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Published by anapaiva, 2016-10-07 13:47:00

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Best of PortugalEsta revista é parte inntãegorpaondteenddoojsoerrnvaelndlaidabsoepra.rpadtam, na.nºte8. 32, de 30 Abril,



Ficha Técnica Índice Director 5> Centro tecnológico à frente do mercado Pedro Silva 6 -7> Fortunato Frederico em entrevista Redacção 8-9 > Calçado do futuro Anabela S. Carvalho 0-121 > Portugueses em força na Micam Liliana Guimarães 14-15 > Calçado amigo do ambiente cobiçado por estrangeiros 16-17> Empresas sanjoanenses na Alemanha Nuno Ferreira 18-20> A palavra aos empresários Fotografia 24-25 > Zarco e a aposta na excelência Arquivo labor.pt 27-29> Beppi, a marca do chinelo à conquista do mundo 30-31 > Netos, há 50 anos no mercado Rui Guilherme 32-33 - Tatuaggi, sapatos e perfume Fernando Aguiar 35-36 - Calçado brilha no Portugal Fashion 38-39 - Prémios GAPI distinguem quatro empresas Publicidade 40-42 - Sapato topo de gama para golfe é feito em Arrifana Fernando Aguiar Fernando Moreira Maquetagem/Grafismo Ana Paiva Rui Guilherme Execução LABORPRESS - Edições e Comunicação Social, Lda Tel. 256 202 600 Fax: 256 202 609 E-mail: [email protected] www.labor.pt Rua Dr. Maciel, 19 3700-175 S. João da Madeira Impressão FIG - CoimbraBest of Portugal3BestofPortugal



“Se neãleo deLseeatniidxrvoMaererlo,mádirectoodrsdoeCàenntrfoorTseecnnoclógoitcoendoCsdualoçaldtomare”rcado,Se, há 23 anos, a associação de industriais de calçado não tivesse criado empresas. “O feedback é muito positivo”, assegura o director do centro, corroborado pela responsável da unidade de investigação, Maria José Ferreira.o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), provavelmente hoje “Há um número cada vez maior de empresas a participar em projectos denão haveria sistema de corte por jacto de água ou a Lirel não teria concebido investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação. Empresas que estãoarmazéns automáticos. “O mérito não é só nosso”, corrige logo o director do no mercado e que sentem necessidade de introduzir modificações nos seuscentro, “mas diria que temos um papel de catalisador da inovação que tem sido produtos”, esclarece.muito importante”. “O promover e obrigar a que as coisas aconteçam é, muitas Foi do laboratório, nascido em 1981, que nasceu o centro tecnológico em 1986.vezes, o passo mais complexo”, afirma Leandro Melo. O espaço é um dos mais importantes do centro e emprega permanentemente 10Ao longo de 23 anos de actividade, o CTCP, sedeado em S. João da Madeira, tem pessoas. Todos os projectos que dali resultam surgem a partir de oportunidadestido sempre a preocupação de ser “pró-activo” relativamente às necessidades da ou ameaças identificadas pelo centro e pelas empresas. “Não fazemosindústria, garante Leandro Melo. investigação para consumo interno”, assegura Maria José Ferreira. “Só fazemosPara empresas de vocação exportadora, com uma estratégia de marca própria, o coisas que têm potencial para a indústria de calçado e afins e tentamos quecentro desenvolve produtos de elevado desempenho. Para empresas que fazem no projecto estejam quer as empresas que possam desenvolver, quer as queessencialmente “private label”, ou seja, que trabalham para marcas de terceiros, possam usar aquele resultado, para que esteja reunido um consórcio que,o apoio do CTCP centra-se na produção das mesmas, através da qualificação tendo resultados, os possa comercializar o mais rápido possível”. As empresasdos recursos humanos e implementação de bons processos de fabrico. envolvidas acabam também por servir de demonstradoras, multiplicando osUm terceiro eixo de actuação é trabalhar junto dos fabricantes de equipamentos, efeitos do trabalho.solas e materiais, para que disponibilizem produtos mais avançados, onde as O “biocalce”, por exemplo, é um dos projectos mais bem sucedidos do CTCP,empresas se possam abastecer. essencialmente porque surgiu na altura certa, defende a directora da unidade de“A primeira preocupação do centro passa por perceber o que é a nossa indústria”, investigação. De acordo com Maria José Ferreira, há muitos outros projectosafirma Leandro Melo, e depois actuar consoante as suas necessidades. O interessantes desenvolvidos pelo centro, mas que, às vezes, surgem desfasadosexercício obriga o centro a andar dois ou três passos à frente do mercado. “Se no tempo.não estivermos à frente do mercado, ele deixará de nos consultar”, avisa. No entanto, apesar da mediatização de que foi alvo, o rótulo amigo do ambienteDos 48 técnicos que o centro emprega, cerca de 40 são quadros superiores, não é o produto mais bem sucedido do centro. O desenvolvimento, desde oo que confere ao CTCP “uma massa crítica técnica que, dificilmente, uma início da década de 90, de equipamentos para a indústria do calçado terá sidoempresa tem reunida”. o contributo mais emblemático do CTCP, de acordo com Maria José Ferreira.Talvez a isso se deva a procura crescente e fiel dos serviços do centro pelas “Transformou a imagem de Portugal nesta área, porque não produzíamos esse tipo de equipamentos e hoje somos um produtor conhecido em várias áreas”, esclarece a investigadora. Outra área de sucesso foi o desenvolvimento de materiais. Anabela Soares Carvalho“A primeira preocupação do centro é perceber o que é a nossa 5Best of Portugalindústria”, Leandro Melo, director do CTCP

Pautado pela crise económico-financeira internacional, o início Em S. João da Madeira, fecharam as empresas Líder e Lusolindo. O que falhou nestas empresas? de 2009 trouxe também apoios para as indústrias da moda. O presidente Como compreenderá, a APICCAPS tem por norma não se pronunciar sobre da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, a situação concreta de nenhum dos seus associados, lamentando sempre o Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) fala sobre os apoios e a desaparecimento de qualquer empresa. internacionalização do sector do calçado. Fortunato Frederico considera que, Concorda que S. João da Madeira tenha perdido a justificação para se arrogar no futuro, se vai manter o peso relativo da indústria sanjoanense. “Capital do Calçado”? Porquê? A indústria em S. João da Madeira tem uma longa tradição e é mesmo Aquando do lançamento do Planos de Apoio ao Desenvolvimento das conhecida pela excelência do seu calçado. Algumas das principais empresas Indústrias da Moda (PADIM), demonstrou preocupação com a falta do sector estão sedeadas em S. João da Madeira e continuo a acreditar que o de clareza das medidas relativas aos créditos e seguros de crédito, peso relativo da indústria sanjoanense se vai manter no futuro. nomeadamente aos montantes. Mantém essa preocupação? Temos expectativas de que o PADIM permita ao sector de calçado atenuar “A idnadeúmcsotarniiasomedxeitarcoapvoleçr uma conjuntura internacional muito desfavorável. A questão dos seguros de crédito era uma das mais prementes para o sector. Ficámos optimistas É o sector que mais positivamepnortetu com a proposta do governo. Naturalmente, importa agora efectuar um acompanhamento sistemático desta medida, de modo a comprovar a sua eficácia prática. Em geral, o PADIM vai ao encontro das necessidades dos industriais de calçado? Consideramos da maior importância as medidas recentemente anunciadas pelo governo português. Estas surgem na sequência de diversas sessões de trabalho que a APICCAPS e a ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal) têm mantido como o ministério da Economia e da Inovação, desde Dezembro do ano passado. Foi, naturalmente, com particular agrado que vimos algumas das nossas propostas terem sido acolhidas pelo ministério. De um modo geral, o PADIM permitirá ultrapassar o muito deficiente funcionamento de dois mercados vitais para o sector: o mercado de crédito bancário e o dos seguros de crédito. Acreditamos, de resto, que não seria possível minimizar os impactos negativos externos e iniciar uma verdadeira e sustentada recuperação da economia internacional se estes mercados não funcionarem devidamente. Importa, ainda, destacar o reforço da aposta na promoção comercial externa. Consideramos, assim, que o PADIM vai ao encontro das expectativas das empresas e será um importante instrumento de melhoria da competitividade no futuro. A crescente aposta na internacionalização do sector tem surtido efeito? O sector de calçado exporta mais de 90 por cento da sua produção para os mais exigentes mercados internacionais (no total, Portugal exportou em 2008 calçado para mais de 115 países). Em 2008, as nossas exportações cresceram pelo terceiro ao consecutivo. É mais uma grande prova do dinamismo do sector de calçado em Portugal Como é que o sector tem respondido à crise? O cenário internacional, com mais de dois terços das economias mundiais no limiar da recessão, não se afigura fácil para sectores altamente exportadores como o calçado. No entanto, os empresários têm dado provas de um invulgar dinamismo. Recordo, a título de exemplo, que em 2008 e 2009 o sector está a implementar a mais extensa campanha de promoção externa, com o apoio do QREN, com mais de 120 empresas a participarem nos grandes eventos internacionais. Esta é mais uma prova cabal da capacidade do sector em enfrentar os períodos mais exigentes. Desde 2006, Rhode, Ecco e Ara, três gigantes do calçado, emagreceram a sua mão-de-obra para quase metade. O que é que isto diz acerca da situação em que se encontra o sector? Consideramos que os números falam por si: a indústria de calçado é o sector mais extrovertido da economia portuguesa, que coloca no exterior mais de 90 por cento da produção. É o sector que mais positivamente contribui para a balança comercial portuguesa. Nos três últimos anos aumentou as exportações e conquistou quota de mercado aos seus dois directos concorrentes internacionais: Itália e Espanha. É, pois, um sector que alia a tradição à capacidade de inovar e de se impor no futuro. Não escondemos, também, que estes são muito exigentes. O ano de 2009 será particularmente complexo, já que a situação económica mundial é difícil e perspectiva-se uma redução do consumo em alguns dos mercados mais importantes para as nossas exportações. Vai ser, pois, um ano de sacrifício, mas temos a expectativa de que, uma vez mais, o sector consiga contrariar as previsões mais negativas e continue a assumir-se como uma referência na economia portuguesa. As empresas de capital estrangeiro têm uma estratégia própria em termos de gama de produto que nem sempre está alinhada com a estratégia das empresas portuguesas e, por isso, preferem abandonar o país a alterar o seu padrão de6competitividade. Best of Portugal

