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lugar azo: uma performance audiovisual pseudo-sinestésica

Published by nue nixole, 2020-12-15 04:47:41

Description: O trabalho intitulado "lugar azo" partiu de um estudo sobre a sinestesia na arte sendo transposto ao mundo através de uma performance audiovisual que se consistiu na criação de um lugar efêmero, sinestésico e imersivo ao espectador. Focando nos sentidos da visão, audição, olfato e tato a partir de experimentações feitas ao vivo com vídeo, som e cheiro. O visual se deu com base em um estudo sobre a possível abstração através da pós-produção; a parte sonora através do estudo das ondas de baixa frequência e a possibilidade de acessar um outro sentido, sendo ele o tato; e o olfato realiza-se através de um estudo sobre cheiro, memória e sabor.

Keywords: #synaesthesia #art #performance #audiovisual

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O som e o sentido Estamos sujeitos ao som; até mesmo onde há silêncio, há som. Lilian Campesato (2007) classifica o silêncio como os sons não intencionais. Driblar os sons presentes em um ambiente seria a forma mais difícil de tentar evitar um sentido; se fechamos os olhos, estamos inibidos da visão, mas se tampamos o ouvido, ainda assim, há presença sonora. “O som é um objeto subjetivo, que está dentro e fora, não pode ser tocado diretamente, mas nos toca com uma enorme precisão.” (WISNIK 1999 p. 28) O som é percebido em qualquer espaço e nos toca independentemente de nossas vontades. [...] há som dentro do silêncio: mesmo quando não ouvimos os barulhos do mundo, fechados numa cabine à prova de som, ouvimos o barulhismo do nosso próprio corpo produtor/receptor de ruídos (refiro-me à experiência de John Cage, que se tornou a seu modo um marco na música contemporânea, e que diz que, isolados experimentalmente de todo ruído externo, escutamos no mínimo o som grave da nossa pulsação sanguínea e o agudo do nosso sistema nervoso). (WISNIK; 2007, p. 18-19). Partindo de tais dissertações de Wisnik e Cage, em que é estabelecida uma relação direta do corpo com o som, apresento uma citação de Gaudenzi: “O som é tátil, toca-nos e, nesse sentido, é efetivador das sensações.” (GAUDENZI; 2008 p. 20) Quando Gaudenzi disserta sobre o som ser tátil, abre possíveis interpretações, nas quais é possível estabelecer relação do som com o tato em outro sentido, em que as vibrações sonoras nos tocam de maneira literal e, de certa forma, nos fazem vibrar. A experimentação a partir de aparatos digitais abriu uma fenda irreversível na fatura sonora, ampliando as possibilidades artísticas; o experimento sonoro, sua criação e difusão, estão cada vez mais próximos da pele, do tato, cada vez mais próximos ao corpo humano. (MARTINS; 2016 p. 61) 49

Isto posto, o som, estimulante do nosso sentido ligado à audição, poderia estabelecer relação direta com outro sentido: o tato. O tato, diferentemente dos outros quatro sentidos, não possui região específica de estímulo, sua percepção se dá em todas as regiões da pele, que por ser o maior órgão do corpo humano é repleta de terminações nervosas, capazes de sentir e captar estímulos como os propostos pelas vibrações sonoras. Portanto, o som extrapola a linguagem sonora para uma linguagem de caráter pseudo-sinestésico, em que mais de um sentido é estimulado. 50

