REVOADA DOS GUARÁS – DELTA DO RIO PARNAÍBA - DELTA DO RIO PARNAÍBA/ PI/ PI - CHICO RASTA – MINISTÉRIO DO TURISMOano quinze | nº 79 | setembro / outubro 2022 R$ 10,00 AÇÃO|CIDADANIA|AMBIENTE 67089www.plurale.com.br 1 anos ARTIGOS INÉDITOS E S GSOCIAL VIAGEM: ENTREVISTA ENVIRONMENTAL GOVERNANCE LENÇÓIS COM LUIZA BRUNET ESPECIAL ESG MARANHENSES SOBRE VIOLÊNCIA E ESTUDOS DE CASOS E DELTA DO PARNAÍBA CONTRA MULHERES
Contexto FOTOS DE DIVULGAÇÃO 1 anos 20.ESTUDOS DE CASOS – ESG FOTO DE VIRGINIA QUEIROZ 38. ESPECIAL FOTO DA CAMPANHA SINAL VERMELHO 54. 15 ANOS DE FOTO DE SHAHRYAR QURESHI, ESPECIAL ROTA DAS EMOÇÕES PLURALE PARA PLURALE - OSLO/NORUEGA – ROTEIRO DE VIAGEM PELOS LENÇÓIS Caminhos da fé, MARANHENSES por Hélio Araújo (MA) E O DELTA DO PARNAÍBA (PI) 46 8. Coluna Ecoturismo, por Isabella Araripe ENTREVISTA EXCLUSIVA COM LUIZA BRUNET: DE TOP MODEL 62 INTERNACIONAL A ATIVISTA PARA EVITAR A VIOLÊNCIA Cinema verde, por Isabel CONTRA AS MULHERES Capaverde 14. 63 ARTIGOS INÉDITOS – Pelas empresas, Anatrícia Borges, por Felipe Araripe Armindo Téo e Carla Esteves 64
Editorial ano oito | nº 51 | março / abril 2016 R$ 10,00 AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE www.plurale.com.br MARIANA, FOTO DE LUCIANA TANCREDO – MORRO DO PAI INÁCIO – CHAPADA DIAMANTINA (BA) MEMÓRIAS DA TRAGÉDIA A INCRÍVEL CHAPADA ARTIGOS DIAMANTINA INÉDITOS ILHAS VANUTA E MÉXICO ano oito | nº 50 | novembro / dezembro 2015 R$ 10,00 AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE ano nove | nº 52 | julho / agosto 2016 R$ 10,00 AÇÃO | CIDADANIA | AMB www.plurale.com.br www.plurale.co FOZ DO RIO DOCE - REGÊNCIA - LINHARES (ES) - FOTO DE FRED LOUREIRO (SECOM -ES) PLURALE EM REVISTA – JUL/AGO 2016 – N°52 LIÇÕES DA ESPECIAL CAMPECHE, FES TRAGÉDIA DE OITO ANOS: PARAÍSO ECOLÓGICO POPULAR ARTIGOS INÉDITOS, EM FLORIPA EDUCAÇÃO AMBIE MARIANA BELAS, FAMOSAS ARTIGOS INÉDITOS E PALE E ENGAJADAS anos CAUSA ANIMAL GANHA FORÇA Viva! Plurale completa 15 anos com Edição Especial: estudos de casos ESG, artigos inéditos, entrevista 1exclusiva, viagens e muitas reflexões POR SÔNIA ARARIPE, EDITORA DE de Anatrícia Borges, Armindo dos viagem incrível pela Rota das QPLURALE Santos de Sousa Teodósio e Carla Emoções – no Delta do Parnaíba ueremos comparti- Esteves. (PI) e nos Lençóis Maranhenses lhar com vocês – lei- (MA) - com guias locais, que fa- tores e parceiros – a Quando começamos a pensar esta zem toda a diferença. Fotos lindas alegria da comemo- nova edição, também pensamos em ajudam a embalar este roteiro fan- ração dos 15 anos abordar algum tema polêmico, for- tástico. de Plurale! Viva! Se te, com um personagem que tenha as estatísticas indicam que mais ou o que contar. A entrevista exclusiva O jornalista e peregrino Hélio menos metade dos pequenos e mé- com Luiza Brunet é mais um pre- Araújo nos apresenta os Roteiros dios negócios no Brasil não passam sente para o leitor. A top model que da Fé em solo brasileiro, seguin- do terceiro ano, perseverar até aqui conquistou o competitivo mercado do uma tradição de Caminhos na é uma grande conquista. Ainda mais de moda global com traços genui- Espanha (Compostela), Portugal, no setor de mídia, tão atacado ulti- namente brasileiros e abriu caminho França e outros países europeus. mamente. Acreditamos que o bom para que diversas outras manequins Imagens incríveis também ajudam Jornalismo, focado, informativo e pudessem seguir a mesma trilha, a mostrar a perseverança e a entre- com opinião, sobreviverá! nos conta sobre o seu novo propó- ga de quem busca estas rotas. Nós nos mantemos firmes no pro- sito. Em uma entrevista franca e pósito de compartilhar informações impactante, Luiza, aos 60 anos, me Felipe Araripe esteve em Foz do relevantes - e procurarmos contri- confidenciou as violências que so- Iguaçu, em junho, no Seminário buir com a transição para a econo- freu e presenciou - e conta como tem sobre Água e Energia realizado pela mia de baixo carbono. Não é fácil... e transformado essa dor em força para Itaipu Binacional e pela Undesa, e por isso mesmo é mais prazeroso co- mulheres de diferentes pontos deste nos relata os pontos mais impor- memorar este aniversário com cada Brasil profundo. tantes do evento. Isabel Capaverde, um de vocês. Nesta Edição Espe- com seu radar aguçado para boas cial trazemos estudos de caso ESG, No Especial Plurale 15 anos, re- produções, aborda estreias rele- cada um com o seu foco, para que lembramos algumas das muitas re- vantes na coluna Cinema Verde; e possam inspirar processos em curso alizações ao longo desta trajetória Isabella Araripe dá dicas de bons em outras empresas e ONGs. Temos e ainda trazemos relatos de alguns roteiros na Coluna Ecoturismo. também incríveis artigos inéditos leitores e de quem faz Plurale. Está imperdível! Esperamos que gostem! Porque fazemos Plurale por vocês, para Não é só. A jornalista Virgínia vocês. Que possamos estar juntos Queiroz nos conta detalhes de sua por muitos anos a mais! Força e fé! 5
Quem faz Cartas [email protected] Diretora e Editora-Chefe “Plurale fazendo “Recebi a Edição 78 de Plurale em revista, Sônia Araripe aniversário! 15 na qual tive a honra de ser convidado a fa- [email protected] anos acom- lar um pouco sobre o meu encontro nessa panhando, vida – junto à minha amiga Maíra Motta – Fundadores registrando, com a Dama do Samba, Dona Ivone Lara. Sônia Araripe e Carlos Franco analisando, Agradeço à Nícia Ribas pela matéria, que criticando, e, ficou muito bonita e especial. Guardarei Plurale em site: principalmente, comigo o exemplar com todo o carinho.” www.plurale.com.br informando. Gabriel Meyohas, roteirista audio- Plurale em site no twitter, facebook Imagino quanta visual, do Rio de Janeiro (RJ), pelo e instragram: gente teve o instagram prazer dessa http://twitter.com/pluraleemsite leitura, quanta “Sou líder na Gerando Falcões. https://www.facebook.com/plurale gente a Plurale Ótima entrevista com Edu Lyra @revistaplurale ajudou a formar em Plurale! Realmente a Gerando Comercial opinião, visão Falcões dá show de gestão!” [email protected] crítica, a olhar o mundo, com seu Por Virgínia Porto Leles, em- Arte texto leve e combativo, múltipla preendedora social, de São Amaro Prado e Amaro Junior em sua pauta, ao mesmo tempo Paulo, SP, pelo site Fotografia coerente com sua vocação para Fotografia Luciana Tancredo (Cia da Foto); as questões sociais e ambientais. “Sou da geração apaixonada por jornalis- Agência Brasil e Divulgação Entre tantas, a matéria sobre Dona mo impresso e é uma alegria receber em Colaboradores nacionais Ivone Lara arrasou, sou suspeita. casa essa revista linda que acompanho Felipe Araripe, Hélio Rocha, Aproveito o espaço para agradecer desde o seu lançamento, há 15 anos, Isabel Capaverde, Isabella Araripe, João Victor aqui minha prima querida, jorna- e da qual tenho o imenso prazer de ser Araripe, Lília Gianotti, Maurette Brandt e Nícia Ribas. lista e colaboradora da Plurale colaboradora. Obrigada, Sônia Araripe Colaboradores internacionais desde os seus primeiros números, e Felipe Araripe! Plurale está cada vez Elisabeth Cattapan Reuter (Hamburgo/Alema- que me apresentou à revista, Nícia mais interessante nos seus conteúdos e nha), Vivian Simonato (Dublin) e Ribas, e que me conquistou com lindamente editada. Estamos na estante, Viviane Faver (Nova Iorque). suas matérias enxutas, informa- Duda Menegassi e Daniele Bragança com Colaboraram nesta edição: tivas, redigidas com clareza tex- o nosso “Biodiversidade em pauta: um Anatrícia Borges, Armindo dos Santos de Sousa, tual e originalidade tão suas, me guia para comunicadores. Vida longa para Teodósio, Carla Esteves, Chico Rasta (Foto do Delta transformando em leitora assídua. Plurale!” do Parnaíba/ Ministério do Turismo), Danilo Borges Registro aqui também minha admi- Elizabeth Oliveira, jornalista, de (Foto de Luiza Brunet), Hélio Araújo, Hélio Mendonça, ração pela sua premiada diretora Niterói (RJ), pelo Instagram Luciana Tancredo, Maurette Brandt, Sebastião e editora, Sônia Araripe, amizade Salgado (Fotos Exposição Amazônia), Virgínia Queiroz, que a Plurale me deu de presente. Viviane Faver (Nova Iorque). Feliz aniversário, Plurale!! Para- Os artigos são de inteira responsabilidade dos autores béns, Sônia e equipe! e não refletem necessariamente a opinião da revista. Elizabeth Mader Gonçalves Coutinho, mediadora judicial, Impressa com tinta à base de soja Brasília (DF), por e-mail Plurale é uma publicação “Nícia querida, recebi a coleção Plurale da SA Comunicação Ltda que degustarei com grande prazer. Eu era CNPJ 04980792/0001-69 leitora contumaz quando no Oi Futuro e Impressão: Imprimindo Conhecimento sempre curti muito. Obrigada pelo presen- Editora e Gráfica te. Precisamos de boas notícias no campo da sustentabilidade!” Plurale em Revista foi impressa em papel certifica- Maria Arlete Gonçalves, gestora do, proveniente de reflorestamentos e outras fon- cultural, do Rio de Janeiro (RJ), tes controladas certificados pelo FSC® de acordo por e-mail com rigorosos padrões sociais e ambientais. “Parabéns, Rio de Janeiro | Rua Etelvino dos Santos 216/202 Sônia Araripe CEP 21940-500 | Tel.: 0xx21-3904 0932 e equipe pe- los 15 anos Os artigos só poderão ser reproduzidos de Plurale! com autorização dos editores Publicação © Copyright Plurale em Revista relevante e sempre com matérias incríveis de temas atuais. Adoro ler. Que venham muitos anos a mais.” Alessandra Pimentel, escritora e gestora financeira, do Rio de Janeiro (RJ), por whatsapp
Viva uma experiência sustentável nos resorts Iberostar no Brasil e no Caribe Líder em turismo responsável Cuidamos de nossas pessoas e do nosso ambiente. Nossa paixão pelos oceanos e o movimento pioneiro Wave of Change nos tornaram líderes e referência em turismo responsável internacionalmente. Os pilares que sustentam o movimento Wave of Change Economia circular Pesca responsável Saúde Costeira Todos os hotéis Iberostar estão livres de Estamos definindo padrões para que, em Trabalhamos para cuidar da natureza materiais plásticos de uso único desde 2025, 100% dos peixes e frutos do mar em nossos destinos junto com nossa 2020. Atualmente o compromisso é que consumidos em nossos hotéis sejam equipe científica e nos comprometemos sejam livres de resíduos despejados em capturados de forma responsável, a melhorar a saúde dos ecossistemas aterros até 2025 e neutros em emissões garantindo também sua excelência litorâneos ao redor dos nossos hotéis de carbono até 2030. gastronômica, 70% do que consumimos até 2030. já é responsável. Confira as nossas FÉRIAS SUSTENTÁVEIS ofertas especiais! iberostar.com A melhorar a Consumo Avançando para uma saúde das costas responsável de economia circular produtos do mar
Entrevista “ENCONTREI UM PROPÓSITO DE VIDA DIFERENTE” POR SÔNIA ARARIPE, EDITORA LUIZA BRUNET DE PLURALE FOTO PRINCIPAL DE DANILO FOTO DE DANILO BORGES, PRODUÇÃO DE TINA BORGES (FOTÓGRAFO), e-pmmanahunemiarbolau,sxLtuaírdoiosoodPHoaromitseoultnteomdo–Nfsioenlvaf-anmcYeaoidrreko-,. KULGELMAS, MAQUIAGEM DE LEANDRO RODALUGE “Sempre digo que esta é, infelizmente, PRODUÇÃO DE TINA KULGELMAS a violência mais democrática: não tem MAQUIAGEM DE LEANDRO classe social, cor ou lugar para aconte- RODALUGE cer.” DFOTOS DO INSTAGRAM DE LUIZA Engajada em diversas ações em de- BRUNET fesa das mulheres vítimas de violência e calça jeans, camiseta de doméstica, Luiza Brunet roda pelo Bra- malha, bota de campa- sil profundo – e também pelo exterior - nha, máscara e um pe- para dialogar e ajudar a construir uma queno cocar indígena na nova sociedade, mais igualitária, para cabeça, dificilmente a lin- homens e mulheres. Otimista, acredita da mulher alta, morena, de traços pan- que o caminho para reduzir os femi- taneiros, seria reconhecida. Em Rorai- nicídios e a violência contra mulheres ma, na fronteira com a Venezuela, ou está na educação e nas campanhas. em outra área do Brasil profundo, ali “Infelizmente, a violência doméstica eAmtesontoásadsLe6lu0d-iezaqanmuoBeesrna,ubiannriaseusetmcbeamrpmarsesiinuleehaixro“pasnrseopnsvasoari”vacavcoietmdonap--. contra mulheres está arraigada, sim, petitivo mercado de moda global - deu na sociedade brasileira. Só acredito lugar à ativista da causa das mulheres. que os padrões serão mudados quando Não abandonou de todo a moda – fez nós tivermos mais informação; que as questão de selecionar, ela mesma, as mulheres se coloquem mesmo nas po- fotos para a edição – mas divide sua sições que elas precisam, que é de fazer agenda para deixar pulsar forte a veia as denúncias, para que esses homens de ativista. revejam a sua própria história, para “Encontrei um novo propósito de mudar. E é a educação básica mesmo, vida diferente. Quero dar voz às mu- a educação social, a educação moral e lheres que sofrem violência doméstica. cívica, que precisa ser revista.” Eu fui uma delas e sei pelo que passam”, conta à Pe lumraarlceaenmte uma entrevista ex- Confira, a seguir, os principais clusiva – especial para a pontos desta conversa. nossa Edição de 15 anos. Inteligente, Plurale - Você sempre foi um íco- par dessa situação da mulher - porque rápida no raciocínio, Luiza é articulada ne da beleza, da moda, de um mundo eu faço parte do Instituto Avon, que e firme. Sem jamais perder a doçura. que muitos acreditam que é só gla- cuida de causas femininas, da violên- Em uma conversa de quase uma hora, mour, alegria, boas notícias; mas sa- cia doméstica e do câncer de mama, e ele admite que “é filha de lar de violên- bemos que não é bem assim. Quando onde as mulheres acabam tendo acesso cia doméstica” - quando o pai bebia aconteceu com você o terrível episó- ao tratamento adequado, fazer o pre- muito, batia na mãe e fazia um filho dio de Nova York (Luiza ficou desfi- ventivo – este já era um assunto que atrás do outro, no interior do Mato gurada e teve quatro costelas que- eu já sabia bastante do que se tratava e Grosso do Sul. Aos 12 anos, foi vítima bradas por causa das agressões do ex- quão profundo era. Quando eu sofri a de abuso de um conhecido, quando -companheiro em um hotel), muitas violência doméstica, no dia 21 de maio veio com a família do Pantanal para o pessoas se espantaram; alguns chega- de 2016, já havia sofrido antes violên- Rio, trabalhar como doméstica. E seu ram a lhe criticar. Você, ali, se desco- cias física, moral e psicológica do meu drama pessoal ganhou contornos de briu ativista? Percebeu que tinha um ex-companheiro. Mas neste dia foi gra- exposição global, quando, em 2016, fa- papel realmente na sociedade para ve, porque ele me machucou muito, mosa e rica, denunciou que havia sido não se calar? O que se passou na sua ele me bateu demais e me machucou violentamente agredida pelo ex-com- cabLeuçiazanaBqruuenleetm–oCmomenotoe?u já estava a demais. E nesse dia eu decidi romper com aquela relação, porque eu acredito 8 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
