Pedro VenturaDIRETOR POR UM DIA ILUSTRAÇÃO: JOSÉ MIGUEL CARDOSO
PEDRO VENTURA,48 ANOS,EMPRESÁRIO Editorial Caros leitores e sanjoanenses Foi com um grande SIM que aceitei o convite para ser o diretor desta edição de 28.º aniversário do Jornal Labor. Parabéns ao Jornal! Que VISÃO, que FUTURO para SÃO JOÃO DA MADEIRA em 2041? Foi com esta vontade, que todos, direta ou indiretamente se aplicaram nesta edição. Fugindo ao tradicional papel de jornal, aplicou-se como base um papel IOR de 70gr, feito através da pasta de eucalipto, produzido numa das maiores fábricas do mundo na Figueira da Foz, conhecida por Grupo Portucel Soporcel, agora com o nome Navigator Company. Vamos dar vida a quem deu vida a esta edição utilizando papel branco com impressão a preto em sintonia com as cores sanjoanenses. Com isto quero passar a PAZ, PUREZA e LIMPEZA transmitida pelo branco e a SERIEDADE e NOBREZA de SENTIMENTOS pelo preto. Começando pela capa do jornal, onde o pintor (à vista) sanjoanense, Zé Miguel, contribuiu com o desenho de uma visão longínqua sem o espectro de construções megalómanas que tantas vezes descaracterizam a cidade. Revela a vontade do regresso às origens, à simplicidade das coisas, ao essencial, à valorização dos afetos….. Que futuro queremos todos nós sanjoanenses, o que nos reservam os próximos 25 anos, como nos vamos empenhar? É com grande entusiasmo e a maior das vontades que me envolvi nesta missão. Resta- -me desejar que tanto quem teve a coragem de dizer como visualiza São João da Madeira daqui a 25 anos, como os leitores e sanjoanenses a quem se dirigiu a mensagem também façam acontecer…. Bom Futuro! Pedro Ventura
A humanização da fábrica Empresas sustentáveis e preocupa- que a empresa tem um gabinete de social. “Temos responsabilidade de JOÃO BRANDÃO,das com o impacto ambiental e social da cinco pessoas a pensar só em inovação. preservar aquele património e prepará- 49 ANOS,sua atividade, empresários ainda mais O resultado tem-lhe dado acesso a -lo para o futuro”, afirma o empresário. PRESIDENTE DOabertos ao exterior e recursos humanos tecnologias que lhe permitem o desen- CONSELHO DEque trabalhem lado a lado com recursos volvimento de novos produtos, os quais Quando instalou um gabinete na ADMINISTRAÇÃOrobotizados. A indústria do futuro aos vão-lhe abrindo portas difíceis de abrir, incubadora da Oliva Creative Factory, DA ERTolhos do administrador da ERT – um como as da BMW, da Volvo, da Peugeot para servir de âncora a todas as outrascolosso empresarial do qual pouco se ou da Citroen, onde a empresa tem jovens empresas, João Brandão sedeou “O GRANDE DESAFIOouve falar mas que é o segundo maior sido convidada a apresentar produtos. lá também o seu escritório.“Custava-me IRÁ CONSISTIR EMempregador da cidade - é humanizada Neste momento, aguarda a aprovação passar por aquele espaço todos os dias SABER COMO É QUEporque mais próxima das pessoas num de um sistema de monitorização do e vê-lo a degradar-se”, reconhece.Além A TECNOLOGIA NOSsentido literal e emocional. estado físico do condutor, implantado de a trazer para o futuro, o empresário LEVARÁ A UMA no volante do veículo, em cujo projeto vai também preservar o passado da Expliquemos primeiro o que é a a Volkswagen também entrará. Oliva. Contratou uma historiadora para INDÚSTRIA CRIATIVAERT. Nascida como Empresa de Reves- recolher in loco e em todos os recursos DE SUCESSO Etimentos Têxteis há 24 anos, a empresa A inovação já foi interiorizada no possíveis tudo o que resta da história SUSTENTÁVEL”de João Brandão começou por fabricar dia a dia da empresa, segue-se agora a da metalúrgica.forros para calçado. Em 2000 voltou-se fase da emoção. A ERT quer provocar 1992para a indústria automóvel, que é hoje emoções, não só no seu pessoal mas Esta nova vida da Oliva é em si85% da sua atividade, e em 2016 está também no consumidor. E aqui não se uma nova vida para a cidade.A eventual FUNDAÇÃO DA ERTem todo o lado: tecnologia, design, in- trata apenas de uma estratégia de mo- deslocação da ERT para aquele espaço,dústrias criativas, controlo da qualidade, tivação dos recursos humanos, embora integrado na malha urbana de S. João 2000 APOSTAaplicações de saúde, eletrónica e carros também. João Brandão liga a emoção da Madeira, perto de um museu, de umaelétricos. O Veeco é o primeiro carro à sustentabilidade e à capacidade de galeria, de uma escola e dos comercian- NOS COMPONENTESelétrico a ser construído em Portugal gerir recursos naturais. “As empresas tes mais antigos, traduz uma visão de PARA AUTOMÓVEIS(vão ser feitos 250 em 2017), tem um irão estar comprometidas com o positivo futuro: a das fábricas mais perto dasconsumo de um euro aos 100 e a ERT é pessoas. João Brandão acredita que 600uma das cinco empresas responsáveis. É “A ERA DO CRESCIMENTO a indústria entrará cada vez mais nastambém uma das maiores produtoras de INDUSTRIAL, CONSUMIDOR áreas metropolitanas, “perfeitamente TRABALHADOREScadeiras de bebé para bicicletas – 2.000 DE RECURSOS NATURAIS E enquadrada no ambiente habitacional”.por dia – e de componentes para auto- ENORMES QUANTIDADES DE Faz tudo parte da “reindustrialização” a 8 EMPRESASmóveis. Fabrica diariamente para 20.000 CAPITAL VAI DESAPARECENDO que se assistirá no futuro e que colocará 6 PAÍSEScarros da Aston Martin à Fiat, passando as empresas a produzir de forma respon- 79 MILHÕES DEpela Mercedes e pela Mazeratti. PARA DAR LUGAR A UM sável produtos com design e sofistica- DESENVOLVIMENTO MUITO ção, ao mesmo tempo que ajustará a EUROS DE VOLUME DE Não caminha mais sozinha, mas MAIS EFICIENTE E RESPEITOSO rotina fabril à vida das pessoas, através NEGÓCIOS EM 2015em grupo, e está em seis países. Até COM O MEIO AMBIENTE” de horários e remunerações flexíveis,2017 a ERT abre mais duas unidades prevê o empresário.de produção, passando a estar presente impacto social e ambiental das suasem quatro continentes. Emprega 600 decisões, os consumidores irão ser cada No calçado, as unidades de produ-pessoas (400 em Portugal), faturou no vez mais rigorosos e exigentes na ava- ção serão menos mas mais complexasano passado 76 milhões de euros e tem liação dos produtos que adquirem e na e tecnologicamente evoluídas. Joãocinco patentes relacionadas sobretudo forma como foram produzidos, o cresci- Brandão antecipa modelos de negóciocom aplicações para o têxtil. Fechou mento a nível mundial da classe média e baseados na customização, equipa-recentemente a aquisição da Oliva e o surgimento de uma nova geração com mento 3D e gestão mais eficiente deconta instalar nessas emblemáticas maior nível de formação a isso irá obri- recursos. “O compromisso de susten-instalações todas as cinco unidades pro- gar. Os consumidores irão assim basear tabilidade das empresas irá fazer comdutivas que tem na Zona Industrial das as suas decisões no impacto ambiental que se produzam sapatos que depoisTravessas. Porque é que não ouvimos e social das suas compras. A era do de usados possam ser reciclados e gerarfalar da ERT? “O ritmo é muito intenso crescimento industrial, consumidor de novamente matéria-prima necessáriatodos os dias. Não me preocupa colocar recursos naturais e enormes quantida- para produzir um novo sapato”, afirma.medalhas ou fazer mapas de conquis- des de capital vai desaparecendo paratas”, responde João Brandão. dar lugar a um desenvolvimento muito Os empresários serão ainda mais mais eficiente e respeitoso com o meio abertos ao exterior, levando as empre- A visão de João Brandão para ambiente”, antecipa. sas a esse caminho. “As empresas deS. João da Madeira em 2041 é a mesma sucesso deixarão o modelo tradicionalque o empresário de 49 anos tem para A aquisição do complexo industrial de produção baseado principalmentea sua empresa. “As empresas do futuro da Oliva ao fim de dois anos e meio de no saber fazer bem do operador (queterão que se desenvolver intensamente negociações surge desta combinação funcionou até aos dias de hoje) e irãonas seguintes áreas: sustentabilidade, de gestão com responsabilidade social. ter que crescer para fora”, vaticina.interação humanos/máquinas dotadas Há uma necessidade de concentrar as A nova geração de empresários quede inteligência artificial e customiza- cinco unidades produtivas que a ERT chega agora às empresas será pioneiração”, afirma. Os setores de atividade na utilização de novas tecnologias e noempresarial mais presentes na cidade “TEMOS RESPONSABILIDADE desenvolvimento de novos processosserão, em 25 anos, os mesmos de DE PRESERVAR AQUELE de produção. Nesse contexto, o apoiohoje – automóvel, calçado e indústria PATRIMÓNIO (OLIVA) E da câmara municipal à formação detecnológica e criativa – mas com outros um cluster de empresas tecnológicas emodelos de negócio. “O grande desafio PREPARÁ-LO PARA O FUTURO” criativas deve ser rapidamente aprovei-irá consistir em saber como é que a tado, aconselha.tecnologia nos levará a uma indústria tem nas Travessas. “Continuamos acriativa de sucesso e sustentável”, crescer. Temos alguma ineficiência ao “Projetar a indústria de S. Joãoresume João Brandão. nível de recursos. Precisamos de juntar da Madeira em 2041 é ao mesmo tudo”, explica João Brandão. Depois há tempo um desafio entusiasmante mas Há já algum tempo que o empre- a vontade de permanecer em S. João da também um exercício de uma enormesário vem pensando neste dilema. As Madeira e da Oliva ser o único lugar com imprevisibilidade. Vivemos numa fase120 viagens que faz por ano abrem- espaço suficiente para acolher a fábrica. de desenvolvimento em que a fronteira-lhe horizontes e dão-lhe solidão para E finalmente, há a responsabilidade do possível expande-se ao ritmo dapensar. É nesses momentos que surgem evolução do conhecimento”, reconhecealgumas das muitas ideias que a ERT João Brandão.tem lançado e patenteado. Desde 2013 Anabela S. Carvalho
MÁRIO PESSEGUEIRO,56 ANOS,ARQUITETOA indústriaé a única coisaque fixa pessoas Para Mário Pessegueiro, A saída “disto”, aos olhos deS. João da Madeira terá de con- Pessegueiro, não depende do polí-tinuar a ser o que sempre foi: a tico A ou B. “O tempo do Cambracidade “labor”. Só a indústria já passou”, sublinha. A fórmula dosalvará o concelho e a região de investimento público financiadouma morte lenta que a crise impõe pelas receitas das empreitadasàs pequenas e médias cidades. Mas “não vai voltar”. Qual a solução?o que no passado S. João da Ma- Projetos comuns entre cidades vizi-deira fez sozinho, hoje já não faz. nhas fortes, resume o arquiteto. OsEsqueça-se o bairrismo e pense-se concelhos do chamado Entre Douroseriamente a intermunicipalidade, e Vouga deveriam unir-se “comoaconselha o arquiteto. uma equipa de andebol” – andebol porque são cinco jogadores - pelo Mário Pessegueiro tem 56 desenvolvimento da região. Unir-seanos e é arquiteto há 34. Começou para criar “uma força com maisem 1982. Projetou casas e deu de voz”. Sem bairrismos, que o bair-caras com diferenças culturais de rismo “é o pior inimigo” e “nãogosto que o desiludiram. Desenhou leva a nada”. Até porque Máriofábricas e conheceu o mundo que Pessegueiro atravessa a rua e já estáhabita na visão dos empresários. em Oliveira de Azeméis.“Sempre fiz fábricas e armazéns.Lidei com pessoas de vistas largas e Na primeira década do séculocom uma noção de escala rasgada”, XX a chamada Associação de De-conta. Não é portanto de admirar senvolvimento Regional do Entreque seja precisamente na indústria Douro e Vouga tentou obter maisque Pessegueiro deposita o futuro resultados no campo da intermu-de S. João da Madeira. nicipalidade do que a mais antiga Associação de Municípios de Terras “A cultura só se faz depois do de Santa Maria (AMTSM). Só quedesenvolvimento económico e este fê-lo à custa de dinheiros públicostem que ver com a indústria. O maior e a torneira entretanto secou.desafio da região é captar indústria Ficou a AMTSM, uma associaçãoimportante que promova emprego sedeada no lugar do Parrinho dae fixação da população. A indústria qual se conhecem poucos projetosé a única coisa que fixa pessoas. E além da gestão das infraestruturasé a chave disto”, aponta o arquite- de saneamento. Mário Pessegueiroto. Por “isto”, Mário Pessegueiro vê nela um potencial enorme, querefere-se à “perda de importância pode eventualmente dissipar a di-das pequenas e médias cidades” ferença de peso entre um concelhonum contexto de crise. “Com uma de 20.000 habitantes e outro decrise profunda ganham as grandes 120.000.cidades. O dinheiro é todo cana-lizado para lá e a regionalização Nos anos 90, S. João da Ma-definha. Já sentimos isso há vários deira era vista como uma potencialanos com as assimetrias entre o cidade de serviços. “Nunca soube olitoral e o interior”, afirma. que isso é”, afirma Mário Pesseguei-
“A CULTURA SÓ SE FAZ DEPOIS DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E ESTE TEM QUE VER COM A INDÚSTRIA. O MAIOR DESAFIO DA REGIÃO É CAPTAR INDÚSTRIA IMPORTANTE QUE PROMOVA EMPREGO E FIXAÇÃO DA POPULAÇÃO”ro. A falta de espaço é um complexoque a cidade tem e não devia ter, naopinião do arquiteto. Mesmo comuma área limitada a industrializaçãovai acontecendo. A Zona Industrialdas Travessas foi ampliada masaguarda que a burocracia desblo-queie a venda dos lotes. A Faureciaestá a ampliar as instalações e aOliva foi recentemente adquiridapor uma empresa sanjoanense, oque deixou o arquiteto muito feliz.“Não há nada mais triste do queindústria abandonada”, comenta.Pessegueiro deseja que este ritmocontinue, mesmo que signifiquederrubar eucaliptais que aindaabundam na cidade. Grande defensor do comérciolocal, Mário Pessegueiro tambémnão imagina o futuro sem ele. “Ouhá estacionamento de superfícieacessível ou o comércio não sobrevi-ve”, avisa. Pessegueiro não se ilude.“Não somos dinamarqueses. Somosmediterrânicos e gostamos de levaros carros até à porta”. Por isso, asolução está no estacionamento ena abertura da praça ao trânsito, nãouma circulação mista condicionadacomo a que existe atualmente mascirculação “livre”, sublinha. Uma zona pedonal “exagera-da” e, mais tarde, o centro comercialdebilitaram um setor que, quandoestá vivo e dinâmico, “traz muitaqualidade a uma cidade”. “Fiz to-das as minhas compras de natal nocomércio tradicional numa hora. Noshopping demorava três. É impres-sionante a mobilidade que temos nocomércio de rua”. Anabela S. Carvalho