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o cheiro Dos cinco sentidos que possuímos, visão, audição, olfato, tato e paladar, o olfato foi o sentido subjugado desde os primórdios da evolução humana, sendo considerado como o sentido mais primitivo dentre todos. A visão, a audição, o paladar e o tato sobrepujaram- se, enquanto o olfato foi ocultado ao lugar do que é inferior, bestial, sem cognição, não racional e não contribuinte para o processo civilizatório. (RIBEIRO; SANTOS, 2018, p. 1) A proveniência dos pensamentos possivelmente possuíam ligação com o fato de que o olfato possui ligação direta com o hipotálamo, diferentemente dos outros sentidos, que possuem acesso ao tálamo. O tálamo é uma estrutura presente em nós, humanos, responsável pela recepção dos impulsos dos órgãos dos sentidos que, assim que recebidos, os envia para as regiões do córtex cerebral responsáveis pela interpretação dos mesmos. Já os sinais do olfato, são enviados diretamente ao córtex cerebral, ou seja, os mesmos chegam até lá sem que sejam “decodificados” pelo tálamo. Jay A. Gottfried, neurocientista da Universidade Northwestern questiona se o olfato pode ser considerado nosso sentido mais lento ou mais rápido, lento por depender de mensagens carregadas pelo ar e não pela velocidade da luz ou do som; e rápido por ir justamente direto do nariz para o córtex olfativo do cérebro. Já a neurocirurgiã Michelle Nuback, da Aliança Instituto de Oncologia, explica que o olfato está diretamente ligado ao nosso sistema límbico — um grupo de estruturas específicas do cérebro, nas quais se encontram nossas memórias e de onde surgem as nossas emoções e comportamentos emocionais, fazendo ligação direta do olfato à memória, sendo assim, o olfato é o sentido com maior capacidade de despertar memórias. Diane Ackerman em seu livro “A história natural dos sentidos” (1990) disserta sobre nada ser mais memorável do que o cheiro (p. 5) 53

Um cheiro pode ser extremamente nostálgico porque desencadeia imagens e emoções poderosas antes que tenhamos tempo de editá-las. O que você vê e ouve pode desaparecer rapidamente na pilha de composto da memória de curto prazo, mas, como Edwin T. Morris aponta em Fragrance, “quase não há memória de curto prazo com odores”. É tudo de longo prazo. (ACKERMAN; 1990, p. 11, tradução nossa)7 Ou seja, a memória olfativa permanece como memória de longo prazo, por isso, a existência de inúmeros relatos relacionados a cheiro e infância, cheiro e afetos do passado, são tão concretos. Por exemplo, ao sentir cheiro de funghi secchi, sou diretamente levada à mesa de almoço da casa da minha nonna8 em um domingo e, muito provavelmente, este cheiro me leve para lá todas as vezes em que for sentido. A artista-cientista Ana Liu no ano de 2018 em entrevista para a National Geographic falou sobre seu invento que se tratava de “engarrafar” cheiro de pessoas, através da captura de moléculas voláteis de suas roupas colocadas em solvente durante várias semanas e então destiladas em vidros tradicionais. Ao ser questionada do porquê de escolher a relação com o cheiro nos seus estudos, Ana Liu alega para o National Geographic (2018) “Não seria ótimo cultivar uma planta que tenha o cheiro da minha avó? Pois assim que eu sentisse o seu cheiro, seria completamente transportada para aqueles momentos da infância.” Seria então o cheiro uma máquina do tempo de afeição e sensação? Em poucos segundos, nos fazendo reviver memórias, sendo elas boas ou ruins. 7 Tradução livre de “A smell can be overwhelmingly nostalgic because it triggers powerful images and emotions before we have time to edit them. What you see and hear may quickly fade into the compost heap of short-term memory, but, as Edwin T. Morris points out in Fragrance, “there is almost no short-term mem­ory with odors.” It’s all long term.” (ACKERMAN; 1990, p. 11) 8 Tradução: avó 54

