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Inf626_#131_2017dez

Published by oliveira.pnv, 2017-12-09 17:51:06

Description: Informação 626
Agrupamento 626
#131_2017dez

Keywords: inf626,626,cne,scouts

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1Eu gostei tanto…tanto, quando me contaram,Que os encontraram correndo epulando por entre os pinheiros.E quando alguém perguntou oporquê, responderam:Nós seremos um dia, os melhoresescuteiros!... 1977 – … O sonho continua

Dezembro 2017 | 1Diretora: Editorial 40 AnosMaria Lemos Pires O dia nove de dezembro de dois mil e dezassete será mais um momento que ficará na história do nossoCoordenador: agrupamento. Escuteiros do nosso agrupamento desde 1977 até aos dias de hoje juntam-se neste dia para, numaJosé Pedro Rego atividade escutista vivida por Linda-a-Velha, recordar e reviver estes quarenta anos de vida.Equipa editorial: Neste dia em que sopramos as 40 velas reencontramosAndré Moreno; Carolina Tavares; Paula Andrade; amigos de longa data, revivemos momentos que nosPaulo Oliveira; Vera Doutel ficaram na memória e viajamos na história do agrupamento através da partilha daqueles que conhecemColaboradores neste número: o passado, o presente e visionam o futuro do nosso agrupamento. Celebrar os 40 anos é mais que uma festa, éChefe Filipe, Pde Manuel Martins; Carla Luís; um recordar de vivências, conquistas e ensinamentosAlcateia 51; Expedição 72; Comunidade 10; Clã 45, transmitidos pelo nosso agrupamento ao longo do tempo.Chefe Domingos Barroco, João LeitãoPropriedade:Agrupamento 626, [email protected]ção 626EC Linda-a-Velha, Apartado 652795-999 Linda-a-VelhaEditorial pg. 1 Este mês traz também uma época especial. Há mais de dois mil anos, nasceu, em Belém, uma luz que encheu de40 anos! pg. 2 esperança toda a Humanidade, Jesus, o Salvador. Hoje o mundo vive entre conflitos, guerras e egoísmos que nosInsígnia e Hino dos 40 anos pg. 3 fazem esquecer a mensagem de paz e amor que Jesus nos deixou.Livro de Ouro dos 40 anos pg. 4Objetos com HistóriaÁrvore de BP pg. 5Datas, Factos e Números do 626 pg. 6 Todos os anos, uma criança oriunda do norte da Áustria recolhe a Luz na gruta da Natividade em Belém, onde JesusUm sonho de um Homem pg. 10 nasceu, e leva-a para a Áustria onde esta é partilhada numa grande cerimónia. O agrupamento 626 irá juntar-seEntrevista Chefe Filipe e Pde Martins pg. 13 a esta iniciativa e também irá buscar a luz da paz de Belém para a nossa sede. O que deves fazer para espalhar essaAlcateia pg. 15 luz? Não te esqueças de quem precisa da tua ajuda. Este Natal, aproveita para praticar uma boa ação um bocadinhoExpedição pg. 17 mais generosa que aquela que praticas diariamente. Procura saber o que podes fazer para ajudar quem maisComunidade pg. 18 precisa. Torna o Natal numa época de felicidade e entreajuda.Clã pg. 19InesquecívelJamboree Mundial Holanda 95 pg. 20Breves pg. 22 Bom Natal para todos. Sempre alerta para servir Maria Lemos Pires

Dezembro 2017 | 2Já 40 Anos??? PARABÉNS 626!!!!A 06 Dezembro 1977 nasceu o 626! Já temos 40 anos! calendários e os porta-chaves! A propósito já levaste trapilho para casa para fazeres porta-chaves? Fala jáUau!! Vamos continuar a celebrar este número com os teus chefes!FANTÁSTICO!! A década que começa hoje irá terminar nas Promessas.No dia da comemoração do nosso aniversário vamos Querem ouvir um segredo? As Promessas vão ser emcontinuar a “VIAJAR NO TEMPO”. Cada secção vai campo e como tal irá haver acampamento que, destaapresentar o que fez durante o tempo que marcámos vez, não irá ser apenas para os escuteiros no ativo maspara a 1ª década. E claro, iremos dar início à 2ª década para todos os escuteiros que fazem parte da grandedo nosso Agrupamento: 1987 a 1996! família do 626 desde há 40 anos!Mas há mais! Este ano é repleto de surpresas! Os pais também estão convidados! Por isso comecem a preparar as mochilas e o vosso material!No dia mágico vamos todos soprar as velas e conhecer ainsígnia comemorativa dos 40 anos e ainda... ouvir, PARABÉNS a TODOS os que fazem parte da HISTÓRIA doacompanhar e cantar o hino dos 40 anos que o 626!!departamento musical já elaborou e tem guardado a 7chaves, para nos fazer uma surpresa neste dia! Uma grande canhota da equipa dos 40Ao mesmo tempo que festejamos, continuamos atrabalhar sem parar para o acampamento final. Ascampanhas neste momento em curso são os

Dezembro 2017 | 3HINO DOS 40 ANOSAutoria de Paula Caneco e Departamento MusicalFoi em 77 Desenho de Joana Rego, Bando RuivoQue o 626 iniciouCom dedicação e entusiasmoLinda-a-Velha nunca mais parouPassaram 40 anosQue nasceu o agrupamentoÉ por isso que aqui estamosA celebrar o momento Ao redor da fogueira Percorrendo a história Pela fé e união 40 anos em comunhãoPor tantas aventuras passámosTantos sítios visitámosAçores, Griébal, HolandaAté no Guiness ficámosDe Lobito a CaminheiroTodos juntos sempre a sorrirÉ tão bom ser EscuteiroSempre Alerta para Servir Ao redor da fogueira Percorrendo a história Pela fé e união 40 anos em comunhão OH YEAH… 40 anos em comunhão…Naquele Dezembro a ideia surgiu comFilipe, Domingos e MartinsE daqui tudo partiu… Partiu… Ao redor da fogueira Percorrendo a história Pela fé e união 40 anos em comunhão OH YEAH… 40 anos em comunhão…

