Microeconomia das empresas Felipe Lemos
Felipe Kesrouani Lemos Microeconomia das empresas Presidente Prudente 2020
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Sobre o autor Felipe Kesrouani Lemos Graduado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), mestre em Engenharia de Produção pela mesma instituição, e doutor em Engenharia de Produção na Faculdade de Engenharia de Bauru, da Universidade Estadual Paulista (FEB/Unesp). Trabalhou com planejamento, programação e controle da Produção (PPCP) em multinacionais de diversos ramos, dentre os quais cosméticos, bens de consumo e aeronáutico. Atualmente, é docente da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) e empresário no ramo de serviços, produção industrial e agrícola. É pesquisador na área de Pesquisa Operacional e Engenharia Econômica.
Sumário Capítulo 1: Empresas em mercados competitivos ...... 09 1.1. O que caracteriza um mercado competitivo .......................... 10 1.2. Como uma empresa escolhe seu preço ................................. 11 1.3. A curva de oferta e o custo marginal ...................................... 13 1.4. O equilíbrio do mercado no longo prazo ................................ 14 Capítulo 2: Monopólios .....................................................17 2.1. Por que os monopólios existem? ............................................. 18 2.2. Como um monopólio escolhe seu preço ................................ 19 2.3. O custo social de um monopólio ............................................. 20 Capítulo 3: Oligopólios ..................................................... 21 3.1. Conluios e carteis ....................................................................... 22 3.2. Teoria dos jogos: o dilema do prisioneiro .............................. 23 Capítulo 4: Competição monopolística .......................... 25 4.1. Equilíbrios no curto e no longo prazo ..................................... 26 Referências ......................................................................... 29
Prefácio A economia é o ramo da ciência que nos ensina a lidar com os recursos escassos e alocá-los de maneira eficiente para maximizar os objetivos de uma sociedade, seja o bem estar, seja o padrão de consumo ou uma combinação deles. Dentro da economia, a microeconomia é a grande área que estuda a reação dos diferentes agentes econômicos aos incentivos que lhes são propostos, de modo a prever seus comportamentos e entender quais serão as consequências desta dinâmica no curto, médio e longo prazo. Dentre os principais agentes econômicos estão as empresas, os governos e as famílias. Neste livro, exploramos os tópicos mais importantes relacionados aos incentivos dos agentes econômicos empresas, detalhando os modelos pertinentes à formação de preços e quantidades de equilíbrio nas diferentes configurações de mercados possíveis: mercados competitivos, monopólios, oligopólios e competição monopolística. O conteúdo é enfocado em alunos de graduação que queiram aprofundar neste tópico, assim como estudantes de pós-graduação e profissionais da área que queiram um material de consulta como referência. Bons estudos! O autor
Capítulo 1 Empresas em mercados competitivos Neste capítulo: 1.1. O que caracteriza um mercado competitivo 1.2. Como uma empresa escolhe seu preço 1.3. A curva de oferta e o custo marginal 1.4. O equilíbrio do mercado no longo prazo
10 Introdução Este capítulo nos introduzirá no mundo da formação de equilíbrios e preços em mercados competitivos. Mercado competitivos são aqueles em que a grande quantidade de vendedores e compradores impedem que um único agente influencie sozinho o preço do mercado de maneira significativa. São exemplos comuns de mercados competitivos o mercado de frete rodoviário comum, commodities agrícolas e pratos típicos em eventos (como o famoso, “pastel de feira”). Atenção Na prática, nenhum mercado é perfeitamente competitivo, mas há exemplos que se aproximam dessa característica. As conclusões do modelo apresentado são tão mais válidas quanto mais próximo estiver dessa caracterização. 1.1. O que caracteriza um mercado competitivo Os modelos teóricos apresentados de mercados competitivos baseiam-se em casos em que três características são atendidas: • Existência de muitos compradores e vendedores, de forma que nenhum deles influencie o preço isoladamente; • Os bens e serviços oferecidos são idênticos ou muito similares, de forma que há dificuldade de diferenciação por qualidade; • As empresas podem entrar e sair livremente deste mercado, ou seja, há poucas barreiras de entrada e de saída.