Quando meu pai faleceu, há dois anos, colocamos um certo tipo de flor na frente de sua foto. Esse mesmo tipo de cheiro me lembra da tristeza, do desamparo, e o pior de tudo, o choro de minha mãe. (CLASSEN; HOWES; SYNNOTT; 1994, p.2)9 Este relato anônimo retirado do livro “Aroma: uma história cultural dos odores” (1994) nos dá a ideia de que muitas vezes os cheiros podem nos levar também a lugares indesejados. Cientistas apontam que em casos de estupros, a vítima pode ser levada diretamente à sensação do abuso sexual através do cheiro que lhe foi imposto durante o crime. Portanto, podemos pensar o cheiro como uma ligação direta da perspectiva científica com a perspectiva subjetiva; atualmente possuímos pesquisas e estudos científicos que nos comprovam a ligação entre memória e olfato, ou seja, ao sentir um cheiro somos diretamente direcionados a memórias. Cheiro é sentido individual? “O cheiro tem um ou dois sentidos? (…) O nariz é a única parte do corpo afetada pelos odores?” (CLASSEN; HOWES; SYNNOT, 1994, p.3)10 Rachel Herz11 da Universidade Brown, sugere um experimento a partir de balas de goma sortidas, que se consiste em experimentá-las sistematicamente até que possua a certeza de ter distinguido cada um dos seus sabores, e então, Herz propõe que as balas sejam ingeridas novamente, mas desta vez com as narinas fechadas, assim então, sendo capaz de perceber que o gosto continua doce, mas a diferença entre as balas, não existe sem o cheiro. 9 Tradução livre de “When my father passed away two years ago, we put a certain kind of flower in front of his picture. That same kind of smell reminds me of the sadness, the helplessness, worst of all my mother’s crying.” (CLASSEN; HOWES; SYNNOTT; 1994, p.2) 10 Tradução livre de “Is smell one sense or two? (…) Is the nose the only part of the body affected by odours? (CLASSEN; HOWES; SYNNOTT; 1994, p. 3) 11 Psicóloga e neurocientista cognitiva, reconhecida por sua pesquisa na psicologia do cheiro. 55

Cientistas afirmam que sem os cheiros, nós seríamos capazes apenas de distinguir gostos por doces, salgados, azedos, amargos ou umami12, todo o resto do sabor é dado pelo olfato. Com a pandemia do novo coronavírus (COVID-19), iniciada no ano de 2020, pacientes diagnosticados demonstram medo significativo da anosmia (perda total de olfato), quadro que tem sido muito frequente enquanto o paciente está infectado. Entretanto, em alguns casos, o quadro acaba por se dar a longo prazo e sem perspectiva de melhora. Viviane Flumignan, médica neurologista e professora da UFPR (Universidade Federal do Paraná) em entrevista para a UOL em agosto de 2020, conta sobre ter perdido o olfato e consequentemente o paladar enquanto estava infectada e mesmo após cinco meses de sua recuperação, os sentidos não foram recuperados. Sobre isso, ela conta: “A perda de um sentido é algo bastante agravante. Por mais que não chame tanta atenção, é algo muito importante para a gente (…) é como se fosse uma mutilação”, relatando também que é capaz de distinguir o gosto dos alimentos que consome, mas não o sabor. O questionamento feito por Classen, Howes e Synnott abordado no início do capítulo persiste, mas é capaz de compreender que o nariz não é a única parte do corpo afetada pelo sentido. O olfato é um sentido carregado de sensibilidade, por ser capaz de tocar lugares afetuosos, dolorosos e prazerosos; considero aqui, o olfato como o sentido capaz de abrir inúmeros outros sentidos diretamente, sendo eles concretos, como o paladar que é aguçado pelo mesmo, ou subjetivos, como quando tratamos de nossas memórias afetivas e toda a sensibilidade que as mesmas possuem. 12 Segundo a nutricionista Mariana Rosa “O umami é um dos cinco gostos básicos do paladar humano, ao lado daqueles que já conhecemos, o doce, o salgado, o azedo e o amargo. Todas as pessoas são capazes de senti-lo, mas é preciso estar atenta às principais características: o aumento da salivação e o prolongamento do sabor.” Redação Alto Astral. Umami: nutricionista ensina a identificar o quinto gosto do paladar. Alto Astral, 03/02/2017. Disponível em: https://www.altoastral.com.br/quinto-gosto-umami/. Acesso em 26/10/202. 56