Dezembro 2017 | 4LIVRO DE OURO DOS 40 ANOSPara celebrar os 40 anos do Agrupamento, decidiu-se viver o imaginário das “Viagens no Tempo” eencontrou-se um objeto simbólico desse imaginário– o Livro de Ouro dos 40 Anos do Agrupamento626.O Livro foi apresentado no passado dia 21 deoutubro e fomos perceber melhor o que está portrás deste projeto, com o seu autor: João Leitão(antigo escuteiro do 626).Inf626: Como era a ideia inicial e como evoluiu?JL: Seria um livro / Máquina do tempo com cercade 1,80m de altura! Evoluiu para um Livro estiloMedieval com um \"relógio\" para enquadramentotemporal dos registos do 626.Inf626: Quanto pesa e que materiais utilizou?JL: Cerca de 40kg de madeira, cartão prensado,plástico, latão, couro.Inf626: Que ideias mais revolucionárias estão no (plástico biodegradável) a partir da impressão 3Dprojeto do Livro? (“ferragens” do Livro).JL: O mais excêntrico na elaboração deste projeto foi Inf626: Quantas horas de trabalho foram precisas emesmo o recurso tecnológico de elementos em PLA quem participou? JL: Uma semana para idealizar, desenhar em CAD 3D (SolidWorks) e imprimir as peças em PLA (recriar as peças metálicas que estão aplicadas no Livro). Outra semana para concretizar. Participaram a Rute Pais, Maria Barroco, Rui Miguel, Pedro Marques e Eu. Inf626: Em algum momento a ideia pareceu impossível? JL: NUNCA!!!!

Dezembro 2017 | 5OBJETOS COM HISTÓRIAÁrvore de BPPara celebrar os XX anos do Agrupamento, foiconstruído um elemento decorativo da Sede e comum significado escutista – A Árvore de BP!O seu autor: João Leitão (antigo escuteiro do 626),contou-nos como “nasceu” a árvore.Inf626: Quando apareceu a ideia e quem a teve?JL: A ideia não sei...O Carlos Moreira falou comigo eperguntou se era possível fazer uma árvore de BP. Euaceitei o desafio, juntamente com o Doc (JoãoFreitas).Inf626: Que materiais foram usados?JL: Poliuretano, malha galvanizada de galinheiro,meias de senhora, cimento, ramagens artificiais e umninho de pássaros da loja do Chinês…Inf626: O que te passava pela cabeça enquanto faziasa árvore? Algum desejo de impacte nas pessoas que aveem?JL: Como sempre, penso: Porque raio é que aceiteifazer isto???? Sim. Aspessoas diziam: Quegranda maluco!!!Inf626: Quantos diaslevou a fazer tudo? Quemparticipou?JL: Uma semana! Eu e oDoc.

Dezembro 2017 | 6Datas, Factos e Números do 626Os 10 primeiros anoscomentado por Chefe DomingosNesta edição, inicia-se uma viagem onde iremos contar o que de mais relevante se passou no Agrupamento décadaa década, com a ajuda de alguns testemunhos dos Chefes de Agrupamento que exerceram o cargo ao longo destes40 anos. Assim, os primeiros 10 anos, de 1977 a 1986, são comentados pelo Chefe Domingos que foi o Chefe deAgrupamento desde a sua formação em 1977 até 1993. Estes comentários têm como fonte os textos recolhidos parao livro que se tentou fazer em 2002.3 de dezembro de 1977 chegar ao fim ficando a meio da classificação. É de notar que foi a primeira vez que se apresentaramPrimeira atividade de formação dos 13 candidatos a numa corrida de quadrigas romanas.»exploradores na mata do Estádio Nacional, animadapelo futuro Chefe Filipe.10 de Fevereiro de 1979Primeira atividade de formação dos candidatos alobitos, animada pelo futuro Chefe Domingos.3 e 4 de março de 1979Primeiro acampamento do grupo júnior na Quintada Fontareira, em Belas.Outubro de 1979Primeira participação no Jamboree no Ar,atividade em que, desde então, o Agrupamentoparticipou assiduamente.31 de dezembro de 1979 Setembro de 1980Primeiro censo entregue na Junta Regional que já Acampamento de Agrupamento em Bicesse, Estoril,apresentava 58 aspirantes assim distribuídos: com os primeiros escuteiros do Agrupamento.Lobitos Júniores Séniores Caminheiros Dirigentes 12 de outubro de 198020 28 7 3 2 Investidura como dirigentes do CNE de Alberto Domingues, António Filipe e Domingos Barroco,19 e 20 de abril de 1980 –S. Jorge durante a missa do Conselho Regional, realizado no Colégio dos Salesianos em Manique.«Na pista do Estoril, o carro representante do Gr.Júnior sofreu um acidente na primeira prova “de «Começo por apresentar os primeiros dirigentes:Elegância” ficando com o eixo dianteiro partido, o que juntos criámos este Agrupamento:o impossibilitou de continuar a prova. Entretanto, osLobitos, com mais ou menos destreza, conseguiram