FOTO DO INSTAGRAM DE LUIZA BRUNET que todas as mulheres que estão so- financeira; ela frendo violência doméstica - ou qual- pode ter a edu- quer tipo de abuso -, tenham um dia cação elevadís- em que elas dizem: Agora chega, agora sima; ela pode deu! E esse dia acontece! Às vezes de- ocupar um car- mora menos tempo e às vezes demora go, ser CEO de mais tempo, mas esse dia acontece. E é uma empresa, um dia muito importante, porque é o ser dona de um dia em que ela mesma decide colocar grande negócio um ponto final e recomeçar uma his- e sofrer violên- tória. Foi o que aconteceu comigo. Eu cia. A gente tem digo para as mulheres que elas não se grandes exem- antecipem, porque esse dia vai chegar plos do Brasil naturalmente, porque elas se preocu- de mulheres que pam muito: “Ai, eu não fiz, eu não fiz, a gente sempre não fiz a denúncia e voltei”. É natural admirou - e que que esse procedimento aconteça. jamais imagina- ríamos que elas Plurale - E até chegar a esse ponto, sofriam violên- se colocarem, mesmo, nas posições pela sua experiência, o que acontece cia. Como, por exemplo, a Hebe Ca- que elas precisam - que é de fazer as na cabeça da mulher? O que se pas- margo; é contado no filme e a gente denúncias, para que esses homens sa? As pressões, a família, os filhos, a sabe, agora, que ela passou por vários revejam a sua própria história, para ososcLfiauetdoizaraedsBeq?ruueneinti-beSmãomváuriitoos anos de violência em casa, cometida mudar. E é a educação básica mesmo, fatores, e pelo seu próprio marido. Outra mu- a educação social, a educação moral e a mulher lher que eu fiquei muito triste em sa- cívica que precisa ser revista. Porque de fazer denúncia são vergonha e ber que tinha sofrido violência domés- os direitos humanos proíbem que a medo. Vergonha de contar para a tica foi a Palmirinha; Ela, com setenta pessoa possa ter liberdade de cumprir família que ela está sofrendo violên- e poucos anos, veio a público contar esses atos. Tem cara que acredita que a cias, que está sendo subjugada; vergo- isso... Mas mulheres como a Rihanna, gente não pertence a ninguém, embora nha de contar no emprego, porque as por exemplo, a Jennifer Lopez, como a eu trabalhe com essa questão do tráfi- mulheres são muito julgadoras. Elas Angelina Jolie, são mulheres que a gen- co humano hoje em dia. As mulheres acabam te aconselhando a não fazer te jamais imagina; a Marilyn Monroe... são traficadas no mundo inteiro, nesse denúncia, que homem é tudo igual, São mulheres que sofreram algum tipo padrão subjugado; estão trancafiadas, que é assim mesmo - um tapa no om- de violência e a gente só soube depois exploradas sexualmente, exploradas bro, desestimulando mulheres. E esse de muito tempo, porque existe esse pa- moralmente, exploradas de todas as padrão já existe; então ela tem medo drão – e, como você falou, enraizado formas. Isso exige mudanças também, de ao menos contar, e é próprio dela mesmo na sociedade secular, não é de mas dentro da violência doméstica, mesma. Ela sente dependência emo- hoje. precisa mudar esse comportamento cional de relacionamentos ela sente com a educação e com a punição para amor por esse homem, embora sofra. Plurale - Como se os homens pen- os culpados. E elas acreditam muito que esses ho- sassem que não só as mulheres são mens vão melhorar com o tempo, que suas companheiras, mas são também Plurale – Infelizmente, durante eles vão parar de praticar esse tipo de um objeto, alguém que eles podem a pandemia, os indicadores mos- procedimento. Mas pelo contrário, eles usar, abusar, fazer o que bem enten- traram que, pelo fato da população têm certeza absoluta, pelo que eu já li, dem, uma noção deturpada e pa- ter ficado mais em casa, os casos de pelo que eu já vi, pelo que eu passei, de otrpiaLrroucbiazllea.mBarudaneetdu- cEauçãaocr-eddeitqouqeuaemseuja- agressões e feminicídio aumentaram que as violências são aumentadas até o lher foi feita para casar e ter filhos, ser muito. Isso é preocupante. Poderia último estágio, que é o feminicídio. É do marido e ser dona-de-casa. Estou contar mais sobre o seu trabalho de um processo até o feminicídio e muitas falando de algo secular mesmo, e esse hoje, o que você tem feito de ativis- são mortas, pois não enxergam o peri- padrão foi ficando cada vez mais en- mo, a sua rotina.? Suas viagens pelo go que elas vivem. raizado mesmo, porque o homem não mBreaLnsutiolizeaeemxBtrequruineoeret?u–fiAz apdaertnirúndcoia,meom- admite que a sua mulher tenha inde- junho de 2016, comecei a ser procu- Plurale - O que você passou, o que pendência máxima por inteiro; que ela rada para entrevistas para contar a mi- você tem acompanhado, isso é um possa usar a roupa que quiser, que ela nha história, esclarecer esse fato - que drama, um problema enraizado na possa ocupar o cargo que ela quiser... na época foi um pouco deturpado, sociedade brasileira e global, mas E isso vem acontecendo geração após em relação ao julgamento das mulhe- que não escolhe dinheiro, sexo, raça, geração. O que eu acredito que seja tão res. Fui muito criticada pelas mulhe- nviaodLlêaun;iczéiaaalgBmoraueisnnerdateimz-aodÉcor.áctoicnasiddeoramduana- enraizado. Só acredito que os padrões res; o julgamento foi absurdo! Eu era do, justamente por isso, pelos padrões; serão mudados quando nós tivermos colocada como a mulher mentirosa, a mulher poder ter a independência mais informação, quando as mulheres golpista, vagabunda, garota de progra- 9
Entrevista FOTO DO INSTAGRAM DE LUIZA BRUNET mjama -aiusmexaisstéirraiemd,ee“iasstroibmuetodse”ixqouue lência não é só quando você bate na mulher, quando você machu- doente. Eu precisava colocar isso ca, quando você quebra o dente, dá um soco no olho. A violência para fora e dizer que não, que isso moral é quando você proíbe ela já havia acontecido no país que de ver a mãe, quando você não dá mais mata mulheres. Comecei dinheiro para ela comprar algo - a me informar bastante, a falar e a mulher precisa de coisas. Os o que já sabia. E isso me levou, maridos falavam: “Não sabia que naturalmente, a lugares onde eu isso era violência!”. E pediam per- nem imaginava que fosse che- dão para as mulheres porque eles gar, através das reportagens, das não sabiam. revistas, que foram amplamente divulgadas no Brasil. Esse con- Plurale – Como foi a viagem teúdo chegou fora do Brasil, prin- para Roraima, na fronteira com cipalmente para a comunidade anaVLpeunriiemzzaueiBerlarauv?nezetq-ueNeauVfeunieazucoenla-, brasileira que vive no exterior e é gigantesca. Passei a participar de uma série de eventos - semi- Luiza Brunet na campanha “Sinal Vermelho contra a vfiictaerddaoOrmpeirnadçãooláAceomlhiPdaac,aeruaiqmuais, nários, palestras etc - dentro do violência doméstica”, criada pela Juíza Renata Gil. Brasil e também fora do Brasil, e dentro do abrigo onde as pessoas aí havia uma agenda gigante para Plurale - O que lhe marcou muito estavam: acordar e dormir com visitar lugares como Ásia, Estados Uni- nessas visitas, nessas conversas? Qual eles, saber como funcionava todo esse dos e Europa. Fiz uma série de pales- foi um lugar que ficou na sua memó- processo. Fiquei realmente angustiada tras, dentro de consulados brasileiros, ria? de ver o sofrimento de seres huma- dentro de embaixadas brasileiras e em viaLjeui inzoa BBrrausnile, tpo-rVeáxreimosplluog, anroesi.nEteu- nos que saem de seus países por uma outras plataformas também. Isso foi série de razões: pode ser política, por me graduando também como refe- rior - e me marcou muito o sertão de problemas globais, o que seja. Mas são rência de mulher. É que as pessoas, eu Pernambuco: conheci mulheres que seres humanos que estão saindo de seu imagino, têm uma noção equivocada a eram pessoas muito sofridas - e o so- país, deixando suas casas, sua escola, respeito desse tipo de violência, como nho delas era ter um pouco de água sua família, para buscar um lugar onde se não acontecesse porque é a mulher para poder criar os cabritos e ter um possam ter um pouco de dignidade. E bonita, mulher conhecida, mulher fa- poço de água para criar as hortinhas. infelizmente você encontra, do lado de mosa, mulher rica. Então esse padrão Então, estas mulheres não têm o so- cá do Brasil, a xenofobia extremamente foi meio desconstruído - e isso foi óti- nho de ter algo diferente, de fazer uma enraizada: pessoas subjugando os refu- mo, porque fiquei conhecida profissio- viagem, algo que percorre o universo giados, e que não ajudam. Ver o sofri- nalmente por isso também. E hoje eu feminino. Diria também que as crian- mento de mulheres que caminham às ocupo um lugar que é maravilhoso: ser ças não têm possibilidade nenhuma vezes 400 km com crianças; as crianças uma referência de mulher que pode de crescer, especialmente as meninas; chegam em condições precárias, por- falar disso como vítima - e não como nem profissionalmente, nem intelec- que nesse processo elas são mordidas uma pessoa que só estudou o assunto, tualmente, porque não têm educação, por mosquitos, aí tem chikungunya, o que é diferente. Acho ótimo, porque não têm um sonho, não têm um hos- tem a doença hidrocefálica. Fui para o quando você é especialista no assunto pital... E aí vem o casamento onde elas hospital ver as crianças - e vi crianças é uma coisa; mas quando você viveu deveriam se sentir felizes - e vão repetir que tinham sido estupradas porque, isso, e conta como uma pessoa que o modelo da mãe: lavar, passar e cozi- muitas vezes, elas não pagaram o que passou por essas violências, você con- nhar, ter filhos e ponto. A vida é essa foi prometido para o cVoiioqtueee eram estu- segue se colocar num lugar da outra - daí ... E isso é muito triste. Viajei para pradas no caminho. tem quem e sabe como é que é por dentro. Esta o Japão e conheci mulheres brasilei- ajude, mas não é; é muita gente do lado é a minha diferença como ativista: de ras que são submetidas a casamentos de fora, em estado de calamidade total. contar para as mulheres,: “Eu passei por nos quais não são respeitadas. E eu Eles acabam fazendo com as mulheres isso, sei exatamente como você se sentia me lembro que, nas palestras que eu enquanto os jovens ficam do lado de dafoqerumqiua-e.”mePsopesaisscosoofmualoaprovrcoocvêmárpiaoodspetriopspaoirsriedddeeasrdseae- fiz lá, convidavam os maridos, os pais, fora - e eles são sujeitos ao aliciamen- os filhos jovens para participar. E eles to dessa plataforma de tráfico humano, iam pelo programa diferente: assis- da droga, da prostituição ... Me depa- lações e saiu inteira e íntegra - o que é tir a Luiza Brunet falar. Eu via que os rei com coisas que eu jamais imaginei possível. E o que é o mais legal da mu- homens pediam para falar, para tirar que fosse ver. Isso é uma experiência lher é não ficar presa nesse sofrimento dúvidas, fazer perguntas - e muitos se de vida incrível para mim; saber que eternamente. Ela tem condições de desculpavam por não saber que, quan- a gente pode mudar a vida da pessoa segurar psicologicamente, moralmen- do falavam que a comida não era boa, quando a gente tem conhecimento. te e ainda recomeçar uma história de que isso era uma violência contra a Plurale - A Luiza de hoje não é a amor com outra pessoa. É possível! mulher. Então eu dizia pra eles: a vio- Luiza que começou a modelar garo- 10 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
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Entrevista FOTO DO INSTAGRAM DE LUIZA BRUNET ta, com 16 anos, que casou, teve fi- Plurale - Muito já se avançou; lhos, rodou o mundo, ficou famosa. existem redes de apoio a mulheres e çVoouLcêauihmzoaojedBeérluaurnmeerata-ouuAmtrLaaumpizeeanssiqonuaae?ccaoipmirea-, meninas, a sociedade civil como você que nasceu no interior do Mato Grosso falou, empresas. No entanto, mesmo do Sul, da roça. Mas a Luiza, também, com essa rede e com a Justiça, os nú- aos 12 anos de idade, sofreu um abuso meros e os casos assustam. Dá um sexual. Por isso, também, eu falo des- desânimo, uma sensação de impo- sa questão de abuso sexual dentro de tência. Você é otimista? Acredita que casa, que é interfamiliar, de pessoas hsoálLusoçuãliuzoaçsãiBmor?u, mneats-aEcruedacitroedqiutoe que você tem acesso, que você sabe que tem quem são. Assisti a violência domésti- tem um ca dentro de casa, casei cedo, fui eman- enfrentamento, um movimento em cipada para trabalhar e acreditava que prol de que isso continue. Acho que a teria um marido que fosse cuidar de educação é básica; o Brasil entende que mim. Porém, a vida não é assim; nin- a qualidade não é boa, não é algo que guém cuida de ninguém A gente tem a gente espera que seja. Acredito que que cuidar da gente mesmo, a gente a escola não tem responsabilidade de tem que fazer pela gente mesmo e se educar as pessoas, mas pode inserir, você tiver sorte de casar com um ho- em seu currículo escolar, questões que mem maravilhoso, isso é ótimo, mas a nós vivemos hoje em dia no país e no gente tem que ter perfeitamente a nos- mundo, como as questões raciais, LGB- sa autonomia, sobretudo financeira; TQIA+, Direitos Humanos, responsa- Luiza Brunet e Maria da Penha, que trabalhar para nosso sustento, procu- bilidade para cada um, saber o que é ficou paraplégica com as agressões do rar melhorar sempre, sempre, sempre. certo e o que é errado. Deve ter uma marido e deu nome à Lei que está Mas hoje eu posso dizer que, aos 60 cartilha diferente do que foi há dez, completando 16 anos para tipificar este anos, sou uma mulher diferente em to- tipo de crime. dos os sentidos. Acho que todas as ex- periências que eu adquiri, que não fo- vinte, cem anos atrás. Vivemos, hoje ram boas, fazem parte da vida, porque em dia, no mundo moderno, o mundo que eu estou utilizando é muito impor- a vida não é 100% ok o tempo inteiro. com o celular na mão, com informação tante para traduzir os dois significados. Acho que consegui transformar tudo atualizada. Então seria muito impor- Estamos no mês de agosto lilás, no qual isso em ser uma mulher mais cons- tante essa organização na escola, para asegufaenzetommcaaims pvearnchaarsdc. oOmcacradrdnã..o. não ciente do que acontece no mundo. Eu que a criança já tenha acesso a essas in- im- falo pelo Brasil, no mundo inteiro, e é formações. Elas não têm acesso a muita pacta ninguém, você passou e foi em- bom poder contribuir com a sociedade informação, não tem a decodificação bora; você viu a campanha do mês da civil, que seria um desejo de todos nós, avançada na escola; a educação fami- mulher, agosto lilás, a foto do rosto com como cidadãos. Mas poucos entendem liar é importante, porém ainda está a mulher com a mão. Eu acho que tem isso. Muita gente me pergunta: “Quero tudo muito corrompido, essa vida não fazer campanhas de impacto; mulher ser ativista; como que eu faço?” Pri- tem muita paciência de educar, mas quebrada, mulher costurada, mulheres meiro: para ser ativista, você é ou não elevam muito a educação da cuidado- de verdade na cadeira de rodas, como é. Quando você tem um sentimento, ra, da babá, da empregada; é diferen- a Maria da Penha ficou; mulheres reais quando se sente desconfortável com te, tudo mudou. A educação é muito contando suas histórias doloridas para a situação que você vive e toma uma importante, mas eu acho também que tqnauãmoe baséagmbeinafticeqafuapeleere: pr“aMlexaeaussciDmome.”usEisdsooa,cJaéupuse,tsieçauar atitude, isso já é um sinal de que é um a educação, no sentido de criar cam- ativista ... Porque se não está certo e se panhas de enfrentamento da violência você se posicionou, já produziu bene- doméstica, tem que ser contínua, com da gente ter o Sinal Vermelho, como a fício para alguém e para você também. opções. A campanha de cinto de segu- Renata Gil - que conseguiu, em plena Então eu me sinto muito mais forte, rança, por exemplo, demorou 10 anos pandemia, criar uma fórmula das mu- me sinto uma pessoa responsável pelo para as pessoas entenderem, de fato, lheres que sofreram violência em geral; que eu faço. Acho que encontrei um que isso foi introduzido na população não só violência verbal, mas sexual, propósito de vida diferente; é duro de brasileira há algum tempo, e que ela já violência dos idosos, todos os gêneros, se fazer, nem sempre a gente consegue, coloca o assunto naturalmente. Hoje tudo isso aflorou muito na pandemia. porque tem as questões de política, de em dia o carro já vem com alarme, com Mas o Sinal Vermelho foi feito para idealismo, questões religiosas, uma caoirmbapgl.eAtanLdeoi Maria da Penha, que está que as mulheres fossem na farmácia série de coisas intrínsecas nisso, que 16 anos. É uma das me- discretamente. Depois de tantos ho- muitas vezes trazem dificuldade, mas, lhores leis que nós temos: pega uma mens também aderirem, a Magistra- com jeito, a gente consegue. Com jeito criança e ela já sabe o significado e o tura aderiu a essa campanha também. eu consigo fazer muita coisa. crime, mas talvez essa criança possa ser São os juízes do STF, do STJ, do CNJ, também melhorada para ter um aeinrtbeang-, desembargadores, os juízes do Brasil um cinto de segurança natural, inteiro Mais de 250 juízes do país ade- de? É o que a gente vai inserindo, como riram a essa campanha - e isso é muito foi feito na época do cinto. Essa alusão importante. 