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conceituação da obra Diretriz conceitual AZO, segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, é “conjunto de circunstâncias propícias a algo em um determinado momento”. Assim, LUGAR AZO busca a criação de um lugar distante do conhecido pelo espectador, sendo imersivo, interativo, efêmero e recheado de circunstâncias que possuem a intenção de ativar sentidos por meio do uso de tecnologias para criá-lo. Para sua produção a performance parte da pós-produção de acontecimentos da realidade cotidiana que também afetam nossos sentidos. O visual se dá através de manipulação de vídeos, inicialmente, pensados para serem água e tinta na água, mas ao longo do processo, deu-se a inclusão de vídeos de sangue de menstruação, feitos pela própria autora e também coletados a partir de uma chamada coletiva através do instagram, mulheres próximas ou não, contribuíram com vídeos de suas menstruações para que a produção fosse possível. Vejo a menstruação como um possível ativador de sentidos, pois a menstruação é para as mulheres, carregada de sentidos e capaz de mexer com os mesmos, seja antes, durante ou depois da mesma. Já no som, a busca pelos sentidos se dá da mesma forma, contando com samples e plugins mas também com sons do cotidiano repletos de sentido, gravados pela autora do projeto. Como por exemplo, sons emitidos no processo de cozinhar alimentos, sons de obra, som de descarga, som emitido durante a escovação bucal, etc.. Estes sons, assim como o visual, são captados e manipulados, ambos não possuem a finalidade de serem reconhecidos, são só parte do processo criativo que instigou a produção do trabalho final. O cheiro parte de um lugar sensível dentro da própia artista que produz a obra final pois, desde criança, possui grandes problemas com olfato, sendo diretamente ligado à enxaquecas e dores. A incapacidade de conviver com pessoas que fazem uso de perfumes ou de comer comidas muito carregadas no aroma, por exemplo, 59

sempre foi uma questão, existem poucos cheiros que são aceitáveis dentro de um universo imenso capaz de produzir a emissão de cheiros diversos. Os cheiros escolhidos acabam por serem cheiros que para a autora, são agradáveis ou aceitáveis, justamente pelo fato do projeto partir deste lugar de sensações pessoais. O projeto em si acaba por ser bastante pessoal para mim quando cru, mas a partir da pós-produção e modificação que os meios tecnológicos proporcionam, os sentidos acabam por ter outras interpretações para o espectador ao experienciar a performance. Juntando as partes citadas anteriormente, a performance se dá através da manipulação ao vivo das três partes apresentadas. O visual que já foi manipulado através do Adobe Première CC contará com o software Isadora Troikatronix para sua projeção ao vivo, fazendo uso de efeitos do próprio software em sua manipulação em tempo real através de uma mesa MIDI programada. O som produzido como MIDI track também será programado em mesa MIDI a fim de ser produzido ao vivo. Já o cheiro, como dito anteriormente na fundamentação teórica, conta com o ar para ser recebido pelo nosso corpo, sendo assim, a performance conta com um ventilador que possui a finalidade de levar este cheiro aos espectadores presentes. Fazendo uso visual, sonoro e de emissão de cheiros, a performance busca ativar os sentidos dos espectadores, sendo assim, uma performance audiovisual pseudo- sinestésica. A apresentação se propõe a sair do ambiente auditório - palco/cadeiras que remete a um ambiente de cinema, na busca de propor aos espectadores que espalhem-se pela sala de forma voluntária, sintam e experienciem a apresentação da forma que quiserem, podendo mover-se durante e ajustando sua postura e posição da forma mais confortável para si. Diretriz audiovisual O projeto contou com algumas obras como referencial e diretriz audiovisual. Sendo elas obras que sejam imersivas e/ou utilizem-se de cheiros; de visual construído por animações abstratas e uso de cores e/ou obras que trabalham a arte sonora. 60

A primeira performance audiovisual de Robert Henke, “Lumière I (2013)”, se dá em uma série de concertos explorando lasers de alta precisão e sons percussivos. Lumière I explora o fenômeno da ‘persistência da visão’ e a sensação de espacialidade, a ausência dos limites de tela proporcionam uma experiência imersiva para os espectadores. Lumière foi apresentada mais de 70 vezes em países na Europa, Ásia, África, Austrália, América do Norte e Sul. Figura 5 - Foto da performance “Lumière I”. Fonte: https://roberthenke.com/concerts/lumiere-1.html. Figura 6 - Foto da performance “Lumière I”. Fonte: https://roberthenke.com/concerts/lumiere-1.html. 61

