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Falcón Historia de um amor

Published by carloshmacchiaroli, 2020-05-11 08:28:06

Description: Falcón Historia de um amor

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Falcón Historia de un amor Por Drugot Colaboração especial: Alda María Silva Santos Edições Aper

Falcón Historia de um amor Autor: Drugot (Argentina) Colaboração especial: Alda María Silva Santos (Brasil) Título: Falcon historia de um amor Autor: Drugot O depósito estabelecido pela Lei 11.723 é efetuado Todos os direitos reservados. É estritamente proibido, sem a autorização do detentor dos direitos autorais, sob as sanções estabelecidas nas leis, a reprodução parcial ou total desta obra por qualquer meio ou procedimento, incluindo reprografia e processamento por computador. Edições Aper Maio 2020 [email protected]

Falcon Historia de un amor Primiera parte No domingo, 7 de fevereiro de 87 ', às 7 da manhã, preparei-me para partir para Mar del Plata no meu amado Falcón 62', foi a nossa primeira viagem. Meus três melhores amigos não puderam participar por questões trabalhis- tas, mas vieram se despedir. Coloquei primeira, soltei a embreagem, olhei para meus amigos que estavam na calçada olhando para mim e disse animado e fe- liz. - Adeus amigos! -Feliz viagem de casamento! -Alberto disse com alguma ironia e todos nós ri- mos. Fui em direção à Rota 205 e, embora a manhã estivesse um pouco fria, eu ainda tinha a janela baixa para ouvir o motor e era realmente uma melodia suave de uma música doce. Eu estava tão animado que meus olhos brilharam. Ele foi o primeiro Falcón que alcançou Roque Pérez e Don Carmelo nunca o tirou da cidade. Era como novo. Eu tinha 25 anos e o Falcon foi o melhor presente que eu poderia ter me dado, é claro, com uma pequena ajuda do meu pai. A viagem decorreu sem problemas, atravessando as cidades Saladillo, Gene- ral Alvear, Tapalqué para trás e em Azul parei para esticar as pernas. E diante do olhar atônito de um jovem casal, talvez mais novo que eu. Eu me preparei para limpar o carro. Depois de carregar gasolina, verifiquei o óleo, pneus, água. Com- prei algo para comer, comecei a sair e foi quando a garota se aproximou de mim. Aonde você vai? Ele perguntou com uma voz suave. -O mar. 3

A viagem decorreu sem problemas. -Pode levar meu irmão e eu? Eu disse que sim, porque achei que sería bom ter alguém com quem falar, para tornar a viagem mais agradável. Ela sentou-se ao meu lado e do garoto no banco de trás. Imediatamente a menina e eu começamos uma conversa sem significado até alguns quilômetros depois, o menino falou: -Pare o carro? Foi o que ele disse em um tom de voz autoritário. -Por que? Eu perguntei, olhei pelo espelho retrovisor e vi que ele estava apontando um revólver ou pistola para mim, o que eu não fazia ideia do que era, mas estava muito claro que era uma arma. Parei o Falcon e eles me fizeram descer. O cara tomou meu lugar ao volan- te e começou com uma fúria severa. Eu fiquei no meio da estrada assistindo co- mo eles pegaram meu carro e como eles fizeram. Meu coração queria sair do meu peito por causa de como ele batia. Eu deveria ter me deixado ser morto. Lágrimas grossas jorraram dos meus olhos. Longe estava o meu carro, meu amado Falcón. 4

Esperei que um caminhão passasse para me matar embaixo dele, mas nen- hum maldito caminhão veio de um lado ou de outro. Ao meu lado, tudo estava no campo; por trás de um fio, uma vaca olhou para mim com cuidado, pensei que poderia morder e então me aproximei para oferecer minha jugular, mas a vaca muito estúpida se assustou e se afastou. Um minuto depois, gritei com toda a força dos meus pulmões: -Eu quero morrer! Como quando uma criança chora, comecei a chorar e me deitei no meio da calçada. Quando me cansei de esperar um veículo me despedaçar, levantei-me e comecei a andar. Eu andei cerca de 10 quilômetros, como um autômato, quan- do soube que um carro estava vindo em minha direção em alta velocidade. Fi- quei um pouco mais no canto e calculei pular quando não conseguia mais frear, mas o motorista começou a frear muito antes de ele parar completamente ao meu lado e se oferecer para me levar. O carro era um super esporte. O homem parecia um índio ou não sei o quê. Ele tinha cabelos longos e usava uma fita pa- ra a cabeça. Ele também tinha bigodes e costeletas longas e o rosto de poucos amigos, parecia um ex-presidiário que acabara de ser libertado ou escapara da prisão. Seu olhar era o de um assassino ou um louco dos maus. Fiquei feliz por- que pensei que aquele cara poderia ser meu carrasco. O cara começou e imediatamente enviou o super esporte a 150 quilômetros por hora, estávamos voando em uma rota que ninguém estava andando. Fenômeno!, eu disse a mim mesmo em qualquer curva que vamos para o outro lado, mas não, ele era professor de direção. -Eu tenho cerveja lá atrás, me dê uma e pegue outra para você. –Ele falou de repente e fiquei encantado em ouvir imediatamente, o que é melhor do que um bêbado ao volante e a 150 km / h. Mas o que eu esperava nunca aconteceu. -O que há de errado com você? Você é bicha? –O cara disse quando me viu chorando silenciosamente. -É que ... acabaram de roubar meu carro. -Eu contei. Que filhos da puta! O sujeito que tinha cerca de 35 anos deixou escapar. – Eles fazem isso comigo e ... eu os mato, juro que os mato! Então, eu sempre ca- rrego armas comigo. -Que carro era? -Um Falcão 62 '. -Em cima de um Falcon 62 '! –O sujeito estava alarmado. - Mas você não pode ser mais idiota! Como você vai andar com um Falcon e sem uma arma? -Não sei. -Eu disse e não falamos mais até chegarmos à cidade Tandil. 5

Paramos em um posto de gasolina e o homem me enviou ao banheiro en- quanto ele carregava gasolina. Eu fui e no estacionamento eu o vi quase explo- di o coração, eu corri de volta e contei a ele sobre o homem no super esporte que meu Falcon estava lá. Esgueirando-se para mim, como se estivesse se jun- tando, ele me deu um revólver e eu perguntei o porquê. -Vá pegar seu Falcon de vol- ta! Não seja estúpido! Mesmo se você tiver que estragar tudo, derru- bá-los, pessoas assim não pen- sam. Enfiei a arma nas minhas roupas e fui para a cafeteria em um ritmo constante. Dei uma olha- da de fora e vi que havia muitas pessoas. Os ladrões no meu carro estavam em uma mesa dos fundos como dois periquitos. Entrei e ca- minhei lentamente em direção a eles. A mulher me viu primeiro e fi- cou surpresa, quando o garoto quis reagir, ele já havia colocado o revólver na sua cabeça. - Me dê as chaves do meu ca- rro ou eu estouro sua cabeça aqui! Eles eram apenas dois nova- Vá pegar seu Falcon de volta! tos que viram um estúpido e rou- baram seu carro, porque naquela época eles eram apenas dois bastardos imundos. Quando me deram as cha- ves, o cara que me trouxe estava atrás de mim e disse: -Tegue a garota! -Que? - Faça-a refém, eu sei o que ela lhe disse. Portanto, essa merda - apontan- do para o garoto - não o denuncia ou segue. Nós levamos a garota com um braço para o exterior. Eu entrei no meu Fal- con e estava prestes a sair quando meu amigo apontou para a garota. 6