Dezembro 2017 | 7O Rv. Pe. Manuel Martins, pároco da Paróquia de 19 de dezembro de 1980Carnaxide, na altura, embora a sua ação pastoral se É publicada a Ordem de Serviço Nacional n.º 374 quedirigisse mais para o lugar de Linda-a-Velha, daí o ter oficializou a filiação do Agrupamento e respetivasficado a paroquiar Linda-a-Velha, quando foi criada a secções nos seguintes termos:respetiva paróquia, alguns anos mais tarde, deu-nostoda a ajuda pedida e possível, dado que andava Agrupamento 626:assoberbado com uma comunidade cristã que crescia Com sede em Linda-a-Velha, Freguesia de Carnaxide edia a dia. Aquelas queixas, que frequentemente ouvia tendo como Patrono N.ª Sr.ª do Cabo,nas reuniões de dirigentes na Junta, de falta de apoiodo respetivo Assistente, foi coisa de que me gabei por Dele fazem parte:não sentir. Alcateia n.º51 – S. Domingos de SávioO Chefe Filipe foi aquele estudante de medicina que Grupo Júnior n.º72 – Infante Santoapareceu na hora certa, para avançar com o projeto Grupo Sénior n.º10 – D. Nuno Álvares Pereirade criação do Agrupamento. Só o seu espírito de“Serviço” o pode ter levado a aceitar um cargo que Dirigentes:manteve com muito sacrifício, quando o tempo para o CA – Domingos António Ginga Barrocoestudo e para a família lhe faltava. Foi realmente um AA – Pe. Manuel MartinsEXEMPLO de dedicação aos jovens. Ch. Alcateia – Alberto DominguesO Dirigente António Alberto Domingues foi um Ch. Adj. Alcateia – Margarida Ramosgeneroso ajudante que tive na criação da Alcateia, Ch. Gr. Júnior e Sénior – António Filipemas que por motivos familiares e profissionais, teveque sair pouco tempo depois da sua investidura.» 31 de julho de 19815 de dezembro de 1980Data da reunião da Junta Regional que aceitou a OSN n.º379filiação do Agrupamento com o número 626. Exoneração do Ch. Alc. Alberto Domingues e nomeação de Ch. Alc. Margarida Sequeira Ramos. 1 a 9 de agosto de 1981 XVII ACAREG, no Camarnal, Alenquer Participaram 17 Lobitos, 24 Júniores, 11 Séniores, 3 Caminheiros e 3 Dirigentes. Total = 58 «A moda das sandálias de plástico coloridas provocou a maior epidemia de “bolhas” nos pés das escravas da moda durante o grande jogo que teve que ser terminado nos carros dos dirigentes requisitados para “ambulâncias”.»

Dezembro 2017 | 8 animadores e 2 Dirigentes.12 de maio de 1982 30 de julho a 6 de agosto de 1984Visita de Sua Santidade o Papa a Portugal – Acampamento de AgrupamentoParticipação na missa no Parque Eduardo VII. “Evorex I”, na Quinta de S. José do Cano (família Cordovil, Pe. Paulo).31 de julho a 7 agosto de 1982 Este acampamento foi realizado em conjunto com o Agr. n.º 37 de Évora.ObiSénior – Acampamento Regional de Séniores, Estiveram presentes 24 Júniores, 19junto à Lagoa de Óbidos. Séniores, 6 CCS e 2 Dirigentes.O Agrupamento esteve representado por 24 Séniores «Uma piscina com água corrente foie 4 CCS, apoiados na primeira parte pelo AA Rv. Pe. um “monumento” que mereceu maisMartins e na segunda parte pelo Chefe Domingos. atenção a todos os elementos em campo desde a primeira hora, mas,1 a 17 de agosto de 1983 principalmente, após o “raid” e o jogo de cidade.»XVI ACANAC 83, em Sesimbra, no lugar da Maçã, naQuinta de Sto António. Dezembro de 1984O acampamento realizou-se 1.º Edição do Informação 626 – Órgãoem dois turnos, sendo o Oficial do Agrupamento e, então, umAgrupamento representado, projeto da equipa Egas Moniz, do Clã.no primeiro, por 26 Júniores e6 Caminheiros e, no segundo,por 7 Lobitos e 24 Séniores.«A canalização da águapassou a primeira semana arebentar por causa da pressãoe o problema só na segundasemana se resolveu, quandoalguém deixou uma torneiraaberta por esquecimento e,porque estava em local poucovisível, ficou aberta toda asemana.»1 de julho de 1984Participação no SintraLobi, noLinhó, com 39 Lobitos, 4

Dezembro 2017 | 929 julho a 4 agosto de 1985 30 de junho de 1986“Sintrex” OSN n.º 411 Filiação do Grupo Júnior 92, com o Patrono SantoAcampamento de Agrupamento realizado em António, e o Clã 45.conjunto com o Agr. n.º37 de Évora que, desta forma, OSN n.º 415 retribuiu Filiação da Alcateia 85. a visita do ano Admissão dos Dirigentes Armando Miguel, João anterior. Ferreira e Jorge Marques. Saída de Margarida Ramos. «Ficou «O dirigente Armando Miguel já tinha sido escuteiro. marcado A sua entrada mais do que providencial veio dar novo impulso à animação dos Séniores. O dirigente João pela Ferreira não deu grande assistência, por razões persegui familiares. O dirigente Jorge Marques iniciou-se como ção a um radioamador dos “Jamboree´s no Ar”, para depois aceitar a animação dos Caminheiros. Foi ele, portanto, vulto que assistiu ao nascimento do Clã.» suposta Agosto 1986 mente atribuído Operação “Vida Selvagem”, da Equipa Cousteau, na a um Tapada de Mafra. recluso da cadeia do Linhó que não ganhou para o susto edeve ter pensado ser mais seguro estar na cadeia quea espiar acampamentos de escuteiros.»Simultaneamente, duas equipas de caminheirosestiveram presentes no XVIII ACAREG, na mata daAzambuja.1 a 8 de agosto de 1985“Lobisintra 85”, na Quinta das Águas Santas, em A daBeja.Evolução do Censo do CNEAno Lobitos Júniores Séniores Caminheiros Dirigentes Totaldez-79 20 28 7 3 2 58 5 5 78dez-80 30 27 11 21 4 143 15 4 180dez-81 24 56 38 24 5 201 23 5 183dez-82 50 73 38 23 7 247dez-83 67 70 35dez-84 50 69 36dez-85 73 109 35