MANUEL CARLOS SILVA,63 ANOS.DIRETOR-GERAL DAAPICCAPS DESDE 1978Há 25 anostodos diziamque o calçadoia morrer A acompanhar a indústria portu- conhecer a concorrência, a tendênciaguesa de calçado há mais de 40 anos, de moda dos produtos. Aprende-seManuel Carlos Silva não se cansa de a olhar o mundo e a detetar sinaissublinhar a evolução do setor, quando que permitam fazer mais depressa atodos o condenavam à morte. Otimista mudança necessária. Esta capacidadenato, o diretor-geral da Associação é um ativo muito grande”, sublinha.Portuguesa dos Industriais de Calça-do, Componentes e seus Sucedâneos A capacidade exportadora dá(APICCAPS) avisa que o futuro depen- vantagem ao calçado portuguêsderá da capacidade dos empresários porque ensina a indústria a competirem continuar a bem interpretar os com mais ferramentas num mundosinais que o mundo vai dando. povoado de incertezas. Mas é tam- bém a boia de salvação de um setor Nessa equação entra necessa- impossibilitado de viver à custa doriamente S. João da Madeira. Com mercado doméstico. “O calçado só11,9% do volume de negócios do sobrevive se exportar muito”, afirmasetor, 18,6% dos trabalhadores e Manuel Carlos.14,3% do valor acrescentado, o maispequeno concelho do país dá um forte Projetar a indústria de calçadocontributo para os bons resultados do a 25 anos é projetar a economia. Ecalçado português: um saldo comercial 25 anos é um período muito curtode 1.200 milhões de euros. “Aquilo para projeções económicas, ressalvaque S. João da Madeira representa o dirigente. “Se excetuarmos os picospara o calçado português é conside- de petróleo, tivemos durante mais derável. Tem uma indústria muito forte 100 anos o barril abaixo dos 10 dólarese conseguiu diversificar a estrutura e nem temos noção disso”, comenta.produtiva de forma muito equilibrada. Manuel Carlos Silva percebe a pre-O peso da indústria no PIB do concelho ocupação do empresário para quemtorna-o muito industrializado mas não dois anos já é longo prazo mas a suaao ponto de recear perder emprego posição obriga-o a pensar uma econo-a favor do setor terciário”, afirma mia integrada na economia europeiaManuel Carlos Silva. e mundial e a perspetivar tendências mundiais a longo prazo. É isso que a O diretor-geral da APICCAPS APICCAPS tenta fazer: antecipar asconsidera que S. João da Madeira grandes tendências do mundo. E issoconseguiu encontrar um “equilíbrio torna-se mais difícil numa atualidadeentre a indústria e os serviços”, onde reina a incerteza sobre o futurocriando uma sociedade “cosmo- mediato e imediato. “Antes, o lucropolita e sofisticada”. E a pequenez era o prémio do risco. Hoje é o prémiogeográfica acabou por ser aqui uma da incerteza porque risco há sempre”,vantagem. “É difícil haver sucesso se resume o economista. “Temos aten-não houver uma natureza cosmopolita tados quase todos os dias, temos ume sofisticada, porque competimos com sistema financeiro que se desmorona,sociedades assim”, avisa. E quanto uma economia europeia anémica,mais exporta, mais cosmopolita e temos a China em abrandamento. Hásofisticada a indústria se torna. “Con- dificuldade em identificar os motorestactos diversificados fazem com que as de crescimento da economia mun-pessoas aprendam muito e este é um dial”, reconhece Manuel Carlos.setor onde as pessoas viajam muito.Nem se apercebem como adquirem O mundo vai ficando pequenoconhecimentos tácitos. Aprende-se a para o calçado português. Nesse esforço de identificar potenciais mer-
S. João da Madeira e o calçado nacional cados de exportação, a APICCAPS faz as contas todas mas o preço médio do calçado 18,6% 14,3% 11,9% português (o segundo mais caro do mundo) já não lhe dá grande escolha. UltimamenteDOS TRABALHADORES DO VALOR ACRESCENTADO DO VOLUME DE NEGÓCIOS tem vindo a investir na América do Sul, um território gigantesco mas onde apenas 11 cidades têm mais de um milhão de habitantes com um rendimento per capita superior a 30.000 dólares, o referencial de rendimentos da classe alta. Assumindo este referencial como navegador, a Europa continua a ser o melhor mercado. Mesmo “anémico”, o velho continente tem 250 milhões de pessoas com estes níveis de rendimento. Manuel Carlos Silva não gosta que rotulem o calçado de tradicional. Associa-o a uma indústria velha e antiga que não pode ser moderna. Reconhece a tradição do setor mas entende-a como parte de um ativo que Portugal tem e não soube reconhecer até Michael Porter chegar cá e dizer a um país habituado a imitar modelos económicos que “tem de fazer bem o que faz de bom”. Nesse conjunto de atividades “com grande tradição” está o calçado. “Se perguntásse- mos há 25 anos o que seria o calçado hoje, todos diriam que ia desaparecer”, recorda o economista. “Demos um bom exemplo, transformando um setor rotulado como tradicional num setor moderno, sofisticado e numa referência da economia portuguesa”, reage. Contudo, esta dicotomia “perversa” entre setores tradicionais e modernos mantém-se e pode prejudicar o calçado por- tuguês. “Faz com que as políticas públicas financiem empresas muito más em setores modernos e não financiem empresas muito boas em setores tradicionais”, avisa. Hoje, o calçado português é a “indús- tria maior do mundo” porque ganhou peso relativo. É responsável direto sobre 4% das exportações portuguesas, uma quota muito maior do que a do calçado italiano em Itália, do calçado espanhol em Espanha e mesmo do calçado chinês na China. Mesmo depois da entrada na União Europeia e da entrada da China na Organização Mundial do Comér- cio. “Diziam que íamos todos morrer mas sobrevivemos e contrariámos a fatalidade do destino que se antecipava porque conse- guimos interpretar os sinais melhor do que os outros setores e antecipar as mudanças”, conclui Manuel Carlos Silva. Não fosse a viragem no calçado portu- guês, S. João da Madeira teria desaparecido do mapa há 30 anos, avisa o economista. A grande dependência que tinha da indústria colocava a cidade em maus lençóis. Claro que à semelhança dos seus industriais de calçado, também soube reinventar-se, diversificando a sua indústria e alargando a oferta de ser- viços. Esta solução de indústria e serviços, potenciada pela centralidade geográfica, está tão “bem feita” que os segundos acres- centam valor à primeira, observa o dirigente da APICCAPS. Valências como a Sanjotec, a Oliva Creative Factory e mesmo a Casa da Criatividade conferem à cidade uma “socie- dade fértil” que, pela atração que exerce, incorpora e replica conhecimento, cultura, ciência, inovação e talentos. Para Manuel Carlos Silva, os sinais que o presente dá são de um crescimento do rendimento médio da população mundial, fomentado pelo crescimento da classe média, da entradas das mulheres no mercado de trabalho e do envelhecimento da população. Tudo isto altera padrões de consumo e abre novas oportunidades que, bem interpretadas e aproveitadas, fazem cair todos os receios dos empresários em relação ao futuro. “Além disso, seguramente as pessoas continuarão calçadas. Não é algo que possa ser substi- tuído por um produto virtual”, acrescenta. Anabela S. Carvalho
ANTÓNIO VÁLEGA,55 ANOS,DONO DA ÓPTICADAVID, EMPRESÁRIOHÁ 32 ANOSO comérciovai recuaràs origens:à rua,ao bom dia,ao aperto de mãoANTÓNIO VÁLEGA PERSPETIVA UMCOMÉRCIO ALEGRE E UNIDO. O COMÉRCIOTRADICIONAL NÃO MORRERÁ E OS CLIENTESPRIVILEGIARÃO A QUALIDADE. HAVERÁMAIS HONESTIDADE, AS COMPRAS ONLINEPERDERÃO FORÇA E AS PROMOÇÕES NÃOFARÃO SENTIDO
“NÃO PODEMOS TER LOJAS NA “ENQUANTO NÃO SE ACREDITARCIDADE, COMO TEMOS HOJE, QUE QUE O COMÉRCIO PRECISAHÁ 20, 30, 40 ANOS NÃO MUDAM DE LUZ PARA VIVER, ELE NÃO UMA LÂMPADA DA MONTRA” CONSEGUE RESISTIR. A LUZ ATRAI OS NOSSOS OLHOS”“Daqui a 25 anos, acredito que estaremos outra matéria. António Válega defende uma associação concentrado, responde. “Apesar de termos umavez no comércio do bom dia, do boa tarde, as pesso- comercial forte e dedicada a S. João da Madeira, cidade com uma área pequena, em que parece queas entram nas lojas e interagem”. António Válega, determinante no futuro da cidade. Uma associação tudo está perto, e está, temos de ter um centro maisdono da Óptica David, comerciante há 32 anos, tem com os olhos postos na dinamização do comércio, em centralizado e isso ajudaria muito mais o comércio.uma imagem otimista do comércio sanjoanense em tornar as lojas mais atrativas, mais iluminadas, que S. João da Madeira não precisará de se expandir2041. Vê um comércio jovem, alegre, unido. E o co- aproveitasse dias temáticos para promover eventos para outras ruas, para a periferia da cidade”. “Omércio tradicional sobreviverá. “Continuo a pensar que chamem público, clientes. A ideia é, especifica, comércio terá de se concentrar no centro, numa áreaque as pessoas vão precisar de sair à rua, dar os bons “trazer as nossas montras para a rua para interagir um pouco restrita”, acrescenta. António Válega vê menos centros comerciais “S. JOÃO DA MADEIRA NÃO e defende que o Parque América devia ser reestru- PRECISARÁ DE SE EXPANDIR turado. “Deveria haver um presidente de câmara PARA OUTRAS RUAS, PARA com coragem para tentar resolver aquilo”, defende. A PERIFERIA DA CIDADE. Ampliem-se as áreas, por exemplo. “Está atrofiado, O COMÉRCIO TERÁ DE SE as pessoas entram e sentem que tem muitos corre- CONCENTRAR NUMA ÁREA UM dores, muitas lojinhas”. “Precisava de mais luz, de POUCO RESTRITA” mudar de cor, de dar vida lá dentro”.A luminosidade é muito importante. “Enquanto não se acreditar que o comércio precisa de luz para viver, ele não conse- gue resistir. A luz atrai os nossos olhos”.dias, dar um aperto de mão”. “O comerciante será com o próprio público”. E com uma associação a Vive-se o tempo das formações também nestemais honesto com o cliente e o cliente também será pensar a cidade, será possível debater ideias para setor e se um dia se semeia, noutro espera-se colher.honesto com o comerciante”, comenta. divulgar o comércio. António Válega tem algumas. “Tanta formação e há menos serviço, há muita teoriaDa maneira como a tecnologia muda a cada dia Por que não ir a uma sapataria e como presente levar e pouco serviço, e isso terá de mudar”. Mas tudo levaque passa, a um ritmo alucinante, não é fácil perce- para casa um porta-chaves ou um perfume de uma o seu tempo. O comércio vive uma fase complicadaber como será o futuro.Ainda assim,António Válega ótica? Por que não ir a uma perfumaria e receber e não se espera que passe de um dia para o outro.prevê que as compras online perderão terreno, queos clientes preferirão ser atendidos por pessoas de “PARECE-ME EVIDENTE QUEcarne e osso. “Penso que não iremos ser atendidos TEREMOS DE SER MAISpor robôs. Daqui a 25 anos iremos estar tão cansados COMPETITIVOS E ADQUIRIRde tecnologia e de compras online que precisaremos QUOTA DE MERCADO Ade interagir com as pessoas. O povo português gosta EMPRESAS CONCORRENTES”de mexer nas coisas, de pegar, de ver, e esta novageração, que aposta muito nas novas tecnologias, iráretornar às origens”, refere. As compras online nãovão desaparecer, mas haverá necessidade de recuar uma calçadeira de uma sapataria? “Temos de nos A crise não ajuda e os clientes procuram promoçõesa outros tempos.“Antigamente havia as feirinhas em unir”. Para lembrar que o comércio de rua existe. e saldos. Também isso poderá ter os dias contados.que o povo se juntava e saía a rua”, lembra. Há que dar espaço aos jovens, apostar na ima- Em 2041, poderá ser diferente.“Quem vende maisHaverá mudanças, é certo. É possível que a ginação dos mais novos. Também por aí o comércio barato, tem menos lucro, tem mais desgaste na loja,cidade tenha um comércio de maior qualidade, poderá levar uma volta. “Quero acreditar que os tem de ter mais pessoal, e o cliente não é fiel à casamais concentrado no centro, com menos centros jovens terão a sua oportunidade cá, temos de lhes porque anda sempre à procura do mais barato”. Ecomerciais, mais jovens envolvidos em negócios, dar um bocadinho de espaço”. aparecem as promoções. “O comércio em Portugalassim lhe sejam dadas oportunidades. António O comércio está em constante movimento e tem uma concorrência fortíssima. E tem sido umaVálega acha, por outro lado, que a população se adaptação. Sempre assim foi, sempre assim será. guerra cada vez mais forte e intensa, nomeadamentecansará das grandes superfícies comerciais. “Apesar Em 2041, poderá haver lojas mais pequenas em ao nível do preço e das ações promocionais. Falardos centros comerciais serem o top dos confortos, S. João da Madeira, um comércio mais pontual, os do comércio hoje é falar de promoções”, diz. Antó-quer no estacionamento, quer no clima, com uma comerciantes poderão investir mais na personaliza- nio Válega acha que isso vai mudar. “O comérciotemperatura sempre amena, penso que também ção das suas áreas. “O setor do comércio português nacional não se resume, no entanto, a promoções epoderá haver um pouco de saturação”. “O clima está saturado no que diz respeito à oferta e à pro- descontos. Há três fatores essenciais na compra: devetambém se torna muito pesado em termos de ar, cura. Ou seja, existe talvez mais quantidade do que ser rápida, o atendimento feito de forma simpáticaas pessoas precisam de ar puro, de ar livre, de estar qualidade e parece-me evidente que teremos de ser e atenciosa, com alguma personalização, e ter àna rua, em contacto com a natureza, e um centro mais competitivos e adquirir quota de mercado a disposição os produtos que se pretendem comprar”.comercial não consegue isso”. empresas concorrentes”, observa. Em 2041, teremos uma sociedade mais ou As mentalidades terão de mudar. “Não pode- FORMAÇÕES menos consumista? O país terá menos população,mos ter lojas na cidade, como temos hoje, que há 20, E PROMOÇÕES é quase certo. “Acredito que será uma população30, 40 anos não mudam uma lâmpada da montra. consumista na qualidade. A população estará sa-Sem sequer uma pintura, sem sequer mudarem uma turada de promoções e descontos que procuraráfachada… isso não funciona”. Há uma estrutura Daqui a 25 anos, teremos o comércio mais qualidade”.que, na sua opinião, terá uma palavra de peso nesta concentrado ou mais espalhado pela cidade? Mais Sara Dias Oliveira