-E esta? -Eu não quero isso. - eu disse - se você quiser, é sua. -Ela roubou o carro de você, não de mim. Leve-a e mate-a por lá. - o moto- rista insistiu e até me deu seu revólver e um endereço de Mar del Plata para que ele pudesse devolvê-lo mais tarde. Não tínhamos percebido, ou pelo menos eu, que as poucas pessoas na ca- feteria nos observavam o tempo todo e, quando saímos, olhavam de dentro para o que estávamos fazendo, não havia outra saída senão sair rapidamente. Come- cei a toda velocidade, como se estivesse fugindo de lá, com a garota ao meu la- do. -Alguns quilômetros depois eu vou parar e depois ... -eu indiquei jogando mal e mostrei a arma. -Como quiser. -ela disse sem nenhum medo ou consideração à dureza do meu aviso. -Você e seu amiguinho não sabem com quem eles mexeram! -Eu disse en- tre dentes, como se estivesse com raiva e buscando vingança. Sim, com um arrogante. -ela disse muito livremente com a língua e colocou os pés no quadro. -Ponha esses pés lá em baixo! –Eu tive que gritar com ela azedo e sério e foi assim que ele entendeu, porque os abaixou imediatamente. Parei abruptamente o carro no meio da estrada, onde nem mesmo o papa- gaio passou. -Desça imediatamente! -Eu pedi e apontei a arma para o rosto dela. -Vai me matar aqui? -Ela perguntou, olhando para mim seu medo. -Sim, abaixe-se –eu afirmei, ainda apontando para ela. -Para matar você precisa de coragem. –Ela segurava sem cabelo se mexendo e por cima estava mascando chiclete. -Olha. Vou te contar uma ... Não sei como aconteceu, mas a arma disparou sozinha e a bala não a atin- giu, mas passou pelo nariz rosado e saiu pela janela aberta em direção ao cam- po. Ela ficou pálida de medo e eu estremeci da cabeça aos pés. Nos olhamos por um período de tempo como se disséssemos um para o outro: O que aconte- ceu? \"Eu não quis ...\"- tentei dizer. -¡Assassino! - ela gritou na minha cara. -¡Você quase me matou! ¡Seu mer- da! 7

-Ela disparou sozinha. -Confessei a verdade. -Sim, claro! –Ela disse e saiu do carro, muito assuatada, que deu uma bati- da na porta do Falcon e, por uma única ação, ela mereceu um tiro. Eu comecei furiosamente e saí. Eu fiz alguns quilômetros e o coração não parou de bater incontrolavelmente. Eu não conseguia parar de pensar que se a bala atingisse seu rosto, não apenas a mataria, mas o que teria sido de mim e do meu Falcon. Haveria sangue por toda parte. Parei ao lado da estrada, onde havia uma bela floresta. Desci do Falcón e me sentei na grama para me acalmar e não pensar mais no que havia aconteci- do. Três quartos de hora depois, entrei no carro e continuei. No cruzamento da entrada de Balcarce, duas senhoras que pareciam pro- fessoras estavam me chamando para levá-las.Eu nem parei! Eu fui para mais de 100 sem olhar para elas. Entrei em Mar del Plata às nove horas da noite. Uma viagem que normalmente leva cerca de seis horas me levou catorze horas. No primei- ro hotel disponível que encontrei, fiquei e fui di- reto para a cama. Fechei os olhos e imediatamente os abri no dia seguinte ao meio-dia. A primeira ação que tomei foi ver o Falcon que o tinha em um esta- cionamento coberto. De- pois de garantir que tudo estava correto, a segun- da ação foi ... O mar! 8

Não sei se foi o mar que eu estava vendo pela primeira vez ou o grande nú- mero de corpos femininos quase sem roupas, o que mais me impressionou e sur- preendeu o fato de eu não saber onde me concentrar primeiro. Quando saí do transe, sentei-me na areia em frente ao mar e cercado por centenas e centenas de mulheres bonitas, atraentes, exuberantes e preciosas ... Pensei: Meus amigos saberão que o paraíso existe? E pensei em outra: não vou mais sair daqui! Esta- va pensando em outra coisa quando uma mulher, talvez alguns anos mais velha que eu, falou comigo: -Por favor, cuide das minhas coisas! Eu não poderia dizer sim ou não, que ela correu para o mar. Levantei-me para vê-la melhor na multidão e a vi pu- lar na água. Aquela mulher tinha um corpo, o que é cha- mado de Descomunal!, Sen- tei-me novamente e uma vozinha dentro me pergun- tou: Você trocaria o Falcon por uma mulher como ela? Eu respondi: Não para uma, nem para cem, nem para to- das as mulheres do mundo que eu admiro e amo mulhe- res, mas o Falcón ... O Fal- cón é outra coisa, o Falcón é como ... - essa mulher voltou cortando minha inspiração. -Obrigada! - disse seca Aquela mulher tinha um corpo... e toda molhada do mar que, quando balancei a cabeça, centenas de gotas caíram sobre mim. 9

-¡Ei! – eu fiz saber que estava me molhando, mas ela não percebeu ou não se importou. Ela, a mulher enorme, estava a dois centímetros de mim e depois de alguns minutos me virei para encarar o sol e... senti calor e até me senti envergonhado por estar lá, tão perto de ... virei para o outro lado para não vê-la mais. Quando torci o joelho, colidi com o joelho ossudo de uma loirinha pálida e magra até a bagunça que estava ali. Os olhos dela eram grandes e azuis. Ela usava lentes de aumento e o nariz estava fino e pontudo como o de um pin- guim. Então, à primeira vista, ela não tinha nada. Suas pernas longas eram duas varas e ... Ela não tinha peitos! -¡Olá! - ele disse com uma voz de passarinho. Procurei para quem ele esta- va se dirigindo, mas seu olhar continuava apontando para mim. Eu não queria ser rude ou desrespeitoso e respondi com outro Olá! E nada mais. Eu não estava interessado em iniciar uma conversa, mesmo que fos- se trivial e temporária com uma garota cujas costelas apare- ciam. Mas ela insistiu: -Joni - respondi categorica- mente e olhei para o outro lado, procurando uma ilha melhor pa- ra me instalar e, embora pareça incrível, a praia era enorme, mas não havia mais espaço pa- ra colocar um alfinete no final e eu disse a mim mesmo: -Por que todo mundo tem que vir aqui? Por que eles não vão mais longe? 10