Dezembro 2017 | 10Agrupamento 626 de Linda-a-VelhaO sonho de um HomemPor altura da comemoração dos 25 anos, em 2002, surgiu a ideia de fazer um livro sobre a história do Agrupamento.O livro acabou por nunca ver a luz do dia, mas reuniram-se alguns testemunhos, entre os quais, a história do iníciodo Agrupamento contada na primeira pessoa, por quem foi o principal responsável, o nosso querido ChefeDomingos Barroco.Assim, pela primeira vez, aqui no INF626, O mais completo e belo relato da história daformação do Agrupamento,por Chefe DomingosPorque desde criança a melhor forma de ocupar o criar um grupo onde crianças e jovens não se sentissem obrigados, mas antes desejassemmeu tempo livre era correr pelo campo em contacto pertencer.com a natureza, quando vim residir para Linda-a-Velha, no início de 1960, com alguma frequência Conhecia o escutismo por ter sido “lobito” eocupava os meus tempos livres a calcorrear as “explorador”, e pensei que seria o melhor meio paraveredas e atalhos da mata do Estádio Nacional. O concretizar o projeto que tinha em mãos. Por estabailado dos raios solares por entre os troncos ao som razão, em meados da década de sessenta, e porquedo cantar dos pássaros e do vento por entre a em Linda-a-Velha, que em nada se assemelhava comfolhagem das árvores era o melhor repouso para os esta que agora conhecemos, não havia uma únicasentidos e devaneio para o espirito. Só com o atividade lúdica e formativa para as crianças e jovens,aparecimento dos pequenos luzeiros no anil celeste, uma vez terminada a catequese, que findava com aregressava a casa sem pressas, lamentando o fim do comunhão solene, quando não antes, comecei aespetáculo. tentar encontrar alguém com alguma disponibilidade e que comungasse do meu ideal. Passados algunsQuando os filhos começaram a poder acompanhar- meses, numa conversa de autocarro com um jovemme, em vez dos acordes maviosos do vento ou do universitário com os pais em Moçambique e que, porpipilar das aves, passei a ouvir a música das vozes egritos das crianças e, no bailado, os raios luminososforam substituídos pelas corridas dos meus filhos.Entretanto, Linda-a-Velha ia crescendo a ritmo quaseacelerado e aos meus filhos outras crianças sejuntavam, mas não muitas mais, para gozar osbenefícios da mata. A constatação deste facto levou ainquirir-me como seria possível ajudar essas outrasque não podiam vir connosco, a usar a mata em seu “Conhecia bem o escutismo por ter sido Lobito e Explorador, e pensei que seria o melhor meio para concretizar o projeto que tinha em mãos”benefício, como faziam os meus filhos e amigos. Foina sequência desta inquirição que nasceu o projeto de

isso, se sentia um tanto desacompanhado, soube que Dezembro 2017 | 11também ele fora escuteiro e estava disposto a entrarna aventura. Procurámos local para a sede, iniciámos qualquer ação porque ele reconheceu nãoestruturámos tempos para reuniões, mas, alguns haver a mais remota possibilidade de sucesso, uma vez que o senhor não morava em Linda-a-Velha, nem perto. Estava-se quase a meio da década de setenta, a situação politica e social mudou, mas o perigo aumentava e as esperanças diminuíam. Até que, graças a Deus, que achou por bem já bastar a provação, veio morar para Linda-a-Velha o Filipe, um jovem estudante de medicina que, por ser um “doente” crónico do escutismo, aceitou fazer parte do projeto.meses depois, quando só faltava falar com a Junta Começámos a juntar as peças, a fazer os contactosRegional de Lisboa do CNE e com o pároco da necessários e chegámos ao dia 3 de dezembro deparóquia de Carnaxide, à qual Linda-a-Velha 1977, dia em que iniciámos aquilo a que Junta chamapertencia, o que não seria óbice de maior, o meu de “em Formação” com a primeira reunião do futuro“sócio” recebe carta do pai com “guia de marcha” chefe com os 13 adolescentes da nossa comunidadepara regressar a Moçambique, onde continuaria os que tiveram conhecimento do que estava a acontecer.estudos na universidade recém-criada. Nesse dia nem o futuro chefe nem os candidatos a escuteiros pensaram na importância dessa reunião, mas, para mim, foi o fim de tanta incerteza, pelo que dei muitas graças a Deus porque me tinha ouvido. Finalmente, íamos tentar dar a nossa quota-parte na ajuda aos jovens que, sem saberem, estavam rodeados de tantos perigos, que infelizmente ainda continuam.Está visto que o projeto da criação do Agrupamento Recordando esse dia, tentei eu cantarolar numa festavoltou a ser apenas o sonho que já fora, e que do Agrupamento:continuou por alguns anos, sempre com a esperançade encontrar companheiro para a aventura. Já na Eu gostei tanto…década de setenta começou a ouvir-se falar, primeiro Tanto, quando me contaram,a medo depois à boca cheia, numa situação até então Que os encontraram correndo e pulandodesconhecida e que provocou um certo mau estargeral que gradualmente passou a pânico, ainda que por entre os pinheiros.disfarçado. Era a “Droga”, esse gigantesco polvo que E quando alguém perguntou o porquê,começava a lançar os tentáculos aos jovens crédulos, responderam:inexperientes e entregues à sua sorte, quando os pais Nós seremos um dia, os melhoressaíam de manhã para os empregos, e muitos deles atéficavam fechados na rua, sem terem quem lhes escuteiros!...indicasse um caminho que os desviasse da ruína paraque enganosamente eram convidados. Depois, como que por magia, tudo pareceu simples eFoi nesta altura que um “Chegámos ao dia 3 de dezembro de natural para não deixar apagar a centelha que sesenhor, professor acendera naqueles “espíritosuniversitário, a quem o 1977, dia em que iniciámos aquilo a que sãos em corpos sãos” e ajudá- los a desenvolver o “espiritoirmão, elemento da nossa Junta chama de “em Formação” com a escutista”, um “estado de alma” que não se injeta, mascomunidade e conhecedor primeira reunião do futuro chefe com os que vai crescendo e nosdo meu desejo fora.desesperado porque o 13 adolescentes da nossa comunidade...”perigo aumentava, se ofereceu para tomar parte no domina e marca a vidaprojeto. Mas só boa vontade não chega, e nem sequer

