DICA: IMAGEM DE BOLHAS a) Sim (correta) b) Não 7) Qual a profundidade média dos oceanos? A urticária aquagênica é uma forma muito rara de reação alérgica à água. a) 1 km Há no máximo 30 casos conhecidos na literatura médica e se acredita b) 2 km que seja devida à presença na pele de um antígeno (substância) que c) 10 metros ativa o sistema imunológico. Em contato com a água, o antígeno dis- d) 4 km (correta) solve-se, atravessa a pele e faz com que as células de defesa liberem histamina, que provoca o aparecimento de manchas, coceira e outros DICA: IMAGEM DE UM HOMEM MEDINDO A ALTURA E ESCRITO A sintomas alérgicos. ALTURA DICA: IMAGEM DE UMA PESSOA COM URTICÁRIA 8) Qual a porcentagem de água no corpo de um humano adulto? 12) Quantas espécies de rãs existem no Brasil? a) 70% (correta) a) 1 (correta) b) 65% b) 13 c) 40% c) 22 d) 32% d) 45 No Brasil ocorre apenas uma espécie de rã verdadeira que é encontrada Cerca de 70% do corpo de um humano adulto é constituído por água, e na Amazônia. (pesquisa). DICA: A IMAGEM DE COELHOS + 1 RÃ. quando nascemos esse valor atinge os 80%. DICA: UM COPO COM 70% DE ÁGUA COM CAL Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D 13) Quantos ovos uma rã põe? 17) Quantas semanas são necessárias para que uma rã chegue a sua a) de 2000 a 3000 (correta) fase adulta? b) de 3000 a 4000 a) 3 semanas c) de 1000 a 2000 b) 6 semanas d) de 1200 a 3500 c) 12 semanas (correta) A fêmea põe 2.000 ou 3.000 ovos com cerca de 2 mm de diâmetro. d) 1 dia DICA: IMAGEM DE DOIS CALENDÁRIOS. As rãs desde que nascem até atingirem a fase adulta, passam por várias etapas a que damos o nome de metamorfose. Cerca de 3 semanas viram 14) Existe diferença entre rãs e sapos? Caso sim cite alguma: girinos. Com 8 ganham pernas. a) Sim (correta) DICA: IMAGEM DE UMA DÚZIA DE OVOS b) Não 18) Qual a importância dos anfíbios para o meio ambiente? As rãs são pequenas, mais magras e têm membranas entre os dedos a) Purificação da água para facilitar o deslocamento na água, pois passam mais tempo na beira b) Controlar o número de insetos (correta) de lagos e rios do que os sapos. c) Ajudar no plantio das florestas 86 DICA: IMAGEM DE DIFERENTES PATAS d) Comer as minhocas Os sapos, rãs e pererecas são animais de extrema importância para o 15) Qual o artifício que as rãs macho usam para atrair as fêmeas? equilíbrio da natureza: eles controlam a população de insetos (um sapo a) Se enchem de ar para aumentar o seu tamanho devora até 10 mil insetos em 3 meses) e de outros animais invertebrados b) Utilizam o canto (correta) e servem de comida para muitas espécies de répteis, aves e mamíferos. c) Trocam de pele DICA: IMAGEM DE UMA LÍNGUA DE BICHO Machos de rã e sapos vocalizam para atrair fêmeas e defender território. 19) Os anfíbios podem ser usados como indicadores da qualidade da água? DICA: IMAGEM DE NOTAS MUSICAIS a) Verdadeiro (correta) b) Falso 16) Qual a distância aproximada que uma rã pode percorrer em um salto? a) Quase 2 metros (correta) Os anfíbios são usados como indicadores das situações do meio b) Aproximadamente 1 metro ambiente como qualidade da água e temperatura. c) Aproximadamente 1 centímetro d) Aproximadamente 2 centímetros DICA: IMAGEM DE RÃ NA PRAIA. Encurvando o tórax e estendendo as pernas, as pererecas podem reali- 20) Os sapos bebem água? zar vôos de quase dois metros. a) Não (correta) b) Sim DICA: IMAGEM DE UM JOGADOR DE BASQUETE. Sapos, rãs e pererecas não bebem água como os humanos. Eles absor- vem água através da pele. DICA: UMA RÃ NO DESERTO. Volume 2 - As Oficinas
21) Os sapos comem lesmas? 3. O mosquito que pica, transmitindo a dengue é um mosquito macho Portfolio do Museu 3D a) Não ou fêmea? R: Fêmea. b) Sim (correta) 87 4. O agente causador da dengue é um vírus, bactéria ou protozoário? Sim, e ajudam a manter as verduras e se não há sapos no meio de uma R: Vírus. horta, as lesmas podem se multiplicar e devorar todas as folhas das ver- duras, como alface e repolho. Assim eles são amigos dos homens. 5. Já existe alguma vacina contra dengue? R: Não. DICA: UMA ALFACE 6. Ao colocar as mãos sujas na boca, podemos nos contaminar? R: Não. JOGO DO DADO INTELIGENTE Hepatite A 1. Como contraímos a Hepatite A? R: Através de alimentos mal pre- Cólera parados e água contaminada por fezes, contendo o agente causador. 1. Como contraímos a cólera? R: Ingerindo água, alimentos, peixes O agente causador da Hepatite A possui um vetor? R: Não. contaminados. 2. Se fervemos a água antes de beber, diminuímos ou aumentamos o 2. O agente causador da cólera é um vírus, bactéria ou protozoário? risco de adquirir a doença? R: Diminuímos. R: Bactéria. 3. Qual órgão é diretamente afetado pela doença? R: Fígado. 3. Se fervemos a água antes de beber, diminuímos ou aumentamos o risco de adquirir a doença? R: Diminuímos. 4. Em ambientes com água tratada o risco de se contaminar com a Hepatite A é maior ou menor? R: Menor. 4. Legumes devidamente cozidos podem nos contaminar com o agente causador da cólera? R: Não. A bactéria não sobrevive em temperaturas 5. O que devemos fazer quando desejamos comer verduras cruas? maiores que 80º. R: Devemos lavá-las com água e cloro (em pequena quantidade). Colocar as mãos sujas na boca, podemos nos contaminar? R: Sim. 5. Em ambientes com água tratada o risco de se contaminar com a cólera é maior ou menor? R: Menor. 