Uma “mudançaradical” está à vistana educação O mundo está “em constante já o presente”. A PROFESSORA AGORAmudança” pelo que prever como será O professor tradicional estará É ALUNA NA UNIVERSIDADE SÉNIORa área da educação e do ensino daquia 25 anos, em S. João da Madeira é em vias de extinção e o professor Fernanda Fidalgo não escolheu ser professora. De certa forma, “o ser“algo que considero quase impossí- moderno terá como “desafio” e professora é que me escolheu a mim”. “Pude, assim, iniciar uma caminhadavel e de precisão praticamente nula, “obrigação” estar “permanentemen- maravilhosa que trouxe um sentido à minha vida”, disse ao labor.ou, no mínimo, bastante duvidosa”, te atento às fontes do conhecimentodisse Fernanda Fidalgo, com receio e renovar-se nelas”. Para que, nesta O balanço de 36 anos dedicados ao ensino é “francamente positivo edeste desafio, pelo facto de ter dei- era digital, consiga desempenhar motivo de orgulho. Por entre aulas imperfeitas e estratégias bem sucedidas,xado de lecionar há 14 anos. o papel “fundamental” de “educar partilhámos momentos únicos, feitos de fracassos e sucessos, mas sempre os jovens no uso das tecnologias da vividos com liberdade e entreajuda”, contou Fernanda Fidalgo, comple- A antiga professora entende que informação” e de “mediador entre o tamente “orgulhosa pelas relações que soube construir e pela amizadeso processo de construção de “uma aluno e o conhecimento, assegurando duradouras e leais com alunos, pais e funcionários”.ideia de futuro, razoavelmente coe- situações criativas para o uso destasrente, deve ter em conta a situação tecnologias”, descreveu Fernanda Apesar de estar aposentada há alguns anos, “sinto saudades de mimeconómica da União Europeia em Fidalgo. enquanto professora e, por vezes, ainda sonho que estou a dar uma aula ou ageral, as questões geoestratégicas acompanhar os meus alunos numa visita de estudo”, confidenciou ao labor.um pouco por todo o mundo, as Um aspeto “muito importantemigrações, o aquecimento global e continuará a ser a dimensão humana A saudade da sala de aula, dos alunos e da escola é colmatada, aotodas as terríveis consequências que na relação professor-aluno” porque longo destes anos, quando encontra alunos que a abordam e recordam osdele podem advir, não permitindo “o aluno aprenderá melhor se momentos que viveram em conjunto.uma visão confortável para um futuro sentir que o professor gosta do quemais ou menos próximo”. faz e que gosta dele”, confessou a Neste momento, Fernanda Fidalgo não é professora mas aluna de pintu- antiga professora, acreditando que ra, canto e tuna na Universidade Sénior do Rotary Club de S. João da Madeira. O passado, o presente e o futuro o contacto humano será sempreda educação terão sempre como um pilar vital na área da educaçãobase a escola, o professor, o aluno e do ensino.e o encarregado de educação com aconsciência de que “mudou a socie- Como “os alunos de hoje serãodade, mudaram os alunos e mudou os pais de amanhã”, com certezao mercado de trabalho”, salientou estarão “capacitados para acompa-Fernanda Fidalgo ao labor. nhar os novos alunos, com os novos professores num ambiente de novas A escola sofrerá uma “mudança tecnologias”, crê Fernanda Fidalgo.radical e, em menos de 25 anos, mui-ta coisa será diferente”, acredita. A A evolução da área da educa-começar pelo “conhecimento e pelas ção e do ensino, daqui a 25 anos,novas tecnologias que estarão sem- necessitará de “uma articulaçãopre a evoluir”. Depois,“a competição consistente entre o poder local e aserá cada vez maior e mais exigente e escola no exercício de uma políticaos requisitos e necessidades especiais partilhada que valorize a educaçãoirão forçosamente mudar a educação e a cultura,” para que “permitae a escola do futuro”, acredita a encontrar respostas corretas e co-antiga professora. erentes para os desafios do futuro da nossa cidade”, salientou a antiga As novas tecnologias terão professora ao labor.“formas de ensino e validação dosconhecimentos adquiridos que redu- Fernanda Fidalgo acredita numzirão a presença ao vivo dos alunos futuro em que “saberemos inovare dos professores”, criando “um para construir uma cidade compe-cenário de oportunidades de auto- titiva, uma cidade que valorize oeducação e de educação à distância trabalho e a criação de riqueza, umana idade escolar e ao longo de toda a cidade solidária. Uma cidade grandevida”, avisou Fernanda Fidalgo, com no coração e na vida da sua gente”.certeza de que “parte deste futuro é Diana Familiar
MARIA FERNANDAMARTINS VAZ DASILVA FIDALGO, MAISCONHECIDA COMOA PROFESSORAFERNANDA FIDALGO,TEM 70 ANOS, E DEUAULAS DE HISTÓRIADURANTE 36 ANOS,MAIORITARIAMENTE,EM S. JOÃO DAMADEIRA OS ALUNOS4.000CERCA DE OS MATERIAIS EM VIAS DE EXTINÇÃO O GIZ E A ARDÓSIA ACABARAM HÁ MUITO TEMPO, OS “MAPAS MUNDI” TÊM OS DIASCONTADOS E OS “LIVROS SUMÁRIO” ESTÃO EM VIAS DE EXTINÇÃOAS ESCOLAS1966INÍCIO EM OUTUBRO DE NO ANTIGOCOLÉGIO CASTILHO1966/1976ESCOLA INDUSTRIALDE S. JOÃO DA MADEIRA1976/1977ESCOLA PREPARATÓRIASOARES DOS REIS(ESTÁGIO PROFISSIONAL)1977/2002ESCOLA PREPARATÓRIA(EB2,3) DE S. JOÃODA MADEIRA
ALEXANDRE RIOS,37 ANOS, DIRETOR--EXECUTIVO DASANJOTEC – CENTROEMPRESARIAL ETECNOLÓGICO DES. JOÃO DA MADEIRA.ENGENHEIROELETRÓNICO E DETELECOMUNICAÇÕES,PÓS-GRADUADO EMGESTÃO INDUSTRIALE LOGÍSTICA Um novo paradigma: indústria inovadora e eficient EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA E INDÚSTRIAS apoio focada nas indústrias tecnológicas. Uma plataforma na lógica de dois em CRIATIVAS TERÃO FORÇA NA ECONOMIA um: para ajudar a diversificar os setores de atividade que a cidade tem, como uma SANJOANENSE EM 2041. OS SETORES TRADICIONAIS aposta em áreas mais emergentes e com recursos altamente qualificados, e para NÃO VÃO DESAPARECER, A CIDADE ACOLHERÁ induzir a modernização do tecido empresarial sanjoanense. Depois disso, surge a NOVAS INDÚSTRIAS. ALEXANDRE RIOS FALA NUMA Oliva Creative Factory, como incubadora de indústrias criativas e, neste momento, ESTRATÉGIA ASSENTE NA COMPETITIVIDADE E NO VALOR ACRESCENTADO. “DAQUI A 25 ANOS, VAMOS LIGAR S. JOÃO DA MADEIRA A As sementes que foram lançadas à terra poderão dar frutos no futuro. O cres- SETORES EMERGENTES, COMO cimento económico não surge de um dia para o outro, exige que se faça o trabalho É O CASO DAS TECNOLOGIAS, de casa, e percebe-se que o futuro não é um tempo assim tão distante. S. João da COMO É O CASO DAS INDÚSTRIAS Madeira apostou, há alguns anos, na infraestruturação das áreas de acolhimento industrial, nos parques industriais de ramos de atividade diversificados, do calçado CRIATIVAS” aos chapéus, dos componentes para o setor automóvel à indústria de equipamentos industriais. Em outubro de 2008, a Sanjotec - Centro Empresarial e Tecnológico de a área do design industrial ganha força e começa a colar-se à identidade dessa S. João da Madeira começou a funcionar e abriu portas a uma nova plataforma de casa, outrora uma metalúrgica de renome nacional. A estratégia foi pensada, traçada e passa por criar uma dinâmica nesses diferentes vetores. E o trabalho está a ser feito tendo em conta essas vertentes,
A cidade será conhecida por essa costela tecnológica. E as indústrias criativas também podem dar nome a S. João. “O caminho que queremos traçar com as indústrias criativas é exatamente o mesmo, que também comecem a emergir, que comecem a ter peso na economia local, quer no volume de faturação, quer no volume de exportação, quer em termos de postos de trabalho criados”. Em 2041, a indústria tradicional sanjoanense desaparecerá do mapa? Ou vai modernizar-se? Será capaz de acompanhar os tempos? Ou haverá uma “S. JOÃO DA MADEIRA PODE CONTRIBUIR PARA UMA ALTERAÇÃO DA IMAGEM QUE SE TEM SOBRE AS INDÚSTRIAS CRIATIVAS”te reconfiguração desta indústria? “Por aquilo que temos vindo a constatar junto NÚMEROS desses empresários, e pela dinâmica empresarial das indústrias tradicionais, há de forma a tornar as empresas mais competitivas no seu processo produtivo e uma perceção que o caminho tem de ser este. E, portanto, se conseguirem passar 56% criar valor acrescentado no produto. Essa é a lógica do presente: otimização e da perceção a uma operacionalização desta estratégia, seguramente daqui a 25 modernização na produção, produtos que chamem a atenção. anos ainda teremos esta realidade”. Não exatamente igual à de hoje. Tem de PERCENTAGEM haver uma adaptação às tendências e uma atenção permanente aos mercados DE EXPORTAÇÕES E como será o futuro da indústria de S. João da Madeira em 2041? onde se movimentam. Para o diretor-executivo da Sanjotec, a dinâmica terá de Alexandre Rios, diretor-executivo da Sanjotec, prevê mais competitividade. assentar na inovação, na modernização em termos de eficiência, no acrescentar DA INDÚSTRIA “O que gostaríamos que acontecesse é que, de facto, haja uma articulação muito valor aos produtos, na diversificação dos públicos-alvo. A não ser desta forma, a vincada entre as três plataformas para que os setores que hoje em dia existem em sobrevivência poderá então estar em causa. 19,1 S. João da Madeira, de alguma forma, possam ser mais competitivos exatamente por dois vetores: mais eficiência no processo produtivo, mais valor acrescentado “Aqueles que conseguirem, dentro dos setores tradicionais, continuar neste MILHÕES DE EUROS no produto”. E o valor acrescentado surge pela incorporação de tecnologia, de caminho, seguramente estarão cá daqui a 25 anos e muito provavelmente numa FATURADOS PELA conhecimento, de criatividade. “Temos de ser competitivos no valor acrescentado lógica de maior competitividade e de maior valor acrescentado para o mercado”. que se introduz ao produto”, defende. SANJOTEC Alexandre Rios olha para a indústria sanjoanense e acredita que é possível Na indústria, S. João da Madeira continua muito associada ao calçado. Será EM 2015 continuar a afirmar a costela fortemente exportadora do tecido empresarial – neste assim em 2041? “Há uma preocupação no setor do calçado, em particular da sua momento, o concelho exporta 56% do que produz. Os resultados começam a surgir própria associação, em criar esta dinâmica junto das empresas e dos empresários, de 48 neste caminho de quase oito anos de Sanjotec e de dois anos de funcionamento da que o valor acrescentado, a diferenciação, a inovação no produto, são a subsistência Oliva Creative Factory. “A nossa estratégia é que daqui a 25 anos também comece dessas empresas e, inclusivamente, do seu próprio crescimento”.Alexandre Rios não EMPRESAS INSTALADAS a ficar enraizada uma nova economia em S. João da Madeira muito assente nestas tem dúvidas de que o setor do calçado vai cá estar daqui a 25 anos. Como outros. NA SANJOTEC duas realidades”. TECNOLOGIA E DESIGN: 300 UM MIX INTERESSANTE FUNCIONÁRIOS A tecnologia e o design já caminham lado a lado em S. João da Madeira e, NO CENTRO portanto, há um mix nesta relação que poderá dar frutos interessantes.“Há algumas empresas que adotam a estratégia de ter os seus núcleos de design autonomizados, TECNOLÓGICO inclusivamente dentro de estruturas como a Sanjotec ou a Oliva, para poderem, de forma mais expedita, beberem influências de outras realidades, para rapidamente 35 conseguirem perceber o que pode ser incorporado no seu produto”, refere. Estraté- gia empresarial de agora que poderá ser intensificada nos tempos que se seguem. PROJETOS NA OLIVA CREATIVE Em 2041, Alexandre Rios vê os setores que agora predominam no mapa da cidade e mais setores de atividade em torno das tecnologias e da criatividade. E FACTORY empresas capazes de dar cartas a nível nacional e internacional, criar mais postos de trabalho, que alterarão o paradigma empresarial. “Daqui a 25 anos, vamos ligar 70 S. João da Madeira a setores emergentes, como é o caso das tecnologias, como é o caso das indústrias criativas”. FUNCIONÁRIOS NA INCUBADORA A Oliva Creative Factory abriu e as indústrias criativas começaram a fazer parte do vocabulário corrente dos sanjoanenses. Elas são ainda muito jovens neste CRIATIVA território, mas os indicadores levantam a ponta do véu. “S. João da Madeira pode contribuir para uma alteração da imagem que se tem sobre as indústrias criativas”, adianta. Essa imagem sobretudo artística e com pouca ligação à economia começa a cair por terra. “O caminho que está a ser traçado e o trabalho que está a ser feito permitem-nos dizer que vamos, de facto, poder ajudar a contribuir para essa mudança com exemplos concretos de projetos que estão inseridos no conceito de indústria criativa, que possam na componente da criatividade associar a um “HÁ ALGUMAS EMPRESAS QUE ADOTAM A ESTRATÉGIA DE TER OS SEUS NÚCLEOS DE DESIGN AUTONOMIZADOS, INCLUSIVAMENTE DENTRO DE ESTRUTURAS COMO A SANJOTEC OU A OLIVA, PARA PODEREM, DE FORMA MAIS EXPEDITA, BEBEREM INFLUÊNCIAS DE OUTRAS REALIDADES” determinado produto ou serviço, e mostrar que isso tem mercado e que isso é negócio”. Já há alguns exemplos. Para Alexandre Rios, é muito importante que a cidade perceba o ecossistema onde está inserida, um ecossistema fortemente industrial.“As indústrias, tecnológi- cas e criativas, percebendo este ecossistema, vão conseguir perceber qual é o seu posicionamento na cadeia de valores. É esse o trabalho que procuramos induzir e os primeiros resultados que começam a surgir demonstram que podemos ter uma indústria criativa não só sustentável, não só que permita incorporar recursos humanos qualificados, como também exportadora”. Sara Dias Oliveira