850 milhões para vestuário, calçado e têxtil O governo e as associações das indústrias têxteis, de vestuário e calçado assinaram um protocolo de apoio àquele sector. O Plano de Apoio ao Desenvolvimento das Indústrias da Moda (PADIM), que deve vigorar durante dois anos, é composto por 23 medidas de apoio num total de 850 milhões de euros. O PADIM foi apresentado no final do mês de Março. Durante a cerimónia, o ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, afirmou que as empresas poderão “ir muito longe, lutar contra a crise e modernizar-se” com o PADIM. Umas das medidas que se destaca, a “PME Segura”, permite o acesso ao seguro de crédito das empresas exportadoras, com um plafond de 600 milhões de euros em que o Estado assegura 60 por cento do risco do valor da exportação. Outra das medidas anunciadas, “Consolida”, prevê mecanismo de fusão, aquisição e consolidação de empresas, com um fundo de investimento de 20 milhões de euros. O PADIM é também vocacionado para o emprego, nomeadamente, para a manutenção, criação e regresso ao posto de trabalho. O programa prevê incentivos à contratação e novos programas de estágio. A indústria têxtil e vestuário representa, actualmente, 12 por cento do total das exportações portuguesas e 23 por cento do emprego da indústria transformadora. No total, os têxteis e vestuário perfazem nove por cento do volume de negócios da indústria transformadora e oito por cento deste mesmo sector. No que toca ao calçado, este sector representa quatro por cento do total das exportações portuguesas e seis por cento do emprego da indústria transformadora. O sector do calçado totaliza três por cento do volume de negócios da indústria transformadora e cerca de três por cento da produção total. Apoio ao desenvolvimento passa por segurar emprego O Plano de Apoio ao Desenvolvimento das Indústrias de Moda (PADIM) contempla eixos de acção no sentido da protecção do emprego, apoios aos jovens no acesso ao emprego e no regresso ao mesmo. No apoio à manutenção do emprego, o PADIM prevê que as micro e pequenas empresas possam reduzir as contribuições para a segurança social a seu cargo para trabalhadores com mais de 45 anos. As empresas que se encontrem em situação de redução temporária da produção (lay-off) podem beneficiar de apoios através da medida Qualificação/Emprego, para possibilitar aos trabalhadores a frequência de acções de formação. As empresas podem ver recompensada a contratação de jovens ou de desempregados de longa duração através de um apoio à contratação, no valor de dois mil euros, e ficarem isentas, durante dois anos, de contribuição para a segurança social. Está ainda prevista a criação de estágios profissionais para jovens, em áreas de baixa empregabilidade. Também a contratação de desempregados com mais de 55 anos prevê uma redução de 50 por cento nas contribuições para a segurança social. O PADIM antecipa ainda uma linha de crédito específica e bonificada, de 100 mil euros, para apoiar a criação de novas empresas por parte de desempregados. O plano de desenvolvimento prevê também que a integração de desempregados em instituições não lucrativas seja apoiada.eçrrattudidgoouéesoa”sector Alguns números do PADIM contribui para a balança comercial O Plano de Apoio ao Desenvolvimento das Indústrias da Moda (PADIM) tem um orçamentouguesa próprio de cerca de 850 milhões de euros para apoiar a modernização do sector. Para combater as insuficiências financeiras das empresas, existe o programa “PME Investe” que prevê uma linha específica para micro e pequenas empresas (de 80 milhões de euros) e outra para empresas exportadoras (100 milhões de euros). Será ainda fixado um plafond a definir na nova linha de crédito. O PADIM prevê também a criação de linhas de seguro de crédito e a disponibilização de plafond para as indústrias de têxteis, vestuário e calçado. O programa “PME Segura” prevê a criação de seguros de crédito, no valor global de mil milhões de euros, para reforçar os mecanismos de seguro de crédito à exportação. No que toca ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), está prevista a aceleração dos pagamentos de incentivos aos projectos aprovados no âmbito daquele quadro. As taxas dos níveis de incentivo devem mesmo ser aumentadas de 35 para 45 por cento. Durante um período de três exercícios financeiros, os limites dos apoios concedidos ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 1998/2006 de 15 de Dezembro, relativo aos auxílios mínimos, aumentam de 200 mil para 500 mil euros. 7Best of Portugal

Como será o calçado do futuro?Sapato de usar dentro e fora de casa, produzido Esdtéittaiccaraãl,çoacdaonos ftdoerentdaoêmenaacinmahsbãideontepela Eject, uma empresa de Felgueiras Imagine um sapato. Até aqui, tudo bem. Agora, imagine que esse sapato muda de cor, textura ou padrão, de acordo com as condições atmosféricas ou com a cor da sua camisola ou com o padrão do solo que pisa. Esta é uma das ideias avançadas pela equipa de moda e design do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP) para o calçado do futuro. O calçado “sensor”, como lhe chamam, pretende aliar a moda à tecnologia e encerra em si um dos aspectos mais importantes a ter em conta no calçado futuro: a imagem. Já o é, mas, no futuro, a dimensão estética será um factor ainda mais preponderante na indústria do calçado. Tal como o carro, a casa e os locais que se frequenta, o sapato é cada vez mais um factor de estatuto social e tende a ser usado como elemento de diferenciação. Qualquer coisa como “diz-me o que calças e dir-te-ei quem és”, brinca o director do CTCP, Leandro Melo. Daí que a aposta na marca e na exclusividade seja dos conselhos mais ouvidos em8 Best of Portugal

sessões de trabalho organizadas por este centro.Para Leandro Melo, é difícil dizer o que será o calçado do futuro, mas há játrês eixos preponderantes que, com toda a certeza, coexistirão nos mercadosde amanhã: a estética, o ambiente e o conforto.Há uma grande preocupação com os factores ecológicos, o desenvolvimentosustentável e a diminuição dos resíduos. Por isso, pode dizer-se que o calçado“verde” marcará uma tendência muito forte no futuro. Prova disso mesmoé a adesão ao rótulo “biocalce”. Quarenta empresas da fileira do calçado jáimplementam nos seus produtos esta certificação desenvolvida pelo CTCP quegarante conforto e qualidade com materiais isentos de substâncias tóxicas.A exigência de conforto e as necessidades médicas de certos nichos demercado também abrem janelas de oportunidade no sector. As pessoas idosas,por exemplo, um segmento com cada vez mais peso na população mundial,têm limitações de locomoção que exigem calçado adequado não só à suanecessidade de conforto como às exigências médicas. Leandro Melo refereprojectos de calçado para diabéticos com sensores de temperatura, humidadee pressão, dada a fraca sensibilidade destes nas extremidades do corpo, ousapatos equipados com um sistema de alerta a possíveis ameaças clínicas.Outro campo de estudo é o calçado para caminhar. Com a moda dascaminhadas ao final do dia, criou-se a necessidade de desenvolver calçadoadequado para caminhar a passo normal. Os investigadores ainda estão atentar desbravar caminho nessa área, nomeadamente o nível de dureza e deflexibilidade da sola, a capacidade de impulsão, entre outros. O objectivo éaplicar elementos que facilitem o acto biomecânico de colocar um passo àfrente do outro.Os eixos de intervenção apontados pelo director do CTCP já são visíveis nomercado, mas, para Leandro Melo, a capacidade de resposta “ainda é muitoinsipiente”. “Entre a necessidade e a concretização ainda há muito para fazer”,avisa o engenheiro, dando o exemplo do calçado ecológico. “Já se fala deecologia desde os anos 70, mas ainda não temos soluções absolutas”. A istoacresce a mutabilidade dos dias que inutiliza, amanhã, a solução encontradahoje. “O futuro vai-se construindo. Cabe-nos a nós estarmos atentos”, afirmaLeandro Melo. Anabela Soares Carvalho Rua jornal O Regional | n.º 131 3700-024 S. João da Madeira Telefs: 256 898 222 | 256 898 223 | Fax: 256 898 224 E-mail: acastro [email protected] 9Best of Portugal