-Meu nome é Érica! - falou a garota esquelética. Não respondi, fingi não ouvir, também olhei para uma morena que de vez em quando sorria para mim e isso era… -Erica, prazer em conhecê-lo! - Ela disse novamente, e ela não me deu outra escolha a não ser cumprimentar e apertar suas mãos compridas e com os dedos ossudos desde que ela a estendeu para isso. Eu olhei mais adiante dois metros, onde a morena estava para a conquista, seus olhares e sorrisos me fizeram entender, mas... -Eu tomo café ¿Você vai se juntar a mim? -e então eu vi minha tábua de sal- vação. -Eu amo e cafe - falei e o avisei levantando que eu iria comer alguns bolos que eu gostava muito e claro, eu não voltaria mais. Mas ela, a loira, quebrou min- ha tábua de salvação. -Eu trouxe alguns scones e migalhas! – Ela disse com um lindo sorriso largo e revelando um conjunto perfeito de dentes. -Bem. Eu resignadamente delineei e fiquei. Quando dei a primeira mordida lá, percebi que estava com fome, com muita fome, mas pela educação, só aceitei aquele bolinho e uma migalha. Depois de dez minutos -Ele te contou sobre mim? – ela disse com sua vozinha de pardal e aquele so- rriso lindo. -O que! – exclamei engasgado -Como eu disse, sou Érica, 25 anos, solteira e de Buenos Aires. -E que mais? -E isso e tudo. –E ela riu como o pássaro quando ele fez hee hee hee. Claro, ela deu todas as informações que achou que eu precisava saber. -Como eu disse, sou Joni, 26 anos e sou da província de Buenos Aires. Mas ela olhou para mim seriamente e soltou: \"Solteiro ou casado?\" -Solteiro. –Eu respondi perdendo uma oportunidade magnífica, eu deveria ter dito casado, mas percebi muito tarde. -E isso é tudo? 11

Sim, é isso. –Tomei a oportunidade de sair e contei a ela. -Por que você está indo embora? -ela ficou inquieta e se levantou também. -Tenho algumas coisas para fazer. –Eu dei uma desculpa trivial. -Que pena que você vai. Poderíamos nos conhecer melhor. Me faria bem. -Talvez nos encontremos amanhã. Adeus. - Eu disse e antes que ela dissesse mais alguma coisa, eu me apressei. Eu fui embora, não sei para onde. Tudo era praia e gente. Eu finalmente deci- di me mudar para o hotel. No dia seguinte, voltei para a praia, porque me senti poderosamente atraido pelo mar e vendo tantas mulheres quase sem roupa, logo ali, ao alcance as mãos. Fiquei no meio da multidão de pé para ver se pegava a morena que olhou para mim e sorriu na tarde anterior, mas foi difícil, era como procurar um alfinete no palheiro, mas para mim me procuraram e me pescaram em menos de cinco minutos . -Joni! Que coincidência! – Disse aquela garota magra e peluda. -Olá! ¿Como vai você? - Eu tinha que dizer sem alegria e relutância. -Muito bem. -ela respon- deu e acrescentou a isca. - Olha, eu trouxe cupcakes pa- ra o mate. Vamos ver se con- seguimos encontrar um lugar- zinho lá fora. -Bem, eu ... - eu não sabia ¡Joni! ¡Qué coincidência! como recusar, no meu berço eles só me ensinaram a ser respeitoso e gentil com as pessoas e mais com uma mulher por ser do sexo frá- gil e oposto, por isso admiti. - Bom, sim. 12

Procuramos um lugar mais espaçado, eu a segui. Por trás, ela parecia bem bronzeada. Era reta e tinha um bumbum redondo como dois tomates e não era como dizer um bumbum grande. O que me deu frio e muito, foram suas pernin- has longas e finas. Mais de um metro e setenta como eu. Se eu tivesse que defi- nir que gosto dela, diria que seus cabelos lisos, seus olhos azuis e seu sorriso eram esplêndidos, então não havia mais nada. Sentamos na areia e, enquanto ela falava, eu me divertia observando as pes- soas, especialmente o feminino que abundava para todos os gostos. Ao meio-dia já era impossível estar lá sem alguém pisar em você ou tocar em você. Eu decidi pegar um retorno e ela perguntou por que: -Há muita gente. -Sim tem razão. -ela concordou e colocou seu short, camisa, juntou suas coisas em uma cesta e me seguiu. -Aonde você vai? -Perguntei quando fiz alguns metros e a vi. Em qualquer lugar. -ela respondeu com uma carinha sorridente que causou al- guma culpa. Para remover esse espinho, tive que propor: -Você quer comer pizza? -Adoro pizza! –E seu rosto, seu sorriso e seus olhos azuis do mar se ilumina- ram. E ali mesmo eu disse a mim mesmo que não tinha nada a perder e que nes- ta cidade ninguém me conhecia. Devorei cinco porções e ela apenas uma. É por isso que ela era tão esqueléti- ca. -Tens família? –ela perguntou em um ponto. Sim, meus pais e o Falcon. –Falcón surgiu do nada. -Você tem um falcão! Ela exclamou com admiração e seus olhinhos nublados. Então ela afirmou: - ¡O Falcon é o meu favorito! Naquele momento, perdi todo tipo de preconceito e prestei atenção especial a ela -¿Por que você gosta de Falcon? -eu queria saber ansiosamente. -O pai tinha um Falcón 62 e ele era lindo, ele diz que é o melhor Falcón de to- dos. Quando eu era pequena, adorava estar no Falcon mais do que no berço, diz mamãe. Lá eu não aguentei mais a emoção, me inclinei sobre a mesa e a surpreendi com um beijo na boca. 13

