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Revista Sophia nº 8

Published by Editora Teosofica, 2022-10-17 14:36:40

Description: A Revista Sophia é uma publicação independente da Editora Teosófica, apresentando artigos que vertem sobre temas como filosofia, ciência e religião.

Nesta edição:
• Ao leitor: A consciência e a natureza humana;
• O cotidiano e o nirvana – Radha Burnier;
• O legado de Jacob Boehme;
• Alinhamento com as estrelas;
• A natureza sagrada da ciência – Ravi Ravindra;
• A arte de viver – Wies Kuiper;
• A consciência livre – Marcos Resende;
• O verdadeiro sentido da educação – N. Sri Ram;
• A natureza da força – Eduardo Weaver;
• A psicologia das relações familiares – Usha Velasco;
• A sabedoria de Confúcio – Richard W. Brooks;
• Dicas de Livros.

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www.revistasophia.com.br ANO 2 • Nº 8 R$ 7,00 SOPHIA • OUT-DEZ/2004 1



































Ainda assim, a visão espiritual científica e racional, com suas cor- cia. Para ele, como para muitos permanece sempre uma questão de respondentes abstrações filosóficas grandes cientistas, o sagrado não percepção direta. A percepção reli- – não importando o quão raramen- foi descoberto nem provado pela giosa não é como uma abstração fi- te os exemplos possam ocorrer. A ciência. O sagrado chamava, per- losófica ou científica. Pascal foi mais reconciliação de religião e ciência meava sua vida e dava significado fiel à compreensão bíblica de Deus; precisa ocorrer na alma da pessoa às atividades científicas, como te- ele sempre tinha consigo a frase em sua totalidade, para que possa ria dado a outras atividades, como “Deus de Abraão, Isaac e Jacob – e haver ação com propósito, sem ego- a poesia ou a pintura. não dos filósofos e eruditos.” Para centrismo, e totalidade sem perda ele Deus era uma questão de expe- de singularidade. A experiência espiritual, riência, não de uma proposição fi- diferentemente da científica, losófica ou hipótese científica. Einstein vivenciou essa recon- é sempre uma questão de ciliação, apesar de polemizar teo- percepção direta. É por essa Uma pessoa pode ter dois tipos logicamente se escudando na ciên- razão que as tradições de percepção: a experiência religio- bíblicas se atêm tenazmente sa supersensorial direta e a te- à idéia de Deus como uma orização e experi- Pessoa singular. mentação SOPHIA • OUT-DEZ/2004 19



































A psicologia das relações familiares Usha Velasco de Bert Hellinger no Brasil. latos da família, era uma esposa de- A terapia foi chamada de Conste- dicada e se relacionava bem com o Há cerca de cinco anos vem cres- marido. Quando colocada frente a cendo no Brasil um trabalho psicote- lação Familiar pela maneira como se frente com o companheiro, a repre- rapêutico que conquista os participan- organiza espacialmente. Depois de sentante da avó sentiu tanta raiva e tes pela sua eficácia, profundidade e expor sua questão, o cliente escolhe, tanto medo que não conseguia nem abrangência. Trata-se da Terapia Sis- entre os participantes do grupo, uma olhar para ele; apenas chorava, dizia têmica Fenomenológica de Bert He- pessoa para representar cada mem- que queria morrer e ficar longe da- llinger, popularmente conhecida como bro da sua família. Em seguida ele quele homem. Constelação Familiar. Realizada em “constela” essas pessoas, ou seja, en- grupo, sob a orientação de um profis- contra para cada uma delas um lugar Quando algo assim acontece Ré- sional formado nesse tipo de técnica, no espaço, seguindo sua intuição. gis Teixeira faz questão de lembrar a terapia aplica de forma surpreenden- ao cliente que os protagonistas não temente eficaz alguns conceitos sim- A teoria da Constelação Familiar ples, ancorados no senso comum. considera que, no universo, não exis- “A mente individual também está te forma sem conteúdo. Portanto, ligada a rumos e mensagens que Estamos todos no mesmo barco. quando os familiares são colocados ocorrem fora do corpo. Existe uma Somos todos ligados por laços invisí- numa determinada configuração es- mente mais ampla da qual a mente veis, mas que de alguma forma ori- pacial (de frente ou de costas para individual é um sub-sistema.” entam nossas ações. O sentimento que um certo parente, separados em du- move o mundo é o amor. Tempo e plas, isolados uns dos outros, juntos têm nenhuma razão para inventar sen- espaço não existem. Tudo está acon- demais, etc), surge, naquela confi- timentos para pessoas que não conhe- tecendo ao mesmo tempo, aqui e ago- guração, um determinado conteúdo. cem e das quais nada sabem – muito ra. Tudo está ligado; nada existe iso- Esse conteúdo é claramente perce- menos para vivenciar esses sentimen- ladamente. Essas são algumas das idéi- bido pelas pessoas escolhidas para tos a ponto de chorar, rir, gritar, tre- as que embasam a terapia, e que po- representar os familiares. Por isso, mer ou manifestar outros sintomas fí- dem ser experimentadas de maneira elas têm um papel importante no que sicos, agradáveis ou não. É comum o palpável pelos participantes. “É difí- acontece a seguir. cliente relatar que a postura ou o jei- cil explicar, mas muito fácil de sen- to de falar do protagonista do seu pai, tir”, resume Elisabete Carneiro, coor- Depois de solicitar aos represen- por exemplo, estava “igualzinho” ao denadora dos workshops terapêuticos tantes que relaxem e observem como que há um ano e meio vêm aconte- estão se sentindo naquela posição, cendo em Brasília. tanto individualmente quanto em re- lação às outras pessoas da família, o O trabalho é conduzido por Re- terapeuta pergunta a cada um deles ginaldo Teixeira Coelho, mais conhe- o que está se passando. Cabe ao re- cido como Régis. Psicólogo clínico presentante olhar com atenção para formado pela UFMG, ele se especi- dentro de si e procurar responder com alizou em Psicodrama e em Analise o máximo de clareza. As reações, mui- Bioenergética (pelo instituto New tas vezes, surpreendem até os pró- York Psicosinthesis, na Califórnia) e prios protagonistas. Houve, por exem- é o organizador geral da formação plo, o caso da avó de um cliente, que, segundo as lembranças dele e os re- SOPHIA • OUT-DEZ/2004 37


























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