“Paisagem digital” (2009) é uma performance audiovisual feita por Karina Montenegro, Muepetmo e Mirella Brandi em 2009, em um projeto chamado “Zilch”, a performance teve intenção de fundir as linguagens de vídeo, luz e música, na pretensão de modificar o espaço e perspectivas, utilizando-se de desenhos gráficos e imagens a fim de serem confundidas com luzes. Nela, a luz se parece com o vídeo e o vídeo se parece com a luz. Ambientada por uma música produzida eletronicamente, criando uma trilha sonora com a finalidade de demonstrar o início, meio e fim. Figura 7 - Foto da performance “Paisagem Digital”. Fonte: http://www.livecinema.com.br/portfolio/zilch/. 62

“Nonotak” composto por Noemi Schipfer e Takami Nakamoto, e “Caste” composto por Camille Laurent e Stefanie Egedy são dois grupos artísticos que buscam através da junção som e luz, criar este “lugar” imersivo. Figura 8 - _ zero point two (2017), performance de nonotak em Strasbourg, França. Fonte: https://www.nonotak.com/_ZERO-POINT-TWO. Figura 9 - Indeterminada (2019), performance de CASTE em São Paulo, Funarte. Foto tirada por Nicole Karniol Lambert. 63

Ambos grupos artísticos, Nonotak e Caste utilizam-se de luzes em constante “movimento” e arte sonora produzida de forma eletrônica; as luzes combinadas com o som criam um ambiente imersivo e até mesmo sinestésico, a combinação do que se vê com o que se ouve nos causa inúmeras sensações. Em uma apresentação do grupo Caste na Red Bull Station no ano de 2018, presenciei espectadores que deixaram a apresentação por não suportarem as sensações que a apresentação causava. Outra referência audiovisual deste projeto é a de artistas como Rodrigo Gontijo, Sérgio Basbaum e Dino Vicente em seu projeto “a.cinema” (2016), onde buscam o limite da síntese entre som e imagem em criação coletiva, a partir de experimentações ao vivo de imagens abstratas em movimento combinadas com sons eletrônicos e analógicos. Figura 10 - Apresentação de “a.cinema” no Sesc Campinas. Fonte: https://rodrigogontijo.com/portfolio/a-cinema/. 64

A performance “Água” (2014) dos artistas Herbert Baioco e Vic Von Poser é outra referência desta junção imagem e som, na qual os artistas utilizam métodos analógicos e digitais para a facção de sua obra, utilizando tinta e água em vidro no retroprojetor. A obra, além de fazer uso da imagem e som em conjunto, é referência pelo uso das tintas como meio de criar o visual. Figura 11 - Água (2014), performance de Vic Von Poser e Herbert Baioco em São Paulo, SP. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=BZxCD8pWjPU&ab_channel=VicvonPoser. Figura 12 - Água (2014), performance de Vic Von Poser e Herbert Baioco em São Paulo, SP. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=BZxCD8pWjPU&ab_channel=VicvonPoser. 65

A obra que inicialmente despertou interesse pessoal ao sentido do olfato foi “Osmodrama” (2018) do artista multimídia Wolfgang Georgsdorf, os cheiros são emitidos por um instrumento chamado “Smeller 2.0”, um órgão olfativo controlado eletronicamente e desenvolvido pelo próprio artista. Figura 13 - Osmodrama (2018), instalação do artista Wolfgang Georgsdorf em Berlin, Alemanha. Fonte: www.osmodrama.com. Figura 14 - Osmodrama (2018), instalação do artista Wolfgang Georgsdorf em Berlin, Alemanha. Foto tirada por Nicole Karniol Lambert. 66