DmeleagiaoçrãeostproarntuggeiureasanfaoiMa seicgaumndaCifonomisear7isde4igarãuenonmodspecarroemnrsaejauasn,iloitazroaedddseatalressag8nnaog0çsãeimoarcapeç,orõrcneatsuudpgmorusoaemesaxpoatencrriatonicnMoiapsaisçiãqcuaoem Portugal foi o país com a segunda maior representação estrangeira na primeira edição deste ano da MICAM, que decorreu de 4 a 7 de Março, em Milão. Segundo informações da APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Sucedâneos) à Agência Lusa, Portugal contou com a presença de 74 das mais importantes marcas do sector, procurando assim promover as exportações e contrariar os efeitos da recessão mundial. Mack James, Chibs/Evereste, Hard Hearted Harlot, Mariano, Miguel Vieira, Netos, Tatuaggi, Softwaves, C.P. Coelho/Angelic e Camabel/Palinhas foram as 10 empresas de S. João da Madeira que marcaram presença em Milão para participar naquela que é a maior e mais prestigiada feira de calçado do mundo, com mais de 72 mil metros quadrados e a participação de 1.611 empresas, das quais 572 estrangeiras (não-italianas). Ausentes do certame, mas por opção da organização, estiveram os expositores asiáticos, uma medida com a qual a entidade organizadora procurou, de acordo com declarações à agência Lusa, “manter um padrão da oferta num patamar elevado». A presença da delegação portuguesa na MICAM constituiu uma das muitas acções promocionais que irão ser realizadas em diversos mercados externos em IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, LDA. Rua Dr. Sá Carneiro, nº 107 Apartado 48510 Best of Portugal 3701-914 S. JOÃO DA MADEIRA Tel. 351 256 200 720 fax. 351 256 200 729 email: [email protected]



2009, para os quais o sector português de calçado exporta mais de 90 por cento da sua produção. Financiada pelo QRENatravés do programa Compete, a campanha promocional está orçamentada em 8,5 milhões de euros e será realizada em13 mercados distintos, com um plano que abrange cerca de 140 empresas.Segundo informações da APICCAPS as exportações nacionais de calçado continuaram a revelar, em 2008, umdesempenho positivo apesar da recessão que se vive internacionalmente, sendo de notar que desde 2005 têm vindo aregistar um crescimento de 10,5 por cento.“Estimular a procura, qualificar a oferta, diferenciar positivamente o calçado português relativamente aos seusconcorrentes e perspectivar novas janelas de oportunidade em mercados de elevado potencial de crescimento futuro”são alguns dos objectivos da campanha enumerados à Lusa pela APICCAPS, associação que divulgou também que,entre Janeiro e Novembro de 2008, as vendas de calçado português nos mercados externos aumentaram 2,2 por centorelativamente ao ano anterior. De acordo com esta associação as vendas ascenderam a 1.266 milhões de euros o quepermitiu que Portugal se aproximasse de Espanha e de Itália, dois dos mais fortes exportadores e concorrentes directos.Ainda segundo a agência Lusa as exportações espanholas recuaram, no mesmo período, cerca de 4 por cento, ao contráriode Itália que, apesar de ter registado um crescimento de 1,5 por cento, ficou aquém (0,7 por cento) das portuguesas. Éainda referido que o preço médio do calçado português exportado também registou um aumento de mais de 13 por cento,pelo que Portugal é, agora e depois de Itália, o país com o maior preço médio. Nuno Santos Ferreira artigos para calçado, lda www.lusocal.com | [email protected]: Rua da Variante, 1100 - Ap. 4510 | 3700-904 Romariz (S.J.M.) | Tel.: +351 256 840 090 | Fax: +351 256 840 099Filial: Rua Frei António F. Vilaça, 222 | Carvalhinhos - Margaride | 4610-187 Felgueiras | Tel. : +351 255 310 530 | Fax: +351 255 310 539 Praça Luís Ribeiro | 191 | 3700-172 S. João da Madeira | Telm. 963 177 352 Para que o crescimento dos pés de crianças e adolescentes Horário: segunda a sexta | 10h às 19h30 | sábado | 9h30 às 18h30 se processe correctamente é importante escolher bem o calçado12 Best of Portugal



Rótulo “biocalce” desperta interesse da indústr Enamcperretisfaicsadçãe oIatmálTiigaaeecndEoolaósgmpaicbnoiehdnaotemCdoesasterlnçaavrdoalomvid-asepienloterCesseandtaros14 Best of Portugal

ria estrangeira evidências técnicas e o consumidor é cada vez mais exigente relativamente à informação”. A certificação “biocalce”, um rótulo desenvolvido pelo Centro Seguindo essa linha de actuação, os cadernos de especificações do “biocalce” foram disponibilizados na Internet para que o consumidor possa conhecer os Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP) que indica que um determinado requisitos que um produto certificado tem de cumprir. produto é amigo do ambiente, já despertou o interesse de alguma indústria Para além disso, todas as empresas que implementam aquele rótulo nos estrangeira. O director do CTCP, Leandro Melo, admite ter recebido alguns seus produtos são periodicamente inspeccionadas pelo CTCP para apurar se contactos, nomeadamente de Itália e Espanha, interessados em adquirir a continuam a cumprir os requisitos a que estão obrigadas. “Assim, quando o certificação, mas, até agora, tem-nos “desvalorizado”. consumidor adquire um produto “biocalce” sabe que este cumpre um conjunto “Este é um selo, sobretudo, para a indústria portuguesa”, justifica o de requisitos e a empresa é obrigada a manter um serviço que garanta o engenheiro, “é para ela que trabalhamos, é ela que nos paga”. O CTCP cumprimento desses requisitos”, conclui Leandro Melo. foi criado em 1986 pela associação portuguesa de industriais de calçado, contando desde então com financiamento das próprias empresas e do O que distingue um produto biocalce ministério da Economia. “Não faz sentido que usemos competências pagas por Portugal ao serviço de outras empresas”, contrapõe Leandro Melo, Para que um determinado modelo de calçado seja acreditado com o rótulo alegando que esse caminho aumentaria a própria concorrência da indústria “biocalce”, terá de se sujeitar a uma verdadeira bateria de testes que garantam portuguesa. Admite, contudo, não saber até que ponto poderá o CTCP manter que será macio e flexível, que se adapta ao pé, que mantém a temperatura esse princípio. estável (nem muito quente, nem muito fria) e que absorve os impactos na zona A internacionalização do selo “biocalce” poderia criar dividendos para aquele do tacão. centro de investigação, sedeado em S. João da Madeira, e gerar financiamento Os modelos terão que não apresentar um desgaste elevado dos materiais, não para melhores serviços para a indústria portuguesa. Mas Leandro Melo descolar, não fender, não descoser, não rasgar, não inibir a transpiração e não garante que a exportação do rótulo não é, de todo, o objectivo do CTCP. manchar os pés ou meias do utilizador. Os requisitos de segurança química, Actualmente, perto de 50 empresas portuguesas já comercializam produtos são particularmente exigentes. “biocalce”. O rótulo é visível em 70 modelos de sapatos, 64 peles, quatro Quanto mais intensivo for o contacto de um produto com a pele (e quanto palmilhas e quatro têxteis. Mais de 100 lojas do grupo Sonae apresentam essa mais sensível for a pele), mais exigentes serão os requisitos humanos certificação nos seus produtos. e ecológicos que o produto terá de cumprir. Assim, e de acordo com as Para a directora da unidade de investigação e qualidade do centro, Maria diferentes classes, foram estabelecidos valores limite de produtos químicos José Ferreira, o sucesso do “biocalce” deve muito à abordagem que faz que podem ser utilizados. Esses valores estão de acordo com as normas pré ao consumidor. “Neste momento, o consumidor procura produtos que estabelecidas pela marca e podem ser consultados no site www.biocalce.org. satisfaçam as suas necessidades, mas com conteúdo que ele compreenda”, Um produto abrangido pelo pack básico do “biocalce” tem de eliminar por justifica a investigadora. “Hoje há muito marketing que não é suportado por completo a emissão de produtos tóxicos para o ambiente e excluir substâncias nocivas à saúde. Características extra podem juntar-se à certificação original: isento de crómio e PVC, cuidado extra, anti-escorregamento, resistência à água, materiais naturais e biodegradável. Anabela Soares Carvalho 15Best of Portugal