No dia 10 de Fevereiro de 1979, eu próprio iniciei as Dezembro 2017 | 12reuniões de candidatos a Lobito, tendo no verãoseguinte requerido a ajuda de Alberto Domingues que Mais que tempo de “Formação”, foram anos dese estava a preparar para ser caminheiro, mas que “Criatividade” e de “Desenrascanço”, queacabou por ser o primeiro Aquelá. continuaram depois da filiação do Agrupamento pela Deliberação da Junta em 5 de dezembro de 1980 eNo ano escutista de 1979/1980, a Junta Regional publicada na Ordem de Serviço Nacional nº374 de 19facultou-nos um CIP Monitorizado pelos dirigentes do de dezembro de 1980, bem como a criação:Agrupamento nº77 da Cruz Quebrada, Ch. CristinaBrígida e Ch. Manuel Salema, que nos apresentaram Da Alcateia nº51 – D. Domingos Sávioas várias correntes da psicologia infantil e juvenil, nosfamiliarizaram com a dinâmica escutista e com as Do Grupo Explorador Júnior nº72 – Infante Santoregras a nível nacional e regional. Não houve umagrupamento “padrinho”, como era uso, porque tanto Do Grupo Explorador Sénior nº10 – D. Nuno Álvareseu com o Filipe tínhamos sido escuteiros, e os Pereirarecursos humanos para o apadrinhamento nãoabundavam. e a nomeação dos respetivos dirigentes que assim formaram a primeira direção do Agrupamento:Com o “canudo” do CIP no bolso, fomos convocadospara assistirmos ao Conselho Regional no Colégio dos Chefe de Agrupamento e Secretário do AgrupamentoSalesianos em Manique, no dia 12 de outubro de – Domingos António Ginga Barroco1980, a fim de sermos investidos como dirigentes, o Assistente de Agrupamento – Pe. Manuel MartinsAlberto Domingues, António Filipe e eu, Domingos Chefe de Alcateia – Alberto Manuel CustódioBarroco. Domingues Ch. Alcateia Ajunta – Margarida Angelina SequeiraEm 30 de novembro de 1980 realizaram a sua Pereira Ramospromessa: 17 Lobitos, 25 Júniores, 12 Seniores e 3 Ch. Grupo Júnior e Sénior – António Francisco da SilvaCaminheiros. Filipe Depois, foi só deixar crescer…

Dezembro 2017 | 13ENTREVISTAO CHEFE FILIPE E O PADRE MARTINSHá pessoas que foram muito importantes para o alguns destes, mais tarde, desempenharam a funçãonosso agrupamento. Algumas sem as quais o mesmo de chefe.não existiria, como é o caso do nosso inestimávelChefe Domingos. Mas nunca nos esquecemos do INF 626 - No seu dia-a-dia atualmente ainda háquerido Chefe Filipe, cofundador do 626. Também o marcas do escutismo? Quais?Padre Martins esteve desde a fundação e Chefe Filipe - Aquilo que se aprende e vive nosacompanhou espiritualmente o nosso agrupamento escuteiros traça toda a nossa vida, o que nos leva adurante muitos anos. Ambos estão afastados do ativo olhar o mundo de forma mais fraterna e simples e ahá bastante tempo, mas, sempre disponíveis, um compromisso de proximidade com os outros e aquiseram celebrar connosco o 40º aniversário do natureza. Toda a minha vida tem sido pautada pelosagrupamento e partilharam com o INF626 a forma ensinamentos de Baden- Powell.como, ainda hoje, o escutismo é importante nas suasvidas. INF 626 - Há 40 anos esteve na fundação desta grande família 626. Que mensagem gostaria de deixar aosO Chefe Filipe disse-nos o seguinte: nossos escuteiros de hoje? Chefe Filipe - O que considero essencial é a fidelidadeINF 626 - Tem saudades dos escuteiros? Se sim, dequê? aos ensinamentos de Baden-Powell. Embora aChefe Filipe - Sim, claro! Saudades, principalmente época seja já muito diferente da dosdas atividades e, dentro destas, realço os primórdios do escutismo, a mensagemacampamentos de grupo e de agrupamento, o mantém-se sempre atual. Digo isto, pois tenhoconvívio entre todos, ao longo de muitos anos, a troca a noção de que se tem vindo a perder umade experiências e de ideias que nos vão ajudando a certa autenticidade da vida escutista,construir a personalidade. introduzindo-se uma certa modernidade que facilita a vida do dia-a-dia, mas que,INF 626 - Qual a melhor recordação que tem do 626? simultaneamente, dificulta o contacto direto eChefe Filipe - Não consigo distinguir apenas uma a sobrevivência na natureza. É mais útil saberrecordação. São muitas e igualmente importantes, fazer uma fogueira, em tempo de chuva, econtudo a que mais vezes me vem à memória é a do cozinhar a refeição do que levar a comida jáprimeiro acampamento, em que participaram entre pronta; as dificuldades e vicissitudes tornam odez a quinze rapazes. Deste grupo saíram os primeiros caráter mais forte ao encontrarmos soluções, individualmente e em equipa, para asescuteiros que vieram a dar início ao agrupamento; ultrapassar, mesmo dentro e com a natureza. No