Outra obra que faz uso de cheiros é a “Olfactoric Memory” (2007) da artista Kristiina Koskentola, nesta obra a artista buscou usar o cheiro de vinagre a fim de causar lembranças históricas, pois durante as epidemias de peste, médicos cobriam seus rostos com panos embebidos em vinagre, para autoproteção. Figura 15 - “Olfactoric Memory” (2007) da artista Kristiina Koskentola em Amsterdam. Fonte: http://www.kristiinakoskentola.com/Olfactoric-Memory. Algumas das obras utilizadas como referência se dão em contextos e modos de apresentação diferente da que o projeto atual fará uso. LUGAR AZO tem como finalidade usar do espaço como se utilizam em performances audiovisuais convencionais, em uma sala em que uma parede/tela encontra-se a imagem que sai do projetor, dois monitores de áudio, um de cada lado da sala, um subwoofer (em qualquer lugar), e uma mesa para dispor dos computadores, MIDIs e ventilador. 67

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etapas de realização O projeto, inicialmente, contou com grande pesquisa teórica a fim embasar a obra final, como abordado anteriormente na fundamentação teórica acerca dos temas performance, sinestesia, pós-produção, arte sonora, som experimental e cheiro/olfato. Iniciou-se a produção da obra final em paralelo com a produção deste memorial, a escrita dos capítulos se deu em meio a experimentações relativas ao som, o visual e o cheiro. Estudos acerca da produção musical e do software Ableton Live foram necessários pois o conhecimento da artista até então se limitava às áreas visuais da arte. Após os experimentos e aprendizados, se deu início a produção do produto final, manuseando os sons que haviam sido gravados desde o início deste ano, assim como a manipulação dos vídeos que foram gravados anteriormente. Com os vídeos editados, a parte visual passou a ser experimentada com os efeitos do software Isadora Troikatronix, a fim de experimentar para a produção final que se dará na apresentação da performance. Os áudios manipulados e editados, também passam a ser ensaiados de forma a propor paralelos que conversem com o visual. O cheiro se deu a partir da obtenção de essências e base para perfume, a fim de serem manipulados e armazenados em borrifadores distintos. As experimentações para a parte visual contaram com vídeos gravados de tinta na água, para tal, foi necessária a utilização de um retroprojetor para a iluminação vinda de baixo, pois através dos testes foi possível perceber que as luzes que vinham de lado ou de cima, refletiam de forma não satisfatória nos vidros do aquário. Com o aquário em cima do retroprojetor, tintas acrílica misturadas com água foram colocadas dentro de seringas e despejadas ao longo das gravações na água do aquário. Os vídeos foram gravados simultaneamente de dois ângulos, de frente com uma câmera DSLR e de lado com um celular (iPhone XR). 69

Figura 16 - experimentação de tinta na água. Figura 17 - três cores diferentes nas seringas. 70

Figura 18 - exemplo de tinta na água gravada. Já os sons foram gravados a partir do iPhone XR conforme foram sendo percebidos cotidianamente. Figura 19 - Exemplo de sons gravados. 71

Os cheiros foram produzidos, como já citado anteriormente, a partir de essências e base para perfume. Figura 20 - Materiais necessários para a produção de cheiros. Figura 21 - Perfumes prontos. 72

Estudos acerca do espaço a ser utilizado para a apresentação também tomaram conta do processo de realização da performance, com a busca pela saída do ambiente de auditório, se dá necessária a procura de um ambiente que suporte a infraestrutura necessária e o anseio pelo local de apresentação. Pensando no local de apresentação, uma planta que contou com a especulação de uma sala vazia foi produzida: Figura 22 - Planta expográfica Descrição dos equipamentos a serem utilizados: 1 projetor 2 monitores de áudio 1 placa de áudio 1 subwoofer 1 ventilador 2 laptops 2 mesas MIDI 1 mesa para equipamentos 1 Cabo HDMI 3 Cabos p2-p10 73

Descrição de recursos: 2 ajudantes para gravar 1 ajudante de som Sala a ser utilizada 74