TIAGO VALENTEDOS SANTOSO quefalta éinvestirna rua Numa noite de maio de 2015, os Quando se decidiram a fazer um se juntou ao núcleo duro. “Não é só Tiago Valente dos Santos. Os grupos res a resolver até 2041. Um delesLinda Martini faziam o seu primeiro festival em memória de Luís Lima, fa- sorte, é ter as pessoas certas nos lu- de teatro nas escolas, os concursos é a acessibilidade. “Os transportesconcerto em S. João da Madeira. lecido em 2012, os amigos tentaram gares certos”, comenta Tiago Valente de bandas e os ateliês de pintura e públicos para os grandes centrosNome sólido do rock nacional, a fazê-lo a um nível mais profissional e dos Santos. A passagem de alguns arte urbana são um bom princípio não são os ideais”, lamenta o jovem.banda foi cabeça de cartaz da terceira rodearam-se de pessoas cuja experi- elementos por multinacionais, como para haver um boom cultural em Um ponto fulcral a solucionar se nãoedição do Party Sleep Repeat, um ência profissional e académica garan- é caso do próprio Tiago, acaba por S. João da Madeira, considera o di- quisermos que a cidade se percafestival organizado pela Associação tiu esse patamar, porque afinal, como ter igual influência porque fornece rigente. “É criar hábitos desde tenra culturalmente na malha urbana doCultural Luís Lima que ganhou ferramentas. idade, até porque a partir de certa Porto. Com acessibilidades garanti-recentemente o prémio ibérico de idade os jovens não se fixam em das, S. João da Madeira deve estarMelhor Festival Indoor. Ao lado do Para projetar o futuro a 25 anos S. João da Madeira e isso pode ser atenta a eventuais parcerias compalco, aparentemente calmo e sereno, é preciso atuar no presente e isso, resolvido ao nível cultural”, afirma. editoras que estão a fazer furor noo presidente da associação Tiago para o presidente da ACLL, passa país e à itinerância de festivais deValente dos Santos constatava que por educar o público a consumir cul- A narrativa das indústrias música e cinema do Porto e Lisboa,estava a dar ao público aquilo que tura. Ver concertos com frequência criativas deve ser seguida mas a que, ultimamente, procuram peque-lhe tinha sido dado na adolescência: transformou os dirigentes da ACLL operacionalização é complicada, nas cidades para se promoverem. Asuma noite viva em torno da música. em produtores culturais. O objetivo avisa Tiago Valente dos Santos. Com pequenas terras são, aliás, muito ape- é que até 2041 mais pessoas façam infraestruturas “ótimas”, o que falta tecíveis ultimamente no acolhimento Tiago Valente dos Santos tem esse percurso. “Está nas boas práti- mesmo é “investir na rua”. “Por as de festivais. Veja-se o caso do Bonshoje 27 anos e trabalha em Lisboa no cas do planeamento cultural. Deve pessoas a circular e sentir a cidade. Sons, do Reverence e do Milhões dedepartamento de Marketing da Galp. ser concertado com a sociedade civil Os eventos têm de ser pensados com Festa, para onde a preferência deCresceu em S. João da Madeira vendo porque daí advêm tradições e dedi- as artérias que circundam as salas Tiago Valente dos Santos e do públicoconterrâneos em cima de um palco, cação da comunidade às atividades que os acolhem”, aconselha. mais conhecedor tem caído.fosse na cave do Elemento Arquite- que ela própria promove”, afirmatónico ou nos bares da cidade. “Se Claro que há aqui outros fato-não tivéssemos visto os Budhi, se nãoexistisse o Decibéis ou o Fora d’Horas,não tínhamos este amor pela músicaao vivo. Crescemos nesse fervilhar deatividade musical na cidade”, recordaao labor. Essa dinâmica havia de ter umefeito em Tiago e nos outros elemen-tos que com ele formam a AssociaçãoCultural Luís Lima e organizam háquatro anos um festival de músicaque se afirmou como o momentocultural chave da cidade. Naquelanoite de maio de 2015, Tiago estava “SE NÃO TIVÉSSEMOS VISTO OS BUDHI,SE NÃO EXISTISSE O DECIBÉIS OU O FORA D’HORAS, NÃO TÍNHAMOS ESTE AMOR PELA MÚSICA AO VIVO. CRESCEMOS NESSE FERVILHAR DE ATIVIDADE MUSICAL NA CIDADE”realizado.“Apercebi-me que estavam lhes disse Luís Quintino, “custa tantolá miúdos com a nossa idade na al- fazer uma coisa mal feita como bemtura a vibrar de forma incrível. Mais feita”. A produção está a cargo dedo que tudo, estávamos a oferecer o uma licenciada em Gestão Cultural,que nos foi oferecido e que marcou a comunicação sob a batuta de umo rumo das nossas vidas”, conclui. profissional da área e até um músico
TIAGO VALENTE DOS SANTOS, 27 ANOS, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO CULTURAL LUÍS LIMA, ORGANIZADORA DO PARTY SLEEP REPEAT 3PARTY SLEEP REPEAT EDIÇÕES 3.000 ESPETADORES 12.000 EUROS ENTREGUES A CAUSAS SOCIAIS “Dificilmente, S. João da Ma- cada deve ser pensada a cultura, a coisas relevantes” para a cidade. A dura duas noites e o orçamento subiu “ESTÁ NAS BOASdeira será relevante se não criar pensar no fim e consciente de que Oliva Creative Factory tem capacida- 50% em relação ao ano anterior, PRÁTICAS DOparcerias e não pensar em rede”, os impactos só se sentirão a longo de para acolher residências artísticas rondando agora os 17.000 euros. PLANEAMENTOavisa. Aqui entra a necessidade de prazo, aconselha o dirigente. mas o artista tem de querer vir para É financiado em grande parte porpensar, produzir e promover de for- S. João da Madeira e, para isso, há donativos de empresas que se asso- CULTURAL. DEVE SERma intermunicipal e metropolitana Aqui não há fronteiras. As um contexto a ser criado, aconselha ciam ao projeto. “É um modelo que CONSERTADO COMuma agenda cultural. “Não devemos oportunidades da União Europeia nos orgulha. Somos um mecanismo A SOCIEDADE CIVILser orgulhosos. Podemos convidar de transferência de riqueza e oferta PORQUE DAÍ ADVÊMiniciativas de cidades vizinhas a vir “DIFICILMENTE, S. JOÃO DA MADEIRA cultural. Aplicamos dinheiro que nos TRADIÇÕES E DEDICAÇÃOcá”, sugere. SERÁ RELEVANTE SE NÃO CRIAR é doado para fazer um festival de DA COMUNIDADE ÀS preços reduzidos. Estamos a oferecer ATIVIDADES QUE ELA O processo de pensar uma PARCERIAS E NÃO PENSAR EM REDE. NÃO cultura com o contributo de empresas PRÓPRIA PROMOVE”cidade a 25 anos deve ser feito por DEVEMOS SER ORGULHOSOS. PODEMOS da cidade e em parceria com a câma-poucas pessoas e a pensar no fim, ra e a junta de freguesia. E depoisnunca nos meios, aconselha. Foi as- CONVIDAR INICIATIVAS DE CIDADES há a real transferência de riquezasim que o núcleo duro do Party Sleep VIZINHAS A VIR CÁ” entre as empresas e as pessoas maisRepeat pensou o festival. “Pensámos desfavorecidas”. Nas três ediçõesno conceito, na programação e de- e de outras instituições interna- Tiago Valente dos Santos. realizadas, o Party Sleep Repeatpois no orçamento. É um mind set cionais não devem passar ao lado A quarta edição do Party Sleep angariou cerca de 12.000 euros paraque não é fácil de implementar mas dos órgãos de gestão pública. O causas sociais.só assim fazemos algo de relevante, “lobbying” a favor de S. João da Repeat realiza-se a 22 e 23 de abrilexcitante e disruptivo”, afirma. Da Madeira, o trabalho de networking e o cartaz já está fechado. Os Paus Anabela S. Carvalhomesma forma desprendida e dedi- e de bastidores deve ser feito mesmo e os Capitão Fausto são os cabeças ao nível internacional para “atrair de cartaz num alinhamento de 10 ar- tistas. É a primeira vez que o festival
VÍTOR GONÇALVES, A ação social46 ANOS, DIRETOR aumentará os serviçosDE SERVIÇOS DASANTA CASA DA prestadosMISERICÓRDIA DE à comunidadeS. JOÃO DA MADEIRA A PRÁTICA DA ÁREA SOCIAL, DAQUI A 25 ANOS, DEPENDERÁ DA “RECONFIGURAÇÃO DO PAPEL DO ESTADO, DO COMPORTAMENTO DA SOCIEDADE E DA TIPOLOGIA DE PROBLEMAS QUE URGIRÁ ENFRENTAR”, INDICA VÍTOR GONÇALVES SANTA CASA DA OBRAS SOCIAIS A principal área de ação social Gonçalves. MISERICÓRDIA deverá ser o apoio à população A ação social terá de estar 1981 LAR DA SANTA CASA sénior “pelo imperativo que o seu A DATA ASSUMIDA COMO 1984 CRECHE E número expressa, decorrente do preparada para “a população sénior DATA DE FUNDAÇÃO É A prolongamento da expectativa de caracterizada pelo isolamento e pela DATA DE PUBLICAÇÃO DOS ESTABELECIMENTO PRÉ ESCOLAR vida” e o desafio de preparar o aco- perda de autonomia física. A par daESTATUTOS A 7 DE DEZEMBRO ABRIGO DAS LARANJEIRAS lhimento da “quarta idade” através institucionalização, a intervenção de “instituições tecnicamente mais social sucederá por soluções menos DE 1990 GESTÃO DA CRECHE E qualificadas, com estruturas físicas formatadas, mais diversas e infor- melhor dotadas para a dependência”, mais”, antecipou ao labor. 1921 JARDIM-DE-INFÂNCIA IOS ATÉ 2043 admitiu o diretor de serviços da Santa 600 IRMÃOS Casa da Misericórdia ao labor. O diretor de serviços da Mise- 1991 CASA DE REPOUSO ricórdia acredita que a ação social MAIORITARIAMENTE 1992 CENTRO DE “Embora os demais, os idosos terá de atuar na “área crítica” da DE S. JOÃO DA MADEIRA que possam permanecer domicilia- “população adulta sem emprego ou ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO PARA dos, também sejam um desafio para sub-empregada” porque “coloca um 5 ORÇAMENTO DE MENORES (6 AOS 14 ANOS) os cuidadores informais, designada- conjunto vasto de desafios, desde a MILHÕES DE EUROS mente para as respetivas famílias, formação ao apoio assistencial básico 1999 ABERTURA DE REDE DE com repercussões nos papéis de (alimentar, medicamentoso, habita-250 TRABALHADORES género (na família) e na solidariedade cional), até à canalização e a funções 1.000MAIS DE SEIS CENTROS DE ATL NAS ESCOLAS entre gerações”, considerou Vítor ocupacionais com valor socialmente PRIMÁRIAS, DO TRILHO (UNIDADE reconhecido, evitando que uma fatia PESSOAS APOIADAS DE APOIO A TOXICODEPENDENTES DIARIAMENTE E SEROPOSITIVOS) E DO CENTRO COMUNITÁRIO PARA APOIAR PESSOAS CARENCIADAS 2007 ABERTURA DA UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS PARA DOENTES QUE PRECISAM DE FISIOTERAPIA, CUIDADOS DE ENFERMAGEM PERMANENTES E DA CRECHE ALBINO PACHECO EM FUNDO DE VILA
da população (que pode ser vasta) A “disponibilidade de tempo atrator de públicos, de profissionais que já hoje prestam à comunidade. das respostas sociais necessárias”,não se frustre e aplique a sua energia livre e a necessidade de ocupação qualificados (que somam “massa crí- Para tal, as instituições têm de tra- esclareceu. “O planeamento corretona promoção do seu bem-estar e de das pessoas deve trazer para o tica” numa comunidade), conferindo balhar em rede, complementarmente não é andar a ver onde é que o Estadoda comunidade”, manifestou Vítor voluntariado um grupo grande de centralidade regional e dinamismo e não em competição, lógica mais apoia e o quê, e depois defender queGonçalves. cidadãos, que assumirão o exercício económico-social à cidade”, des- própria do setor da economia de mer- é disso que se precisa”. O próprio da solidariedade social, devendo o tacou Vítor Gonçalves, “sob pena cado”, clarificou o diretor de serviços Estado devia ter “disponibilidade e “Certamente que daqui advirão seu estatuto ser reconhecido social de ficarmos restringidos à pequena da Santa Casa da Misericórdia. abertura” para “enquadrar respostasconsequências para os modelos e legalmente” disse Vítor Gonçal- área de influência do atual território inovadoras” na área social, “desig-de gestão do trabalho disponível, ves, considerando que “o exercício urbano”. Neste momento, a rede social nadamente quando os problemaspartilhando-o e para as questões do de ações em prol da comunidade, “não, peremptoriamente não,” fun- sociais são novos ou especialmenterendimento, que não podem, numa o ativismo, o capital social, devem Para a ação social será “impor- ciona em S. João da Madeira, disse complexos”, disse. A rede social vaisociedade pós-industrial, depender constituir elementos curriculares tante que a rede de referenciação de Vítor Gonçalves, depois de questiona- ter de funcionar para “planear oapenas da pertença ao mercado de valorados e não apenas a habilitação cuidados continuados tenha mais dis- do sobre o funcionamento da mesma futuro, promovendo um pensamentotrabalho”, admitiu Vítor Gonçalves académica das pessoas”. ponibilidade de acolhimento e mais por parte do labor. estratégico de onde queremos estarao labor. ”O grande risco estará tipologias, designadamente na área daqui a 25 anos, partilhando recursosnas convulsões sociais que possam A cidade de S. João da Madeira das deficiências e dos paliativos”, A rede social “funcionou re- e competências, salvaguardandogerar-se entre os que estão fora “deve prosseguir na criação de disse. Vítor Gonçalves acredita que a lativamente bem na primeira meia a sustentabilidade”, desejou Vítordo mercado de emprego (ou em respostas institucionais qualificadas Misericórdia e as demais instituições dúzia de anos, até ao final de 2008 Gonçalves.precariedade) e os que estão dentro e especializadas, abrangentes aos ligadas à área social no concelho de- ou 2009. O seu bom funcionamentodo sistema”, alertou o diretor de concelhos limítrofes, de modo a senvolverão, nos próximos 25 anos, implica um correto diagnóstico Diana Familiarserviços da Santa Casa. que o concelho se afirme como polo o número e a qualidade dos serviços social dos problemas sociais com vista à adequada categorização