futuro, esta busca pela autenticidade terá certamente Dezembro 2017 | 14repercussões positivas na nossa vida familiar e Padre Martins - No dia-a-dia recordo os momentos deprofissional. festa, os Fogos de Conselho, a amizade que nos unia eINF 626 - E aos pais dos escuteiros? o entusiasmo e alegria próprios da juventude.Chefe Filipe - Aos pais dos escuteiros aconselho adeixarem o protecionismo exagerado e permitirem INF 626 - Há 40 anos esteve na fundação destaque os filhos participem nas atividades que o grande família 626. Que mensagem gostaria deagrupamento lhes proporciona. Não é necessário deixar aos nossos escuteiros de hoje?comunicar insistentemente através do telemóvel (este Padre Martins - Há 40 anos pensando como haviapoderá até ficar em casa); a mochila deve ser de libertar os jovens da droga e de outros vícios,preparada pelo próprio escuteiro, não devem inspirado pelo Espírito Santo, contribuí na fundaçãoquestionar a presença dos filhos nas atividades do 626 que cresceu e é ainda uma grande famíliadependendo de condições climatéricas… escutista. E agora ainda recomendo a todos que alimentem sempre o ideal escutista, vivam o idealO Padre Martins a viver na ilha da Madeira, de cristão vendo em Cristo o modelo jovem a imitar e sigam o caminho da fé esclarecida, viva e operante.onde é originalmente, enviou-nos as seguintesrespostas: INF 626 - E aos pais dos escuteiros? Padre Martins - Aos pais dos escuteiros recomendoINF 626 - Tem saudades dos escuteiros? Se sim, de que tenham sempre presente a grandeza e dignidadequê? da sua missão de família cristã. A família é umaPadre Martins - Tenho muitas saudades dos instituição sagrada, transcendente, divina, criada porescuteiros e de toda a comunidade paroquial de Deus à imagem e semelhança da família divina cujoLinda-a-Velha porque éramos uma família. E também modelo nos foi dado em Nazaré. A família é umaporque sempre tive um carinho especial pelos comunidade de amizade, de amor, de perdãoescuteiros. E eles sempre me acolheram muito bem. recíproco, de serviço recíproco, de agradecimento mútuo. Cada membro pensando mais nos outros doINF 626 - Qual a melhor recordação que tem do 626? que em si, fazendo os outros felizes para também serPadre Martins - A melhor recordação do 626 era a feliz. Os pais aprendem a educar para os valoresvida nos acampamentos, o contacto com a natureza humanos de justiça, amizade e liberdade: Para seremonde celebrávamos juntos a Eucaristia, e vivíamos cristão de amor, de fé, de alegria e demais virtudes.todo o tempo ocupados em trabalhos, jogos com Que saibam educar com o exemplo, mais do que commuita alegria e entreajuda. as palavras. Sirvam e bem digam a Deus em família eINF 626 - No seu dia-a-dia atualmente ainda há rezem juntos. E Deus que é Pai, Amor e Misericórdiamarcas do escutismo? Quais? vos acumulará com as suas bênçãos. Vera Doutel

Dezembro 2017 | 15 Alcateia 51 Acampamento de Apresentação!!O acampamento de apresentação da Alcateia 71 teve lugar em Colares, no fim de semana de 11 e 12 de novembro.Contou com a participação de cinco bandos, com um total de 34 participantes. No primeiro dia, apos chegarmos a campo, tratámos da montagem das tendas e do reconhecimento do campo que nos iria acolher nos dois dias seguintes. De seguida, fomos jogar ao “Assalto ao castelo” e ao “Gato e o Rato”, jogos muito divertidos de que gostamos muito. Apos o almoço, estivemos a esclarecer os cargos de cada elemento nos seus bandos. Para os podermos executar da melhor maneira, assistimos a uns ateliers sobre cada um, onde aprendemos quais as responsabilidades dos cargos que desempenhamos. Já no final do primeiro dia de atividades, tivemos o nosso habitual Fogo de Conselho, que foi muito giro. Cada bando apresentou uma peça de teatro bastante animada. No segundo dia, de manhã tivemos a missa em campo com o Padre Diamantino. Como já era o último dia, depois de desmontarmos o campo, estivemos a fazer vários jogos muito divertidos, o“Assalto ao castelo”, o “Macaco disse” e o Jogo das varas. Ainda sobrou tempo para aprendermos mais nós e parafazermos estafetas de nós.

Dezembro 2017 | 16 Alcateia 51 Acampamento de Apresentação!!Deixamos agora alguns testemunhos dos lobitos:Inês F.: «Eu gostei mais do Fogo de Conselho e do Jogo das varas, gostei menos de ir dormir tarde»Gonçalo: «Eu gostei mais do almoço, não gostei de dormir»Afonso M.: «Eu gostei mais do jogo “Macaco Disse”»Mariana: « Eu gostei mais do Fogo de Conselho e menos do jantar de sábado.»Carminho: «Eu gostei mais do jogo noturno, do que gostei menos foi do jantar de sábado.»

