tenho mais tempo em casa, mas, o tempo passa depressa, juro que não dá pra entender. Sem contar que nos cansa muito, na maioria das vezes, ficar o dia inteiro no computador ou celular. Tem dias que estou desgastada, pedindo para que as aulas terminem logo, queria mesmo que voltasse presencial, aquele contato físico, de estar pertinho, de ver pessoas... ah! Como eu sinto falta! Mas, é claro que não tem só o lado ruim, né? Tem as partes boas, de estar no conforte de casa, de poder assistir aula, deitada, sentada, comendo. A Pandemia veio para nos mostrar o quanto é importante o calor humano, a empatia, o respeito. E, além de tudo isso, também aprendemos muito na era das tecnologias, a usar vídeos, slides, fotos, músicas, entre outros. Sabia que eu poderia até mesmo assistir aula se eu estivesse aí no Rio de Janeiro? Isso mesmo, como é online, eu consigo assistir de forma online, interessante, né? Isso não iria me atrapalhar, já se fosse presencial, não seria possível. Bom, assim estão sendo minhas aulas, às vezes, sinto-me esgotada, desmotivada e tem vezes que nem consigo assistir aula, sem contar no emocional durante a pandemia, mas, por enquanto, é o que temos, até porque o momento não é seguro para voltarmos de forma presencial. Mas, como te falei antes, tem os lados positivos e negativos, o importante nesse momento é que
estamos bem de saúde. Espero te encontrar logo, assim como também espero que a pandemia acabe logo. Fica com Deus. Um abraço, Thaís Mara.
Crédito Final: Poema de Carlos Drummond de Andrade. “Carta” Bem quisera escrevê-la com palavras sabidas, as mesmas, triviais, embora estremecessem a um toque de paixão. Perfurando os obscuros canais de argila e sombra, ela iria contando que vou bem, e amo sempre e amo cada vez mais a essa minha maneira torcida e reticente, e espero uma resposta mas que não tarde: e peço um objeto minúsculo uma última invenção (inda não é perfeita) faz ler nos corações,
mas todos esperamos rever-nos bem depressa. Muito depressa, não. Vai-se tornando o tempo estranhamente longo à medida que encurta. O que ontem disparava, desbordado alazão, hoje se paralisa em esfinge de mármore, e até o sono, o sono que era grato e era absurdo é um dormir acordado numa planície grave. Rápido é o sono, apenas, que se vai, de mandar notícias amorosas quando não há amor a dar ou receber; quando só há lembrança, ainda menos, pó, menos ainda, nada, nada de nada em tudo,
em mim mais do que em tudo, e não vale acordar quem acaso repousa na colina sem árvores. Contudo, esta é uma carta. Fim...
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