O desportoé um belo pretextopara a cidadese destacarMAIS E MELHORES EQUIPAMENTOS DESPORTIVOSNA CIDADE EM 2041. AUGUSTO ARAÚJO ACREDITAQUE É POR AQUI QUE O CONCELHO SE EVIDENCIARÁDE TODOS OS OUTROS Não é fácil imaginar como será a sólida, fazendo com que o desportocidade em termos desportivos daqui a e o desenvolvimento desportivo25 anos. É um exercício de futurologia em S. João da Madeira sejam umaque obriga a projetar o futuro, mas marca referenciadora”, sustenta. Etambém a ler o passado e pensar isso poderá puxar pela visibilidadeno presente. Em 2041, o professor nacional. “Nós, como cidade e conce-Augusto Araújo vê um concelho lho, somos, na realidade, pequenos.com mais e melhores equipamentos Somos urbanos e somos modernosdesportivos, estruturas de excelência, também”. Mas sem uma marcacapazes de diferenciar S. João da diferenciadora. “Nós temos vindoMadeira dos restantes municípios a perder empresas, temos vindo aao seu redor. Capazes de colocar perder serviços”. O desporto podiaa cidade no mapa da região e do ser um motor para a mudança, parapaís. “Temos de ser diferentes, não uma nova face da cidade. “Outrospodemos ser iguais aos outros. Não concelhos da região escolherampodemos recriar aquilo que os outros ser diferentes por outras formas dejá fazem”, afirma. Ser diferente no afirmação. Nós distinguimo-nos porque os outros não são. Ser diferente quê? Estamos metidos no meio depela excelência. outras regiões que já nos fecharam o nosso progresso para determina- “Daqui a 25 anos, S. João da das áreas”, avisa. Há um caminho.Madeira vai ter mais e melhores equi- “Fazermos de S. João da Madeirapamentos desportivos que vão servir uma verdadeira cidade do desporto”.para a comunidade sanjoanense”. Objetivo ambicioso, mas possível.Equipamentos que responderão às Com equipamentos desportivos deexigências da população: às neces- “É PELO DESPORTO E PELODESENVOLVIMENTO DESPORTIVO QUES. JOÃO DA MADEIRA PODE SER UMA CIDADE DIFERENTE DAS DEMAIS”.sidades de ocupação dos tempos excelência é possível programar na patins, é ginástica. Existe uma grande de basquetebol, durante oito anos. A tempo. “Eu gostaria de pensar quelivres, aos tratamentos médicos de cidade eventos nacionais e europeus. estrutura com mil praticantes, difícil falta de dinheiro acabou com o proje- isso fosse possível para amanhã”.promoção da saúde, aos cuidados Augusto Araújo sugere a criação de de gerir, difícil de liderar. É preciso to. “Nós conseguimos, durante essesque a terceira idade merece, aos an- um Plano Diretor Municipal (PDM) romper com esta ideia e é preciso oito anos, ter cerca de 80 jogadores ESCOLA DE VIRTUDES,seios e exigências dos atletas de alta desportivo e está convencido de que criar novas formas de autonomia e fora de S. João da Madeira a trabalhar INCLUSÃO SOCIALcompetição. Os pavilhões desportivos as forças políticas vão alterar a sua financiamento para as novas moda- diariamente, durante nove meses porserão mais estruturados, terão outras forma de ver a realidade e “perceber lidades”. A Sanjoanense devia assim ano. E a maior parte desses atletas Nos equipamentos desportivosvalências, estarão mais adaptados à que é pelo desporto e pelo desen- de excelência que Augusto Araújocomunidade. E haverá mais equipa- volvimento desportivo que S. João “A SANJOANENSE HOJE É FUTEBOL, vê em 2041 também cabe uma novamentos informais dentro da cidade da Madeira pode ser uma cidade É BASQUETE, É ANDEBOL, É HÓQUEI piscina. “Há 25 anos, S. João da Ma-que, neste momento, pecam por diferente das demais”. deira era o principal polo desportivoescassos. “A cidade, moderna como EM PATINS, É GINÁSTICA. EXISTE da região. Quem é que tinha piscinasela é, cosmopolita também, precisa Haverá mais clubes na cidade UMA GRANDE ESTRUTURA COM MIL exteriores? Quem é que tinha piscinasde enquadrar esses equipamentos em 2041? A resposta é difícil. “Não PRATICANTES, DIFÍCIL DE GERIR, DIFÍCIL interiores? Quem é que tinha asinformais no seio da própria cidade. sei ao certo. Já temos um sem número instalações que S. João da MadeiraNão só na periferia, mas dentro da de clubes e esses clubes e associações DE LIDERAR”. teve durante uns anos? E fomos ul-própria cidade”. Mais espaços ver- que existem, também com o apoio da trapassados por todos”.As estruturasdes, mais espaços que possibilitem autarquia, têm fornecido milhares partir-se, desmembrar-se em cada integraram cinco seleções nacionais, de excelência provocam bem-estar e,um trabalho físico adequado, em de atletas e são eles que promovem modalidade, vestindo na mesma o participaram em vários campeona- para o treinador da Sanjoanense, é2041. Tudo é possível. verdadeiramente o desporto”. Em preto e branco, mas renascer com tos da Europa, jogos da CPLP, jogos possível ter aqui infraestruturas tão relação à Sanjoanense, como maior uma nova secção autónoma. olímpicos da juventude”, recorda. boas ou melhores das que existem na O desporto pode ser o pretexto e mais eclético clube da cidade, Um outro centro daqui a 25 anos? O região. Piscinas sim, mas com condi-ideal para S. João da Madeira vincar com cerca de mil jovens a praticar S. João da Madeira teve um professor Araújo não esperaria tantouma posição. E afirmar-se em relação desporto, o treinador defende mu- centro de alto rendimento desportivo,aos concelhos à volta que escolheram dança. Na sua opinião, o clube deveser diferentes em várias áreas: na reinventar-se e ser “capaz de rompercultura, na gastronomia, na natu- com a ideia de uma grande estrutu-reza. “Nós temos de nos diferenciar ra”. “A Sanjoanense hoje é futebol,de todos os outros e criar uma base é basquete, é andebol, é hóquei em
AUGUSTO ARAÚJO, 58 ANOS, PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA SECUNDÁRIA SERAFIM LEITE, TREINADOR DA EQUIPA SÉNIOR DE BASQUETEBOL DA SANJOANENSE. É TREINADOR HÁ 30 ANOS. FOI SELECIONADOR NACIONAL DE SUB-16 DURANTE OITO ANOS E ATLETA DE BASQUETEBOL ATÉ AOS 22 ANOS DE IDADEcionantes. Ou seja, que “fossem ligeiramente diferentes e com essas práticas vão estender-se são inevitáveis nestas estruturas NÚMEROScapazes de albergar não só as sistemas competitivos completa- aos meios subaquáticos, aos sociais”, garante. DE 2015atividades lúdicas e escolares, mas mente distintos. Talvez os campe- meios aéreos. Vai ser a partirtambém os anseios legítimos que onatos regionais deixem de fazer disto que o desporto vai ter uma O desporto não é apenas 401os atletas de alta competição têm, sentido, quem sabe. “Os jovens nova forma”. O desporto do desporto, é muito mais do queou dos atletas que querem ser isso. Qual a força que o desporto JOGOS NO CENTROde alta competição”. O Pavilhão “A CIDADE, MODERNA COMO ELA tem e terá numa cidade pequena? DE FORMAÇÃOPaulo Pinto, por exemplo, precisa É, COSMOPOLITA TAMBÉM, PRECISA “Antes de mais, o poder de congre-de obras. Os pisos passaram à DE ENQUADRAR OS EQUIPAMENTOS gar as pessoas. Depois, ser capaz DESPORTIVA (CFD)história, já não se usam em lado de despoletar nos nossos jovensalgum. “É preciso haver vontade INFORMAIS NO SEIO DA PRÓPRIA a vontade de o praticar. Praticar 451política para fazer estas coisas”. CIDADE, NÃO SÓ NA PERIFERIA”. desporto pode ser um dos meios“A autarquia apoia, de forma de inclusão social”. “O desporto JOGOS NOlogística e financeira, as associa- de hoje são muito diferentes dos futuro também passará por aqui também melhora a cidadania PAVILHÃOções, mas falta virar-se mesmo, de ontem, têm acesso a outro tipo e o professor de Educação Física porque pode ser uma escola de DAS TRAVESSASde uma forma definitiva, para de informação, vão aderir a novas acredita que o acesso será mais virtudes”, sublinha. Um meio dealicerçar melhor esse trabalho”, práticas desportivas”, comenta. Os democrático. “O desporto é um melhorar atitudes para que quem 218acrescenta. desportos radicais já têm muita dos fenómenos mais importantes o pratica seja mais responsável, procura e os jovens continuarão da sociedade, desde há 100 anos, mais solidário, mais cooperante, JOGOS NO PAVILHÃO “O desporto vai mudar, o a procurar essa imprevisibilidade, e tenho a certeza que continuará tenha respeito pelo outro. E essas PAULO PINTOdesporto vai-se alterar”. As mo- a adrenalina, o risco corporal, a a ser. Mas é preciso estar atento são, afinal, as bases da cidadania.dalidades mais tradicionais conti- aventura. “Com alguma certeza, às mudanças e às alterações que 300 000nuarão a existir com parâmetros Sara Dias Oliveira ACESSOS DE PRATICANTES DESPORTIVOS AOS RECINTOS MUNICIPAIS 2350 ATLETAS APOIADOS PELO MUNICÍPIO NO ÂMBITO DOS CONTRATOS DE DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO 83 ATIVIDADES DE FORMAÇÃO, PALESTRAS, APRESENTAÇÕES REALIZADAS NO AUDITÓRIO DO CFD
S. João da Madeira tem “espaço” para estruturasFAUSTO SÁ,73 ANOS,PROPRIETÁRIO DOGRUPO CENTROMÉDICO DA PRAÇA O GRUPO NASCEU HÁ 30 ANOS O Centro Médico da Praça nas-ceu em julho de 1985 no 1.º andarde um prédio na Rua Visconde sitona Praça Luís Ribeiro, na altura, pelamão de cinco sócios. O centro transferiu-se para asnovas instalações a 2 de abril de1993 na Rua Vale do Vouga. Nestemomento, o Centro Médico da Praça,com sede em S. João da Madeira, estádistribuído por vários prédios na RuaVale do Vouga e Travessa do Vale doVouga junto à linha de comboio. A sede é em S. João da Madeiracom 17 consultórios médicos e outrosespaços destinados especificamentea Meios Complementares de Diag-nóstico distribuídos pelo distrito deAveiro. O projeto futuro, a curto pra-zo, é reforçar a sua presença comuma estrutura global de saúde, quepermita centralizar toda a estruturaexistente na sede, em S. João daMadeira, seguido de outros projetos,a médio prazo, evoluindo para outrasvalências que se mostrem imperiosasna prestação de cuidados de saúdeà população, com parceiros identi-ficados e comprometidos, ligadosa uma saúde de maior qualidade,diferenciada e direcionada tambémpara a terceira idade. A saúde é uma das áreas mais importantes em da Praça, uma estrutura particular de saúde, sólida e ideia de que “as pessoas medem-se aos palmos”. todo o ciclo de vida do ser humano, desde o nasci- alargada, com as mais variadas especialidades mé- Neste caso, S. João da Madeira está longe de se mento até à morte, e está em constante mutação. dicas e Meios Complementares de Diagnóstico, mais medir pelos quilómetros porque tem “espaço” e especializada numa ou noutra valência, dependente tem “responsabilidade” para com a “população” O “se” é uma presença constante nas respostas das necessidades e da evolução constante na saúde. em ter estruturas públicas e privadas de saúde, de Fausto Sá sobre a saúde enquanto tema sensível, Dando não só resposta às exigências atuais, como acredita Fausto Sá. vital e imprescindível para o futuro da humanidade. também ao desenvolvimento de outros projetos alicerçados e planeados”, começou por dizer Fausto A cidade deverá ter “uma estrutura pública de “Se não existirem ´atropelos’ nem ´compadrios´ Sá ao labor. saúde (o hospital), isolada ou não, dimensionada e de algumas ´forças vivas´ quer locais, quer nacionais enquadrada na rede hospitalar do Serviço Nacional (com alterações constantes das regras, como o que S. João da Madeira tem oito quilómetros de Saúde (SNS), dando resposta às necessidades aconteceu com o Hospital de S. João da Madeira quadrados e é a cidade mais pequena de Portugal. conjuntas do centro hospitalar, com possíveis entre novembro de 2015 e março de 2016)”, a saúde Contudo, caro leitor, comece por deixar de lado a especialidades médicas mais específicas, com a “pelo certo irá ter, por parte do Grupo Centro Médico