A surpreendi com um beijo na boca Quando normalizei, não exatamente, pedi desculpas pela euforia e paixão que manifestei. -Você não precisa se desculpar, Joni. -ela disse tímida e sincera. -Tem namorado? -eu perguntei com expectativa. Érica me olhou profundamente com seus olhos azuis, brilhantes e ansiosos e com sua voz quase inaudível, ela disse que não. -Agora você tem. -eu anunciei firmemente. -Tenho o que? -sim, ela era muito ingênua, muito inocente. -Namorado! Ela não disse nada, mas seus olhos se encheram de lágrimas e sua emoção me comoveu. Então eu disse: -Quer conhecê-lo? -¡Sim, sim! -disse ansiosamente. Andamos pela rua de mãos dadas como se estivéssemos namorando, não 14

naquele dia, mas por muito tempo e por toda a vida. Chegamos ao estacionamento onde o Falcon dormia e eu o apresentei. -Aí você tem! -Você é bonito! –Exclamei minha namorada e acariciou o capô. ¡Me encanta! –Sentida olhando nos meus olhos e foi quando eu a pressionei contra o Falcon e a beijei novamente. Minhas mãos procuraram por seu corpo explorando-o e é melhor não ter. Eu Ela era tão ossuda que estava completamente desanimado, mas, como ela era uma fã do Falcon, fechei os olhos e continuei. Quando os motores estavam cheios, ela falou secamente. -¡Vamos entrar no Falcón! -Bem. -eu concordei e entramos na parte de trás. Continuamos com beijos e carícias e entre sussurros e gemidos, ela disse: -¡Que bom é o estofamento! -E é como novo.- eu respondi, deslizando min- has garras pelas pernas dele. -Sim, sim, é como novo! -O dono anterior com- prou e quase não o usou. – eu contei a história en- quanto eu tirava o short e o biquíni dela -O que faz? -Ela falou preocupada e muito seria- mente. -Bem, você sabe.- Eu disse e me despi também. -Mas o que você está fazendo? -Ela repetiu à bei- ra das lágrimas e cobriu o rosto para evitar ver minha nudez. 15

--Alguém diria isso ... -e aí eu pensei sobre isso e perguntei: -Você já fez isso? -Fazer o que? -ela falou chorosa. -Não, você nunca teve. -eu disse convencido. -Não, eu nunca fiz. -ela confessou tímida e embaraçosa. -Mas eu quero fazer isso. -¿Você realmente quer que façamos isso? Tenho 25 anos.- ela deu todas as respostas e não foram necessárias mais pa- lavras. Deitei-a no assento, abri as pernas, fiquei em posição e... Parei instantanea- mente e ela perguntou: -¿Que? -¡Eu tenho medo de manchar! -Você está certa\", -ela concordou. -Pode estar manchado. -Não sei se o sêmen mancha ou não o estofamento. eu disse. -Talvez exista algo para removê-lo mais tarde. -Érica disse e acrescentou: -Nós não sabemos. -Vamos ter que suspendê-lo e fazê-lo em outro lugar. -eu indiquei enquanto os motores ainda estavam funcionando. -Eu concordo plenamente. -Érica acrescentou. - Em qualquer lugar menos o Falcon. - Sim, com o Falcón não é jogado. -O Falcão é como um altar, é sagrado. –Erica disse e foi quando eu disse a ela enquanto uma lágrima caía: -Eu amo você! Saímos de Falcón e fomos para o hotel onde eu estava hospedado. O concier- ge do hotel nos parou e disse: -Não há visitas! -É minha namorada. -Eu disse persuadir. -Menos que menos! -Gritou o porteiro e recomendou um motel na esquina. Érica e eu nós fomos mais velozes que os bombeiros. Nesta fase dos eventos, eu estava desesperado para entrar nela e ela estava disposta a me receber. Finalmente Érica estreou. Demorou muito trabalho para entrar nela não porque ela era virgem, mas porque tinha muito medo do desconhecido e era compreensí- vel para mim. Depois de provar o doce, ela quis mais. Eu respondi que outro dia, naquela época não mais. 16

Eu não sabia se queria entrar nela de novo, ela era tão magra, que parecia tão fraca que eu não só estava com medo, mas até com vergonha de fazê-lo nova- mente. Saímos do hotel e eu disse que irei acompanhá la. -Moro longe. –disse -Vamos ao Falcón. -Quando meu pai nos vê, ele vai ficar louco. -Você não vai contar a ele o que fizemos, vai? - Divertido para o Falcon, ele ama o Falcon 62. -Então eu quero conhecê-lo. Subimos para o Falcón e deixamos o centro da cidade. A noite estava sobre nós. Depois de muitas ruas, Érica indicou uma entrada que levava a uma casa luxuosa cercada por um parque com colunas de luzes que chegavam quase dia à noite. 17

--Você mora aqui? -eu perguntei, espantado ao ver que a casa era uma mansão como a que aparece nos filmes da década de 1940. -No verão sim. Pare aí nos degraus e toque uma buzina. Fiz o que ela indicou e imediatamente apareceu um homem elegante e caute- loso, com cerca de setenta anos, abrindo a porta do carro para nós. -Quão gentil é o seu velho.- eu disse baixinho antes de descer. -É Juan, --ela disse, rindo. -O mordomo. Então eu abri um debate com a minha consciência porque eu venho de outro lado. Eu sou um galo de outro galinheiro, de outro mundo onde não somos tão sociais, bem, somos do nosso jeito. Não temos cultura ou educação para enfren- tar esse tipo de sociedade onde a simplicidade não existe, eu já vi isso em muitos filmes, li em alguns livros, e as pessoas que conhecem essas questões também me disseram, foi por isso que eu disse: -É melhor eu vir outro dia, não hoje. -Por que? –O que uma garota extravagante perguntou e eu comecei a olhar de forma diferente. -Olha, nós não somos compatíveis. Nós somos muito diferentes. Eu pertenço a outro mundo e não me encaixo no seu. -pensei em tudo isso, mas não ousei con- tar a ela. -Melhor outro dia, eu insisti. –Quando ouvi muito claramente que uma voz pro- funda, gritante e eufórica exclamou: -¡Um Falcão 62! Essa frase apagou instantaneamente todos os meus pensamentos e me sedu- ziu agradavelmente, então desci e respondi: -E é original! -¿Quanto você pede? -perguntou o grande homem de olhos azuis como sua filha. -Não está à venda, senhor. -voltei gentilmente. -Coloque um preço, seja ele qual for. -ele insistiu em maneiras. -Veja senhor, com todo respeito... Meu Falcon não tem preço. -¡Seu Falcon não tem preço! -ele disse alegremente, me pegou pelos ombros como se quisesse apertar e quebrar como uma boneca de madeira, pensei, mas sua intenção era diferente. -Boy, essas palavras me emocionam! Somente um ho- mem de grandes convicções pode responder dessa maneira. –E lá ela me 18

abraçou e aproveitou a ocasião e abriu o bico: -Joni é meu namorado, pai! -Ah, nossa, nossa! – Disse o homem olhando para a filha. -Que boas notícias você me traz, filha! -Você gosta pai? -Claro que eu gosto, até a pintura original não tem arranhões. Olhe para os es- tofados! -Quem me vendeu tinha guardado mais na garagem do que na rua. -Eu relatei. -Você fez um ótimo ne- gócio, mas ... vamos tomar uma bebida. -Ele me pe- gou pelo braço e me levou para dentro de casa. Den- tro da sala, enormes vasos com flores exóticas, pintu- ras, um piano de cauda co- mo nos filmes. Érica me apresentou à mãe, elegante, cautelosa, alta e magra, não tanto quanto a filha. Cumprimen- tei respeitoso, gentil, amigável e sorridente, um sorriso que Érica estava encarregada de apagar de mim com um toque da ca- neta quando, sem qualquer moderação ou conside- ração, ela me enviou para a parede: Érica me apresentou à mãe -É meu namorado! Me chamou a atenção que mamãe e papai se derreteram em bondade comigo. O príncipe de Gale não tinha nada para fazer perto de mim porque eles cuidavam de mim como um rei. 19