Empresas sanjoane S.coJmoãooddeasigMn daadHeiraareslotDesfile da Hard Hearted Harlot com roupa de A Hard Hearted Harlot e a SoftwavesAnabela Baldaque, no Portugal Fashion, em Março foram as únicas marcas com produção em S. João da Madeira presentes na feira de calçado GDS, que decorreu em Düsseldorf, Alemanha, entre 13 e 15 de Março. Mais de 31 mil potenciais compradores visitaram a feira alemã, que encerrou com um balanço predominantemente positivo. De Portugal partiram 29 empresários, mais três do que na última edição da feira e mais seis do que na anterior, o que evidencia um aumento da presença portuguesa no show room alemão. Sete das empresas portuguesas com representação na GDS são da região do Entre Douro e Vouga. Para além das empresas sanjoanenses, marcaram também presença a Vírus Moda, Luís Onofre (Oliveira de Azeméis), Kayak/Storm, Valusi e Fidji-Lunik (Santa Maria da Feira). Criada em 2004, a Hard Hearted Harlot é uma marca que resulta da colaboração entre a fábrica de calçado sanjoanense Meigo S.A., que produz os sapatos, e os designers de calçado ingleses Carol e Perry King, a viver em Girona, Espanha. Com 45 anos de experiência, a Meigo lançou-se na produção de calçado que pretende ser original no design e dirigir-se a mulheres que buscam individualidade e expressão própria. Noutra linha, a Comforsyst S.A., produtora e proprietária da marca Softwaves, prima pelo conforto e bem-estar que imprime ao seu calçado. Apostada na inovação tecnológica, a empresa, que completa em 2010 40 anos, aplica nos seus produtos técnicas avançadas que conferem estabilidade termal, circulação de ar, efeito de massagem e suporte anatómico. De acordo com os dados estatísticos disponíveis, citados pela Aicep, Portugal forneceu para a16 Best of Portugal Calce bem, calce connosco Rua Dr. Maciel nº68 | 3700-175 S. João da Madeira | Telef 256 828 609

enses na Alemanhateve preelporceosennfotardtoadeamSDoftüwssaevldesorfot e Alemanha, em 2007, 12,4 milhões de pares de calçado 17Best of Portugal a um valor total de 263,3 milhões de euros, sendo responsável por uma quota de 5,2 por cento das importações alemãs desta categoria de produtos em termos de valor e de uma quota de 2,4% em termos de volume, ocupando, respectivamente, a quinta e a sexta posição no ranking de países. A evolução mais recente, tendo por base os dados para o primeiro semestre de 2008, aponta para uma recuperação das importações alemãs de calçado de Portugal, com um acréscimo na ordem dos 10,6 por cento em valor. A GDS é uma das mais importantes feiras de calçado mundiais e registou, este ano, 1.110 expositores, originários de 38 países e apresentando 1.870 colecções para a época Outono/Inverno 2009/2010. Para a directora da GDS, Kirstin Deutelmoser, a qualidade dos visitantes da última edição “foi muito alta, sendo que todos os importantes compradores estiveram representados”. O presidente da Federação Central da Indústria de Calçado Alemã (HDS), Ralph Reiker, acredita que a feira “demonstrou que o sector precisa de um factor constante em tempos difíceis, factor esse que junta o retalho e a indústria e resulta num efectivo e pessoal meio gerador de comunicações”. A próxima GDS realizar-se-á no centro de exposições de Düsseldorf de 11 a 13 de Setembro de 2009. Luís Onofre estreia-se no “White Cubes” O estilista oliveirense Luís Onofre estreou-se no espaço “white cubes”, uma área da GDS onde grandes desenhadores como Calvin Klein, Donna Karan, Don Ed Hardy, Gianfranco Ferré, John Galliano ou Kenzo Takada têm presentes as suas colecções de calçado. O espaço “white cubes” pretende ser uma montra de marcas de topo para uma audiência seleccionada e é das áreas mais populares entre os retalhistas mais exigentes. Chama-se “white cubes” numa alusão ao cenário, branco e purista, que pretende chamar a atenção dos visitantes para os produtos expostos. As produções de Luís Onofre, exclusivamente femininas, são conhecidas por serem elegantes e sensuais. O sucesso do designer oliveirense começou em 1993 com a atribuição do prémio “Melhor Design” da publicação italiana Ars Sutoria. Onofre trabalhou, entre outros, com as casas Cacharel e Daniel Hechter e, em 1999, criou a sua própria marca, que é distribuída por todo o mundo. Anabela Soares Carvalho

Edcpeorcvmemrioseicspntcuarúepennmsaáttdeeersoridosoes Alpim Os empresários portugueses inquiridos pelo labor mostram-se 1. Foram bastante desanimadores devido à cada vez menor afluência afectados pelo momento actual da economia. Registam uma de clientes a estes certames. diminuição de visitantes nas feiras internacionais e alguma retracção nas encomendas. Recomendam, por isso, uma nova 2. Há, cada vez mais, um maior reconhecimento da qualidade e do abordagem à organização destes certames e a aposta em outros design português ao nível internacional. mercados que não os tradicionais 3. Sim, sem dúvida, mas de uma forma mais directa em mercados1) Face ao actual panorama internacional, como avalia os específicos. Não podemos esperar que o cliente nos bata à porta.resultados da sua participação nas últimas Feiras de Calçado?2) A receptividade dos clientes ao calçado português tem sidomais favorável do que anteriormente?3) Acha que as empresas nacionais devem continuar a apostarnuma presença internacional? Porquê? ALPIM - Fábrica de Calçado, lda | Tv da Fábrica, 53 | 4505 - 566 Pigeiros18 Best of PortugalTel. 256 911 778 | Fax. 256 917 077 | e-mail: [email protected]

Flex & Go1. Positiva apesar de, efectivamente, se notar alguma retracção nahora de colocar as encomendas.2. A receptividade é boa. É, aliás, uma tendência que se tem vindo aacentuar nos últimos anos. E isso deve-se, essencialmente, à enormecapacidade mobilizadora das empresas nacionais que não se têmpoupado a esforços para ajudar à afirmação internacional do calçadoportuguês. As empresas têm muito mérito nisso.3. Sem dúvida nenhuma. Mas tem que haver uma criteriosa selecçãodas feiras tendo em conta a sua adaptabilidade aos produtos de cadaempresa e aos mercados que se procuram. É fundamental apostarcom maior vigor nas feiras que mais nos interessam, do que dispersaresforços em todas. Aliás, penso que para conquistar novos mercadose novos clientes, não haverá muitas outras alternativas à participaçãoem feiras. Rua António Luís da Costa, 100 | Apartado 86 3701-909 S. João da Madeira Tel.: 256 202 640 | Fax: 256 832 155 19Best of Portugal

Evereste Jonh Lakes1. Positiva porque, apesar de não termos registado um significativo 1. Face ao panorama actual as feiras decorreram dentro daaumento de clientes, mantivemos e reforçamos o relacionamento normalidade do sector que, na minha opinião, se traduz emcom os actuais. quantidades encomendadas que não nos satisfazem. Fruto da conjuntura global que se torna um desafio de gestão de uma unidade2. Sim. Constatamos que algumas das marcas internacionais estão produtiva. Urge a necessidade de ir à conquista de potenciaisa deslocar as suas produções para a Europa, principalmente para mercados para o nosso produto. Temos de encarar este momentoPortugal, em regime de “private label”. Em relação ao calçado deprimente do mercado como altura certa para analisar e reflectirportuguês, sob forma de marca própria, a percepção dos clientes sobre novos mercados. Não podemos estar à espera que a crise passecontinua favorável. como fosse uma tempestade sazonal.3. Sim, sem dúvida. É a oportunidade de mostrarmos as nossas 2. Neste momento, nem por isso. Sinto, junto do calçado italiano,colecções internacionalmente e de aumentar a notoriedade da nossa a descida de preços fruto da terrível conjuntura num esforço demarca. manterem as produções a funcionar o que, no nosso nível de produto e preço fez com que, em alguns casos, perdessemos negócios. 3. Sim. Essencialmente para promoção da marca e para apresentação das colecções e não tanto com o objectivo de concretizar encomendas. As feiras, hoje em dia, servem para apresentar o seu posicionamento das marcas e produtos no mercado sendo, por isso, o local certo para os potenciais clientes poderem encontrar o que procuram.20 Best of Portugal



MackJames Netos1. Os resultados das feiras têm ido ao encontro das nossas 1. Positiva.expectativas sabendo, porém, que são também fruto de um trabalhocontínuo e exaustivo da nossa parte. Temos estabelecido contactos 2. Julgo que os mercados continuam a ter uma boa receptividade aonovos interessantes e solidificado os habituais. calçado fabricado em Portugal.2. No último ano já sentimos alguma diferença. O factor “Produto 3. Sim, claro. E, se possível, devem expandir cada vez mais essaPortuguês” começa, “devagarinho”, a ganhar alguma posição mais presença e apostar em novos mercados para superar eventuaisrespeitada ao nível de imagem e qualidade. quebras que venham a registar nos chamados mercados tradicionais.3. Sem dúvida. Dada a conjuntura geral qualquer pessoa se apercebeda dinâmica e visão que os mercados internacionais têm, mesmoface à dita crise. A postura a adoptar e a imagem que pretendempassar não é tão receosa e, pelo menos, quando abordados sobrequalquer temática, mostram sempre estar num patamar maisalargado, nomeadamente nos negócios e intelectualidades, o quedemonstra progressividade contínua e oferece alguma estabilidadea quem pretende iniciar um negócio internacional.22 Best of Portugal