públicas e privadas de saúde LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DO CMP Sede: S. João da Madeira Delegações: Aveiro, Anadia, Albergaria- -a-Velha, Estarreja, Oliveira de Azeméis (O. Azeméis, Cesar, Nogueira do Cravo e Pinheiro da Bemposta), V. de Cambra, Arouca (Arouca, Escariz), Santa Maria da Feira (Santa Maria da Feira e Vale), Ovar e Murtosa. LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DE BRAGANÇA Sede: Bragança Delegações: Miranda do Douro, Mogadouro, Alfandega da Fé, Vimioso, Argozelo, Moncorvo, Vinhais. Laboratório de Patologia Clínica Drª Maria Teresa Malheiro & Grade, Lda Sede: Mogadouro CLÍNICAS DO GRUPO CMP Aveiro, Arouca, Bragança, Ovar, Vale de Cambra, Estarreja e Lobão 1985 130Área em: metros quadrados 2016Área em : 1300 metros quadrados 1985Valências em : Serviço de Enfermagem, Consultas de Clínica Geral, Cirurgia Geral, Neurocirurgia, Medicina Interna, Hematologia Clínica e um Laboratório de Análises Clínicas 2016Valências em : 35Serviço global com cerca de especialidades médicas, algumas das quais com a afetação de vários médicos. 1985Funcionários em : Uma recepcionista, uma especialista em Aná- lises Clínicas, Fausto Sá no Laboratório, a sua esposa Fátima Sá na Enfermagem e o apoio dos filhos nas mais diversas áreas. 2016Funcionários em : 51Um quadro de mais de 35colaboradores dependentes,máxima rentabilidade possível, sem excessos e O CMP, ao longo de 30 anos, tem “trabalhado num futuro próximo, por novas nuances, depen- 120independentes e maissem constrangimentos”. e estruturado a sua organização para que num dendo deste ou daquele partido do Governo ou futuro muito próximo possa arrancar com uma deste ou daquele grupo de saúde, com mais ou especialistas na sede de S. João da Por outras palavras,“não gastando o que não estrutura centralizada e alargada para suprir as menos influências nos poderes de decisão, de al- Madeira.temos porque todos temos o direito de saber em necessidades particulares de saúde, da população guns administradores bem posicionados no poderque são gastos os nossos impostos”, acredita o da nossa região. Não só no que diz respeito a uten- central”, sublinha o dono do CMP. O Grupo CMP conta no total com maisdono do Centro Médico da Praça (CMP). tes particulares, das seguradoras, como também dos utentes do SNS (somos a maior instituição O grupo CMP,“mesmo sem apoios comunitá- 130 colaboradores dependentes S. João da Madeira, através do Grupo CMP, do distrito de Aveiro com mais acordos com o rios ou mesmo até sem apoios partidários, sempreterá em breve, uma estrutura privada, com “ca- Estado)”, referiu Fausto Sá ao labor. cresceu e sempre ultrapassou barreiras difíceis 200e mais de independentes.pacidade de internamento e com alguns blocos mesmo com o Hospital de S. João da Madeira a fun-operatórios, possíveis de dar resposta em tempo O futuro das estruturas de saúde públicas e cionar muito bem”, salientou Fausto Sá ao labor.útil e de qualidade, superior ao existente na con- privadas em S. João da Madeira “passa, também,corrência”, adianta. Diana Familiar
MANUEL CASTRO ALMEIDA,58 ANOS,EX-PRESIDENTEDA CÂMARA,PSDS. JOÃO DA MADEIRA O exercício que me proponho não é de adivinhar que cidade teremos daquiSERÁ DAQUI A 25 a 25 anos, mas antes contribuir com uma opinião sobre as grandes causas queANOS O QUE OS deveriam mobilizar os Sanjoanenses na construção dos próximos 25 anos.SANJOANENSESQUISEREM QUE SEJA. 1º.- IGUALDADE DE OPORTUNIDADES.NÃO ACREDITO QUE A COMEÇAR NA ESCOLASEJA O DESTINOA DIRIGIR A VIDA Não acredito que seja possível, ou sequer desejável, que todas as pessoasDAS PESSOAS, DAS tenham o mesmo nível de rendimentos. Mas considero indispensável que todosCOMUNIDADES OU tenham as mesmas oportunidades de subir na vida, independentemente do nívelDOS POVOS. ACREDITO de riqueza ou de conforto da família onde se nasceu.A escola, desde o pré-escolarSIM NAS ESCOLHAS, até à universidade, deve funcionar como o grande elevador social que permite aNAS OPÇÕES, NAS quem tenha talento e força de vontade, alcançar patamares superiores de conforto.PRIORIDADES QUECADA COMUNIDADE É fundamental valorizar a escola, prestigiar o trabalho dos professores eABRAÇA EM CADA educadores, garantir que não faltam às escolas os meios indispensáveis ao seuMOMENTO. NÃO trabalho. Não basta garantir que todas as crianças possam frequentar a escola;ACREDITO NO é necessário proporcionar às escolas e aos professores as condições necessáriasDETERMINISMO para um trabalho de qualidade.COMO CRENÇA QUELIMITA A NOSSA 2º.-GARANTIR VIDA DIGNA A IDOSOS,LIBERDADE E A NOSSA DOENTES E CRIANÇASAUTODETERMINAÇÃO. Na idade adulta cada um tem que pedalar a sua bicicleta. Cada um tem que construir o seu futuro com as suas capacidades e o seu trabalho. Mas aqueles que não podem trabalhar, não dependem apenas de si próprios. Uma comunidade civilizada e decente não pode deixar de garantir condições de vida digna a idosos, doentes e crianças. Nestas circunstâncias têm que funcionar as redes de apoio que são a família e a comunidade onde se vive. Para isso, é necessário fortalecer e apoiar as instituições que cuidem de quem não pode ser autossuficiente. É a cidade solidária. 3º.-APOIAR E DINAMIZAR O EMPREENDEDORISMO Não podemos ambicionar políticas sociais sem garantir a criação de riqueza e de emprego. Para isso é essencial o papel dos empresários. Dos empresários que arriscam, que inovam, que investem, que empreendem. S. João da Madeira leva a vantagem de possuir uma longa tradição de empresários. Entre nós, há uma cultura familiar de valorizar o esforço e o talento dos empresários mais dinâmicos. Verdade seja dita que a maioria dos empresários também sabe valorizar o esforço dos seus trabalhadores. Mas se a vida de empresário não é fácil, o arranque é quase sempre o mais difícil. É nessa fase que se justifica um maior apoio público às iniciativas de quem arrisca criar a sua própria empresa. É a cidade competitiva. 4º.-CONSTRUIR UMA ADMINISTRAÇÃO EFICIENTE E DESCENTRALIZADA Metade da riqueza que os Portugueses produzem é consumida pelos serviços públicos ( governo central e câmaras municipais). É fundamental que os respon- sáveis dos serviços públicos tenham atenção permanente sobre a eficiência das suas despesas. E é necessário que os cidadãos exijam avaliação dos resultados dos gastos públicos. É sabido que a nossa administração pública é muito centralista. Gostaria de ver S .Joao da Madeira sempre ao lado da causa descentralizadora.A administração local é muito mais eficiente do que a administração central, seja qual for a cor política dos governos. Decide melhor quem está mais próximo dos problemas que é necessário resolver. O que puder ser gerido mais próximo não deve ser gerido à distância. Estou em crer que as quatro causas que enunciei podem ser defendidas por pessoas de diferentes ideologias ou alinhamentos partidários.Valorizar estes prin- cípios e colocá-los em prática, fará toda a diferença sobre a cidade que seremos daqui a 25 anos. Cá estaremos para ver. Manuel Castro Almeida
PEDRO NUNO SANTOS38 ANOSSECRETÁRIODE ESTADODOS ASSUNTOSPARLAMENTARES, PSS. João daMadeiraem 2041 O convite para projetar S. João perda de capacidade de consumo da das indústrias criativas. Sem ousar vessado pela ribeira da Buciqueira, na regressar o comércio de rua, desen-da Madeira em 2041 transformou-se generalidade da população. traçar o perfil da nossa economia zona do Sobreiral/Roupal, devolvido volverá a restauração e voltará anum exercício de reflexão sobre a local em 2041, arrisco-me a desejar à população e também transformado trazer a pujança citadina de outrora.cidade que queremos hoje. Imagina- É inegável, e tema de muito que tenhamos um papel marcante no num Parque Urbano com vários espa-mos, ou melhor, desejamos que a nos- debate, a perda de centralidade da desenvolvimento da nossa economia ços destinados ao lazer e à prática A linha do Vouga foi moder-sa Cidade daqui a 25 anos preserve nossa Cidade na região em que se nacional, como conseguimos ter com desportiva. Deixaremos de sofrer nizada entre Oliveira de Azeméis eo que tem de melhor agora mas que insere. No entanto, enquanto não a indústria chapeleira, primeiro, e a poluição ambiental e os odores Espinho e, agora, interconectada coma isso acresça a concretização das formos capazes de nos focarmos na com a indústria do calçado, depois. oriundos das unidades industriais de a linha do Norte, permitirá às popu-ambições e sonhos coletivos. Quere- região como um todo não vamos subprodutos localizadas na freguesia lações da nossa região uma ligaçãomos guardar para sempre aquilo de conseguir perceber que o problema, O Concelho tem que crescer de Arrifana e teremos um rio comple- rápida ao Porto e a toda a sua redeque gostamos tanto e que faz a nossa mais do que S. João da Madeira ter economicamente, mas tem de o tamente despoluído, dotado de uma de transportes.terra única e distinta - a sua identi- perdido a centralidade, reside no fazer assegurando elevados níveis praia fluvial agradável e atrativa.dade empreendedora e inovadora, a facto de os concelhos que a compõe de coesão e integração social. Em Os serviços de educação con-capacidade de se reinventar e o or- não conseguirem projetar, construir 2016 ainda temos muita pobreza, Teremos mais e melhores in- tinuarão a demonstrar elevadosgulho saudável dos seus habitantes. e trabalhar em conjunto. Estão mais exclusão social e desigualdade. A fraestruturas desportivas, desenvol- níveis de qualidade e haverá serviçosMas queremos mais – mais qualidade concentrados em competir entre si do Cidade que desejo, e pela qual vale vendo novos investimentos na zona públicos de saúde que prestam umde vida, mais coesão social e menos que em cooperar. Assim, para além pena lutar, é uma com elevados níveis das Travessas e na zona das Corgas, serviço efetivo e seguro aos cidadãos,pobreza, podermos participar na de nós, perde Santa Maria da Feira, de igualdade, que pertence a todos e com pavilhões polivalentes, piscinas nomeadamente com um Hospital pú-gestão da nossa terra e liderar, depois Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra que é governada por todos. É assim e campos de ténis de qualidade, com blico de referência, com dimensão edos chapéus e dos sapatos, um novo e Arouca. que a quero no futuro, é assim que projectos diferenciadores e mar- relevo. As instituições com atividadesetor económico em Portugal. a vejo daqui por vinte e cinco anos. cantes. Surgirão mais associações na área social terão novos e moder- Como este exercício é a expres- desportivas, e as existentes ganharão nos equipamentos. S. João da Madeira cresceu são de um desejo, espero em 2041 ver Só será atrativa se puder ofere- dimensão e relevância nacional.durante todo o século XX, passando uma região a trabalhar em conjunto, cer qualidade de vida aos seus cida- Os equipamentos culturais se-de uma pequena aldeia a uma urbe a aproveitar o potencial de cada dãos. Por isso teremos que assegurar A qualidade urbanística de rão plenamente utilizados e renta-desenvolvida e com forte capacidade concelho e, sobretudo, consciente que que, em 2041, será culturalmente S. João da Madeira será uma imagem bilizados, favorecendo e apoiando ode atração de novas pessoas, com a malha urbana contínua que liga as viva, criativa e empreendedora, com de marca. A praça voltará a ser o desenvolvimento do espírito criativouma forte pujança urbanística e cidades da Feira, S. João da Madeira um ensino de excelência e inova- centro e o coração da Cidade depois dos sanjoanenses, mas também tra-económica. Mais recentemente, a e Oliveira de Azeméis pode ser das dor, com uma oferta desportiva de da sua revitalização. O elemento zendo para a Cidade a realizaçãonossa Cidade deu também um salto mais dinâmicas e pujantes do país. qualidade e diferenciada, com um arquitetónico foi finalmente demo- de eventos atrativos de importânciano desenvolvimento cultural e no desenvolvimento ambientalmente lido e resistiu-se a ir pelo caminho nacional.aparecimento de modernas ativida- S. João da Madeira fez-se gran- sustentável, com espaços verdes fácil da redução da zona pedonal. Odes com elevada componente criativa de na indústria e, desde os seus distribuídos por todo o território, com Parque América já não existe mas a E o orçamento da cidade passa-e de desenvolvimento tecnológico. primórdios, forjou a sua identidade serviços públicos modernos e de qua- todos os sanjoanenses que lá viviam rá a ser participado por todos, deixan- empreendedora e criativa. Quando a lidade e com uma gestão autárquica e trabalhavam foram dadas alterna- do de ser exclusivamente desenhado A recente crise que o nosso indústria chapeleira entrou em crise, participada pela população. tivas mais vantajosas. Sem elemento pelos partidos que governam, empaís atravessou refletiu-se de modo já a do calçado a suplantava. E é arquitetónico e Parque América a cada momento, a Câmara Municipal.importante na vida da cidade, com precisamente esta capacidade de se Em 2041 poderemos ver uma praça passou a ser um espaço aber-preocupante elevação dos níveis de reinventar a si própria que a levará a cidade exemplar do ponto de vista to e amplo, ponto de encontro, de Estou certo que em 2041 todosdesemprego, aumento dos níveis de encontrar o seu caminho na diversi- ambiental. O Parque Urbano do Rio comércio e de cultura. poderemos dizer que S. João da Ma-pobreza e de dificuldades económi- ficação do tecido produtivo, através Ul prolongado até aos nossos limites deira é o melhor lugar para vivermos,cas para a maioria dos sanjoanenses. das empresas de base tecnológica e territoriais a sul e o vale que é atra- A atratividade da Cidade fará trabalharmos e crescermos.A significativa desindustrializaçãopor que o país passou, não pôde Pedro Nuno Santosdeixar de se refletir de modo signi-ficativo na economia sanjoanense,embora seja agradável constatar queo sector tradicional do calçado temconseguido resistir e modernizar-se,quer em termos de gestão, quer emtermos tecnológicos. No entanto,muitas e importantes indústrias seperderam neste processo e o comér-cio ressentiu-se fortemente com a