12 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Colunista Armindo dos Santos de Sousa Teodósio Aprender com as criancinhas?! Dificilmente alguém vai dizer que, para promover exigente que contém em si muitos desa- receios quanto às inovações científicas a sustentabilidade na so- fios, desafios urgentes que precisam ser sempre fizeram parte da relação estabe- ciedade contemporânea, enfrentados com mais vigor, inovação lecida entre a sociedade e a ciência, ao poderemos prescindir e capacidade institucional por todos os longo da história. A relação entre ciên- da educação. Educação, para muitos atores efetivamente comprometidos cia e sociedade é uma relação de poder, e muitas, é o começo e o fim de tudo. com o fortalecimento da política am- que precisa sempre ser desconstruída, Os problemas ambientais, bem como biental brasileira e com uma educação para que a democratização profunda da os sociais, políticos e econômicos, te- capaz de enfrentar os desafios civili- sociedade e a própria ciência avancem. riam como origem a educação, ou a zatórios contemporâneos. Para isso, a Nos tempos atuais, com a intensi- falta dela, e como solução justamente educação precisa se tornar uma meta de ficação dos fluxos comunicacionais e a promoção da educação. No entanto, toda a sociedade, como as comunida- com o uso de artifícios das novas mí- cabe refletirmos se a questão é tão sim- des africanas concebem a formação de dias para npreogpacoisotnasismtotoalnitoársiacsh,oacsamfakee ples assim. Simplicidade é virtude, mas seus membros: não como uma tarefa e anseswussteamo ainda mais. Ainda bem que é quando se torna algo simplório, pode obrigação da família e da escola, mas de assim, porque no assombro também se ser fatal. Na educação ambiental con- todos e todas pertencentes àquele povo, avança, na naturalização dos horrores temporânea não há espaço mais para àquela tribo. Enfim, não cabem simplis- não. Um desafio da educação ambien- concepções, abordagens e soluções mos na educação, mas cabe a simplici- tal contemporânea é justamente trazer simplórias. dade de reconhecer os saberes necessá- assombro, surpresa, espanto às pessoas, rios para a sustentabilidade, sejam eles sem naturalizar a degradação ambiental Acabou de ser aprovada a lei que quais forem, ensinados e perpetuados e sem levar ao imobilismo e à paralisa- institui o chamado Junho Verde. Basea- por quem for. çuãtioliazaqduoesapsafarakefinneswtosteaolitnáreigoasc,itoenmismnoos, da na concepção de Ecologia Integral, levado atualmente. essa legislação visa a fortalecer a Polí- No mundo contemporâneo, apesar Durante muito tempo, influenciados tica Nacional de Educação Ambiental cdiaasofackuepnaeuwms eludgoanrecgeanctiroanl nisamoor,gaanciiêzna-- de forma exagerada por abordagens da e estabelecer esse mês como referência ção da vida cotidiana e das sociedades. educação ambiental concentradas na para uma série de atividades anuais, nas Quem já se deteve na discussão sobre comunicação e na publicidade e propa- quais se faça um balanço e se reforcem divulgação científica sabe que descon- ganda, chegamos a pensar que o que fal- ações capazes de disseminar conheci- fianças sobre a ciência e o processo cien- mento, mudar hábitos de consumo e tífico, calúnias e boatos carregados de promover a inovação socioeconômica. Para tanto, dezesseis eixos de educação devem ser desenvolvidos, dentre eles a divulgação de informações sobre o esta- do de conservação dos biomas brasilei- ros; o uso de espaços públicos urbanos e do turismo sustentável; a conscienti- zação para consumo, reciclagem, uso de água; a educação sobre a legislação am- biental brasileira; a inovação ambiental por meio da biodiversidade nativa; a preservação de culturas tradicionais; os debates sobre economia de baixo car- bono, mudanças climáticas, degradação ambiental; e a formação de consciência ecológica cidadã. Uma proposta ousada, abrangente e 14 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
tava para a efetiva mudança de posturas transformação em direção à sustentabi- pela Educação Humanista e a Economia do cidadão frente às questões ambien- lidade, que se baseia numa democrati- de Francisco e Clara, chamamentos do tais era a informação. Como nos lembra zação profunda da sociedade. E por isso papa Francisco à juventude e aos edu- Beto Guedes em sua bela canção “Sol de mesmo nos indica que as transforma- cadores e lideranças do mundo político Primavera”, “a lição sabemos de cor, só ções estão em curso. e econômico, nos convidam a pensar as nos resta aprender”. Informação sobre transformações urgentes e necessárias os problemas ambientais existe aos bor- Como seres que nos educamos em nosso momento histórico. botões;contra-informação, Afakeednuecwaçsãoe em conjunto, uns aos outros, precisa- negacionismos também. mos - movidos pela fé cristã ou por Apenas uma mudança dos marcos ambiental orientada à efetiva transfor- todo e qualquer sistema de fé, cos- legais da Política de Educação Am- mação das posturas e das atitudes co- mologia ou ideologia que nos convi- biental brasileira, ainda que condição tidianas das pessoas deve transcender de à simplicidade - deixar “vir a nós as necessária, não é suficiente para a a armadilha de imaginar que apenas criancinhas”. No âmbito da educação transformação educacional que preci- informar constrói a educação transfor- ambiental, podemos pensar nesse en- samos, com urgência, nesse Brasil que mada que buscamos para a promoção contro com as criancinhas como um tem de retomar os caminhos virtuosos da sustentabilidade. Informar de manei- encontro com as juventudes, com as co- da sustentabilidade. Até alguns anos ra clara, precisa, isenta e independente munidades tradicionais, com os grupos atrás, nossa política e educação am- é essencial, mas é algo que economistas estigmatizados pelo ideário colonizador bientais pareciam estar, mesmo que como eu chamamos de “condição ne- como atrasados, sem cultura, sem ciên- com problemas, trilhando um cami- cessária, mas não suficiente”. cia e sem capacidades. A ciência cheia nho virtuoso de ascensão e de aper- A educação ambiental capaz de lidar de consciência, que transforma a ação feiçoamento. Mas hoje, diante do ver- com os desafios atuais deve ser profun- e muda efetivamente as posturas nas dadeiro “holocausto” das instituições damente politizadora, como não nos nossas sociedades complexas dos dias de meio ambiente, da política e do deixa esquecer o patrono da educação de hoje, é feita do encontro horizontal e funcionalismo público do meio am- brasileira, o essencial Paulo Freire. E democrático entre saberes - e não da he- biente que vivenciamos hoje, é preciso politizar, no processo educacional, exige gemonia do saber científico sobre todas reinventarmos nossa política e nossa um compromisso de todos e todas que as demais formas de conhecimento. educação ambiental. A educação am- estão em posições formais e informais biental sempre aconteceu com vigor de exercício do poder, no campo edu- Outro pensador da educação essen- pelo “sentir-pensar” e pela “amorosi- cacional e fora dele, por desconstruir cial nessa caminhada, o sociólogo co- dade” dos burocratas do nível de rua relações que reproduzem e consolidam lombiano Orlando Fals-Borda, toman- da educação, ou seja, dos educadores o poder no seio de nossas famílias, gru- do emprestada dos povos ancestrais das no seio das comunidades. Chegou a pos sociais, comunidades, movimentos Américas a concepção do “sentir-pen- hora de retomarmos essa caminhada. sociais e ambientais, governos, empresas sar”, da razão que se articula à emoção e e instituições educacionais baseadas no da emoção que se funde à racionalidade, Quiçá a aurora de novos tempos da conhecimento. Nesse sentido, educado- nos incita a estabelecer compromissos educação ambiental brasileira seja um res precisam aprender com os educan- profundos com o diferente, a partir de jardim florido de saberes múltiplos, dos, aprender com as criancinhas. Mas, uma empatia profunda, em uma cami- plurais, tradicionais, acadêmicos, não será que estamos preparados para isso?! nhada de produção de conhecimento, acadêmicos, nos quais toda escola, toda Se tomarmos por base as reações à na qual a razão e a emoção se entrela- praça pública, todo bairro, toda cidade, emergência de uma jovem como Greta çam e se reforçam. toda comunidade tradicional, todos os Thunberg no cenário das lutas ambien- parques ambientais e as áreas de prote- tais, sobretudo no contexto brasileiro, Nem sempre os caminhos da educa- ção estejam sempre prenhes de um co- talvez tenhamos muitos motivos para ção ambiental, quando se encontraram nhecimento que nos conduza à susten- ser pessimistas. Enquanto, em diferen- com a espiritualidade e as emoções, fo- tabilidade e ao bem-viver. Pode parecer tes países europeus, educadores têm ram virtuosos. A educação ambiental utopia, mas o pragmatismo que resulta pela jovem sueca uma grande admira- que a ecologia integral nos convida a em pessimismo e letargia é também tão ção por ter colocado jovens e crianças ao construir, que os tempos atuais nos exi- irreal e trágico quanto a educação am- protagonismo do processo educacional gem, não pode se basear em emoções e biental não politizadora. Essas emoções e por ter levado a escola para fora de si em espiritualidades despolitizadas, sem- tóxicas, combatemos com uma educa- mesma - para as ruas, para os bairros, pre ávidas por uma relação de amor que ção ambiental politizadora renovada a para o dia-a -dia da cidade, discutindo é atomizada, e nunca comunitária. A partir das realidades contemporâneas, e problematizando a realidade socioam- “amorosidade” que Paulo Freire nos en- uma educação ambiental de todos por biental - no nosso país, movidos por sina, e afirma que é essencial no processo todos, capaz de polinizar nossa “amoro- ídolos políticos autoritários, alguns par- educativo, é sempre coletiva, um vínculo sidade” e nosso “sentir-pensar” em dire- tiram para a agressão e a calúnia a essa de amor entre educador e educando ção à sustentabilidade. jovem espevitada na sua luta ambiental. que não se resume ao amor idealizado Mas “enquanto a caravana passa, os cães do romantismo burguês - que concebe (*) Armindo dos Santos de Sousa ladram”. Esse barulho assusta e tenta as pessoas como indivíduos atomiza- Teodósio é Colunista Plurale, Doutor trazer imobilidade a quem deseja trans- dos e sensíveis a uma vida no mundo em Administração de Empresas pela formar a sociedade, a quem deseja uma abstrato e espiritual, que não enxerga o EAESP-FGV e Professor do Programa caráter concêntrico da realidade comu- de Pós-Graduação em Administração nitária e social. É também nessa linha, da PUC Minas. da amorosidade freiriana, que o Pacto 15
Artigo ESG tem poder transformador, mas é preciso conectá-lo às demandas da sociedade civil CPOR ANATRICIA BORGES tem maior alcance e engajamento da so- onvido vocês, neste arti- ciedade civil. go, à reflexão sobre qual é a nossa responsabili- E este, para mim, é um dado impor- dade e o que desejamos tante, porque mostra como estamos transformar e comuni- conversando com nossa “bolha digital”, car sobre ESG. Acabamos de reali- tanto de forma pessoal como profissio- zar, na LLYC, consultoria global de nal. E é, acima de tudo, um alerta para Comunicação e Reputação junto à repensarmos nossa comunicação. No área de Deep Learning, o primeiro ecossistema digital, a pandemia trouxe estudo sobre ESG na BiG DATA; e muitas reflexões e novas demandas da ele traz dados inéditos e reveladores sociedade civil, ao mesmo tempo em de como a sociedade civil percebe que vimos o tecido social se esgarçar, o ESG - e como já precisamos reo- com a desconfiança da sociedade em rientar sua estratégia para atender às governos e empresas. Neste momento demandas, em busca de um relacio- de recuperação da confiança, é muito namento transparente e de impacto importante que a comunidade empre- positivo újultnimtooaso2s0staankoeshoplrdoefrisss.ionais zando que sua conversação não alcança sarial entenda que precisa ir além da Meus e não engaja a sociedade civil, mas que a sua bolha digital, além da dimensão do foram dedicados à comunicação e à mídia tem sido um grande conector no negócio, reorientando sua conversação gestão de sustentabilidade; acompa- diálogo e na reconstrução da confiança e avançando num diálogo legítimo, que nhei o início da agenda de responsa- entre as empresas e a sociedade. Aí cito, alcance a sociedade civil de forma mais bilidade social e vi a sustentabilidade com orgulho, que a Revista Plurale é transparente e “entendível”, e sobretudo se transformando em área estratégica um dos veículos que mais tem aborda- em conexão com os movimentos repre- nas companhias. E agora vemos o ESG do o ESG, junto com o caderno Práti- sentativos da sociedade, como os de Di- despontar na gestão das empresas, na cas ESG, do Valor Econômico, o portal versidade e de Inclusão. busca pelas melhores práticas ambien- CapitalReset, a Revista RI, o Estadão e a tais, sociais e de governança. Vejo o ESG Revista Exame. O estudo revela, ainda, que o uso de com um grande poder transformador, Sentimos a necessidade de avançar algumas temáticas mais associadas ao mas me preocupo também com o uso no estudo, em busca de uma breve com- ESG está dissonante. Um exemplo: en- excessivo do acrônimo, hoje citado em paração com os EUA, para identificar quanto ativistas ambientais estão falan- diversos conteúdos públicos das com- se a evolução da conversação era equi- do de emergência climática e de justiça panhias, governos e posts nas redes so- valente nos dois países. Descobrimos climática, as empresas usam, em suas ciais, que acabam gerando uma distor- que, no Brasil, a conversação em ESG ncdaiavreerrarsteiindveaawsd,eao,bselneteqerunmaenrogtsoyt;rsjaeánfaesimlçaãdoienecrnaluecsrisgãméotioe- ção no entendimento da sociedade civil está em ascensão no Linkedin, mas se estrutural, a empresas usam apenas o sobre o que é, de fato, ESG, mantém concentrada num diálogo en- termo “inclusão”, abrangendo e redu- cpoemrNíooadsossoodceeise2tdu0ad1do9e“acD2ivi0si2ls”1o,anmnâanaliicssioaduse,d3eo,n3EtrmSeGio- tre empresas e influenciadores da rede, zindo diversas temáticas de D&I - que, e sem conexão relevante com outros se- embora tratem de inclusão, têm causas tores da sociedade civil. Já nos Estados e propósitos específicas. Gostaria de te lhões de menções em redes sociais, blo- Unidos, no mesmo período, houve um convidar a ler o estudo na íntegra neste gs e sites sobre o tema, incluindo a aná- volume de menções 453,09% maior, link:(https://resources.llorenteycuenca. lise da conversação sobre ESG das 100 impulsionado por personalidades e por com/pt-br/dissonancias-esg-sociedade) maiores empresas brasileiras listadas isnofcluieednacdeers, de diferentes segmentos da pela Revista Exame (2021), para enten- como os de política, esportes E vamos juntos transformar e impac- der sua evolução e seu impacto na tran- e artes. Ou seja, no Brasil, a conversação tar com o ESG responsável, transparen- sição ao capitalismo verde e consciente. sobre ESG se manteve restrita à esfera te e íntegro. Os resultados revelam, sobretudo, que digital empresarial, de escolas de negó- phaánuhmiasgacponmo relacionamento das com- cfoiorme adeirirneflleuveanncteersnnoo Linkedin, mas de (*)Anatricia Borges é jornalista, seus stakeholders, sinali- Twitter, rede que diretora de ESG da LLYC Brasil, mãe dos gêmeos Gabriel e Sofia e Colunis- ta da Plurale 16 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Com fogo não se brinca. Incêndios florestais destroem a vegetação nativa, matam animais, alteram o regime de chuvas e colocam em risco a vida de pessoas. Os prejuízos e os danos ao meio ambiente são irreversíveis. A fumaça dos incêndios também afeta nossa saúde. Por isso, o apoio à prevenção aos incêndios é uma prioridade na Anglo American. Como evitar queimadas: n Faça o descarte do lixo no lugar certo e evite queimá-lo. n Descarte cigarros somente em local adequado. n Proteja o meio ambiente: não faça fogueiras em áreas verdes. n Soltar balão que possa causar incêndio é crime. Em caso de incêndio, ligue para os Bombeiros no 193 ou para a Defesa Civil da sua região.