6. O agente causador da Hepatite A é um vírus, bactéria ou protozoário? R: Vírus. 6. O que devemos fazer quando desejamos comer verduras cruas? R: Devemos lavá-las com água e cloro (em pequena quantidade). Leptospirose 1. Como contraímos a Leptospirose? R: Transmitida pela água e urina Dengue dos animais, principalmente ratos. 1. Como contraímos a dengue? R: Através da picada do mosquito con- taminado. E o agente causador da dengue possui um vetor? R: Sim, 2. Se fervemos a água antes de beber, diminuímos ou aumentamos o um mosquito. risco de adquirir a doença? R: Diminuímos 2. Porque é importante não deixar a água parada? R: Porque é nela 3. Porque quando acontecem as enchentes há uma maior chance que o mosquito se reproduz e sem o mosquito o vírus não consegue das pessoas se contaminarem? R: Pois as pessoas ficam em contato nos contaminar. Se retirarmos toda a água parada de vasilhas, vasos e direto com a água suja, que muito provavelmente está contaminada locais de nossa casa diminuímos ou aumentamos o risco de adquirir a com a urina de rato. Ao colocar as mãos sujas na boca, podemos nos doença? R: Diminuímos. contaminar? R: Sim. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D 4. Em ambientes com água tratada o risco de se contaminar com a 4. Em ambientes com água tratada o risco de se contaminar com a Leptospirose é maior ou menor? R: Menor Febre Tifóide é maior ou menor? R: Menor. 5. O que podemos fazer para diminuir o índice de enchentes? R: Não 5. O que devemos fazer quando desejamos comer verduras cruas? jogar lixo na rua. R: Devemos lavá-las com água e cloro (em pequena quantidade). 6. O agente causador da Leptospirose é um vírus, bactéria ou protozo- 6. O agente causador da Febre Tifóide é um vírus, bactéria ou protozo- ário? R: Bactéria ário? R: Bactéria Amebíase 1. Como contraímos a Amebíase? R: Ingerindo água, alimentos conta- minados com fezes de indivíduo contaminado. Colocar as mãos sujas TEMA OPCIONAL PARA ESTA ATIVIDADE na boca, podemos nos contaminar? R: Sim Gastroenterite 1. Como contraímos a gastroenterite? R: Ingerindo água contamina- 88 2. Se fervermos a água antes de beber, diminuímos ou aumentamos o da e pelo contato com pessoas e objetos de pessoas contaminadas. risco de adquirir a doença? R: Diminuímos Se colocarmos as mãos sujas na boca, podemos nos contaminar? R: Sim 3. Porque é tão importante ingerir água no tratamento da Amebíase? R: Pois as pessoas perdem muito líquido devido a diarreia intensa, 2. O agente causador da gastroenterite possui um vetor? R: Não podendo causar a morte do indivíduo por desidratação. 3. Se fervermos a água antes de beber, diminuímos ou aumentamos 4. Em ambientes com água tratada o risco de se contaminar com a o risco de adquirir a doença? R: Diminuímos. Em ambientes com Amebíase é maior ou menor? R: Menor água tratada o risco de se contaminar com a gastroenterite é maior ou menor? R: Menor 5. O que é eliminado nas fezes do indivíduo contaminado? R: São libe- rados cistos, que é a forma em que a doença se dissemina. 6. O agente causador da Amebíase é um vírus, bactéria ou protozoá- 4. Porque a hidratação quando pessoa está com gastroenterite é tão rio? R: Protozoário importante? R: Porque, essa doença atinge o intestino e o estôma- Febre Tifóide go causando vômitos e diarreia frequentes, o que levam a pessoa à desidratação. 1. Como contraímos a Febre Tifóide? R: Ingerindo água, alimentos con- 5. O que devemos fazer quando desejamos comer verduras cruas? taminados com fezes ou então pelo contato direto com os portadores. R: Devemos lavá-las com água e cloro (em pequena quantidade). 2. Se fervermos a água antes de beber, diminuímos ou aumentamos o 6. O agente causador da gastroenterite é um vírus, bactéria ou pode risco de adquirir a doença? R: Diminuímos. Colocar as mãos sujas na ser tanto um vírus quanto uma bactéria? R: Vírus e bactéria boca, podemos nos contaminar? R: Sim 3. Legumes devidamente cozidos podem nos contaminar com o agente causador da Febre Tifóide? R: Não. Volume 2 - As Oficinas
Oficina nº: 02 e educativo permite ainda que as pessoas com baixa/ou sem visão Portfolio do Museu 3D Tema: A Percepção de Nossas Origens. possam desfrutar deste conhecimento, pois os modelos texturizados favorecem o uso do tato. A oficina ainda, leva aos participantes 89 QSC envolvida: A ovulação foi uma mudança fisiológica importante com visão a usarem vendas nos olhos, o que os faz se sentirem relacionada a sexualidade, durante a evolução da espécie humana. como os participantes não-visuais, a perceber através do tato. Público-alvo: Estudantes de escolas públicas e privadas, pacientes e Metodologia: acompanhantes de pacientes em ambulatórios hospitalares. Local Aplicado: Ambulatórios Infantis do Hospital Universitário Clementino 1. Dados gerais: Fraga Filho (HUCFF) e no IPPMG. • A oficina pode ser aplicada em escolas para alunos divididos em Cidade: Rio de Janeiro. grupos de 10 pessoas; Data da Execução: 2012. Nº de extensionistas participantes: 05. • Em ambulatórios, devido a mecânica do lugar, os vídeos podem ser passados continuamente, e a manipulação de modelos e demais infor- Quando os Homo sapiens saíram da África, já encontraram mações podem ser feitas em etapas distintas, cada uma comandada outros humanos que se pareciam com eles. Esses humanos por um extensionista. eram, na verdade, descendentes de ancestrais Neandertais e também dos Homo erectus. Esta é uma das teorias. 