JOÃO ALMEIDA,39 ANOS,DEPUTADO ÀASSEMBLEIADA REPÚBLICA,CDS-PP Centralidade veio para ficar e criatividade é característica dos estará ligada a todos os eixos principais. Se na sanjoanenses, manifestando-se de diferentes região haverá desenvolvimento da mobilidade Pensar S. João da Madeira com um horizonte formas ao longo do tempo. Não sei como se interna, estaremos na rede do Metro do Porto de 25 anos é um exercício tão aliciante, quanto chamarão os projectos liderantes da altura, nem (sempre lembrando o nosso Vouguinha). Se na arriscado. Permite sonhar a nossa terra - qua- quais as empresas que ganharão novos clientes região haverá investimento, uma boa parte se sem restrições - mas dá tempo para que, e mercados, mas sei que existirão e marcarão dele será nas nossas empresas. Por fim, o mais passado esse tempo, seja possível avaliar o pontos a nível nacional e internacional. importante, as pessoas. Se na região vai haver grau de concretização que este exercício terá. mais coesão social, S. João da Madeira conti- É com enorme gosto que aceito o desafio do Assumida a continuidade, chego ao que nuará a dar trabalho, educação, saúde, lazer, Pedro Ventura e do labor e aqui deixo o meu acho que deve ser novo e caracterizará S. João qualidade de vida e respostas sociais a todos contributo, que é sobretudo a minha ambição da Madeira daqui a 25 anos, a sua centralidade. os que habitam na cidade, mas muito especial- para S. João da Madeira. mente àqueles que não vivendo em S. João da Muito do que hoje somos, conseguimo-lo Madeira não prescindirão da centralidade desta O ponto de partida é o nome deste jornal vencendo barreiras de acessibilidade, fossem nossa magnífica cidade. e o lema da nossa cidade. O trabalho - o nosso essas físicas, financeiras ou culturais. Mas isso Labor - nunca poderá deixar de ser a identidade foi acontecendo sempre de dentro para fora. Acredito que daqui a 25 anos S. João da da nossa terra. Trabalhámos, trabalhamos e Daqui a 25 não será assim. Nessa altura mui- Madeira será o melhor exemplo daquilo que vai trabalharemos muito para chegar mais longe e tos quebrarão as suas barreiras para descobrir ser a Área Metropolitana do Porto, o Distrito com mais resultados. Isso não mudará. S. João da Madeira. Essa cidade exemplar, que de Aveiro e Portugal. É isso que lhe dará a se tornará central na Área Metropolitana do centralidade, que aqui projecto como desígnio Acrescento o ponto actual que caracterizo Porto. Se na região crescerá o turismo, S. João futuro para a cidade. pela inovação e criatividade. Desde os projectos da Madeira terá a centralidade do Turismo In- empresariais aos investimentos públicos, da dustrial. Se na região haverá desenvolvimento João Pinho de Almeida Sanjotec à Oliva Creative Factory, passando de vias de comunicação, S. João da Madeira por muitas das indústrias e demais empresas da cidade. Também isso não mudará. A inovação
MOISÉS FERREIRA,30 ANOS,DEPUTADOÀ ASSEMBLEIADA REPÚBLICA,BE Escrever sobre o que pode vir a ser o concelho de papel de centro de atração para com as freguesias limítrofes, poderia Toda a gente teria uma habitação conforme as suas necessidades S. João da Madeira é diferente de escrever sobre o que virá ser um concelho com mais comércio e com boa saúde económica, e pagando a renda conforme as suas possibilidades.a ser. A primeira tem a ver com as potencialidades do concelho, onde o centro estaria dinamizado com oferta diversa e diferenciada.a segunda sobre se essas potencialidades estão ou não a ser Um centro vivo e dinâmico, esse seria o desígnio deste concelho. O planeamento urbano seria feito a potenciar a qualidade deaproveitadas. vida: as zonas degradadas da cidade seriam reabilitadas e as zonas Imaginar o concelho daqui a 25 anos é um exercício que só Não podemos, no entanto, esquecer as dificuldades que neces- verdes seriam constantes e complementares das zonas edificadas.pode partir desta análise: em primeiro lugar, perceber e identificar sariamente têm que ser ultrapassadas.Aqui destacaria a questão das Pelas ruas abrir-se-iam corredores verdes de árvores e arbustos.as potencialidades e dificuldades; em segundo lugar, perceber acessibilidades, assim como a necessidade de mecanismos para umase a gestão do concelho está a aproveitar as potencialidades e a justa redistribuição da riqueza produzida no concelho. São João da Madeira fixaria comércio e ele dinamizaria asuperar as dificuldades. cidade, com destaque para o centro, onde a oferta de lazer e Quanto a acessibilidades: não podemos ignorar que o Vou- cultura seria alimentada, não só pelos habitantes do concelho,DAS POTENCIALIDADES DE UM PEQUENO guinha, tal como está, é apenas um fantasma de um comboio que mas também pelos habitantes das freguesias vizinhas e concelhosCONCELHO não confere mobilidade à população e que as ligações rodoviárias vizinhos. por autocarro são limitadas. A fraca oferta de transportes públicos Não, não é verdade que um concelho pequeno esteja conde- prejudica a mobilidade de quem reside em S. João da Madeira, É, NO ENTANTO, PRECISO SABER APROVEITÁ-LASnado a ser um concelho sem dimensão. Bem pelo contrário, esta mas prejudica também a atratividade do concelho, ao dificultar oparticularidade de S. João da Madeira pode ser uma das suas acesso ao mesmo. Estou convicto que S. João da Madeira tem potencialidade paraprincipais vantagens. Um território mais concentrado pode facilitar ser isto e ainda mais. Necessita, no entanto, de mudar o projetoe melhorar a gestão do mesmo, a sua infraestruturação e o seu Quanto à redistribuição da riqueza gerada no concelho: esse político e a orientação política de quem tem gerido os destinos doplaneamento urbano. deve ser um princípio básico para a construção de uma sociedade concelho. mais justa. Não ignoramos que a concentração de muita indústria Um concelho concentrado e com apenas 8km2, mas onde no concelho produz riqueza; da mesma forma que não ignoramos Ao invés de aproveitar as potencialidades do concelho, osvivem mais de 21000 habitantes pode traduzir-se noutras vanta- que apesar da produção dessa riqueza, persistem os salários baixos últimos anos têm sido um desperdício dessas potencialidades. Nãogens: dinamismo interno para a abertura e fixação de comércio e existem inúmeros trabalhadores pobres. Para que São João da será por acaso que vemos o comércio a fugir, a desertificação doe novos negócios. Madeira possa ser, no futuro, um concelho de que nos orgulhemos, centro e os habitantes a acorrerem a outros concelhos em busca de é urgente erradicar a pobreza. Isso far-se-á através da redistribui- ofertas de lazer e de cultura. Não é por acaso que vemos cada vez Não podemos esquecer ainda outra realidade: apesar de o ção da riqueza de duas formas: 1. Através da redistribuição direta, mais pessoas a passar dificuldades, a Câmara Municipal com cadaconcelho ter apenas uma freguesia, ele é uma espécie de polo das incentivando o aumento de salários, a conquista de direitos laborais vez menos resposta, por exemplo, a nível da habitação.várias freguesias que com ele fazem fronteira, seja porque aqui e o combate à precariedade e todas as formas de exploração laboral;procuram indústria ou serviços. Este efeito pode ser aproveitado 2. Através de uma redistribuição que pode ser intermediada pela Se quisermos projetar S. João da Madeira no futuro à luz daquilopara fazer de S. João da Madeira um polo de atração, sendo que Câmara Municipal, onde esta, através de taxas e impostos diretos, que é hoje a política que o orienta, então sabemos que o seu futuroé necessário diversificar essas fontes de atratividade. pode arrecadar mais receita junto de quem tem mais dinheiro para ficará muito aquém daquilo que pode ser. depois aumentar os apoios sociais que são distribuídos por quem Assim — e de forma não exaustiva, admito — identificam- tem mais dificuldades. Para aproveitar as potencialidades é preciso uma boa gestãose algumas potencialidades do concelho que a serem totalmente das mesmas. E essa gestão não tem acontecido. A continuar peloaproveitadas poderiam traduzir-se em mais qualidade de vida. SE AS POTENCIALIDADES FOSSEM caminho que o Executivo municipal segue, teremos uma cidade maisPoderia ser um concelho onde todos os habitantes teriam direito APROVEITADAS E AS DIFICULDADES segmentada entre pobres e ricos, com menos respostas sociais aosàs infraestruturas necessárias (habitação, saneamento e água, ULTRAPASSADAS… que mais precisam e desaproveitando os equipamentos públicos.equipamentos públicos), onde o planeamento urbano promove- S. João da Madeira tornar-se-á fatalmente um território-dormitório,ria qualidade de vida (intervenções urbanas de recuperação do Daqui a 25 anos S. João da Madeira seria um concelho onde com menos emprego, menos comércio e menos lazer.edificado em zonas hoje mais desertificadas e criação de espaços toda a gente teria uma habitação condigna e teria direito garantidoverdes presentes de forma constante na malha urbana da cidade e aos bens essenciais à sua vida: água, saneamento, eletricidade, Felizmente, o futuro não está pré-determinado e só depende decorredores arborizados) e onde a prioridade passaria a ser as con- gás e internet. todos nós, enquanto indivíduos e enquanto sociedade. Pela minhadições de vida dos habitantes e não tanto a edificação da cidade. parte, quero que daqui a 25 anos, S. João da Madeira seja o concelho Não haveria casas degradadas nem desabitadas; também que realiza, de forma plena, as potencialidades que tem. Estou certo Se S. João da Madeira aproveitasse as potencialidades de- não existiria gente sem casa, gente a ser despejada das suas ha- que é possível e que esse é o caminho necessário.correntes da sua alta densidade populacional e promovesse o seu bitações ou gente em lista de espera para uma habitação social. Estejamos todos certos dessa meta para começarmos já a mudar o presente! Moisés Ferreira
JORGE CORTEZ,61 ANOS,DEPUTADO MUNICIPAL,CDU Humanizar a cidade O desafio que me foi feito de falar da nossa cida- resolvem definitivamente coisa nenhuma. São necessá- profundo no emprego e na habitação do nosso concelho de daqui por 25 anos provocou-me, quando comecei rias acções que gerem emprego, com salários justos e e que arranquemos de novo na senda do progresso a esboçar este texto, uma grande inquietude pelos com direitos, que motivem as pessoas a gostarem de de modo a que no ano 2041 encontre S. João com as perigos que se põem no horizonte da Humanidade viver em S. João. É urgente virar a página e pôr termo lacunas actuais resolvidas. Relembro algumas como: mas um movimento de sentido contrário induziu-me a à necessidade dos jovens de saírem da sua terra para acreditar que a mesma Humanidade, apesar de todos os procurarem uma vida digna. Penso que a promoção da - Os problemas ambientais, dos quais destaco percalços que tem encontrado na História, tem evoluído indústria deverá ser um dos eixos mais importantes da os odores conhecidos e a poluição das linhas de água; no sentido da justiça, do bem-estar e da fraternidade, actividade autárquica. apesar de tantas injustiças e tantas desigualdades ainda - A requalificação do espaço público de modo a o verificadas. Por isso, dedico estas linhas a falar daquilo A habitação é também um factor importante para tornar mais atractivo; que para mim era importante ver resolvido. o nosso desenvolvimento e a existência de conterrâ- neos nossos a viver em condições insalubres e com - A requalificação dos percursos dos peões, lem- Entendo a cidade como um espaço humanizado, total ausência de comodidade é motivo que nos deve brando a mobilidade dos mais velhos e dos cidadãos gerido democraticamente por políticos sensatos capa- entristecer. Sei que este problema é nacional mas isso portadores de deficiência física; zes de se nortearem pelos interesses da comunidade não pode deixar de nos inquietar. Há gente a viver em que somos.As grandes decisões, aquelas que marcarão condições desumanas em SJM e não podemos ignorar. - A situação do comércio tradicional alertando a cidade para o futuro, devem ser tomadas em diálo- Por outro lado, é cada vez mais difícil aos jovens ter para a importância desta actividade no emprego e na go, dando voz a todos os sectores sociais, culturais e condições para saírem de casa dos pais e constituírem animação da cidade; políticos. família por falta de habitação. O grande paradoxo de tudo isto é, quando percorremos a cidade a pé, deparar - E a recuperação do Hospital Distrital de S. João A pobreza e a exclusão são uma chaga social com centenas de habitações desocupadas. Por razões da Madeira, com a sua Urgência Médico-Cirúrgica (in- cuja extinção depende muito do poder central mas de justiça social, em benefício da economia local e de tegrada na Rede Hospitalar de Urgência/Emergência) os municípios não podem nem devem abster-se neste uma cidade mais humanizada, é da maior importância e todas as valências que lhe foram subtraídas. Isto é combate. A forma como se gere o território contribui que aqueles que vivem em condições de habitabilidade uma dívida do poder central para connosco e com as para o emprego e, consequentemente, para a melhoria inaceitável passassem a ter uma casa decente e que os populações vizinhas que tem que ser cobrada. das condições económicas da população.A cidade tem inúmeros fogos desocupados, de modo gradual, sejam hoje um nível médio de remuneração abaixo da média ocupados por famílias com capacidade de garantir o Mas é impossível no momento actual poder nacional. Estamos longe dos tempos áureos da indústria pagamento das respectivas rendas. enunciar o muito do que é necessário fazer para que em que a Oliva foi um motor de grande importância. A esta cidade tenha um papel que orgulhe os seus ha- desindustrialização que se verificou em Portugal, nestes Considero o Emprego e a Habitação factores bitantes dela mesma em 2041. A evolução científica e anos do euro, gerou uma grande perda de emprego estruturantes do futuro de S. João, contudo, todos tecnológica continuará a trazer-nos novos desafios e e uma grande quebra dos salários. Prometeram-nos sabemos que a cidade estará sempre incompleta e em por isso teremos que, cada vez mais, estar abertos a o pelotão da frente, mas acabamos por ficar no lote cada tempo haverá sempre que definir prioridades, ela, não esquecendo que a mesma só tem sentido se dos atrasados mesmo junto ao carro vassoura. Os fazer novas obras, dar manutenção a outras e promover estiver ao serviço de todos nós. Encerro dizendo que responsáveis políticos pela gestão da cidade não po- o bem-estar da população. A cidade não pode parar em 2041, provavelmente, já cá não estarei mas tenho a dem ignorar que as medidas assistencialistas podem porque, como diz o ditado,” parar é morrer”. esperança que os que cá ficarem consigam uma cidade resolver um problema durante um dia ou dois mas não moderna, com uma economia sustentada, geradora Espero que os próximos anos sejam um avanço de bem-estar integrando todas as gerações de modo harmonioso. Melhor dizendo: uma cidade humanizada. Jorge Cortez