11 Observar essas características como premissas deste modelo econômico é muito importante, pois ditará o quanto essa simplificação adere à realidade. Note, por exemplo, o caso do frete rodoviário comum. Verifica-se que existem diversos vendedores (transportadoras, prestadores de serviço autônomos etc.) e diversos compradores (indústrias, serviços, pessoas físicas etc.). Desta forma, não encontramos grandes agentes que sozinhos seriam capazes de influenciar significativamente o preço. Além disso, o transporte de uma carga de um local para outro apresenta poucos diferenciais de um prestador de serviço para outro. Pode-se falar em segurança, confiança ou pontualidade do prestador, mas o valor do serviço em si (levar de um ponto ao outro) é muito similar. Por fim, existe uma barreira de entrada neste mercado, que é a compra do veículo e a habilitação do motorista. Mas, comparado a outros sistemas de produção, trata-se de barreiras relativamente pequenas, devido à oferta de financiamentos e poucas exigências de formação prévia. A saída também é relativamente fácil, dado que o principal ativo (o veículo) tem boa liquidez no mercado de usados. Reflexão Pense em exemplos opostos: a oferta de telefonia celular seria próxima a um mercado competitivo? Há muitos vendedores? Os produtos/serviços oferecidos são muito similares? É fácil montar uma operadora de celulares? Será que é fácil vender a estrutura se desejar sair? 1.2. Como uma empresa escolhe seu preço Um agente econômico sempre é motivados por seus incentivos. No caso de uma empresa, o maior incentivo no curto prazo é o lucro. Desta forma, a escolha de preços, ainda que tacitamente, é guiada por esse critério. Assim, um empresário, mesmo sem ser familiarizado com qualquer conceito de economia, intuitivamente modificará seu preço buscando sempre a relação de quantidade que maximiza seu lucro.
12 Figura 1 – Gráfico explicativo da escolha de preços Fonte: Elaboração própria (2020) Na Figura 1 é mostrado um gráfico relaciona receitas e custos com a quantidade vendida por um negócio em mercado competitivo. Como o preço é dado pelo mercado, a curva da receita marginal (que é o próprio preço) é uma reta horizontal constante. O custo total médio é uma curva com um ponto mínimo (ponto de maior eficiência, enquanto o custo marginal tem formato crescente. O ponto de maior lucro para o empresário é o encontro do custo marginal com a receita marginal. Isso acontece porque se decidir vender mais um produto a mais, o custo de produção desta próxima unidade é maior do que a receita dela. Isso é consequência dos conceitos de custo e receita marginais. Observe bem que o ponto de lucro máximo não acontece no ponto de maior eficiência (ponto de mínimo da custa de custo total médio). Afinal de contas, vale à pena o empresário produzir com custos médios maiores enquanto estiver obtendo mais lucros devido a essa escolha.
13 1.3. A curva de oferta e o custo marginal Como já foi dito, o preço em um mercado competitivo é um dado de mercado, de tal forma que é a curva de custo marginal tem irá determinar em que preço os agentes vendedores estarão dispostos a vender uma determinada quantidade. Assim, tiramos desta lição que a curva de custo marginal é a curva de oferta de um certo mercado competitivo, pois relaciona a quantidade que o mercado está disposto a ofertar para um dado preço. É interessante observar, como pode ser verificado na Figura 2, que essa curva de oferta inicia-se acima do custo variável médio, pois abaixo dela uma empresa não tem racionalidade em operar. Seria o equivalente a vender um produto por um preço abaixo de seus custos de matérias-primas. Isso só aconteceria em casos de liquidação da empresa ou obsolescência de seu estoque, mas não em um mercado normal. É importante refletir também que essa curva pode atingir valores abaixo do custo total médio no curto prazo, pois uma empresa – em tempos difíceis de demanda – poderia Figura 2 – Gráfico explicativo da curva de oferta Fonte: Elaboração própria (2020)
14 praticar preços abaixo de seu custo total para diluir custos fixos. Já no longo prazo, essa situação não seria sustentável financeiramente, o que levaria a empresa a sair do mercado. Assim, a curva de oferta de longo prazo inicia-se acima da curva de custo total médio. Saiba mais O mercado de companhias aéreas (embora não seja um exemplo de concorrência perfeita) conhece muito bem essa distinção entre curva de oferta de curto e longo prazo. Na decisão de um vôo particular, leva-se em conta apenas o custo variável do vôo, enquanto na decisão de manter uma rota é necessário considerar que o custo médio seja coberto. 1.4. O equilíbrio do mercado no longo prazo Como vimos na definição de mercado competitivo, há relativa facilidade de entrar e sair do mercado. Uma consequência é que um mercado em que as empresas estão tendo lucro econômico (isto é, já considerando o custo de oportunidade) atrai novos entrantes. Com a entrada de mais concorrentes, o preço tende a cair. Por outro lado, se as empresas de um mercado estão tendo prejuízo econômico, é natural que tendam a desistir e sair dele com o tempo. Com a saída de concorrentes, o preço tende a subir. No longo prazo, esse movimento de entradas e saídas de concorrentes leva a um equilíbrio em que os participantes do mercado operam com lucro econômico zero. É sempre importante lembrar que lucro econômico já considera a remuneração do investimento e do empreendedor, de forma que não significa não ter lucro. Esse equilíbrio acontece justamente no ponto em que a curva de custo marginal encontra a curva de custo total médio. Por definição, esse ponto é o ponto de mínimo da curva de custo total médio, ou seja, a escala eficiente.