2. Recursos utilizados: • Modelos em 3D de gametas (Figs. 11 e 12); Objetivo: • Ensinar sobre o aparelho genital feminino, os gametas, a fecundação • Modelo 3D de útero e ovário (Figs. 13 e 16); e a clivagem usando vídeos e modelos em 3D. • Modelo 3D de ovário (Fig. 14); • Ensinar sobre a ovulação; • Caixa preta tampada (tenda) com gametas (Fig. 62); • Despertar o público, com baixa visão ou cego, para o tema usando a percepção tátil. • Vendas escuras para os olhos (Fig. 15A). Justificativa: • Flyer (Figs. 15B frente e 15C verso). A oficina tem vários pontos importantes. Como um todo, visa despertar nas crianças e adolescentes o conhecimento sobre como nós surgimos 3. Desenvolvimento das atividades da oficina: e mais, o respeito por seus próprios corpos fantásticos para a repro- • A Oficina se inicia com vídeos aplicados pelo extensionista. dução. A oficina usa metodologia atrativa, muita informação em vídeo, Um vídeo simples sobre gametas, disponível em: que atrai as pessoas, e o uso de modelos 3D, que são reproduções https://www.youtube.com/watch?v=Qy838m6qovs idênticas ou bastante aproximadas dos elementos do tema. A oficina combina ainda, perfeitamente, os sentidos da visão (com os vídeos) e • Em seguida, um vídeo divertido sobre fecundação, disponível em: do tato (com os modelos texturizados). Assim, de modo bastante lúdico https://www.youtube.com/watch?v=mhmcTP_rz2M • E então o vídeo sobre Clivagem, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RSltQKT9xwQ • Após os vídeos e explicações, os alunos divididos em grupos são apresentados à caixa preta (tenda), cujo interior não podem ver mas Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D são informados que ali estão os modelos 3D de gametas, e que eles Justificativa: poderão colocar a mão no interior da caixa e pegá-los. Antes de retirar cada aluno terá que dizer qual gameta pegou e porquê (as Figs. 11 e 12 A oficina é bastante dinâmica para despertar no público leigo a mostram as características de cada gameta). Os alunos são vendados importância da função cardiovascular e os cuidados com a saúde do e o jogo começa; coração. • Uma vez identificados os gametas, o aluno é direcionado para o mo- Metodologia: delo de útero e ovário, ainda com a venda nos olhos e pelo tato, tentará identificar cada uma das partes (Fig. 13); 1. Dados gerais: • Ao final da oficina, os alunos ganham folders com informações das • Oficina Teórico/Prática sobre o órgão coração e a circulação sanguí- atividades e como brindes, os gametas. nea, pode ser oferecida iinterruptamente, a um grande número de visi- tantes deste espaço de ciências. • A atividade foi enriquecida e apresentada também na SNCT (Semana Oficina nº: 03 Nacional de Ciências e Tecnologia) em 2013 (Fig. 24); Tema: Sangue: Bombeando Conhecimento. 2. Recursos utilizados: 90 Uma Visão Cardiovascular em 3D. • Modelo 3D de embrião em etapa de formação do coração e Modelo 3D de coração em desenvolvimento (Fig. 17); QSC envolvida: O órgão coração é um musculo responsável pelo supri- mento ininterrupto de gás oxigênio. • Modelo 3D de circulação em peça de acrílico (Fig. 18) e modelo do Minion em EVA (Fig. 27A); Público-alvo: Público Frequentador do Espaço Ciência Viva. • Modelo 3D de embrião e placenta no útero (Fig.19); Local Aplicado: Av. Heitor Beltrão e Rua Pareto, 321. Tijuca. Cidade: Rio de Janeiro. • Modelo 3D da placenta para falar sobre a circulação feto mãe (Fig. 22); Data da Execução: 2013. Nº de extensionistas participantes: 06. • Ovos de galinha com embriões em desenvolvimento e mostrando a circulação sanguínea (Figs. 20 e 21); • Flyer (Fig. 23); A maior incidência de ataques cardíacos acontece • Jogo de cartões pergunta e resposta (Fig. 25); no período da manhã (das 6:00 às 12:00). A pressão arterial costuma aumentar quando a pessoa desperta e • Modelos 3D do desenvolvimento do coração (Fig. 26); em casos de hipertensão, este aumento pode provocar infartos fatais. • Modelo das circulações em EVA e em partes móveis (Fig. 27B); • Experiência (de pesquisador da UFRJ) para mostrar apenas o arca- bouço fibroso do coração sem as células (Fig. 28); Objetivo: • Modelo 3D de coração adulto (com som) e circulação arterial/veno- sa com iluminação móvel (para mostrar entrada de sangue venoso e • Apresentar , como atividade de divulgação em ciências , os conceitos saída arterial) e pulmão acoplado (Fig. 29); sobre o coração e circulação sanguínea ao público frequentador do Espaço Ciência Viva. • Vídeo com história do coração e seus cuidados (Fig. 30). Volume 2 - As Oficinas