Sapatos e clie24 Best of Portugal

entes satisfeitos emxADpaesrovioêinpdeaamcsiasdpasreuldehaCoseávsdróiaideoriaaxlnp,oarsãaroSoavsemuqiauataneefratosoemfsakgnlaíualteioréawe,psmoohabdorfsiwreuaeaonqdutaqaeeumr.e4Auaf0menzteaffoáinlnmbotreseimc,da.eé a A fórmula parece simples. “Eu quero saber é de Scomapantoomdee peoxrcteulgênuêcsia sapatos e clientes satisfeitos”, atira Carlos Santos, assim que Neste momento, a Zarco comercializa três marcas próprias: a “Mackjames”, se senta à mesa. “Tudo o resto não me interessa”. “Isso inclui jornalistas?”, pergunta o labor. O silêncio responde pelo a “Starlabel” e a “Carlos Santos”. A primeira, criada há cerca de 20 anos por Carlos empresário. Santos, foi a que inaugurou o sistema de fabrico Goodyear Welted e continua a ser Foram precisas três viagens à Zarco, em S. João da Madeira, aquela que predomina ao nível de vendas e na indumentária da família, uma vez que para sentar o seu proprietário e fazê-lo falar de evidências. tanto pai como filho calçam sapatos daquela marca. “Desportivos não é connosco”, Carlos Santos acorda e deita-se a pensar no trabalho. confessa Armando. As linhas da “Mackjames” definem-se como clássico-moderno. Provavelmente também sonha, embora não o tenha dito. A sua A “Starlabel” foi o primeiro projecto do filho Armando Santos. A marca - que começou filha Raquel, gestora dos recursos humanos da empresa há cerca por designar-se JFK mas, por dificuldades no registo, acabou por abandonar aquela de quatro anos, põe-no de uma forma clara: “nós estamos na designação - partiu da intenção de desenvolver uma linha mais jovem e moderna, mas segunda-feira e ela já está a pensar na sexta”. sem ser agressiva. “Tranquila” é a palavra usada pelo seu criador para a descrever. Quando Carlos Santos entrou na Zarco como comercial deveria Embora não sejam sapatos fabricados em Goodyear, usam o mesmo tipo de pele e ter uns 14 ou 15 anos. Ainda a empresa se situava junto ao acabam por servir os mesmos clientes, porque o estilo clássico-moderno que sempre antigo Zé do Vário. Lembra-se de ir vender sapatos de táxi caracterizou a fábrica mantém-se nesta linha. “Nós não temos clientes de moda. Somos para Braga, Coimbra e Chaves ou de os levar na camioneta em mais subtis”, afirma Armando. atados, porque ainda não tinha carta, mas não quer falar sobre Curiosamente, a jóia da coroa tem nome português e um bem conhecido. “Ao fim isso, porque aborrece-o. “Já me chateia ouvir isto. Quero falar é destes anos, tanto a fábrica como a própria imagem do país vai ganhando notoriedade”, no presente e no futuro”, interrompe. justifica Carlos Santos, criador e patrono dos sapatos que chegam a custar 3.000 Anos mais tarde comprou sociedade na empresa e, desde 2002, euros quando envolvidos em pele de crocodilo. Ainda assim, a Zarco não espera pela é o único dono. Sob a sua direcção, a Zarco apostou no fabrico “Carlos Santos” para se sustentar. “Não temos essa necessidade. Continuamos com as artesanal do calçado, através da implementação do sistema encomendas habituais - a maioria para marcas de terceiros -, o que nos permite fazer Goodyear Welted, e lançou três marcas próprias com preços os “Carlos Santos” com tempo, bem feitos, como entendemos que deve ser”, explica o de venda ao público entre os 300 e os 3.000 euros. Produz empresário. “Agora, isto vai evoluindo de ano para ano e, um dia, a empresa até poderá 400 pares de sapatos ao dia e facturou em 2008 cerca de sete chamar-se Carlos Santos”, afirma o próprio, em tom de presságio. Enquanto isso não milhões de euros. acontece, continua a ser o letreiro com o seu nome que, no exterior, dá as boas-vindas a O trajecto em direcção ao topo tem custado muito empenho quem entra na fábrica. ao empresário. Talvez por isso diz que, durante muitos anos, A Zarco tem 70 colaboradores e vende sapatos um pouco por todo o mundo. Tem duas a Zarco foi a sua amante. “Para ter êxito, tem que ser assim”, lojas próprias da Mackjames em Bruxelas e S. Petersburg e prepara a abertura de uma afirma o homem que desconhece outra forma de estar no nova no continente europeu. trabalho que não implique “paixão” e “exigência”. Por isso, lhe é tão difícil delegar responsabilidades a quem quer que Anabela Soares Carvalho seja. Mesmo que esse alguém seja o filho primogénito, que já o acompanha na empresa há 15 anos. “Ainda tem quilómetros 25Best of Portugal para andar”, avisa o pai. “Jamais, aos 34 anos, eu quereria assumir alguma coisa”, responde mais tarde o filho, actual senior manager da Zarco. “Além disso, o meu pai está bem forte para mais 15 ou 20 anos”. Assim parece. Rigoroso e sem meias palavras, Carlos Santos é um homem que sabe bem onde está e para onde vai. Reconhece que já chegou longe, mas olha o sucesso com cautela. Traça objectivos altos - “sempre” - e sabe como alcançá-los. “A base é manter o rigor na qualidade do serviço e a estratégia é investir na notoriedade das marcas e abordar novos mercados”, responde, sem hesitar. Para isso, a Zarco continuará a participar em todas as acções de promoção externa que conseguir. Mas continuará, essencialmente, a apostar na componente humana. “Podem pôr aí a melhor máquina do mundo, mas se não tiver um bom operador, consciente e profissional, que saiba o que está a fazer…”. A mão-de-obra da fábrica é gerida com a mesma seriedade que, por exemplo, o departamento comercial. O próprio empresário passa mais tempo na secção de produção do que no escritório e cai em cima de todos os funcionários, independentemente do departamento ou parentesco, com a mesma força se algo corre mal. A inovação tecnológica é, curiosamente, vista com alguma apreensão. A Zarco tem máquinas que já nem se fabricam mas que continuam a dar cartas numa empresa que baseia toda a sua sobrevivência na excelência do produto. “Não podemos beliscar a qualidade só porque aparece uma tecnologia mais avançada”, justifica Carlos Santos. “Só cedemos à tecnologia se ela compensar”.

Aplical - Acessórios para Indústria,Lda Rua do Condestável, 84 - Apartado 507 3700-091 S. JOÃO DA MADEIRA Tel. + 351.256 202 210 - Fax +351.256 202 211 E-mail: [email protected]

O imdpéorciohidnaelomarcaDAdoecmecahsda4ianp0aeeltsooptasaàçeíãsbeoofsat,.acaEcthudpirrenmoenesueleo2n2vetà02a, 0ca6om7nB0iq,l0huvõieesempntspadoidddepeureoeloosumdesrtuuoedzsnim.fteduÉriodlehnoõtaepesasmdrqaeuaeprtoacvdareonedssd.oeAcabado de chegar duma viagem que passou pelo Iraque, Síria e Nda BunoepMpi paairaa, aademxpinoristtarçaãdoorJordânia, o administrador das exportações da Beppi recebe o labor com o mesmoritmo acelerado com que entra e sai do avião. Com lojas da marca a abrir todas assemanas, Nuno Maia passa mais tempo fora do país do que dentro.A Beppi é propriedade de Jorge, Nuno e Paulo Maia, respectivamente pai efilhos, e está sedeada em Santa Maria da Feira. A empresa decidiu instalar-se noconcelho vizinho por uma razão muito simples: o acesso à auto-estrada.A empresa, a Planitoi, S.A., nasceu em 1992, com sede em Lisboa, tendo passadodepois para o Norte. É aí que nasce o projecto Beppi. A marca começa a importarprodutos da Ásia e a comercializar artigos ligeiros, como sandálias de praia elonas. Com o desenvolvimento da mão-de-obra e processos de fabrico asiáticos, 27Best of Portugal