15 Figura 3 – Equilíbrio de preços no longo prazo Fonte: Elaboração própria (2020) É por isso que economistas liberais tendem a argumentar que – em mercado competitivos – a sociedade é beneficiada, pois a alocação de recursos é guia para preços que igualam os custos mínimos de produção, de forma a utilizá-los de maneira eficiente. Esse raciocínio ilustra a ideia da “mão invisível”, proposta pelo economista ingl6es Adam Smith, em sua obra clássica “A riqueza das Nações”.
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Capítulo 2 Monopólios Neste capítulo: 2.1. Por que os monopólios existem? 2.2. Como um monopólio escolhe seu preço 2.3. O custo social de um monopólio
18 Introdução Neste capítulo analisaremos os mercado em que existem monopólios. Um monopólio é caracterizado por mercados em que existem apenas um agente vendedor, de forma que a empresa não é uma tomadora de preços, mas sim a formadora de preços., de acordo com a maximização de seu lucro. São exemplos de monopólio as concessionárias de rodovias, empresas fornecedoras de água, energia e tratamento de esgoto etc. 2.1. Por que os monopólios existem? A princípio, a ideia da existência de um monopólio soa estranha ao consumidor e deveria haver regulamentações para sua proibição. Entretanto, há casos que justificam sua existência, dentre os quais listam aqui três: • O recurso chave é exclusivo da empresa: é o caso, por exemplo, de empresas mineradoras, que detém a jazida para exploração daquele mineral; • Concessões governamentais: é o caso de rodovias ou aeroportos, em que não sentido na existência de concorrência e o governo delimita regras de limites de formação de preços; • Custos de produção mais eficientes (“monopólio natural”): é o caso de serviços em que não faz sentido ter concorrência, como fornecimento de água ou energia, pois a duplicação de infraestrutura levaria a grande ineficiência.
19 2.2. Como um monopólio escolhe seu preço Como dito, um monopolista não é um tomador de preço, mas sim um formador de preço. Entretanto, isso não significa que é racional cobrar o mais caro possível, pois a perda de demanda pode trazer mais perdas do que ganhos. Observe no gráfico da Figura 4 o racional da escolha de preços de um monopolista. Como a demanda tem formato decrescente (quanto mais caro um produto, menos pessoas estão dispostas a compra-lo), a curva de receita marginal também é decrescente em inclinação mais acentuada, pois cada unidade a mais que se decida vender incorre em praticar um preço unitário um pouco menor. Por outro lado, o monopolista também possui uma curva de custos marginais, crescente como em qualquer outra empresa. O encontro da curva de custo marginal e receita marginal dá a quantidade a ser vendida para obter lucro máximo. A projeção desse ponto na curva de demanda leva a encontrar o preço do monopolista. A área delimitada em roxo é seu lucro econômico. Figura 4 – Escolha de preço de um monopolista Fonte: Elaboração própria (2020)
20 2.3. O custo social de um monopólio Vimos os motivos pelos quais há mercados em que faz sentido haver monopólio. Mas qual o custo social disso para o consumidor e, portanto, para a sociedade em geral? A Figura 5 é um gráfico que nos ajuda a compreender esse fardo, baseado na comparação entre a formação de preço em uma concorrência perfeita e em um mercado com um monopolista. Em um mercado com concorrência, diferente do mostrado na seção 2.2, o preço se dá no encontro do custo marginal com a curva de demanda, pois o preço é um dado do mercado. Ao comparar ambos equilíbrios, nota-se que o preço do monopolista é necessariamente mais alto do que com a concorrência perfeita; e a quantidade ofertada é menor. Assim, menos pessoas têm acesso àquele bem ou serviço, pagando mais por isso. Daí a reflexão do custo de haver um monopólio, que deveriam ser acompanhados por agências reguladoras para evitar custos altos à sociedade. Figura 5 – Comparação do preço em concorrência e em monopólio Fonte: Elaboração própria (2020)
Capítulo 3 Oligopólios Neste capítulo: 3.1. Conluios e carteis 3.2. Teoria dos jogos: o dilema do prisioneiro