Eles me contaram sobre Érica, praticamente o tempo todo. Eles relataram as grandes qualidades e talentos da garota. Sua educação, simplicidade, honestida- de e conhecimento em outros idiomas, como inglês, francês, espanhol e italiano. Além disso, ela era uma filha muito organizada, além de única, que cozinhava muito bem e amava crianças e blá, blá, blá. Como se a garota fosse um item para vender e eu quem deveria comprar. É claro que eles viram em mim, não o melhor candidato para Érica, que já tinha 25 anos, mas o único. Isso me deu alimento para o pensamento. -¿E o que você conta, senhor? -Pediu à senhora por ser gentil e nada mais. -Na verdade ... Não muito. –Eu declarei e isso foi suficiente para eles, porque eles não fizeram mais perguntas sobre mim. Eu senti que eles não se importavam com nada do que eu dizia sobre mim. -Ele tem um Falcón 62 e, por si só, nos fala de um homem inteligente, audacio- so e reto. –Expresso do pai de Érica, que também se chamava Eric. A partir de então, Eric e eu entramos em uma conversa maravilhosa, cujo tema principal e dominante era o Falcão. Enquanto Érica preparava café e sua mãe Ca- rolina, alguns doces. Quando esgotamos o tema Falcón 62, descobrimos que também concordáva- mos com outra paixão, arte falei com ele sobre cinema e ele falou comigo sobre teatro, mas não necessariamente sobre peças, mas sobre atores, diretores, produ- tores, audiências. e outras pessoas envolvidas neste show. Mais do que conversamos entre todos os outros assuntos menores, até que eu aproveitei o tempo e afirmei que era tarde. Eu me preparei para ir e a Sra. Caroli- na me parou: -¡De jeito nenhum eu vou deixá-lo ir! ¡Você fica para o jantar! -Claro que sim! -Eric concordou enfaticamente. -Fique para o jantar! Aquela garota magra insistiu. Três contra um. Eles venceram. Foi uma noite divertida, cheia de anedotas deles e cheia de mimos, da Érica e cheia de silêncio, minha, porque me pediram pouco e nada. -Agora sim. -eu disse com firmeza. - Hora de partir. -Claro -disse a dama. –Não te divertimos mais. -Foi um prazer lidar com você, senhor. -Eric disse. –E esperamos por uma nova ocasião. 20

A donzela em questão me acompanhou até o Falcón, onde as estrelas se refletiam como um es- pelho d'água em uma noite órfã ao luar. -Não quero que você vá. -Érica sussurrou com os lábios na minha bochecha e me prendendo contra o Falcon. -É tarde. -Eu disse tentando de- colar. -¡Um pouquinho mais! -ela im- plorou extasiada. -Bem, mais um pouco e vou de- pois. -Vamos voltar para o carro e va- mos fazê-lo. - Não, já dissemos isso no Fal- cón noao -¿Onde então? -Vamos deixar para amanhã. -Você me promete? Sim. 21

Segunda e última parte Quando estava voltando para o hotel, acertei a máquina pensante e equilibrei as possibilidades de deixar a cidade ou ficar mais alguns dias. No caso de ficar, eu me alimento ainda mais dessa garota com falsas expectativas. Por outro lado, eu não tinha saído de férias procurando um relacionamento, muito menos uma namorada. No suposto caso em que eu estava procurando um relacionamento ou uma namorada, sem dúvida não seria ela, pois meninas, magras e macias como um post, não são do meu tipo. Meu tipo de mulher é o oposto de Érica, mas eu definitivamente tinha saído de férias para desfrutar do meu Falcón. Portanto, con- siderei que não tinha mais nada para fazer na cidade de Mar del Plata e decidi sair cedo na manhã seguinte. Bem, o longo retorno à minha cidade me espera para aproveitar a viagem com meu nobre e fiel Falcon. No dia seguinte, deixei uma carta para Érica no concierge, porque tinha certe- za de que ela viria me buscar, o que ela disse; \"Eventos inesperados me exigiram urgentemente na minha cidade e devo sair o mais rápido possível\". E eu saí na estrada com a consciência limpa, porque sabia que essa garota logo me esque- ceria. Voltei à minha cidade pegando outra estrada, a Rota Nacional 2, que segue em direção à Capital Federal, só que em cidade de Castelli tive que virar à es- querda e seguir em direção a Lobos, passando pelo General Belgrano e San Mi- guel del Monte. A polícia da rodovia me parou em cidades de Dolores e Lobos, pedindo toda a documentação do Falcón e a minha. Eles checaram o carro e a polícia de Dolores ficou surpresa com as condições ideais do Falcón e me parabenizaram. Por outro lado, a polícia de Lobos, bem, você sabe, existe uma certa rivalidade entre vizin- hos. Eles lutam contra nossas mulheres e nós lutamos contra as deles. Eles tam- bém invejam que o general Juan Domingo Perón tenha nascido em nossa cidade e não na deles, como costumam dizer por lá. Também que o jogador de futebol roqueperense Julio Ricardo Villa integrou o time de futebol argentino que saiu campeão do mundo em 1978. Por isso, eles olharam os jornais e depois disseram com um certo ataque: Siga, siga, siga! 22

E continuei em direção à minha cidade com um sorriso largo de orelha a orelha, não para o povo de Lobos, mas para o meu Falcón, que andava de um lado para o outro mais de mil quilômetros e nunca re- clamou. Estava apenas carregando- o com combustível e mais nada. Meus amigos ficaram surpresos ao me ver voltar mais cedo do que o planejado e no sábado à noite, quando nos encontramos para jan- tar, que, se não fosse pizza, empa- nadas, estava assado, eu contei quase tudo em detalhes sobre o Fal- cón. -Você deveria ter vendido o Fal- con para aquele homem. -Darío dis- se: -Ele disse para você colocar um preço, certo? -Sim, mas eu não queria vender, ¿por que eu deveria ter vendido? -O carro já está velho - disse Menchu. –E, embora esteja indo muito bem, está se desvalorizando a cada dia. -Bem, eu vou pensar sobre isso. –eu disse e mudamos de assunto. - Conte-nos sobre a garota que você conheceu lá. –perguntou Darío. -Já disse que era circunstancial. –eu apontei para não falar sobre esse tópico. -Bem, diga mesmo assim, não temos nada melhor para fazer. -Não sei mais o que dizer sobre o que eu já disse. -Ele não nos disse nada, exceto que você conheceu uma garota na praia.\" -E sim. Foi assim. -Agora, conte-nos como foi. -Alberto falou e eu tive que começar a conversar, caso contrário eles não me deixariam em paz. 23