3. Desenvolvimento da Atividade: • Um jogo de cartões pergunta e respostas sobre coração e circulação Portfolio do Museu 3D pode ser usado para verificar a fixação das informações; • Estimativa de Duração das Atividades no espaço Ciência Viva: Tempo • Foram distribuídos flyers sobre o assunto a todos os visitantes em 91 total da oficina: 8h às 17h.; ambos os eventos. • Estimativa de Duração das Atividades na SNCT: Tempo total da oficina: Oficina nº: 04 8h/por dia durante 5 dias; Tema: A Violência nas Escolas – Ação na Educação. • A explicação teórica do assunto ocorre com o auxílio dos modelos QSC envolvida: Uma escola pode ser violenta na minha vida? 3D, durante todo o tempo das oficinas. Os modelos devem mostrar: as etapas de formação do coração (Fig. 26). No Espaço Ciência Viva, Público-alvo: Professores do Ensino Fundamental e Médio da rede pública. foi explicada a importância do estudo da embriologia do desenvolvi- Local Aplicado: Escola Municipal Paulo Freire. mento humano, usando como modelo animal a ave (Figs. 20 e 21). Cidade: Niterói. São mostradas e explicadas no modelo in vivo de ovo de galinha, a Data da Execução: 2013. formação do embrião e da sua circulação sanguínea. Os ovos são ob- Nº de extensionistas participantes: 04. tidos em granjas e devem ser galados e colocados em chocadeira pelo tempo de 3 e 4 dias para ter o embrião em formação, o coração e a O cyberbullying – que engloba intimidações na internet e em circulação. Como atividade lúdica realizada no local pode ser feita a aplicativos de conversa – corresponde a quase 30% entre os abertura dos ovos de galinha pelo visitante do evento, com auxílio dos tipos de violência praticada, nas escolas. extensionistas. Outra atividade lúdica é o preenchimento de um caça- -palavras para fixação das informações, sobre coração e circulação; Objetivo: • Levar o docente a perceber como a violência em sala de aula ou na • Na SNCT, modelos em 3D do coração em desenvolvimento e adulto escola pode interferir em relação a memória sobre o que ensinam. foram usados para as explicações. O modelo de coração adulto, constru- ído pelo Museu 3D, era animado com som das batidas do coração e com Justificativa: circulações em lâmpadas leds em vermelho e azul, para representar as A oficina se justifica pelo fato de que é preciso despertar nos docentes, circulações arterial e venosa. Estava acoplado a um pulmão (modelo 3D) o entendimento do quanto a violência pode afetar o seu trabalho. É de formando um conjunto de peças. O modelo foi feito com estrutura oca e grande importância para a integração entre docentes, o conhecimento em arame. As válvulas e todo o resto era recoberto por panos endure- sobre a memória e sua relação com o estresse motivado pela violência cidos para compor a parede do órgão. Canos plásticos eram recobertos nas escolas. As alterações no funcionamento da memória dos docen- pelo mesmo tecido (representando as veias e artérias). Outro modelo tes promovem alterações no seu trabalho de ensinar. A violência diária usado foi a representação em EVA da circulação no boneco Minion no trabalho também se reflete na vida pessoal do doente, podendo (Figs. 27A e 27B) com partes móveis para montar, o qual serviu como trazer doenças severas. A troca de vivências entre os docentes deve atividade lúdica. Outra atividade lúdica apresentada na SNCT, foi conhe- tornar o ambiente mais amigável. cer como se faz em laboratório, um coração, apenas com seu arcabouço fibroso sem as células, uma experiência importante para futuro experi- mento de construção de um coração fora do corpo (material disponibili- zado pelo autor para o evento); • Vídeos sobre o coração e os cuidados que devem ser tomados etc. devem ser apresentados durante todos os eventos; Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D Metodologia: 3. Você como docente já sofreu violência na escola? O que sentiu? 1. Dados gerais: 4. Existem regras e medidas contra violência na escola? • Oficina programada para contribuir com o Curso/Evento – Processo 5. Você se sente constrangido (a) com a violência na escola? de Formação Continuada de Educadores, promovido pela Secretaria Como ele te afeta? de Educação de Niterói. 6. Já conversou com os pais ou responsáveis por alunos violentos? 2. Recursos utilizados: 7. O tema violência, você já discutiu em sala de aula? • Palestra em data show sobre a memória e os tipos de violência; 8. Cite e explique motivos e razões que você acredita levem a • Cartazes com áreas de memória no cérebro (Figs. 31, 32 e 36); violência na escola? • Modelo em 3D do cérebro (Fig. 283); 9. Você já pensou em soluções para minimizar a violência na escola? • Cartazes com perguntas temas e orientadoras para gerar as respos- 10. A violência já atrapalhou a sua aula? tas dos professores (Figs. 33, 34 e 35). 11. Já se sentiu incapaz de dar uma aula devido à violência na escola? 12. Como a escola te auxilia em casos de violência em sala de aula? 92 3. Desenvolvimento das atividades: 13. Já teve medo de vir dar aulas? • Estimativa de Duração das Atividades: Total da Oficina: 45 min. de 14. Já tentou integrar sua disciplina com demais professores para palestra; 1h de atividade; desenvolverem o tema violência na escola? • A oficina foi projetada em etapas conforme segue: 15. Já perdeu o sono por alguma violência vista ou vivenciada na 1ª etapa: Apresentação dos Extensionistas aos docentes Participantes; escola? 