22 Introdução Neste capítulo analisaremos os mercado em que existem oligopólios. Um oligopólio é caracterizado por existiram poucos vendedores, podendo haver poder de mercado concentrado ou risco de conluios. Nesse caso, as empresas não são nem totalmente tomadoras de preço, nem totalmente formadoras. Em geral, estas estruturas se formam quando os custos de entrada e saída são muito altos. É responsabilidade de entes governamentais regular seu poder de mercado para evitar danos ao consumidor. No Brasil, esse papel é desempenhado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). São exemplos desse tipo de mercado o fornecimento de serviços de telecomunicações, companhias aéreas e, às vezes, certos serviços em pequenos mercados (como, por exemplo, postos de gasolina em uma cidade pequena). 3.1. Conluios e carteis Por serem poucos concorrentes, os oligopolistas possuem incentivos para fazer acordos de forma a poder operar como monopolistas, sendo formadores de preços. Este tipo de acordo se chama conluio, e nele seria estabelecido de maneira contratual as quantidades e os preços praticados por cada participante. Chama-se de cartel o grupo de participantes de um conluio.
23 A existência de órgãos reguladores inibe esse tipo de prática, pois não é possível estabelecer compromissos contratuais dessa natureza. Além disso, dado um conluio, existe grande incentivo dos participantes em desrespeitá-lo, como será visto na próxima seção. Por ser algo ilegal e combatido na maioria dos países, um dos únicos exemplos conhecidos é uma organização supragovernamental, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Os países participantes se reúnem para definir cotas de produção, de forma que os preços de mercado se equilibram em um valor conveniente para os participantes. 3.2. Teoria dos jogos: o dilema do prisioneiro A teoria dos jogos é um campo de estudos do comportamento e estratégias de agentes econômicos frente a situações em que suas ações se impactam mutuamente. Na análise de duopólios (oligopólios com 2 participantes), é famosa a ilustração do dilema dos prisioneira. Veja na Figura 6 a situação de duas empresas e seus lucros de acordo com as quantidades que decidem produzir. Figura 6 – Ilustração do dilema do prisioneiro em um duopólio Fonte: Elaboração própria (2020)
24 Se ambas empresas concordam em produzir apenas 500 unidades, ambas têm preço de venda de $ 10 e custo total médio de $ 3, maximizando a soma de seus lucros. Se uma delas decide se aproveitar do combinado e produzir 700 unidades, o excesso de oferta derruba o preço de equilíbrio para $ 9 e os custos sobem para $ 3,50. Neste caso, o lucro da empresa que desrespeitou o acordo aumenta, mas os ganhos da outra empresa caem e a soma também. Por fim, se a outra empresa revida, o preço cai ainda mais ($ 8) e o custo sobe ainda mais ($ 4), de forma que ambos perdem. Entretanto, reflita ao lado da empresa A: se você souber que a empresa B respeitará o acordo, seu incentivo é por desrespeitá-lo. Por outro lado, se você souber que a empresa B desrespeitará o acordo, sua melhor alternativa também é desrespeitá-lo. A essa condição chamamos de estratégia dominante, que é a melhor estratégia para um “jogador”, sabendo previamente a escolha do outro. Por outro lado, o melhor para todos é que ambos não sigam a estratégia dominante, condição a qual chamamos de equilíbrio de Nash, em homenagem ao matemático que teorizou essa situação. Chamamos essa situação de dilema do prisioneiro, pois ilustra-se com uma situação de prisão de dois assaltantes, em que a estratégia dominante é confessar o crime e acusar o companheiro, diminuindo sua pena; mas o equilíbrio de Nash se dá quando nenhum dos dois confessa. São exemplos reais de situações de dilema do prisioneiro: orçamentos militares dos países, proibição de propaganda de cigarros e proibição de sacolinhas de supermercados. Saiba mais A vida do matemático e ganhador do prêmio Nobel de economia John Nash Jr. foi retratada no cinema no filme ganhador do Oscar “Uma mente brilhante”. Nele, retrata-se a inspiração para a teorização do dilema do prisioneiro em um contexto de amigos paquerando em um bar.