-O nome dela é Érica e ela é muito bonita. Olhos azuis, cabe- los loiros, altos como eu, costas macias e lisas e ela tem um cor- po bom e é tudo o que vou dizer. -¿Aconteceu alguma coisa com ela?\" -Não, ¿por que algo deveria ter acontecido? -eu perguntei e fiquei sério. -Como você diz que ela tem um bom corpo e tudo isso. -Eu a vi na praia, de biquíni. -Então significa que... -Nada mais, senhores, nada mais! -Bem, não pediremos mais nada desse lado, mas explique- nos qual é a razão pela qual vo- cê voltou mais cedo do que o esperado? -Meu objetivo principal, você já sabe, era pegar o caminho, viajar e aproveitar meu Falcón. -eu respondi alegremente. E se eu fiz! Ele me le- vou a conhecer Mar del Plata e me trouxe de volta sem tropeçar.- -Em três dias você não pode conhecer Mar del Plata. - disse Darío. -Você foi ao cassino? -Não. -Teatro? -Munchu falou. -Não. -Você visitou El Faro? -Que farol? -E você com certeza não foi ao porto. -Darío apontou. 14

-Não, mas ... -Eu quase disse que estávamos com Érica e voltamos. -Mas que? -Nada. -¿Você não foi a nenhum desses lugares?- disse Alberto -Mas com tantas mulheres na praia e como estavam quase nuas, segundo você, eu teria ficado até o fim. -Você pode estar certo, mas gostei da minha viagem ao máximo. O Falcon se comportou maravilhosamente. Algumas pessoas pararam para olhar -Meninos - Dario falou. - Vamos brindar a Yoni e sua grande aventura no mar. Depois desse brinde, propus outro ao Falcón e oferecemos três ou mais vezes quatro, e depois cada um à sua casa. Eu tinha uma semana de férias em que não tinha muitas idéias para fazer. Às vezes eu sentava embaixo da árvore na calçada, outras vezes eu descia para o rio para pescar e passava a tarde, que nos dias de semana ninguém sai. Senta- do na praia, vendo a água passar, ouvindo os pássaros com seus cantos, não sei por que, pensei nisso, mas foi apenas um momento. Quando não aguentava mais, fui dizer ao meu chefe, Sr. Bermúdez, que queria voltar ao trabalho e, em setembro / outubro, passaria os dias restantes das férias. Ele aceitou e eu voltei. O verão passou, o inverno chegou e a primavera chegou, e eu tirei esses dias. Certa quinta-feira, por volta do meio-dia, comecei a cortar a grama na calçada e depois sentei-me embaixo da árvore pensando que meu caso é como o de mui- tos outros garotos. Aqui nascemos e aqui vamos morrer sem transcendência. As esperanças de prosperar nunca foram e nunca serão. A cidade tem o mesmo nú- mero de habitantes há 50 anos. O que fazemos aqui, ouvi lá mais de uma vez, está simplesmente ficando velho. - Adeus, Don Tomasio! –Eu cumprimentei um local. -Joni! O que você está fazendo sentado aí? -Pense, sonhe e divirta-se. Desde que eu estou de férias. -Você está indo muito bem, filho, -disse Dom Tomasio e continuou. De repente, duas borboletas grandes e lindamente coloridas passaram voan- do pela rua do deserto. Para onde elas vão?, perguntei e não pude responder, porque meu amigo Darío estava pedalando a toda velocidade ao longo do banco de areia, gritando meu nome do outro canto. 25

-Ei! O que há de errado com você, louco? -Eu disse quando o vi chegar tão rá- pido e chateado. -Seu chefe acabou de fale- cer! -O que! O que você diz irmão –eu fiquei chocado. -Ele caiu morto. -Eles dizem que era o coração -Não posso acreditar! –E eu disse meio louco. -Ele tinha apenas 50 anos e que pessoa boa ele era! Por Deus! Ao acordar, pensei em vê- lo, que era um homem que nasceu e morreu nesta cidade e pensei mais: esse mesmo destino é o que nos espera e nos levará a todos para o cam- po sagrado. Dias após o funeral, a viúva de Don Bermúdez vendeu a lo- ja e eu estava desempregado. Nos dias seguintes, camin- hei pela cidade procurando uma tarefa, e de repente per- O vi chegar tão rápido e chateado cebi que não tinha mais nada para fazer na cidade. Para mi- grar para algum lugar e me estabelecer, eu precisava de dinheiro que não tinha. Meu único capital era o Falcón e decidi me separar. Assim que pensei nisso, senti como se estivesse rasgando um rim, mas não tinha outra saída. O Falcon era minha única opção, minha única salvação. Eu verifiquei com meus amigos e eles disseram que estava tudo bem. Eles apoiaram minha iniciativa. 26

Fiz um pequeno sinal para colar no pára-brisa com a legenda \"Vendo Falcón Mod. 62\". Eu levei o carro para a rua de casa, mas me custou uma quantia enor- me para colocá-lo.E se alguém que não cuida dele o compra? Alguém que não se importa nem um pouco com ele? Fiquei pensando até que me ocorreu perguntar a Don Carmelo se ele que- ria comprá-lo novamente. Eu fui e ele disse que não. Voltei e o vi estaciona- do no parque na calçada, brilhando ao sol, ele até parecia sorrir. Antes de colar o cartaz, comecei a chorar e até pedi perdão pelo que ia fazer. Quando parei de me comportar como uma criança, reuni coragem e disse para mim mesmo: \"É um carro, não uma pessoa! Eu ainda não esta- va completamente convencido, mas tinha que ser feito.\" Lubrifiquei o pôster e com toda a dor da alma co- lei. Sentei-me à sombra da velha ár- Comecei a chorar vore em nossa calçada, em uma de suas raízes que saíam do chão e parecia um banco quadrado, sem encosto e um pouco mais plano. Naquele tronco, meu avô sentava-se nas noites de verão, meu pai também e eu pensávamos sentados ali, um dia meu filho também sen- taria se eu fosse pai. A partir desse local da árvore, olhando para o centro da cidade, você obtém uma vista magnífica daqueles que vão e de longe, como aquela mulher que eu vejo à distância, que caminha pelo meio da praia, tendo belas paisagens. calçadas arborizadas. Era uma mulher em um vestido branco, com um chapéu como as senhoras elegantes e finas de outra época. Quando você estiver mais perto, eu lhe direi Senhora, tenha cuidado para que de vez em quando um carro ou um compatriota passe a cavalo! 27