no final dos anos 90, a Beppi passa rapidamente do chinelo para o calçadodesportivo e daí para o urbano. Hoje, embora mantenha a imagem casual, amarca acolhe todo o tipo de calçado de lazer.A empresa, que nasceu com os chinelos, vendeu em 2007 sete milhões depares de sapatos e facturou 22 milhões de euros. A Beppi emprega, em SantaMaria da Feira, 50 pessoas e é uma das três empresas portuguesas certificadassimultaneamente em quatro áreas: responsabilidade social, ambiente,segurança e qualidade.Produzidas em oito países diferentes, as colecções da Beppi vão do pré-natal ao número 46. Por estação, são desenvolvidos em média 600 modelosde sapatos que servem para todos os mercados. “Não fazemos colecçõesespecíficas para nenhum mercado. Ela é global e adapta-se”, explica NunoMaia. Por isso, a equipa de seis designers da marca parte para a concepçãodas colecções com uma filosofia internacional e seguindo as tendências geraisda moda. “Não fazemos moda, seguimos. Mas temos de ter percepção do quepodemos seguir”, esclarece o empresário.Embora pequena, a equipa de desenvolvimento é “muito bem controlada” eidentificada com a essência da marca. A empresa já tentou contratar designfora, mas a experiência não resultou, porque o conceito Beppi perdeu-se,justifica Nuno Maia.Actualmente, a marca vende em 40 países, sendo Espanha e Portugalos principais consumidores. Os restantes são mercados emergentes,nomeadamente o Médio Oriente e a Europa de Leste. “A nossa produção estápreparada para vender no Norte e Sul da Europa”, assegura Nuno Maia. Acolecção Outono/Inverno, por exemplo, é bem vendida na Primavera/Verãoda Rússia.Nuno Maia tem no escritório um mapa do mundo com dezenas de pionésespalhados por todos os continentes, à excepção do americano. “Na Américado Sul, principalmente, é muito difícil entrar, porque os respectivos governossão proteccionistas”, explica Nuno Maia.Embora produza para todas as idades, o melhor consumidor da marca éa criança e o adolescente até 15 anos. A pensar nesse mercado, a Beppiassociou-se à Lazy Town, uma série infantil que aposta na saúde dasNovas instalações28Silva Santos & Silva, lda. Peles para calçado e Marroquinaria Rua A das Travessas, 274 | Apartado 306 Telef.: 256 822 663 | 256 824 132 Best of Portugal 3701-912 S. João da Madeira Fax: 256 831 256

Extensões cabelo 100% natural crianças. Não foi a primeira vez que a marca da Feira tentou uma parceria Tratamentos rosto | corpo com outra marca, mas foi a primeira que conseguiu. O projecto assenta na comercialização de modelos originais “Lazy Town”, que deverão entrar noRadiofrequência | Depilação laser mercado no próximo mês de Maio. Unhas gel Na mesma altura, a Beppi lança a nova linha “Go Green”, fruto de uma parceria com uma fábrica das Filipinas que produz bijuteria. As novas sandálias, completamente naturais, foram concebidas à imagem dos acessórios filipinos e, com a compra, dão direito a uma peça de bijuteria. O projecto tem ainda uma vertente social, uma vez que foi plantada numa comunidade desfavorecida das Filipinas vegetação suficiente para, daqui a cinco anos, dar matéria-prima ao projecto. Mas a Lazy Town e a Go Green não são os únicos projectos sociais da Beppi. Depois da visibilidade que conseguiu através de campanhas televisivas, a marca opta agora pelo patrocínio de equipas de vólei, vela e futebol, como parte de uma nova abordagem ao consumidor, que assenta na aproximação da marca ao cliente final. “O nosso interesse é apostar nos pontos de venda”, explica o administrador da exportação da marca. Por isso, foram desenvolvidos três projectos diferentes de loja: a loja Beppi, a loja monomarca (semelhante à loja Beppi, mas não controlada pela fábrica) e a loja multimarca. Actualmente, a marca tem entre 50 e 55 lojas próprias, 15 das quais em Portugal. Santa Maria da Feira, Lourosa e S. João da Madeira acolhem uma cada. “Estamos mais interessados em vender um sistema do que só o produto”, afirma Nuno Maia. “E os mercados emergentes são mais fáceis, porque são mais virgens e mais abertos. Embora corramos mais riscos”. Ainda no ano passado, uma semana após a abertura de cinco lojas na Geórgia, estalou a guerra com a Rússia, o que obrigou a mercadoria que seguia a caminho de Tbilissi a voltar para trás. Por outro lado, o mercado europeu é, na opinião do empresário, “mais seguro, mas com muitas dificuldades, porque está bombardeado de produtos e esteve durante muito tempo descontrolado”. “A União Europeia lançou regras de mercado que, quanto a mim, falharam”, lamenta. Anabela Soares Carvalho cabeleireiros estética Sempre consigo! Rua Padre Oliveira, nº 178 | 3700-200 S. João da Madeira Telef.: 256 824 066 | Telm.: 939 302 092 [email protected] 29Best of Portugal

Há mais de 50 acorte de pele para a indústria RUA CAMILO CASTELO BRANCO 200 B 3700-076 S. JOÃO DA MADEIRA | PORTUGAL TEL. - FAX 00351 256 820 039 TLM 933 189 081 - 966 078 640 E-MAIL: [email protected] ESCALONAMENTO DE MOLDES Quando surgiu no mercado, há 52 anos, a PARA A INDÚSTRIA DO CALÇADO Netos fabricava apenas calçado de criança. Sendo CORTE E GRAVAÇÃO A LASER este o seu segmento mais forte, hoje em dia a empresa sanjoanense produz calçado jovem e de senhora RUA CAMILO CASTELO BRANCO 200 A na linha de conforto. “Tivemos que diversificar os 3700-076 S. JOÃO DA MADEIRA | PORTUGAL sistemas de fabrico para poder manter a produção TEL. - FAX 00351 256 823 655 | TLM 968 024 759 a um ritmo considerado razoável”, garante um dos fundadores da empresa, Domingos Neto. (junto ao Infantário IOS) Actualmente, a Netos exporta toda a sua produção. Os antigas instalações do Labor cerca de mil pares que produz por dia vão directamente para os maiores mercados europeus. A empresa WWW.ESCALMOLDES.COM sanjoanense exporta, maioritariamente, para Espanha, E-MAIL: [email protected] França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Inglaterra e Grécia. Há 50 anos, a Netos produzia cerca de 20 pares30 Best of Portugal por dia. As encomendas foram crescendo e a fábrica também. Aumentadas por duas vezes, as instalações albergam agora cerca de 100 trabalhadores. Além disso, a Netos sub-contrata bastante, principalmente na área da costura. Na Netos lida-se com a crise “com a mesma

anos no mercadoJosé Neto, actual administrador da Netos 31Best of Portugaldificuldade com que os outros lidam”, nas palavrasde Domingos Neto. A aposta da empresa é expandiros seus produtos para outros mercados. A resposta àcrise passa pela internacionalização das vendas e pelaprocura de novos mercados.Inicialmente, a Netos vendia em Portugal e chegoumesmo a estar implantada nas antigas colóniasportuguesas. As dificuldades em exportar paraÁfrica fizeram com que os irmãos Neto se virassempara o velho continente. Inglaterra foi o primeiromercado a ser desbravado pela empresa sanjoanense.Actualmente, sente-se a forte concorrência de paísescomo a China e a Índia. Contudo, é uma concorrênciaque se impõe pelos preços praticados e não pelaqualidade.Mais de meio século depois da inauguração oficial, aNetos continua a ser gerida pela família que a fundou. Liliana Guimarães

Os sapatos que d Recentemente instalada em S. João da Madeira, a Tatuaggi é uma empresa 100 por cento exportadora que fabrica calçado de senhora de gama média-alta. Apesar da marca não se apresentar no segmento de conforto, o gerente José Alberto garante que os sapatos Tatuaggi são cómodos. Para mulheres dos 16 aos 50 anos, Tatuaggi apresenta “um sapato bonito mas que é confortável”. A escolha do nome Tatuaggi prende-se com “sonância italiana, por ser mais relevante a apelativo para o consumidor”, para facilitar a penetração da marca. Nunca abdicando do label “Portugal Quality Shoes”, o calçado Tatuaggi é hoje encarado como um prolongamento da personalidade das mulheres que o usam. Sempre numa perspectiva de marketing directo ao cliente final, a Tatuaggi não é publicitada. José Alberto acredita que “o marketing é tanto mais eficiente quanto seja capaz de surpreender o consumidor”. Por isso, desde Outubro, os sapatos Tatuaggi são vendidos juntamente com um perfume concebido pelo empresário. “É um presente para surpreender o cliente”, garante. Por ano a empresa faz cerca de dez colecções que são vendidas praticamente no mundo todo, da Europa ao Japão, passando pelo Dubai. Há mercados onde a marca ainda não está implementada, mas José Alberto não revela as rotas de expansão. A marca que surgiu como um projecto pessoal do gerente “tem um bom potencial de venda no mercado”. Nas palavras de José Alberto, “o fundamental é conseguir vender a primeira vez a um cliente, porque depois ele está ganho”. Garante que raramente perde um cliente e não é pelo preço que pratica, “mas pela qualidade e serviço”. Cerca de 40 por cento das vendas, “com tendência para aumentar”, são feitas com a marca Tatuaggi. O gerente garante que a quase totalidade dos modelos são desenhados na fábrica. “As formas, as solas, o design do artigo, é tudo criação Tatuaggi”, refere. Neste32Best of Portugal

dão um perfume momento, a Tatuaggi tem cerca de uma dezena de pessoas que trabalham só na área da criação, do design, estilismo e parte técnica. Inicialmente, a Tatuaggi contava apenas com três pessoas: um modelador, José Alberto e uma pessoa a controlar a qualidade e a parte burocrática. Trabalhou assim durante dois anos, em Arrifana, tendo depois passado para uma “mini-produção”, no Cavaco, Santa Maria da Feira. Esteve assim durante mais dois anos e depois começou a produzir. Hoje, em S. João da Madeira, mantém alguma sub-contratação, mas tem a produção centralizada na Zona Industrial das Travessas. Foi o crescimento da empresa, as “grandes solicitações e a aceitação do produto” que obrigaram a Tatuaggi a estabelecer-se na cidade sanjoanense. Aqui, consegue “manter o tipo produtivo, a qualidade de serviço, a rapidez da resposta e de resolução dos problemas”, diminuindo os custos de produção. Na óptica de José Alberto, S. João da Madeira está a perder o estatuto de capital do calçado “por causa da falta de qualidade dos jogadores”. A analogia com o futebol é facilmente explicada: “as equipas ganham jogos quando têm 11 jogadores que trabalham para a mesma coisa. Depende da uniformidade e da qualidade do trabalho de cada um”. Manter o rótulo de capital do calçado depende “da massa empresarial e do comportamento individual de cada um”, acredita. Mas a cidade mantém tudo o que precisa, “qualidade, antiguidade, especificidade do produto e ‘know-how’”, para conservar o galardão. Liliana Guimarães Rua Clube Desportivo de Cucujães,n.º 794 | Apartado 33 | 3721-908 Vila de Cucujães | PORTUGAL Tel.+351 256 899 365 | www.centenario.com.pt 33Best of Portugal