Artigo Carla Esteves O que podemos aprender com o caso de sucesso dos veículos elétricos a bateria, na Noruega? Ocrescimento contínuo de participação de mer- quarto e quinto no ranking, respectiva- gência em reduzir a emissão de GEE, o cado dos veículos elétri- mente, foi de 3,81% no mesmo perío- landscape tem sido favorável ao VEB. cos a bateria (VEBs) no do. De acordo com a EV-Volumes, em Nesta dimensão também encontram- mercado da Noruega¹ 2017 a Noruega era a líder indiscutível -se questões sociais, políticas e econô- ilustra bem a importância do esfor- em VEBs, em participação de merca- micas. O regime é o modelo vigente, ço conjunto de governos, sociedades do com 32%, quando nenhum outro para o qual os sistemas sociotécnicos e organizações para fazer a transição país estava nem perto desse resultado. foram criados e para o qual o compor- para a sustentabilidade. Lançados co- E o crescimento tem sido contínuo: em tamento de consumo está voltado. Um mercialmente na primeira década do novembro de 2021, 78.3% dos veículos exemplo de sistema sociotécnico que século XXI² , os VEBs são uma respos- vendidos nesse mercado eram elétricos simboliza a hegemonia do regime é o ta à necessidade urgente de limitar a a bateria e a expectativa é que o último dos veículos com motor a combustão, emissão de gases de efeito estufa (GEE), veículo com motor a combustão seja composto por empresas que exploram, contribuindo assim para diminuir o vendido em 2022 . refinam e distribuem o petróleo; em- aquecimento global da Terra conside- presas que criam, desenham, fabricam ravelmente alto em comparação aos ní- Frank Geels, um dos estudiosos lí- as partes e montam os automóveis; veis pré-industriais. Apesar do contexto deres mundiais em Transições Socio- concessionárias de venda e revenda; econômico, ambiental e político favorá- técnicas e Inovação Radical, afirma que postos de abastecimento; empresas de vel, na grande maioria dos mercados, os uma parte significativa da transica̧ õ seguro contra acidentes; estradas e leis VEBs continuam sendo um produto de para a sustentabilidade está associada à de trânsito; pessoas com competências nicho e enfrentam forças multinível que modificaca̧ õ dos padroẽ s de produca̧ õ técnicas necessárias para operar este atuam como barreiras para alcançar es- e de consumo. Geels vê o problema da sistema; e, principalmente, pessoas que cala. Isso significa que uma transição sustentabilidade como uma questão so- os compram para sua conveniência e/ para um futuro automotivo mais sus- cial que envolve muĺ tiplos atores e gru- ou por status. O sistema sociotécnico tentável pode estar longe de acontecer. pos sociais, o que implica a necessidade dos VEBs, por sua vez, está longe de es- A Noruega é uma exceção. O contexto de uma co-evoluca̧ õ entre mercados, go- tar completo na maior parte dos países internacional e um conjunto de ações vernos, tecnologias e comportamentos. que o comercializam, com exceção da em níveis nacional e regional fizeram Noruega. O regime impacta o lands- com que o produto alcançasse, já em O autor preconiza que a transição cape e vice-versa; e cria barreiras para 2015, participação de 17% do total de para a sustentabilidade ocorre atra- que empresas inovadoras, as de nicho, novos veículos vendidos no mercado vés da interação dos múltiplos atores triunfem. Por serem parte do modelo norueguês , enquanto a soma das par- em uma perspectiva multinível : lan- vigente, as regulamentações têm o re- ticipações de França, Alemanha, Reino dscape, regime e nicho. Em resumo, gime como referência. No entanto, de Unido e Dinamarca, segundo, terceiro, landscape se refere ao ambiente exó- acordo com Geels, as inovações vêm geno que impacta o regime e o nicho do nicho e não do regime; por isso, é - e pode ser favorável ou não às inova- ções. Por exemplo, em função da ur- 18 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
1 - European Transport Research Review (Janeiro, 2021). 2 - Tecmundo (Julho, 2022) 3 - Berkeley, N. et al (2017) 4 - European Transport Research Review (Janeiro, 2021). 5 - Pplware.pt (dezembro, 2021) 6 - Geels, F. W. (2004) 7 - Geels, F. W. (2004) 8 - Berkeley, N. et al (2017) 9 - Sustainable Brands e Instituto Ipsos, mercados EUA e Global (Julho, 2022) 10 - Berkeley, N., et al. (2017) 11 - Pplware.pt (dezembro, 2021) NORUEGA É DESTAQUE NA GRANDE PARTICIPAÇÃO DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CARROS ELÉTRICOS - FOTO DE SHAHRYAR QURESHI Berkeley, N., Bailey, D., Jones, A., & Jarvis, – DE OSLO/NORUEGA – ESPECIAL PARA PLURALE D. (2017). Assessing the transition towar- ds Battery Electric Vehicles: A Multi-Level extremamente relevante que esse ce- É fato que, além de contar com Perspective on drivers of, and barriers to, leiro de ideias conte com uma rede de um landscape internacional favo- take up. Transportation Research Part A: proteção institucional e com uma rede rável, repleto de alavancas sócio- Policy and Practice, 106, 320–332. https:// de organizações que forme opinião no -político-técnicas - como regula- doi.org/10.1016/j.tra.2017.10.004 processo de difusão e de mudança no mentação ambiental, investimento EV-Volumes - The Electric Vehicle World comportamento de consumo. em R&D e um cenário social im- Sales Database. (2021). Www.Ev-Volumes. pulsionado pela tecnologia e conve- Com. Retrieved July 2022, from https:// Usando a perspectiva multinível niência, a Noruega tem uma econo- www.ev-volumes.com/ para avaliar a transição para os VEBs mia, uma sociedade e uma cultura Fridstrøm, L. (2021, January 4). Direct and na Noruega, podemos tirar apren- amigas do VEB . No entanto, muitos cross price elasticities of demand for gasoli- dizados relevantes para acelerar a outros países têm contextos simila- ne, diesel, hybrid and battery electric cars: transição para a sustentabilidade em res como a Dinamarca, por exem- the case of Norway - European Transport outros setores. Em um contexto de plo, onde o VEB não decolou com a Research Review. SpringerOpen. https://etrr. alto padrão de vida, eletricidade ba- mesma rapidez. O que faltou, e esse springeropen.com/articles/10.1186/s12544- rata e quase totalmente hidrelétrica, é o maior aprendizado que pode- 020-00454-2 e de políticas ambientais favoráveis, mos tirar desse caso de sucesso, foi Geels, F. W. (2004). From sectoral systems of o sucesso da Noruega está relacio- a atuação conjunta dos multiatores innovation to socio-technical systems. Rese- nado ao seu pacote de incentivos ao governo, sociedade e organizações, arch Policy, 33(6–7), 897–920. https://doi. consumidor, considerado o mais ge- para acelerar a adoção e dar escala org/10.1016/j.respol.2004.01.015 neroso da Europa. Tendo em conta a um produto de nicho. A Noruega Kleina, N. (2022, July 8). A história dos car- que “preço” é a maior barreira para não pretende parar por aqui. O país ros elétricos. TecMundo. https://www.tec- o consumo sustentável , um elemen- quer que todos os seus aviões sejam mundo.com.br/mobilidade-urbana-smart- to crucial no pacote norueguês é o elétricos até 2040. -cities/212835-historia-carros-eletricos-sai- benefício fiscal concedido aos con- ba-tudo-comecou.htm sumidores, que coloca os VEBs no (*) Carla Esteves é mestranda em Naert, S. (2022, July 13). How Can We Di- mesmo nível de preço dos veículos Estudos Ambientais e Sustentabi- rect Consumers Toward More Impactful com motor a combustão. O governo lidade no Iscte (Lisboa), Multipli- Sustainable Behaviors? Sustainable Bran- criou também uma série de benefí- cadora B e mentora de negócios de ds. https://sustainablebrands.com/read/ cios não fiscais, mas que ajudaram impacto no Instituto Gênesis, PUC- behavior-change/how-can-we-direct-consu- a impulsionar a adoção: uso gratuito -Rio. Com 28 anos de experiência mers-toward-the-more-impactful-sustaina- da maioria das estradas com pedá- profissional em grandes corpora- ble-behaviors gio, carregamento gratuito de bate- ções, PMEs e terceiro setor, atua Noruega atinge 94,9% de carros eletrifi- rias em estações de carregamento como consultora na construção de cados em novembro. (2021, December). com financiamento público e esta- narrativas efetivas, planejamento Pplware.Sapo.Pt. Retrieved July 2022, from cionamento gratuito em vagas de estratégico, implementação e ges- https://pplware.sapo.pt/motores/noruega- estacionamento público. tão da sustentabilidade. -atinge-949-de-carros-eletrificados-em- -novembro/ 19
Estudo de Caso - ESG E S GSOCIAL ENVIRONMENTAL GOVERNANCE ESG BOAS LIÇÕES DE ESTUDOS DE CASO POR SÔNIA ARARIPE, EDITORA grande saldo ao tangibilizar é a troca e de Governança. de experiências. Erros deixam de ser A seguir, trazemos relevantes CDE PLURALE cometidos e etapas são suprimidas. omo o processo rumo estudos de casos da Anglo Ameri- à mudança para a eco- Plurale, sempre firme no propó- can, Ball, Coca-Cola Brasil, CO- nomia de baixo carbo- sito de democratizar conhecimento PAPA, Grupo Iberostar, Neoener- no ainda está em curso, e informação, criou há dois anos a gia, Shell, Suzano, Veracel e Vivo. são valiosas as expe- seção ESG no site e na revista. Nes- Cada um com a sua realidade e o riências práticas compartilhadas. ta Edição, trazemos Especial Estu- seu recorte, mas, todos, em comum, Mais do que resultados em lucros, o dos de Casos ESG, não só com o com muito a ensinar. Boa leitura! viés Ambiental, mas também Social Boa jornada! 20 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
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Estudo de Caso - Neoenergia E S GSOCIAL ENVIRONMENTAL GOVERNANCE Neoenergia anuncia metas ESG até 2030 Emissões de carbono abaixo de 20 gramas por kWh gerado e 35% de mulheres em postos de liderança estão entre os objetivos da companhia Liderar a transição ener- gética de forma confiá- vel, inclusiva e com mais geração de valor para a sociedade faz parte da es- tratégia de negócio da Neoenergia. Consciente do papel que as empre- sas devem desempenhar para o de- senvolvimento sustentável, a com- panhia tornou públicas as metas ambientais, sociais e de governança aprovadas pelo conselho de admi- nistração e estabelecidas para 2025 e 2030. Ao completar 25 anos de atuação no Brasil, a Neoenergia reafirmou seu compromisso com a redução de emis- sões de carbono, a promoção de uma sociedade mais justa, e a continuidade Entre as principais Solange Ribeiro, do trabalho para garantir as melhores ações propostas estão diretora práticas de governança. a eletrificação da frota, vice-presidente a digitalização de redes, da Neoenergia As dimensões ESG integram o Sis- a equidade de gênero, tema de Governança e Sustentabilida- de da empresa que estão em coerência com o movimento de transição justa a diversidade racial, a do setor de energia. As metas também segurança, e a constituição estão alinhadas aos Dez Princípios do de uma cadeia de Pacto Global e aos Objetivos de Desen- suprimentos formada por volvimento Sustentável (ODS) da Or- ganização das Nações Unidas (ONU). fornecedores sustentáveis. “As empresas devem assumir suas res- ponsabilidades com a sociedade e com o mundo. Nossas metas materializam as ESG será acompanhado, mensurado e além de eletrificar 50% da frota de veí- boas práticas que seguimos dentro dos comunicado ao mercado em geral. culos leves próprios. parâmetros ESG, e estão integradas ao dia a dia das nossas operações. A acele- A Neoenergia segue com foco na Já os compromissos sociais da Neoe- ração da transição energética, o bem-es- descarbonização da economia. Desta- nergia incluem alcançar 25% de negros tar social e a sustentabilidade financeira cam-se entre os objetivos ambientais e 35% de mulheres em posições de lide- devem estar no topo das prioridades”, até 2030: situar a intensidade das emis- rança. A companhia planeja, ainda, am- afirma Solange Ribeiro, diretora vice- sões abaixo de 20 gramas de CO2 por pliar a presença feminina em atividades -presidente da Neoenergia. A executi- kWh gerado, visando alcançar a neu- operacionais, com destaque para a inicia- va ressalta que o atendimento às metas tralidade em carbono em 2050; atingir tiva da Escola de Eletricistas, que oferece 90% das redes de alta e média tensão; capacitação profissional gratuita para 22 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
FOTOS DA NEOENERGIA- DIVULGAÇÃO A transparência demonstra nosso compromisso com o cumprimento dos objetivos, que são ambiciosos, relevantes e mensuráveis. Os indicadores ESG representam os aspectos prioritários na nossa contribuição para o desenvolvimento sustentável” EDUARDO CAPELASTEGUI, CEO da Neoenergia. mulheres, contribuindo com ingresso no que a Neoenergia alcance seus objeti- ções financeiras e não financeiras do mercado de trabalho. A intenção é que vos e siga desempenhando orientado ano, além de ações estratégicas e do elas representem pelo menos 35% entre pelas boas práticas ESG, a companhia desenvolvimento dos negócios. A as pessoas formadas pelo curso nesse ho- segue atualizando suas práticas de go- Neoenergia também divulga os re- rizonte e que alcancem 12% do contin- vernança empresarial. sultados da companhia, nos aspectos gente de eletricistas da empresa. ESG, por meio de outras publicações No início do ano, a companhia anuais, como o Relatório Anual – Também fazem parte das intenções lançou o Relatório Integrado 2021, Demonstrativo ESG+F e o Relatório ligadas às diretrizes sociais da empresa elaborado de acordo com as orien- de Transparência Fiscal. A empresa a diminuição do número de acidentes tações do International Integrated também integra a carteira dos Índices de trabalho; o incremento do núme- Reporting Council (IIRC). O docu- de Sustentabilidade da B3. ro de colaboradores próprios lotados mento reúne as principais informa- em locais certificados pela ISO 45001 – norma internacional para o sistema de gestão de saúde e segurança ocupa- cional; garantir que pelo menos 85% de grandes fornecedores sejam classi- ficados como sustentáveis; bem como investir na formação de colaboradores e profissionais das comunidades onde a empresa atua. A atribuição de compromissos ESG atrelados à remuneração variável para incentivo de longo prazo de executivos integra as metas de governança. Para 23
Estudo de Caso - Ball E S GSOCIAL ENVIRONMENTAL GOVERNANCE FOTOS DA BALL AMÉRICA DO SUL - DIVULGAÇÃO Nosso amor peloada vez mais, as pautas sobre impactos ambien- Oceano é infinitotais e mudanças climáti- cas permeiam as mais di- Cversas rodas de conversa, despertando a urgência pelo cuidado propôs a levar os consumidores a re- Essa imagem foi escolhida por ilus- do ser humano em relação ao plane- fletir sobre suas escolhas por meio do trar a união da tecnologia e da criati- ta. É primordial repensarmos escolhas conceito “Nosso amor pelo oceano é vidade, e por espelhar as ações da Ball de consumo e buscar alternativas mais infinito”. Foi a partir daí que nasceu feitas no arquipélago, para contribuir sustentáveis para a preservação dos uma parceria com a Unibes Cultural, com o incremento da reciclagem de ecossistemas. E num país com mais hub de cultura e empreendedorismo latas e com decretos ligados à preser- de sete mil quilômetros de litoral, é em São Paulo, para proporcionar vação ambiental. necessário que o amor pela natureza uma experiência imersiva por meio Na área interna da Unibes Cultu- e a paixão cultural dos brasileiros pe- da arte aos passageiros do Metrô Su- ral, a Ball também instalou uma ver- las praias tornem-se conscientes, com maré e aos consumidores dos arredo- são de 5 metros do painel. Todos os decisões de consumo certeiras para di- res da Rua Oscar Freire. que visitaram o local puderam esca- minuir o impacto no meio ambiente. De 11 de maio até 10 de junho de near um QR code posicionado junto Para despertar tais reflexões para 2022, todos os que passaram pela re- à obra, que levava a uma página onli- pautas sustentáveis, a Ball assumiu gião tiveram a chance de contemplar ne com conteúdo ambiental e dados sua responsabilidade como líder um painel gigante, com 11 metros de sobre o painel. mundial do setor de embalagens de comprimento e composto por 1.400 As duas ativações foram respon- alumínio, para promoção de um con- latas de alumínio que, juntas, forma- sáveis por convidar os visitantes a sumo mais sustentável. Com um pro- vam a imagem da tartaruga-de-pente buscar alternativas mais sustentáveis jeto apoiado em educação ambien- no mar de Fernando de Noronha para a preservação dos ecossistemas. tal, educação profissional e inclusão (PE), uma das obras do fotógrafo O painel, inclusive, é emblemático social, para celebrar o Dia Mundial Marcelo Krause, mundialmente re- por ter sido montado com latas de dos Oceanos (08/06), a empresa se conhecido pelos registros aquáticos. alumínio, que têm um índice de reci- 24 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
clagem de aproximadamente 99% no Estevão Braga, Diretor Carlos Pires, Presidente da país, e um ciclo de vida circular e in- de Sustentabilidade da Divisão de Latas para Bebidas finito – assim como nosso amor pelos Ball América do Sul da Ball América do Sul oceanos –, sem desperdícios em ater- ros ou, pior, no meio ambiente. Marcelo Krause, Fotógrafo Para finalizar as celebrações, a Ball promoveu uma projeção mapeada no Dia Mundial dos Oceanos, que trans- formou a torre de 22 metros da Uni- bes Cultural em tela, na qual todos puderam ver o resultado da união da arte, do amor pelos oceanos e do anseio por um consumo mais cons- ciente. Pedestres, motoristas e passa- geiros dos mais diversos transportes, que passaram pela Rua Oscar Freire, pela Avenida Doutor Arnaldo e pela Rua Amália de Noronha entre as 19h e às 23h, no dia 8 de junho de 2022, foram impactados pela projeção que convidava o público a preservar, cui- dar e respeitar os oceanos.