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pós-produção Como anteriormente exposto, o visual da obra final se deu a partir de vídeos captados, sejam eles de tinta na água ou sangue de menstruação na água. Com o material captado em mãos a pós-produção visual foi realizada no Adobe Première CC, com os vídeos dentro do software. O primeiro passo foi cortá-los, pois cada parte dos vídeos acabou se dando melhor com um tipo de edição diferente. Por exemplo, os primeiros jatos de tinta eram mais claros, após o aquário ser tomado por tinta, o vídeo acabou por ficar mais escuro e captar o movimento se tornou mais difícil. A edição se deu utilizando dos meios de edição de vídeo inseridos dentro do software, como curvas de cor, matiz, brilho, contraste, saturação, realces, temperatura, tonalidade, definição, etc.. 77

Trago alguns exemplos a fim de tornar o processo mais claro: Figura 23 - Frame 1 original. Figura 24 - Frame 1 editado. 78

Figura 25 - Frame 2 original. Figura 26 - Frame 2 editado. 79

Figura 27 - Frame 3 original. Figura 28 - Frame 3 editado. 80

Figura 29 - Frame 4 original. Figura 30 - Frame 4 editado. 81

Figura 31 - Frame 5 original. Figura 32 - Frame 5 editado. 82

Figura 33 - Exemplo de curvas do frame 5. Figura 34 - Exemplo de Matiz vs. matiz do frame 5. 83

Figura 35 - Exemplo de correções básicas do frame 5. Assim como os vídeos, os sons da obra final também passaram por processos de pós-produção, de forma bastante parecida. O som final se deu através da edição dos sons captados com efeitos e cortes a partir do software Ableton Live. 84

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estratégias de visibilidade A visibilidade midiática deste tipo de produção e material se dá por meio de pequenos veículos de mídia, normalmente mídias artísticas como revistas de arte, redes sociais de instituições e plataformas destinadas ao campo da arte e sua crítica. Grandes mídias costumam divulgar quando algum evento de maior porte irá acontecer. Outro meio de atrair visibilidade para este tipo de produto são as redes sociais pessoais, usadas como meio de divulgação de trabalhos independentes. 87

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considerações finais LUGAR AZO inicia-se através de um interesse pessoal e de um lugar sensível. Entretanto, ao mesmo tempo em que apresenta tais características, é proposta ao mundo com o desígnio de ser recebida de outras formas a serem definidas pela experiência e interação de cada espectador. O projeto como um todo foi de grande importância para aprofundar estudos acerca de um conceito que é científico, a sinestesia, e pode ser pensada e pesquisada dentro do universo artístico. A parte prática do processo de execução deste projeto se deu de diversas formas; a produção visual, intuitiva; a produção sonora, desafiadora; e a produção olfativa, curiosa. A performance audiovisual se concretiza sendo uma junção de todas as etapas e estudos que este processo me proporcionou. A performance que buscou trabalhar mesmo que de forma subjetiva com os sentidos, desde a captação da manifestação cotidiana destes, foi capaz de proporcionar a artista uma imersão no processo, no qual todas as sensações e sentidos durante o ano em que foi produzido foram percebidos de forma genuína, pois sentir fazia parte do produzir. É interessante perceber o quanto este projeto proporcionou novas concepções que ainda estão no plano da imaginação ao mesmo tempo que também ajudou a traçar caminhos que quero seguir artisticamente no futuro, como também me instigou a estudar cada vez mais. Ele surge inicialmente de uma cabeça que considerou cursar medicina para estudar neurologia e se finaliza com a cabeça tendo a certeza de quem escolheu certo o que buscar como profissão. Transformar uma curiosidade pessoal em trabalho de conclusão de curso foi um desafio, pois muitas ideias tiveram de ser podadas e deixadas para depois, pois o tempo também foi um grande desafiador do processo. Um trabalho que foi amadurecido durante os quatro anos de graduação e nasceu de forma genuína. Espero que a obra possa fazer com que sintam. Mas no final, o que importa é que senti bastante. 89

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