2ª etapa: Execução da palestra sobre memória, e sobre como a vio- 4ª etapa: É solicitado aos docentes (Fig. 37) que leiam as suas res- lência em diversos aspectos pode atuar como fator prejudicial para o postas e as entregue ao extensionista. A cada 5 respostas lidas, os desempenho do docente na escola. Na palestra são ainda explicadas professores são questionados para dizer se lembram o nome de quem as áreas cerebrais afetadas em casos de violência. É preciso sensi- era a resposta. Os acertos e erros são anotados. Na lista de docentes, bilizar os docentes para a Temática da Oficina , explanando inclusive a performance com o tempo é anotada, e tem a ver com a atenção e sobre as patologias implicadas em deficiências de memória e sobre o envolvimento emocional do docente durante a atividade (o quanto ele papel do estresse e depressão no desempenho do professor; foi afetado). A atividade aproxima os docentes entre si e proporciona interação do tema da oficina entre diferentes disciplinas lecionadas; 3ª etapa: São entregues papéis (15 para cada docente) para as respos- tas , ao elenco de perguntas que são feitas aos professores (algumas 5ª etapa: Ao final é feita uma discussão do conteúdo, a partir das res- outras perguntas podem surgir durante a oficina); postas dos professores, pois estes respondem de acordo com suas vivências no assunto. A dscussão será melhor quanto maior for a inte- PERGUNTAS: ração na etapa 4; 1. Para você o que é violência na escola? 6ª etapa: Um Formulário de avaliação da oficina é aplicado aos do- 2. Que tipo de violência você acha que seu aluno passa dentro ou centes. Encerrar-se com a entrega de Certificado de Participação aos fora da escola? docentes presentes (com carga horária e temática e data). Volume 2 - As Oficinas
Oficina nº: 05 2. Recursos utilizados: Portfolio do Museu 3D Tema: A Nossa Memória. • Apresentação em datashow sobre memória com projeção de área de memória no cérebro (Fig. 45); 93 QSC envolvida: A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu. E ela não perde o que merece ser salvo. • Modelo em 3D do cérebro para motivar a participação dos alunos (Fig. 283); (Eduardo Galeano, escritor uruguaio) • Cartazes coloridos com imagens impactantes sobre a perda de me- Público-alvo: Estudantes do Ensino Médio da rede de escolas públicas. mória e exercícios para fortalecer memória (Figs. 38, 39, 40, 41 e 42); Local Aplicado: Escola Municipal Paulo Freire. Cidade: Niterói. • Cartaz da lobulação cerebral (Fig. 43); Data da Execução: 2013. Nº de extensionistas participantes: 04. • Cartazes coloridos (branco, azul, azul claro, amarelo, verde, vermelho com as perguntas para os alunos (Fig. 44); Mais de 160.000 Km de vasos sanguíneos se espalham pelo cérebro humano, o suficiente para dar quatro voltas na Terra. • Flyers de outros eventos para distribuição (Figs. 46 e 47); A vascularização é importante no funcionamento cerebral. • Brindes: Kit 1 (com apontador, lápis, caneta, marcados de texto); Objetivo: Kit 2, idêntico ao 1 mais um doce; Kit 3, idêntico ao 1 mais uma corda • Levar os estudantes a entender e discutir a memória, sua importância de pular. e uso, e quais as áreas cerebrais envolvidas. 3. Desenvolvimento das atividades: Justificativa: • Estimativa de Duração das Atividades: Tempo total da oficina: A oficina é importante para despertar o interesse dos alunos para o tema 2 a 3 horas; de forma que eles se sintam incentivados a treinar sua memória cons- tantemente. Levar o conhecimento sobre o que é memória, como ela • A oficina foi projetada em etapas conforme segue: funciona, onde no cérebro é codificada, qual a importância em sua vida são fatores que contribuem para os alunos desenvolverem o comporta- 1ª etapa: Apresentação da oficina aos participantes buscando integrá- mento de treinar sempre a memória, o que os levará a uma geração mais -los ao assunto; desenvolvida intelectualmente. 2ª etapa: É apresentada uma palestra sobre memória (Fig. 45); Metodologia: 3ª etapa: Após a palestra é feita a demonstração do modelo em 3D, sobre 1. Dados gerais: as áreas da memória no cérebro e também com o uso de cartaz para • A Oficina Teórico/Prática foi realizada na Semana do Cérebro, evento os alunos entenderem a lobulação. Modelo 3D e cartaz ficarão na sala; incluso na Brain Awareness Week (BAW)/USA de 2013. 4ª etapa: Os alunos podem ser divididos em grupos 2 ou 3 no máximo, e escolhem um nome do grupo. Cada grupo recebe um jogo de cartões coloridos que correspondem as perguntas do jogo. Em seguida, será feita a entrega papeis para a colocação de Respostas sobre cérebro e memória. São feitas 5 perguntas sobre tipos de memórias e os alunos dispostos em grupos devem responder nos papéis. As perguntas feitas são identificadas pelos cartões coloridos (branco, azul, azul claro, ama- relo, verde, vermelho). Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D AS PERGUNTAS SÃO: Oficina nº: 06 Tema: Gravidez na Adolescência e as Drogas. 