A sua AgênciaOP. Alvará n.º 391/82 de Viagens e Turismo Av. da República, 418 – 4450-237 Matosinhos - PortugalTelef.: 229 397 970 PPCA • Fax: 229 397 979 • E-mail: [email protected]

Portugal Fashion, em Vila Nova de Gaia, no Calçado está na moda 35Best of PortugalNorte e ModaLisboa, em Cascais, no Sul, voltaram aser os principais palcos de apresentação ao público domelhor que se faz na moda portuguesa.Neste capítulo, o sector português do calçado esteve,uma vez mais, presente nos dois principais eventos demoda do país, sobretudo com um maior destaque noNorte. Esta situação tem vindo a evoluir nos últimosanos, depois de ter terminado a “MOCAP” –MostraPortuguesa de Calçado, o principal certame deste sectorcom as etiquetas de marca “Made In Portugal”.Portugal FashionNa 24ª edição do Portugal Fashion, e sob o tema“Urban Colours”, antídoto para o clima de pessimismoe desalento que invadiu a sociedade portuguesa,realizaram-se no passado mês de Março, no ParqueEixo Atlântico, junto ao edifício do El Corte Inglês,quinze desfiles de criadores e marcas (vestuário ecalçado), com propostas de moda para as estaçõesOutono/Inverno 09/10.Neste evento e repetindo êxitos anteriores, PortugalFashion propôs novamente, em parceria com aAPICCAPS, dois desfiles individuais dos estilistas/criadores José António Stréna, de S. João da Madeirae Luís Onofre, de Oliveira de Azeméis, e ainda umcolectivo de calçado, desta feita com as colecçõesdas marcas Atelier do Sapato by Macosmi, Cohibas/Evereste, Dkode, Felmini, Fly London, Goldmud,Norbrand, Y.E.S. e ainda a marca Harlot, em parceriacom a estilista Anabela Baldaque.Neste capítulo, coube aos dois designers da região,José António Stréna, no primeiro dia, e Luís Onofre,no segundo, terem as maiores honras de destaque nestesector, não só por terem tido desfiles individuais mas,sobretudo, pelas apresentações mais pormenorizadasdas colecções, com propostas de alta sapataria emarroquinaria.Enquanto J. A. Stréna exibia a irreverência nas linhassexys num ambiente de glamour onde se destacavam osacessórios. Por sua vez, Luís Onofre optava para umacolecção revivalista, de tempos já passados, evocandoas botas militares da I Guerra Mundial. O designeroliveirense reforçou ainda o espírito requintado da suacolecção “uma janela para o passado”, com um lookvintage.Assumidamente urbana e com uma colecção deforte inspiração sensorial foi o que a marca Dkodeapresentou no Portugal Fashion. Com um conceitojovem, clássico e urbano, mas muito irreverente, talcomo nos já habituou ao longo dos anos, a Nobrandprocurou ainda juntar na sua colecção, o conforto e aqualidade.Sempre progressiva e nunca convencional, é o grandelema que a Fly London tem vindo a apostar nassuas linhas, mesmo em tempos de incerteza. Para osresponsáveis, a colecção Outono/Inverno 09/10 é amaior e a mais exuberante de sempre, feita para os

que não desistem e querem diversão. Uma colecção para todos os gostos e de estilos variados, sapatos de uso fácil, mas donos de uma sensualidade incomparável. Já a Felmini dividiu a sua colecção em três claras tendências, marcadas por personalidades ímpares. Western, Motorock e Natura foram as propostas ali exibidas. Forte e elegante é que o Atelier do Sapato define na sua segunda colecção de calçado e marroquinaria, toda ela inspirada na mártir Joana D´Arc. A fusão entre dois conceitos destintos de botas, resultou uma colecção de luxo e força feminina. A Cohibas/Evereste apresentou sapatos clássicos com um toque vintage e alguns modelos em ténís com um look chic, futurista e tecnológico. Estilos arrojados e urbanos fazem destes modelos uma colecção de referência na moda portuguesa, uma identidade do homem cosmopolita cada vez mais exigente. No segundo ano de sua afirmação, a Goldmud apresentou uma colecção “retro basic”com materiais seleccionados e produtos requintados, espelhando bem o espírito urbano em jovens de ambos os sexos. Já a Y.E.S. teve como filosofia, a “Bohéme & Chic”, oferecendo criatividade com qualidade. A marca teve ainda a inspiração de Philippe Morvan um dos maiores ícones mundiais do estilismo de calçado. Em parceria com a estilista Anabela Baldaque, a marca de calçado sanjanense Harlot voltou a estar presente nesta edição do Portugal Fashion. As propostas de senhora com muito glamor ali exibidas mostraram o bom trabalho que a Harlot tem vindo a realizar nestes últimos anos. Miguel Vieira na ModaLisboa Miguel Vieira voltou abrir a passerelle do ModaLisboa/Estoril, logo no primeiro dia dos desfiles, reforçando ainda mais os seus créditos na moda portuguesa, naquela que é considerada pelos críticos da especialidade, o melhor do país. Sob o tema “Sol Nascente, Sol Poente”, Miguel Vieira voltou a arrebatar fortes aplausos da plateia com a suas propostas de moda para as estações Outono/Inverno 2010. Nas suas tendências, o criador sanjoanense misturou gueixas, samurais, dandys e Hitchcok, numa colecção onde realçavam os tons de pretos, brancos e cinzas, todos eles sempre em voga. Tal como nos finais dos anos 90, na ModaLisboa, em que Miguel Vieira finalizou o seu desfile com Rui Reininho e os GNR, a edição deste ano coube ao punk rockeiro, Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, de smoking fechar o desfile do criador sanjoanense. Calçado Mata Men´s Devotion (Homem) e a estilista sanjoanense Joana Marques (Senhora) desfilaram também na ModaLisboa, calçando a estilista Alexandra Moura. Fernando Aguiar36 Best of Portugal

Modacalzado “luta” para crescerFdparoorvMaemnioe1dna5tecsaodlszeeaxddpiovo,esritcsoeorrsetapsampíoseerst.uongudeeseesstqiuveermamarceamramexpporseiçseãnoçacenrcaaeddieçã7o0d0e MmaarrcçaosO recinto de feiras de Madrid acolheu, de 17 a 19 de Março, o Salão 37Best of PortugalInternacional de Calçado e Artigos de Pele (Modacalzado/Iberpiel), queencerrou a série de feiras na Europa neste primeiro semestre e reuniu osmostruários e colecções de calçado e complementos para o Outono-Inverno2009/10, apresentados por de mais de 300 empresas num total de cerca de700 marcas. Naquela que é a maior feira de calçado da Península Ibérica,a indústria portuguesa marcou, mais uma vez, uma presença significativacom 15 empresas, em mais uma participação inserida, tal como a Micam, noconjunto de acções de promoção internacional que o calçado português está adesenvolver em 2009. A iniciativa é da APICCAPS em parceria com a AICEP,e apoio do Programa QREN/Compete, que prevê um investimento total de 8,5milhões de euros.Dirigida aos profissionais, o certame foi dividido em quatro sectoresdistribuídos pelo mesmo número de pavilhões: Metro - que apresentavaum estilo urbano e com as colecções mais atrevidas, Street & Casual - maisdirigido para a cidade e o tempo livre e a exibição de calçado infantil,Glamour - em que predominava a sofisticação e elegância com um desenho dealta qualidade e Chic - onde eram apresentadas as últimas tendências para omercado mais dinâmico.Esta última edição da Modacalzado & Iberpiel, para além de permitir que osexpositores apresentassem as novas tendências da época, acolheu também aquarta edição da exposição de fotografia CalzArte, organizada pelo Museu doCalçado de Elda e em que o tema era o calçado e a moda. A mostra, dirigida aprofissionais e entusiastas, acolheu o trabalho de 40 finalistas onde o calçado easpectos relacionados com o mesmo serviram de inspiração.Exportações para mercado espanhol crescem 6,9 porcentoPara a indústria portuguesa de calçado, o mercado espanhol assume-se comouma prioridade estratégica, o que é confirmado pelos números das exportaçõesque têm vindo a aumentar de forma sustentada nos últimos anos, tendo mesmochegado a atingir, em 2008, um valor máximo de 116 milhões de euros.No último ano, as exportações para Espanha registaram um acréscimo decerca de 6,9%, mas Portugal tem vindo, desde 2005, a reforçar a sua posiçãocomo um dos principais exportadores à escala mundial, sendo de assinalaruma subida de mais de 10 por cento, nesse período.Nuno Santos Ferreira