Estudo de Caso - Coca-Cola E S GSOCIAL ENVIRONMENTAL GOVERNANCE Investimento em novas iniciativas de reflorestamento e proteção de bacias hidrográficas conservarão mais 20 mil hectares no Brasil e países do Cone Sul Como definido há um ano, no lançamento da nova Iniciativas reunidas sob uma mesma RODRIGO PALLADINO estratégia global da The plataforma na América Latina Coca-Cola Company, a O Consórcio Intermunicipal das empresa vem investindo Atualmente, apoiamos, na região da Bacias dos Rios Piracicaba, e atuando para alcançar a segurança América Latina, a implantação de 14 Capivari e Jundiaí atua na hídrica em cada localidade-chave onde novas iniciativas de reflorestamento, recuperação de mananciais está presente. proteção e conservação de bacias hi- drográficas e acesso à água, que, juntas, lhões já foram destinados a projetos de A visão global, que mira em metas protegerão mais de 20 mil hectares e acesso para comunidades e reposição e conquistas para 2030, tem como foco levarão água segura a mais 27 mil pes- hídrica, nos últimos cinco anos, nos contribuir para a reposição de água de soas. Trabalham em colaboração mais países do Cone Sul (Brasil, Argentina, forma cada vez mais regionalizada — de 20 organizações sociais com atuação Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile). seja pela preservação de bacias hidro- no Brasil e países do Cone Sul: Argen- No Brasil, mais de 105 mil hectares de gráficas ou por programas de acesso à tina, Bolívia, Chile e Paraguai. Também floresta protegidos água segura para comunidades — além participam da plataforma outros países de seguir ampliando a eficiência hídrica da América Latina: México, Colômbia Com o apoio da Coca-Cola Brasil, das operações da companhia. e Peru. projetos de reflorestamento e conserva- ção de áreas naturais no país já garan- Neste Dia Mundial da Água, em 22 Os projetos de acesso e conserva- tem a proteção e recuperação de bacias de março, a Coca-Cola América Latina ção desenvolvidos em toda a região da hidrográficas em mais de 105 mil hecta- apresenta alguns dos programas que América Latina serão reunidos sob uma res de florestas ou unidades de conser- têm sido trabalhados neste primeiro mesma plataforma regional de projetos vação em biomas-chave, nos estados de ano da nova estratégia, ao lado de va- e iniciativas. Essa integração possibilita São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, liosas organizações parceiras. A ocasião uma melhor gestão dos projetos, além Ceará, Goiás e o Distrito Federal. é também um convite para que novos da troca de aprendizados e colaboração parceiros unam-se aos esforços de con- entre organizações e iniciativas dos di- Outros mais de 15 mil hectares serão servação ambiental, reflorestamento ferentes países, provocando um maior somados a esses, em áreas e unidades e acesso à água. Escolher e estabelecer impacto coletivo. Cerca de R$ 76 mi- de conservação protegidas e/ou recu- parcerias é decisivo para a longevidade peradas, por meio de novos projetos e dos projetos, que precisam ser autossus- iniciativas colaborativas em parcerias tentáveis no longo prazo. com as comunidades locais, outras em- presas, governos e a sociedade civil. No “Procuramos, cada vez mais, lo- Brasil, os investimentos foram de R$ 25 calizar a reposição hídrica, por meio milhões nos últimos cinco anos (2017 a de diversos projetos espalhados pelo território. Temos priorizado arran- jos de parcerias locais, com soluções que envolvam as comunidades e os governos, porque água é um tema de abordagem majoritariamente lo- cal — passa pela proteção das bacias, o conhecimento das pessoas sobre as oportunidades, o amor aos parques de conservação”, assinala Rodrigo Brito, gerente sênior de Sustentabili- dade para o Brasil e Cone Sul na Co- ca-Cola América Latina. 26 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
SISAR O Instituto Sisar conduz projeto de acesso a água na comunidade de Barro Vermelho, no -Cola Brasil e The Coca-Cola Founda- município de Graça, no Ceará tion para contribuir e ampliar o traba- lho realizado por 15 ONGs. 2021) em programas de acesso à água, É uma realização do Instituto Cerrados conservação e proteção de bacias. So- com apoio da Coca-Cola Brasil. O Olhos O programa tem o objetivo de contri- mente em 2022, serão R$ 2,5 milhões D’Água também pretende fazer o mo- buir para ampliar o acesso e tratamento investidos. nitoramento de áreas de queimada por de água para comunidades rurais, de Novos projetos de reposição e conserva- meio do Suindara Sistemas de Alertas. baixa renda e de difícil acesso. Entre ção no Brasil • Já em Itabirito (MG), uma parceria 2017 e 2021, mais de 155 mil pessoas • No Ceará, o projeto envolve conserva- entre a Coca-Cola Brasil e Agência foram beneficiadas em 390 comunida- ção e proteção de 167 hectares da ARIE Peixe Vivo pretende unir forças para des e escolas em dez estados brasileiros. (Área de Relevante Interesse Ecológico) o reflorestamento de 85 hectares do Por ano, o programa contribui com o Fazenda Raposo, no município de Ma- Ribeirão Carioca, na bacia hidrográfica tratamento e acesso de mais 1,6 bilhões racanaú. Serão desenvolvidas atividades do Rio das Velhas, que abastece a região de litros de água consumidos pelas co- de limpeza, sinalização e sensibilização metropolitana de Belo Horizonte. munidades. e mobilização das comunidades para o Acesso a água: um bem de todos cuidado com a área. As atividades se- Compromisso com o uso sustentável rão realizadas pela Associação Caatinga Não é de hoje que a água é um tema da água com apoio da The Coca-Cola Founda- prioritário para a empresa no Brasil. Os tion e parceria com a Solar Coca-Cola investimentos são contínuos em progra- No Brasil, em 20 anos, aumentamos Brasil, prevendo ainda a articulação mas que atendem a três pilares estraté- a eficiência hídrica de nossas fábricas com universidades, governos locais e gicos: eficiência hídrica nas operações; em 38%. O trabalho consiste na redução empresas da região. reposição e proteção das bacias hidro- cada vez maior do volume de água ne- • Olhos da Serra: em Jundiaí (SP), serão gráficas; e acesso a água segura. cessário para a produção de cada bebida cerca de 2 mil hectares na Serra do Japi nas fábricas espalhadas por todo o Bra- protegidos e conservados com apoio da No Brasil, o principal programa de sil. Em 2020, esse índice de eficiência hí- The Coca-Cola Foundation, em parceria acesso à água é o Água+ Acesso, criado drica (conhecido por “Litro por Litro”) com a Associação de Moradores Serra em 2017 com investimentos da Coca- atingiu o novo recorde de 1,55, ou seja: do Japi, a Fundação Serra do Japi, a para cada 1 litro de bebida produzida Coca-Cola FEMSA Brasil e o Consórcio nas fábricas foram utilizados outros 0,55 PCJ. A iniciativa prevê pesquisas na litros de água nos processos produtivos. área de Mata Atlântica, monitoramento de focos de desmatamento, ações de A Coca-Cola Brasil vem desde 2008 educação ambiental e capacitação de avançando a visão global da compa- líderes comunitários da região, rica em nhia para segurança hídrica e acesso nascentes. à água. E os investimentos geraram • Na região de cerrado da Bacia do resultados concretos: em 2015, a em- Rio Paraná — Brasília e arredores — o presa alcançou a meta de devolver à projeto Olhos D’Água prevê ações para natureza e à sociedade uma quantida- conscientizar e mobilizar proprietários de maior de água do que a que utiliza de terras a preservar suas áreas, na produção de suas bebidas. tornando-as reservas privadas de proteção natural (RPPNs), com o objeti- SAMUEL PORTELA vo de alcançar 500 hectares preservados. A Associação Caatinga tem a missão de promover a conser- vação das terras, florestas e águas do bioma Caatinga. Na imagem, a Área de Relevante Interesse Ecológico Fazenda Raposa, no Ceará
Estudo de Caso - COPAPA E S GSOCIAL ENVIRONMENTAL GOVERNANCE RESULTADOS DA DESCARBONIZAÇÃO NA COPAPA Em 2020, a COPAPA fez 60 anos - e foi criado o PRO- ARTES E FOTO DA COPAPA/ DIVULGAÇÃO GRAMA COPAPA 60+ (sessenta mais), que reúne todos os programas e pro- jetos focados em soluções sustentáveis que já estavam em curso na empresa e também os novos projetos, criados a partir de 2020. O COPAPA 60+ tem como finalida- de reforçar o compromisso da compa- nhia em acelerar a transição para uma empresa mais sustentável. Nos últimos 12 anos, a COPAPA vem se preocu- pando, de forma sistemática, com as possíveis externalidades negativas - sociais, econômicas e ambientais – de seu negócio; e em gerar impacto po- lançamento do Carinho Eco Green, -prima, desde a extração na floresta, sitivo, passando a atuar como negócio a empresa foi reconhecida através de seu beneficiamento, comercialização de solução. Atualmente, a COPAPA dois grandes prêmios conquistados: o e distribuição. É o primeiro papel hi- tem soluções que endereçam, direta ou Prêmio Firjan Ambiental, em 2021, e o giênico do Brasil que é sustentável em transversalmente, pelo menos 14 dos Prêmio Tissue Online, ainda no come- todo o seu ciclo de vida - e o primeiro Objetivos de Desenvolvimento Susten- ço deste ano. a receber o rótulo ABNT AMBIEN- tável (ODS) da ONU. Estes dois grandes prêmios são TAL, que certifica a sustentabilidade “Passamos por diversas mudanças reflexos da inovação gerada através dos produtos nas fases de extração estruturais, de governança, de posicio- do Carinho Eco Green, que atende de recursos, fabricação, distribuição namento na empresa e na marca, re- os princípios da economia circular. e descarte\", complementa o Diretor- pensando e agindo para trazer melho- “Mais do que oferecer um produto -Presidente da COPAPA. rias significativas a todas as partes inte- considerado de alta qualidade, o pro- Fernando Pinheiro foi um dos con- ressadas - como colaboradores, parcei- pósito do Carinho Eco Green, desde vidados para palestrar no “Congresso ros, clientes, acionistas a comunidade sua concepção, era atender uma de- Mercado Global de Carbono - Des- em geral - e, principalmente, a todo manda por produtos mais bioma por nós impactado por conta de sustentáveis. Com isso, nossas atividades. O Programa COPA- conseguimos colocar no PA 60+ é um posicionamento de negó- mercado um produto que cio que demonstra que toda e qualquer deu outro significado para empresa, independentemente de seu o plástico; mostramos ser tamanho, segmento, capacidade de possível usar o plástico Princípios de investimento e localização, pode tri- de maneira responsável, economia circular lhar um caminho de renovação, sem porque, afinal, é compos- carinho eco green perder seu foco e tornar-se elemento tável”, ressalta Fernando de transformação social, econômica e Pinheiro. ambiental”, afirmou Fernando Pinhei- “Além disso, Carinho ro, Diretor-Presidente da COPAPA. Eco Green tem certifi- Na imagem a seguir, podemos ob- cação da FSC, cadeia de servar a evolução da COPAPA des- custódia que abrange de sua fundação. Após a criação do cada etapa do processo de PROGRAMA COPAPA 60+ e do fornecimento da matéria- 28 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Resultado do crescimento do faturamento de 2008 até o momento carbonização e Investimentos Verdes”, mente o case CO- mais a importância do alinhamento realizado pelo Banco do Brasil e pela PAPA 60+ e seus das empresas ao conceito ESG (Envi- Petrobras, no Rio de Janeiro, entre os resultados, que ronmental, Social, and Governance), dias 18 e 20 de maio de 2022. O evento você pode conferir amplamente discutido hoje em dia, teve como objetivo reunir casos de su- através dos infográ- mas ainda pouco aplicado. Vale res- cesso nas áreas de proteção ambiental, ficos que se seguem. saltar que, além do foco na sustenta- sustentabilidade, redução do impacto bilidade, a COPAPA é muito ativa em climático, tecnologia e desenvolvimen- “Os resultados questões sociais, principalmente em to verde. obtidos após a im- torno da sua comunidade. A empresa plementação do fica em Santo Antônio de Pádua, no Na oportunidade, o Diretor-Presi- PROGRAMA CO- interior do Rio de Janeiro, e faz parce- dente da COPAPA apresentou justa- PAPA 60+ são ex- ria com diversas ações e projetos locais. celentes - e nos dão ânimo e motivação Apesar de estar situada em uma para continuar nos- cidade de pouco mais de 40 mil habi- so processo de me- tantes, a 257 km da capital, a COPAPA lhoria. Foram anos é hoje uma empresa reconhecida na- de preparação, mas cionalmente, além de ser considerada a velocidade dos uma das TOP 10 dentro do segmento resultados, após o tissue, o que demonstra não só o valor início do programa, de oferecer produtos de qualidade, mas nos surpreendeu também sua preocupação com o meio positivamente”, re- ambiente e com a comunidade local. vela o Diretor-Pre- sidente. Diretor-presidente da COPAPA, Fernando Pinheiro, com um dos “Mas isto ain- prêmios conquistados da é só o começo; estamos trocando nossas empilhadei- ras movidas a GLP por equipamentos movidos a energia elétrica. Além disso, em parceria com nossos fornecedores, estamos desenvolvendo um projeto para que a entrega nas cidades seja re- alizada em veículos elétricos, evitando assim uma maior geração de carbono”, adianta Fernando Pinheiro. Os resultados dos estudos apresen- tados pela COPAPA – Companhia Pa- duana de Papéis – mostram cada vez 29
Estudo de Caso - Shell E S GSOCIAL ENVIRONMENTAL GOVERNANCE LÍDER EM GERAÇÃO DE CRÉDITOS DE CARBONO, CARBONEXT CAPTA RECURSOS DA SHELL PARA PROTEGER, REFLORESTAR E DESENVOLVER BIOECONOMIA NA AMAZÔNIAm sua segunda rodada de captação de recursos, a Carbonext, maior de- senvolvedora de projetos Ede geração créditos de FOTOS DE DIVULGAÇÃO DA SHELL E DA CARBONEXT carbono REDD+ (Redução de Emis- sões por Desmatamento e Degrada- ção) do Brasil, anunciou em julho deste ano um novo aporte de R$ 200 milhões em seu capital, através de uma parceria com a Shell Brasil, que passa a ser sócia minoritária da companhia. O recurso será utiliza- do para investimento em tecnologia embarcada nos projetos de preser- vação florestal e para o desenvolvi- Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell Brasil e os co-CEOs da Carbonext, mento de novas áreas de negócios, Janaína Dallan e Luciano Corrêa da Fonseca como bioeconomia e reflorestamen- to na Floresta Amazônica. área de vegetação preservada na região de nossos parceiros, geraram em 2022 Toda a gestão da Carbonext, que já mais vulnerável da floresta, o Arco do o maior volume de créditos de carbo- atua no segmento há 12 anos, permane- Desmatamento (um corredor que vai no florestais do país, com certificação e cerá a cargo de seus sócios-fundadores, do Acre ao sul do Pará, passando por auditoria de organismos internacionais a engenheira florestal Janaína Dallan, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso). como a VERRA. Estamos contribuindo que integra o quarteto brasileiro de es- Nos primeiros cinco meses de 2022, os para frear o aquecimento global, a par- pecialistas da ONU para Mudanças Cli- projetos desenvolvidos pela Carbonext tir da preservação das florestas, e tam- máticas, preside a Aliança Brasil de So- geraram aproximadamente R$ 150 mi- bém para as discussões essenciais sobre luções Baseadas na Natureza e é a única lhões em créditos no mercado voluntá- a transição para a economia de baixo brasileira a integrar o painel de experts rio de carbono, comercializando crédi- carbono, como o desenvolvimento da para o Integrity Council for Voluntary tos com empresas e entidades, como o bioeconomia. Com a nova parceria, Carbon Markets (IC-VCM), e o econo- BNDES, por exemplo. a empresa passará a atuar com o que mista Luciano Corrêa da Fonseca, mes- A parceria com a Shell possibilitará o há de mais moderno para o desenvol- tre em Ciências Políticas e ex-diretor do acesso a inovações e processos a serem vimento e suporte à gestão das áreas Pátria Investimentos. disponibilizados pela nova sócia, inclu- florestais onde atuam, possibilitando A empresa usará os recursos para ex- sive nas áreas de biotecnologia e moni- atuação em escala inédita.” afirmam os pandir sua atuação em novos segmen- toramento. Essas sinergias devem incre- co-CEOs da empresa Janaína e Luciano tos da bioeconomia e ampliar seu time mentar os mecanismos de proteção dos Para a Shell – que buscou a Carbo- de especialistas florestais capazes de mais de 2 milhões de hectares de Flores- next como parte de seu trabalho para criar e gerenciar projetos de geração de ta Amazônica já protegidos por projetos alavancar sua estratégia de transição créditos de carbono, cujo objetivo é tra- de crédito de carbono desenvolvidos ou energética e descarbonização – a par- zer valor à floresta em pé – uma alterna- em desenvolvimento pela Carbonext e ceria demonstra a relevância do Brasil tiva economicamente viável à pecuária seus parceiros. O acordo estabelece uma na jornada da companhia rumo ao ob- e à agricultura. Desde 2021, o com- série de ações conjuntas nos próximos jetivo de zerar suas emissões líquidas promisso da Carbonext com a preser- 100 dias para que a parceria técnica co- até 2050. O acordo com a Carbonext vação da Floresta Amazônica fez com mece a apresentar resultados. marca a entrada da Shell no negócio de que a empresa aumentasse em 340% a “Nossos projetos, associados à ação Soluções Baseadas na Natureza no país. 30 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Estudo de Caso - Veracel VERACEL DIVULGA OS RESULTADOS DO MONITORAMENTO DA TEMPORADA REPRODUTIVA DE TARTARUGAS MARINHAS Há 17 anos, a empresa de celulose monitora o período de desova das tartarugas em mais de 35km de praias no Sul da Bahia. Nessa última temporada, 18.568 ovos de tartarugas Aforam registrados pela equipe de monitoramento. nualmente, durante os FOTOS DA VERACEL/ DIVULGAÇÃO meses de setembro a abril, as tartarugas ma- comprovado por esses 17 anos de mo- rinhas visitam as praias nitoramento”, explica Tarciso Matos, do Sul da Bahia para coordenador de Meio Ambiente da fazer seus ninhos e depositar seus Veracel Celulose. ovos, em sua temporada reprodutiva. Porém, a sobrevivência dos filhotes Dentre as ocorrências com desova, nunca foi uma tarefa fácil na natu- um total de 167 ninhos foi acompa- reza, e a Veracel Celulose, por meio nhado com sucesso. Os demais foram de seu Programa de Monitoramento predados por animais, tiveram perdas de Quelônios Marinhos, acompanha ocasionadas pela maré ou lidaram com as desovas e o nascimento dos filho- outras dificuldades naturais. Foram tes em mais de 35km de praias, para contabilizados 18.568 ovos, com mé- promover ações de proteção desses dia de 110 ovos por ninho. Desse total, animais. Apenas na última tempora- a estimativa é de que nasceram 14.261 da, mais de 18 mil ovos, de diversas filhotes de tartarugas, tendo em vista espécies de tartarugas, foram postos que 4.307 ovos se mantiveram íntegros na natureza. nos ninhos, sem sinais de eclosão. O levantamento feito por consul- toria especializada mostra ainda que, “A estimativa de filhotes nascidos de setembro de 2021 a abril de 2022, nesta temporada está bem similar à da houve 280 ocorrências reprodutivas. temporada de 2020/2021 e dentro das A maioria delas (210 casos) foi de ani- expectativas para o período reproduti- mais que prepararam o ninho e rea- vo. A variação no quantitativo de nas- lizaram a postura de ovos. O restante cimentos é natural, pois está associada das ocorrências foi de animais que pre- ao comportamento reprodutivo de pararam o local da desova, mas não re- cada indivíduo e espécie, uma vez que alizaram a postura (28 casos) ou ainda guir o seu ciclo natural no local onde já é de conhecimento que as fêmeas se ocorrências de tartarugas que foram foram depositados pelas fêmeas. O reproduzem em ciclos reprodutivos até a praia, mas não chegaram a prepa- programa, executado em alinhamento distintos por espécie.”, explica Mile- rar os ninhos (42 casos). com as diretrizes do Centro TAMAR/ na Vitali, gestora de projetos do CTA, Após a confirmação da postura dos ICMBio, prevê a menor quantidade de empresa responsável pela execução do ovos, o monitoramento efetuado pelo intervenção possível ao curso natural monitoramento. programa da Veracel sinaliza os lo- do processo reprodutivo. cais de desova e realiza a avaliação da “Um dos objetivos do nosso pro- permanência do ninho no local origi- grama de monitoramento é proteger a nalmente escolhido pela fêmea. Caso temporada reprodutiva das tartarugas esses ninhos estejam em áreas de risco marinhas de quaisquer ameaças ex- que podem comprometer os filhotes, ternas causados por humanos ou por eles são transferidos pela equipe es- suas atividades. Outra meta é de ga- pecializada para um local seguro na rantir que, ano a ano, as operações da mesma praia. Nessa última temporada Veracel no Terminal Marítimo de Bel- reprodutiva, foi necessário transferir monte não estejam causando nenhum apenas três ninhos para locais mais impacto na reprodução das espécies seguros, e a grande maioria pôde se- nas praias da região, fato que tem sido 31