Se aproximava. Primeiro eu parecia desfocado, mas o foco e parecia muito... Não, não é ela! Essa mulher não é loira nem esquelética. No entanto... Não, não, é outra esta não usa óculos! Poucas pessoas passam na minha rua, muito menos mulheres, mulheres de tempos em tempos, e só agora alguém que tem uma grande semelhança com Érica tem que passar. Mas é impossível, é impossível, não, não é ela. Eu olhei para o outro lado porque meus olhos estavam me enganando, quando... -Oi Joni! -sua voz era inconfundível. -Mas mas…! -eu fiquei sem pala- vras e exorbitante. -Você se lembra de mim, certo? - ela perguntou com olhos de borboleta. Sim, eu lembro de você! -Eu quase falei. -Mas você é tão... mudou isso ... -Tudo muda, Joni. -Érica disse e, ti- rando o chapéu, acrescentou: -Eu mu- dei meu cabelo para ondulado. Uso lentes de contato e ganhei três quilos. Como você gosta de mim, Joni? -Você é, você é muito boa -Eu res- pondi e me pareceu o que eu disse. -Eu sabia que você ia gostar. -Ela sorriu e entrou em meus braços em busca da minha boca e nos beijamos na via pública da minha cidade. Então, quando o viu, exclamou: ¡Oi Joni! -¡Você vende o Falcon! -Lamentavelmente sim. –Eu confir- mei desapontado e contei, logo acima, minha situação dolorosa. 28

-Pobre meu Joni! –E maternamente ela me jogou no peito, não nos seios, mas no peito. Eu tinha medo de que alguém, especialmente uma de minhas amigas, me vis- se abraçando-a, depois que eu lhe disse que ela era bonita e tinha um corpo mui- to bom, embora ela fosse muito bonita. -Você quer entrar? Ofereci a casa enquanto me desapegava dela. Ele disse que sim, e entramos na casa, mas não mais, no corredor e nos sen- tamos em poltronas separadas. -E por que você veio? -Mas Joni, que pergunta é essa? Ela disse seriamente levantando as sobran- celhas. -Quero... como você pôde encontrar esta cidade. -Bem. Descobrir, procurar informações, ver mapas e assim por diante. -ela dis- se e me enviou um tiro de canhão: -¡O que você não fez! -Bem, não preciso descobrir onde fica Buenos Aires. -eu disse que caso isso acontecesse, mas não aconteceu. -Você não foi por mim e eu esperei por você. -ela disse que não sei se sinto muito ou se fico com raiva. Mas bem, não provou ser. -Eu pensei que você não me amava mais. -Joguei como uma bola de salva- mento que não funcionou. -Para o tempo que você fugiu de Mar del Plata? -O que você diz! Eu disse que não. –Tive uma urgência que posso explicar. -Não, deixe isso. Eu não vim para me explicar nada. -ela expressou e me sal- vou de inventar alguma farsa, mas eu não fui salvo de minhas próprias palavras. -Eu te amo, Joni, não sei por que você pensou que eu não te amava mais. – Ela colocou o tapete e veio para o meu lado em busca de mimos e carícias e não só isso, ela se sentou nos meus joelhos. Ela me abraçou e me beijou e não sei por que, gostei do beijo dela, mas tive que parar o momento da paixão para mos- trar que não estava sozinho em casa. -Mas com quem você está, Joni? -ela perguntou, pulando para trás e olhando para mim intrigada. -Meus pais, são meus pais. -Joni querido, que susto você me deu. -Ela disse mais calma e tomou posse dos meus joelhos novamente. 29

Então, sem decoro, ela se sentou na outra cadeira à minha frente. Nós olha- mos um para o outro e em silêncio. Para mim, ela ainda era muito magra e calcu- lei que ela não aumentou três quilos, como ela disse, serão cerca de 300 gramas. -Quando você vai embora? -Mas Joni, que problema você está me fazendo sair! -Eu te pergunto porque não quero que você saia muito em breve. -Oh! Como você é gentil. -ela sorriu um pouco e novamente o silêncio nos en- volveu. Nós olhamos um para o outro com êxtase, bem ela, porque eu ainda esta- va confuso e imaginando quando ela iria embora. De repente, ela disse algumas palavras mágicas: -Não quero que venda o Falcon, falo com o papai. -Mas... -Ele vai nos ajudar, não se preocupe Joni. -Bem. - eu disse e depois de um minuto - você quer beber alguma coisa? Tal- vez mate, café? Ela estava perto de responder, mas minha mãe apareceu e a primeira coisa que ela disse quando a viu foi: -E essa garota? -Eu sou a Érica namorada de Joni. -ela se apresentou inesperadamente e an- tecipando minhas palavras. Claro que fiquei chocado mais uma vez. -José, vem cá! -minha mãe gritou, ligando para meu pai. -Há a namorada do Joni! Bem, incrivelmente meus pais simpatizaram com Erica no primeiro tempo Meu pai perguntou coisas para Érica sobre sua vida e, por sua vez, minha mãe contou sobre a minha. Desta vez eu era um pau. A conversa entre eles durou o resto da tarde, eles nunca perceberam quando eu disse que salvaria o Falcon. Quando Francisca, minha mãe, foi jantar na cozinha e Érica a acompanhou, José falou comigo: -Ela é uma ótima garota! Eu parabenizo meu filho! -Viu como ela é magra? Ela é esquelética! -Eu notei com preocupação. -Nem tudo entra pelos olhos! – Disse meu pai. -É ótima e eu te disse! Ela é lin- da, amigável e bondosa! Meu pai ficou tão satisfeito, muito feliz, que ele não me deixou falar, nem eu queria contradizê-lo. 30

Durante o jantar e no café, o que eu não conseguia imaginar era onde essa ga- rota iria dormir porque não havia mais quartos e não havia camas sobrando. Mas então eu pude descobrir, na minha cama, é claro. Nas poucas horas em que estive em casa, Érica se comportou como se quinze anos tivessem passado. -Esta cama não é muito grande. -eu disse no meu quarto. - Eu me rendo a vo- cê, vou dormir na poltrona do corredor. –E eu andei, mas parei. -Venha aqui, esta cama é grande o suficiente. -Ela disse com algumas brinca- deiras. -Uma praça e um quarto. -Eu declarei. -Eu insisto que é muito grande! -ela expressou e começou a se despir ao mes- mo tempo em que me disse para colocar uma música adequada para a ocasião, você quer um pou- co de luz colorida, eu deveria ter dito a ela, mas não disse nada. Ela estava brincando, eu digo. Antes de irmos para a cama, olhei para ela e, de acordo com o meu equilíbrio, ela era o mesmo de an- tes. Mas quando a luz se apagou e ela se tornou fofa, ardente, quente e desejosa, eu não me importei com mais nada e entrei apaixonadamente e fomos para o céu. E por incrível que pareça, depois do sexo e do sono abraçando seu corpo esquelético, eu me senti como o rei faraó do Egito. 31