1. Sobre memória de procedimentos (não declarativa ou implícita): Que funções você atribui a ela? (Cartão azul), e sobre a memória declarativa QSC envolvida: O uso de drogas ilegais afeta a grávida adolescente em (ou explícita): Que funções você atribui a ela? (Cartão azul claro); todas as etapas, e o desenvolvimento do bebê. 2. Qual das memórias mais usamos em nossos estudos? (Cartão Público-alvo: Estudantes de escolas públicas e privadas ou pacientes branco)? O que é “memória imediata”, de “curto prazo” (Cartão branco) e (e seus acompanhantes) nos ambulatórios do IPPMG. de “longo prazo (Cartão branco)”? 3. Por que é importante aprender algo novo? (Cartão amarelo) Local Aplicado: Espaço aberto na reitoria da UFRJ. 4. Cansaço e estresse ativa ou deprime a memória? (Cartão vermelho) Cidade: Rio de Janeiro. Data da Execução: 2014. 5. Como melhorar a memória? (Cartão verde) Local Aplicado: Ambulatório do IPPMG/UFRJ. 5ª etapa: Os extensionistas pedem que 1 aluno de cada grupo vá a Cidade: Rio de Janeiro. frente com o cartão colorido para o qual o grupo quer uma resposta Data da Execução: 2014. (Fig. 44). Cada grupo deverá erguer a mão para responder a pergunta Nº de extensionistas participantes: 08. 94 feita pelos colegas a frente! Responde o grupo for mais rápido. Cada grupo deve tentar questionar a resposta do outro grupo. Caso tenha As papilas gustativas do bebê começam a se desenvol- outra resposta deve apresentá-la. O extensionista então mostra a res- ver em torno da semana 11 (logo que a boca se abre). posta correta. Discussões e dúvidas são tiradas neste momento; Então um bebê pode provar o que quer que a mãe coma. Ao final do jogo é feita a revelação do grupo vencedor (o que mais A sensação de gosto é mais forte em torno das semanas 28 e 29, acertar). Há colocações, o primeiro, segundo e terceiro lugares. Para os quando as papilas gustativas estão totalmente maduras. vencedores haverá Kits de brinde. Na etapa final é feita a avaliação da oficina com a aplicação do formulário de avaliação aos alunos e aos 2 Objetivo: professores da escola, seguida do encerramento. • Explicar cientificamente a reprodução humana e sua correlação com aspectos sociais marcantes e de grande peso para uma sociedade, que é a gravidez indesejada de adolescentes e em especial, aquelas usuárias de drogas ilícitas; • Levar os alunos a entender e respeitar o processo de fertilização e formação de um ser vivo, entendendo as consequências de uma gravi- dez não desejada ou inadequada, e vislumbrando os bons propósitos de uma gravidez normal e em idade adulta; • Mostrar o flagelo social do abuso de drogas ilícitas, e sua associação a uma gravidez indesejada. Volume 2 - As Oficinas
Justificativa: • Folder (Fig. 61A e 61B); Portfolio do Museu 3D A oficina aborda um aspecto social que vai ainda além da gravidez indesejada, já um problema grave, pois envolve a desestruturação de • Tenda da fertilização (Fig. 62). 95 vidas quando se pensa no adolescente que deixa os estudos, os ami- gos da época, os planos futuros, e tudo que representa a sua fase de 3. Desenvolvimento da Atividade: adolescência, trocando-a por responsabilidades de criar um filho, e a • Estimativa de Duração das Atividades: Tempo total da oficina no qual não pode assumir por vários motivos. Mostrar esta realidade aos IPPMG: 3h pela manha) e 3h (a tarde); nossos jovens é uma forma do Projeto Museu 3D contribuir, protago- nizar, através da educação e com uma roupagem atual, dinâmica e • Estimativa de Duração das Atividades n a SNCT: Tempo total da oficina: participativa com o esperado desenvolvimento sociocultural do país, e 8h-12h e 13-17h (diariamente por 5 dias); com a proteção aos nossos jovens. É uma oficina de caráter o social que aborda com clareza científica a finalidade socioeducadora. • Para desenvolver o tema foi montada uma bancada expositiva com os modelos em 3D. As pessoas deviam passar por esta exposição como Metodologia: se fosse a entrada do evento, e ao longo dela recebiam as informações sobre fecundação, desenvolvimento do zigoto e fases da clivagem, até 1. Dados gerais: a implantação no útero e desenvolvimento do feto. • Oficina Teórico/Prática foi também apresentada na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em 2014 em função da importância • Saindo desta bancada e passando por uma série de cartazes expos- do tema. Participaram neste evento 13 alunos extensionistas (Fig. 60); tos, as pessoas recebiamm informações sobre a gravidez de adoles- centes e em especial aquelas que envolviam a exposição ao consumo • A oficina foi oferecida no Hospital Universitário no IPPMG, no ambu- de diversas drogas ilícitas. latório infantil, no dia onde ocorrem as consultas psiquiátricas e outras para adolescentes. • Foi montada uma TV para exibir seguidamente vídeos mostrando a gravidez de adolescentes drogadas, e neste local da oficina foram da- 2. Recursos utilizados: das imais nformações pelos extensionistas e retiradas as dúvidas. • Modelos 3D de reprodução humana da clivagem, modelo de útero com a clivagem e implantação do gameta no endométrio, modelo 3D • Outra atividade oferecida na oficina é a “Tenda da fertilização”, uma ma- de gameta ovócito, modelo 3D de embrião (Fig. 48); quete que simula uma tuba uterina e o endométrio. É possível, através de uma abertura, que a pessoa toque um zigoto fictício (um