Estudo de Caso - Vivo E S GSOCIAL ENVIRONMENTAL GOVERNANCE VIVO TRANSFORMA UNIFORMES EM ECOBAGSomprometida comFOTO DA VIVO/ DIVULGAÇÃO a sustentabilidade, a Vivo passou a produzir ecobags a partir de te- Ccidos de uniformes que seriam descartados pelos colabora- dores da empresa. A iniciativa acon- tece em parceria com a Retalhar, empresa B e promove a economia circular dos produtos têxteis com mão de obra inclusiva. Além de ga- rantir o aproveitamento dos tecidos, as ecobags customizadas também contribuem para evitar o uso de mi- lhares de sacolas plásticas, um duplo benefício ao meio ambiente. Nesta fase inicial do projeto, foram produzidas 1,8 mil ecobags, que serão comercializadas a preço de custo na loja on-line da Vivo e também na loja LEED da marca, com o selo Platinum no conceito de sustentabilidade, lo- calizada no Shopping VillaLobos, em São Paulo. Antes da transformação, os uniformes passam por triagem e higienização para então entrarem nas etapas de corte e costura. A iniciati- va da Vivo soma-se a outras ações já consolidadas pela empresa voltadas ao consumo responsável, como o Recicle com a Vivo, que faz a coleta e reciclagem de resíduos eletrônicos, como cabos, celulares, pilhas e bate- rias em todas as lojas da operadora. As ecobags, trazem ainda impac- to social positivo tanto no benefi- ciamento dos resíduos quanto na produção das sacolas. No processo é empregada mão de obra de egres- sos do sistema prisional e mulheres costureiras localizadas na periferia da Grande São Paulo, gerando renda e inclusão social. Para quem quiser contribuir com o projeto, as ecobags podem ser compradas em: https:// lojaonline.vivo.com.br/vivosto- refront/Vivo/Acess%C3%B3rios/ ECOBAG/p/22020515. 32 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Estudo de Caso - Anglo American AAnglo American está ANGLO AMERICAN substituindo o tradicio- INOVA COM LANÇAMENTO nal formato do contrato DE CONTRATO VISUAL de trabalho por um do- DE TRABALHO cumento com estrutura mais visual e linguagem simplificada. Só neste ano, mais de 1.000 contratos de trabalho nesse De janeiro de 2022 até o momento, formato já foram assinados na empresa, que planeja cerca de 32% dos 4,1 mil empregados aplicá-lo em outras áreas. A expectativa é que o modelo diretos da empresa, um contingente seja usado em todo o grupo Anglo American no mundo. de 1,3 mil profissionais, já assinaram o modelo visual de trabalho e estão fa- FOTO DA ANGLO AMERICAN/ DE DIVULGAÇÃO zendo parte dessa iniciativa inovadora. fundamental, o contrato visual, com re- experiência, agregando a opção de áudio O modelo incorpora figuras e ícones dução de palavras, substituição de ter- para facilitar o acesso ao documento por ilustrativos para explicar as cláusulas, que mos técnicos por linguagem simples e pessoas neurodiversas e com deficiên- são apresentadas em tópicos, com títulos uso de figuras intuitivas, amplia o grau cia visual. Além disso, o áudio facilita curtos e letras de tamanho legível, além de compreensão do que está sendo pac- a compreensão por todas as pessoas, já de linguagem simplificada, facilitando a tuado e traz maior segurança jurídica”, que representações alternativas (multis- localização de informações sobre vigên- completa Clarissa Brandão, especialista sensoriais) de um conteúdo é compro- cia e período de experiência, jornada de Jurídico da Anglo American. vadamente mais eficaz no processo de trabalho, abono de faltas, remuneração, aprendizagem humano. mobilidade geográfica (eventuais trans- Ao ser admitida como empregada da ferências), direitos e obrigações do em- Anglo American, a assistente administra- A empresa ainda se organiza para pregado e demais protocolos. Os pontos tiva Jorgeane Junia da Silva surpreendeu- replicar o modelo na celebração de con- relevantes dos tópicos e observações ne- -se positivamente. “Recebi o contrato para tratos pelas áreas de inovação (com star- cessárias são destacados em caixas retan- assinatura e fiquei impressionada com a tups principalmente), de suprimentos gulares para chamar a atenção do empre- simplicidade, imagens que interpretavam (para contratos de baixa complexidade), gado e garantir total transparência. os tópicos do contrato, em linguagem de relacionamento com comunidades simples e de fácil compreensão. Foi uma (para questões fundiárias) e de relacio- “Os contratos visuais foram aplicados experiência muito interessante, diferente namento com órgãos públicos. Além de forma definitiva e com o apoio dos de todos os contratos que já havia assina- disso, em Goiás, onde a Anglo Ame- públicos com os quais nos relacionamos. do na minha vida profissional, declara. rican possui um negócio ligado à pro- É um alívio e motivo de muito orgulho dução de níquel, o Acordo Coletivo de termos hoje contratos acessíveis que po- Diante do sucesso da prática inova- Trabalho (ACT) está sendo construído dem ser, de fato, interpretados por qual- dora, o contrato visual está em avaliação já no novo modelo, a pedido do Sindi- quer pessoa e que estejam livres do ‘juri- para ser adotado em todo o grupo Anglo cato dos Trabalhadores nas Indústrias diquês’, que por tantos anos nos acompa- American no mundo. No Brasil, a em- Extrativas de Barro Alto (SITIEB). nhou. Aqui, na Anglo American, o cui- presa entrou em fase de ampliação da dado e o respeito com as pessoas guiam nossas decisões e, agora, também estão presentes em nossos instrumentos jurí- dicos”, ressalta Carolina Lobato, diretora Jurídica da empresa no Brasil. A diretora de Recursos Humanos da Anglo American, Sara Murssa, conta que o principal foco do projeto é aperfei- çoar a relação de confiança que a com- panhia já tem tão bem construída com os empregados. “A ideia é engajá-los, proporcionando melhor experiência e aprendizado”, explica. Nessa trajetória, cerca de 3 mil palavras foram eliminadas e os termos técnicos trocados por pala- vras mais conhecidas que visam ampliar o grau de entendimento de um contrato. A substituição dos termos jurídicos e do formato tradicional por uma linguagem mais amigável foi aprovada pelos profis- sionais da empresa, conforme indicou uma pesquisa de satisfação com aprova- ção de cerca de 90% dos entrevistados. “Em um país em que quase a metade da população não completou o ensino 33
Estudo de Caso - Iberostar E S GSOCIAL ENVIRONMENTAL GOVERNANCE FOTO DE DIVULGAÇÃO ECONOMIA CIRCULAR, HOTÉIS SEM RESÍDUOS, ZERO EMISSÕES DE CARBONO E OUTROS COMPROMISSOS DA IBEROSTAR Os três pilares da rede hoteleira para conquistar os ambiciosos objetivos de sua Agenda 2030 são prioridade do Grupo Iberostar para seguir liderando no turismo responsável OGrupo Iberostar, co- nhecido por seus FOTOS DO WAVE OF CHANGE - IBEROSTAR/ DIVULGAÇÃO mais de 100 hotéis e resorts ao redor do mundo, em sua maio- ria em frente ao mar, tem o turismo responsável como motor e alavanca dos negócios, com a certeza de que o papel da companhia é ajudar a res- taurar e preservar o meio ambiente que proporciona a estadia inesquecí- vel que seus clientes almejam. Por meio de seu movimento pio- neiro Wave of Change, a Iberostar realizou nos últimos anos grandes ações para a conservação do meio ambiente e para a luta contra as mu- danças climáticas. A empresa segue focada nos seguintes pilares, conso- lidados em sua Agenda 2030: ope- rar sob os parâmetros da economia circular; zerar emissões de carbono das operações, prevista para 2030; minou de toda a sua operação e de estar livre de resíduos até 2025; seus mais de 100 hotéis ao redor do ampliar o consumo responsável de mundo todos os plásticos de uso peixes e frutos do mar e melhorar único e segue em busca de estraté- a saúde costeira em todos os ecos- gias e objetivos cada vez mais ambi- sistemas ao redor de seus hotéis. ciosos para continuar avançando na Justamente o objetivo de descarbo- liderança do turismo responsável. nizar a empresa e torná-la neutra O desejo do Grupo Iberostar é ins- em carbono, prevista para 20 anos pirar cada vez mais pessoas a seguir à frente da meta global da ONU e essa jornada juntos, se baseando na do objetivo do setor, foi premiada ciência para proteger e conservar a como “Gold Winner” na WTM La- saúde do meio ambiente e das pes- tin América deste ano. soas, mantendo assim o turismo de Desde 2020, a rede hoteleira eli- praia que é tão apreciado. 34 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Estudo de Caso - Suzano SUZANO RECEBE SELO GOLD NO ECOVADIS SUSTAINABILITY RATING 2022 ACompanhia está entre as 6% melhores empresas do mundo em práticas sustentáveis FOTO DA SUZANO/ DIVULGAÇÃO Suzano, referência glo- bal na fabricação de bioprodutos desenvol- vidos a partir do cul- tivo de eucalipto, con- quistou o selo Gold no EcoVadis Sus- tainability Rating 2022, organização de classificação de sustentabilidade empresarial que mensura a quali- dade do processo de gestão de Res- ponsabilidade Social Empresarial de companhias em todo o mundo. Com nota 69, a Suzano esteve entre as 6% melhores empresas dentre as mais de 85 mil companhias avaliadas glo- balmente pela EcoVadis. A avaliação incluiu políticas e prá- ticas nas áreas de meio ambiente, prá- ticas trabalhistas e direitos humanos, práticas comerciais justas e compras sustentáveis. A Suzano obteve fortes resultados em todas as áreas não so- mente pelas suas ações, mas também Relatório Global (GRI), o padrão ISO e tem como propósito renovar a vida a pela transparência na divulgação de 26000, além dos princípios CERES. partir da árvore. Maior fabricante de seus indicadores. “Este selo é a comprovação de que celulose de eucalipto do mundo e uma O respeito ao meio ambiente, aos estamos no caminho certo, buscan- das maiores produtoras de papéis da colaboradores e às comunidades nor- do tornar a cadeia produtiva mais América Latina, atende mais de 2 bi- teia o trabalho da companhia, bus- resiliente, trazer mais diversidade lhões de pessoas a partir de 11 fábricas cando tornar a cadeia produtiva mais de ponta a ponta e engajar os nossos em operação no Brasil, além da joint resiliente. As compras sustentáveis são fornecedores em temas ambientais e operation Veracel. Com 98 anos de destaque para a empresa, investindo sociais importantes, sempre com o história e uma capacidade instalada de em iniciativas relacionadas à diversi- propósito de ‘Renovar a vida a partir 10,9 milhões de toneladas de celulose dade na cadeia de valor, treinamento e da árvore’. Avaliações dessa natureza de mercado e 1,4 milhão de tonela- avaliação de fornecedores em assuntos estimulam empresas a irem além, vi- das de papéis por ano, exporta para ambientais e sociais, bem como políti- sando a construção de uma socieda- mais de 100 países. Tem sua atuação cas de compras de madeira sustentável. de melhor”, afirma Cristina Gil, dire- pautada na Inovabilidade – Inovação A EcoVadis realiza a avaliação utili- tora executiva de Sustentabilidade e a serviço da Sustentabilidade – e nos zando critérios que se baseiam em pa- Comunicação da Suzano. mais elevados níveis de práticas socio- drões internacionais de Responsabili- ambientais e de Governança Corpora- dade Social Empresarial, como os Prin- Sobre a Suzano tiva, com ações negociadas nas bolsas cípios do Pacto Global, as convenções A Suzano é referência global no de- do Brasil e dos Estados Unidos. Para da Organização Internacional do Tra- senvolvimento de soluções sustentá- mais informações, acesse: www.suza- balho (OIT), a norma da Iniciativa de veis e inovadoras, de origem renovável, no.com.br. 35
Pelo Brasil Amazônia para sentir e se emocionar Exposição de fotos de Sebastião Salgado, com curadoria de Lélia Wanick, fica em cartaz no Museu do Amanhã (RJ) até 29 de janeiro de 2023 Por Fernanda Cubiaco, criar um ambiente em que o visitan- zônia já foi vista por mais de 100 mil te se sentisse dentro da floresta, se pessoas, mas tenho a impressão que só AEspecial para Plurale integrasse com sua exuberante ve- aqui no Rio de Janeiro vamos dobrar exposição Amazônia, getação e com o cotidiano das po- esse número. Esta é uma oportunida- do consagrado fotó- pulações locais”. de linda que todos têm de mergulhar grafo brasileiro Sebas- no coração da floresta e refletir sobre tião Salgado, chegou O ambiente expositivo, além do o futuro da biodiversidade e a urgente ao Museu do Amanhã grande salão, apresenta ainda dois necessidade de proteção dos povos in- (Boulevard Olímpico - RJ), onde fi- espaços com projeções de fotogra- dígenas, assim como a preservação do cará até janeiro de 2023, depois de fias. Uma delas mostra paisagens ecossistema que é imprescindível para passar pela Europa (Paris e Lon- florestais acompanhadas pelo poe- o planeta. Para Sebastião Salgado, “esta dres) e São Paulo. Como tem terças ma sinfônico Erosão - Origem do exposição tem o objetivo de alimentar o gratuitas, a exposição Amazônia, Rio Amazonas, de Heitor Villa-Lo- debate sobre o futuro da Floresta Ama- que demorou sete anos para ser bos (1887-1959); a outra traz uma zônica. É algo que deve ser feito com a concebida, dá a todos a oportunida- sequência de retratos de índios, so- participação de todos no planeta e jun- de de ver, rever e de tomar um saco- norizada por uma peça de Rodolfo to com as organizações indígenas”. de daqueles. Stroeter especialmente composta. E SERVIÇO | Sebastião Salgado - a trilha sonora com os sons das flo- Amazônia Em sete anos de imersão, Sebas- restas ficou, a pedido de Sebastião De 19 de julho a 29 de janeiro de tião e Lélia Wanick Salgado, com Salgado, a cargo do instrumentista, 2023 equipe, trabalharam para que 194 compositor e produtor musical Museu do Amanhã (Praça Mauá, 1 - fotografias e também relatos, em ví- francês Jean-Michel Jarre. Imagi- Centro, Rio de Janeiro) deos, com testemunhos de lideran- nem, só! Creio que, como eu, vocês Terça a domingo, das 10h às 18h ças indígenas sobre os problemas vão se emocionar e quem sabe tam- Livre enfrentados atualmente por suas bém se engajar na defesa dos ecos- Ingressos: inteira: R$ 30 e meia-en- comunidades, retratassem a impor- sistemas. trada: R$ 15. Às terças-feiras a entra- tância da Floresta Amazônica em da no Museu do Amanhã é gratuita. pé. Segundo Lélia, curadora do Pois bem, inaugurada na Europa e evento, “Ao projetar ‘Amazônia’, quis já tendo passado por São Paulo, Ama- FOTO DE SEBASTIÃO SALGADO 2019 - RIO JAÚ - ESTADO DO AMAZONAS - EXPOSIÇÃO AMAZÔNIA 36 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Grandes nomes do ESG se reúnem em evento no Pavilhão da Bienal de São Paulo ESG Land promove encontro para compartilhamento e troca de experiências sobre F responsabilidade socioambiental e governança com empresas e sociedade Com o objetivo de reunir agentes Jandaraci Araujo, ex-subsecre- do Jade Autismo do ecossistema ESG (meio ambien- tária de Empreendedorismo, Micro Mizael Conrado, presidente do te, social e governança) para tro- e Pequenas Empresas de São Paulo car experiências e compartilhar e Diretora Executiva do Banco do Comitê Paralímpico Brasileiro boas práticas, o ESG Land promo- Povo Paulista Willy Montmann, coordenador verá, em junho de 2023, na capital paulista, um dos maiores eventos Mayra Castro, fundadora da In- na Secretaria de Esportes do Muni- sobre o tema no país. vestAmazonia, representante legal cípio de São Paulo e criador do An- da Cambridge Business Associa- gels Volley “Queremos sensibilizar a socieda- tion e Seedstars World de e disseminar conhecimentos que po- Gabriela Blanchet, CEO do Ins- dem contribuir para um futuro mais sus- Reginaldo Lima, co-fundador do tituto Brasileiro de Direito e Ética tentável, inclusivo e transparente, além Fundo de Investimento Invest Fave- Empresarial (IBDEE) de gerar conexões entre o poder privado la, Co-fundador do G10 Favelas e e a administração pública”, afirma Arnal- conselheiro do Instituto CIVI-CO Martha de Sá, CEO da Vert Ca- do Maluf Gesuele, CEO do ESG Land. pital O evento vai promover discussões e di- Thomas Eckschmidt, fundador nâmicas, contando também com a par- do movimento Capitalismo Cons- Roberta Yoshida, CEO do Grupo ticipação de entidades do terceiro setor ciente no Brasil e no Peru Radar & TV. e grandes especialistas no assunto, com foco no impacto que os temas que per- Sandra Guerra, sócia-fundadora Mais nomes serão anunciados em meiam o ESG têm nos negócios e o papel da Better Governance, conselheira breve. das corporações nesse cenário. e co-fundadora do Instituto Brasi- leiro de Governança Corporativa Realizado no Pavilhão das Culturas Serão três auditórios com pales- (IBGC) Brasileiras, no Parque do Ibirapuera, tras e debates, conduzidos por im- em São Paulo, o evento contará ainda portantes protagonistas do ESG no Vanessa Pinsky, especialista em com uma área de experiências, com Brasil e no mundo. Entre os pales- sustentabilidade e inovação nos se- espaços imersivos para sensibilização trantes confirmados, estão: tores financeiro, tecnológico e edu- dos participantes, apresentação de cacional e consultora de estratégias projetos, produtos e serviços, além de Philip Fearnside, biólogo e cien- ESG, desenvolvimento de progra- áreas para negócios e troca de ideias tista norte-americano, atuante há mas, inovação sustentável e indica- entre as empresas e fundos. mais de 20 anos no Instituto Na- dores-chave de desempenho de sus- Sobre a ESG Land cional de Pesquisas da Amazônia tentabilidade (INPA), recipiente do Prêmio Nobel Fundada em 2021, a ESG Land é da Paz Valéria Café, diretora de Vocali- uma empresa com foco na realiza- zação e Influência do IBGC ção de eventos e disseminação de Carlo Pereira, CEO do Pacto conteúdo, criando uma plataforma Global da ONU no Brasil Raphael Kling, PhD em tecnolo- para discussão e compartilhamento gias disruptivas pela Universidade de conhecimento sobre como os te- Sindiswa Mzamo, presidente do de Newcastle, na Inglaterra mas que permeiam o conceito ESG Circle of Global Business Women, impactam o mercado corporativo, de Joanesburgo Ronaldo Adriano Christofoletti, além de apoiar as empresas em sua do Instituto do Mar (IMar) jornada neste contexto. Marina Piatto, diretora-executi- va do Instituto de Manejo e Certifi- Ronaldo Cohen, CEO e fundador cação Florestal e Agrícola (Imaflora) Jansen Alfredo Sampaio Zua- non, pesquisador do INPA José Vicente, reitor e diretor geral da Faculdade Zumbi dos Palmares, fundador do Movimento Todos pela Educação e conselheiro do Mover 37