Dezembro 2017 | 17 EXPEDIÇÃO 72 BIVAQUE EXPLORADORES!!Relatório da Patrulha Canguru- BIVAQUE: 10 a 12 NovembroParticipantes : Diogo Gomes , Guilherme Santos,Leonor Coelho, Madalena Tavares, Pedro Serrano,Oscar Amaral, Margarida Azevedo.No dia 10 de novembro, à noite, fomos para a sedebuscar e distribuir o material. Logo após isso, fomosacampar para Belas. Montámos campo e fomos paraa tenda dormir. Na manhã seguinte muitos de nóslevantámo-nos e fomos apanhar lenha e outrosficaram a dormir.Fizeram a alvorada. Tivemos que fazer um concursoda patrulha mais rápida a cortar um tronco pequenoe nós ganhámos. Fomos fazer as nossas construções.Tínhamos de construir uma mesa. Parámos paraalmoçar e conversar sobre o que íamos fazer e sobrea forma como deveríamos fabricar as construções.Continuámos a construir a mesa. Uma ou duas horas depois apareceu a Madalena Tavares e ficámos sete. Fizemosum atelier de nós (nó de botija, tripé). Depois disto, os noviços tiveram de fazer mais um atelier sobre fogueiras.Quando os noviços voltaram, começámos a acender a fogueira e a fazer o jantar, que foi atum à brás. Durante ojantar, ficámos imenso tempo à procura de três alhos desaparecidos, que, afinal, estiveram sempre na mesa.Jantámos e fomos fazer o Fogo de Conselho. Após a conclusão do Fogo de Conselho, fomos para a cama. Passarammais ou menos cinco minutos e todas as pessoas foram acordadas para uma ‘atividade noturna’. Depois de tudo,fomos outra vez para a cama. De manhã, acordámos e fomos tomar o pequeno almoço e fazer a ginástica matinal.Depois fomos fazer o almoço, comemo-lo e fomos arrumar o campo. Fomo-nos embora e acabou o acampamento.Comentários da Patrulha:Habitual; normal; divertido; frio; fácil; engraçado e exigente mas divertido.

Dezembro 2017 | 18 Acampamento de apresentação PIO XNo fim-de-semana de 13 a 15 de outubro, a comunidade X realizou o acampamento de apresentação, na Bateria daLaje, em Paço de Arcos. Na noite de sexta-feira, após a montagem das tendas e dos abrigos, fomos dormir.No dia seguinte, depois de termos tomado o pequeno almoço, vimos o material da comunidade e distribuímo-lopelas equipas. Logo de seguida, fomos para a praia, onde realizámos uns jogos para vermos quem começaria o jogoda tarde e, assim, demos início à atividade.Durante o raid fomos a várias sedes de escuteiros do Núcleo da Barra, nomeadamente às sedes dos escuteiros dePaço de Arcos, de São Domingos de Rana e da Parede, onde interagimos com muitos escuteiros de várias secções.Quando chegámos a campo, os cozinheiros começaram a preparar o jantar. Comemos uma sopa quentinha ecomeçámos a preparar as peças para o Fogo de Conselho. Cada equipa fez uma peça onde apresentou o seupatrono. Com essa atividade, aprendemos imenso sobre a vida dos patronos da comunidade.Depois do Fogo de Conselho, ficámos mais um bocado à volta da fogueira, a cantar e a tocar músicas. Todosgostámos do acampamento e estamos ansiosos pelo próximo.

Dezembro 2017 | 19CLÃ 45 O Serviço do CLÃ 45No fim de semana de 11 e 12 de novembro, o Clã perto da hora do fabuloso jantar que tínhamos àrealizou uma atividade de serviço na zona de Santa nossa espera.Comba Dão e arredores. Depois do jantar, participámos noPartimos de Linda-a-Velha às sete e meia, com a Fogo de Conselho,carrinha carregada com alguma comida, roupa e onde partilhámosartigos de higiene para oferecer às populações as nossasafetadas pelos incêndios. experiências do dia com os outrosChegámos a Santa Comba Dão, por volta das onze e voluntários alitrinta e fomos recebidos no centro de operações de presentes.ajuda às vítimas do incêndio, organizado pelosescuteiros da zona. Quando lá entrámos, explicaram- No dia seguinte,nos que, nesse fim de semana, estava em curso a dirigimo-nos amissão “Abraço”, cujo objetivo era dar à população casa de um casal,um “abraço”, fosse este um abraço efetivo ou apenas numa aldeia poruma conversa com as pessoas, muitas vezes perto, onde, pornecessária para um desabafo depois de tudo o que as causa do fumo, aspessoas passaram. De seguida, fomos encaminhados paredes, o chão,para a propriedade de uma senhora. O nosso trabalho os móveis, tudo,consistiu em dar uma limpeza a um celeiro onde se encontravaestavam alguns destroços e fazer o melhor possível negro e danificado. Opara reparar os estragos causados pelo incêndio. nosso trabalho consistiu em limpar tudo o queNessa tarde, voltámos a essa mesma propriedade e pudéssemos. Esfregámos o chão e as paredes emainda fomos ao centro de triagem de roupa, para várias divisões, recuperámos alguns móveis sujos peloajudarmos a realizar um trabalho, sem dúvida, muito fumo, e fizemos o máximo para que naquela casa seimportante. O nosso dia de trabalho acabou por aqui, pudesse apagar qualquer indício do fogo, e para que aquele casal sentisse que estava ali alguém que se importava com eles, e que estava ali para os ajudar. No final deste cansativo, mas compensador dia de trabalho, partimos de regresso a Linda-a-Velha, chegando já tarde e cansados, mas de coração cheio, depois de um fim-de-semana do mais puro serviço.