modelo) ao • Modelo 3D de parte inferior do corpo feminino em momento do parto longo do caminho da tenda, até a mórula e blastocisto (outros modelos (Fig. 49 seta). Feto em papel machê acolchoado e pintado; tocados). Assim, a pessoa pode sentir as transformações até a implan- tação no endométrio do útero. Esta atividade objetiva, principalmente, • Modelo 3D de ovócito (Fig. 52); que os alunos ali presentes possam ter uma simulação bastante forte do que se refere ao início do desenvolvimento do embrião, desencadeando • Cartazes sobre a gravidez, sobre drogas e cartaz com estatística de assim nas pessoas um sentido mais apurado de responsabilidade; casos (Figs. 50, 51, 53, 54, 55, 56 e 57); • Em seguida a Tenda, há um modelo 3D do bebê nascendo para que • Modelos em resina imitando drogas ilícitas (crack) e modelos de drogas esta realidade seja trazida ao momento da oficina; em pó (Fig. 58); • Ao final, os participantes podem passar para a atividade de caça-pala- • Vídeo sobre as drogas e gravidez (Fig. 59), disponível em: https:// vras, que permite verificar se assimilaram informações e conhecimen- www.youtube.com/watch?v=ZdxgCXwKIQY tos recebidos na oficina; • Jogo de caça-palavras (Fig. 60); • São distribuídos folders da oficina a todos os visitantes. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D Oficina nº: 07 Metodologia: Tema: Conhecendo o Coração. Estruturas e Funcionamento em uma Didática Diferenciada. 1. Dados gerais: • A oficina sobre o coração aprimorada foi reapresentada na SNCT em QSC envolvida: Por que você e o seu pet tem coração? 2014, como uma ação extensionista; Público-alvo: Estudantes do Ensino Fundamental. • No caso da apresentação em ONG, os jovens estavam na faixa etária Locais Aplicados: ONG mantida por Igreja Evangélica e SNCT 2014. de 11-15 anos, e haviam para oficina cerca de 25 participantes, de bai- Cidade: Rio de Janeiro. xa renda, e 1 professor da própria ONG e dois auxiliares evangélicos; Data da Execução 2014. Nº de extensionistas participantes: 05. • Foram formados 5 grupos de 5 participantes para a parte lúdica da oficina na ONG. 2. Recursos utilizados: Todos os dias, o coração humano gera energia capaz de abas- • 1 a 4 modelos 3D do coração (inclusive em desenvolvimento e o tecer um caminhão por 30 quilômetros. Se contar a energia adulto) (Figs. 63, 64, 65 e 66); gerada durante uma vida inteira, daria para dirigir até a Lua e • 01 vídeo sobre coração e circulação (Fig. 67), disponível em: 96 voltar à Terra. https://www.youtube.com/watch?v=lrzCIUTBgds • Modelo de circulação sanguínea corporal em EVA (Figs. 27 A e 68); Objetivo: • Cartazes explicativos (Figs. 69, 70, 71, 72 e 73); • Levar os alunos a entenderem sobre o coração e a sua função vital, através de atividades lúdicas e participativas; • Painéis para montar a História em Quadrinhos “As aventuras de Ven- triculino” (Fig. 74); • Mostrar a importância da alimentação saudável neste contexto; • Cartilha da boa alimentação (Fig. 76); • Motivar os participantes a refletirem sobre o coração e a vida de outros animais no planeta, visando a sua preservação, o amor a eles • Folhas de atividades: Complete a Figura, Cruzadinha do coração, e os cuidados. Gincana (Figs. 75, 77 e 78); • Brindes: lápis e borracha em coração. Justificativa: 3. Desenvolvimento das atividades: O foco da oficina envolve os jovens e leva um maior entendimento acer- • Na SNCT os visitantes recebem informações enquanto passam pelo ca do funcionamento do coração, algo que as vezes passa sem a real evento; compreensão, em relação aos problemas que este órgão vital pode so- frer, e, o quanto a alimentação pode influenciar este órgão. A dinâmica • Na ONG foi dada uma aula resumida apresentando o assunto e da oficina que visa a diversão e descontração do ambiente de ensino, explicando o conteúdo através dos modelos em 3D do coração e da auxilia muito este entendimento e a participação de juvens cuja realida- circulação sanguínea, com auxílio também dos cartazes explicativos. de econômica é um pesado fator social. Outrossim a oficina leva uma Após discussão e entendimento é dado o folheto “Complete a figura” mensagem de amor ao próximo e aos animais. para cada grupo de alunos; Volume 2 - As Oficinas
• Em seguida, é proposta a brincadeira Gincana (Fig. 78) (no gabarito Oficina nº: 08 Portfolio do Museu 3D as respostas corretas estão em vermelho), onde são formados 05 Tema: Formação de Face e Fenda Palatina. grupos de participantes (com 5 pessoas). Cada grupo poderá fazer 2 97 perguntas (sorteadas) da folha da Gincana. Todos os grupos devem QSC envolvida: Quem vê cara não vê o coração! tentar responder o mais rápido possível. As duas perguntas restantes são feitas pelos extensionistas a todos ao final. Ganha a Gincana o Público-alvo: Estudantes em geral. grupo que tiver mais acertos; Local Aplicado: Espaço Ciência Viva: Esquina com Avenida Heitor Beltrão e Rua Pareto, 321. Tijuca. • Após é mostrado e explicado o Painel da História em Quadrinhos Cidade: Rio de Janeiro. “O Ventriculino” para que cada grupo crie a sua História em Quadri- Data da Execução: 2014. nhos com o personagem Ventriculino. A História deverá ser contada Nº de