Especial 15 anos 1 Plurale, 15anoas nos: histórias diversas e conquistas em rede para serem compartilhadas 1LanPçluarmaleentfoosi lançada em POR SÔNIA ARARIPE, EDITORA outubro de 2007, com dois Condecoração – pela Alumni- Direito/ eventos incríveis: no Rio foi Ufrj – Ex-Alunos da Faculdade de Direito QDE PLURALE na Livraria Argumento e, em em 2017, com o Jornalista George Vidor uando começamos São Paulo, na Livraria da Vila. Vários e o Artista Plástico Oscar Araripe, da a formatar o projeto amigos e parceiros estiveram nos dois Alumni- Ufrj. Plurale, em meados de eventos, que contaram com música lí- 2007, tínhamos várias Recebemos também três relevantes dúvidas e uma certeza. 2rica e um coquetel. condecorações: o Conjunto de Meda- A ideia só daria cer- Time, colaboradores e lhas Pedro Ernesto, outorgado pela Câ- to se fosse tão plural atuMaçuãiotoeomrgrueldheo de nos- mara dos Vereadores do Rio de Janeiro, e forte quanto o nome de batismo. so Time Plurale de repór- concedido pelo Vereador Zico Papera, Seria preciso perseverar, insistir, não teres, fotógrafos e colabo- em 2017; a Condecoração – pela Alu- desistir. E atuar em rede, contar com radores. Também fez toda a diferença mini-Direito/ UFRJ – Ex-Alunos da a colaboração e com a parceria de atuarmos em rede, compartilhando Faculdade de Direito em 2017, com o todos que também acreditassem ser nossas matérias e artigos com outros Jornalista George Vidor e o Artista Plás- possível, sim, fazer Jornalismo inde- portais. Não vamos citar alguns por- tico Oscar Araripe, da Alumni-UFRJ; pendente e plural. Chegamos ao sig- que foram tantos, ao longo da trilha, e a Medalha Chiquinha Gonzaga, da nificativo número 79 da revista im- que preferimos homenagear todos Câmara dos Vereadores, atribuída pelo pressa, com 5.3720 páginas. E o por- Vereador Alexandre Arraes em outubro tal - atualizado diariamente - conso- 3juntos, com o nosso muito obrigado! de 2021, pelo protagonismo de Sônia lidou-se como um dos principais do CoCluonnivsitdaasmPolusraulme seleto Araripe na defesa das causas associadas segmento, além de participação ativa time de colunistas Plurale. ao meio-ambiente e ao empoderamento também nas mídias sociais. São professores, consulto- feminino. Plurale também tem sido fi- res, jornalistas e empresá- nalista, há vários anos, na categoria Sus- Ao chegarmos aos 15 anos, temos rios que têm trazido opiniões plurais em tentabilidade do Prêmio Comunique-se muito a comemorar, mas principal- nossa revista e no site. Evitaremos citar mente agradecer: sem a sua leitura e nomes também, homenageando todos 5– considerado o Oscar do Jornalismo. sem o apoio de parceiros não teríamos EveAnotoslopnrgeosendceiasisua tra- ido tão longe. Leitores plurais neste 4com a nossa eterna gratidão! jetória, Plurale realizou Brasil tão continental quanto diverso. PrêCmonioqsueismtamedoaslhasvários quatro relevantes eventos Conquistamos prêmios e condecora- Prêmios jornalísticos e tam- presenciais, que reuniram ções, realizamos centenas de viagens bém pelo conjunto da obra, (no Brasil e no exterior), participamos como o Prêmio Abraciclo aadtlecuaeanvlieçznaamtdooossdpirmaersaieainsmcveiaineitwse,selicvaoesmsm, píoadliePasostrrsatoas-l, em 2008 e o Prêmio Lagoa Viva, em ciais, publicamos centenas de artigos 2019. Em 2014, Sônia Araripe foi lem- inéditos de nossos Colunistas Plurale e brada como uma das 100 mais influen- de outros relevantes especialistas, para tes Jornalistas pelo Jornalistas e Cia. dizer o mínimo. Plurale também conquistou o Prêmio Aberje de Mídia Segmentada em 2017. Procuramos resumir, aqui nestas páginas, uma linha do tempo do que realizamos – com a sua fiel companhia – ao longo destes anos. Que venham outros tantos a mais! Plurais e diversos! 38 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Time Plurale na Rio +20, em 2012 Prêmio Aberje de Mídia Segmentada em 2017 Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto, outorgada pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, e concedida pelo Vereador Zico Papera em 2017 Evento Plurale 10 anos – em 2017 – com os Medalha Chiquinha Sônia Araripe recebendo o Prêmio Lagoa palestrantes Alfredo Sirkis, André Trigueiro e Gonzaga Viva do agrônomo Felipe Brasil, em 2019. - 2021 Sérgio Besserman Vianna. 10 Viagens nacionais e in- Seminário Plurale 12 anos – em 2019 palestrantes de renome em ESG/sus- ternEamcionnaiosssa seção – com palestrantes. tentabilidade, como Sérgio Besser- Ensaio, Plurale tem man, Alfredo Sirkis, André Trigueiro madas ao longo desses 15 anos: ABA, e também vários executivos de empre- Aberje, Abrasca, Apimec, Cebds, Ibef, 6sas, dentre outros. tido a chance de Ibri, Instituto Ethos e Pacto Global são LivCesoPmluraalpeandemia, os compartilhar diversos roteiros no Bra- encontros passaram a ser sil e no exterior. Ultrapassamos a casa 14alguns desses parceiros. virtuais. Foram muito de 100 roteiros, dos mais diferentes PreRsse-tfreiprsê n c i a 11destinos. no segmento de rale com prestigiadas as LeivteesmPáltui-- FotUogmrafias e Edxifpeorseinçãcoial, ESG/sustentabili- diferentes nomes desde o número um dade, Plurale tem cas, com participações de Fê Cortez, de Plurale, é o cuida- cpoanrthiceicpearddoedpeedrtivoedrsifaesrpenretsess-terxippse,rpiêanra- Daniely Gomiero (Claro), Glaucimar cias. Isso no Brasil e também no exte- Peticov (Bradesco), Sonia Consiglio, do com as fotografias, rior – como na Alemanha, para conhe- 7André Trigueiro etc. muito valorizadas por seu design ar- cer jovens lideranças com foco em sus- PalPelsutrraalseefmirmevoeun-tsoescomo rojado e inovador. E foram tantas, du- tentabilidade, e também no México, importante porta-voz em rante estes 15 anos, que conseguimos ESG/sustentabilidade, ten- realizar uma exposição das fotos mais 15para acompanhar projetos sociais. emblemáticas de nossa Editora de Fo- Rio 92, Rio+20 e tografia, Luciana Tancredo, em 2019, RioC+o3m0o jornalista, do sido muito demandada 12quando completamos 12 anos. ainda no Jornal do para palestras em seminários, congres- EstuCdooms doe aCatrsoasnEsSiçGão Brasil, Sônia Arari- 8sos e outros eventos. para a Economia de pe cobriu a Rio 92, Conferência entre Jornalismo cidadão e vo- Baixo Carbono ain- as partes da ONU - realizada no Rio lunMtaarniatednodo firme seu da está acontecen- de Janeiro em 1992, no Riocentro, no propósito, o time Plurale do neste momento, criamos, há três MAM e no Aterro do Flamengo. Vinte participou de várias ações anos, uma seção fixa chamada Estu- anos depois, o time Plurale esteve pre- voluntárias. E também atuou, em rede do de Casos ESG – tanto na revista, sente novamente no Riocentro e em solidária de jornalismo cidadão, na di- quanto no site. Assim, outras empre- eventos paralelos do Rio+20, cobrindo vulgação de ações de diversas ONGs e sas e ONGs podem seguir a partir os diálogos sobre sustentabilidade. E, 9projetos sociais/ ambientais. de experiências já existentes. Não se agora, 30 anos depois, também esta- Plurale em site e mídias trata de copiar, mas sim de comparti- mos participando de nova rodada de socPialuisrale em revista é tri- 13lhar, aprender e avançar. negociações, no Rio. mestral, enquanto Plurale Parceria de mí- em site é atualizada diaria- diaReeml eevveanntotse s mente. As mídias sociais conquistaram parcerias de mí- público, amplificando a repercussão de dia com entida- notícias, artigos e reportagens. des, institutos e associações foram fir- 39
Especial 15 anos 1 anos QUEM LÊ PLURALE Quando a Plurale surgiu, já era urgente falarmos e pensarmos em sustentabilidade, em desenvolvimento e progresso tendo a natureza ao nosso lado e não destruindo nossas riquezas. Só não imaginávamos que - 15 anos depois - a urgência e a preocupação com o futuro do planeta fossem ainda maiores. Parabéns pelo trabalho tão importante e pela resistência.” Fátima Bernardes, jornalista e apresentadora da TV Globo A Plurale faz a diferença Plurale Lembro do dando visibilidade a assuntos sempre nascimento que inspiram a grande abordou da Plurale mudança em favor de um com se- e de como mundo mais ético, justo e riedade e sua propos- sustentável. Não há tempo a imparcialidade temas atuais ta inova- perder. Plurale neles!!” e cada vez mais urgentes. dora me André Trigueiro, Nesses 15 anos, a revista vem impactou. escritor e jornalista da TV fazendo um trabalho brilhante Passados Globo, Globonews e CBN contribuindo para a conscien- 15 anos, a sua trajetória não tização sobre assuntos que poderia confirmar de melhor impactam diretamente a sus- forma minha impressão ini- tentabilidade e a cidadania. cial: pautas relevantes, cases, A publicação tornou-se, sem artigos, conteúdo profundo e dúvida, leitura obrigatória para transformador. Parabéns, xará quem quer e precisa estar Sônia Araripe e todo o time da bem-informado sobre os próxi- Plurale! Vida longa a este proje- mos passos na construção de to ímpar!” um futuro mais sustentável.” Sonia Consiglio, Glaucimar Peticov, SDG Pioneer pelo Diretora-Executiva do Bradesco Pacto Global da ONU 40 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Gostaria de O IBRI Quero cumprimen- (Instituto parabeni- tar a Revis- Brasileiro de zar a Sônia ta Plurale Relações e equipe pela passa- com Inves- pelos 15 gem dos 15 anos de publica- tidores) parabeniza a Revista anos, um feito extraordinário. A ção e reafirmar a nossa admi- Plurale pelos seus 15 anos Plurale começou numa época ração e respeito pelo caráter de história. Nesse período, a em que sustentabilidade era exemplar com que as páginas publicação foi extremamente assunto secundário. Com com- dessa revista tem tratado o atuante ao propor debates em petência e persistência Sônia assunto da sustentabilidade e áreas que afetam o dia a dia venceu todos os desafios. Que o compromisso inadiável da das pessoas, mas também a Plurale continue a atravessar sociedade com a busca de um do profissional de RI e das os tempos com brilhantismo e desenvolvimento econômico e companhias. A Plurale oferece independência.” social amparado em bases de contribuição relevante para Roberto Castello Branco, um respeito ao meio ambiente melhores práticas no mercado Economista, Ex-Presidente sólida formação social e boa de capitais e para o desenvol- da Petrobras e Ex-Diretor do governança.” vimento do país. O IBRI deseja Banco Central Rene Garcia Júnior, vida longa à Revista Plurale!” Secretário de Fazenda do Geraldo Soares, Estado do Paraná Presidente do Conselho de Administração do IBRI Quando es- Posso dizer que a Revista Plurale tava na Câ- é, desde a sua fundação, impar- mara dos cial e especialista em boas maté- Vereadores rias na área ambiental, inovadora entreguei em suas publicações. Sempre bom conteúdo para a medalha quem ama e trabalha pela saúde da biodiversidade.” Chiquinha Antonio Marcos Barreto, Gonzaga Presidente da ANAMMA Brasil à jornalis- Tenho a satisfação de parabeni- ta Sônia zar a Plurale por estes primeiros Araripe por 15 anos de integridade editorial atuar em defesa do meio ambiente, da e excelência. Tem sido uma sustentabilidade, das ODSs e do em- honra poder acompanhar essa jornada!” poderamento feminino. O trabalho que Henrique Luz, a Plurale realiza há 15 anos é de extre- Conselheiro de empresas ma importância para a nossa cidade e o país. Com muita honra sou colunista do veículo\" Alexandre Arraes, Secretário municipal de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro. 41
Especial 15 anos 1 anos Plurale vira adulta mundo restrito das telecomunica- FOTOS DO ARQUIVO PESSOAL ções, foi um salto para a descoberta NÍCIA RIBAS do planeta Terra. Sem falar na vol- ta ao convívio com coleguinhas em Nos últimos 15 anos, Plurale tem tância do famoso rio para o povo viagens para coberturas de eventos, feito parte da minha vida. Após lon- egípcio. Nas margens do Nilo saiu inauguração de serviços e lança- ga carreira na assessoria de impren- na edição número 2 e, desde então, mento de projetos voltados para a sa de uma empresa de telecomuni- não parei mais. Plurale trouxe um preservação ambiental. cações, estava aproveitando para mundo novo para mim, trouxe am- viajar e curtir os netinhos que come- plidão de conhecimentos e muita Graças ao trabalho na Plurale, çavam a nascer. Foi quando, recém- alegria nas novas descobertas. Para posso continuar escrevendo Jorna- -chegada de uma linda viagem ao quem passara a vida profissional no lista nas fichas cadastrais. Graças Egito, com passeio pelo Nilo e visita à Plurale, tenho um espaço para aos monumentos dos faraós, recebi defender causas e pessoas que ad- um telefonema da minha amiga de miro, sempre sob a supervisão da longa data, Sônia Araripe, me convi- editora, a incansável Sônia - que dando para participar de um projeto nasceu no Dia do Jornalista, não à que lançara em parceria com Carlos toa - e luta bravamente para manter Franco. Era uma revista para falar de vivos a revista e o site, mesmo nas sustentabilidade, ecologia e projetos fases mais difíceis. Parabéns a ela e sociais. Seu nome: Plurale. a toda a equipe de profissionais des- ta adolescente. Que sua vida adulta Topei na hora e já fui para o com- seja muito produtiva e que possa in- putador, escrever sobre a impor- fluenciar os humanos no bom trato de sua mãe Terra. Rostos, nomes e sotaques ISABEL CAPAVERDE dido que, na época, havia fila de alu- nos de escola particular querendo ir Um convite irrecusável: participar para a “Angélica”. Meses depois. a en- da equipe da primeira revista inde- chente histórica que atingiu a região pendente focada em sustentabilida- destruiu a escola – que, para minha de. E lá se vão 15 anos de aventuras alegria, foi reconstruída de forma por esse Brasil, ouvindo a nossa gen- sustentável em 2014. te. Foram tantos rostos, sotaques e nomes... Mais para o Sul, em Bento Gon- çalves (RS), cobri edições da FIEMA Como “Angélica”, a escola públi- - Feira Internacional de Tecnologia ca de Educação Básica Professora em Meio Ambiente. Em 2010 fiquei Angélica Souza Costa, localizada em impressionada com uma casa total- Gaspar, cidade do Vale do Itajaí (SC), mente sustentável, montada na feira. que me recebeu de forma calorosa Foi Cristiane Kaiser, uma das arqui- no inverno de 2008. Conheci o Pro- tetas responsáveis, que contou que jeto Cantar, uma parceria da escola a inspiração veio das construções da com a Fundação Bunge, que utiliza- colonização italiana, que predomi- va a musicalidade e a valorização da nam na serra gaúcha; e que usou, na cultura local para mudar a realidade casa, matérias-primas oriundas do do ensino e do bairro periférico de local e de baixo custo, para diminuir Sertão Verde. Projeto tão bem-suce- o impacto do transporte. Tudo pro- 42 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
jetado para haver maior eficiência Chegamos aos no consumo de água e de energia, 15 anos e ainda aproveitando o clima, assim como contando luminosidade e ventilação naturais. Paisagismo, arquitetura e interiores, LUCIANA TANCREDO gado das Águas, em SP; o Refúgio com possibilidades de uso urbano. Biológico Bela Vista, no Paraná; a Muitas viagens, grandes co- RPPN Sesc-Pantanal e o Legado Impossível esquecer o Seu Bené, berturas, o dia-a-dia da susten- Verdes do Cerrado - Reservas Vo- morador mais antigo da comuni- tabilidade, importantes entre- torantim, em Goiás. Pude mostrar dade Jardim Teresópolis, na região vistas, a eterna luta pela defesa para os nossos leitores um pouco metropolitana de Belo Horizonte do meio ambiente e muitos prê- do que pode ser feito para preser- (MG), que tirou do bolso um papel mios recebidos... var a natureza e os animais, quan- dobrado e, emocionado, resumiu de do a vontade política, a iniciativa forma poética o que sentia ao rece- Sim, são 15 anos de Plurale. privada e os ambientalistas se jun- ber a maquete da sede própria do E posso falar com grande or- tam no mesmo propósito. Projeto Árvore da Vida, em 2011. Na gulho que estive presente em época, era um programa social em inúmeros momentos importan- Isso além das inúmeras ma- parceria com a Fiat Automóveis, que tes dessa trajetória linda e cheia térias de viagens que eu fiz pelo beneficiava crianças e jovens da re- de sucesso. Brasil e pelo mundo: Chapada gião; hoje já é uma ONG gerida pela Subi aos céus num balão so- Diamantina, Serra da Canas- própria comunidade. No mesmo ano bre os cafezais da Mantiquei- tra, Ibitipoca, Tiradentes, Arizo- voei para o Amazonas, para a FIAM – ra, caminhei 100km para re- na, Patagônia, Carretera Austral, Feira Internacional da Amazônia - e gistar toda a beleza do Monte Salta... Foram tantas que é difícil fui tocada pela conversa com Fran- Roraima, mergulhei de cabeça lembrar todas. cisco Peba, sua sabedoria de vida e no Pantanal alagado e também consciência da responsabilidade em explorei sua biodiversidade du- Esses 15 anos de revista me preservar a floresta. Era líder da co- rante a seca. Caminhei por tri- trouxeram, sem dúvida, um enor- munidade de Bela Vista, localizada lhas no meio da floresta Amazô- me crescimento humano, profis- em frente à praia de Araçatuba, no nica para registrar os seringais, sional e pessoal; e me permitiram Rio Negro, a duas horas de Manaus. no Acre, fotografei a Rio + 20. ser cada vez mais crítica de como Visitei e fotografei várias re- o ser humano se relaciona com o Privilégio foi conhecer a Tia Tó - servas naturais pelos quatro mundo, com o meio ambiente e Artolinda Baia Borges, figura impor- cantos desse Brasil - como a com os animais. tantíssima na Cidade de Goiás (GO), Estação Veracel, na Bahia; o Le- onde estive durante o FICA - Festival Que venham mais 15 .... jun- Internacional de Cinema e Vídeo tos!!!! Ambiental, em 2017. Tia Tó foi uma das maiores responsáveis pelo fato de a cidade ter recebido o título de Patrimônio Histórico Mundial, em 2001, e uma das maiores incentiva- doras do festival que, em 2022, co- memorou 23 anos. Infelizmente Tia Tó nos deixou no ano passado, aos 89 anos. Outra experiência que fi- cou na memória, também vivida em 2017, foi visitar o Pantanal, conhe- cer o trabalho que é feito pelo Sesc Pantanal. Não cruzei com a Juma e nem com o Véio do Rio, embora exis- ta um morador da região conhecido por esse apelido; mas testemunhei a exuberância do bioma pantanei- ro, com seus jacarés, tuiuiús e com a variedade de flora e fauna. Com a Plurale comprovei que “o Brasil não é só litoral”, como canta Milton Nas- cimento. 43