No dia seguinte, levantei-me cedo, por hábito, e ela no meio da manhã. Eu estava em diálogo com meus pais so- bre meu futuro quando Érica entrou so- rrindo e radiante como uma rosa da pri- mavera e ficamos muito surpresos ao cumprimentar meus pais da seguinte maneira: -¡Papai, mamãe, bom dia! É claro que estávamos absorvidos, Papai, mamãe, bom dia! sem palavras, pelo menos eu. Meu pai foi o primeiro a abrir a boca: -Que menina maravilhosa, maravil- hosa! Minha mãe acabou de dizer que ela é legal e que gostava de mim. Eu não disse nada, só pensei até onde essa garota quer ir? Isso entra cada vez mais em nossas vidas. Ela sabe tudo sobre o meu, e eu ainda não sei se quero estar com ela em outro lugar que não seja na cama. Gosto daqui, sou apaixonado, emociona-me, mas só lá. Ela estava levando esse relacionamen- to muito a sério, talvez muito antes, mas não explicou como isso poderia ter me atingido. De qualquer forma, acho que seria melhor contar a verdade o mais rápido possível, para que ela não tenha mais ilusões do que ela já tem, e então terá que pagar mais do que de- cepção. O mesmo vale para os meus pais que estão tendo muito amor. 32

Ela tomou um café da manhã de lazer e depois disse: -Vamos dar uma volta pela cidade, então eu o conheço. Eu concordei e fui tirar o Falcon da garagem e isso me parou. -Não, não! Vamos andar, como andar. –sorri falsamente e afirmei que não era meu hábito andar. Eu não queria ser visto por meus conhecidos, eles se desenroscavam de tanto rir. Todo mundo sabia que nos últimos anos eu não tinha namorada além de Bety, aquela garota bonita da cabeça aos pés, tanto que a maioria dos homens me in- vejou, disse coisas a ela e ela agradeceu-lhes com um sorriso doce. Foi por isso que quebramos o meu por ciúmes. E agora eles me viam com outra garota des- conhecida, forte, sem curvas, sem quadris ou qualquer coisa, e além daquela voz triste e pardal que faria mais de quatro rirem, não ela, mas eu. Recusei categori- camente. -Não, não, não andando! -Por favor, Joni! Ela pediu com tanta doçura e havia tanta ter- nura em seus olhos que eu não pude mais ne- gar a mim mesmo. Nesse momento vislumbro sua sinceridade, sua simplicidade e esplendor... Quase um anjo! Senti uma forte sacudida no peito quando o coração abriu os olhos. Fiquei quase chocado com as lágrimas que prometi a mim mesmo que se alguém na rua fizesse uma careta, uma piada, uma risada ou o que quer que fosse, eles dividiriam o rosto dele em dois. -Sim vamos. Eu disse com firmeza, decisão e orgulho. Felizmente, ninguém disse e não fez nada quando atravessamos as ruas e de braços da- dos. Embora parecessem exorbitantes, como se não pudessem acreditar que eu tinha uma namorada depois de Betty que nos encontra- mos em um canto. Coloquei meu peito para Betty 33

fora, levantei meu queixo e fiquei orgulhoso e feliz sem fazer nenhum esforço. Quando passamos pela praça, ela pediu para se sentar por um momento, mas antes que ela quisesse visitar a igreja em frente, eu a conhecia como católica lá. Quando saímos, procuramos um banco na praça sob as árvores e nos senta- mos cercados por várias canções, como pardais, pombos, bem-te-vis, tordos, beija-flores e outros que não consegui distinguir. Também recebemos os perfu- mes de roseiras, amoras, jacarandás, jasmim e eucalipto. Ela estava meio encantada e sorri- dente e deitou a ca- beça loira no meu ombro e ficou lá até dois minutos depois, de repente ela se irri- tou, me olhou nos ol- hos e ouviu de sua voz o que eu nunca imaginei que ela pu- desse ouvir de uma mulher em minha di- reção. -Você quer casar comigo? Eu estava seco de palavras e imagi- nação. Olhei para a igreja como se procu- rasse um sinal e, na- quele momento, a to- rre do sino respon- deu anunciando to- Você quer casar comigo? dos os dias, apenas 34

ao meio-dia, e tomei-o como sinal e depois disse: -Eu adoraria, mas... -Mas... o que, Joni? -ela perguntou com um tom de angústia que machucou meu coração e minha voz parou. Devo ter confessado que era um homem pobre, embora já devesse saber, mas, na realidade, não tinha onde cair morto. Por mais que ela trabalhasse, ela que tivesse um nível socioeconômico muito mais alto ao meu lado seria apenas escassa. E não é justo ou considerável que ela perca seu status por um homem tão simples e nada como eu. Eu a amava muito e é por isso que a deixei ir. Doeu muito vê-la sair, mas era a melhor coisa para ela, embora ela nunca me perdoasse. Chorei minha dor no om- bro dos meus grandes amigos, que me ajudaram muito a lidar com isso. Eu a amava muito e é por isso que a deixei ir 35

Com o tempo, comecei uma família, mas Érica... Érica estava sempre da- nçando em minha mente. - \"O tempo não passa de um lampejo\" - Dom Manuel me contou cerca de no- venta anos, enquanto bebíamos uma cerveja no bar à beira-mar. \"Olha, amigo\", respondi ao comentário: \"Que incríveis 38 anos se passaram dessa história que acabei de contar.\" Hoje sou aposentado... viúvo, tenho netos. Meus pais se foram. Darío também e a vi- da desaparece como aquele navio que eu observo lá à distância. -E me diga a verdade, você já a amou? -Sim claro que sim! -eu disse com algu- ma emoção. –Mas tarde percebi que a amava e... nunca deixei de amá-la. -E como ela era, me lembra de novo? –Bem, seus olhos eram tão claros, grandes, bonitos e... -Como aquela senhora que está aí? - Don Manuel apontou. -Que senhora? -eu queria saber com um coração meio batido. -Lá atrás, atrás de você. Eu me virei e era ela, eu a abracei com toda a minha alma “Meu pai estava certo \"Nem tudo entra pelos olhos\" você tem que saber ver além do envelope que temos” “Nada garante que uma pessoa esbelta e bonita possa ser tão maravilhosa quanto admirável” 36

Desenho gráfico Diagramação Agrupamento Drugot 2020 [email protected]


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