extensionistas participantes: 05. nos quadrinhos como na Fig. 74. Para a Historia os extensionistas devem permitir que os alunos falem de alguém que amam, e também Você sabia que “Sorrir utiliza de 5 a 53 músculos faciais? de seus pets ou de outros animais. Ao final cada grupo lê sua História; Dar uma boa gargalhada pode exercitar 53 músculos do seu rosto!” • Outra atividade lúdica no caso apresentada na SNCT, foi o Esquema em EVA da circulação no boneco Minion desmontado, e onde cada pes- Objetivo: soa tentaria remontar, podendo usar como apoio o folheto explicativo; • Levar conhecimentos sobre a formação da face e as possíveis malfor- mações durante este processo; • Em ambos, oficina e evento, é passado o vídeo sobre o funciona- mento do coração para distração de todos os participantes; • Levar conhecimentos com a finalidade de diminuir o bullying nas escolas. • Tanto na oficina quanto na SNCT, A Cartilha da Boa alimentação é fornecida para todos levarem para casa e comentarem com os seus Justificativa: pais os assuntos da oficina. São distribuídos os brindes trazidos pelos A oficina é bastante interessante e útil, tendo em vista que em cada extensionistas. 650 nascimentos no Brasil, uma criança nasce com fissura labiopala- tal. De caráter sociocultural a oficina através das atividades dinâmicas, demonstra a importância da compreensão sobre a formação correta da face e aquelas formações incorretas que podem gerar defeitos con- gênitos. Muitas crianças nascem com defeitos labiais e geralmente so- frem discriminações no âmbito escolar e na vida social, gerando trans- tornos psicológicos além do problema físico. É grande a importância do entendimento sobre este tema, para que eles tenham uma maior conscientização do problema que pode acometer o próximo e deixá-lo à margem da sociedade. Portanto, a oficina é também inclusiva. Volume 2 - As Oficinas
Portfolio do Museu 3D Metodologia: • A História em Quadrinhos sobre fenda labial é uma forma de 1. Dados gerais: mostrar às crianças que este problema nos colegas, ou mesmo na pró- pria pessoa, não deve jamais ser motivo de bullying ou preconceito. • Oficina Teórico/Prática para um número indefinido de pessoa que A história deve conscientizar as crianças que isto é um defeito congêni- visitam o espaço Ciência Viva (mais de 800 pessoas); to, e que possui tratamento de correção. Nesta etapa é também usada • A oficina também funciona em escolas. uma boneca que tem fenda de palato para mostrar as dificuldades para mastigação etc. e sensibilizar o ouvinte; 2. Recursos utilizados: • Modelos 3D da formação da face, construídos pelo Projeto Museu 3D • Todos que passam pela oficina recebem um kit brinde, levando para (Figs. 79 e 80); casa a História em Quadrinhos da fenda labial para colorir, além de um quebra-cabeça para montar e folheto explicativo sobre o assunto. • 01 painel com imagens das fendas e fissuras (Fig. 81); • Painel + quebra-cabeça gigante de fenda labial (Figs. 82 e 83); Oficina nº: 09 • Boneca modelo com fenda palatina (Fig. 84); Tema: A Visão Normal e as Alterações da Visão. • História em Quadrinhos sobre fenda palatina (Fig. 86); QSC envolvida: Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar (Vincent van Gogh). 98 • Kit brinde: quebra-cabeça de fenda labial e palatina com explicações (Fig. 87); • Folder sobre fissuras e fendas (Figs. 85A frente e 85B verso). Público-alvo: Estudantes do Ensino Fundamental. Local Aplicado: Escola Municipal Tenente Antônio João, Rua Cidade 3. Desenvolvimento da atividade A: Universitária - Ilha do Governador, Brasil. Cidade: Rio de Janeiro. • Estimativa de Duração das Atividades: Tempo total da oficina: de 8 às Data da Execução: 2014 e 2017. 12h e de 13 às 17h.; Nº de extensionistas participantes: 06. • A oficina oferece durante todo o tempo explicações as quais são di- vididas por equipes, deste modo há extensionistas que falam sobre a Para proteger a saúde dos olhos deve-se seguir uma dieta formação da face, outros que são responsáveis pelas explicações dos balanceada, ricas em fibras frutas e vegetais, assim como painéis, e outros pela boneca modelo de mastigação e pela História em beber bastante água, e evitar exposição à fumaça e usar Quadrinhos, assim a qualquer hora que cheguem visitantes no stand é óculos com proteção contra os raios ultravioletas. possível receber qualquer informação na ordem que desejar; • A explicação da formação da face, acontece utilizando a coleção de Objetivo: modelos 3D de faces em diferentes etapas do seu desenvolvimento. • Levar o conhecimento sobre o órgão da visão e sobre o processo da Estes modelos foram construídos no Projeto de Extensão Museu 3D; visão de forma simples e sucinta; • A Explicação sobre fendas e fissuras palatinas, também utiliza painéis • Ensinar assuntos como a baixa visão (ou visão subnormal), miopia, com imagens de fenda labial e de palato. Um dos painéis é também hipermetropia, astigmatismo e o glaucoma; reproduzido como um grande quebra-cabeça que as pessoas podem montar como uma atividade lúdica na oficina; • Proporcionar conhecimentos sobre ilusão óptica. Volume 2 - As Oficinas
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