Especial 15 anos 1 anos Pluralidade é sentir o clima FOTOS DO ARQUIVO PESSOAL MAURETTE BRANDT gião, brilhantemente conduzi- Sônia Araripe sempre foi, na minha opinião, relevante do pela ong IPÊ e pelo ICMBio. nome do Jornalismo e não imaginava que nos tornaría- Lá conheci o Nonato, que sabe mos amigas e parceiras. Bem, isto até eu ter a alegria de con- tudo da terra em que nasceu, viver com ela em dois cená- rios que acabaram sendo um e uma série de personagens só: um deles foi o reencontro dos participantes de um cur- incríveis, como Chico Preto, so de jornalismo que fizemos na TV Globo, em priscas eras, Charlie, Gabarito, Rogério... e que se transformou, há pou- cos anos, numa efervescência tanta gente que constrói com gigantesca de pensamento e de amizade. as mãos um Brasil tão pro- Nesse ambiente conheci o fundo que os olhos não con- segundo cenário; a Plurale. E levei um susto de felicidade seguem descrever e as mãos com seu conteúdo, seu pro- pósito e seu alcance. O con- nem ousam tocar, como diz vite para a estreia em suas páginas veio quando contei, toda a canção popular. Pois é isso; animada, que iria ver, mais uma vez, um concerto do tenor José Carreras uma gente tão grande que no Brasil. “Como assim, mais uma vez?”, quis saber a editora. Então nem cabe explicação. resumi uma história de admiração e amizade que começara, pasmem, Ana Botafogo também tem em 1991. “Ah, não! Você vai fazer uma matéria para Plurale!”, entu- páginas de sua vida registradas siasmou-se Sônia. E foi assim, com um tema que amo e uma história em Plurale, por ocasião do lan- que marca minha vida, que estreei na edição 59, de março/abril 2017. çamento do livro “Ana Botafogo No espetáculo carioca, Sônia – Palco e Vida”, escrito por seu conheceu Carreras e Carreras co- nheceu Plurale, com direito a ma- pai, Ernani Ernesto Fonseca, e téria especial sobre sua trajetória e sobre o seu grande projeto de lançado em setembro de 2021. vida: a Fundação Internacional José Carreras para a Luta Contra Foi um prazer enorme contar a Leucemia, que tem feito história no mundo desde 1988, financian- essa linda história: cada detalhe do pesquisas e garantindo não só da trajetória da artista foi registrado importantes avanços científicos pelo pai com cuidado, amor e muita no tratamento da doença, mas inspiração. também o REDMO – Registro de Para Plurale cobri várias FLIPs, Doadores de Medula Óssea. É im- registrando o momento literário portante frisar que o REDOME, o mais efervescente do país em seu Registro Brasileiro, é o terceiro do glorioso ambiente: a cidade de Pa- mundo em relevância e o primeiro raty. Participar da revisão da revis- em diversidade! Já pensou? ta é outro prazer particular - e que Desde então, minha jornada me dá direito a beber na fonte antes nesta revista única tem sido só de todo mundo! Navego entre pala- alegria, liberdade e confiança. vras por mares e rios, participo da Em Plurale fiz um perfil da artis- pesca e das colheitas, observo usi- ta paulistana Carmela Gross, por nas eólicas, visito lugares mundo ocasião da exposição Roda Gigan- afora e aqui dentro... Plurale é um te, com a qual reinaugurou o Farol mar de poesia com os pés fincados Santander, em Porto Alegre, em no chão, com isenção e seriedade. 2019. Plurale também me levou à É um sonho, sim, mas tão real que Reserva Exrativista de Cazumbá-I- já completa 15 anos. E espero estar racema, no Acre, para documentar aqui, na companhia da Sônia e de o incrível trabalho de monitora- toda a equipe, na festa dos 30 anos mento da fauna e da flora da re- ou mais, se Deus quiser! 44 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Expressão, motivação e liberdade VIVIANE FAVER, DE NOVA IORQUE bientais, um futuro melhor para o É uma grande honra e um prazer, planeta, para a vida selvagem e para a Humanidade. para mim, colaborar para o sucesso e para a evolução da Revista Plurale. Há Comecei a escrever para a revista 15 anos a revista foi lançada, dedicada há quatro anos; tive a oportunida- à sustentabilidade e à ecologia, em de de escrever matérias e publicar resposta à extrema necessidade de ter fotos sobre minhas experiências um veículo especializado nessa área pessoais, como minha viagem para no Brasil, abordando um conteúdo o Havaí e para a ilha de Alcatraz. E científico e de qualidade sobre o melhor foi ter um retorno maravi- questões, causas e soluções ambientais. lhoso dos leitores da revista. A Editora Sônia Araripe sempre O que mais me motiva em fazer se preocupa em capacitar os leito- parte dessa equipe é a abertura res a tomar decisões informadas e cém-preocupado e o ativista am- que a Sônia me dá para expressar ambientalmente conscientes, que biental veterano a fazerem parte da minhas opiniões e a liberdade para apoiem um futuro sustentável para solução todos os dias. escrever sobre as coisas que mais todos. Por meio de notícias ambien- O objetivo é ajudar todos a se gosto de fazer na vida, como explo- tais confiáveis, o time da Revista engajarem, adotarem práticas sus- rar novos lugares, mergulhar e co- Plurale busca ajudar o cidadão re- tentáveis e apoiarem políticas am- nhecer pessoas que fazem diferença no mundo. Jornalismo cidadão privado, no começo de uma história que não parece ter fim. Mariana foi HÉLIO ROCHA, um marco na minha carreira. E por DE JUIZ DE FORA (MG) Plurale fui a distritos atingidos e à foz do Rio Doce, conhecendo atingidos, Quando busquei meus primeiros nário do jornalismo em Juiz de Fora, fossem eles desabrigados ou ribei- passos a caminho de um lugar como Minas Gerais, onde trabalhava e ain- rinhos inviabilizados pela lama da correspondente internacional, não da vivo, não permitia espaços de tra- Samarco, além de ampla cobertura, poderia imaginar que acabaria repór- balho em que seria passível publicar que segue até os dias de hoje. Quase ter de meio ambiente em Plurale em algo sobre essa viagem. metade do meu trabalho até hoje, em Revista. Mas assim foi. Em outubro Plurale, é dedicado a Mariana - o que de 2013, querendo conhecer e apren- Pela conexão em rede, amigos em é ampliado se aí incluirmos Bruma- der sobre a realidade dos países afri- comum me conectaram com Plurale. dinho, cuja cobertura é mais recente, canos, agendei um mês de trabalho Saiu a reportagem sobre a Namíbia, mas empilha registros de injustiças. voluntário na Namíbia. Ainda traba- seguida por outras, até acontecer lhava no jornal Tribuna de Minas, co- o que definitivamente me vinculou Muitas reportagens vieram: visita brindo política, e usaria minhas férias ao jornalismo ambiental. No dia 5 à Palestina em 2016, cobertura dos para este trabalho, que serviria como de novembro de 2015 veio abaixo a Jogos da Juventude em 2018, corres- uma etapa da minha qualificação pro- barragem de Fundão, em Mariana, e pondência internacional em Pequim fissional. Naquele país, atuaria como ainda pela madrugada Sônia me en- em 2019 – esta, por sinal, em parce- auxiliar de ensino numa escola para viou mensagem sobre o que tinha ria com o jornal Brasil 247. Tudo isso a tribo bushman, uma das principais ocorrido, perguntando se eu tinha sempre tendo em vista que a preser- etnias locais. mais informações. Foram semanas vação real é aquela que coexiste com de apuração ininterrupta, informa- a qualidade de vida das pessoas e Depois de um mês, tinha vivido de ções desencontradas, negligência do com o progresso material almejado tudo. Mais do que ajudar numa es- poder público e obstrução pelo setor na luta de classes. E que a real inclu- cola, terminei convidado a trabalhar são social é tão-somente aquela que no mapeamento de uma reserva eco- permite a conservação do planeta lógica no deserto de Namib (que dá Terra como a casa de todos os seres nome ao país). Tinha tido minha casa humanos, com todos os seus anseios invadida por um babuíno e dormido e necessidades, diferentes, mas ja- ao relento numa torre de observação mais negligenciáveis. da vida animal, mantida pelos bió- logos. Meu patrimônio profissional É essencial lutar pelo equilíbrio do tinha crescido, mas restava a dúvida planeta - e eu me orgulho de, há oito sobre como utilizá-lo, visto que o ce- anos, servir a este propósito ao lado de Plurale, com meus trabalhos e conhe- cimentos. 45
Religião Caminhos de Caravaggio Cresce o número de Caminhos para peregrinações no Brasil POR HÉLIO ARAÚJO, uma das rotas do Caminho de San- tiago, surgiram novas rotas - e as mais JORNALISTA, FOTÓGRAFO tiago de Compostela, na Espanha, antigas foram revigoradas, atraindo um E PEREGRINO representava o sonho de todo aquele número cada vez maior de peregrinos ESPECIAL PARA PLURALE que queria se tornar um verdadeiro e bicigrinos - aqueles que os percorrem FOTOS DE INSTAGRAM DAS peregrino. Tanto que, em 2019, antes de bicicleta. Assim como na Espanha, da pandemia de Covid-19, que para- vários Caminhos possuem, ao longo de UPÁGINAS DOS CAMINHOS lisou o mundo, mais de 350 mil pes- seus trajetos, natureza exuberante, gas- ma rápida pesqui- soas de todo o mundo receberam, na tronomia farta e variada, cultura, patri- sa nos dicionários e Oficina do Peregrino, a Compostela mônio histórico e um povo acolhedor encontra-se o signi- – o documento oficial que comprova em cada cidadezinha. Claro, há também ficado para a palavra a caminhada. as dificuldades de subidas, descidas, “peregrinar”: andar chão de pedra, barro e asfalto, sol e chu- por terras distantes. Quem o faz é Sem poder viajar, por conta do con- va, mas isso já faz parte do dia-a-dia do chamado de “peregrino”, com um finamento e das severas medidas de se- peregrino, seja aqui ou em qualquer Ca- sentido especial: aquele que percorre gurança sanitária, o peregrino brasileiro minho mundo afora. um caminho de busca por algo espi- praticamente “descobriu” os diversos ritual. E, até alguns anos, percorrer Caminhos existentes em nosso próprio Os estudiosos calculam que devem país. Inspiradas no Caminho de San- existir hoje, no Brasil, pelo menos uns 46 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
Caminho FOTOS DO INSTAGRAM DAS PÁGINAS DOS CAMINHOS da Prece 65 Caminhos “oficiais”, digamos assim, Caminho de que foram criados e são mantidos por Cora Coralina abnegados cidadãos ou por empresas criadas para essa finalidade, que firmam Caminho parcerias com a iniciativa privada e a da Prece pública, em especial com as Prefeituras por onde passam as rotas. A mistura da peregrinação ‘raiz’ com o turismo, o esporte, a aventura e a manutenção da saúde, ajuda a incrementar, financeira- mente, toda uma região. Surgiram al- bergues, foi implementada sinalização ao longo dos trajetos e foram criados pontos de apoio para os peregrinos, dando nova vida a lugares praticamen- te esquecidos, em especial os que ficam em áreas rurais. No livro Caminhos do Brasil - organi- zado por Ancelmo da Rocha e Mariano Leal de Paula, dois experientes pere- grinos, e lançado durante o X ENAP (Encontro Nacional de Peregrinos, realizado em novembro do ano passa- do, em Aracaju/SE) -, estão listados 37 Caminhos brasileiros, de Norte a Sul do país, com percursos de curta e de longa distância, que variam entre 70 km a até mais de 800 quilômetros. Alguns são re- conhecidos pela Catedral de Santiago de Compostela e podem ser usados como complemento ao Caminho Inglês, que sai de La Coruña, na Espanha e cujo tra- jeto é inferior a 100 km, distância míni- ma exigida para receber a Compostela. Entre estas rotas, podemos citar algu- mas mais antigas e tradicionais, como o Caminho da Fé (Minas Gerais e São Pau- lo), o Caminho das Missões (Rio Grande do Sul), o Caminho da Luz (Minas Ge- 47
Religião Caminho da Fé Caminho da Fé Caminho das Missões rais), o Caminho do Sol (São Paulo) e os da Compostela, que é entregue pela Ofi- Caminho das Missões Passos de Anchieta (Espírito Santo). Ou cina do Peregrino, na Espanha. outras mais recentes, como o Caminho da Prece (Minas Gerais), o Caminho de Se você tem interesse em fazer uma Cora Coralina (Goiás), os Caminhos de peregrinação, participe das reuniões Caravaggio (Rio Grande do Sul), o Ca- mensais da Associação de Amigos do minho de Zumbi dos Palmares (Alagoas) Caminho de Santiago mais perto de e o Caminho de Santa Dulce dos Pobres sua casa ou trabalho. Pesquise em si- (de Salvador/BA a Aracaju/SE). tes e livros sobre a rota que mais lhe interessa; converse com quem já fez À semelhança do Caminho de San- algum dos Caminhos, prepare-se fi- tiago de Compostela, os Caminhos do sicamente, consulte seu médico para Brasil também utilizam a Credencial do um check-up total e prepare a mochi- Peregrino, que deve ser carimbada ao la, o calçado e o cajado. Depois disso, longo do trajeto e que vai possibilitar ao pés na estrada, pois os Caminhos do peregrino receber o documento com- Brasil estão à sua espera. probatório de sua jornada – a exemplo Buen Camiño! 48 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
FOTOS DO INSTAGRAM DAS PÁGINAS DOS CAMINHOS Sites de interesse: Caminho da Fé AACS-Brasil – Associação Brasi- leira dos Amigos do Caminho de Caminhos de Santiago Caravaggio https://www.caminhodesantiago. org.br/ ACASARGS - Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela do Estado do Rio Grande do Sul https://acasargs.com.br/ ACACS-SP - Associação de Con- frades e Amigos do Caminho de Santiago de Compostela – São Paulo https://www.santiago.org.br/ ABACS - Associação Bahiana dos Amigos do Caminho de Santiago https://www.abacs.com.br/ ACACSC - Associação Catari- nense dos Amigos de Santiago de Compostela https://amigosdocaminho.com. br/ AGAPE CASC – Associação Goiana de Amigos Peregrinos do Caminho de Santiago de Compostela https://agapecasc.com.br/ Caminho de Cora Coralina Caminho das Missões
Água e energia Simpósio Global de soluções sustentáveis em água e energia reúne especialistas em apresentação de cases Brasil é considerados um dos líderes. Evento foi realizado em junho por Itaipu Binacional e UNDESA (Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais) POR FELIPE ARARIPE, ecossistema já está sendo afetado pela mas Aplicados, comentou sobre o cres- mudança climática. Estamos aqui na cimento da população e o aumento da AREPÓRTER DE PLURALE Itaipu para entender como que traba- demanda de água e energia na bacia lham aqui com o uso da energia reno- do Rio Zambeze, no sul da África. Já o DE FOZ DO IGUAÇU, PR (*) vável, e o Brasil é um líder na geração diretor de Pesquisa do Instituto Nacio- Itaipu Binacional e a de energia renovável, não somente na nal de Pesquisa para Engenharia Rural, Undesa (Departamento produção de energia das hidrelétricas, Água e Florestas da Tunísia, Mohamed das Nações Unidas para mas da solar, da eólica, e outras”, disse Thameur Chaibi, contou como o sis- Assuntos Econômicos Takada. tema de bombeamento de água tem e Sociais) realizaram paiRneelcufroscoosu hníodsricdoessaf-iosOresleagcuionndao- tornado mais produtiva a agricultura dos à água. A sessão também trouxe, no país. entre os dias 13 e 15 de junho o pri- de forma remota e presencial, os casos O representante do Tadjiquistão no meiro Simpósio Global de Soluções de várias entidades internacionais e os Comitê Executivo do Fundo Interna- Sustentáveis em Água e Energia. exemplos de países como Brasil, Para- cional para Salvar o Mar de Aral, Sanoi guai, Emirados Árabes Unidos, Índia, Boyzoda, falou sobre como as mudan- O simpósio abordou casos positivos Tunísia, Espanha e Tadjiquistão. ças climáticas podem colocar em ris- do desenvolvimento sustentável, tanto co o fornecimento de água para uma no Brasil, como em outros países. O O superintendente de Gestão Am- população de mais de 75 milhões de objetivo do encontro é contribuir para biental da Itaipu, Ariel Scheffer, ex- pessoas que dependem dos recursos a construção de políticas públicas que plicou que a necessidade de manter hídricos do Mar de Aral. possam orientar a implementação de a qualidade da água do reservatório foiDasoscinuamdoenutom - No final do evento soluções sustentáveis em água e energia impõe à empresa diversas ações am- documento de inten- nos cenários regional e internacional. bientais que impactam toda a região. ção pelos representantes da Itaipu e da Entre os participantes estavam Eddie “Investimentos com conservação nos Undesa. A carta mostra o comprome- Rich, Diretor Executivo da Associação trazem uma parceria com a sociedade. timento que as duas instituições têm Internacional de Energia Hidrelétrica Ela se beneficia, os ecossistemas se be- para o futuro, expandindo ações da (IHA); Ricardo Gorini, Diretor Sênior neficiam, a licença para continuarmos Rede Global de Soluções Sustentáveis de Programas da Agência Internacional a trabalhar nos dá um negócio justo e em Água e Energia, incorporando os de Energia Renovável (IRENA); Guil- sustentável ao longo do tempo”, disse. outros ODS na rede. lermo Koutodjian, Diretor Interino de (*) Plurale viajou em grupo de jorna- Integração, Acesso e Segurança Energé- Peder Burek, pesquisador do Insti- listas a convite de Itaipu Binacional. tica da Organização Latino-Americana tuto Internacional de Análise de Siste- de Energia (OLADE); e Paul Appleby, representante do Conselho Mundial de Energia (WEC), além de representan- tes dos Governos brasileiro e paraguaio e da Diretoria da Itaipu. Em entrevista coletiva na sede da Itaipu Binacional, o líder da equipe de energia sustentável da Undesa, Mino- ru Takada, destacou o impacto positi- vo do Brasil na geração de energia lim- pa, citando Itaipu e a dificuldade com a mudança do clima. “A mudança climática é a questão mais importante com que o mundo tem que lidar agora. Ela está afetando todo o mundo, todas as pessoas e to- dos os países. Já há um grande impac- to da mudança climática na natureza, estão impactando o nível dos oceanos e como água é um recurso natural, o 50 PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 2022
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