Solado composto por dois elementos, desenvolvido pela Jomarpi Um sapato à dimOs Prémios GAPI - Centro Tecnológico de Calçado de Portugal A sexta edição dos Prémios GAPI-CTCP Inovação Tecnológica contou com uma novidade. Pela primeira vez, foi atribuído um prémio à distribuição e(CTCP) - Inovação Tecnológica 2008, atribuídos no decorrer das III Jornadas retalho. O galardão foi atribuído à Sonae Distribuição pela aposta que temShoeInov, que decorreram em S. João da Madeira, contemplaram as empresas feito no comércio de calçado português, nas mais de 100 lojas Modalfa eLirel (Arrifana), Procalçado (Porto), Jormapi (Benedita) e Sonae (Maia). Zippy Kidstore, espalhadas por todo o país. A Sonae foi também distinguidaNovos materiais, novos produtos de calçado, novos equipamentos e novos pelo trabalho que desenvolveu em 2008 com a Loop, a sua marca própria.modelos de negócio na distribuição/retalho, foram as quatro categorias de Mais de metade da produção verifica-se no estrangeiro mas a Sonaeprémios atribuídas. Os prémios foram instituídos para distinguir as empresas Distribuição investiu um milhão de euros na abertura de quatro lojas emportuguesas que se revelam mais arrojadas no desenvolvimento de calçado de Portugal, onde também comercializa etiquetas como a Converse, Le Coqelevado valor acrescentado e que, no seu fabrico, empregam matérias-primasinovadoras.38 Best of Portugal

mensão do pé 39Best of Portugal Sportif, O´Neill, Hush Puppies, Camper, Puma e Adidas. Na categoria produto, a empresa Jomarpi venceu com um sapato constituído por um solado composto por dois elementos, que funcionam por meio de um encaixe deslizante. Assim, permite-se o aumento do volume interior do calçado. Para esta inovação foi já efectuado o respectivo pedido de patente. A Jomarpi foi fundada em 1954 e integra hoje duas unidades produtivas, empregando cerca de 140 trabalhadores. Produz uma média de 1.100 pares de sapatos por dia e encaminha 90 por cento da produção para o mercado europeu. A Procalçado foi distinguida na categoria de “Materiais e componentes”, pela colecção de novos materiais inovadores, ecológicos e de resíduos reciclados. Os materiais inovadores são solados biodegradáveis incorporando fibras naturais de sisal, juta, cânhamo e papel; solados reforçados por fibras de aramida com propriedades físicas melhoradas que se diferenciam das soluções actuais, de maior densidade e solados incorporando pó de borracha resultante dos resíduos de borracha do processo produtivo. Líder europeia na concepção, desenvolvimento e fabrico de componentes para calçado, a empresa conta com 220 funcionários e fabrica anualmente mais de seis milhões de pares de solas. Detém duas marcas exclusivas: a Forever, direccionada para solas, e a Wock, uma linha de calçado profissional. Por último, na categoria de “Bens de Equipamento”, a empresa Lirel foi a vencedora do prémio, com um Sistema Logístico de movimentação modular e flexível para produção de pequenas encomendas. A Lirel dedica-se ao desenvolvimento e fabrico de sistemas logísticos e máquinas para a indústria do calçado, desde 1961. Está também representada no Brasil, onde em 2002 criou a filial Lirel - Equipamentos Industriais, Lda. Os Prémios GAPI – CTCP - Inovação Tecnológica 2008 são uma iniciativa do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal, da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) e do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) no âmbito do GAPI (Gabinete de Apoio à Propriedade Industrial). As distinções têm como objectivo distinguir as empresas que se destacaram em termos de inovação nas áreas da tecnologia e da distribuição/retalho em 2008. Os Prémios Inovação Tecnológica na Fileira do Calçado foram  atribuídos por um júri constituído por representantes do INPI, do IAPMEI, da ADI, do CTCP e da APICCAPS. LG com Lusa

Greenway, topo de gama em sapatos de golfe A Greenway nasceu em Arrifana para estar ao nível dos melhores profissionais do golfe, sobretudo os mais exigentes, como o norte-americano,Tiger Woods. A ideia de apostar nos sapatos de golfe surgiu em 2006, quando Augusto Cristino, genro do fundador que dá o nome à empresa, foi chamado a assumir a direcção da Artur Pinho. Com veia empreendedora e de largas ambições, a grande missão do economista, era, nessa altura, encontrar alternativas válidas e suficientes para alterar todo o processo laboral da empresa. Acabar com a total dependência em relação às encomendas de terceiros foi um dos principais objectivos que se propôs implementar dentro da Artur Pinho. Para Augusto Cristino, não fazia sentido uma empresa que já contava com quase meio século de existência continuar a trabalhar em regime de sub-contratação. Para o empresário, havia um grande Especialidades Médicas Clínica Geral | Alergologia/Pneumologia | Cirurgia Geral | Cirurgia Vascular | Cardiologia | Dietética/Nutrição | Ginecologia/Obstetrícia Ortopedia | Medicina Dentária | Neurocirurgia | Gastrenterologia | Dermatologia | Oftalmologia | Oncologia Médica | Pediatria Psicologia Clínica | Psicologia Infantil | Urologia | Terapia da fala | Terapia ocupacional | Acupunctura | Podologia Enfermagem geral com serviços ao domicilio | Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho40Rua Fernando Paúl n.º 73 | 3720-245 Oliveira de Azeméis | Tlfs. 256 687 035 | 256 668 341 | Fax. 256 668 342 Best of Portugal



reconhecimento da qualidade da produção dos sapatos ali confeccionados e membranas isolantes para a impermeabilidade, solas de couro e pitonsjunto das grandes marcas, mas para os consumidores finais a Artur Pinho facilmente substítuiveis, são as grandes diferenças que fazem da Greenway ocontinuava a ser anónima. “supra sumo” dos sapatos de golfe.Depois de um grande estudo de mercado efectuado pelos responsáveis da O preço médio de um par destes sapatos é de 600 euros (P.V.P.), factor esseempresa, o primeiro passo foi criar uma marca própria, a “John Lakes”, um que Augusto Cristino considera que, para o cliente da Greenway, é o mesmoprojecto arrojado e inovador, para a estrutura da Artur Pinho. que comprar um “Rolls Royce”.Os resultados foram aliciantes. Em pouco tempo, os sapatos clássicos Para o economista, foram necessários dois anos de muito estudo epara homem, fabricados com a técnica Goodyear, ganharam adeptos em desenvolvimento para a Greenway conseguir chegar ao mercado commercados como Japão, Austrália, Alemanha, França, E.U.A. e Dubai. Para o sucesso. Pelo meio foram necessários um sem número de apontamentoseconomista, as perspectivas são, para já, animadoras. para cumprirem as exigências da alta competição. O requisito mais difícil deOutro dos factores que jogaram a favor desta empresa arrifanense, dentro do alcançar foi o de assegurar a impermeabilidade durante oito horas seguidassegmento de golfe foi o défice de fabricantes de sapatos para a modalidade, dentro de água, já que o máximo conseguido até então por outras marcasparticularmente de solas de couro à escala global. Conjuntura que deu mais era de duas horas. Os testes realizados no Centro Tecnológico de Calçadoalento à empresa Artur Pinho by John Lakes para partir à conquista do mundo comprovam essa capacidade.do golfe de alta competição num mercado mais exigente. Fernando AguiarO que é a Greenway?A Greenway é um sapato de golfe “topo de gama”, made in Arrifana, quefoi apresentado na última feira de Março, em Milão, Itália. Este sapato temum aspecto mais clássico do que a maioria dos sapatos de golfe. Para osresponsáveis, é no miolo, na construção do sapato, que está a diferença daJohn Lakes. A utilização do tradicional método Goodyear, de têxteis técnicos Mediador ExclusivoLuis Santos Contabilidade | Assessoria | Fiscalidade Rua Visconde, 1691 • 3700-265 S. João da Madeira Telef. 256 832 991 • Fax: 256 832 991 • Telem.: 91 861 63 47 • [email protected] Laser Bordados Transferes Lantejoulas Zona Industrial n.º 1 | Rua B das Travessas | n.º 96 3700-309 S. João da Madeira Tel. 256 898 214 | Fax: 256 898 216 e-mail: [email protected] Best of Portugal




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