RICARDO FIGUEIREDO, TRANSCRIÇÃO DO DISCURSO DO SENHOR53 ANOS, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPALPRESIDENTE DE S. JOÃO DA MADEIRA,DA CÂMARA EM 11 DE OUTUBRO DE 2041 CAROS SANJOANENSES, Em 2016 foi publicada uma edição muito especial do Jornal Labor em que, a par de outros cidadãos, o meu antecessor de então, Ricardo Oliveira Figueiredo, foi convidado a escrever um texto antecipando a sua visão da nossa cidade para daí a 25 anos – ou seja, precisamente para este ano de 2041 em que se comemoram 115 anos de elevação concelhia. O Presidente da Câmara de S. João da Madeira de então, desse já longínquo ano de 2016, em que o município comemorou 90 anos, curiosamente optou por escrever aquilo que previa poder ser o discurso do seu sucessor no cargo, no Dia do Município, 25 anos mais tarde, ano em que aqui nos encontramos. Um quarto de século passado, e estando no desempenho dessas funções, permito--me revisitar essas palavras lendo o discurso escrito pelo autarca de então, em que nos revela como em 2016 projetava o desenvolvimento da nossa cidade após os 25 anos que se seguiram e que – para nós – são os 25 anos que nos antecederam. “Senhora Ministra Europeia das Regiões obra literária a nossa referência histórica, fabrico de espumas e de tecidos e em costura e emprego fortemente qualificado e de grande Senhor Presidente da Região Norte de paradigma do nosso título de Cidade do que, já no fim dos anos 80, tinha dotado a cidade expansão e crescimento da cidade.Portugal trabalho, desta nossa matriz empreendedora, de todos os ingredientes para o surgimento de Senhora Presidente da Assembleia Mu- competitiva e solidária, mas também da nossa uma nova indústria - a do fabrico de bancos O corolário de todo este trabalho dosnicipal forte raiz cultural. para automóveis - que daria origem à forte e Sanjoanenses é sermos hoje o concelho com Senhoras e senhores vereadores diversificada indústria de componentes para maior rendimento per capita do país, e lembro Senhores Presidentes das Juntas de Fre- Foi com este espírito que os Sanjoanenses automóveis que se ergueu nos anos 90, puxando que hoje temos já quase o dobro da populaçãoguesia do nosso município foram escrevendo a sua história de sucesso. pela economia sanjoanense e que durante os 25 de há 25 anos. Senhores Presidentes das Assembleias de anos seguintes foi o sector mais importante daFreguesia respectivas Devemos a industrialização à chapelaria, nossa economia local. Temos razões para estarmos satisfeitos, mas Senhoras e senhores autarcas no início do século XX. Indústria que durante a queremos sempre mais. Caros ex-Presidentes e ex-autarcas Segunda Grande Guerra teve grande expansão Em 2016, num mundo já então fortemente Senhoras e senhores dirigentes asso- e que garantiu o crescimento económico até à globalizado, S. João da Madeira, com a sua Os Sanjoanenses andam sempre à frenteciativos década de 60 desse século, até que o uso do cha- indústria tradicional muito inovadora e compe- do seu tempo. Senhoras e senhores empresários, péu passou por tempos de declínio, provocando titiva, em sectores maduros e consolidados como Caros Sanjoanenses, dificuldades de emprego na então ainda vila de a chapelaria, o calçado, a metalomecânica e o Por isso, estamos atentos à nova vaga de S. João da Madeira. automóvel, detinha o 6.º lugar no ranking na- desenvolvimento que se perspetiva. Como dizia um grande presidente do cional do poder de compra per capita e elevadosnosso município, S. João da Madeira é uma Mas, a história da nossa cidade é uma índices de qualidade de vida. Sabemos que temos uma forte industria tec-história de sucesso que nunca ninguém história de constante reinvenção. nológica tradicional, que temos um forte sectorconseguiu travar, tantas foram as conquistas Em 100 anos, S. João da Madeira tinha da saúde na cidade, pautado por modernos hos-dos Sanjoanenses ao longo de gerações e A cidade soube adaptar-se, e desenvolveu já alcançado um lugar de destaque no plano pitais e unidades de saúde públicas e privadas,gerações, bem patentes nos tempos heróicos uma importante indústria de calçado, que foi nacional. e sabemos que temos já indústrias emergentesdo Grupo Patriótico Sanjoanense que levaram o novo motor da economia e do emprego nas das novas áreas da genética, da bioengenhariaà criação do nosso concelho, precisamente há décadas de 70 e 80, a ponto da cidade se tornar Desde então, é curioso observar que, tal e dos tecidos biofuncionais, nomeadamente115 anos. na Cidade do Calçado. como a indústria automóvel começou com a até dos tecidos biofuncionais inteligentes. E é colchoaria, numa pequena unidade na cave dum do encontro destas três realidades, tecnologia Mas a grande referência dos Sanjoanen- Pela segunda vez a cidade dependia for- prédio no centro da cidade, que mais tarde se tradicional, saúde e bioengenharia, que se con-ses não é uma data histórica ou monumento, temente de um só sector, e após 25 anos de tornou grande, também os gigantes da indústria tinuará a produzir inovação e dar novo impulsomas sim um desígnio colectivo de progresso progresso, deu-se forte consolidação da indústria tecnológica e criativa de hoje têm a sua origem ao crescimento. É por aí que os Sanjoanenses jáatravés da solidariedade, do trabalho e da do calçado... e uma vez mais a cidade teve de nas empresas criadas na infraestrutura da San- estão a avançar, seguindo o espírito indomávelcapacidade de empreender. se reinventar. jotec e da Oliva Creative Factory. que conduziu à fundação do nosso concelho. Tal espírito Sanjoanense está bem patente Para tal, a cidade tinha outros recursos. De facto, nos últimos 25 anos, têm sido as É este sector da bioengenharia que quere-na obra literária de João da Silva Correia e Havia na cidade uma indústria de colchoaria que indústrias tecnológicas e as industrias criativas mos apoiar para promover a economia e lançarno seu romance “Unhas Negras”, e é esta começou no início da década de 50, que espalhou os motores que têm assegurado elevados índices S. João da Madeira definitivamente como um dos pela cidade conhecimento em metalomecânica, de desenvolvimento económico, de criação de mais reconhecidos polos de desenvolvimento e qualidade de vida da Europa.
Mas a par da economia, temos também de de qualidade de vida e empreendedorismo, em Espinho; da mesma maneira que anos mais Caros Sanjoanenses,fomentar outros sectores que são fundamentais particular nas indústrias tecnocriativas, graças tarde lutámos e conseguimos as linhas de assim se olhava, há 25 anos, para o quepara o desenvolvimentos sustentável. ao crescimento imparável precursionado pelo metro diretas ao Porto e a Aveiro; hoje somos poderia ser a nossa cidade neste ano de 2041. binómio Sanjotec-Oliva, onde centenas de forçados a pugnar pela modernização desta Uma perspetiva que veio a revelar-se, como É o caso da educação, da cultura e da inovadores desenvolvem a sua atividade. linha de metro com tecnologias de última hoje constatamos, surpreendentemente pre-promoção do desenvolvimento social em que geração. monitória em muitos aspetos. Vários projetoscontinuaremos a investir fortemente. Soubemos como poucos reinventar cons- se concretizaram. Muitos dos sonhos de então tantemente a nossa indústria tradicional que É importante referir que a região do Entre tornaram-se realidade. Mas em grande medida Temos de enfatizar que esta cidade tem continua pujante, tirando partido da introdu- Douro e Vouga, de que somos o epicentro, conseguimos muito mais, visto a nossa cidadeuma grande preponderância do Desporto. ção de componentes tecnológicos de ponta, merece mais, por tudo o que representa para se encontrar num patamar que há 25 anos seriaNão fosse termos, no vale do Rio Ul, o Centro de forma a assumirem um papel decisivo na a economia nacional e até europeia. impossível imaginar.de Alto Rendimento Desportivo projetado revolução registada no mundo.pela grande arquiteta Zaha Hadid, e que foi Pela nossa parte, e graças à boa situação Normalmente, prevemos o futuro como umaconstruído na senda de grandes projetos do Essa capacidade de inovação e empre- das finanças municipais, estamos em con- projeção do presente, perspetivando o futuro empassado como o Estádio Conde Dias Garcia e endedorismo conjugada com a nossa aber- dições de dar o nosso contributo para esse função duma ampliação do que já conhecemos.do Pavilhão dos Desportos da ADS entretanto tura ao mundo e a aposta feita no ensino importantíssimo investimento regional e por Mas a história tem-nos provado que há pata-reconstruídos e por isso se encontram ainda de línguas, com destaque para o mandarim isso espero senhora ministra ter aqui hoje o mares de progresso disruptivos, que abrem ca-em ótimas condições. foram essenciais à nossa crescente afirmação seu compromisso de apoio a esse projeto. minhos de desenvolvimento efetivamente novos. internacional. Mas, por outro lado, não podemos deixar Historicamente associada ao trabalho, Tal como em 1941 ninguém poderia terde notar que temos equipamentos a precisar Mas tudo o que já conquistamos não nos S. João da Madeira conseguiu juntar a essa previsto o mundo que com a internet se abriu ede modernização. São disso exemplo os dois faz perder a ambição e determinação de andar marca de sempre uma importante vertente de globalizou 50 ou 75 anos mais à frente, tambémpavilhões do Complexo Desportivo Paulo Pinto à frente. Antes pelo contrário, inspira-nos a lazer, que atrai à cidade milhares de visitantes. os Sanjoanenses de 2016 não poderiam tere as Piscinas Municipais de Souto Moura, que chegar sempre mais além. imaginado tudo o que hoje somos. Na verdade,têm já mais de 20 anos e precisam de remode- S. João da Madeira é o centro económico, nós sanjoanenses podemos congratular-nos porlação, o que não será difícil dada a qualidade Por isso, aproveito a presença da senho- cultural e desportivo da região, e é um amplo termos ido ainda muito mais além do que o quee o poder de sobrevivência da obra assinada ra ministra e do senhor presidente regional e fervilhante centro cívico e comercial, que de melhor então se antecipava.por Souto Moura, o que os permitirá a sua do Norte para lembrar que o eixo Aveiro – poderá prestar um ainda melhor serviço areabilitação mantendo a marcante estrutura S. João da Madeira – Porto, constitui um gran- esta região quando dispuser de vias de co- E assim será daqui a outros 25 anos e daíarquitectónica do edifício. de centro de investigação e desenvolvimento municação mais ajustadas às necessidades por diante, porque está no espírito Sanjoanense tecnológico à escala europeia, e o grande atuais da região. ultrapassar os seus próprios sonhos e andar Muito a fazer há também no que respeita motor das exportações Portuguesas, mas que sempre à frente do seu tempo.à mobilidade. não tem a devida correspondência ao nível da Assim, continuaremos a levar S. João da modernização da linha de metro que liga esses Madeira e a região por diante. S. João da Madeira, 11 de Outubro de 2041 Senhora Ministra, centros urbanos e que é hoje manifestamente Hoje somos uma referência internacional desatualizada e insuficiente. Agradeço a todos. O Presidente da Câmara Municipal Viva S. João da Madeira Da mesma maneira que, há 25 anos, lu- “ támos e conseguimos a revitalização da Linha do Vale do Vouga e sua ligação à estação de
Registado no ICS com o nº 112870 Diretor/Editor: Colaboradores: Departamento de Publicidade e Marketing: Impressão: Pessoa Coletiva nº 502396180 Pedro Silva ([email protected]) Alexandre Rios Ana Paiva FIG - Coimbra António Válega Fernando Aguiar Redação e Administração:Os artigos assinados refletem unicamente Diretor convidado: Augusto Araújo Fernando Moreira ([email protected]) Rua Oliveira Júnior, 93 | Apartado 104 a opinião dos seus autores e, Pedro Ventura Fauto Sá 3701-910 S. João da Madeira Fernanda Fidalgo Fotografia: Telef.: 256 202 600 | Fax: 256 202 609não necessariamente, a do jornal labor.pt Redação: João Brandão Nuno Santos Ferreira Email: [email protected] | http: www.labor.pt Sara Dias Oliveira C.P. 4404 João Pinho de Almeida Rui Pedro Guilherme HORÁRIO ATENDIMENTO AO PÚBLICO: ([email protected]) Jorge Cortez 10h00 - 12h00; 14h00 - 18h00 Nuno Santos Ferreira C.P. 5453 Manuel Carlos Silva Secretariado: Assinatura Papel: ([email protected]) Manuel Castro Almeida Sara Costa Portugal 20,00 Anabela Carvalho C.P. 8924 Mário Pessegueiro Europa 40,00 ([email protected]) Moisés Ferreira Maquetagem e Grafismo: Fora da Europa 50,00 Diana Familiar C.P. 10019 Pedro Nuno Santos Ana Paiva ([email protected]) Assinatura Digital: 10 ([email protected]) Ricardo Figueiredo Rui Guilherme ([email protected]) Tiragem: 12.500 exemplares Tiago Santos Propriedade de: Vítor Gonçalves Grafismo capa: LABORPRESS - Edições e Comunicação Social, Lda. José Miguel Cardoso (Registada com o nº214941) Detentores do capital: LABORPRESS - Edições e Comunicação Social, Lda Pedro Ferreira da Silva O estatuto editorial encontra-se disponível em www.labor.pt
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