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Revista Sophia nº 9

Published by Editora Teosofica, 2022-10-17 14:40:06

Description: A Revista Sophia é uma publicação independente da Editora Teosófica, apresentando artigos que vertem sobre temas como filosofia, ciência e religião.

Nesta edição:

• Ao leitor: A vida plena;
• As leis da beleza – Catherine Gardner Mayes;
• Educação Criativa – Rohit Mehta;
• Investigando a reencarnação – John Algeo;
• A fronteira científica do espírito – Alan Wallace;
• Criatividade e adaptação – Radha Burnier;
• Acordes em harmonia – Linda Oliveira;
• Matrix: a jornada do herói – Chris Richardson;
• Uma sociedade nobre: de Platão a Krishnamurti – Ricardo Lindemann;
• O mito de Sísifo – Míriam Morata Novaes;
• Dicas de livros;
• O que é a Sociedade Teosófica.

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www.revistasophia.com.br ANO 3 • Nº 9 R$ 7,00



































Alan Wallace vo da consciência permanece um enigma. Enquan- to a neurociência procura correlativos entre as fun- À medida que entramos no século XXI e lança- ções do cérebro e as profundezas do espírito, a mos um olhar sobre os últimos quatrocentos anos de verdadeira natureza da correlação mente–corpo ain- progresso científico, é possível deixar de nos impres- da é tema de conjecturas filosóficas; nenhuma evi- sionar pelas fronteiras do conhecimento que foram dência científica explica como a mente está relaci- abertas à investigação? As ciências físicas ilumina- onada ao cérebro. Não há consenso científico com ram o reino do extremamente diminuto – o âmago respeito à definição de “consciência”, e não exis- do núcleo atômico; eventos do passado distante – os tem meios objetivos de detectar a presença ou au- primeiros nanossegundos após o Big Bang; e os fe- sência de consciência em qualquer corpo – mine- nômenos do lado mais longínquo do universo – a ral, vegetal, animal constituição de agrupamentos de galáxias há bilhões ou humano. Em de anos. Ao mesmo tempo, as ciências biológicas suma, os cientistas fizeram grandes descobertas no que diz respeito à ainda não compre- evolução da vida, mapearam o genoma humano e enderam a natureza revelaram muitas das operações do cérebro. da consciência, sua origem ou seu papel Mas, comparado a esse extraordinário na natureza. conhecimento do mundo objetivo, o reino subjeti- Consciência humana “Nos últimos 400 anos, as ciências físicas ilumina- Como é possível que algo tão fundamental à in- cisão das previsões ram desde o reino do extre- vestigação científica – a consciência humana – per- astrológicas. maneça tão difícil de compreender? Será que os ci- De modo seme- entistas simplesmente malograram até agora em ima- lhante, Galileu fez mamente diminuto aos ginar métodos apropriados para explorar as frontei- observações precisas fenômenos do lado mais ras do espírito? Na busca de uma resposta para essa de corpos cadentes e longínquo do universo.” pergunta, vamos rever os caminhos que os cientistas outros fenômenos trilharam com sucesso na exploração de outros rei- terrestres e celestiais. nos do mundo natural. Em suma, as observações cuidadosas desses fenô- Olhando primeiramente para as ciências físicas, menos naturais formaram a base necessária para a a astronomia começou a se mover para além de explicação subseqüente de por que esses fenôme- sua herança medieval quando observadores como nos físicos ocorrem como ocorrem. Tycho Brahe inventaram instrumentos para fazer me- As ciências humanas se desenvolveram de modo didas incrivelmente exatas do movimento relativo similar. No século XVII, o naturalista flamengo An- dos planetas. Ao passo que gerações anteriores de toni van Leewenhoek usou o microscópio para ob- astrólogos estiveram satisfeitas em enfatizar, antes servar organismos diminutos; ao longo dos séculos, de mais nada, as alegadas correlações entre o mo- essa combinação de tecnologia e observação acura- vimento dos corpos celestes e os eventos na Terra, da de formas de vida minúsculas levou ao desen- Brahe fez observações cuidadosas dos próprios pla- volvimento da biologia celular, da biologia mole- netas, embora com a intenção de aprimorar a pre- cular, da genética e da neurociência. SOPHIA • JAN-MAR/2005 19



































“Cada um de nós é o herói de nossa própria jornada. O mundo é a crisálida do nosso espírito. Quando compreendermos isso, todas as coisas serão possíveis.” Poder e liberdade que esse mundo se transforme. Eu acredito que a Matrix pode perma- O conhecimento que Neo obtém No final do filme ele envia uma men- necer como nossa prisão ou pode requer um sacrifício do eu inferior. sagem onde promete mostrar às pes- se tornar nossa crisálida. Foi isso que É o eu inferior que, quando está no soas um mundo sem regras ou fron- você me ajudou a entender. Que, controle, escraviza e mantém todo teiras. A mensagem é simples. Vi- para ser livre, verdadeiramente li- o ser num mundo de sonhos e de vemos em um mundo controlado. vre, não se pode mudar a prisão. sono. O eu inferior busca perpetuar Podemos nos tornar escravos do sis- Tem-se que mudar a si mesmo. sua existência e duvida da existên- tema ou compreender que ele não Quando eu olhava para esse mun- cia do eu superior, que é o verda- é a realidade. Com essa compreen- do, tudo que podia ver eram as ex- deiro elo com o eterno. Quando Neo são vêm o poder e a liberdade. Além tremidades, suas fronteiras, suas re- arrisca sua própria vida para salvar disso, não seremos livres até que gras e controles, seus líderes e leis. Morpheus, ele começa a despertar todos estejamos livres. Essa é a men- Mas agora vejo um outro mundo. para a sua verdadeira natureza. Só sagem de todas as almas ilumina- Um mundo diferente, onde todas as depois que de fato morre é que ele das que honraram esta Terra. coisas são possíveis. Um mundo de se torna realmente o Uno. esperança, um mundo de paz.” O roteiro original do filme ter- O aspecto final da jornada do mina com este discurso de Neo: “O Cada um de nós é o herói de herói é o retorno. Após sua inicia- ser não precisa mais buscar por nossa própria jornada. O mundo é a ção, Neo, a exemplo de todos os mim. Eu fugi. Eu me escondi. Se crisálida do nosso espírito. Quando grandes heróis, retorna ao mundo, estou lutando, suponho que isso compreendermos isso, todas as coi- como o bodhisattva recusando o depende de você. Eu acredito pro- sas serão possíveis, inclusive um nirvana pela libertação dos outros. fundamente que nós dois queremos mundo de esperança e de paz. SOPHIA • JAN-MAR/2005 37


























Revista Sophia nº 9

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