Capítulo 4 Competição monopolística Neste capítulo: 4.1. Equilíbrios no curto e no longo prazo
26 Introdução Neste capítulo analisaremos os mercado caracterizados por competição monopolística. Isso acontece quando há muitos vendedores no mercado e estes oferecem produto similares, mas não são idêntico. Este é o caso, por exemplo, de produtos e serviços com diferenciação e que envolvem criatividade, como livros, restaurantes e jogos. Podemos dizer que há diversos autores e editoras de livros, que oferecem produtos muito similares. Entretanto, não podemos dizer que um livro é idêntico ao outro. Embora ambos sirvam ao mesmo proposição (instruir, divertir, ler), cada livro é único. A mesma coisa vale para um restaurante, um jogo eletrônico, um projeto de consultoria ou um curso de informática. 4.1. Equilíbrios no curto e no longo prazo Em um mercado caracterizado por ser competição monopolística, cada produto é único, embora tenha um grande número de substitutos, que concorrem pelo mesmo objetivo. No caso de um jogo é o lazer, no caso do restaurante uma boa refeição, no caso de um livro é a diversão ou estudo etc. Assim, no curto prazo, por ser único, o vendedor poderia se comportar como um monopolista e estabelecer o preço equivalente à quantidade em que a receita marginal é igual ao custo marginal, maximizando seu lucro. Esse é o caso, principalmente, de um ofertante que entra “em moda” e é muito requisitado. A Figura 7 ilustra essa condição.
27 Figura 7 – Preço do monopolista (curto prazo) Fonte: Elaboração própria (2020) Entretanto, esse sucesso e lucro econômico obtido pela empresa que fornece este bem ou serviço, naturalmente, atrai concorrentes substitutos. Assim, a Figura 8 mostra, no médio prazo, a redução de seu lucro econômico, que é dado pelo deslocamento paralelo das curvas de demanda e receita marginal. É possível, inclusive, que haja condição de prejuízo para os participantes daquele mercado. No longo prazo, a livre entrada e saída de participantes tende a um equilíbrio caracterizado pela curva de demanda que tangencia a curva de custo total médio, em que o lucro econômico é zero, como pode ser observado na Figura 9. Em comparação com o ponto de equilíbrio em um mercado de concorrência perfeita, é possível observar que há a criação de uma certa ociosidade na quantidade e um preço inferior à escala eficiente. Atenção Na prática, nenhum mercado é perfeitamente competitivo, mas há aqueles em que há maior ou menor diferenciação. Até mesmo commodities agrícolas possuem algum grau de diferenciação (orgânicos, premium etc.), mas não mais raros. Da mesma forma, há tipos de restaurante que pouco se diferenciam e competem mais por preço, se aproximando de uma concorrência perfeita.
28 Figura 8 – Concorrência de substitutos (médio prazo) Fonte: Elaboração própria (2020) Figura 9 – Equilíbrio de longo prazo Fonte: Elaboração própria (2020)
29 Referências BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Pearson, 2017. IZIDORO, Cleyton. 4. Organizador Cleyton Izidoro Economia e Mercado. Rio de Janeiro: Interamericana. [Disponível na BV Pearson] MANKIW, N. G. Introdução à economia. São Paulo: Cengage Learning, 2019. MANKIW, N. G. Princípios de microeconomia. São Paulo: Cengage Learning, 2014. MENDES, J. T. G. Economia: Fundamentos e Aplicações. São Paulo: Pearson, 2009. MONTELLA, M. Micro e Macroeconomia: uma abordagem conceitual e prática. São Paulo: Atlas, 2011. PARKIN, M. Economia. São Paulo: Pearson, 2008. SCHWARTSMAN, A. Economia no cotidiano: decifra-me ou te devoro. São Paulo: Editora Contexto, 2020.
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