Dezembro 2017 | 20Inesquecível Pessoas, atividades, equipas, momentos que ficam para sempre na nossa memóriaParticipar num Jamboree Mundial é um sonho dequalquer escuteiro. Há muito poucas hipóteses de opoder fazer por variadíssimas razões. As regras departicipações são apertadas e muito claras. É preciso tera idade certa no momento da atividade, ser um bomvelescuteiro para ser escolhido dentro do grupo, ter osistema de progresso em dia, mas antes de tudo isso, épreciso que o nosso agrupamento tenha tomado a decisão de participar. E ainda assim é preciso estar preparadopara angariar muitos fundos. Uma atividade como esta não sai de todo barata. Os valores de inscrição, as viagens,alimentação e toda a logística!No Verão de 1995, um grupo de escuteiros do 626 teve esse privilégio! Sentíamo-nos verdadeiramente honrados porconseguir ir e acima de tudo porque íamos representar Portugal no maior evento escutista mundial, o Jamboree!Íamos rumar à Holanda.Mas esta grande aventura começou muito antes desse Verão. A preparação levou quase dois anos desde a decisãode que iriamos participar. Burocracia, orçamentos de viagens, preparação de atividades, angariação de fundos,vendas e mais vendas. Jantares, reuniões, envolver os pais, os tios, os avós, os parentes afastados, os vizinhos e atédesconhecidos que se cruzassem connosco na rua. Respirávamos Jamboree por todos os poros. Para alguns de nósque entraríamos na universidade no ano seguinte, nem isso nos consumia mais tempo ou atenção.

Dezembro 2017 | 21Foi um esforço enorme. Não podemos deixar de agradecer aos chefes que se disponibilizaram para nos proporcionaresta aventura.E o dia chegou finalmente. Fomos de autocarro até à Holanda, sim, demorámos 2 noites e 3 dias. Comemos sandes eenlatados pelo caminho, tivemos direito a um banho em Bordeaux, França. E finalmente estávamos em campo. Nem podíamos acreditar. A organização era irrepreensível. Rapidamente nos informaram qual era o nosso local. Escuteiros de 120 países chegavam tão entusiasmados como nós! Eram 5km de acampamento. Vivemos 15 dias de aventuras. Conhecemos escuteiros de todo o mundo, com alguns ainda hoje estamos em contacto. Fizemos muitos amigos e estreitamos laços com os nossos amigos de Linda-a-Velha. E estivemos com a rainha da Holanda ao vivo e a cores. Era impossível participar nas dezenas de atividades disponíveis. Ao fim do dia cada um de nós contava o que lhe tinha calhado. Mostrámos a nossa cultura em provas gastronómicas, ensinámos o bailinho da madeira, levantámos os kilts dos escuteiros da escócia, percebemos que os brasileiros giros só existem nas novelas, aprendemos que os australianos não falam australiano, trocámos emblemas e rimos muito. E também chorámos. Chorámosbaba e ranho quando chegou o último dia. Parecia que o mundo ia acabar.Mas não acabou. E viemos de coração cheio, livros de dedicatórias, moradas, mensagens, lenços de muitos países.Voltámos com a lição de que vale a pena esforçarmo-nos para alcançar os nossos sonhos. Ainda hoje nos comovepensar como aquela atividade nos fortaleceu tanto como escuteiros e como pessoas.Espero que cada um de vós possa ter uma experiência tão gratificante como esta no vosso percurso escutista. Se nãoo Jamboree, uma outra qualquer que vos marque o coração assim tão profundamente. Lutem por isso porque vale apena! Vera Doutel Neste artigo não foi utilizado o novo acordo ortográfico, por decisão da autora.

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Breves Dezembro 2017 | 23Acampamentos de Apresentação Colheita de sangue – teve lugar no dia 10 a 12 de novembro 21 de novembro, no Salão Paroquial da Igreja de Nossa Senhora do Cabo.A Alcateia montou acampamento na Praia das Maçãs, A Expedição escolheu Belas para fazer a iniciação dosmesmo no meio da natureza. Do programa de festas Noviços e Aspirante. Foi um fim-de-semana cheio defizeram parte um Fogo de Conselho, Missa Campal e bons momentos a conviver, a aprender e a desenvolvercastanhas assadas na fogueira, entre outras atividades. técnicas escutistas. O cheiro característico com queForam dois dias memoráveis e todos estiveram à altura chegaram a casa é prova mais que suficiente dada ocasião. qualidade do acampamento!A Comunidade passou o fim-de-semana na Bateria da O Clã foi até Santa Comba Dão ajudar as vítimas dosLage, em Paço de Arcos, tendo feito, entre outras incêndios de 15 de outubro, tanto através do transporteatividades, um raid por várias sedes de agrupamentos e distribuição dos bens recolhidos em Linda-a-Velha,para conhecer melhor a história de cada um. Houve, como com o seu trabalho de apoio junto das populações.ainda, tempo para ir até à praia para realizar algumas Estão de parabéns pela iniciativa.atividades de grupo.Curso de Guias e Sub-guias Dia de NúcleoA 28 e 29 de novembro realizaram-se os O 626 marcou presença naCursos de Guias e Sub-guias das várias comemoração do 20.ºsecções: Gota Amarela; Farol Azul e aniversário do Núcleo da Barra,Juventura. Foram dias intensivos em que os no dia 4 de novembro, sob oguias e os sub-guias realizaram atividades para os ajudar lema “Conquistar a Barra”. Foi mais um dia bem passadoa prepararem-se para a liderança dos seus bandos, em que se fomentou a partilha de dinâmicas eequipas ou patrulhas. Bom trabalho! experiências entre vários agrupamentos. A Missa Comemorativa do 20.º Aniversário do Núcleo da Barra contou com a animação do Departamento Musical do 626.Notícia do Dia: É mesmo hoje, no dia do 40.º aniversário do Agrupamento que o Gonçalo Azevedo faz a Promessa deCaminheiro a que se propôs perante o Conselho do Clã. Parabéns, Gonçalo! Boa caminhada!

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